O Plano Diretor Pode Disciplinar A Legislação para A Reutilização de Águas Pluviais e Os Esgotos Urbanos Da Metropole Paulistana

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O PLANO DIRETOR PODE DISCIPLINAR A LEGISLAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

DE ÁGUAS PLUVIAIS E OS ESGOTOS URBANOS DA METROPOLE PAULISTANA


Órgãos Públicos estabelecem critérios para o lançamento de efluentes, fornecendo autorizações
e licenças para o descarte de efluentes líquidos, conforme o caso.
Tecnicamente chamamos de "efluente líquido" qualquer "água" que cai do céu, que a gente usa,
que sai numa mina, enfim, qualquer líquido que a gente precisa descartar (jogar fora).
Definição de Água Pluvial:
Decreto Federal Nº 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934 - Código de Águas:
Art. 102. Consideram-se águas pluviais, as que procedem imediatamente das chuvas.
Prefeitura - Disciplina a coleta, condução, limpeza, tratamento e destino final das águas pluviais
e das águas da drenagem urbana.
As águas da chuva que caem nos logradouros públicos são recolhidas pelas Bocas de Lobo
instaladas a espaçamento adequado nas vias públicas afim de evitar a formação de enxurradas.
As águas da chuva que caem nos telhados e quintais dos imóveis particulares são autorizadas a
serem lançadas na sarjeta, passando por sob o passeio público.
A saída dessa água na sarjeta deve ser "fiscalizável" de modo que a Prefeitura possa comprovar
que só água da chuva seja lançada na sarjeta. A Prefeitura tem o direito de entrar no seu imóvel
para verificar isso e pode fazer um teste com água colorida para confirmar se somente a água do
telhado e a do quintal saem na sarjeta. Caso se descubra que a água do tanque, da pia ou
qualquer outra água servida esteja sendo lançada na sarjeta, a Prefeitura emite um Auto de
Intimação para que a irregularidade seja corrigida.
As águas da drenagem urbana como minas d'água no pé de taludes, barrancos e fontes naturais
são conduzidas para a rede de coleta de águas pluviais.
Quando você deixa uma bacia na chuva e a água da chuva cai diretamente dentro da bacia, esta
água pode ser considerada água pluvial.
Quando a água da chuva cai sobre um telhado (cheio de cocô de passarinho) e esta água é
recolhida num balde, esta água não é água pluvial pois já passou por um processo de lavagem do
telhado e contém diversos patógenos como leptospirose, criptococose, histoplasmose, clamidiose
e muitas outras doenças. O curioso é que certas doenças como a criptococose, que também é
conhecida como “doença do pombo”, é transmitida pelo fungo Criptococus neofarmans
encontrado freqüentemente nas fezes secas.
A Água Pluvial tem dono:
Decreto Federal Nº 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934 - Código de Águas:
Art. 103. As águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente, podendo o
mesmo dispor delas a vontade, salvo existindo direito em sentido contrário.
A tecnologia de captação de água da chuva é baseada em um método sustentável para captação
e aproveitamento da água que cai em coberturas de edificações, como casas, prédios
residenciais, comerciais entre outros. O sistema consiste em recolher, filtrar, armazenar e
disponibilizar esta água para uso em área externa ou interna.
Para efetivar o aproveitamento da água da chuva e desfrutar de seus benefícios, é necessário
que se projete adequadamente levando-se em conta:
• Sistema de coleta da água de chuva que cai no telhado;
• O armazenamento da água de chuva em tanques e reservatórios;
• O abastecimento da água de chuva aos seus locais de uso;
• A drenagem da água de chuva em caso de chuvas intensas.
Vale ressaltar que a água de chuva, de acordo com a norma ABNT 15527, somente pode ser
usada para fins não-potáveis em ambientes urbanos (não deve ser usada para beber, banho,
lavagem e cozimento de alimentos).
Entre seus principais usos estão:
• Em áreas urbanas: banheiro (descarga de vasos sanitários); regas de hortas e jardins;
lavagem de pisos, quintais e automóveis.
• Em áreas rurais: além dos mesmos fins do ambiente urbano, destina-se a irrigação de
plantações, lavagem de criatórios de animais, entre outros.
• Em áreas industriais: além dos usos semelhantes a edificações em ambiente urbano,
recomenda-se para resfriamento de caldeira, lavagem de peças, dentre outras aplicações.
A figura acima mostra um sistema de captação de água pluvial através de cisterna escavada
com uma bomba de elevação para reaproveitamento das águas, que podem incluir também
o reaproveitamento de águas da residência.
Basicamente o território da Capital do Estado de São Paulo é banhado por três grandes bacias ribeirinhas,
ou seja, a do rio Tietê e dos seus principais afluentes que são o rio Tamanduateí e o rio Pinheiros.

