LIVRO2 - Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão
LIVRO2 - Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão
LIVRO2 - Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão
instalador
predial de
baixa tensão
Eletricista
instalador
predial de
baixa tensão
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Jair Messias Bolsonaro
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Victor Godoy Veiga
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Mauro Luiz Rabelo
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Tomás Dias Sant’Ana
REITOR
José Arnóbio de Araújo Filho
José Roberto Oliveira dos Santos
Avelino Aldo de Lima Neto
DIRETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
E TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Dante Henrique Moura Wagner de Oliveira
AUTORES
LIVRO AUXILIAR DE MANUTENÇÃO PREDIAL LIVRO OPERADOR DE PROCESSAMENTO LIVRO OPERADOR DE COMPUTADOR
Abraão Jhonny da Costa Brazão DE FRUTAS E HORTALIÇAS Alba Sandyra Bezerra Lopes
Alexandro Vladno da Rocha Adriana Melo Leite Elizama das Chagas Lemos
Carlindo Avelino Bezerra Neto Elisabete Pianco de Sousa Karolayne Santos de Azevedo
Marinaldo Pinheiro de Sousa Neto Emanuel Neto Alves de Oliveira Marcelo Henrique Ramalho Nobre
Thamirys Lorranne Santos Lima
LIVRO OPERADOR DE UNIDADE DE LIVRO ELETRICISTA INSTALADOR PREDIAL
TRATAMENTO DE RESÍDUOS LIVRO NÚCLEO ARTICULADOR DE BAIXA TENSÃO
Amanda Rodrigues Santos Costa João Paulo de Oliveira Aldayr Dantas de Araújo Júnior
Dayana Melo Torres Marcelo Damasceno de Melo Felipe Bento de Albuquerque
Felipe Bento de Albuquerque Maria Helena Silva Soares Jean Carlos da Silva Galdino
Fernando Luiz Figueiredo Marilson Donizetti Silvino
Sativa Barbosa de Brito Lelis Villar Mauro Froes Meyer
Thais Cristina de Souza Lopez Thiago Valentim Marques
Apresentação 05
Práticas de 07
eletricidade
Segurança 71
no trabalho
Instalações 113
elétricas de
baixa tensão
Apresentação
Prezado(a) estudante,
O Projeto EJA INTEGRADA – EPT atende o público jovem e adulto por meio de políticas
afirmativas articuladas às políticas de pesquisa e de extensão e pretende desenvolver
ações comprometidas em contribuir para a elevação da escolaridade e a qualificação
profissional dos estudantes, dentro da perspectiva de construção de uma proposta
de inclusão social. Nesse sentido, objetiva a superação de dificuldades e desafios
na educação básica brasileira, tanto no contexto global como no contexto local
do Rio Grande do Norte. Assim, partimos de uma proposta de educação inclusiva
e emancipatória, em consonância com os princípios de educação humana integral
defendidos no PPP do IFRN.
Você tem em mãos um material de excelência que foi elaborado por professores
específicos dos núcleos tecnológico e articulador, e que lhe proporciona subsídios
valiosos para a construção dos conhecimentos necessários à compreensão dos
conteúdos do curso. Enfim, esperamos que você desfrute das oportunidades de
aprender, neste período em que refletiremos juntos sobre a formação humana
integral ao longo do curso!
[email protected]
7
Apresentação
O objetivo da disciplina de Práticas de Eletricidade é que o estudante conceitue as
principais grandezas elétricas e conheça as suas unidades, fazendo a devida relação
entre elas; aplique as leis da eletricidade visando as instalações elétricas; estude os
circuitos (em série, paralelo e misto) visando a análise de circuitos elétricos; utilize
instrumentos de medição de grandezas elétricas; conceitue o eletromagnetismo
e suas leis; seja apresentado ao conceito de transformadores; e que seja introduzido
os conceitos de corrente alternada e fator de potência.
8
Conceitos Básicos de Eletricidade
Para atender a essa necessidade, o Governo Brasileiro lançou, em 2003, o programa “Luz
para todos”, que tem o objetivo de “acabar com a exclusão elétrica do país”, subsidiando a
construção de infraestrutura elétrica em locais onde, em condições normais, isso não
seria viável economicamente. Atualmente, apenas uma parcela muito pequena da
população não tem acesso à energia elétrica.
Dessa forma, o aumento da demanda requer também aumento da oferta, visto que
o sistema elétrico contempla a geração e transmissão de grandes montantes
de energia elétrica.
9
Nos próximos tópicos, serão apresentados alguns aspectos de como o setor elétrico está
estruturado atualmente entre suas fases de geração, transmissão e distribuição.
Geração
A energia elétrica é produzida por meio da transformação de outra fonte de energia.
Existem muitas fontes energéticas que podem ser utilizadas nessa produção, e o Brasil
explora uma ampla diversidade em sua matriz energética, conforme é possível observar
no figura 1.
10
Geração hidroelétrica
No Brasil, a geração hidroelétrica é predominante e apresenta como princípio
de funcionamento o aproveitamento da energia potencial da água acumulada nos
reservatórios para movimentar uma turbina. Esta, por sua vez, produz energia mecânica
de rotação em um eixo no qual o gerador está ligado, originando a energia elétrica.
Geralmente, a tensão de saída das usinas geradoras que alimentam o país varia entre
tensões da ordem de 6,6 kV, no caso das pequenas usinas, como Pequenas Centrais
Hidrelétricas, até 25 kV, no caso de grandes usinas.
Para realizar a conexão da energia gerada nas linhas de transmissão, que habitualmente
apresentam tensões mais elevadas, é comum haver uma subestação junto à usina,
que permite a elevação da tensão para que seja feita a conexão. Na Figura 2, é mostrada
uma usina hidrelétrica em que a energia mecânica da queda d’água se transforma em
energia elétrica.
Essa característica de elevar a tensão para permitir a conexão à rede não é intrínseca de
usinas hidroelétricas. Usinas de energia elétrica que utilizam outras fontes também
possuem frequentemente subestações que elevam a tensão gerada.
11
Geração termoelétrica
Nas usinas termelétricas, o gerador é acionado pelo vapor de água que sai de uma
caldeira aquecida, conforme é mostrado na Figura 3.
Para aquecer esta caldeira, utiliza-se o calor produzido na combustão de óleo, carvão,
biomassa e o gás natural, sendo esses os combustíveis mais utilizados nas principais
usinas termoelétricas da matriz energética nacional. Assim, temos a transformação de
energia térmica em energia elétrica.
Geração eólica
A geração de energia elétrica por meio dos ventos tem apresentado um crescimento
muito elevado ao longo dos últimos anos no Brasil. Produzir energia elétrica por meio
dos ventos é uma forma de geração renovável e pouco poluidora e, por esse motivo,
essa fonte tem se destacado no setor elétrico. A Figura 4 mostra a Usina de Energia
Eólica Alegria II, que é um parque de produção de energia eólica localizado no município
12
de Guamaré/RN. Com potência instalada de 61 aerogeradores, iniciou suas operações
em 2012.
As placas fotovoltaicas podem ser usadas nos telhados e fachadas nas residências e
edifícios para suprir as necessidades locais de eletricidade (Figura 5), ou podem ser
empregadas na construção de usinas geradoras de eletricidade (Figura 6).
13
Figura 5 – Placas fotovoltaicas para a geração de eletricidade
instaladas no telhado de uma residência.
A energia solar fotovoltaica é uma das fontes de energia cujo uso mais cresce em todo
o mundo.
14
Transmissão
A geração de energia elétrica ocorre normalmente afastada dos centros consumidores,
constituídos por indústrias, comércios, residências, entre outros. Para que a eletricidade
gerada por qualquer um dos meios vistos no item anterior alcance os centros
consumidores, faz-se necessário um complexo sistema de transmissão e distribuição de
energia elétrica.
Dessa forma, é possível afirmar que a transmissão se inicia logo após a geração e finaliza
nas subestações responsáveis pela distribuição. Devido às dimensões continentais do
Brasil e à elevada carga de energia existente em todo o país, há, atualmente, uma
extensa rede de linhas de transmissão, interligando as usinas de geração às regiões
consumidoras, conforme é possível observar na Figura 7.
Em muitas situações, as grandes usinas estão localizadas em pontos afastados dos locais
de consumo, como ocorre na região Norte do país, que possui grandes usinas
hidrelétricas, as quais enviam parte de sua energia gerada às regiões sul e sudeste.
Tal característica é reduzida com a elevação da tensão na saída da usina geradora, que
resulta na diminuição da corrente elétrica, fazendo com que seja possível utilizar um
condutor de menor seção transversal.
15
Figura 7 – Mapa das linhas de transmissão em 2022.
Distribuição
Após percorrer a extensão geográfica existente entre a geração e os centros
consumidores por meio das linhas de transmissão, a energia elétrica chega às Estações
Transformadoras de Distribuição (ETD). As ETDs constituem as subestações que
16
rebaixam os níveis de tensão utilizados na transmissão, permitindo, assim, que seja
iniciada a etapa de distribuição.
No entanto, apesar de menor, o nível de tensão ainda não é o adequado para o consumo
imediato da maioria dos consumidores. Por isso, transformadores são instalados nos
postes ou em câmaras subterrâneas para adequar o nível de tensão disponibilizado para
as residências, comércios, hospitais, escolas e aplicações específicas, como iluminação
pública e sinalização.
17
Figura 8 – Redes primária e secundária de distribuição.
18
Matematicamente, tem-se: 𝐸 = 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴 𝑜𝑢 𝑉 = 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴
Num circuito, indica-se uma tensão por uma seta voltada para o ponto de maior
potencial. Geralmente, utiliza-se o símbolo E para identificar fontes de corrente
contínua (pilhas, baterias e fontes de tensão eletrônicas) e o símbolo V para identificar a
tensão contínua entre terminais de outros dispositivos (resistores, indutores e
capacitores). A Figura 9 mostra a simbologia para identificar fontes de tensão e a tensão
de dispositivos.
19
Figura 10 – Analogia - Eletricidade e Hidráulica.
20
𝐼 = Δ𝑄/∆𝑡. Pelas expressões apresentadas, vemos que o àmpere [A] é a
denominação usual para a unidade de medida de corrente, que é
coulomb/segundo [C/s].
Corrente contínua
As pilhas e baterias têm em comum a característica de fornecer corrente contínua ao
circuito. Isso significa que a fonte de alimentação CC mantém sempre a mesma
polaridade, de forma que a corrente no circuito tem sempre o mesmo sentido. A Figura
12 mostra esse comportamento.
21
Figura 12 – Comportamento corrente contínua.
Corrente alternada
Já a rede elétrica da concessionária fornece às residências e indústrias a corrente
alternada. Nesse caso, a tensão muda de polaridade em períodos bem definidos, de
forma que a corrente no circuito circula ora num sentido, ora no outro. A Figura 13
mostra esse comportamento.
22
Figura 13 – Comportamento corrente alternada.
23
Figura 14 – Analogia comportamento resistência elétrica com hidráulica.
A resistência elétrica é representada pela letra R e sua unidade de medida é o ohm [Ω].
O choque dos elétrons com os átomos provoca a transferência de parte da sua energia
para eles, que passam a vibrar com mais intensidade, aumentando a temperatura do
material. Esse aumento de temperatura do material devido à passagem da corrente
elétrica é denominado efeito Joule.
Resistores
Diversos dispositivos são fabricados para atuarem como resistências fixas em um
circuito elétrico. O resistor é um dispositivo cujo valor de resistência, sob condições
normais, permanece constante. Comercialmente, podem ser encontrados resistores
com diversas tecnologias de fabricação, aspectos e características. Essas variações
ocorrem em função dos materiais utilizados na fabricação dos resistores.
24
O circuito elétrico básico
Um circuito elétrico completo é formado quando uma fonte de tensão é conectada a
uma carga ou dispositivo que converte energia elétrica em outra forma de energia.
Como podemos observar, na figura 15, a corrente passa por uma elevação de potencial E
ao atravessar a fonte (entra no “-” e sai no “+”) e sofre uma queda de Potencial V ao
atravessar a carga (entra no “+” e sai no “-”).
Lei de Ohm
Primeira Lei de Ohm
O circuito mostrado na Figura 16 ilustra uma fonte variável ligada a uma resistência
elétrica. Em paralelo com a resistência, o voltímetro mede a tensão nela aplicada.
Em série com a resistência, o amperímetro mede a corrente que a atravessa.
25
Figura 16 – Circuito elétrico montado para demonstração da primeira Lei de Ohm.
Para cada valor da tensão aplicada à resistência (V1, V2, ... Vn), obtém-se um valor de
corrente diferente (I1, I2, ... In). Fazendo-se a relação entre V e I para cada caso,
𝑉1 𝑉2 𝑉𝑛
observa-se que: 𝐼1
= 𝐼2
=..... = 𝐼𝑛
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. A Figura 17 ilustra essa situação.
