O Cangaço

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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO DOM JOSÉ ELIAS CHAVES

DISCENTES:

EMILLY ARAUJO

EVILLY ARAUJO

KARLA SOUZA

LUDMYLLA SOUZA

O CANGAÇO

A HISTÓRIA E A CULTURA DO CANGAÇO

PACAJÁ-PA
2023
DISCENTES:

EMILLY ARAUJO

EVILLY ARAUJO

KARLA SOUZA

LUDMYLLA SOUZA

O CANGAÇO

A HISTÓRIA E CULTURA DO CANGAÇO

TRABALHO DE HISTÓRIA PRELECIONA SOBRE

O CANGAÇO APRESENTADO NA INSTITUIÇÃO

DE ENSINO DOM JOSÉ ELIAS CHAVES.

ORIENTADORA: ANTÔNIA BORDÔ

PACAJÁ-PA
2023
CONTEXTO HISTÓRICO

No final do século XIX, o Brasil passava por profundas transformações políticas e sociais
derivadas de acontecimentos marcantes desse período. Sobretudo, o país ainda enfrentava
graves problemas que repercutiam na sociedade por meio do aumento da pobreza, da fome, da
falta de acesso à Justiça, entre outros.
Nas zonas interioranas do Brasil, o poder de grandes famílias sobre a população era
evidente, e o que se presenciava era o monopólio da terra nas mãos de poucos e a exploração
intensa dos sertanejos. Essas grandes famílias mandavam na população pobre como uma
espécie de Estado paralelo, e a disputa de interesses, muitas vezes, resultavam em violência.
Esse cenário se sustentava por meio da troca de interesses, e, assim, representantes do Estado,
como policiais e políticos, por exemplo, atuavam apenas como defensores dos interesses
dessas poucas famílias. Logo, era perfeito para a existência de banditismo, isto é, para o
surgimento de grupos de bandidos armados que atuavam atacando propriedades e cidades,
roubando o que fosse possível e assassinando aqueles que se colocassem em seu caminho. A
pobreza, a inexistência do Estado, a falta de perspectivas e, muitas vezes, o desejo por
vingança serviam de motivadores para esses grupos.
Na segunda metade do século XX, o Nordeste brasileiro presenciou o surgimento de
grupos de bandidos que atacavam propriedades e cidades em pequenos grupos. Eram os
cangaceiros, membros de um dos fenômenos mais conhecidos do Brasil: O cangaço dura até a
década de 1930, só termina após uma ampla campanha instituída por Getúlio Vargas. Até
aquele momento o cangaço era mantido pelos próprios latifundiários, pois esses se
beneficiavam dos movimentos e grupos que preferiam associação e proteção e para isso lhes
faziam serviços como a cobrança de impostos, ou ações violentas para garantia de voto. Com
Vargas os cangaceiros passam a ser considerados como desordem à paz nacional e por isso
inimigo, públicos declarados.
Assim, no final do século XIX já se notava o surgimento de cangaceiros no nordeste do
país. No entanto, o movimento do cangaço adquiriu maior coerência e organização no inicio
do século XX.

A DIVISÃO NO CANGAÇO

Em 1889 o Brasil enfrentava dificuldades principalmente a humilde população do


Nordeste que sofria com o alto índice de miséria e fome. As terras e rendas concentravam- se
nas mãos dos fazendeiros, enquanto a maior parte da população vivia as margens. Cenário
esse que propiciou o surgimento do cangaço e vários outros grupos. Esses grupos eram
integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços ou capangas, coiteiros, volantes,
mercenários e coronéis latifundiários.

 Coiteiros eram pessoas que ajudaram os cangaceiros, dando-lhes abrigo e comida.


