Contribuição Da Educação Fisica Escolar No Processo de Ensino e Aprendizagem em Outras Disciplinas.
Contribuição Da Educação Fisica Escolar No Processo de Ensino e Aprendizagem em Outras Disciplinas.
Contribuição Da Educação Fisica Escolar No Processo de Ensino e Aprendizagem em Outras Disciplinas.
FACULDADE CALAFIORI
DEDICATÓRIA
À Pietra Alves Alvarez, Maria Emília Botelho Alvarez, José Nilton Alvarez, Maria
Cecília de Lima Chocair Felício por nos dar todo suporte e apoio necessário aos estudos.
1
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Desde o final do século XX e início do século XXI, a Educação Física tem passado por
transformações relevantes e significativas, ora passando por crises, ora se validando no
contexto escolar. No século XIX e, principalmente, no século XX, o objetivo da Educação
Física era o aprimoramento físico dos indivíduos para formarem uma população para fins
militares, eugênicos, e, também, apta a trabalhar. Nessa perspectiva, a Educação Física se
fundamentava em um modelo ginástico militarista, no qual o cerne era o fortalecimento do
corpo, a produção de um corpo saudável e o condicionamento físico de um modo geral.
Devido a essas relevâncias nos vimos vinculados a necessidade de trazer conhecimento de
modo a melhor expor a Educação Física Escolar e seus benefícios. Segundo as novas
concepções propostas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, fruto da ação de movimentos
como a Pedagogia Crítica e Pós-Crítica, a Educação Física fundamenta-se em ações que
promovam o respeito „à personalidade da criança, visando o desenvolvimento integral‟ e com
o intuito do aprender fazendo, a partir da idéia de que o aprendizado ocorre a partir do
movimento para o pensamento a Educação Física Escolar torna-se indispensável no processo
de ensino- aprendizagem. Neste contexto, o presente trabalho tem como o principal objetivo
apontar a contribuição da Educação Física escolar para o processo de ensino e aprendizagem
das outras disciplinas escolares. A metodologia utilizada para condução do trabalho é por
meio de uma Revisão de Literatura utilizando, para tanto, livros, artigos, teses, dissertações e
demais produções reconhecidas no meio acadêmico científico.
ABSTRACT
Since the late twentieth and early twenty-first century, physical education has undergone
significant changes and relevant, now undergoing crises, now is validating the school context.
In the nineteenth century, and especially in the twentieth century, the goal of physical
education was the physical improvement of individuals to form a population for military,
eugenic purposes, and also able to work. From this perspective, physical education was based
on a militaristic gymnastic model, in which the heart was the strengthening of the body,
producing a healthy body and fitness in general. Due to those seen in relevance linked the
need to bring knowledge to better expose the Physical Education and its benefits. Under the
new concepts proposed in the National Curriculum Parameters, fruit of action movements like
Critical Pedagogy and Post - Critical Physical Education is based on actions that promote
respect ' to the child's personality, aimed at comprehensive development ' and the purpose of
learning by doing, from the idea that learning occurs from the movement for Thought school
Physical Education is indispensable in the teaching- learning process . In this context, the
present work has as main objective to point the Contribution of Physical Education to the
process of teaching and learning other school subjects. The methodology used to conduct the
work is by a Review of the Literature using for such books, articles, theses, dissertations and
other productions recognized in scientific academia.
KEY WORDS: Physical Education, learning process, physical activity and cognition.
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 11
4 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................... 12
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO
mesmo reformulações”, ou seja, esse tipo de ensino diante da prática se encaixa e traz o
conhecimento na teoria com aspectos pluridisciplinares, transdisciplinares e multidisciplinares
permitindo várias formas de conhecimentos simultâneos a partir de um ensino, sob a ótica de
compreensão da relação e contribuição que a Educação Física Escolar proporciona para o
sucesso do processo ensino aprendizagem de outras disciplinas.
Os meios, formas, estratégias, de se chegar a uma escola onde as disciplinas se
ajudem, e contribuam umas as outras, no processo de aprendizagem, isso dependerá
principalmente da ligação das disciplinas, e dos professores aos conteúdos propostos visando
um conhecimento mais amplo relacionando a prática como uma das melhores formas para a
aquisição do conhecimento, é o que este estudo visa.
