Unid 3 Fund Nutrição
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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO
UNIDADE 3 - MICRONUTRIENTES
Autoria: Tatiane Melo de Oliveira; Helena Maia Almeida; Mércia Silva de Souza -
Revisã o técnica: Aline Rocha Rodrigues
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Introdução
Qual é a importância dos nutrientes presentes nos alimentos? Considerando que a alimentação é responsável
pelo fornecimento dos macro e micronutrientes, precisamos conhecer estas substâncias indispensáveis para
o funcionamento adequado do organismo. Nesta unidade vamos estudar os micronutrientes.
Você sabe quais são os nutrientes identificados como micronutrientes? Estamos falando das vitaminas,
classificadas conforme sua solubilidade, em lipossolú veis e hidrossolú veis, e dos minerais, divididos em
macrominerais e microminerais, de acordo com sua necessidade de ingestão diária.
Entre as inú meras funçõ es importantes que exercem em nosso organismo, os micronutrientes são
responsáveis pela manutenção dos processos fisioló gicos. Você sabia, por exemplo, que nossa necessidade
diária de micronutrientes é menor do que nosso consumo de macronutrientes?
Vamos conhecer agora as recomendaçõ es de ingestão diária para indivíduos adultos e saudáveis. Além disso,
estudaremos as funçõ es dos micronutrientes; vamos aprender em quais alimentos podemos encontrá-los e
entender também como funciona seu processo de absorção. Ficou curioso? Então, vamos lá!
Bons estudos!
3.1.1 Vitamina A
A vitamina A pode ser encontrada no organismo de três formas: retinol (forma como o fígado armazena a
vitamina A), retinaldeído e ácido retinó ico. Entre suas funçõ es destacam-se: função visual, diferenciação
celular, crescimento e desenvolvimento, processo de reprodução e imunidade.
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VOCÊ SABIA?
A hipovitaminose A é um problema de saú de pú blica e atinge, principalmente,
crianças menores de cinco anos no Brasil. Por esse motivo, desde 2003, o
Ministé rio da Saú de adota o Programa Nacional de Suplementaçã o de Vitamina A
e distribui megadoses para crianças, a partir dos seis meses de vida. Essa
deficiê ncia pode ser primá ria, devido à baixa ingestã o deste nutriente, ou
secundá ria, quando há baixa absorçã o, neste caso pode estar associada ao
consumo insuficiente de gorduras, alteraçã o na secreçã o pancreá tica ou biliar,
doenças relacionadas ao transporte desta vitamina e até mesmo desnutriçã o
proteico-calórica. Entre os sinais de deficiê ncia de vitamina A podemos citar a
reduçã o da acuidade visual, principalmente, no escuro, conhecida como nictolapia
(BRASIL, 2013).
A deficiência de vitamina A está relacionada, principalmente, com a cegueira noturna e xeroftalmia (olho
seco).
3.1.2 Vitamina D
É conhecida como a vitamina da luz solar, pois com uma adequada exposição ao sol podemos produzi-las, por
meio da interação entre a luz ultravioleta e o colesterol da pele. Entre as suas funçõ es destacam-se: associação
com a absorção e o equilíbrio de cálcio e fó sforo, e formação e manutenção dos ossos e dentes, conforme
podemos observar na figura a seguir.
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#PraCegoVer: a figura anterior apresenta, de forma resumida, como podemos obter a vitamina D, a partir de
uma dieta ou via exposição solar. Ela demonstra a conversão da vitamina D3 para calcitriol no nosso
organismo e sua consequente atuação. No intestino é responsável por aumentar a absorção de cálcio e fosfato,
nos nossos ossos contribui com a reabsorção de cálcio e fosfato, e nos rins diminui a excreção de cálcio pela
urina.
A deficiência da vitamina D está associada ao prejuízo no crescimento e
desenvolvimento infantil, gerando raquitismo; no adulto causa redução
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3.1.3 Vitamina E
A vitamina E é considerada um nutriente importante para o desenvolvimento das açõ es antioxidantes no
organismo, protegendo o corpo dos efeitos nocivos causados pelos radicais livres. Desta forma, podemos
dizer que ela combate o estresse oxidativo.
