Trab. Estudos Ambientais Ii

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

Causas e Consequências do Desflorestamento no Distrito de Mocuba (Localidade de


Munhiba)

Gina Ambrósio Maliza-708201742

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Disciplina: Estudos Ambientais II
Ano de Frequência: 4º Ano
Turma: C
Docente: Tomé Lima Candiva

Quelimane, Junho de 2023


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subt
do
máxima otal
tutor
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionai  Discussão 0.5
s  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução .................................................................................................................................... 5

1.1. Objectivo geral ......................................................................................................................... 6

1.2 Específicos................................................................................................................................. 6

1.3. Metodologia ............................................................................................................................. 6

2. Causas e Consequências do Desflorestamento no Distrito de Mocuba (Localidade de ......... 7

2.1. Desflorestamento ..................................................................................................................... 7

2.2. Contexto Ambiental, Económico e Social das Florestas Moçambicanas............................. 7

2.3. Produção e Consumo dos Combustíveis Lenhosos em Moçambique .................................. 8

2.4. Nível de Desflorestamento ...................................................................................................... 9

2.5. Exploração de Lenha e Carvão Vegetal na Província da Zambézia ..................................... 9

2.6. Produção de Carvão Vegetal no Distrito de Mocuba .......................................................... 10

2.7. Motivação para a Prática de Desflorestamento .................................................................... 10

2.8. Preservação Sustentável dos Recursos Naturais .................................................................. 11

2.9. Causas do Desflorestamento ................................................................................................. 11

2.10. Consequências do Desflorestamento………………...…………………………………12

2.11. Medidas de Reposição ou Políticas Globais de Combate à Desflorestação ..................... 13

3. Conclusão .................................................................................................................................. 14

4. Referências Bibliográficas........................................................................................................ 15
1. Introdução

Nas últimas décadas assiste-se ao agravamento do processo de desflorestamento e degradação


da floresta. Calcula-se que as florestas percam anualmente cerca de 130 000 km2 por ano. No
entanto, estas são a base de subsistência de cerca de 1.6 bilião das pessoas mais pobres do
mundo, contribuindo ainda para satisfazer as necessidades energéticas de outros 2 biliões de
pessoas, bem como as necessidades em medicamentos tradicionais de centenas de milhões de
pessoas.
Moçambique é um dos países da África Austral com maior cobertura florestal em que cerca
de 51% do país (40.6 milhões de hectares) é coberto por florestas e 19% por outro tipo de
vegetação (14.7 milhões de hectares), contudo, assiste-se no país, um processo de
desflorestamento e degradação ambiental ao longo dos tempos, sendo que, muitos dos
problemas reportados hoje como actuais e graves, não são do que o espelho da história,
consequência da reprodução de erros no relacionamento entre o Homem e a Natureza, e que
têm vindo a agudizares devido a uma série de factores: pobreza, aumento populacional, falta
de alternativas de sustento, défice educacional, falta de políticas e estratégias adequadas, entre
outros. O preocupante com respeito à sustentabilidade da exploração de lenha e carvão é que
este valor está muito acima do volume de corte anual admissível para madeiras comerciais e
contribuindo para o alto índice de desflorestamento no país. No que tange a estrutura do
presente trabalho comporta uma introdução, metodologia, desenvolvimento, conclusão e
referências bibliográfica.

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1.1. Objectivo geral

 Analisar as Causas e consequências do desflorestamento no distrito de Mocuba


localidade de Munhiba.

1.2 Específicos

 Descrever a evolução da exploração na floresta nativa;


 Identificar as causas e as consequências do desflorestamento na localidade de
Munhiba distrito de Mocuba;
 Identificar as medidas de reposição que estão sendo implementadas na comunida-de
para reduzir o nível do desflorestamento.

1.3. Metodologia

Para este trabalho, escolhi a abordagem qualitativa. Segundo Leite (2008, p.100), uma
pesquisa qualitativa “possui o poder de analisar os fenómenos com consideração de contexto”,
sem a pretensão de utilizar análises estatísticas para o levantamento de dados. Nesta
abordagem, o pesquisador se propõe a levantar informações acerca do objecto de pesquisa.