O primeiro capítulo versará sobre a contribuição da Educação Física Escolar para os
alunos em relação aos aspectos físico, psíquico e social.
O segundo capítulo discutirá os benefícios da cultura física frente ao desenvolvimento
cognitivo de outras disciplinas e por fim o terceiro capítulo apontará meios para o
estabelecimento da interdisciplinaridade entre a Educação Física e as outras disciplinas, de
forma a que os conteúdos da Educação Física são grandes responsáveis para a aquisição do
conhecimento de modo geral.
10
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 REVISÃO DA LITERATURA
Na Educação Física Escolar é necessária que exista uma ligação com as outras
disciplinas, porém, mantendo sua identidade. O aprendizado que é adquirido na Educação
Física Escolar irá contribuir no aprendizado na sala de aula, uma vez que através de atividades
corporais planejadas as crianças ampliam seu conhecimento tanto cognitivos com atividades
que as fazem raciocinar, quanto, compreender no âmbito social o seu papel enquanto cidadão
(LAVORKY & VENDITTI Jr, 2008).
Em qualquer área de estudo é comum ocorrer certa dificuldade de aprendizagem,
portanto, Técnicas de aprendizagem são sempre bem vindas. É importante observar que pode
existir uma relação entre o baixo rendimento na educação física referente a algumas
atividades em relação à baixa do rendimento às outras disciplinas, sem generalização e tudo
isso leva a refletir que exista uma correlação entre a educação física escolar com outras
disciplinas levando a inteligência corporal à inteligência lógico- matemática como por
exemplo, onde algumas atividades físicas podem trazer alguns bens distintos. Através disso
nos mostra que a Educação Física Escolar influencia o desenvolvimento nas outras disciplinas
de forma positiva (SILVA, CARMO, MORALES, SILVA, 2009).
Nos primeiros anos da escola os alunos precisam e necessitam de vivenciar manipular,
materializar, desenvolver o movimento, para que assim comece a associar algo que até então
não compreendido, por exemplo, na matemática, uma atividade em que tenham que formarem
duplas, trios, ou seja, para desenvolverem um movimento qualquer na dança, designar nomes
de objetos, animais, países, para qualquer atividade ou brincadeira, ouvir o processo histórico
da atividade, e saber da importância deste, saber de seus limites, e do colega,
desenvolvimento de movimentos conseqüentemente musculatura, respiração, visão periférica,
postura, entre tantos outros aspectos. Isso faz com que os alunos já comecem a associar os
números, a astúcia, o raciocínio, interpretação, criatividade, vocabulário, manipulação dos
objetos usados na sala, noções de espaço, respeito, ordem, regras, afetividade, cooperação,
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entre tantas outras qualidades que irão contribuir para os alunos na Educação Física Escolar e
conseqüentemente na sala de aula em demais disciplinas (LAVORKY & VENDITTI Jr,
2008).
A Educação Física Escolar tem como intuito a formação do cidadão integral, de forma
em que a cultura corporal de movimento seja uma das contribuintes para esse processo, onde
a vivência dos jogos, esportes, ginástica, dança, luta beneficie a qualidade de vida, e saúde de
modo a que promova a cidadania aos alunos, que levarão o aprendizado adquirido não
somente restrito no ambiente escolar, mas também a todos os lugares por eles freqüentados,
no seu dia a dia, em que exija em qualquer situação que seja uma postura mais exigente,
relacionado ao seu comportamento, trazendo esse conhecimento adquirido consigo (BETTI,
1992).
Por sua vez crianças que entram no universo das práticas corporais retiradas da mídia,
se apresentam de forma mecanizada na escola, onde simplesmente reproduzem o que é visto,
ou seja, uma cópia, com o decorrer do tempo isto fica monótono, e, por exemplo, programas
sem objetivos, sem progressões, sem planejamentos, sem estrutura perante o aspecto
cognitivo, geram cada vez mais o desinteresse, levando a desmotivação, ao sedentarismo, e
conseqüentemente obesidade, e outros tipos de problemas ligados à saúde, deixando de ser um
indivíduo fisicamente ativo. Cabe ao profissional de educação física não deixar que isso
aconteça, caso contrário deve diagnosticar este fato (a preferência por atividades passivas
como jogos eletrônicos e televisão) e traçar planos e estratégias para mudar este quadro
(BETTI, M. ZULIANI, L.R., 2002).