A Lei das Piscininhas, uma Lei Estadual do Estado de São Paulo nº 12.526, criada em de 02 de Janeiro de
2017, estabelece as normas para a contenção de enchentes e destinação de águas pluviais provindas das
chuvas, substituindo a suas antecedentes, agora obriga a construção e implantação de um sistema de
captação e retenção de águas pluviais, coletadas por telhados, terraços e pavimentos descobertos, em
lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabilizada superior a 500m².
E vale ressaltar que a Lei entra em vigor para as novas construções realizadas após a sua validação.
Quais são os objetivos desta normativa?
A lei, originária do Projeto de Lei 464/05, de autoridade do deputado Adriano Diogo, justifica que “além dos
prejuízos recorrentes em áreas urbanas com alta impermeabilização durante períodos de chuvas, também
a qualidade de vida e a saúde são afetadas diretamente, com a destruição de patrimônios pessoais e o
risco de contração de doenças infecto-contagiosas, comumente ocasionadas pela água de enchentes”.
A lei traz também que a instalação das caixas de retardo são condição para a obtenção das aprovações e
licenças, de competência do Estado e das Regiões Metropolitanas, para os parcelamentos e
desmembramentos do solo urbano, os projetos de habitação, as instalações e outros empreendimentos.
O que isso quer dizer?
Com a construção de novos empreendimentos, asfaltos e aumento da área urbana das cidades, mesmo
que signifique maior conforto tanto para os automóveis quanto para os moradores, dificultam o
escoamento e absorção desse volume de água ocasionado pela impermeabilização do solo.
Ou seja, mesmo que existam bocas de lobo e locais que permitam essa vazão, eles não foram projetados
para suportarem tamanho volume, visto que, parte dessa água deveria ser absorvida naturalmente no
caminho pelo solo.
Visto isso, a normativa traz então as seguintes contribuições do artigo 1०:
Reduzir a velocidade de escoamento de águas pluviais para as bacias hidrográficas em áreas urbanas
com alto coeficiente de impermeabilização do solo e dificuldade de drenagem;
Controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os problemas das vazões de cheias e,
consequentemente, a extensão dos prejuízos;
Contribuir para a redução do consumo e o uso adequado da água potável tratada.
Sendo esse último um ponto a favor dos proprietários das edificações visto que parte dessa água pode ser
utilizada em ações futuras no próprio empreendimento em algumas ocasiões listadas abaixo.
E no artigo 2० da Lei se dá ao cálculo utilizado para obter a capacidade de acumulação do reservatório,
sendo válida para se entender o nível de volume de água obtido pela impermeabilização do solo pelo
empreendimento, o índice pluviométrico e os captadores de água por telhados, coberturas e afins, sendo:
V = 0,15 x Aix IP x t;
V = volume do reservatório em metros cúbicos;
Ai = área impermeabilizada em metros quadrados;
IP = índice pluviométrico igual a 0,06 m/h;
t = tempo de duração da chuva igual a 1 (uma) hora.
II – condutores de toda a água captada por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos
ao reservatório mencionado no inciso I;
III – condutores de liberação da água acumulada no reservatório para os usos mencionados no
artigo 3º desta lei.
Parágrafo único – No caso de estacionamentos e similares, 30% (trinta por cento) da área total
ocupada deve ser revestida com piso drenante ou reservado como área naturalmente permeável.
A água contida pela piscininha, deverá ter os seguintes destinos:
Seguindo os requisitos anteriormente citados no inciso do artigo 2० da Lei o volume de água coletado
poderá se destinar a 3 formas de utilização futura:
1. Infiltração no solo, preferencialmente;
2. O despejo na rede pública, disposta de drenagem, após uma hora de chuva;
3. Utilização para finalidades não potáveis, em edificações que tenham instalações desse tipo, como
por exemplo água de reuso, regar jardins ou lavagem de pisos.
Comentário sobre a Lei das Piscininhas:
Ao contrário do que oorre hoje com os empreendimentos imobiliários, acrescentando-se ainda o grande
acervo já existente ao qual se aplicaria a referida a Lei Estadual vigente, plenamente aplicável “in casu”,
prevê que a transferência do ônus dessas piscinas de contenção, seja do ente empreendedor privado,
como condição para obtenção do Alvará, cabendo ao Órgão Público competente a fiscalização para o
alcance fiel desse objetivo, proporcionando aos Cofres Públicos Municipais um aumento substancial na
receita, concomitante ao alivio imediato dos problemas recorrentes das inundações.
Diga-se de passagem que o que será gasto pelos munícipes afetados com a regulamentação dessa
legislação, não deve ser encarado de forma alguma como um ônus, mas sim como investimento,
porquanto receberão o retorno pelo reuso das águas pluviais e com um subsidio no IPTU, sendo no caso
dos reticentes, aplicado um plus crescente desse mesmo imposto.