Conforme Gil (2006), a pesquisa bibliográfica toma forma a partir da consulta à materiais já
elaborados, sendo esses, principalmente, artigos científicos e livros. Aponta, também, que
quase todos os tipos de estudos possuem essa natureza, contudo, há pesquisas que se voltam
exclusivamente ao desenvolvimento a partir de fontes bibliográficas.

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2. Causas e Consequências do Desflorestamento no Distrito de Mocuba (Localidade de
Munhiba)
2.1. Desflorestamento

De acordo com Walker (1999), o desflorestamento é a capacidade para derrubar determinada


área de floresta densa que está baseada na força de trabalho familiar e na posse de
determinados equipamentos, como a motosserra.
Em sentido mais restrito, o desflorestamento é um processo de conversão de espaços com
cobertura florestal em áreas não florestais, visando actividades agro-pecuárias, exploração
madeireira, uso da terra, plantio e formação de pastagens (Margulis, 2004 apud Silva, 2012).
O desflorestamento é uma actividade que visa a retirada total da cobertura vegetal nativa de
uma área ou a degradação de uma área de floresta pela redução da densidade e a alteração da
estrutura espacial das árvores, com perda de biomassa, diversidade genética e de espécies
além da redução na efectividade de serviços ambientais (Prates, 2008).
Para o presente trabalho, são consideradas as abordagens de Walker (1999) e Prates (2008),
na medida em que se pretende, por um lado, analisar as perdas de florestas resultantes de
abate das árvores para produção de biomassa e a abertura de novos campos para a prática de
agricultura e, por outro, identificar as causas que fazem com que as comunidades dos distritos
em estudo estar a ocorrer o desflorestamento.

2.2. Contexto Ambiental, Económico e Social das Florestas Moçambicanas

A floresta é útil para a comunidade humana, pois exerce sua influência na produção de
alimentos, medicamentos, gera emprego e oxigénio para a vida humana. As florestas
desempenham um papel preponderante na produção agrícola, restabelecendo a fertilidade dos
solos degradados pelo sistema de agricultura itinerante e agricultura de pousio que são os
sistemas agrícolas mais importantes (Falcão, 2013).
Em algumas regiões do globo, a sobrevivência é tão directamente dependente dos produtos de
origem vegetal, qualquer que seja a situação económica e ecológica que se considere, o
desaparecimento dos mesmos, pode conduzir a um colapso da economia tradicional, (Bila,
2005).

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2.3. Produção e Consumo dos Combustíveis Lenhosos em Moçambique

A produção do carvão vegetal em Moçambique é uma actividade económica muito antiga.


Não é possível precisar quem, ou em qual ano se iniciou, mas nos anos mais recentes a sua
produção é acompanhada por uma lógica de comercialização como garantia de uma fonte de
renda para muitas famílias e agentes económicos, Ministério de Energia (Mine, 2010).
Segundo Belward et al. (2011), o país produz entre 1,2 a 2 milhões de Mg por ano de carvão
vegetal. Todo o carvão vegetal consumido em Moçambique, fundamentalmente proveniente
de madeira dura, é produzido pelo método do forno tradicional. O método apresenta oito
etapas:
(i) Localização de árvores adequadas;
(ii) Escolha do local certo para a construção do forno;
(iii) Corte de árvores e transporte das mesmas para o local do forno;
(iv) Selecção do material necessário para construção do forno (relva, areia/argila e
pedras quando disponíveis);
(v) Construção do forno;
(vi) Funcionamento do forno;
(vii) Descarga do forno;
(viii) Colocação do carvão em sacos (Fernandes et al., 1997).
Para muitos, e em muitas partes de interior de Moçambique, em particular, este processo é a
única via conhecida para a produção de carvão vegetal e é a base de fornecimento de sustento
quando a terra não fornece nada, não obstante os produtores não ganharem muito pelo seu
trabalho (Brito, 1990).
Seguno Sitoe et al. (2007), o consumo nacional de combustíveis lenhosos é estimado com
base nas estimativas de consumo de lenha e carvão na zona rural e urbana, uma vez que
grande parte da sua produção ocorre fora dos circuitos comerciais e, portanto, não se
encontram registados. O consumo total nacional é, assim, estimado em cerca de 14.8 milhões
de toneladas (peso seco na estufa) por ano.
A exploração de lenha e carvão vegetal como fontes de mudanças de cobertura florestal em
Moçambique são caracterizadas por serem actividades informais, as quais são essencialmente
vantajosas perto dos grandes centros urbanos e ao longo das principais vias de acesso a essas
cidades (Sitoe et al., 2007).

