Epidemiologia 3
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Bioestatística e Epidemiologia
UNIDADE 3 - EPIDEMIOLOGIA: A CIÊNCIA
DAS EPIDEMIAS
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Introdução
A epidemiologia é uma ciência ampla que visa
estudar determinados comportamentos
patológicos coletivos, ou seja, é uma ciência
voltada para o estudo de populações. Por conta
de sua característica de estudo do todo, utiliza
diversas ferramentas estatísticas para responder
questionamentos acerca de determinada
condição observada, e expandir tais conclusões
para uma população predeterminada.
Os estudos epidemiológicos são importantes para a saúde coletiva, uma vez que são
responsáveis por monitorar e estabelecer diretrizes acerca de possíveis condições
patológicas que podem acometer determinados grupos. Nesse contexto, os estudos
de vigilância epidemiológica são essenciais para rastrear e elaborar planos de
contenção. Você certamente já participou de uma campanha de vigilância
epidemiológica, como, por exemplo, as de vacinação obrigatória. Essas campanhas
auxiliam no controle de diversas doenças, sejam contagiosas ou não.
Saiba que a epidemiologia vai muito além de campanhas de vacinação. Ela está
presente em diversos estudos e pesquisas sobre a saúde coletiva. Você sabia que
qualquer doença pode ser considerada uma epidemia, mesmo que não seja
transmissível? Por exemplo, quando uma grande parcela da população apresenta
indícios de obesidade ou doenças respiratórias, pode-se ter o início de uma epidemia
envolvendo esses fatores, por conta do número de pessoas em um mesmo intervalo
de tempo. E como identificar as causas e conter os avanços de condições de saúde
coletiva nesse contexto? Com amplos estudos epidemiológicos e multidisciplinares.
Nesta unidade, vamos aprender sobre os principais conceitos de epidemiologia,
incluindo o contexto histórico e atual e as principais métricas utilizadas por essa tão
importante ciência. Vamos começar?
Bons estudos!
3.1 Conceitos em
epidemiologia
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[...] a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e
processos associados) em populações humanas” [...]. É a ciência básica para a saúde coletiva,
principal ciência de informação de saúde. Estuda a saúde, mas na prática principalmente pela
ausência de saúde sob as formas de doenças e agravos, estes últimos definidos pelo diagnóstico
clínico. Seu objeto são as relações de ocorrência de saúde-doença em massa (em sociedades,
coletividades, comunidades, classes sociais, grupos específicos etc.). As relações são referidas e
analisadas mediante o conceito de risco.
Você deve ter notado que a definição não cita o termo “epidemia”, correto? Isso ocorre, pois, a
epidemiologia estuda tanto os processos epidêmicos como as doenças e condições patológicas
de caráter não epidêmicos. Mas, então, o que é uma epidemia? Veja a resposta a seguir.
As epidemias, de modo geral, são características por indecências de surtos em diversos locais
e de modo abrangente, com potencial de espalhamento. Um surto é relacionado ao aumento
rápido de determinada condição patológica, de caráter temporário e inesperado
(ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2009). É importante diferenciar alguns conceitos que
podem ser confundidos: endemias e pandemias. Vamos lá.
As endemias ocorrem pelo aumento de determina condição/patologia de modo mais contido,
acometendo somente uma região ou um espaço de modo sistêmico e sazonal. A principal
característica é uma taxa de incidência constante (padrão já esperado), que se altera de modo
sazonal, com atuação localizada. Alguns exemplos de endemias do território brasileiro são:
malária, doença de chagas, dengue e febre amarela (PEREIRA, 2004).
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#PraCegoVer: imagem, cujo título é “qual a diferença?”, traz informações sobre quatro termos:
surto, epidemia, endemia e pandemia.
Assim, podemos concluir que, progressivamente, uma endemia pode ser tornar uma epidemia,
que, por sua vez, pode se tornar uma pandemia. O objetivo da epidemiologia é compreender
essas relações, incluindo causas, efeitos, consequências, abrangência, potencialidade,
sazonalidade, distribuição geográfica, entre outros. O papel da epidemiologia é “dissecar” o
percurso de uma doença, dada sua abrangência e efeitos na população.