Além das “piscininhas” o Órgão Público competente pode se estender em um programa de água de chuva
e reuso de água doméstica para os demais proprietários de imóveis incentivando-os da mesma forma a
construírem cisternas de captação com sistema redistribuição domestica ou simplesmente coletar em mini-
cisternas para reuso a água da chuva, onde o se compromisso do Órgão Público Municipal local se limita a
formar pequenos empreiteiros para prestarem serviços aos munícipes, ou ainda fornecer apostilas
ilustradas para sistemas simplificados tipo “faça você mesmo” para os que não tiverem condições
financeiras de pagar pelos serviços.
Mais uma vez caberá ao Órgão Público competente a fiscalização em quaisquer dos casos, com incentivo
fiscal para os participantes, acréscimo fiscal para os reticentes, podendo chegar por realizar a obra e
cobrar do munícipe omisso.
Abaixo temos o exemplo simples de captação residencial de água de chuva tipo “faça você mesmo”, no
meio um sistema de captação, bombeamento e distribuição automático, acrescido do tratamento primário
da gordura doméstica que poderá gerar outra fonte de renda através de concessionária do Órgão Público
Municipal, e finalmente a direita as “Lei das Piscininhas” a serem aplicadas no programa de adensamento
populacional contrabalançando os efeitos do mesmo no problemas sazonais das enchentes no vale do
Rio Tamanduateí e seus afluentes.

Operação Consorciada Bairros do Tamanduatei

São Paulo nasceu no Pátio do Colégio às margens do rio Tamanduateí, e nas margens plácidas do riacho
Ipiranga, um de seus afluentes, foi proclamada a independência do Brasil, mas esse eixo de crescimento
da cidade, esquecido, desprezado e subdimensionado pelo progresso urbano, hoje se resume a uma vala
de esgoto esquecido cercado por esta selva de pedra, com o adensamento previsto e sem a adequação
necessária só irá agravar os problemas hídricos dessa importante região paulistana
Uma alternativa para minimizar os efeitos sazonais das inundações no vale do rio Tamanduateí é
aproveitar a própria calha do rio Tamanduateí tem uma estrutura definida em formato trapezoidal com
baixo aproveitamento pluviométrico, para transformá-lo em ângulo reto com um vértice de 60° ao final,
complementado com o rebaixamento do leito em 1,5/2 metros, dando maior eficiência deslocamento
dinâmico das águas pluviais, minimizando o efeito das enchentes.
A foto abaixo mostra as medidas aproximadas do rio através do Google

Acima temos uma imagem na Vila Prudente (Central Plaza) e abaixo Rua São Caetano, no Brás.