Segundo Betti (1992) “A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de
movimento há de ser plena – afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de
sua personalidade” (Betti, 1992, 1994a). Este pensamento aponta que a Educação Física não
se limita apenas a trabalhar no contexto do desenvolvimento, pois os alunos dentro das aulas
devem conseguir se organizar para realização do jogo (o que envolve o fator social) deve
saber e compreender as regras, envolvendo assim a interpretação, usada em todas as
disciplinas e na sociedade em geral, saber que sem seu companheiro não haverá o jogo,
portanto o respeito e companheirismo não devem faltar, à medida que, na maioria das vezes,
há a necessidade da participação de mais de um integrante para o jogo (BETTI, M. ZULIANI,
L.R., 2002).
Deve ser sugerida ao aluno uma visão crítica quanto ao esporte, para isso, deve ser
compreendido o esporte de maneira bem clara trabalhando aspectos físicos, sociais, afetivos,
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conceito de regras entre outros, assim os alunos, formarão, e construirão sua opinião e
entendimento relativo a ele, essa necessidade de entendimento conseqüentemente levara para
qualquer outro assunto ou disciplina a ele levado na escola. Bracht (1992) diz que:
"Precisamos entender que as atitudes, normas e valores que o indivíduo assume através do
processo de socialização no esporte, estão relacionados com sistemas de significados e valores
mais amplos, que se estendem para além da situação imediata do esporte". A partir daí, com o
entendimento da área em questão pode-se analisar e correlacionar os fatores políticos,
estéticos, técnicos, violência, doping, economia, preparação para o esporte, convivência,
esforço pessoal, trazendo o olhar crítico ao aluno e incentivando- o a qualquer tipo de
questionamento ou duvida nele contido, trazendo o entendimento e situações amplas a partir
das aulas de Educação Física Escolar assim abrirá sua visão e o leque para o aprendizado.
Todo este trabalho permite a formação de cidadão críticos (BETTI, M. ZULIANI, L.R, 2002).
O brincar ou qualquer outra atividade lúdica, desde que se tenha um objetivo, são
grandes responsáveis pelo aprendizado das crianças, onde o interesse pela brincadeira se torna
um dos responsáveis pelo aprendizado adquirido por ela. Qualquer que seja a atividade, e que
a criança sinta prazer em executá-la, surge um novo aprendizado, daí a importância de se
traçar uma variedade de atividades com objetivos claros a serem alcançados. Vários fatores
pessoais do aluno são desenvolvidos decorrentes das aulas de EFE entre elas, o manifestar
sobre algo, expressões de opiniões, idéias, entre outros, basta o professor dar essa liberdade e
ter o conhecimento para esse estímulo. O primeiro momento da criança para entrar na
brincadeira é entendê-la para poder participar, nesse mesmo pensamento para entender deve
haver a atenção e respeito às regras impostas, esse processo, com o passar do tempo a criança
começa a entender e associar o pensamento onde o mesmo servirá para as demais disciplinas,
e também para sua vida social, onde o conhecimento faz parte de um processo, e sempre
haverá algo a se aprender basta o professor saber propor atividade e exercícios a modo de
cativar de forma inteligente o aluno para aquisição deste (FERNANDES, 2012).
O aluno deve começar a entender seu corpo perante a cultura corporal de movimento,
obtendo suas próprias idéias de movimento fazendo-o entender no que a atividade física na
escola contribui para o bem estar de seu organismo, e conseqüentemente para saúde de modo
geral, se auto- questionando se isso faz bem ou mal, e através das intervenções do professor
estes aspectos são mais bem conduzidos, para a obtenção de resultados esperados (BETTI, M.
ZULIANI, L.R., 2002).