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2.4. Nível de Desflorestamento

A floresta em Moçambique tem vindo a sofrer, igualmente, impactos sérios e significativos,


devido a uma combinação de factores, entre os quais se destacam o corte ilegal e desregrado
de espécies madeireiras, a exploração de lenha e carvão vegetal (Mourana e Serra, 2010). O
desflorestamento intensivo e indiscriminado das florestas tropicais, além de diminuir o stoque
madeireiro, tem causado perdas irreversíveis da biodiversidade. Desse desflorestamento, cerca
de 17,5 milhões de hectares foram transformados em pastagens e, segundo estimativas
existentes, acredita-se que metade dessas áreas encontra-se degradada ou em estado de
degradação (Global Forest, 2005).
Apesar de inúmeros esforços levados a cabo pelo sector florestal, com vista a contornar a
exploração desregrada e desenfreada dos recursos florestais, o País continua a perder
diariamente o seu património florestal, na sequência da procura de matéria-prima, de
combustível lenhoso, das práticas de agricultura itinerante e queimadas descontroladas, para
além da crescente urbanização (Mourana e Serra, 2010).
Moyo et al., (1993), já indicavam que o desflorestamento para a produção de lenha e carvão
em Moçambique não era um problema nacional, mas sim um problema localizado. Isto
significa que à escala nacional, a produção de biomassa é superior à procura, mas dadas as
distâncias dos lugares de produção de biomassa para os centros de consumo, apenas as áreas
próximas aos centros de consumo recebem uma pressão elevada incrementando assim o
desflorestamento nessas regiões (Sitoe et al, 2007).
A situação é, portanto, digna de preocupação, não podendo dar azo a eventuais relaxamentos
por parte das autoridades e da sociedade no geral. O desfloresamento é uma realidade que
carece de medidas drásticas, caso contrário chegaremos ao estado amargo como o de alguns
países que perderam boa parte do património florestal que possuíam (Mourana e Serra, 2010).

2.5. Exploração de Lenha e Carvão Vegetal na Província da Zambézia

Todas as províncias possuem vastas áreas de florestas que as comunidades rurais usam para
conseguir variados produtos para seu sustento e práticas de actividades culturais e espirituais.
Contudo, a diversidade florestal está escassamente documentada devido a razões tais como a
vastidão do país, a escassa rede de transporte, a longa guerra civil, e a falta geral de recursos
financeiros e humanos (DNTF, 2007). Os recursos florestais na Zambézia estão a escassear

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devido a alta intensidade de exploração de lenha e carvão vegetal que tem se verificado nos
últimos três anos segundo os dados fornecidos pela Direcção Nacional de Terras.

2.6. Produção de Carvão Vegetal no Distrito de Mocuba

A procura de lenha e carvão vegetal em alta quantidade tende a obscurar a vital importância
de outros recursos florestais para as comunidades do distrito de Mocuba. Mocuba é um dos
distritos onde a produção de carvão verifica-se pouco por toda parte do distrito mas com
maior incidência na localidade de Munhiba onde mais que a metade da população pratica esta
actividade para a sua sobrevivência.

2.7. Motivação para a Prática de Desflorestamento

Segundo Maslow (2000), o conceito de motivação é um processo totalmente interno, que não
se pode resumir a critérios externamente observáveis. Neste sentido, ele evidencia que é no
seu interior onde se desencadeiam as carências, os anseios, os desejos e os motivos que
impulsionam o homem a agir. Assim, admitiu a influência do meio externo como gerador de
estímulo.

Robbins (2005) define a motivação como um processo responsável pela intensidade, direcção
e persistência dos esforços de um indivíduo para o alcance de uma determinada meta.