Essa característica linear é o que chamamos de comportamento ôhmico, sendo que esse
valor constante equivale à resistência elétrica R do material, cuja unidade de medida é
volt/ampère [V/A] ou, como é denominada comumente, ohm [Ω]. A relação entre
tensão, corrente e resistência é denominada Primeira Lei de Ohm, cuja expressão
matemática é:
𝑉 = 𝑅𝐼
26
Segunda Lei de Ohm
A Segunda Lei de Ohm estabelece a relação entre a resistência de um material com a sua
natureza e suas dimensões. Quanto à natureza, os materiais se diferenciam por suas
resistividades, característica essa que é representada pela letra grega ⲣ (rô), cuja unidade
de medida é ohm.metro [Ω.m]. Quanto às dimensões do material, são importantes o seu
comprimento l, em [m], e a área da seção transversal A, em [m2].
A Segunda Lei de Ohm expressa a relação entre essas características da seguinte forma:
“A resistência R de um material é diretamente proporcional à sua resistividade r e ao seu
comprimento l, e inversamente proporcional à área de sua seção transversal A.”
𝐿
Matematicamente, temos: 𝑅 = ⲣ 𝐴
.
Exemplo
Ligando-se uma lâmpada à tomada de uma residência , uma voltagem de 220V será
aplicada nas extremidades do filamento da lâmpada. Verifica-se, então, que uma
corrente de 2,0A passa pelo filamento.
𝑉 220
𝑅= 𝐼
= 2
= 110Ω
B. Se esta lâmpada for ligada aos pólos de uma bateria que aplica, no filamento, uma
voltagem de 12V, qual será a corrente que passará através dele (suponha que a
resistência do filamento esteja constante)?
𝑉 12
𝐼= 𝑅
= 110
= 0, 11𝐴
C. Quando a lâmpada é ligada a uma outra bateria, verifica-se que uma corrente de 1,5 A
passa pelo filamento. Qual é a voltagem que esta bateria está aplicando à lâmpada?
𝑉 = 𝑅𝐼 = 110 𝑥 1, 5 = 165𝑉
27
pois a corrente elevada produz um calor intenso por efeito Joule e pode danificar a fonte
de alimentação ou provocar incêndio na instalação elétrica.
Δ𝐸
𝑃= Δ𝑡
Onde:
P: potência desenvolvida pelo aparelho em watt (W);
V: diferença de potencial (tensão) aplicada nos terminais do aparelho (V);
i: corrente elétrica que percorre o aparelho (A).
28
2. 𝑃 = 𝑅𝐼² (Efeito Joule)
Onde:
P: potência dissipada na resistência (W);
R: Resistência elétrica (Ω);
I: corrente que circula pela resistência (A).
𝑉²
3. 𝑃= 𝑅
Onde:
P: potência dissipada na resistência (W);
R: Resistência elétrica (Ω);
V: tensão elétrica aplicada à resistência (queda de tensão) (V).
Exemplos
1. Em uma lâmpada comum encontramos as seguintes especificações do fabricante: 60
W; 120 V.
29
A especificação 120V indica que a lâmpada deverá ser submetida a uma tensão com este
valor. Nestas condições, a lâmpada dissipará uma potência de 60W. Se a lâmpada for
ligada em uma tensão superior a 120V, ela dissipará uma potência superior a 60W e,
provavelmente, se queimará. Por outro lado, se a tensão for inferior a 120V, ela
apresentará um brilho inferior ao normal, pois estará dissipando uma potência menor
do que a de 60W.
b. Supondo que esta lâmpada esteja ligada à voltagem adequada (120 V), determine a
corrente que passa em seu filamento.
𝑃 60
𝑃 = 𝑉𝐼→𝐼 = 𝑉
= 120
= 0, 5𝐴
d. Se esta lâmpada for ligada a uma voltagem tal que a corrente que passa em
filamento seja igual a 0,25 A, qual será a potência que ela dissipará?
𝐸 = 𝑃𝑡 = 1, 2 𝑥 5 = 6 𝑘𝑊ℎ
30
Práticas de laboratório
As montagens de laboratório serão feitas com facilidade e sem a necessidade de utilizar
soldas, através da matriz de contatos, também chamada de protoboard.
A protoboard é uma placa de plástico, cheia de furos com ligações internas onde é
possível fazer ligações elétricas. Os furos na extremidade superior e inferior são ligados
na horizontal enquanto as barras do meio são ligadas na vertical, conforme mostra a
Figura 18.
Nesta matriz, existem furos onde podem ser encaixados componentes de modo
a fazerem contato de uma forma específica e, com isso, possibilitar a montagem
de circuitos.
31
Figura 19 – Código de cores dos resistores.
32
2. Determine a sequência de cores para os resistores seguintes:
● 10 kΩ ± 5%:
● 390 kΩ ± 10%:
● 5.6 kΩ ± 2%:
● 56 Ω ± 1%:
● 0.43 Ω ± 2%:
Potenciômetros: são resistores cuja resistência pode ser alternada girando um eixo que
move um cursor de metal sobre uma pista de grafite. Alguns deles não têm eixo, sendo
chamados de trimpot. Abaixo vemos estes componentes.
33
Circuitos elétricos
em corrente contínua
Elementos de um circuito elétrico
Um circuito elétrico consiste de um número qualquer de elementos unidos por seus
terminais, estabelecendo pelo menos um caminho fechado através do qual a carga possa
fluir. A Figura 20 mostra um exemplo de um circuito elétrico.
Ramo
Qualquer parte de um circuito elétrico composta por um ou mais dispositivos ligados
em série é denominada ramo, conforme a Figura 21 ilustra.
34
Figura 21 – Representação de um ramo em um circuito elétrico.
Nó
Qualquer ponto de um circuito elétrico no qual há a conexão de três ou mais ramos é
denominado nó, conforme a Figura 22 mostra
Malha
Qualquer parte de um circuito elétrico cujos ramos formam um caminho fechado para
a corrente é denominada malha, conforme A Figura 23.
35
Figura 23 – Representação de uma malha em um circuito elétrico.
Condutores e isolantes
Os materiais condutores são aqueles que conduzem eletricidade facilmente, como o
cobre, o alumínio e os metais em geral. Já os materiais isolantes ou dielétricos são
aqueles que não conduzem eletricidade, como o ar, a borracha, o plástico, a madeira,
o papel e o vidro.
Quanto mais afastado do núcleo está um elétron, mais fracamente ligado ao átomo ele
está. Nos condutores metálicos, os elétrons da última órbita estão tão fracamente
ligados aos seus núcleos que, à temperatura ambiente, a energia térmica é suficiente
para libertá-los, tornando-se elétrons livres.
Nos isolantes, os elétrons da última órbita estão fortemente ligados aos seus núcleos,
de tal forma que, à temperatura ambiente, apenas alguns conseguem se libertar.
A existência de poucos elétrons livres praticamente impede a condução de eletricidade
em condições normais, conforme é ilustrado na Figura 24.
36
Figura 24 – Representação de materiais condutores e isolantes.
Em geral, fontes de tensão CC podem ser divididas em três tipos básicos: pilhas e
baterias, geradores e fontes de alimentação eletrônicas.
As cargas elétricas são aqueles elementos que recebem energia do circuito, ou seja,
consomem potência. Alguns exemplos de cargas elétricas são os resistores, capacitores
e indutores.
37
Figura 25 – Símbolo padrão de uma fonte de tensão CC.
38
Associação série de resistores
Os resistores, quando estão associados em série (Figura 27), apresentam uma resistência
total equivalente à soma de todas as resistências.
A resistência total equivalente da Figura 27 é igual a soma das duas resistências em série,
ou seja:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2
Nos circuitos com mais de duas resistências, a resistência total equivalente do circuito é
igual a:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 +..... + 𝑅𝑛
39
Figura 28 – Circuito Paralelo de cargas elétricas.
40
Onde n é igual à quantidade de resistores em paralelo existentes no circuito. No caso
específico de dois resistores ligados em paralelo, a resistência equivalente pode ser
calculada pela seguinte equação simplificada:
Voltímetro
O voltímetro é o instrumento utilizado para medir a tensão elétrica (diferença de
potencial) entre dois pontos de um circuito elétrico. Para que o multímetro funcione
como um voltímetro, basta selecionar uma das faixas para medida de tensão (CC ou CA).
Para medir uma tensão, os terminais do voltímetro devem ser ligados aos dois pontos do
circuito em que se deseja conhecer a diferença de potencial, isto é, em paralelo,
podendo envolver um ou mais dispositivos (como mostrado na Figura 30).
Se a tensão a ser medida for contínua (CC), o polo positivo do voltímetro deve ser ligado
ao ponto de maior potencial e o polo negativo, ao ponto de menor potencial. Assim,
o voltímetro indicará um valor positivo de tensão.
41
Figura 30 – Conexão de um voltímetro para uma leitura positiva (+).
Amperímetro
O amperímetro é o instrumento utilizado para medir a corrente elétrica que atravessa
um condutor ou dispositivo de um circuito elétrico. Para que o multímetro funcione
como um amperímetro, basta selecionar uma das faixas para medida de corrente (CC ou
CA). Para medir uma corrente, o circuito deve ser aberto no trecho desejado, ligando o
amperímetro em série, para que a corrente passe por ele (Figura 31).
A corrente que passa por um dispositivo pode ser medida antes ou depois dele, já que a
corrente que entra num bipolo é a mesma que sai. Se a corrente a ser medida for
contínua (CC), o polo positivo do amperímetro deve ser ligado ao ponto pelo qual a
corrente convencional entra, e o polo negativo, ao ponto pelo qual a corrente sai.
42
Figura 31 – Conexão de um voltímetro para uma leitura positiva (+).
Ohmímetros
O instrumento que mede resistência elétrica é chamado de ohmímetro. A medição de
resistência sempre é realizada com o circuito desenergizado (ou desligado), isto é, o
componente que está sendo analisado deve ser retirado do circuito ou um de seus
terminais deve estar desconectado. Se o resistor estiver submetido a qualquer tensão,
isso pode acarretar erro de medida ou até danificar o instrumento. Assim, é necessário
desconectar o dispositivo do circuito para a medida de sua resistência.
43
Exemplos
1. Dois resistores de resistências elétricas iguais a 4Ω e 6Ω, ao serem associados em
série, são percorridos por uma corrente elétrica de intensidade de 2A. Determine:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 = 4 + 6 = 10Ω
𝑉 = 𝑅𝑒𝑞 𝐼 = 10 𝑥 2 = 20𝑉
𝑉 120 𝑉 120
𝐼1 = 𝑅1
= 20
= 6𝐴 𝐼2 = 𝑅2
= 30
= 4𝐴
44
a. A resistência equivalente à associação das resistências R2 e R3.
𝑅2𝑥𝑅3 3𝑥6 18
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅2+𝑅3
= 3+6
= 9
= 2Ω
𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅𝑒𝑞 = 3 + 2 = 5Ω
45
3. Faça a seguinte modificação no circuito 1 da questão anterior e responda as
perguntas.
46
Prática 3 - Lei de Ohm
1. Monte o circuito abaixo para realizar a medição de corrente. Em seguida, varie
a fonte de tensão, conforme tabela abaixo, e anote o valor de corrente para
cada caso.
47
2. Monte o circuito abaixo e faça a medição de tensão em cada resistor, variando
o valor da fonte de tensão e anotando na tabela o valor correspondente.
48
a. Utilizando um multímetro, meça os valores das resistências R1 e R2.
Os valores estão de acordo com a Lei de Ohm?
I3 = I1 + I2 = I4 + I5
49
Capacitores e aplicações
Conceito de capacitor
Um capacitor é constituído por dois condutores isolados (as armaduras), um com carga
positiva e outro com carga negativa, dispostos em paralelo e separados por um material
isolante (ou dielétrico). Utiliza-se como material dielétrico o papel, a cerâmica, a mica, os
materiais plásticos, o vidro, a parafina ou mesmo o ar.
VOCÊ SABIA?
Dielétrico é uma substância isolante que possui alta capacidade de resistência ao fluxo
de corrente elétrica.
50
Figura 33 – Capacitores de diversos tipos.
Onde:
Onde:
51
● A = área das armaduras (placas) medida em metros quadrados (m2);
● d = distância entre as armaduras (placas) medida em metros (m).
Simbologia
É comum encontrarmos vários tipos de símbolos para os capacitores na literatura.
Os símbolos mais comuns são os ilustrados da Figura 34.
Quando se utiliza um símbolo com alguma marcação, como exemplo, um sinal de soma,
uma barra escura ou curva, significa que esse capacitor tem polaridade. A barra escura
ou curva indica o pólo negativo do capacitor.
52
Comportamento elétrico do capacitor
Considere o circuito da Figura 35, com a chave S aberta e com o capacitor inicialmente
descarregado, isto é, vc = 0. Fechando a chave no instante t = 0, a tensão entre as placas
do capacitor cresce exponencialmente até atingir o valor máximo, isto é, vc = E
(Figura 36).
53
da chave e a estabilização da tensão é rápido, mas não instantâneo, sendo denominado
como transitório.
Constante de tempo
O tempo de carga ou de descarga de um capacitor alimentado por uma fonte de tensão,
embora seja muito pequeno, não é instantâneo. Ligando um resistor em série com o
capacitor, como na Figura 37, pode-se retardar o tempo de carga ou de descarga,
fazendo com que a tensão entre os seus terminais cresça ou diminua mais lentamente.