Tem o mesmo aspecto, diferentemente do que ocorre com o trecho final até sua foz (abaixo), no rio Tietê.
Tendo e vista rio Tamanduateí desde a divisa com o Município de São Caetano do Sul até a área do Bairro
do Brás, tem uma estrutura definida e com um dimensionamento uniforme em quase todo o seu percurso,
nos dá temos a alternativa de se aproveitando a própria calha do rio, criar uma ferramenta para possibilitar
o trabalho de desassoreamento do leito e reconstrução das paredes laterais do rio de forma econômica e
evitando maiores transtornos para os munícipes que se utilizam das vias de trânsito paralelas ao curso de
água.

O equipamento em si, trata-se da adaptação de uma ponte rolante com duas secções, sendo uma de
trabalho e uma de coleta e descarregamento, que deverá trabalhar sobre as estruturas laterais do rio
Tamanduateí, podendo ser movida por um eixo tracionado pelo gerador do equipamento de trabalho.
As vigas com os suportes deverão ser extensíveis para permitir o ajuste e com suportes pneumáticos que
suportem a dinâmica de trabalho, por volta de 22 Tons.
Na secção denominada área de trabalho, equipamentos de dragagem e de recomposição da lateral do rio
se revezarão nos trabalhos
Na secção denominada de coleta e descarregamento caminhões trucados efetuarão a retirada dos
materiais retirados do leto do rio, bem como, efetuarão o descarregamento de insumos destinados a
reparação das laterais do mesmo.
Os procedimentos para que haja o mínimo de interferência no fluxo de trânsito serão utilizando o sistema
de contra-fluxo, ou seja, no período matutino quando o fluxo de trânsito maior é no sentido do centro as
atividades se direcionarão no sentido do bairro (ABC), e no período da tarde, quando o fluxo é para os
bairros (ABC) as atyvidades se darão no sentido do centro
Adensamento para quem? – O adensamento populacional proposto é claramente antipopular.
Prioriza e estimula o mercado, cuja forma de desconstruir o tecido urbano é conhecida.
De fato o objetivo principal da Prefeitura é o adensamento populacional de 84 para 300 pessoas
no mesmo espaço alteração do regime jurídico da São Paulo Urbanismo (SP-Urbanismo) de
empresa pública para sociedade anônima de economia mista, auferindo sensível acréscimo fiscal.
O projeto contempla melhorias em relação ao sistema de drenagem do vale do rio Tamanduateí
que forma uma grande bacia que se origina nos municípios do A B C em direção do Mercado
Municipal da Capital formando um gargalo que estanca as águas pluviais por ter sua vazão
subdimencionada e agora agravada com o problema do aquecimento global.
Mas por tudo que já vimos aqui uma atitude mais inteligente trará não apenas o enriquecimento
dos cofres municipais, com também, o bem esta da sociedade paulistana.

Isto nos leva eo terceiro e último item de nossa sugestão para o Plano Diretor Metropolitano

A criação de um interceptor de águas pluviais implementadas ao longo da linha férrea, hoje subutilizada e
que tem em suas laterais espaço suficiente para dois interceptores cada, com aduelas de 4m X 4m que
teriam capacidade para 430m³ de água por segundo, indo do Rio dos Meninos na divisa com São Caetano
do Sul, até a antiga estação na linha Cantareira no Brás, aumentando ainda mais a vazão do rio
Tamanduateí

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