Vale destacar que a deficiência de vitamina E é rara, considerando a grande disponibilidade dietética, mas
quando acontece atinge, principalmente, o sistema neuromuscular, vascular e reprodutivo, causando fraqueza
muscular, perda de reflexos, variação da coordenação motora e do equilíbrio, e alteraçõ es visuais.
3.1.4 Vitamina K
A vitamina K pode ser encontrada em três formas: as filoquinonas (K1), sua forma natural, sintetizada por
vegetais verdes; as menaquinonas (K2), sintetizadas pelas bactérias do trato gastrointestinal; e as menadionas
(K3), mais potente, sendo um composto sintético.
Entre as funçõ es da vitamina K podemos destacar: coagulação sanguínea, por meio da síntese das proteínas
envolvidas nesse processo, formação ó ssea e regulação vascular. O principal sinal de deficiência da vitamina
K é a hemorragia, que pode levar à anemia fatal, em casos mais graves.
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#PraCegoVer: a tabela anterior contém uma lista de alimentos que são fontes de vitaminas lipossolú veis, ou
seja, as vitaminas A, D, E e K. O quadro apresenta também as recomendaçõ es nutricionais diárias de cada
vitamina para homens e mulheres. O fígado, a gema de ovo e os vegetais e frutas amarelo e alaranjados, por
exemplo, são fontes de vitamina A, sendo indicada a ingestão diária de 900 mcg para homens e 700 mcg para
mulheres. Os ó leos de fígado de peixes são fontes de vitamina D e a sua ingestão deve ser de 400 UI/dia, tanto
para homens, como para mulheres. O gérmen de trigo e ó leos vegetais, por sua vez, são fontes da vitamina E e,
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neste caso, a recomendação é de 15 mg/dia para homens e mulheres. Por fim, temos o vegetais de folhas
verdes como fontes de vitamina K, sendo sua ingestão diária de 120 mcg para homens e 90 mcg para
mulheres.
Você já aprendeu sobre as funções, deficiência, fontes alimentares e
recomendações de cada vitamina que faz parte do grupo lipossolúveis,
agora vamos abordar, de uma forma geral, o metabolismo deste tipo de
vitamina.
3.2.1 Vitamina B1
A principal função da tiamina no organismo é sua participação no metabolismo energético, especialmente,
dos carboidratos, incluindo o piruvato e outros cetoácidos, além de estar associada também com a função
neural.
A deficiência de B1 pode atingir o sistema nervoso e cardiovascular, e resultar na doença de deficiência
beribéri, ocasionando confusão mental, perda muscular, edema, pulso acelerado, aumento da pressão
sanguínea, entre outros.
3.2.2 Vitamina B2
A riboflavina é um nutriente fundamental para que os processos metabó licos dos macronutrientes ocorram de
maneira adequada, além de agir como componente de coenzimas, desempenhando papel antioxidante.
A sua deficiência está associada ao surgimento de fissuras nos lábios (queilose), inchaço na língua e mudança
de coloração (glossite), rachaduras na pele do canto dos lábios (estomatite angular), além de alteraçõ es
visuais com lacrimejamento e prurido.
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3.2.3 Vitamina B3
A niacina faz parte das coenzimas nicotinamida adenina dinucleotídio (NAD) e nicotinamida adenina
dinucleotídio fosfato (NADP), que desempenham importante papel no metabolismo e geração de energia em
todas as células do organismo.
A sua deficiência inicial gera fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupçõ es cutâneas, e, à medida que se
torna grave, leva ao surgimento da pelagra, doenças conhecidas pelos 3D (dermatite, demência e diarreia).
3.2.4 Vitamina B5
O ácido pantotênico é um dos componentes da coenzima A que participa do metabolismo dos
macronutrientes para geração de energia, além de atuar na síntese de hormô nios esteroides e colesterol.
Por ser um nutriente que possui grande distribuição nos alimentos, sua deficiência é rara, mas pode ocasionar
alteraçõ es nos pés, com sensação de queimação e parestesia (sensaçõ es que podem variar, como calor, frio e
até formigamento, sem que haja estímulos), além de fraqueza, fadiga, insô nia e depressão.