Uma breve história da epidemiologia é descrita por Almeida Filho (1986), que traz sobre o
termo, cunhado inicialmente por Juan de Villaba, em 1802, mas o contexto de seu significado
relacionado ao histórico das epidemias na Espanha. Com o passar dos anos, a ciência da
saúde pública, com preocupação social, passou a se fortalecer entre os médicos e profissionais
de saúde. De modo geral, o “berço” dos estudos epidemiológicos foi baseado na ascendência
da medicina social, cuja preocupação era a saúde pública e contenção de doenças como
malária e febre amarela, chamadas de “doenças tropicais”.
Os avanços em epidemiologia foram mais assertivos quando as ferramentas estatísticas
passaram a fazer parte dos estudos, principalmente pelos ensinamentos de Major Greenwood,
professor de epidemiologia de uma universidade em Londres. Greenwood foi um dos pioneiros
na aplicação de ferramentas estatísticas aos estudos epidemiológicos, transformando a
epidemiologia em uma ciência técnica e lógica, muito além de apenas descritiva. No mesmo
período, Wade Frost publica os primeiros trabalhos utilizando ferramentas de estatística em
análises de prevalências de doenças e fatores determinantes. Já nos anos 1960, após passar
por diversas alterações em seu escopo, as ciências epidemiológicas experimentaram a mais
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ampla modificação, dado o advento do surgimento dos computadores, novos cálculos puderam
ser implementados, como aplicação de bancos de dados e novos modelos matemáticos. Assim,
com o passar do tempo e a ampliação do acesso e desenvolvimento tecnológico, a
epidemiologia se concretizou como uma ciência ampla e multidisciplinar, baseada em
ferramentas estatísticas e focada em soluções em saúde coletiva.
Atualmente, a epidemiologia pode ser segmentada em duas frentes principais. De modo geral,
a epidemiologia descritiva se preocupa em estudar o comportamento de condições em
determinada comunidade, em relação ao local, tempo e à caracterização dos pacientes. Por
outro lado, a epidemiologia analítica é baseada na aplicação estatística, elaboração de
modelos matemáticos e probabilísticos (FRANCO; PASSOS, 2011). Ambas as frentes são
complementares.
Modelo biomédico
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Modelo processual
Compreende a doença com causas mais amplas, desde estruturas sociais, culturais e
históricas, até fatores genéticos, hereditários ou congênitos. De modo geral, a doença
é resultado de um conjunto de processos que resultam em estímulos patológicos, que
podem ou não gerar uma doença de acordo com os processos fisiológicos de
respostas, e depende de probabilidades de ocorrência, chamadas de probabilidades de
riscos, que podem ser mínimo, intermediário ou máximo.
Modelo sistêmico
Assim, podemos perceber que os conceitos mais importantes em epidemiologia são saúde,
doença e efeitos populacionais. De modo resumido, a epidemiologia atua como uma ciência-
chave na compreensão das relações de causa e efeito de doenças, utilizando ferramentas e
modelos matemáticos para gerar conclusões e predições. É importante destacar que muitas
vezes um efeito observado por ter diversas causas associadas é justamente a visão global de
uma condição de saúde que a epidemiologia busca compreender.
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O conceito de epidemiologia está relacionado ao estudo dos fatores que determinam condições
ou ausência de saúde em determinadas populações, visando estabelecer padrões e métricas
para prevenção e controle de estados patológicos. O termo “epidemiologia” tem origem grega,
com a junção de ‘epi’ (sobre), e ‘demo’ (povo). Portanto, podemos inferir que a epidemiologia é
o estudo do povo, com foco na saúde coletiva (FRANCO; PASSOS, 2011). Observe, a seguir,
os principais termos associados à epidemiologia.
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#PraCegoVer: ilustração, com fundo preto, traz o termo epidemiologia, em amarelo, no centro
da imagem. Ao redor, 14 setas indicam termos, escritos na cor branca, que são: doença;
precaução; cuidado; triagem; saúde; risco; cuidados em saúde; higiene; vacinação; pandemia;
proteção; população; saúde pública; bactéria.
Você o conhece?
Cesar Victora é um epidemiologista brasileiro, ganhador de
um dos mais importantes prêmios na área de saúde, o
Saúde Global, da Fundação Gaindner. Ele é um dos
principais estudiosos de dados em saúde e aplicações em
epidemiologia, e mesmo aposentado ainda participa das
coletas de dados com seus alunos. É um grande nome e
motivo de orgulho para a ciência brasileira (ZORZETTO,
2013).
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Figura 5 - Regressão linear representativa da taxa ocorrência de dois tipos de câncer uterino
Fonte: ALVES; GUERRA; BASTOS, 2009, p. 1696.