Assim procediam por serem parentes, amigos, ex-vizinhos, ou ainda por interesse ou
medo.
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 Volantes eram pequenos grupos de soldados, cerca de 20 a 60, de todos os estados da
federação brasileira, formada pelo governo através das agências de aplicação da lei,
enviados para procurar e destruir os cangaceiros, que muitas vezes se referiam a eles
como macacos, devido seus uniformes marrons e sua vontade de obedecer a ordens.
Alguns deles portavam as então modernas metralhadoras Hotchkiss, armas que os
cangaceiros rapidamente aprenderam a temer, mas estavam sempre dispostos a roubar
para seu próprio uso.
 Os mercenários para políticos eram os cangaceiros que também possuíam grande
proteção dos homens bastante poderosos, na política local. Os mercenários para
latifundiários eram os cangaceiros que trabalharam não só para estes, mas também
para os grandes donos de terras da região que tinham grande interesse em eliminar os
cangaceiros “bandidos”. Estes eram protegidos pelos grandes proprietários e
conseqüentemente, contra os cangaceiros “bandidos”. E por fim, os mais corajosos!
Os cangaceiros “bandidos”, denominado como, pessoas livres. Eles não possuíam
proteção de nenhum padrinho com grandes poderes, tentavam mesmo a sorte em tudo
que faziam e viveram assim por muito tempo. Tudo que tinham, carregavam consigo
em suas locomoções e viviam de coisas da natureza.
 O jagunço é o capanga do coronel, o homem de armas que executa suas ordens ou as
faz cumprir por meio da violência. Nesse sentido, entenda-se que o poder do coronel
típico se fazia pela intimidação e pela força.
 Os coronéis eram donos de grandes propriedades de terra que exercia muita influência
sob a população e tinha características de um senhor feudal devido a sua autoridade.

QUEM FOI LAMPIÃO?

Ao longo da história do cangaço várias figuras se destacaram como Antônio Silvino,


Cobra Verde, Andorinha e Zabelê. No entanto, nenhum cangaceiro se tornou tão famoso
quanto Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião. Virgulino não era
necessariamente de uma família miserável, chegando a trabalhar como artesão e sendo
alfabetizado. A virada na sua vida aconteceu quando seu pai foi morto por um policial por
conta de uma disputa de terra. Nascido em Serra Talhada, no estado de Pernambuco,
Virgulino entrou no movimento sob a liderança de Sinhô Pereira para se vingar da morte do
pai e injustiças à sua família. Após aprender a sobreviver no cangaço, Lampião se tornou líder
do grupo de 1922 até 1938.
O cangaceiro, diferente dos outros, muitas vezes aceitava dinheiro para não atacar, isso
fez sua fama crescer e as pessoas criarem medo e respeito por ele.
Mesmo com receio, algumas pessoas ainda tinham Lampião como um herói e ajudavam seu
bando quando podiam. Foi quando se apaixonou por uma dessas pessoas, que futuramente
seria sua companheira no cangaço, conhecida como Maria Bonita. Não que Lampião fosse
um santo. Muito longe disso. O Rei do Cangaço espalhou o terror pelo sertão nordestino,
tendo participado de saques em diversas fazendas e cidades, atos que também terminaram em

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selvageria. Assassinatos, marcação de inimigos com ferro quente, estupros, seqüestros e
castrações eram acontecimentos corriqueiros no cangaço. Mesmo assim, Lampião se tornou
uma figura controversa: se muitos o temiam e o governo o queria morto, outros o admiravam
e o viam como uma espécie de Robin Hood brasileiro.
Para entender o cangaço é preciso se lembrar do coronelismo, que existia desde os
tempos coloniais e teve seu papel durante a República Velha. Os jagunços estão inseridos
nesse contexto, seja de revolta contra os coronéis e seus desmandos, mas muitas vezes como
mão armada deles, que protegiam determinados grupos de cangaceiros, davam armas e
definiam áreas, normalmente de inimigos políticos, em que eles podiam agir.
Até o governo, em determinado momento, teria requisitado Lampião. O objetivo? Pedir
que os cangaceiros enfrentassem a Coluna Prestes, que se aproximava do Nordeste. Aí a
história fica cheia de nuances, mas o que se sabe é que Lampião e seu bando entraram em
Juazeiro do Norte, onde foram tratados como heróis e recebidos por Padre Cícero, de quem
Lampião era devoto. O religioso pediu que os homens largassem o cangaço, embora exista
uma polêmica aí: alguns dizem que Padre Cícero chamou Lampião para proteger Juazeiro;
outros garantem que ele foi pego de surpresa...
O apelido veio da habilidade de Virgulino com um rifle, que ele disparava enlouquecida
mente, iluminando a noite da caatinga: “Espia Levino! O rifle de Virgulino virou um
lampião!”, disse um de seus irmãos, batizando para sempre aquele que seria o nome máximo
do cangaço.
Por quase duas décadas, Lampião saqueou, entrou em centenas de combates, derrotou
policiais inúmeras vezes e acumulou dinheiro e fama. Seus irmãos morreram no cangaço
antes dele, que também esteve perto de bater as botas várias vezes, seja por tiro, seja por
incêndio, seja por faca, seja por envenenamento. Muitas vezes, o boato da morte de Lampião
se espalhou pelo país, para logo ser desmentido por mais um ataque do bando. Com isso, não
é difícil imaginar por que muita gente jurava que o cangaceiro não tinha morrido. E porque as
cabeças eram expostas de vila em vila.