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Introdução à tensão alternada
Conceitos básicos de eletromagnetismo
Campo magnético
O ímã natural é um minério de ferro chamado magnetita, pois foi descoberto na região
de Magnésia. Esse material tem a propriedade de atrair pedaços de ferro, sendo que essa
força de atração surge devido ao campo magnético que ele cria ao seu redor. O ímã
possui dois polos inseparáveis, denominados norte e sul, devido à relação com o campo
magnético terrestre. O campo magnético pode ser definido como sendo a região do
espaço onde uma força age sobre um corpo magnético. A Figura 38 mostra um ímã
permanente e suas linhas de campo.
A força de interação entre dois ímãs pode ser de atração ou repulsão, dependendo dos
pólos que se encontram próximos, podendo ser observada experimentalmente. A lei da
força de interação magnética é:
55
Fluxo magnético
O conjunto das linhas de força que saem do polo norte ou chegam ao polo sul de um ímã
é denominado fluxo magnético, representado pela letra grega ⲫ (fi), cuja unidade de
medida é o weber [Wb].
A medida do fluxo magnético tem como referência a seguinte relação: 1 Wb = 108 linhas
de fluxo.
Força magnetomotriz
O valor do fluxo ⲫ que é desenvolvido em uma bobina depende, como era de se esperar,
da corrente I e do número de espiras N. O produto de N por I é muito importante em
circuitos magnéticos e é descrito pelo termo força magnetomotriz (fmm), que é a força
que causa o fluxo magnético em uma bobina e é análoga à força eletromotriz para
circuitos elétricos.
Ela é especificada pela unidade prática ampère-espira [Ae] e é dada por: fmm = NI.
56
Eletromagnetismo (a experiência de Oersted)
Em 1820, trabalhando em seu laboratório, o cientista dinamarquês H. C. Oersted montou
um circuito elétrico, tendo nas proximidades uma agulha magnética. Não havendo
corrente no circuito (circuito aberto), a agulha magnética se orientava na direção
norte-sul, como já sabemos. A montagem apresentada na Figura 39-a é semelhante
àquela feita por Oersted. Observe que um dos ramos do circuito (o fio AB) deve ser
colocado paralelamente à agulha, isto é, deve ser orientado na direção norte-sul.
57
Indução eletromagnética e indutores
Lei de Faraday (da indução eletromagnética)
Sempre que ocorrer uma variação do fluxo magnético através de um circuito, aparecerá,
neste circuito, uma tensão induzida O valor desta, e, é dado por:
Δⲫ
e= Δ𝑡
Indutores
Como os capacitores, as bobinas (indutores) são componentes extremamente
importantes em muitos circuitos elétricos. Todo condutor percorrido por uma
corrente elétrica cria em torno de si um campo magnético de intensidade proporcional à
intensidade da corrente. Se necessitarmos aumentar a intensidade do campo magnético
sem aumentar a intensidade da corrente, basta enrolar uma ou mais espiras (voltas de
fios) em torno de um núcleo (Figura 40), que pode ser de ar, ferro ou ferrite.
58
em Henry (H), o símbolo que representa essa grandeza é a letra L. Indutância é a
capacidade de armazenar energia no campo magnético do condutor (bobina) percorrido
por uma corrente elétrica. Assim como a capacitância, a indutância depende somente de
fatores geométricos.
A indutância de uma bobina depende da maneira como ela é construída, ou seja, do seu
formato, número de espiras (n) e eventual existência de um núcleo de material ferroso
ou outro material que apresente propriedades magnéticas.
Transformadores
Em diversas instalações elétricas e até mesmo em nossas residências tem-se, muitas
vezes, necessidade de aumentar ou diminuir a voltagem que é fornecida pelas
companhias de eletricidade. O dispositivo que nos permite resolver esses problemas
é o transformador.
59
que desejamos transformar, isto é, que desejamos aumentar ou diminuir. Esta bobina é
denominada enrolamento primário (ou simplesmente primário) do transformador.
60
um fluxo magnético variável atravessa as espiras do secundário e uma voltagem induzida
V2 aparece nos extremos desta bobina.
𝑉1 𝑁1
𝑉2
= 𝑁2
Com esta expressão, é fácil concluir que, se o número de espiras no secundário for
maior do que no primário, isto é, se N2 > N1, teremos V2 > V1. Então, o transformador
está sendo usado para elevar a voltagem. Por outro lado, se tivermos N2 < N1, teremos
V2 < V1, ou seja, o transformador está sendo usado para diminuir a voltagem.
Exemplos
Um transformador foi construído com um primário constituído por uma bobina de 400
espiras e um secundário com 2000 espiras. Aplica-se ao primário uma voltagem
alternada de 120 V. Qual a voltagem que será obtida no secundário?
𝑉1 𝑁1 120 400
𝑉2
= 𝑁2
⇒ 𝑉2
= 2000
⇒ 𝑉2 = 600𝑉
61
Figura 43 – Sinal alternado.
A forma de onda senoidal é utilizada tanto para a geração quanto para a distribuição de
energia elétrica porque permite que ela seja elevada ou reduzida por meio de
transformador.
62
O período da onda senoidal da Figura 44 é de 10 s, ou seja, ela precisa de dez segundos
para completar um ciclo. A unidade de medida do período é o segundo (s) e a grandeza é
representada pela letra T.
1 1
𝑓= 𝑇
= 10
= 0, 1𝐻𝑧
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑡
O valor de pico a pico, Vpp - corresponde à amplitude total entre os dois pontos
máximos (positivo ou negativo) e, portanto, ele é o dobro do valor de pico.
𝑉𝑝𝑝 = 2𝑉𝑝
63
O valor eficaz ou RMS, Vef, VRMS ou V - O valor eficaz ou RMS (Root Mean Square ou
Raiz Média Quadrática) corresponde ao valor de uma tensão alternada que, se fosse
aplicada a uma resistência, dissiparia uma potência média, em watts, de mesmo valor
numérico que a potência dissipada por uma tensão contínua aplicada à mesma
resistência.
𝑉𝑝
𝑉𝑒𝑓 =
2
𝑉𝑚 = 0, 637 𝑉𝑝
A potência aparente é composta por duas parcelas: a potência ativa e a potência reativa.
Sua unidade de medida é o volt-ampère (VA).
Segue na Figura 46 o triângulo de potência, que mostra a relação entre esses três tipos
de potência.
64
Figura 46 – Triângulo de potência.
Fator de potência
A potência ativa é uma parcela da potência aparente, ou seja, ela representa uma
porcentagem da potência aparente que é convertida em potência mecânica,térmica ou
luminosa. Essa relação é denominada de fator de potência.
𝑃
Fator de potência = 𝑆
65
2. Ajuste o gerador de sinais nas frequências especificadas nos quadros abaixo com
uma amplitude pico a pico de 5 V e offset de 0 V para os sinais de forma senoidal,
quadrada e triangular. Meça a frequência, o período e o número de divisões ocupadas
pelo período, preenchendo as tabelas abaixo.
66
4. Construa o circuito mostrado abaixo, no qual o sinal gerado na questão 4 com a
frequência de 10 Hz deve ser utilizado como fonte de alimentação.
PRÁTICA 6 - TRANSFORMADORES
O transformador é um dispositivo capaz de alterar o valor da tensão elétrica em um
circuito por meio de duas ou mais bobinas acopladas em um núcleo de material
ferromagnético. O valor de tensão no secundário do transformador depende do nível de
tensão no primário e da relação de espiras entre os enrolamentos primário e secundário,
expresso através da seguinte equação:
67
1. Ligue o primário do transformador à rede elétrica. Utilizando um multímetro, meça a
tensão e a frequência dos enrolamentos primário e secundário, anotando os valores
na tabela abaixo.
a. Pode um transformador ser alimentado por uma tensão contínua constante? Por
quê?
68
c. A partir do valor obtido na letra B, calcule o valor da corrente no primário do
transformador. Utilize a equação abaixo, onde iP representa a corrente do primário
e iS representa a corrente do secundário.
Resumo
A disciplina de Práticas de Eletricidade aborda os conceitos básicos de eletricidade,
unindo a teoria com a prática. Foram vistos os principais componentes e grandezas,
tanto no âmbito da tensão contínua como da tensão alternada. Práticas de laboratório
introdutórias utilizando instrumentos de medição foram trabalhadas de modo que os
estudantes tenham o contato inicial com as principais formas de medir as principais
grandezas da eletricidade.
69
Referências
ALVARENGA, B.; MÁXIMO, A. Física: Ensino Médio. 1.ed. São Paulo: Scipione v. 3, 2006.
BOYLESTAD, R. L. Introdução à Análise de Circuitos. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2012.
70
71
Apresentação
Olá pessoal, sejam bem-vindos à disciplina de Segurança no Trabalho! Aqui, iremos
trabalhar os preceitos básicos preventivos para o desenvolvimento das atividades
envolvendo eletricidade com o intuito de reduzir o número de acidentes, garantindo a
integridade física do trabalhador.
Inicialmente será feita uma abordagem geral sobre o que é Segurança no Trabalho e
seus fundamentos. Em seguida, falaremos um pouco sobre os riscos e medidas de
controle envolvendo o trabalho com eletricidade, bem como os procedimentos em
instalações desenergizadas. Na sequência, vamos conversar um pouco sobre a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), enfatizando seus objetivos e atribuições,
como também sobre os equipamentos de proteção individual e coletiva. Por fim, vamos
bater um papo sobre os principais documentos utilizados em instalações elétricas.
72
Segurança no Trabalho
Nesse sentido, a segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas
que são adotadas visando minimizar ou prevenir os acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade física e a capacidade de trabalho do
trabalhador (CRESPO, 2012). Entende-se por conjunto de medidas as ações realizadas
para tentar eliminar ou reduzir os riscos ambientais como, por exemplo: treinamentos
educativos, projetos de engenharia, proteção em máquinas e equipamentos, ginástica
laboral, Diálogo Diário de Segurança (DDS), etc (GONDIM, 2016).
Os acidentes de trabalho vão desde uma lesão física como prensamento de dedos ou
luxação até algum dano psicológico, como o stress. Eles podem levar o funcionário ao
absenteísmo.
73
FIQUE POR DENTRO!
74
A prevenção de acidentes é uma atividade perfeitamente ao alcance do ser humano.
Sabemos que uma das mais evidentes características humanas, que nos diferencia dos
demais seres vivos, é a nossa capacidade de raciocínio e de previsão dos fatos e
ocorrências que afetam nosso meio ambiente. Nesse sentido, é muito importante
observar que um acidente não é simples obra do acaso.
75
FIQUE POR DENTRO!
Fonte: <https://www.tagout.com.br/blog/o-que-sao-as-normas-regulamentadoras/>.
Acesso em: 17 mar. 2022
76
A partir de agora, devido à natureza da nossa disciplina, será dado um enfoque maior à
NR 10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade (BRASIL, 2019). Esta norma
estabelece os requisitos e as condições mínimas para a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos que garantam a segurança e a saúde dos trabalhadores
que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade nos seus mais diversos usos e aplicações e quaisquer trabalhos realizados
nas suas proximidades.
● Choque estático (contato com um corpo eletrizado): é o choque obtido pela descarga
de um capacitor, ou seja, gerado a partir do efeito capacitivo, que acumula e retém
energia elétrica, presente nos mais diferentes materiais e equipamentos.
77
Características da corrente elétrica
● Corrente Contínua (CC): para que o choque elétrico possa causar fibrilação
ventricular e morte, as intensidades de corrente devem ser elevadas.
Especificamente, a fibrilação ventricular (ritmo cardíaco anormal e potencialmente
fatal, caracterizado pela contração superficial das câmaras inferiores do coração), só
ocorrerá se a corrente contínua for aplicada durante um instante curto e específico
do ciclo cardíaco.
● Corrente Alternada (CA): para esse tipo de corrente, as frequências entre 20 e 100
Hertz são as que oferecem maior risco. As de 60 Hertz, que são utilizadas nos
sistemas de fornecimento de energia elétrica, são especialmente perigosas, pois
aumentam a possibilidade de ocorrência da fibrilação ventricular. Também há
diferenças de sensações do choque elétrico se a vítima for do sexo masculino ou
feminino.
78
Percurso da corrente elétrica no corpo
O percurso seguido pela corrente elétrica no corpo tem grande influência na gravidade
do choque elétrico, conforme mostra a Figura 2.
Os efeitos do choque elétrico variam conforme sexo, idade e saúde da vítima, sendo
menores para o sexo feminino. Além disso, quanto mais avançada for a idade e mais
debilitada estiver a saúde da pessoa, maiores serão os efeitos. Os meios que criam
condições para que uma pessoa venha a sofrer um choque elétrico são:
79
● Falha na isolação elétrica;
● Pressão;
● Produtos químicos;
● Desgaste mecânico;
● Altas tensões;
● Fatores biológicos.
80
Além das queimaduras, as quedas constituem uma das principais causas de acidentes no
setor elétrico como consequência de choques elétricos. Também são comuns as quedas
decorrentes de: utilização inadequada de escadas, cestas e andaimes, uso inadequado
dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), falta de treinamento dos funcionários,
ataque de insetos e falta de delimitação e sinalização do canteiro do serviço.