O uso de gráficos de regressão linear é muito comum em estudos epidemiológicos, pois permite
uma representação visual das alterações ao longo do tempo em relação a uma variável ou
condição de interesse.
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Você sabia?
O estudo com seres humanos segue rígidas leis de saúde, com
um amplo histórico de atualizações e novos protocolos, todos
baseados na Declaração de Direitos Humanos, de 1948. Cada
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De modo geral, os estudos experimentais são realizados quando se tem controle da causa do
efeito de interesse, ou seja, é possível expor a variável de modo controlado e conhecido a
determinada condição, de modo prático e experimental. No caso dos estudos epidemiológicos
observacionais, não é possível fornecer ou controlar a exposição e, portanto, são utilizados
dados pré-coletados (PEREIRA, 2004).
Os estudos experimentais podem ser do tipo controlados ou não controlados, ou seja, pode-se
estabelecer grupos que não serão expostos a condição, de modo aleatório ou não. Os estudos
experimentais são amplamente utilizados em pesquisas clínicas e podem comprovar um estudo
observacional. Se em um estudo observacional uma hipótese foi comprovada, é possível
estabelecer um ensaio clínico para fortalecer tal hipótese observada (FRANCO; PASSOS, 2011;
PEREIRA, 2004).
Por meio das metodologias de estudos epidemiológicos apresentadas, pode-se obter
informações sobre a condição e seus efeitos, e em metodologias específicas, sobre a causa.
Para identificar as causas, são utilizados modelos de inferência causal.
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Temporalidade
Força de associação
Especificidade
Gradiente biológico
Analogia
Coerência científica
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Evidência experimental
Plausabilidade
Tais critérios são utilizados para validação dos estudos de causalidade. Por exemplo, em
determinado estudo pode ser que uma associação estatística tenha sido observada pela
comparação de valor-p, mas não contém os critérios de Hill. Assim, por esse viés, conclui-se
que a associação é real, mas não é causal. Portanto, quanto maior o número de critérios de Hill
preenchidos, maior a probabilidade de a associação ser do tipo causal.
Agora que já conhecemos os principais conceitos acerca dos estudos epidemiológicos e
análises de causalidade, vamos seguir para as métricas utilizadas para a compreensão de
epidemias.
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As principais medidas de associação são as medidas de risco relativo, odds ratio e risco
atribuível. Antes de compreender cada uma dessas medidas, veja o quadro a seguir em que os
termos a, b, c e d indicam determinados grupamentos. A partir desses valores,
compreenderemos como calcular as medidas de associação.
#PraCegoVer: quadro dividida em quatro colunas: grupo, acometido, não acometido e total; e
três linhas: expostos, não expostos e total.
O risco relativo (RR) é uma medida da provável associação entre determinada exposição e a
incidência de uma doença, indicando as chances de determinada doença ocorrer em um grupo
que não foi exposto a determinada condição (FRANCO; PASSOS, 2011). É calculada em
termos de razão:
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Por ser uma razão, quando RR = 1, conclui-se que as taxas são identificadas em ambos os
grupos, e se RR > 1, há um risco relativo associado à exposição, enquanto se RR < 1, não há
associação de risco, e sim de proteção, ou seja, o grupo exposto tem risco reduzido de
desenvolver a condição estudada (COUTINHO; CUNHA, 2005).
A medida odds ratio (OR), também chamada de razão de chances ou razão de produtos
cruzados, é uma métrica sobre as chances de ocorrência de determinada condição no grupo
exposto em relação ao grupo controle, objetivando responder se há uma maior chance da
condição de interesse de estabelecer em um grupo em detrimento do outro.
O cálculo é dado pela razão entre as chances observadas nos grupos estudados, ou seja, pela
razão entre a chance de doença nos expostos, sobre a chance de doença nos não expostos
(GORDIS, 2004; COUTINHO; CUNHA, 2005). Para compreender a fórmula, observe
novamente a “Quadro de valores para estudos em epidemiologia” e depois a fórmula.
Assim, o cálculo inclui, inicialmente, o cálculo da chance nos expostos, dado por ; e o inverso
das chances nos não expostos, dado por . Assim, a fórmula de OR é:
Por fim, a medida de risco atribuível (RA) objetiva compreender os efeitos concretos ou
absolutos no grupo exposto comparativamente ao grupo não exposto considerando a sua
incidência (COUTINHO; CUNHA, 2005; FRANCO; PASSOS, 2011). Seu cálculo é dado pela
probabilidade de ocorrência de determinada condição no grupamento exposto subtraído do
grupamento não exposto.