A HISTÓRIA DE MARIA BONITA

A princípio, Maria Gomes de Oliveira nasceu em uma pequena fazenda no povoado de


Malhada da Caiçara, atual cidade de Paulo Afonso, na Bahia. Desse modo, nascida em oito de
março de 1911, a mulher tinha como pais os pequenos lavradores José Gomes de Oliveira e
Maria Joaquina Conceição Oliveira. Maria Bonita era considerada uma “mulher forte”, que
militava pela causa com o grupo de cangaceiros.
Contudo, aos 15 anos ela foi obrigada a casar-se com o sapateiro José Miguel da Silva.
Apesar disso, a briga constante fez com que o casamento chegasse ao fim. Comumente, ao
final de cada briga, Maria Bonita escondia-se na casa dos pais, até aceitar se separar do
marido, numa época onde isso era inaceitável.
Eventualmente, em 1929, a jovem conheceu Lampião enquanto morava com os pais. Em
resumo, em uma de suas andanças, Lampião e seu bando passaram pela fazenda da região e
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ambos apaixonaram-se rapidamente. Sobretudo, a beleza física e a determinação de Maria
Bonita atraíram o cangaceiro.
Logo em seguida, no ano de 1930, Maria passou a ser parte do bando de Lampião,
entrando para a história como a primeira mulher ingressar o cangaço. Entretanto, mais
adiante, cerca de trinta mulheres entraram na vida do bando, fazendo da Bahia o estado com
maior número de moças no banditismo nordestino.
Apesar disso, a vida do cangaço não tinha glamour algum. No geral, mantinham um estilo
de vida nômade, com alimentação insuficiente e longa caminhadas sob o Sol e a chuva.
Ademais, os combates com as forças policiais também aconteciam constantemente, sendo
violentos e perigosos. Maria Bonita morre bem jovem, aos 28 anos. Ela foi baleada e
decapitada junto com outros membros do bando após um ataque. Suas cabeças foram expostas
ao público, em exposições por várias cidades como prova da morte dos membros do cangaço.
A HISTÓRIA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA: COMO SE CONHECERAM.

Em 1931, ao parar em Paulo Afonso, na Bahia, Lampião conheceu Maria Déia, que tinha
vinte anos e era casada. Maria Bonita, como a chamava o cangaceiro, deixa a família para trás
e se une a Lampião e ao seu bando. Juntos eles lutam por oito anos e têm pelo menos uma
filha, Expedita, que é criada por amigos. Outras versões cogitam a possibilidade de o casal ter
tido mais filhos, mas que, por conta da dureza da vida no cangaço, teriam sido criados pela
mãe de Maria, como se fossem irmãos da cangaceira. A teoria é necessária porque, se tratando
de Lampião, é difícil dizer o que é lenda e o que é fato. De qualquer modo os dois viraram
símbolos de uma época.