Campos eletromagnéticos
Os campos magnéticos são gerados pela passagem da corrente elétrica nos meios
condutores e estão presentes em inúmeras atividades como solda elétrica, rádio,
telefonia celular, fornos microondas e trabalhos com circuitos ou linhas energizadas. Os
trabalhadores ou pessoas expostas que possuem aparelhos eletrônicos em seu corpo
como aparelhos auditivos, marca-passos, dentre outros, precisam de cuidados especiais,
pois estes podem ter seu funcionamento comprometido na presença do campo
magnético (BRASIL, 2019).
Medidas de controle
do risco elétrico
81
● Temporário: ligação elétrica efetiva, confiável e adequada intencional à terra,
destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a
intervenção na instalação elétrica (BRASIL, 2019, p.11).
Esquemas de aterramento
82
PRIMEIRA LETRA
SEGUNDA LETRA
Esquema TN
O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas
ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. São consideradas três variantes
de esquema TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de
proteção, a saber:
83
● Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos,
conforme a Figura 4:
84
● Esquema TN-C-S, no qual as funções de neutro e de proteção são, em parte,
combinadas em um único condutor, conforme a Figura 6:
Esquema TT
O esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as
massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do
eletrodo de aterramento da alimentação, conforme a Figura 7:
85
Esquema IT
No esquema IT, todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é
aterrado através de impedância. As massas da instalação são aterradas, verificando-se as
seguintes possibilidades:
86
Figura 8 – Esquema IT
87
Aterramento temporário
O aterramento elétrico temporário de uma instalação tem por função evitar acidentes
gerados pela energização acidental da rede, propiciando rápida atuação do sistema
automático de seccionamento ou proteção. Também tem o objetivo de promover
proteção aos trabalhadores contra descargas atmosféricas que possam interagir ao
longo do circuito em intervenção.
Esse procedimento deverá ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do ponto
de intervenção do circuito e derivações (se houver), salvo quando a intervenção ocorrer
no final do trecho. O aterramento temporário deve ser retirado ao final dos serviços.
Fonte: https://www.bhseletronica.com.br/disjuntor-diferencial-residual.php.
Acesso em: 09 mai. 2022.
88
Equipotencialização
Para que a corrente elétrica passe através do corpo humano, é necessário que haja uma
diferença de potencial entre duas partes do corpo. No sistema de proteção de
equipotencialização, não há diferença de potencial entre essas partes (são
equipotenciais). Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de
proteção.
89
Procedimentos em instalações
desenergizadas
Desenergização ou seccionamento
A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e controladas,
destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de
trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores
envolvidos.
● Seccionamento;
● Impedimento de reenergização;
90
Bloqueios e impedimentos de reenergização
Bloqueio é a ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de manobra
fixo (chaves, interruptores) numa determinada posição, de forma a impedir uma ação
não autorizada. Geralmente, são utilizados cadeados.
Fonte: https://revistacipa.com.br/voce-utiliza-os-equipamentos-de-bloqueio-e-
etiquetagem-de-forma-correta/. Acesso em: 09 mai. 2022.
Tensão extrabaixa
Como visto anteriormente, a tensão extrabaixa é a tensão não superior a 50 volts em
corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. A
NR-10 não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por tensão extrabaixa (NR-10,
10.14.6).
É definida como:
91
PELV (protected extra-low voltage)
Sistema de tensão extrabaixa que não é eletricamente separado da terra, mas que
preenche, de modo equivalente, todos os requisitos de um SELV.
Os circuitos SELV não têm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas. Os circuitos
PELV podem ser aterrados ou ter massas aterradas.
● Limitação da tensão; ou
Barreiras e Invólucros
O uso de barreiras ou invólucros, como meio de proteção básica, destina-se a impedir
qualquer contato com partes vivas. A barreira é um dispositivo que impede qualquer
contato com partes energizadas das instalações elétricas (por exemplo, telas de
proteção com parafusos de fixação e tampas de painéis). O invólucro é o dispositivo ou
componente envoltório de partes energizadas destinado a impedir qualquer contato
com as partes internas (por exemplo, quadros, caixas, gabinetes, painéis, etc.).
As partes vivas devem ser confinadas no interior de invólucros ou atrás de barreiras que
garantam grau de proteção no mínimo visando impedir que as partes energizadas sejam
acessadas pelos dedos ou pela inserção de objeto de diâmetro igual ou superior 12,5 mm.
92
Isolação dupla ou reforçada: Este tipo de proteção é normalmente aplicada a
equipamentos portáteis (por exemplo, furadeiras elétricas manuais), para permitir uma
confiabilidade maior do que aquela oferecida apenas pelo aterramento elétrico. Deve ser
tomado um cuidado especial com relação aos defeitos nos cabos de alimentação e suas
ligações ao aparelho. Essa proteção é realizada, quando utilizamos uma segunda
isolação, para suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes vivas
do aparelho de suas partes metálicas. O símbolo utilizado para identificar esse tipo de
proteção é mostrado na Figura 11:
Obstáculos: são destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas (por
exemplo, correntes, fitas, cordões, cones, etc.), mas não o contato que pode resultar
de uma ação deliberada de ignorar ou contornar o obstáculo.
93
Separação elétrica
De acordo com a NBR 5410, é uma medida de proteção contra choques elétricos que
consiste no uso de um transformador de separação cujo circuito secundário é isolado da
terra (nenhum condutor vivo aterrado, tampouco o neutro). Ao contrário da proteção
por seccionamento automático da alimentação, ela não se presta a uso generalizado,
sendo uma medida de aplicação mais pontual, de acordo com a sua natureza. Exemplo
de instalações que possuem separação elétrica são salas cirúrgicas de hospitais.
Objetivo e constituição
De acordo com a NR-5, a CIPA tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho
com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. É constituída por
representantes do empregador (indicados) e dos empregados (eleitos), em igual número,
sendo composta por titulares e suplentes. Após a eleição, a CIPA deverá ser registrada
no Ministério do Trabalho. O mandato dos membros eleitos para a CIPA terá a duração
de um ano, sendo permitida uma reeleição.
94
Organização e atribuições
Segundo a NR-5 (BRASIL, 2021, p. 2), a CIPA tem por atribuição:
95
Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) e Equipamentos
de Proteção Coletiva (EPC)
96
CAPACETE
Fonte: https://www.ggkitborrachas.com.br/produtos/capacete-seguranca-acoplado-
protetor-facial-abafador.php. Acesso em: 09 mai. 2022.
CAPUZ
97
ÓCULOS
Fonte: https://safetytrab.com.br/produto/oculos-de-seguranca-rj-incolor-poli-
ferr-ca-34082/. Acesso em: 09 mai. 2022.
PROTETOR FACIAL
PROTETOR AUDITIVO
Fonte: https://zonaderisco.blogspot.com/2017/07/protetores-auditivos-vida-util-e.html.
Acesso em: 09 mai. 202.
98
RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR
Fonte: https://www.profiltros.com.br/produtos/filtro-de-ar/respirador-purificador-
de-ar-com-filtro. Acesso em: 09 mai. 2022.
LUVA
A luva isolante de borracha é utilizada para proteção das mãos e braços contra choque
em trabalhos e atividades com circuitos elétricos energizados. Deve ser usada com a
luva de vaqueta como cobertura para protegê-la de qualquer atrito, já que é fina e pode
se rasgar facilmente.
99
CREME PROTETOR
Fonte: https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/seguranca/epira-
equipamentos-de-seguranca/produtos/seguranca-e-protecao/cremes-e-
protetores-para-pele. Acesso em: 09 mai. 2022.
MANGAS
100
CALÇADOS
Fonte: https://vienairon.com.br/seguranca-em-foco/protecao-para-os-pes/.
Acesso em: 09 mai. 2022.
CALÇAS
101
MACACÃO
Fonte: https://www.lojadoepi.com/produtos/conjunto-eletricista-nr-10-anti-chama-
com-faixa-refletiva/?pf=gs&gclid=CjwKCAjw9-KTBhBcEiwAr19igwbCc9CGoXM5x6JkNbEC
tVblCrmOyADIkI9Cl2As9AFTbE547uIVEhoCvNkQAvD_BwE. Acesso em: 09 mai. 2022.
CONJUNTO
Fonte: https://www.ggkitborrachas.com.br/produtos/conjunto-impermeavel-
seguranca.php. Acesso em: 09 mai. 2022.
102
VESTIMENTA DE CORPO INTEIRO
DISPOSITIVO TRAVA-QUEDA
103
CINTURÃO
Fonte: https://www.superepi.com.br/cinturao-de-seguranca-com-talabarte-duplo-
em-y-vicsa-vic20529-vic23605-ca35-613-p1050510. Acesso em: 09 mai. 2022.
Fonte: http://www.deck.com.br/a4e64/cone-de-sinalizacao-50-e-75-cm.
Acesso em: 09 mai. 2022.
104
CORRENTE DE SINALIZAÇÃO
Fonte: https://safeparksinalizacao.com/produtos/detalhes/corrente-plastica-zebrada-
elo-grande/?gclid=CjwKCAjw9-KTBhBcEiwAr19igw54p9N9MUtCJ-IELrq5yBwrS5vxRuvKC
QEpyPMHKfdOg2ybikW0bhoCKz8QAvD_BwE. Acesso em: 09 mai. 2022.
FITA DE SINALIZAÇÃO
Fonte: https://safeparksinalizacao.com/produtos/detalhes/fita-zebrada-200m/?gclid=
CjwKCAjw9-KTBhBcEiwAr19igwWECYV_KNgS3bWLrw6mvbJvzqS-N6xGmpC86HpQm61iO
Qei-Kc0kRoCGhoQAvD_BwE. Acesso em: 09 mai. 2022.
105
GRADE DOBRÁVEL/CAVALETE
Fonte: https://www.iw8.com.br/produto/placa-cavalete-barreira-
perimetral-isolamento- contencao-sinalizacao.html. Acesso em: 09 mai. 2022.
SINALIZADOR ESTROBO
106
BANQUETA ISOLANTE
107
DISPOSITIVO BLOQUEIO E ETIQUETAGEM
Fonte: https://www.tagout.com.br/blog/4-razoes-para-incluir-o-
processo-de-bloqueio- e-etiquetagem-na-operacao/. Acesso em: 09 mai. 2022.
108
As normas técnicas referem-se aos esquemas de aterramento, que consistem da forma
como os circuitos elétricos se relacionam com o potencial de terra (TN, TT e IT), tratado
na NBR 5410 no item 4.2.2.2.
Documentação de instalações
elétricas
De acordo com a NR-10 (BRASIL, 2019, p. 1) (itens 10.2 – Medidas de Controle e 10.14 –
Disposições Finais):
109
c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
110
Resumo
Segurança no Trabalho é o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar ou
prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como proteger a
integridade física e a capacidade de trabalho do trabalhador que se encontra sob riscos
ambientais. Os procedimento de segurança em instalações e serviços envolvendo
eletricidade é regido pela NR-10, que estabelece os requisitos e condições mínimas,
objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam
em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Além dessa, tem-se a NR-5 (CIPA) e
a NR-6 (EPI) que contribuem ainda mais para aumentar o nível de segurança nos
serviços com eletricidade, garantindo, assim, que todos os trabalhadores adotem um
comportamento seguro, sem desafiar os riscos originários desta atividade.
111
Referências
ABNT. NBR 5410: Instalações elétricas em baixa tensão. Rio de Janeiro: Associação
Brasileira de Normas Técnicas, 2004. Disponível em: <https://docente.ifrn.edu.br/
jeangaldino/disciplinas/2015.1/instalacoes-eletricas/nbr-5410>. Acesso em: 16 mar. 2022.
ARAÚJO, Wellington Tavares de. Manual de segurança do trabalho. São Paulo: DCL,
2010.
GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. 4ª ed. São Paulo:
LTr, 2008.
112
113
Apresentação
Prezado aluno,
Você já se deparou com um fio pendurado, uma lâmpada queimada, uma tomada
quebrada, uma instalação em curto-circuito? Mas como isso é possível? Como ocorre?
Como se resolve? Quem resolve? Nesta disciplina você obterá respostas para essas e
mais algumas questões que envolvem as práticas de Instalações Elétricas de Baixa
Tensão. Ela é parte importantíssima para a formação do eletricista a medida que
apresenta fundamentos teóricos e práticos visando o dimensionamento e a
especificação de materiais elétricos utilizados em edificações alimentadas com energia
elétrica de baixa tensão, bem como a instalação e a manutenção delas, além de fornecer
ferramentas para a elaboração, a interpretação e a execução de projetos de instalações
elétricas de baixa tensão. Nesse sentido, esta disciplina tem como objetivo contribuir na
sua formação como profissional de eletricidade, para que você seja capaz de projetar,
executar e reparar instalações elétricas de baixa tensão residenciais ou comerciais, em
consonância com as normas técnicas da ABNT e com as normas regulamentadoras da
concessionária local, prezando pela segurança e em conformidade com os desenhos e
projetos da instalação.
Geração
A geração de energia elétrica se dá através de usinas elétricas de fontes hidráulicas,
térmicas, nucleares, eólicas e solares, em sua maioria de forma centralizada, mas a
114
geração distribuída tem crescido nos últimos anos. Neste segmento do setor elétrico,
atuam os poderes públicos e a iniciativa privada como autoprodutores ou produtores
independentes.