Agora que vimos as medidas de incidência, vamos conhecer quais são as medidas de
frequência.
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Quando tratamos as medidas de incidência considerando que o efeito observado é a morte dos
indivíduos, as medidas de sobrevida são chamadas de medidas de mortalidade.
Adicionalmente, pode-se calcular o índice de letalidade de determinada condição baseando-se
na proporção de óbitos observados em um período em relação a todos os indivíduos que foram
expostos ao fator.
Além das medidas de incidência, as medidas de frequência também consideram as medidas
de prevalência. A prevalência de uma condição é influenciada diretamente pela sua incidência,
duração e capacidade de disseminação (PEREIRA, 2004). Temos que:
Caso
O estudo de 2020 realizou análises de prevalência e incidência
relacionadas à pandemia de covid-19. Foram avaliadas as
medidas de incidência em relação aos novos casos em um dia,
dividindo esse valor pela população em risco nesse mesmo dia
(11/05/2020). Para o cálculo da prevalência, foram considerados
os casos de covid-19 na data, dividindo-se pela população em
risco. Assim, considerou-se como população de risco, para o
cálculo da prevalência, a média populacional brasileira em 210
milhões de habitantes, e para o cálculo da incidência, a
população total brasileira menos os casos confirmados até o dia
11 de maio de 2020. Até essa data, havia 168.331 casos
confirmados, e tal valor, dividido por 210 milhões, resulta em
0,08% de prevalência. Já a incidência considera os novos casos
do dia, que em 11 de maio de 2020 foram de 5.632. Tal valor,
dividido pela população em risco naquele dia, ou seja, toda a
população menos os casos já confirmados, resultou em 2,7 /
100.000. Assim, as autoras exemplificaram os cálculos
epidemiológicos de ampla utilização com dados reais de uma
pandemia em tempo real (PIZZICHINI; PATINO; FERREIRA,
2020).
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E assim finalizamos mais uma unidade, com conceitos importantes que integram aprendizados
de estatística e estudos em saúde.
Vamos Praticar!
Os dados epidemiológicos podem ser consultados em fontes
governamentais de pesquisa em saúde, como o DATASUS,
informado pelo Ministério da Saúde. A partir dos dados
disponibilizados é possível realizar cálculos e análises estatísticas
para inferir informações sobre aumentos de casos, possíveis
surtos e áreas de risco. Há, inclusive, programas de
monitoramento de tais dados para construção de políticas de
contenção e prevenção em saúde pública.
Com base nessas informações, acesse a plataforma DATASUS,
escolha o grupo “Casos de Hanseníase desde 2001 (SINAN)”, e
navegue pelos estados do Amazonas, Mato Grosso, Paraná e
Sergipe.
BRASIL. Ministério da Saúde. Casos de Hanseníase desde 2001
(SINAN). Brasília, DF: DATASUS, 2020. Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203
(http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203).
Acesso em: 17 dez. 2020.
Feito isso, responda:
1) Em qual estado, dentre os citados, houve maior número de
casos em 2019, considerando apenas a população indígena?
2) Qual a frequência observada para o estado do Amazonas no
período entre 2018-2019?
3) No Mato Grosso, qual a frequência observada entre 2004 e
2019, para o sexo feminino? E o sexo masculino?
Conclusão
Assim, finalizamos nossa unidade sobre os principais conceitos
em bioestatística, em que pudemos conhecer ferramentas
essenciais para a metodologia científica e pesquisa clínica. Ao
final, você é capaz de criar um planejamento para um estudo,
incluindo algumas métricas estatísticas para análise dos dados
obtidos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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Referências
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script=sci_arttext&pid=S0102-
311X1986000300004&lng=en&nrm=iso (http://www.scielo.br/scielo.php?
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17 dez. 2020.
ALVES, C. M. M.; GUERRA, M. R.; BASTOS, R. R. Tendência de mortalidade por
câncer de colo de útero para o Estado de Minas Gerais, Brasil, 1980-2005. Cad.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2009000800005&lng=en&nrm=iso (http://www.scielo.br/scielo.php?
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BALDI, B.; MOORE, D. S. A prática da estatística nas ciências da vida. 2. ed. Rio
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