3.2.5 Vitamina B6
A vitamina B6 compõ e a piridoxina, piridoxal e piridoxamina, coenzimas envolvidas no metabolismo das
proteínas, ácidos graxos, triptofano, além de atuar na liberação de glicogênio pelo fígado e mú sculo, e ainda no
funcionamento cerebral por meio da regulação da síntese de neurotransmissores. A sua deficiência causa
alteraçõ es dermatoló gicas e neuroló gicas, acarretando fraqueza, insô nia, irritabilidade, dermatite, glossite,
estomatite, entre outras.
3.2.6 Vitamina B7
A biotina participa do processo de gliconeogênese e atua na degradação de alguns aminoácidos, como ácido
aspártico, serina e treonina, além de participar da síntese e na oxidação de ácidos graxos.
A sua deficiência é rara, considerando que está presente em diversos alimentos, além disso, o metabolismo
de microrganismos intestinais contribui para a produção desta vitamina. Entretanto, nos poucos casos
registrados, verificou-se sinais de anorexia, náuseas, vô mitos, dermatites, glossite, depressão, esteatose
hepática e hipercolesterolemia.
3.2.7 Vitamina B9
O folato ou ácido fó lico atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos e nucleotídeos por meio da
adoção de carbono. Além disso, participam da síntese de DNA e RNA e na medula ó ssea atua na produção das
hemácias e leucó citos. Desta forma, a sua deficiência causa a anemia megaloblástica, fraqueza generalizada,
distú rbios gastrointestinais e defeitos do tubo neural.
A suplementação materna de ácido fó lico é recomendada nos dois meses que antecedem e no período inicial
da gestação. Durante os primeiros meses de formação do feto ocorre também o desenvolvimento do tubo
neural. Devido a sua participação na formação desta estrutura neuroló gica, essa vitamina reduz as chances do
desenvolvimento de um bebê com anencefalia (ausência do encéfalo ou da caixa craniana), retardo mental e
com dificuldades de aprendizagem escolar (BRASIL, 2012).
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A deficiência da Vitamina B12 causa prejuízos no processo de divisão celular, acarretando células anormais,
com o tamanho aumentado, causando a anemia megaloblástica, característica relacionada à deficiência
secundária de folato. Os sintomas incluem fraqueza nas pernas, formigamento e queimação nos pés,
raciocínio prejudicado e depressão.
3.2.9 Vitamina C
A vitamina C ou ácido ascó rbico é considerado um excelente antioxidante. Atua auxiliando na absorção e
transporte do ferro, oferece resistência contra infecçõ es pelo seu envolvimento com atividades imunoló gicas
e atua na manutenção do colágeno, que compõ e diversos tecidos do corpo, como a cartilagem, a derme e os
ossos. Além disso, desempenha importante papel na biossíntese das catecolaminas (adrenalina,
noradrenalina, dopamina) e atua em processos celulares de oxirredução (MANELA-AZULAY, 2003).
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VOCÊ O CONHECE?
O cirurgiã o da marinha britâ nica, James Lind (1716-1794), autor do Tratado do
Escorbuto, de 1746, realizou o primeiro estudo sobre esta doença. Seu livro traz relatos
sobre a provável cura ou prevençã o para o escorbuto. O mé dico fez uma pesquisa com
12 marinheiros que apresentavam os sintomas. Para ele, a alimentaçã o, em especial, as
frutas cítricas, promoviam a cura ou a prevençã o da doença. Na sua pesquisa, seis
participantes que ingeriram limã o e laranja conseguiram reduzir os sintomas em seis
dias (MORAN et al, 2013).
A deficiência da Vitamina C pode ocasionar escorbuto, uma doença que provoca alteração na cavidade oral,
com sangramentos e formação de edema das gengivas, causando perda de dentes, fadiga, letargia, lesõ es
cutâneas, dores nos membros inferiores, atrofia muscular, conforme figura a seguir.
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Figura 2 -
Sintomatologia da doença escorbuto
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em GALLAGHER, 2013.