De acordo com Micoa (2011), as principais motivações que contribuem para a prática de
desmatamento estão relacionadas com os aspectos demográficos, económicos, tecnológicos e
socioculturais. No que concerne à economia, a pobreza e a falta de meios e estratégias de
vida, e os baixos níveis de emprego constituem um conjunto de condicionantes para o uso das
florestas para a satisfação das necessidades de sobrevivência individual.

Este uso está ligado à procura de alimentos, saúde (plantas medicinais), habitação (estacas,
bambus, capim, entre outros), assim como energia, a destacar a lenha e carvão vegetal para a
venda e o uso individual (Micoa, 2011).

No que diz respeito à tecnologia, esta está relacionada ao uso da lenha e carvão vegetal e,
nota-se pouca investigação no sector da energia, fundamentalmente, em relação a tecnologias
adaptadas às condições reais das diferentes regiões do país e limitado acesso aos recursos
financeiros para aquisição de tecnologias energéticas melhoradas, tais como fogões eléctricos,

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fogões a gás, fogões melhorados, aquecedores solares de água entre outros. No que diz
respeito aos aspectos socioculturais, estes estão ligados às práticas tradicionais e convicções
da população que contribuem para o contínuo uso de lenha e carvão para a energia doméstica
em Moçambique.

2.8. Preservação Sustentável dos Recursos Naturais

Segundo Oliveira e Silva (1994), a preservação sustentável dos recursos naturais é uma acção
desenvolvida pelas redes sociais no âmbito da protecção do meio ambiente e associa-se ao
plantio de árvores em novas áreas com vista a substituir as velhas ou as exploradas, bem como
a criação de florestas comunitárias que, para além de purificar o meio ambiente são fontes
alternativas de sobrevivência para a própria comunidade.

De acordo com Negrão (1996), a preservação sustentável dos recursos naturais está
dependente dos níveis de rendimento individual e familiar dos sistemas de uso da terra
estabelecidos pelos Estado e pelos direitos consuetudinários e da mobilidade da população na
área em que se encontra.

Na presente pesquisa, o conceito de preservação sustentável dos recursos naturais deve ser
entendido na perspectiva de Cardoso (1993), pelo facto do autor fazer menção a necessidade
de combinar vários elementos que concorrem para a prática da preservação sustentável dos
recursos naturais nas comunidades locais.

Como se pode depreender, a implementação de preservação sustentável dos recursos naturais


passa a acrescentar, aos níveis ecológicos, económicos e sociais ao nível local e global e que
estes não prejudiquem os outros ecossistemas. Com este conceito pode-se concluir que se
trata do conjunto de acções que permitem a execução de actividades de forma correcta para
melhor atender as necessidades dos praticantes.

2.9. Causas do Desflorestamento

A principal causa do desflorestamento está ligada a acção antrópica, ou seja, a actuação


do ser humano no processo de remoção da vegetação. Desse modo, o desflorestamento, na
maior parte das áreas florestadas, é causado directamente pelas actividades produtivas desenv
olvidas pelo ser humano em sua totalidade Almeida, (2007).

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A remoção da vegetação é realizada pelo corte directo, por máquinas e ainda por outros
meios, como as queimadas. Essas áreas desmatadas são comumente utilizadas para a
exploração dos recursos naturais e para a ocupação do solo.

O processo de desflorestamento foi iniciado mediante a necessidade de matérias-primas para a


produção de diferentes elementos de uso da sociedade.

Desse modo, a exploração da madeira, por exemplo, para a fabricação de papel e de móveis, é
uma importante causadora do grande volume de desflorestamento verificado em vários pontos
do distrito.

Nesse contexto, destaca-se ainda a produção de carvão vegetal e de meios de transporte que
utilizam a madeira em sua fabricação, como barcos. A madeira também é utilizada para a
construção de casas e confecção de objectos Almeida, (2007).