As situações criadas pelo professor para que os alunos resolvam problemas durante a
atividade física é o que traz autonomia em realizar a resolução do problema no dia-a-dia,
tornando-as criativas e produtivas em seu processo escolar. A prática esportiva para os
iniciantes deve ser cuidadosamente orientada, para que esse aprendizado comece a
desenvolver a confiança, auto-imagem positiva, percepções (social, cognitivo, e
principalmente motora). Assim estarão “construindo seu aprendizado e estimulando seu
conhecimento e desenvolvimento” através das aulas de Educação Física Escolar (CEZÁRIO,
2008).
Crianças fisicamente ativas em sua grande maioria são as que obtêm melhores
resultados em provas em função do estímulo, segundo o estudo de Witek 2002 (Cesário 2008)
devido à melhor circulação sanguínea e maior oxigenação do sangue. Sua atenção depende
principalmente do domínio de seu corpo, assim fluindo sua concentração, as imagens obtidas
e materializadas na educação física é o que irá representar, e construir na sala de aula. .
16
Estudo este que se torna bem relativo devido à dependência de alunos comprometidos e a
relatividade da situação intelectual do aluno onde esses benefícios são de acordo com cada
indivíduo, resultados apresentados não é via de regra a todo aluno.
Cesário 2008, em um estudo com 47 crianças (3º ano do ensino fundamental) mostra
que estas têm bom desempenho físico através das aulas de educação física escolar e fora da
escola, apresentam maior facilidade no aprendizado na sala de aula. O teste aplicado foi o de
Fonseca, (1995) que é uma bateria psicomotora, com testes óculo manual, óculo pedais,
dissociação, coordenação dinâmica manual e velocidade de precisão e um questionário de dez
perguntas relacionado à prática de atividade física, esses testes são formalizados com uma
pontuação final e são comparadas as notas escolares dos alunos aonde as melhores notas vêm
de alunos que mais praticam atividades físicas. Os resultados mostram que alunos com bom
desempenho físico apresentam melhores notas não só pela melhora da inteligência, mas
também pelo maior controle de si perante as necessidades das aulas. Para que o professor de
Educação física possa melhor desenvolver esse trabalho conjunto entre mente e corpo, deve
compreender as necessidades dos alunos para assim focalizar e planejar seu trabalho, não
deixando a Educação Física Escolar como refém das outras disciplinas e sim componente
essencial ao desenvolvimento dos alunos. A relação entre atividades físicas e as notas é bem
relativa ao professor e suas estratégias de ensino, onde nem todo aluno consegue o
aprendizado através das atividades, porém ela é estimulante ao cognitivo.
Crianças estão sempre em movimento, se deslocando seja com ações corretas ou
erradas, a partir dessa idéia é possível salientar que ela traz consigo a curiosidade sobre o
mundo a partir das coisas que a rodeia com intuito de descobrir e entender o que está em sua
volta, assim conseqüentemente, com o decorrer do tempo sua inteligência são
significativamente estimulados. Movimentos esses que devem ser estimulados, no caso da
escola, pelo professor (PACHECO, 2013).
desenvolvimento irá ser adquirido de forma natural e gradativa, de acordo com o aprendizado
obtido nas aulas. O jogo permite às crianças a obtenção de valores como estética, respeito,
justiça, solidariedade, motricidade, confiança, cooperação, respeito, entre outros, no qual estes
são desenvolvidos a partir das aulas (FREIRE, 1989).
As escolas ainda visam um modelo de educação visando a recompensa com
gratificações e promoções de acordo com o aprendizado dos alunos, o qual diante da
resolução dos problemas a eles impostos esse modelo é estabelecido, porém isto deve ser
repensado por partes dos docentes uma vez que alunos em algumas circunstâncias se saem
bem e em outras não, aí a visão para o aprendizado deve ser estabelecida pouco a pouco, a
partir de conhecimentos já adquiridos, “conceitos vizinhos”, o professor deve propor o
conhecimento e educar para as diversas situações da vida, na qual a inteligência já adquiridas
das crianças seja novamente mobilizadas e trabalhas a modo que o conhecimento seja
transitório de uma situação para a outra (FREIRE, LISBOA, 2005).