Matriz elétrica
A matriz elétrica é formada pelo conjunto de fontes disponíveis apenas para a geração
de energia elétrica em um país, estado ou no mundo. A matriz elétrica brasileira é
formada em grande parte por fontes renováveis, pois grande parte da energia elétrica
gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas. A Figura 1 apresenta o balanço de energia
elétrica nacional feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), dados de 2021 (BEN,
2021); (EPE, 2022).
Transmissão
É a transmissão da energia da geração até a distribuição ou consumo final, que é feita
por empresas públicas ou privadas que detém os lotes de transmissão. No Brasil,
o sistema de transmissão de energia elétrica é constituído por várias linhas de
transmissão interconectadas e espalhadas por todo o país. Esse sistema interligado
é denominado de SIN (Sistema Interligado Nacional).
115
Linhas de transmissão
As linhas de transmissão são utilizadas para transportar grandes quantidades de energia
elétrica da usina, normalmente localizadas distante dos consumidores finais, até os
centros consumidores. Elas têm origem na subestação elevadora nas proximidades da
usina e acabam nas subestações abaixadoras nos centros consumidores.
Distribuição
A distribuição é feita pela concessionária local responsável pela distribuição da energia
elétrica ao consumidor final e começa após a redução dos seus níveis de tensão.
Ela opera em rede elétrica primária – redes de média tensão para atender grandes
consumidores – ou em redes secundárias – redes de baixa tensão para atender os
consumidores residenciais. Estas redes proporcionam condições para que a energia
elétrica chegue até o consumidor. A Figura 2 mostra em detalhes o sistema elétrico
desde a geração até o consumo final.
116
Comercialização
Consiste na compra e venda de energia elétrica. No setor elétrico brasileiro, as
negociações acontecem em dois ambientes de contratação de energia: Ambiente de
Contratação Regulada – ACR e Ambiente de Contratação Livre – ACL. Estes ambientes
objetivam atender os consumidores cativos e os consumidores livres. De uma forma ou
de outra, a comercialização de energia está intimamente ligada à participação dos
setores no consumo de energia elétrica nacional, conforme apresentado no gráfico
da Figura 3.
Condutores elétricos
São materiais com propriedade de conduzir a energia elétrica (condutividade).
Em instalações elétricas, esses materiais possuem o metal como principal componente.
O metal mais utilizado na fabricação de condutores elétricos para instalações
residenciais, comerciais e industriais é o cobre. Porém, existem outros materiais que
117
também possuem elevada condutividade, como chumbo, bronze, alumínio, platina, latão,
prata e ouro. Destes, o alumínio também tem uso frequente em instalações elétricas.
O condutor elétrico flexível é o preferido nas instalações elétricas residenciais, por ser
de mais fácil passagem no interior de eletrodutos. Como o caminho por onde os
condutores passam pode conter curvas nos condutos e encontros nas caixas de
passagem instaladas, nas paredes ou no teto da edificação, a utilização de fios rígidos
torna-se uma tarefa difícil. Os condutores com isolação possuem materiais isolantes
aplicados sobre o condutor, característica importante que permite isolar os fios de
outros condutores e do ambiente, protegendo as pessoas, os equipamentos e a própria
fiação contra ações mecânicas. Tal isolação pode conter uma ou mais camadas de
materiais isolantes e alguns tipos específicos possuem, ainda, camadas de materiais
semicondutores com a finalidade de concentrar o campo elétrico dentro do fio.
118
Especificações de condutores
Em relação à escolha, cada condutor é construído especificamente para a aplicação.
Por exemplo, a depender da tensão, os condutores podem ser para baixa, média ou alta
tensão (em nosso curso, focaremos nos condutores para baixa tensão).
Independentemente do uso do condutor (se para uso geral ou se para uso específico),
eles devem atender à seção mínima, à capacidade de condução de corrente elétrica,
entre outros. Para especificar os condutores adequados, precisamos da previsão de
cargas da instalação elétrica e precisamos conhecer a extensão do circuito e os tipos de
dutos em que eles serão alojados. Com essas informações, será possível definir o modelo
do condutor e sua seção transversal, bem como o tipo de isolamento necessário etc.
Assim, para cada aplicação, devemos especificar o tipo de condutor, a classe de
encordoamento, o material isolante e a classe de isolação de acordo com
a norma específica.
Emenda de condutores
As emendas de fios e cabos são estratégias que permitem a união de dois ou mais
condutores de um circuito. Elas devem garantir a passagem de corrente entre os
condutores sem provocar aquecimento excessivo, a resistência mecânica suficiente para
o tipo de instalação e o isolamento, no mínimo, igual ao dos condutores emendados.
Alguns tipos mais utilizados são e suas aplicações são:
Esses tipos de emendas podem ser visualizados na Figura 5. Uma vez emendado,
o processo de junção dos condutores é concluído soldando e isolando com fita isolante.
Quando necessário, acomode também a caixa de passagem.
119
Figura 5 – Tipos de Emendas de condutores de eletricidade.
Conexões
Para conexão entre condutores elétricos e os bornes de um elemento da instalação,
como dispositivos de proteção e controle, por exemplo, ou barramentos de um quadro
de distribuição, devemos fazer um olhal no condutor, conforme mostrado na Figura 6.
120
A utilização de conectores elétricos, quando possível, é uma excelente opção para
fazer a ligação do condutor com outros elementos da instalação elétrica. Existem vários
modelos disponíveis de conectores, escolhidos de acordo com a bitola do fio e a sua
aplicação. A Figura 7 mostra alguns tipos de conectores elétricos disponíveis
no mercado.
Fonte: <https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/embalagens/hellermann
tyton/produtos/eletroeletronica/terminais-eletricos>. Acesso em: 12 de março de 2022.
121
Eletrodutos
Eletroduto é o elemento da instalação elétrica destinado a abrigar os condutores
elétricos (condutos), protegendo-os de ações mecânicas, químicas, elétricas e térmicas
(Cervelin e Cavalin, 2008).
A opção por um tipo ou outro de eletroduto depende da sua aplicação, por exemplo:
o eletroduto corrugado flexível geralmente é utilizado em paredes pela facilidade que
apresenta quando da execução da instalação elétrica, enquanto o eletroduto rígido é
mais utilizado em ambientes externos, lajes e pisos. O dimensionamento dos condutos
será abordado adiante.
Dispositivos de comandos
das instalações elétricas
Os dispositivos de comando permitem o controle dos circuitos elétricos de forma
segura e eficiente. Eles permitem ligar e desligar os circuitos e são fundamentais, por
exemplo, para o controle da iluminação de uma edificação. Assim, o comando é a ação
122
destinada a efetuar a manobra que, por sua vez, é a mudança na configuração de um
circuito de forma manual ou automática. A operação de um dispositivo de comando
é a movimentação dos contatos móveis do seu circuito principal de uma posição para
a outra (COTRIM, 2003).
Dispositivos de proteção
das instalações elétricas
As instalações elétricas devem conter dispositivos que garantam a segurança de pessoas,
animais domésticos e bens contra danos que possam resultar da sua utilização e de sua
degradação. Todas as instalações elétricas estão sujeitas a ações que podem ocasionar
acidentes. Assim, os dispositivos de proteção das instalações elétricas exercem um papel
fundamental na garantia da funcionalidade do sistema e na segurança das pessoas e
123
animais domésticos em quaisquer condições de operação. Eles são classificados em
dispositivos de proteção contra sobrecorrentes e contra choques elétricos (CERVELIN;
CARVALIN, 2008). Alguns dispositivos de proteção podem ser vistos na Figura 10, com
destaque para os fusíveis e seus diversos tipos e para os disjuntores.
Fusíveis
Os fusíveis são os dispositivos de proteção de mais simples construção. Eles funcionam
a partir da fusão do elemento fusível (elo) devido à passagem de uma elevada corrente
124
elétrica. O elo do fusível que se encontra internamente ao corpo do fusível pode ser
visto na Figura 11. Ele é um fio ou uma lâmina, geralmente de cobre, prata, estanho,
chumbo ou liga, que aparece de diversas formas, a depender de sua corrente nominal
(COTRIM, 2003). Assim, quando o fusível é submetido a uma corrente superior à
nominal, a sua temperatura interna se eleva. Caso esta temperatura atinja a temperatura
de fusão, o elo se rompe e o fusível abre, impedindo a passagem de corrente por ele.
O preço é uma vantagem da utilização dos fusíveis, mas em compensação, eles são
descartados em eventuais trocas (são descartáveis). As trocas de fusíveis podem gerar
perda de tempo nas manutenções, já que é necessário requisitar os novos fusíveis antes
da substituição. Eles são classificados de acordo com a tensão de operação (baixa ou
alta) e de acordo com a sua resposta (rápida ou retardada).
125
4. Seccionador Minized - utilizado na manobra e proteção de circuitos elétricos, com os
minifusíveis Neozed, suportam correntes nominais de até 63 A e tensão de 400 V.
Eles são compactos, podendo ser: mono, bi ou tripolares.
Disjuntores
Os disjuntores são dispositivos de manobra e proteção que interrompem a passagem
da corrente na ocorrência de uma corrente elétrica elevada. Eles incorporam a mesma
função do fusível, com a vantagem de poder ser reutilizado após um evento de desarme,
o que não é possível com os fusíveis.
126
Figura 13 – Vista interna do disjuntor tipo DIN.
127
Figura 14 – Disjuntor Diferencial Residual.
Quando um dispositivo DDR como da Figura 14 percebe uma corrente de falta, Id, a
corrente de retorno, I2, não será mais igual a corrente de entrada, I1. Essa diferença
produz um fluxo magnético resultante diferente de zero que induz uma corrente
elétrica, I3, no enrolamento de detecção. A corrente de detecção I3 produz um fluxo
magnético no relé maior que o gerado pelo ímã permanente, fazendo o relé atuar e,
consequentemente, desligando o circuito.
Relé térmico
O relé térmico de sobrecarga pode ser definido como um dispositivo que atua para
correntes acima da corrente nele ajustada. Ele é um dispositivo que protege os motores
elétricos de possíveis anomalias, como o sobreaquecimento devido a sobrecorrente. Ele
funciona pelo princípio da deformação, dilatação térmica diferencial, de uma lâmina
bimetálica. Assim, o relé térmico é ligado em série com as fases que alimentam o motor.
Caso o valor da corrente esteja acima do valor ajustado no relé, o par bimetálico se
aquecerá e se deformará, resultando na abertura dos contatos do relé e a consequente
128
abertura do circuito do motor. Os componentes principais do relé de sobrecarga são
exibidos na Figura 15.
Choque elétrico
É uma perturbação acidental que semanifesta no organismo humano, quando
percorrido por uma corrente elétrica.A gravidade do acidente está ligada às
características físicas da corrente e condições do acidente, tais como:natureza da
corrente (contínua/alternada); frequência;resistência do corpo humanoà passagem da
corrente elétrica, percurso da corrente pelo corpo; e tempo de duração da passagem.Os
perigos do choque elétricopodem ser mais danosos se a corrente transitar com maior
intensidade pelo coração.O choque elétrico pode ser estático ou dinâmico, sendo este
caracterizado por se tocar em um elemento da rede de energia elétrica. A NR-10 traz
que: “...a tensão de toque é a tensão elétrica existente entre os membros superiores e
inferiores do indivíduo, devido a um choque dinâmico”, conforme ilustrado na figura 16.
129
Figura 16 – Choque elétrico.
Devemos considerar como choque elétrico a tensão de passo que surge entre os pés de
uma pessoa devido à diferença de potencial entre eles. A tensão de passo só ocorre em
altas tensões, pois apenas ela é capaz de romper o dielétrico (isolação) do solo. Para
tanto, é necessária uma descarga elétrica de grande potencial no solo em um
determinado ponto, devido, por exemplo, a uma descarga atmosférica ou um cabo
partido em contato com o solo. A Figura 17 apresenta exemplos de situações em que uma
tensão alta ou uma descarga elétrica produzem, ao longo do seu raio de ação, uma ddp
(diferença de potencial) responsável pelo choque.
130
O mínimo de corrente elétrica que uma pessoa pode perceber é de 1 mA, quando em
contato com a energia elétrica. Em situações em que uma pessoa fica submetida a
corrente de 10 mA, ela perde o controle dos músculos, sendo difícil abrir as mãos para se
livrar do contato. A faixa de valor mortal de corrente em nosso corpo está entre 10 mA e
3 A. A Figura 18 apresenta alguns efeitos físicos do choque elétrico em nosso corpo.
131
Figura 19 – Tipos de alicates.
As chaves de fenda são importantes para conexão dos cabos nos diversos dispositivos
da instalação elétrica. As pequenas são utilizadas em pequenos parafusos que prendem
os condutores em terminais de interruptores e tomadas e as maiores, para os parafusos
que fixam os interruptores nas caixas embutidas e os espelhos das tomadas e
interruptores. As chaves estrela ajudam na instalação dos disjuntores e outros
componentes das instalações elétricas. Alguns exemplos destas ferramentas são
exibidos na Figura 20.
132
medir a corrente de uma determinada fase sem a necessidade de abrir o circuito e com
segurança. Na Figura 21, podemos conhecer algumas destas ferramentas.
O passa fio é formado por um fio chato preso a um suporte, enrolado em seu estado de
repouso, com tamanhos padronizados de 10, 15, 20 e 30 metros de comprimento. A sua
ponta traz um pequeno gancho para prender o condutor ou o conjunto de condutores
antes de puxar por dentro dos condutos.