2.10. Consequências do Desflorestamento


A principal consequência do desflosrestamento está atrelada ao desequilíbrio ambiental provo
cado pela perda da vegetação nativa.
A remoção da vegetação provoca uma grande perda da biodiversidade assim como a perda do
habitat de animais e plantas, e, ainda, impacta directamente na elevação do número de
espécies em extinção Marques, (2009).
Desse modo, o desflorestamento causa um conjunto de impactos ambientais que geram uma
grande mudança no ecossistema local, alterando drasticamente as características geográficas e
biológicas da área desmatada. Além disso, o desflorestamento provoca consequências sociais
negativas, em especial, nas comunidades tradicionais e muito dependentes das florestas.
Além disso, os destafloresmento acelera a ocorrência de processos naturais que são intensific
ados pela acção humana. A remoção da vegetação impacta directamente no aumento da erosã
o e da desertificação, por exemplo. No mais, o desflorestamento interfere no ciclo hidrológico
e ocasiona efeitos como o esgotamento das fontes de água, já que a retirada da vegetação
dificulta a absorção da água da chuva pelo subsolo e o consequente abastecimento das reserva
s subterrâneas e das nascentes.
Mesmo que seja impossível antever todas as consequências, torna-se evidente que as
desflorestações maciças interferem directamente na fauna, devastam espécies da flora
contribuem para a poluição da água e do ar, para o aumento de chuvas ácida e do fenómeno
de efeito estufa, “ afectam o clima local e, inclusivamente, planetário, e ocasionam a perda

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dos geradores de oxigénio essenciais a Terra” (FAO, 2009).

2.11. Medidas de Reposição ou Políticas Globais de Combate a Desflorestação


Todas as intervenções políticas gravitantes em torno do aquecimento global não sortirão
efeitos desejados se não houver medidas coerentes e substanciais que visem deter a perda do
coberto florestal mundial. Tais medidas requerem uma integração de políticas, com vista a
determinar objectivos comuns de combate à desflorestação. Estes objectivos, por sua vez, de
acordo com a CCE (2008: 6), estão subjacentemente presentes no marco das negociações da
UNFCCC para que, até 2020, possam produzir efeitos positivos em matéria de alterações
climáticas e da biodiversidade.
Efectivamente, a nível mundial, o aumento das necessidades humanas em produtos
fornecidos pela floresta, especialmente, através do incremento da agricultura e da criação de
gado, do comércio ilegal de madeira e produto não madeireiros, entre outras, têm contribuído
inexoravelmente para ameaçar e degradara diversidade biológica desses ecossistemas. Esta
situação tem igualmente suscitado focos de preocupação tendo em conta a gestão deficiente e
a falta de políticas ou medidas adequadas tendentes a suprir ou limitar as intervenções
humanas ilegais ou exacerbas sobre as florestas.
Perante esse quadro, é preciso “que o homem aja, conservando concreta e inteligentemente
esta herança em vias de extinção”(Birot e Lacaze, 1993), tomando medidas necessárias para
proteger os recursos florestais, como forma evidente e única de se pôr termo ou reduzir os
processos erosivos, a perda da biodiversidade, a destruição de habitats de vida selvagem, a
redução das emissões decorrentes da desflorestação, etc.

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3. Conclusão

Apesar de, a nível internacional, haver um consenso quase generalizado sobre a necessidade
de proteger as florestas decorrente da problemática do aquecimento global e das mudanças
climáticas, tendo em conta o seu papel como sumidouro de CO2, bem como enqua nto
reservatório por excelência de biodiversidade. Para além deste valor ambiental intrínseco há
um valor em termos sociais e económicos. Todavia, o reconhecimento dos benefícios e
serviços que as florestas encerram, estão ainda muito aquém de motivar amplamente a
consciência social para que se promova uma luta implacável tendente à protecção e uso
sustentável dos recursos florestais.

Quantas as causas indirectas, a pobreza é identificada como a força motriz que contribui para
a degradação da floresta em Mocuba, pois a crise social consignada na falta de emprego
resultante da ausência de investimentos que criem postos de trabalho levou a que as
populações recorressem e fizessem das florestas um trampolim para a suprimir as mais
diversas necessidades básicas.

Os factores que influenciam a prática de desflorestamento são referentes a falta de emprego


no seio das comunidades, a fraca produção e produtividade agrícola o que leva as
comunidades, a abertura de novos campos de cultivo, estes levam as comunidades. Os
recursos naturais constituem a base de sobrevivência das comunidades rurais. A agricultura
itinerante, as queimadas descontroladas e o desflorestamento constituem perigo aos recursos
naturais.

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4. Referências Bibliográficas

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