CURIOSIDADES SOBRE A PRIMEIRA MULHER DO CAMGAÇO

Primeiramente, Maria Bonita tornou-se um símbolo histórico, mas não tinha nenhum
traço feminista em suas atitudes. Sobretudos, os historiadores entendem que ela adotou ao
código de conduta machista do cangaço. Em resumo, os papéis costumavam ser muito bem
definidos, ou seja, com os homens zelando pela segurança e sustento dos bandos enquanto as
mulheres eram esposas e companheiras. Ademais, a cangaceira participava das torturas das
vítimas de Lampião, apoiando o assassinato de mulheres adúlteras.
Curiosamente, as mulheres ficavam escondidas durante a gestação. Contudo, precisavam
entregar os filhos a amigos na cidade e continuar acompanhando o bando. Sendo assim,
estima-se que a primeira filha de Maria Bonita e Lampião nasceram em 1932, com o nome de
Expedita.
Apesar de ter sido entregue a um aliado do cangaço, Expedita entrou para a história como
a Princesa do Cangaço. Porém, sua história e existência permaneceram como segredo até os
estudos sobre a cangaceira surgirem na história brasileira. Por outro lado, estima-se que a
esposa de Lampião mantinha grandes riquezas, obtidas no saques feitos pelo marido.
Comumente, as representações de Maria Bonita a demonstram portando inúmeros anéis,
colares e outras jóias. Antes de tudo, o principal item era o revólver Colt calibre 38 e um
punhal feito de prata, marfim e ônix. No geral, eram símbolos de poder do casal no Nordeste.

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Por fim, a cangaceira mantinha uma rivalidade séria com Dada, outra mulher que
participava do bando de Lampião. Ainda que tenha sido ela a primeira e única a portar um
fuzil no bando, ambas se detestavam. No geral, essa rivalidade decorria da autoridade de
Maria Bonita sobre o bando.

ESTILO DE VIDA E VESTIMENTA

 Os cangaceiros usavam roupas e chapéus de couro.

Portanto entender o cangaço é entender a forma que cada um dos sertanejos foi obrigado
a viver com a realidade daquela época. Uns permaneceram em suas propriedades trabalhando
para os coronéis, outros se debandaram nos bando do cangaço. Portanto, podemos entender o
cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos
cangaceiros, por parte dos volantes (policia militar hoje). Estes, que andavam em bandos
armados, espalhavam o medo e o terror pelo sertão nordestino. Os cangaceiros Promoviam
saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para obtenção de
resgates.
Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofria mal algum,
pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem
respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época. Os cangaceiros não
moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo
de uma cidade para outra sempre pela a caatinga para não serem vistos pelos volantes. Ao
chegarem às cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos que se recusavam a
ajudar o bando, sobrava à violência. Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo,
eram perseguidos constantemente pelos policiais (volantes). Usavam roupas e chapéus de
couro para protegerem os corpos, durante as fugas, pela vegetação cheia de espinhos e galhos
secos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que
possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para
fugirem ou obterem esconderijos.
O cangaço tinha a sua própria definição, regras. Como, os cangaceiros eram homens que
andavam armados e em bandos pelo sertão nordestino nas primeiras décadas do século XX.
Tinham suas próprias regras de conduta e suas próprias leis. Vagavam de um local para o
outro (não possuíam residência fixa), vivendo de saques e doações. Eles eram temidos pelas
pessoas e espalhavam o medo por onde passavam. Freqüentemente enfrentavam as forças
policiais do governo. Também tinham um estilo próprio de se vestir, de acordo com a época e
a região em que viviam, ou seja, que estavam inseridos. Os cangaceiros usavam roupas e
chapéus de couro, pois andavam muito pela caatinga. Este tipo de vegetação possui muitos
espinhos e esta roupa fornecia proteção aos cangaceiros.

