A Dinâmica Intrapsíquica
A Dinâmica Intrapsíquica
A Dinâmica Intrapsíquica
A Dinâmica Intrapsíquica:
Conflito, Recalcamento e
Mecanismos De Defesa
A Dinâmica Intrapsíquica:
Conflito, Recalcamento e
Mecanismos De Defesa
Conflito ............................................................................................................................. 5
Consequências .................................................................................................................. 7
Tratamento ........................................................................................................................ 8
O Recalcamento ................................................................................................................ 9
Conclusão ....................................................................................................................... 17
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A Dinâmica Intrapsíquica
Freud construiu suas teorias clinicamente com base em sessões de terapia com seus
pacientes. As crenças comuns expressas na psicologia psicodinâmica incluem que os
sentimentos e comportamentos das pessoas são profundamente afectados por seus
pensamentos inconscientes. Segundo a teoria de Freud, o aparelho psíquico de um
indivíduo é composto de três partes: id, ego e superego. A mente inconsciente também
está constantemente em conflito com a mente consciente e isso se relaciona com vários
mecanismos de defesa. (FREUD, S. 1915)
Conflito
Freud estabeleceu que há dois movimentos em nosso interior que estão relacionados no
processamento de recordações. Enquanto um trabalha na importância dessa lembrança
como motivo para revivê-la, o outro tenta bloquear que ela seja vista. Nenhuma das
forças tem a capacidade de anular a outra e, portanto, nenhuma predomina.
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Os conflitos não fazem parte de uma fase que logo depois é superada, não acontecem
em uma época e depois deixam de existir. É possível que alguns conflitos acabem, mas
sempre haverá outros em actuação, de forma que é impossível chegar a uma resolução
completa – os conflitos não são passageiros, mas sim permanentes. E como Freud
mesmo se encarrega de demonstrar, tais conflitos estão na génese das psicopatologias,
do sofrimento psicológico humano:
os sintomas podem servir tanto à satisfação sexual como ao seu oposto. Existe uma
excelente base para essa bilateralidade ou polaridade numa parte do seu mecanismo,
que até o momento não pude mencionar. Pois, conforme veremos, elas são o produto de
acordo e surgem da recíproca interferência entre duas correntes opostas; representam
não só o reprimido, mas também a força repressora que compartilhou de sua origem.
Um ou outro lado pode estar representado com mais força; mas é raro uma das forças
em jogo estar totalmente ausente (1917a, p. 307).
Assim, não é de forma alguma devido ao acaso que o conflito seja considerado tema de
tão crucial importância, e que Freud tantas vezes trabalhe a partir de oposições, uma vez
que tudo isso parece apontar para o âmago da questão do sujeito psicanalítico, que se
revela como aquele que sofre pelas contradições que lhe são inerentes e constitutivas.
Dessa forma, os conflitos internos podem vir das seguintes maneiras, por exemplo:
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Repressão
Indivíduos que reprimem as próprias acções e/ou sentimentos tendem a represar o que
sentem. Entretanto, ainda que tenham planejado guardá-las, transbordam essas
emoções. Tudo se acumula e é perfeitamente esperada a manifestação de um escape por
meio do próprio corpo.
Ganho e perda
Muitas pessoas sonham e planejam ganhar algo grande e de valor em sua vida. Isso
representaria uma ostentação máxima de suas capacidades. Contudo, o tamanho do
objectivo já revela qual será esforço que deve ser feito para conquistá-lo. Assim, sabe-se
que para alcançar resultados grandes, precisa de um esforço grande. Somente a ideia de
se envolver em um projecto tão complexo pode colocar indivíduos em dilemas
complicadíssimos.
Auto sabotagem
Todos nós sonhamos com uma carreira de sucesso e um futuro brilhante. Nos
esforçamos diariamente para alcançar tal objectivo, empregando todas as ferramentas
disponíveis que possuímos. Contudo, há aqueles que se sabotam no final por se acharem
indignos daquela recompensa. O boicote a si mesmo provoca conflitos na mente.