133
Utilização de esquemas elétricos
O esquema elétrico pode ser definido como a representação gráfica e simbólica dos
circuitos. Em uma instalação elétrica, seja comercial, industrial ou residencial,
utilizamos esquemas elétricos para elaborar e executar os projetos elétricos. Nestes,
encontramos todas as informações da instalação. A finalidade de um projeto elétrico
residencial é trazer a previsão detalhada da instalação; determinar os tipos, quantificar
e localizar os componentes da instalação; definir o trajeto dos condutores e eletrodutos;
e quantificar os materiais necessários para a sua execução (CERVELIN; CAVALIN, 2008).
134
Figura 23 – Diagrama multifilar do comando de uma lâmpada
por um interruptor simples.
135
Duas ou mais lâmpadas com interruptor simples
Semelhante ao acionamento de uma lâmpada por um único interruptor, este esquema
permite comandar, ao mesmo tempo, duas ou mais lâmpadas através de um único
interruptor. A Figura 25 mostra, em diagrama multifilar, como executar esta ligação.
Note que as lâmpadas estão ligadas em paralelo, de forma que, quando uma acender,
a outra também acenderá.
136
Figura 26 – Lâmpada comandada por dois pontos distantes.
137
Acionamento de uma campainha
O esquema elétrico é semelhante ao acionamento de uma lâmpada por um interruptor
simples. A diferença é que a carga não é mais uma lâmpada ou um conjunto de lâmpadas,
mas sim um dispositivo sonoro, e o interruptor não é mais do tipo retentivo, mas sim do
tipo pulsante. O esquema do acionamento de uma campainha pode ser conferido na
Figura 28.
138
Figura 29 – Acionamento automático da lâmpada - Fotocélula.
139
Figura 30 – Tomadas de 10A e 20A.
Para a conexão das tomadas ao circuito terminal de tomadas, conectamos cada um dos
condutores (fase, neutro e terra) nos conectores aparafusados de cada tomada. Todas as
tomadas devem ter as três conexões conectadas corretamente, como mostra a Figura 31.
140
Tomadas de Uso Geral (TUGs)
As Tomadas de Uso Geral (TUGs) são utilizadas para conectar aparelhos móveis
(portáteis) nas instalações elétricas residenciais (Figura 32).
Instalação de lâmpadas
Para se alimentar uma lâmpada, de qualquer que seja o seu tipo, são necessários a fonte
de alimentação de tensão ou corrente (contínua ou alternada), os condutores que levam
a energia até a lâmpada e o comando da lâmpada, como um interruptor simples, por
exemplo. Com todos estes elementos devidamente conectados, quando o interruptor é
141
fechado, a corrente flui pelos condutores até chegar à lâmpada, fazendo com que ela
acenda e ilumine.
Lâmpadas incandescentes
As lâmpadas incandescentes são compostas por: filamento, ampola, gás de enchimento
e base. Elas operam através do aquecimento de um fio fino de tungstênio pela passagem
de corrente elétrica. A opção pelo filamento de tungstênio deve-se ao seu alto ponto de
fusão e baixo ponto de vaporização. Tal filamento é espiralado para aumentar a
eficiência da lâmpada. Mesmo assim, apenas dez por cento de toda a energia consumida
142
por essa lâmpada é transformada em luz, enquanto o resto se transforma em calor,
impondo a elas uma baixa eficiência luminosa.
As lâmpadas de halogénos (Figura 36) são uma evolução das lâmpadas incandescentes,
graças à inclusão de um halogénos no gás de enchimento e a mudança do material do
invólucro para um tipo especial de quartzo. Essa modificação proporcionou a diminuição
no tamanho da lâmpada, aumentando sua eficiência. O tempo de vida e a temperatura
de operação desta lâmpada também aumentaram. Ela é utilizada com frequência em
refletores.
143
Figura 36 – Lâmpadas de Halogénos.
Fonte: <https://www.lojalabluz.com.br/lampada-halogena-150w-78mm-110v-r7s.html>.
Acesso em 24 de março de 2022.
Lâmpadas de LED
Diferentemente das lâmpadas incandescentes, as lâmpadas LED não possuem filamento
no seu interior. Elas são lâmpadas compostas por um ou mais diodos emissores de luz –
LED ou chips de LEDs. Os LEDs precisam de controle de corrente contínua, sendo
necessária uma fonte de alimentação apropriada ou driver. Alguns chips de LEDs
necessitam de dissipador de calor, uma vez que são afetados negativamente pela alta
temperatura. Este tipo de lâmpada têm uma vida útil maior, pois não produz calor
elevado e sua eficiência elétrica também é melhor quando comparada às lâmpadas
incandescentes e fluorescentes. Tais lâmpadas estão substituindo gradativamente
as lâmpadas eletrônicas no uso doméstico. As principais partes destas lâmpadas são
apresentadas na Figura 38. Note que o drive (placa eletrônica) é internamente instalado
nesta lâmpada.
144
Figura 37 – Principais elementos das lâmpadas de LED.
Fonte: <https://pro-inova.com/como-funciona-uma-lampada-led/>.
Acesso em: 13 de abril de 2022.
145
Lâmpadas fluorescentes
Lâmpadas fluorescente tubular, são lâmpadas que utilizam descarga elétrica através
de um gás. É uma lâmpada de descarga de baixa pressão. Ela é formada por um tubo
cilíndrico de vidro revestido de material fluorescente (cristais de fósforo) contendo
vapor de mercúrio em seu interior e, em suas extremidades, eletrodos de tungstênio.
Elas são produzidas na faixa de 15 a 110 W e necessitam de um reator para seu
funcionamento, e alguns modelos, precisam de um starter para garantir a sua partida.
Atualmente os reatores eletrônicos produzem uma frequência elevada, facilitando a
partida da lâmpada. As lâmpadas fluorescentes são utilizadas na iluminação geral
e seus principais elementos podem ser vistos na Figura 39.
146
Figura 40 – Tipos de lâmpadas fluorescente compacta.
Fonte: <https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/lampadas-fluorescentes.html>.
Acesso em: 04 de abril de 2020.
Lâmpadas de descarga
Lâmpada vapor de mercúrio
A lâmpada de vapor de mercúrio possui bulbo semelhante ao da lâmpada incandescente
e operação semelhante à fluorescente. Sua descarga elétrica acontece sob a mistura de
vapor de mercúrio com pequena quantidade de argônio, atingindo altas pressões
internas durante o funcionamento. Não necessitam de dispositivos especiais para serem
ligadas, apenas de um reator. São usadas na iluminação pública e na iluminação de
pátios, estacionamentos, áreas livres, depósitos, onde a reprodução precisa de cores não
é exigida. Sua principal vantagem é o custo-benefício e tempo de vida útil.
147
A lâmpada de luz mista é derivada da lâmpada de mercúrio. Ela possui um filamento
de tungstênio (age como reator para a descarga) associado em série com um tubo de
descarga, consistindo numa ampola com gás revestida na parede interna por uma
camada fluorescente. É uma lâmpada de vapor de baixo rendimento que pode ser ligada
diretamente à rede elétrica, sem a necessidade de reator e/ou ignitor.
REPRODUÇÃO TEMPO
COR EFICIÊNCIA POTÊNCIA
DE COR REATOR IGNITOR PARA
APARENTE LM/W W
IRC AQUECER
Branco
VAPOR DE 3 50 a
Moderada Sim Não azulado 40 a 63
MERCÚRIO minutos 2.000
Intermediária
VAPOR Branca 3 250 a
Excelente Sim Sim 75 a 95
METÁLICO Fria minutos 2.000
0a2
LUZ MISTA Moderado Não Não Intermediária 19 a 28 160 a 500
minutos
VAPOR DE
SÓDIO Branca 5
Pobre Sim Sim 70-130 50 a 1.000
ALTA quente minutos
PRESSÃO
148
conectado como acionador da lâmpada. Note que ele possui três condutores
conectados, sendo dois nos condutores fase e neutro da rede elétrica e outro conectado
direto na lâmpada, que é o retorno. Ao perceber movimento o condutor fase, o sensor
fará o contato elétrico com o retorno, ligando a lâmpada.
Instalação de acessórios
Luminárias
As luminárias são acessórios da iluminação que, com as lâmpadas conectadas, servem
para complementar a luz do ambiente, escondendo ou dando ênfase a detalhes do
cômodo, da decoração, etc... As luminárias podem ser de sobrepor ou de embutir,
mas ambas são conectadas eletricamente ao neutro e a fase da instalação elétrica.
Os modelos mais comuns de luminárias para as residências são: plafon, pendente,
lustres, spots, arandelas, luminárias de chão e de mesa.
Plafon
O plafon é aquele tipo de luminária que é instalada bem próxima ao teto. Para instalar
um plafon, parafusam-se os condutores fase e neutro da instalação nos conectores do
receptáculo do acessório, em seguida acomoda-se os condutores na caixa de passagem
no teto e prende-se o plafon na alvenaria ou gesso.
149
Pendentes
A instalação de pendentes é muito parecida com a instalação dos plafon, a diferença é
que o receptáculo dos pendentes é localizado mais afastado do teto e mais próximo dos
pontos a serem iluminados, devido aos longos fios que possui. Eles também são
conectados a dois fios, o neutro e o retorno da instalação.
150
Figura 42 – Quadro de distribuição.
151
1. Em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
2. Em reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas
e instalações análogas; e
3. Em canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias.
Projeto elétrico
O projeto elétrico deve quantificar, determinar os tipos e localizar os pontos de
utilização de energia elétrica; dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos
condutores e condutos, bem como os dispositivos de medição, comando e proteção.
O objetivo do projeto elétrico é garantir a transferência de energia da fonte às cargas
(pontos de luz, tomadas de uso geral ou específico que alimentam os equipamentos
residenciais, comerciais e industriais) de forma segura, econômica e de acordo com as
normas técnicas aplicáveis.
152
Algumas informações preliminares são importantes para a concepção do projeto
elétrico, podendo ser encontradas:
Além das informações acima, devemos observar a existência e localização das vigas,
pilares, tubulações hidráulicas, etc., como restrições do projeto. Não menos importante
que as informações preliminares, as informações do proprietário da obra ajudam na
determinação dos pontos de utilização, na previsão de cargas atuais e futuras na e
existência de aparelhos especiais e de uso específicos antes de iniciarmos as etapas
dos projetos.
153
17. Detalhamento de materiais com especificações técnicas;
18. Elaboração de serviços a serem executados e procedimentos de execução;
19. ART – Anotação de Responsabilidade Técnica;
20. Aprovação pela concessionária.
A carga instalada deve ser calculada com base na declaração fornecida pelo
consumidor e nas potências médias dos equipamentos padronizadas pela
concessionária. Algumas concessionárias possuem a opção de preenchimento
e cálculo on-line da carga instalada para um consumidor individual (Figura 43).
Fonte: <https://servicos.neoenergiacoelba.com.br/servicos-ao-cliente/
Pages/RenovaLigacaoNova.aspx>. Acesso em: 30 de março de 2022.
154
O cálculo da carga instalada de uma unidade consumidora é efetuado pelo somatório
das potências nominais da iluminação, aparelhos eletrodomésticos, motores e demais
equipamentos elétricos em condições de entrar em operação e seu resultado expresso
na potência ativa em kW (NEOENERGIA, 2021) (ver tabela constante na Figura 43).
155
Multifilar
O diagrama multifilar apresenta os componentes da instalação e os seus contatos de
forma próxima e alinhados, em que a representação dos condutores se mostra mais
detalhada. Com ela, é possível visualizar todas as ligações de um componente aos demais
itens da instalação. A desvantagem deste tipo de representação aparece em circuitos
mais complexos. A Figura 45 apresenta o diagrama multifilar do acionamento de uma
lâmpada por um único comando. Note que, neste diagrama, cada condutor é
representado por um traço que será utilizado na ligação de outros componentes.
Previsão de cargas:
iluminação e pontos de tomada
Para se iniciar um projeto elétrico, deve-se fazer um levantamento das potenciais de
cada elemento da instalação (iluminação e tomadas) a ser instalado, possibilitando,
assim, determinar a potência total prevista para a instalação. A previsão de cargas do
circuito deve seguir as prescrições da NBR 5410.
156
utilização a serem alimentados, com suas respectivas potências nominais
e, em seguida, consideradas as possibilidades de não-simultaneidade de
funcionamento destes equipamentos, bem como capacidade de reserva
para futuras ampliações (NBR 5410).
1. A potência nominal absorvida dada pelo fabricante de cada carga deve ser
a considerada;
2. As cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação
da ABNT NBR 5413;
3. Para os aparelhos fixos de iluminação a descarga, a potência nominal a ser
considerada deve incluir a potência das lâmpadas, as perdas e o fator de potência
dos equipamentos auxiliares;
157
4. Os critérios mínimos fixados para pontos de iluminação em locais de habitação são:
○ Prever pelo menos um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor
de parede;
PONTOS DE
CÔMODO MEDIDAS (m) ÁREA (m2) CRITÉRIO POTÊNCIA (VA)
LUZ
158
Na Tabela 2, podemos acompanhar os cálculos das áreas de cada cômodo, seus
respectivos números de pontos de luz e a potência de iluminação de cada cômodo
conforme a NBR 5410. Nesta fase, é preciso atentar para a geometria das áreas para não
errar nos cálculos e para a definição dos pontos de luz das áreas externas (varanda),
que conforme a NBR 5410, ficam a critério do instalador/projetista.