Além disso, a deficiência da Vitamina C pode gerar comprometimento na cicatrização, fraqueza, edema e
hemorragias.
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#PraCegoVer: a tabela anterior contém uma lista de alimentos que são fontes de vitaminas hidrossolú veis,
ou seja, as vitaminas tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), ácido pantotênico (B5), piridoxina (B6),
biotina (B7), ácido fó lico (B9), cobalamina (B12) e o ácido ascó rbico (Vitamina C). O quadro apresenta
também as recomendaçõ es nutricionais diárias de cada vitamina para homens e mulheres. A carne de porco
magra, gérmen de trigo, mú sculo, carnes magras, gema de ovo e peixe, por exemplo, são fontes de vitamina B1,
sendo indicada a ingestão diária de 1,2 mg/dia para homens e 1,1 mg/dia para mulheres. O leite, queijos,
carnes magras, leveduras, ovos, leguminosas e vegetais de folhas verde-escuras são fontes de vitamina B2 e a
sua ingestão deve ser de 1,3 mg/dia para homens e 1,1 mg/dia para mulheres. Carnes, leite, ovos, levedo de
cerveja e amendoim são fontes de vitamina B3, e, neste caso, a recomendação é de 16 mg/dia para homens e
14 mg/dia para mulheres. Ovo, rim, fígado, coração, leveduras, abacate, bró colis, cogumelo, batata-doce e
carne bovina são fontes de vitamina B5 e a sua ingestão deve ser de 5 mg/dia para homens e mulheres.
Carnes, grãos integrais, nozes, leguminosas, batatas, espinafre, feijõ es, banana e aveia, por sua vez, são fontes
da vitamina B6, e a sua ingestão deve ser de 1,3 mg/dia para homens e mulheres. Rim, fígado, gema de ovo,
feijão de soja, leveduras, peixes, nozes e farinha de aveia são fontes de vitamina B7, e, neste caso, a
recomendação é de 30 mcg/dia para homens e mulheres. Fígado, cogumelos, vegetais folhosos verdes, carne
bovina magra e batata são fontes de vitamina B9, e a sua ingestão deve ser de 400 mcg/dia para homens e
mulheres. O fígado, rim, leite, ovos, peixes, queijo e carnes de mú sculo são fontes de vitamina B12, e a sua
ingestão deve ser de 2,4 mcg/dia para homens e mulheres. Por fim, temos as frutas cítricas (laranja, limão,
acerola) e os vegetais (bró colis, repolho, espinafre, pimentão) como fontes de vitamina C, sendo sua ingestão
diária de 90 mg/dia para homens e 75 mg/dia para mulheres.
Finalizamos os estudos sobre as funçõ es, deficiência, fontes alimentares e recomendaçõ es de cada vitamina
que faz parte do grupo hidrossolú veis, vamos abordar, agora, de uma forma geral, o metabolismo desse tipo
de vitamina.
Refere-se a um transporte mais simples, que não necessita de energia para ser
Difusão
realizado, e as substâncias se movem a favor do gradiente de concentração.
passiva
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VAMOS PRATICAR?
Agora que você já aprendeu sobre as vitaminas hidrossolú veis e lipossolú v
um mapa mental para ambas classificações incluindo seus conceitos. Vo
citar també m as vitaminas de cada grupo e duas fontes alimentares.
Até aqui estudamos os conceitos básicos das vitaminas e você já consegue identificar quais são os fatores que
favorecem ou dificultam o seu metabolismo. No pró ximo tó pico vamos aprender sobre os minerais. Vale a
pena prosseguir!
3.3 Minerais
Assim como as vitaminas, essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo, os minerais também devem
ser obtidos por meio da alimentação. Você sabia que eles estão presentes nos alimentos dos reinos vegetal e
animal? A seguir, vamos estudar os macro e microminerais, conhecer suas funçõ es específicas e
recomendaçõ es de ingestão diária (CUPPARI, 2014; GALLAGHER, 2013).