OS PRINCIPAIS NOMES DO CAGAÇO


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Entre os primeiros registros históricos sobre a atividade do cangaço estão às ações de
Jesuíno Alves de Melo Calado, conhecido como “Brilhante”. Brilhante atuou como
bandoleiro do cangaço ainda na década de 1870, e muitas lendas romantizadas e folclóricas
nasceram em torno de sua figura. Mas foram os cangaceiros atuantes no século XX que
tiveram maior fama, inspiraram maior terror e produziram maior impacto sobre a sociedade
nordestina. Vale dizer que a prática do cangaço está associada também a questões econômicas
e sociais que sempre assolaram o Nordeste do Brasil. A onda de secas prolongadas pela qual o
Nordeste passou como a de 1877 e a de 1915, dizimou um número muito grande de pessoas,
além de provocar a migração de muitas outras e a evolução da miséria entre os que lá
permaneceram. Esse clima de caos social e econômico levou ao surgimento, durante a
República, das formas de política clientelista e coronelista, isto é, o estabelecimento de
relações de dependência direta entre a população humilde e miserável com os grandes
proprietários de terras dessas regiões.
Durante as décadas de 1920 e 1930, diversas reações ao sistema coronelista foram vistas
no Nordeste. O cangaço foi uma delas. Nomes como Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião,
Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco, e José Ribeiro Filho, Zé Sereno, foram os
principais cangaceiros dessa época. Cada um deles tinha o seu próprio bando, que atuava em
regiões específicas do sertão. O enfrentamento principal dos cangaceiros era contra as tropas
oficiais dos estados e contra as tropas de jagunços (mercenários contratados por fazendeiros).
Após a morte de Lampião, em 1938, no Sergipe, por tropas do estado, cangaceiros como
Corisco e Zé Sereno houveram por bem se entregar às forças do Estado Novo varguista, em
prol da absolvição dos crimes e da anistia.

O FIM DO CANGAÇO

Os senadores e os deputados da época olhavam o cangaço com preocupação. Documentos


guardados nos Arquivos do Senado e da Câmara mostram que os parlamentares trataram do
tema na tribuna em inúmeras ocasiões. Muitos cangaceiros haviam assustado o Nordeste antes
de Lampião, como Cabeleira, Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino e Sinhô Pereira, mas
nenhum foi tão temido quanto o rei do cangaço. As investidas de Lampião eram tão brutais
que, na Assembléia Nacional Constituinte de 1934, deputados nordestinos redigiram cinco
propostas para que a nova Constituição previsse o combate ao cangaço como obrigação do
governo federal. Nenhuma das propostas que davam responsabilidade ao governo federal
vingou, e a Constituição de 1934 entrou em vigor sem citar o cangaço.
Em 1935, com a nova Constituição já em vigor, o senador Pacheco de Oliveira (BA)
apresentou um projeto de lei cujo qual pagaria aos estados para repreender o cangaço. A
grande preocupação de Oliveira eram os ataques sofridos pelos trabalhadores e atrasavam as
obras. Os cangaceiros matavam os operários por terem ciência de que a chegada do progresso
ao sertão colocaria em risco o futuro das quadrilhas nômades.
A boa vida de Lampião acabou quando Getúlio Vargas deu o golpe de 1937 e instaurou o
Estado Novo. Uma das bandeiras da ditadura era a modernização do país. Nesse novo Brasil,
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que deixaria de ser agrário para se tornar urbano e industrial, o cangaço era uma mancha a ser
apagada. Lampião e seus subordinados foram mortos e decapitados em 1938, e o governo
expôs as cabeças em cidades do Nordeste. Bandidos de outros grupos correram para se
entregar, de olho na anistia prometido a quem delatasse seus companheiros. Corisco, o último
dos pupilos de Lampião, foi morto em 1940, e o cangaço enfim se tornou passado.
Como em um depoimento Lino José de Souza vulgo Pancada relatou: — Eu estava junto
de Corisco quando chegou à notícia da morte de Lampião. Ele parou, cobriu os olhos e disse:
Acabou- se o divertimento do mundo!

CONCLUSÃO

Neste estudo abordamos um importante movimento social que se passa no nordeste


brasileiro, o cangaço caracterizado como banditismo social criado com o objetivo de lutar por
justiça e igualdade.
Outrossim, não é possível reduzir o cangaço a um simples fenômeno de banditismo
social, cangaço foi expressão, cultura, descoberta, aprendizado e sim houve o ato de violência
que marcou o movimento levando a morte de inúmeras pessoas algumas inocentes outras nem
tanto o que não justifica os atos brutais realizados por diversos grupos de cangaceiros, porém
também não apaga toda a história, a cultura, o desenvolvimento e crescimento social e
político que o cangaço promoveu para o povo nordestino.

BIBLIOGRAFIA

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especiais/arquivo-s/combate-a-lampiao-quase-entrou-na-constituicao-de-34https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htmhttps://
www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/p1.phphttps://www.brasildefato.com.br/especiais/os-
sentidos-do-cangaco#:~:text=N%C3%A3o%20%C3%A9%20poss%C3%ADvel%20reduzir
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