● Varanda de qualquer área deve conter no mínimo 1 tomada de 100 VA. Admite-se
que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próximo ao seu
acesso, quando, por causa da construção, ela não comportar ponto de tomada;
● Salas e dormitórios devem conter no mínimo 1 tomada para cada 5m, ou fração de
perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível. No caso de salas de
estar, é possível que um ponto de tomada seja usado para alimentação de mais de
um equipamento. Por isso, é recomendável equipá-las com a quantidade de
tomadas necessárias;
● Demais dependências devem conter no mínimo 1 ponto de tomada para cada 5m,
ou fração de perímetro, se a área da dependência for superior a 6m², devendo
esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível. Quando a área do
cômodo ou da dependência for igual ou inferior a 2,25m², admite-se que esse
ponto seja posicionado externamente ao cômodo ou à dependência, no máximo a
80 cm da porta de acesso;
159
● Para halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como
casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais análogos, deve ser previsto
no mínimo um ponto de tomada de uso geral. Aos circuitos terminais respectivos
deve ser atribuída uma potência de no mínimo 1000VA;
PERÍMETRO POTÊNCIA
CÔMODO MEDIDAS (M) CRITÉRIO TUGS
(M) (VA)
BANHEIRO 2,40 X 1,50 7,8 Área < 6m² 1 600
BANHEIRO 2,40 X 1,50 7,8 Área < 6m² 1 600
COZINHA 4,00x1,50+1,10x2,90 13,1 3,5m+3,5m+3,5m+2,6m 4 1900
HALL 1,00 X 2,40 6,8 Área < 6m² 1 100
QUARTO 1 3,00 X 3,40 12,8 5m+5 m+2,8m 3 300
QUARTO 2 3,00 X 3,00 12 5m+5m+2m 3 300
SALA DE
4,20 X 5,20 18,8 5m+5m+5m+3,8m 4 400
ESTAR
SALA DE
3,50 X 4,00 15 5m + 5m + 5m 3 300
JANTAR
SUÍTE 3,50 X 3,00 13 5m + 5m + 3m 3 300
VARANDA 2,00x4,50+4,50x1,50 22 - 1 100
TOTAL - - - 24 4.900
160
OBSERVAÇÃO
Às vezes, estes pontos não são tomadas, mas apenas caixas de ligação,
como é possível constatar nos pontos para chuveiros elétricos.
161
APARELHOS POTÊNCIAS NOMINAIS TÍPICAS
Condicionador de ar split 10.000 BTU/h 1.350 W
Condicionador de ar split 12.000 BTU/h 1.450 W
Condicionador de ar split 15.000 BTU/h 2.000 W
Condicionador de ar split 18.000 BTU/h 2.100 W
Congelador/freezer 350 a 500 VA
Cortador de grama 800 a 1.500 W
Depurador de ar 100 a 500 W
Esterilizador 200 W
Exaustor de ar para cozinha residencial 300 a 500 VA
Ferro de passar roupa 800 a 1.650 W
Fogão elétrico – potência por boca 2.500 W
Forno elétrico 4.500 W
Forno de micro-ondas 1.200 VA
Geladeira 150 a 500 VA
Grelha 1.200 W
Lavadora de pratos 1.200 a 2.800 VA
Lavadora de roupas 770 VA
Liquidificador 270 W
Máquina de costura 60 a 150 W
Microcomputador 200 a 300 VA
Máquina de lavar roupas 600 a 2.000 W
Retroprojetor 1.200 W
Secador de cabelo 500 a 1.200 W
Secadora de roupas 2.500 a 6.000 W
Televisor 75 a 300 W
Torradeira 600 a 1.600 W
Torneira 2.800 a 4.500 W
Torradeira 500 a 1.200 W
Triturador de lixo 300 W
Ventilador portátil 60 a 100 W
162
Note que a potência nominal fornecida nos aparelhos por alguns fabricantes
já é a potência ativa. Nesses casos, podemos utilizá-la diretamente no cálculo
da potência total.
163
Com os valores calculados de potência de iluminação e de tomadas de uso geral (TUGs),
convertemos de potência aparente (VA) para potência Ativa (W) e adicionamos a
potência de tomadas de uso específico (TUEs), para se calcular a potência total
(Tabela 6).
164
e representa a simultaneidade de uso dos equipamentos desta instalação ao indicar em
que quantidade eles são usados ao mesmo tempo.
IMPORTANTE
165
Aqui, utilizaremos o fator de demanda da seguinte forma:
Dessa forma, obtemos que a demanda máxima dos circuitos de iluminação e tomadas
de uso geral do nosso exemplo é 4.500 W.
166
Desta forma, encontramos que a demanda máxima das tomadas de uso específico
é 9.800W.
167
Distribuição de circuitos e quadro de cargas
Segundo a NBR 5410, a instalação elétrica de uma residência deve ser dividida em
circuitos terminais. A divisão da instalação facilita a manutenção e reduz interferências
entre pontos de luz e tomadas. Dimensionar um circuito terminal é determinar a seção
dos condutores e a corrente nominal do dispositivo de proteção contra sobrecorrentes.
As recomendações para estabelecer a quantidade de circuitos independentes são:
3. Todo ponto de tomada com utilização prevista para alimentar equipamento com
corrente nominal superior a 10 A, de modo exclusivo ou ocasional, deve constituir
um circuito independente;
1. Dois circuitos de iluminação, uma vez que facilitam a manutenção, evitando desligar
toda a iluminação, nesse caso.
3. Seis circuitos independentes, um para cada chuveiro elétrico e um para cada aparelho
de ar-condicionado.
É importante lembrar que a divisão de circuitos foi feita seguindo as orientações da NBR
5410. Em um projeto prático, pode-se optar por uma quantidade menor de circuitos
168
conforme a necessidade. A Tabela 10 também apresenta o cálculo das correntes de
projeto de cada circuito terminal.
CORRENTE DE
CIRCUITO
CÔMODOS POTÊNCIA (VA) PROJETO
TERMINAL
CALCULADA - IC
300 +100+600+600 =
5- Tomadas Suíte, Hall e Banheiros 1.600/ 220 = 7,27A
1.600
6- Circuito
Chuveiro 5.600 / 1 5.600 / 220 = 25,45 A
Independente
7- Circuito
Chuveiro 5.600 / 1 5.600 / 220 = 25,45
Independente
8- Circuito
Condicionador de Ar 1.000 / 0,92 1.087 / 220 =4,95 A
independente
9- Circuito
Condicionador de Ar 1.000 / 0,92 1.087 / 220 =4,95 A
independente
10- Circuito
Condicionador de Ar 1.000 / 0,92 1.087 / 220 =4,95 A
independente
169
dos chuveiros elétricos, por se tratar de carga resistiva, o fator de potência
considerado foi 1.
A NBR 5444/1989 – era a norma brasileira que tratava dos símbolos gráficos para
instalações elétricas prediais, mas ela foi cancelada pela ABNT em 10/11/2014, que
atualmente recomenda a utilização das normas internacionais: NBR IEC 60617 e NBR IEC
60417 em substituição. Contudo, a NBR 5444 continua sendo referência na simbologia
elétrica residencial, pela sua facilidade de compreensão, por não existir outra norma
brasileira que a substitua e pela inexistência das normas NBR IEC 60617 e NBR IEC em
português. Porém, a utilização da NBR 5444 ou da NBR IEC 60617 e NBR IEC 60417 não é
uma obrigação. Afinal, como toda simbologia deve ser especificada na legenda do
projeto, então o profissional pode optar por utilizar uma simbologia própria. Aqui
utilizaremos a NBR 5444.
Ponto de
Quadro parcial de Luz
Tomada meia
e Força aparente
altura
Ponto de
Ponto de Luz no teto
Tomada alta
Interruptor
Ponto de Luz na parede
simples
170
Interruptor
Ponto de luz embutido no teto paralelo
Interruptor
Campainha
intermediário
Eletroduto
embutido no
teto ou na
Condutores:
parede
Neutro
Fase
Terra No piso
Retorno
Tubulação
campainha,
som...
171
1. A localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos e indicações
dos circuitos a que estão ligados e a localização dos quadros e centros de distribuição
(Figura 47); e
Fonte: adaptado de
<http://www.lapsi.eletro.ufrgs.br/~luizfg/disciplinas_IEPrediais_arquivos/ENG04482_aula_
11_Esquemas_Instalacoes.pdf>. Acesso em: 01 de abril de 2020.
172
Figura 48 – Localização dos condutores e circuitos na planta baixa.
Especificação da cablagem
e eletrodutos dos circuitos internos
Após a localização e trajeto dos condutores e condutos, precisamos informar as suas
respectivas seções e dimensões e os tipos e valores nominais dos dispositivos de
manobra e proteção, com as correntes de projeto calculadas (Ic) de cada circuito
terminal, apresentadas na Tabela 10, e seus respectivos fatores de agrupamento.
O fator de agrupamento de um circuito é encontrado em função do maior número
de circuitos que estão agrupados em um mesmo eletroduto.
173
Figura 49 – Planta com circuitos terminais e localização dos condutores.
Para o nosso exemplo, e conforme distribuição dos circuitos (Figura 49), o agrupamento
dos circuitos ficou como mostrado na Tabela 12.
MAIOR Nº DE CIRCUITOS
CIRCUITO FATOR DE
CÔMODOS AGRUPADOS NO MESMO
TERMINAL AGRUPAMENTO
ELETRODUTO
Sala de estar, Sala de jantar,
1– Iluminação 3 0,70
Cozinha e Varanda
Quarto 1, Quarto 2, Suíte, Hall
2- Iluminação 3 0,70
e Banheiros
3- Tomadas Cozinha 1 1
Quarto 1, Quarto 2, Sala de
4- Tomadas 3 0,70
estar, Sala de jantar e Varanda
5- Tomadas Suíte, Hall e Banheiros 2 0,80
174
MAIOR Nº DE CIRCUITOS
CIRCUITO FATOR DE
CÔMODOS AGRUPADOS NO MESMO
TERMINAL AGRUPAMENTO
ELETRODUTO
6- Circuito Chuveiro
1 1
Independente
7- Circuito Chuveiro
1 1
Independente
8- Circuito Condicionador de Ar
2 0,80
independente
9- Circuito Condicionador de Ar
2 0,80
independente
10- Circuito Condicionador de Ar
1 1
independente
Circuito de Alimenta o quadro de
1 1
distribuição distribuição vindo do medidor
175
Para determinar o valor da corrente de projeto corrigida (Ib), dividimos a corrente (Ic)
dos circuitos terminais, calculada anteriormente, pelo respectivo fator de agrupamento
encontrado.
CORRENTE DE CORRENTE DE
FATOR DE
CIRCUITO TERMINAL PROJETO PROJETO
AGRUPAMENTO
CALCULADA - IC CORRIGIDA- IB
1 – Iluminação 3,72 A 0,70 5,30 A
2 - Iluminação 3,54 A 0,70 5.05 A
3 - Tomadas 8,63 A 1 8,63 A
4 - Tomadas 6,36 A 0,70 9,08 A
5 - Tomadas 7,27A 0,80 9,08 A
6 - Circuito
25,45 A 1 25,45 A
independente
7 - Circuito
25,45 A 1 25,45 A
independente
8 - Circuito
4,95 A 0,80 6,20 A
independente
9 - Circuito
4,95 A 0,80 6,20 A
independente
10 - Circuito
4,95 A 1 4,95 A
independente
11 - Circuito de
68,42 A 1 68,42 A
distribuição
176
Tabela 15 – Tipos de linhas elétricas.
B2: 1,5De ≤ V ≤
Condutores isolados em eletroduto de seção
22 20De
circular em espaço de construção
B1: V ≥ 20De
Cabo multipolar em eletroduto (de seção
61 circular ou não) ou em canaleta D
não-ventilada enterrado(a)
Cabos unipolares em eletroduto (de seção
61A não-circular ou não) ou em canaleta não D
ventilada enterrado(a)
177
Para o nosso projeto exemplo, vamos considerar que eletrodutos são de seção circular
e estão embutidos nas lajes e paredes de alvenaria e que estamos utilizando condutores
isolados. Dessa forma, usa-se o método de instalação 7 da Tabela 14, cujo método de
referência é B1. Para o circuito de distribuição, o método de instalação é o 61A da Tabela
15 e método de referência D.
A Tabela 16 é uma versão resumida da tabela existente na norma NBR 5410, contando
apenas com os valores mais comuns em instalações residenciais. Os dados desta tabela
se aplicam a condutores de cobre com isolação de PVC e temperaturas de 70°C nas
temperaturas ambiente de referência: 30°C (ar) e 20°C (solo).
178
IMPORTANTE
De posse das correntes corrigidas de cada circuito terminal (Tabela 14) e sabendo que o
método de referência que devemos utilizar é B1, encontramos os valores de seção
mínima para cada circuito terminal (Tabela 17). Porém, a norma NBR 5410 determina a
prevalência do critério que define as seções mínimas para os condutores de acordo com
a sua utilização, ou seja: 1,5mm² para Iluminação e 2,5mm² para alimentação de pontos
de tomadas, circuitos independentes e distribuição.