Macrominerais
3.3.1 Cálcio
O cálcio é um íon essencial ao organismo e possui funçõ es estruturais, como a formação dos ossos e dentes
(locais de maior concentração), além participar da contração muscular, regulação metabó lica, liberação de
diversos hormô nios, processo de coagulação sanguínea e transmissão de impulsos nervosos.
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3.3.2 Fósforo
Representa cerca de 1% do peso corpó reo de um indivíduo adulto. Está relacionado com as funçõ es
metabó licas: regulação da atividade proteica, armazenamento temporário da energia advinda do metabolismo
de macronutrientes, absorção e transporte de nutrientes e formação dos ossos e dentes, além de compor as
estruturas químicas das membranas celulares, do DNA e do RNA.
A absorção ocorre ao longo do intestino, sendo maior no jejuno. O transporte no jejuno e íleo ocorre por
mecanismo passivo, neste caso, é dependente, principalmente, da sua concentração no lú men e é,
independente, dos níveis de outros nutrientes e de processos que utilizam energia. No duodeno o transporte
de fó sforo ocorre por mecanismo de transporte ativo, a partir do íon só dio. A maior parte, cerca de 90%, do
fó sforo absorvido é excretado por via renal (COZZOLINO, 2016; FERREIRA et al, 2015).
Sódio
É o principal e mais abundante eletró lito do líquido extracelular do corpo. No organismo age em
conjunto com outros eletró litos, como o potássio, no líquido intracelular, para regular a pressão
osmó tica e manter o equilíbrio hídrico.
Cloro
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É o ânion que, combinado com o só dio, passa por meio das membranas, entre os líquidos intra
e extracelulares, e pode ainda combinar com o potássio dentro das células. É importante na
digestão, pois uma parte é utilizada na formação do ácido clorídrico (HCI), nas glândulas
gástricas, sendo secretada no estô mago, essencial para manter a acidez estomacal e ativar
enzimas digestivas.
Potássio
Sobre a absorção do só dio e do cloro (cloreto de só dio), podemos dizer que elas ocorrem, principalmente, no
intestino delgado. No caso de indivíduos saudáveis, o cloreto de só dio é excretado, em geral, pelos rins, mas
podem acontecer perdas por meio da pele (suor) e também das fezes. Entretanto, é importante destacar que
existem diversos sistemas e hormô nios que influenciam o balanço de só dio e cloro no nosso organismo.
O potássio, por sua vez, também é absorvido no intestino delgado, por difusão ativa, e excretado,
predominantemente, por meio da urina, sendo o restante excretado pelas fezes, com quantidades muito
pequenas perdidas pelo suor.
A deficiência de cloro e só dio são raras, mas a deficiência moderada de potássio pode acarretar em
complicaçõ es, como arritmia cardíaca, risco de cálculos renais, fraqueza muscular e intolerância à glicose.
3.3.4 Magnésio
O magnésio é um importante cátion de localização intracelular, com concentração entre 20 e 28g (1 mol) no
organismo humano. Podemos dizer que ele é essencial para a respiração celular, por meio da participação na
formação de ATP.
O magnésio também compõ e a estrutura ó ssea e participa da transmissão neuromuscular, sendo importante
no metabolismo de outros minerais, como cálcio, ferro, zinco, e no transporte do potássio, entre outras
funçõ es.
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É absorvido, sobretudo, no íleo e no có lon, por meio, de um mecanismo paracelular passivo, via caracterizada
por um mecanismo de transporte em que o íon é conduzido a favor de um gradiente de concentração, ou seja,
não implica gasto de energia celular.
Perceba que o íleo e as partes distais do jejuno são os locais de maior absorção passiva desse mineral, além
de reduzir a proporção absorvida, conforme aumento da sua ingestão. Vale destacar que essa absorção é
reduzida na presença de cálcio, álcool, fosfato, fitatos e gorduras, sendo estimulada na presença da vitamina
D.