Consequências
Os conflitos internos possuem uma natureza destrutiva para o ser humano, porque o
leva a se esquecer do seu dever. Essa dualidade causa confusão e gera oscilações
negativas em qualquer um, se manifestando de várias formas. Geralmente, os indivíduos
conflituosos apresentam alguns sinais, como os descritos abaixo:
Falta de foco
Com tantas direcções apontando para vários lugares, acabamos por não escolher
nenhum. É como um tribunal que confunde ao invés de dar um veredicto. Entre o fazer
ou não fazer, ser ou não ser, escolhemos a neutralidade, ainda que ela seja bastante
prejudicial a nós.
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Sem direcção
Vergonha
Por não ter um controle pleno de nossas acções e pensamentos, sentimos vergonha de
nós mesmos. A incapacidade de agir sobre os eventos ao redor, bem como nossas
acções, nos coloca de joelhos. Isso porque as circunstâncias apontavam para uma
dominação daquela situação e não para um dominado.
Culpa
Tratamento
Resolver os conflitos internos pode ser uma estrada tortuosa para qualquer um, mas
ainda assim é possível. Através de uma série de exercícios, conseguimos reformular a
visão que temos de nós mesmos e do mundo. Leva tempo, mas ainda assim
conseguimos realocar os elementos em seus lugares de origem para alcançarmos nossa
plenitude.
De início, tente trabalhar a renuncia que faz sobre si mesmo. Esqueça pensamentos
como ―Eu não sou bom o suficiente para…‖. Ainda que pense nele como algum tipo de
preservação, isso acaba por limitar qualquer reacção que venhamos a ter sobre algo.
Seja mais pró-activo e trabalhe os sentimentos que guarda
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Faça um filtro positivo
Tire um tempo para avaliar todas as conquistas positivas que teve até agora. Faça um
balanço do quanto foi bem sucedido até aqui. Isso v ai ajudar você a ter uma ideia
melhor de quem é, aumentando sua auto-estima e confiança diante de escolhas. Além
disso, trata-se de uma decisão que além de te engrandecer, vai te energizar para novas
conquistas.
Tente não reprimir as vozes que brigam em uma situação. Escute cada uma e entenda a
manifestação delas. Dessa forma, as faça entender que cada uma tem função e deve
valorizar o outro aspecto.
Tipos de conflito
O Recalcamento
Em sua A história do movimento psicanalítico (ESB, v. XIV, p. 26), Freud afirma que ―
a teoria do recalcamento é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da
psicanálise‖.
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Podemos pensar da seguinte forma o significado de recalque em psicanálise:
Isso ocorre para evitar que o consciente se depare com aquela dor, isto é,
evitar reviver no presente o incómodo inicial tal como aconteceu; então, a
consciência se descola do objecto inicial.
Mas esta energia psíquica que está no inconsciente não está desfeita. Ela busca
caminhos inusitados para ―escapar‖ e vir à tona. E faz isso por meio de associações das
quais o sujeito não tem consciência. Esta será já uma nova fase deste processo, que
veremos como um retorno do recalcado. (FREUD, S. 1915)
Retorno Do Recalcado
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transformações também possam se manifestar como sonhos, atos
falhos e chistes.
Sozinho, o sujeito via de regra não consegue olhar para si e perceber o vínculo
que existe entre o conteúdo manifesto (perceptível) e o conteúdo latente
(inconsciente).
Numa perspectiva histórica, Johann Friedrich Herbart foi quem mais se aproximou do
termo utilizado por Freud quando o assunto é recalque. Partindo de Leibniz, Herbart
chega a Freud, passando por Kant. Para Herbart, ―a representação, adquirida através dos
sentidos, e como sendo o elemento constituinte da vida anímica. (GARCIA-ROZA, L.
A. 2007)
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O conflito entre as representações era, para Herbart, o princípio fundamental do
dinamismo psíquico‖. Para delimitarmos as semelhanças entre este conceito e o termo
utilizado por Freud, é preciso destacar o fato de que ―as representações tornadas
inconscientes pelo efeito do recalcamento, não foram destruídas nem tiveram sua força
reduzida. Mas sim, enquanto inconscientes, permaneceram batalhando para se tornarem
conscientes‖.