179
IMPORTANTE
Com as seções dos condutores dos circuitos terminais dimensionadas, o passo seguinte
é dimensionar os eletrodutos. O valor nominal dos eletrodutos é o tamanho do seu
diâmetro externo. Recomenda-se que os condutores não ocupem mais que 40% da área
útil dos eletrodutos, de forma que possa permitir com facilidade a passagem dos
condutores no seu interior.
180
Figura 50 – Definição do diâmetro do eletroduto.
SEÇÃO
NÚMERO DE CONDUTORES DENTRO DO ELETRODUTO
NOMINAL (MM²)
2 3 4 5 6 7 8 9 10
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20 Tamanho
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25 nominal do
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25 eletroduto
6 16 20 20 25 25 25 25 30 30 (mm)
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
70 40 40 50 60 60 60 75 75 75
95 40 50 60 60 75 75 75 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85
150 50 60 75 75 85 85
185 50 75 75 85 85
240 60 75 85
181
O dimensionamento dos eletrodutos do nosso exemplo apontou para eletrodutos de 20
mm na maioria dos trechos, conforme Figura 51.
Para o dimensionamento do DR, a sua corrente nominal (In) deve ser maior ou igual à
corrente do disjuntor. Na maioria das vezes, nas instalações elétricas residenciais ou
similares, a corrente diferencial residual nominal (IDn) do dispositivo DR é de 30 mA.
182
Tabela 20 – Dimensionamento dos dispositivos de proteção.
Os valores de corrente máxima que cada circuito suporta (Iz) foram obtidos a partir
da Tabela 16.
Categoria de atendimento
e entrada de serviço
Monofásico
O fornecimento monofásico é feito por meio de dois condutores, sendo um fase e outro
neutro, com valores nominais de tensão de 127 V ou 220 V. Este tipo de fornecimento,
normalmente, é utilizado nos casos em que a potência ativa total da instalação é inferior
183
a 10 kW para tensão de fornecimento 220/127 V e 15 kW para tensão de fornecimento
380/220 V (NEOENERGIA, 2021).
Bifásico
O fornecimento bifásico é feito a três por meio de dois condutores fases e um condutor
neutro, com tensão nominal de 110 ou 127 V entre fase e neutro e de 220 V entre fase e
fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que a potência ativa total da instalação é
maior que 18 kW para tensão de fornecimento 220/127 V e inferior a 40 kW para tensão
de fornecimento 380/220 V (NEOENERGIA, 2021).
184
Trifásico
O fornecimento trifásico é feito por meio de quatro condutores, sendo três condutores
fase e um condutor neutro, com tensão de 110 ou 127 V entre fase e neutro e de 220 V
entre fase e fase. Normalmente, é utilizado nos casos em que as instalações possuem
carga instalada até 75 kW e demanda de 75 kVA para tensão de fornecimento 220/127 V
ou 380/220 V. Equipamentos que apresentam potências superiores às definidas nas
normas da Cosern são submetidos a estudo específico para o fornecimento
(NEOENERGIA, 2021).
Entrada de serviço
Uma vez determinado o tipo de fornecimento, pode-se determinar também o padrão
de entrada. A entrada de serviço compreende desde o ponto de derivação na rede de
distribuição secundária até o ponto de conexão nos bornes do medidor (NEOENERGIA,
2021). Cada unidade consumidora é atendida através de uma única entrada de serviço e
um só ponto de entrega. Com o padrão de entrada pronto e definido, de acordo com as
normas técnicas, é dever da concessionária fazer uma inspeção. Se a instalação estiver
correta, a concessionária instala e liga o medidor e o ramal de ligação.
185
O ponto de entrega
O ponto de entrega é a conexão do sistema elétrico da concessionária com as
instalações de energia do cliente, sendo o ponto até o qual a concessionária se
responsabiliza pela execução dos serviços, pela operação e manutenção, devendo
situar-se no local onde forem instalados os equipamentos de medição.
Padrão de entrada
O padrão de entrada é a instalação que compreende o ramal de entrada, poste particular
ou pontalete, caixa de medição, dispositivo de proteção, eletrodo de aterramento e
ferragens, preparada de forma a permitir a ligação de uma unidade consumidora à
rede da concessionária.
Ramal de ligação
O ramal de ligação e os equipamentos de medição (medidores, transformadores de
corrente e acessórios) são de responsabilidade da concessionária de energia. Já a
entrada de serviço (poste, caixa para medição, eletrodutos, condutores do ramal de
entrada, dispositivo de proteção, armação secundária, isolador e outros) são de
responsabilidade do consumidor. A Figura 55 mostra o ponto de entrega, o ramal de
ligação, circuito de distribuição e circuitos terminais, medidor e ponto de aterramento
de uma instalação elétrica residencial.
Ramal de entrada
O ramal de entrada é o conjunto de condutores e acessórios que liga o ponto de entrega
à medição.
186
Figura 55 – Ponto de entrega padrão – Neoenergia.
Fonte: <https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/
files/Manual_Prysmian_1_0%20%281%29.pdf>. Acesso em: 05 de abril de 2020.
Com o padrão de entrada feito e o medidor e ramal de serviço ligados, a energia elétrica
fornecida pela concessionária estará disponível e poderá ser utilizada.
Aterramento elétrico
Aterramento é a ligação intencional de um condutor à terra. Ele objetiva assegurar
sem perigo o escoamento das correntes de falta e fuga para terra, satisfazendo as
necessidades funcionais das instalações e de segurança das pessoas. Em uma instalação
elétrica, o aterramento pode ser de dois tipos: aterramento funcional e aterramento
de proteção.
Tipos de aterramento
Aterramento funcional consiste na ligação à terra de um dos condutores do sistema
(o neutro), com o objetivo de garantir o funcionamento correto, seguro e confiável
da instalação.
187
Aterramento de proteção consiste na ligação à terra das massas e dos elementos
condutores estranhos à instalação (carcaças dos motores e transformadores, quadros
metálicos etc.), com o único objetivo de proporcionar proteção contra choque elétrico
por contatos indiretos.
IMPORTANTE
Esquemas de aterramento
A NBR 5410 designa os esquemas de aterramento através de um conjunto de letras,
em que cada uma delas possui um significado na composição do nome do tipo
de aterramento:
188
em relação à terra ou através de uma impedância de aterramento, a fim de limitar a
corrente de curto-circuito para a terra.
● A segunda letra indica a situação das massas em relação à terra, em que T é o usado
quando as massas são diretamente aterradas, independentemente de eventual
aterramento de um ponto de alimentação, e N quando as massas são ligadas
diretamente ao ponto de alimentação aterrado, normalmente, é o ponto neutro.
● Outras letras eventualmente são usadas para indicar a disposição do condutor neutro
e do condutor de proteção, que são: S, usado quando as funções de neutro e de
condutor de proteção são realizadas por condutores distintos, separados; e C, quando
as funções de neutro e de condutor de proteção são combinadas num único
condutor, denominado condutor PEN.A Tabela 19 apresenta os esquemas de
aterramento de forma simplificada.
Esquemas TN
O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado e as massas são
ligadas a esse ponto por meio de condutores de proteção. Existem três variações do
esquema TN, conforme disposição dos condutores neutro e de proteção.
Esquema TN-S
No esquema TN-S, os condutores neutro e proteção são distintos (N e PE). Esse
esquema é comumente utilizado em instalações elétricas prediais, por torná-las mais
eficientes e seguras, favorecendo a atuação dos dispositivos de proteção (dispositivos
189
DR). A Figura 57 apresenta este esquema de ligação. Nela, é possível perceber a
separação entre os condutores N e PE e a conexão das massas diretamente
no condutor PE.
Esquemas TN-C
No esquema TN-C, as funções de neutro e proteção são combinadas em um único
condutor em toda instalação, conforme pode ser visto na Figura 58.
190
A NBR 5410 admite o uso de um mesmo e único condutor para as funções de condutor
de proteção e neutro (PEN) somente em instalações fixas, desde que sua seção não seja
inferior a 10mm². O esquema TN-C não admite o uso de dispositivos DR e apresenta
perigo em situações de rompimento do condutor PEN, uma vez que existe a
possibilidade de energização da massa do equipamento.
Esquema TN-C-S
No esquema TN-C-S, as funções neutro e proteção são combinadas em um único
condutor em determinado trecho do circuito e separadas posteriormente, conforme
pode ser visto na Figura 59.
O esquema TN-C nunca deve ser utilizado a jusante do sistema TN-S e sua proteção
deve ser garantida por dispositivos DR, por ser o único meio adequado para proteção
contra choques elétricos.
Esquemas TT
No esquema TT, o ponto de alimentação do condutor neutro está diretamente aterrado
e as massas da instalação estão ligadas a um ou mais eletrodos de aterramento
independentes do aterramento da alimentação. Na Figura 60, é possível verificar
a independência entre o aterramento da entrada e o aterramento da massa.
191
Figura 60 – Esquema TT.
Esquema IT
No esquema IT, não existe ponto da alimentação diretamente aterrado, de forma que ele
é isolado da terra ou aterrado por uma elevada impedância (Z) e as massas são aterradas
diretamente por eletrodos, como se pode notar na Figura 61.
192
Figura 61 – Esquema IT.
No esquema IT, a corrente resultante de uma falta fase-massa não possui, geralmente,
intensidade suficiente para fazer a proteção atuar, o que pode representar risco de
choque por contato indireto em caso de toque na massa energizada, devido às
capacitâncias da linha em relação à terra, principalmente se forem considerados
alimentadores longos, sendo o DR o dispositivo mais indicado para a proteção contra
contatos indiretos. Neste esquema, a proteção deverá atuar em uma falta de fase-massa
em duas fases distintas. O seu uso é recomendado onde é indispensável a continuidade
do serviço (hospitais, indústrias etc).
193
de cobre de 13 mm de diâmetro (mínimo) e 2.400 mm de comprimento e demais
características conforme ABNT NBR 13571. O ponto de ligação do condutor de
aterramento na haste deve estar protegido com massa e deve existir a conexão do
condutor de aterramento com o neutro. O aterramento do neutro e das massas é
obrigatório para todas as instalações elétricas, conforme estabelecido na ABNT NBR
5410. A concessionária local exige que toda unidade consumidora, incluindo as
destinadas ao fornecimento provisório ou temporário, deve ser dotada de sistema
de aterramento (NEOENERGIA, 2020).
IMPORTANTE
194
Tabela 22 – Constituição de um SPDA.
195
O projetista é quem define o método de captação considerando a arquitetura e impacto
visual do SPDA sobre a edificação; a existência de volumes sobre a cobertura e de
elementos metálicos naturais como telhas metálicas e a necessidade de manutenção
(CEVERLIN; CAVALIN, 2013).
Este método consiste em considerar uma projeção do captor, com base em um ângulo
predefinido pelo nível de proteção, em que todos os elementos internos ao cone
imaginário, gerado pelo ângulo de proteção, são considerados protegidos Figura 64.
196
Figura 64 – Captação pelo método do ângulo de proteção.
197
Método esfera rolante
O método da esfera rolante se baseia na delimitação do volume de proteção dos
captores de um SPDA. Em geral, é o método utilizado para a proteção de subestações
de potências em áreas externas.
Sistemas híbridos
Aos sistemas de proteção que utilizam uma mescla dos métodos apresentados acima
(BARBOSA, 2014).
198
CUIDADOS NA EXECUÇÃO DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA.
2. Teste sempre o circuito antes de trabalhar com ele, para ter certeza
de que não está energizado;
199
Resumo
Prezado aluno, você saberia identificar os componentes elétricos de uma instalação?
Você saberia calcular as bitolas dos fios de uma instalação elétrica? Como fazer para
dimensionar os disjuntores de um circuito elétrico de uma residência? Como reparar
uma instalação com defeito? Essas e muitas perguntas, que são parte do fazer de um
eletricista instalador de baixa tensão, são estudadas neste material, o qual aborda os
conceitos e procedimentos para projetar, executar e reparar uma instalação elétrica
de baixa tensão conforme as normas técnicas, em especial a ABNT 5410. Durante o texto,
exploram-se os conteúdos fundamentais para o dimensionamento dos itens constantes
de uma instalação elétrica, bem como as suas características técnicas e funcionais.
A instalação elétrica é apresentada desde o ponto de entrega da concessionária até os
dispositivos de proteção, aterramento e SPDAs.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13571 - Haste de aterramento
aço-cobreada e acessórios. Rio de Janeiro, 1996.
200
BARBOSA, Tássia. Proteção contra descargas atmosféricas de edificações utilizando a
ferragem estrutural. Monografia. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais - CEFET/MG. Departamento Acadêmico de Engenharia Elétrica, 2014, 56f.
Disponível em: <https://www2.dee.cefetmg.br/wp-content/uploads/sites/18/2017/
11/TCC_2014_2_TDBarbosa.pdf>. Acesso em 04 de abril de 2022.
201
COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. Prentice-Hall. 4ª ed. São Paulo, 2003.
CREDER, H. Instalações elétricas. Livros Técnicos e Científicos. 14ª ed. Rio de Janeiro,
2002.
202