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#PraCegoVer: a tabela anterior contém uma lista de alimentos que são fontes de macrominerais, ou seja, o
cálcio, fó sforo, só dio, cloro, potássio e magnésio. O quadro apresenta também as recomendaçõ es nutricionais
diárias de cada macromineral para homens e mulheres. Os laticínios, gergelim, sardinha, couve de folhas,
nabo, ostras, moluscos e tofu, por exemplo, são fontes de cálcio, sendo indicada a ingestão diária de 1000
mg/dia para homens e mulheres. O leite, queijo, gema de ovo, carnes, aves e os cereais de grãos integrais são
fontes em fó sforo e a sua ingestão deve ser de 700 mg/dia para homens e mulheres. Os tabletes de caldo de
carne, embutidos, enlatados, salgadinhos e biscoitos, por sua vez, são fontes de só dio, e, neste caso, a
recomendação é de 1,5 g/dia para homens e mulheres. O cloreto de só dio (sal de cozinha) e alimentos
processados são fontes de cloro e a sua ingestão deve ser de 2,3 g/dia para homens e mulheres. A banana,
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laranja, bró colis, tomate e espinafre são fontes de potássio, e a sua ingestão deve ser de 4,7 g/dia para homens
e mulheres. Por fim, temos os cereais de grãos integrais, leite, vegetais verdes, legumes e chocolate como
fontes de magnésio, sendo sua ingestão diária de 400 mg para homens e 310 mcg/dia para mulheres.
A seguir, vamos estudar, de uma forma geral, os microminerais de maior destaque.
3.4 Microminerais
No organismo os microminerais ou elementos-traço, como também são chamados, são necessários em
quantidades mínimas, inferiores a 15 mg/dia. Tanto suas funçõ es, como seus sintomas de deficiência são
sutis, muitas vezes difíceis de serem identificados, pois ocorrem em concentração celular ou subcelular
(ROSSI; POLTRONIERI, 2019). Vamos conhecê-los a seguir.
3.4.1 Ferro
Elemento essencial para o ser humano, cerca de dois terços do ferro do nosso organismo podem ser
encontrados sob a forma de hemoglobina no sangue ou ligados à mioglobina nos mú sculos e também às
enzimas. O ferro pode ser caracterizado como inorgânico (ferro não heme) e orgânico (ferro heme), sendo um
mineral essencial para a homeostase celular, para o transporte de oxigênio e o metabolismo energético.
Apesar do ferro não heme estar presente em todos os alimentos de origem vegetal, a sua absorção depende da
solubilização no estô mago e da redução no intestino, permitindo uma absorção entre 2% e 10% do total de
ferro ingerido. Note que este percentual é maior quando nos referimos à absorção do ferro heme,
correspondendo entre 20 e 30% (BORTOLINI; FISBERG, 2010).
Vale destacar que a absorção do ferro pode ser dividida em três fases. Na primeira fase o ferro é capturado e
internalizado na membrana apical do enteró cito, onde o ferro solú vel é capturado pela célula da mucosa.
3.4.2 Zinco
O zinco é o elemento-traço mais abundante no corpo humano. É um componente essencial e pode ser
encontrado na musculatura esquelética, pele, ossos e fígado, além de estar presente também nas secreçõ es e
fluidos corporais. Ele apresenta funçõ es estruturais, enzimáticas e reguladoras. Na função estrutural ele
determina a forma e disposição espacial de enzimas e proteínas, além de estar relacionado às proteínas
ligadas ao DNA.
Na função enzimática o zinco contribui com as atividades catalíticas em muitas enzimas. Na função
reguladora o zinco é captado ativamente pelas vesículas sinápticas, onde atua na atividade neuronal e na
memó ria. Tenha em mente que é durante a digestão que ocorre a degradação das moléculas, e o pH ácido do
estô mago promove a solubilização do zinco. Entretanto, a absorção deste mineral no estô mago é mínima.
Você consegue imaginar onde ocorre a absorção do zinco? Este processo acontece, principalmente, na
extensão do intestino delgado, no jejuno e íleo. A captação do mineral é realizada tanto pela difusão facilitada,
quanto pelo transporte ativo.
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Perceba que o mecanismo utilizado para realizar o transporte, difusão facilitada ou transporte ativo, depende
da concentração de zinco no lú men intestinal; assim, se houver alta concentração, não ocorrerá gasto de
energia, porém, quando ocorrer baixa concentração, o mecanismo será contra gradiente de concentração e
dependerá de energia. A excreção do zinco é via biliar, porém pode ocorrer também por meio das fezes e urina,
além da eliminação via descamação da pele e produção do líquido prostático (COZZOLINO, 2016; FERREIRA
et al, 2015).