Ainda sob a perspectiva histórica, em seus importantes escritos, o próprio Freud afirma
alguns fatos sobre a Teoria do recalcamento por ele promulgada. Segundo ele, a teoria
corresponderia a uma total novidade, pois até então não constava nas teorias sobre a
vida anímica.
Existência Do Recalque
Ademais, é preciso destacar que a defesa é exercida pelo Eu sobre uma ou um conjunto
de representações que despertariam sentimentos de vergonha e dor. Sabe-se que o termo
defesa, originalmente foi utilizado para designar uma protecção contra uma excitação
proveniente de uma fonte interna (pulsões).
Em seus escritos de 1915, Freud questiona ―Por que uma moção pulsional deveria ser
vítima de semelhante destino (recalcamento)?‖ Isto acontece porque o caminho para a
satisfação desta pulsão pode acabar por acabar por produzir mais desprazer do que
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propriamente prazer. É sempre necessário termos em consideração, no que diz respeito à
satisfação de uma pulsão, a ―economia‖ presente no processo.
Uma vez que uma satisfação que proporciona prazer em um aspecto, pode significar em
grande desprazer sob outro aspecto. Tem-se estabelecida a partir desse momento a
―condição para o recalque‖. Para que este fenómeno psíquico aconteça, é necessário que
a potência do desprazer seja maior que a da satisfação.
Mecanismos De Defesa
Basicamente, são formas com que o ego busca se esquivar de seu encontro com
elementos potencialmente inconscientes e que possam levar a uma autocrítica que
coloque em risco uma capa protectora do próprio ego.
O conceito foi criado pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939), o pai da
psicanálise, e aprofundado por sua filha e discípula, a psicanalista Anna Freud (1895-
1982). Mecanismos de defesa são subterfúgios criados pelo ego (a ideia que todo
mundo tem a respeito de si mesmo) diante de determinadas situações, com o objectivo
de proteger a pessoa de prováveis dores, sofrimentos e decepções.
Além disso, eles são mobilizados diante de um sinal de perigo e abertos para impedir a
vivência de fatos dolorosos que o sujeito não está preparado para suportar. Ou seja, essa
é mais uma função da análise e da terapia psicanalítica, a saber, preparar o indivíduo
para suportar tais eventos dolorosos sobre si mesmo e sobre fatos externos.
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impulsos que causam ameaças, desejos, pensamentos e sentimentos dolorosos cheguem
à consciência.
Além disso, o recalque é uma força contínua de pressão, que baixa a energia psíquica
do sujeito. Por isso, o recalque pode surgir na forma de sintomas e o tratamento visa o
reconhecimento do desejo recalcado. O fim dos sintomas é consequência do processo da
análise.
Negação
Regressão
Outro exemplo é quando nasce um irmão, e a criança mais velha volta a usar chupeta ou
urinar na cama como defesa.
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Deslocamento
Projecção
Isolamento
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Isso porque, ao invés de manifestarem seus instintos tais como eram, eles sublimaram
os instintos egoístas e transformaram essas forças em realizações sociais de grande
valor.
Formação reactiva
Esse mecanismo de defesa ocorre quando o sujeito sente o desejo de dizer ou fazer
alguma coisa, mas faz o oposto. Assim, surge como defesa de reacções temidas e a
pessoa procura cobrir algo inaceitável por meio da adopção de uma posição oposta.
Racionalização
Quando falamos da Racionalização como defesa, não se trata de uma crítica à razão e à
lógica, pelo contrário. Trata-se de um recurso ―pouco racional‖, em que o sujeito usa de
argumentos lógicos, simplificações e estereótipos para que o ego permaneça em sua
situação actual de ―conforto‖.
Por exemplo, ocorre a racionalização como mecanismo de defesa quando listamos uma
série de argumentos lógicos para criticar uma pessoa (estando ou não o nosso raciocínio
correto), para evitar compreender as causas inconscientes que nos levam a isso. A
racionalização funciona bem para a nossa psique, porque quando estamos raciocinando
acreditamos que estamos correctos.
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Conclusão
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Referências Bibliográficas
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