3.4.3 Cobre
O cobre tem funçõ es orgânicas específicas. Ele atua como intermediário da transferência de elétrons, em
atividades enzimáticas importantes para a homeostasia de funçõ es fisioló gicas, como a respiração celular,
oxidação e transporte de ferro, defesa contra radicais livres, formação de pigmentos (melanina), biossíntese
de neurotransmissores, defesa antioxidante e formação do tecido conjuntivo.
É absorvido tanto no estô mago, quanto no intestino, sendo que a maior parte ocorre no intestino delgado.
Apó s ser absorvido, ele é transportado do intestino para o fígado, por transporte ativo dos capilares para a
circulação. Ainda no fígado o cobre é incorporado à proteína transportadora ceruloplasmina, principal
transportador do cobre na circulação sistêmica. Esse mineral é excretado, principalmente, pela bile
(COZZOLINO, 2016; FERREIRA et al, 2015).
3.4.4 Selênio
O selênio é essencial para o funcionamento de muitos aspectos do nosso sistema imunoló gico, além de atuar
na neutralização de radicais livres, proteção do organismo contra a ação de metais pesados, remoção de vírus
e destruição de células neoplásicas, entre outras funçõ es.
A absorção do selênio ocorre, principalmente, no duodeno, ceco e có lon, podendo ser tanto de forma passiva,
quanto ativa. Cerca de metade do selênio absorvido é armazenado nos mú sculos esqueléticos, rins, fígado e
testículo. A excreção ainda não foi totalmente elucidada, podendo ser excretado pela via urinária, respiração e
fezes (COZZOLINO, 2016; FERREIRA et al, 2015).
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#PraCegoVer: a tabela anterior contém uma lista de alimentos que são fontes de microminerais, ou seja, o
ferro, zinco, cobre e selênio. O quadro apresenta também as recomendaçõ es nutricionais diárias de cada
micromineral para homens e mulheres. Os alimentos ricos em ferro podem ser classificados como ferro
heme (carnes e vísceras) e ferro não heme (vegetais verde-escuros e grãos), sendo indicada a ingestão diária
de 8 mg/dia para homens e 18 mg/dia para mulheres. Os frutos do mar, carnes, grãos integrais, cereais,
legumes e tubérculos são fontes em zinco e a sua ingestão deve ser de 11 mg/dia para homens e 8 mg/dia para
mulheres. O fígado, rim, frutos do mar, peixe, frango, carne, ovos, grãos e cereais, por sua vez, são fontes de
cobre e, neste caso, a recomendação é de 900 mcg/dia para homens e mulheres. Por fim, temos a castanha-do-
pará, atum, cogumelo, alho, cebola, bró colis, aipo, frutos do mar, frango, grãos, fígado, farelo e gérmen de trigo
como fontes de selênio, sendo sua ingestão diária de 55 mcg/dia para homens e mulheres.
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VAMOS PRATICAR?
Selecione cinco alimentos ingeridos por você hoje. Crie uma tabela e in
primeira coluna os alimentos selecionados. Depois, na coluna dois, insira a
de macronutrientes (carboidrato, proteína, lipídios) encontrados nos al
Na terceira coluna você deve incluir os micronutrientes, considerando a
presença da vitamina A, vitamina C, cobalamina, cá lcio e ferro. A
compartilhe seus resultados no fórum da seçã o “Compartilhe".
Por fim, apesar das pequenas quantidades indicadas para ingestão diária, podemos dizer que muitas reaçõ es
orgânicas no nosso organismo só acontecem se os níveis dos micronutrientes estiverem adequados.
Conclusão
Aprendemos nesta unidade sobre o processo de digestão dos micronutrientes, assim como os ó rgãos
envolvidos neste processo.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Bibliografia
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20origem%20vegetal.&text=A%20absor%C3%A7%C3%A3o%20do%20ferro%20n%C3%A3o,a%20forma%
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