A Educação no contexto capitalista diante da educação somente em visão aos
interesses capitais, sem a compreensão da realidade de cada aluno que vivem, é uma vertente
estudada por FREIRE (2005), onde “o ser que se ensina sem consciência crítica é negado o
direito do homem de se humanizar”, o certo é que por meio da conscientização em direção ao
conhecimento da realidade e das relações de poder, o indivíduo possa ser capaz de
transformar e modificar aquilo que lhe é oferecido. A Educação é estabelecida e adquirida
através de relações e interações com o outro indivíduo, a separação por classes sociais,
político, econômicas e culturais, não é favorável ao desenvolvimento social dos indivíduos.
FREIRE (2005) defende a educação progressista através da consciência crítica que é
necessária para a transformação social.
Os alunos vítimas do bullying, geralmente, são adolescentes, que têm dificuldade para
reagir às agressões, e acabam se retraindo, isso contribui e muito para uma evasão escolar,
pois, na maioria das vezes não conseguem suportar esse tipo pressão a que são submetidos. O
professor de Educação Física tem de iniciar estratégias para prevenção deste problema desde a
Educação Infantil, uma vez que estudos mostram que quanto antes existe a intervenção,
melhores são os resultados quanto à redução e ao controle do bullying no ambiente escolar
(LOPES e SAAVEDRA, 2003).
Muitos alunos, que são vítimas desse tipo de violência, passam a ter um baixo
rendimento escolar, se recusam em grande parte a ir pra escola. Há jovens, vitimas de
bullying, que desenvolvem problemas com depressão, e acabam até mesmo tentando ou
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cometendo o suicídio, além do que chegam à vida adulta com os mesmos problemas
desenvolvida nesta fase da vida, e tem dificuldades para se desenvolverem e adaptarem se ao
ambiente de trabalho, aspecto esse que deve ser trabalhado nas aulas de Educação Física
Escolar (LOPES, et. AL, 2003).
Os sintomas de depressão são basicamente os mesmos em adultos, adolescentes e
crianças, embora existam dados sugerindo que sintomas característicos podem mudar com a
idade, como sintomas comuns em crianças (retraimento social, irritação) e os menos comuns
(retardo psicomotor, hipersonia e delírios). A maioria dos autores cita que os sintomas variam
com a idade e destacam a importância da maturação das diferentes fases do desenvolvimento
nos sintomas e comportamentos depressivos, mostrando uma caracterização sintomalógica
predominante para cada faixa etária. Crianças com idade escolar (seis a sete anos, até os doze
anos), relatam com frequência, sintomas como tristeza, tédio ou irritabilidade. Apresentam
uma aparência triste, choram com certa facilidade, isolamento e queda de rendimento. O
declínio de rendimento pode ser avaliado em função da fraca concentração e interesse, que
são próprios do quadro depressivo. É comum a criança dizer também que não tem amigo, que
ninguém gosta dela e demonstrar um apego muito grande a animais. Os professores
geralmente são os primeiros a perceberem esse quadro de depressão, que deve ser levado aos
superiores e pais para ajuda no tratamento a ele cabível. Estes transtornos depressivos na
infância são comuns, e graves o suficiente para chamar a atenção de clínicos e pesquisadores.
É necessário destacar que os transtornos depressivos têm apresentação heterogênea desde a
infância, exigindo uma cuidadosa avaliação dos profissionais envolvidos com essas crianças.
É necessário que haja também uma informação conjunta de pais, professores e amigos, para
uma possível investigação clinica, pois em muitos casos não é identificado esse quadro na
criança, e não são nem encaminhados para tratamento, podendo assim apenas piorar a
situação (LOPES, NETO e SAAVEDRA, 2003).
Atualmente são conhecidos os fatores de riscos e fatores precipitantes do
comportamento suicida em crianças o que permite melhores estratégias para a abordagem do
problema, e se considerarmos que a depressão é ainda a maior causa de suicídio entre as
crianças, muito existe para ser realizado, podendo impedir e proteger, inúmeras vítimas
suicidas derivadas dessa doença. A primeira abordagem para transformar essas crianças pode
ser feita nas aulas de Educação Física Escolar com aulas que ajudem a mudar esse quadro
(GOODYER, COOPER, 1993).
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Levando em conta a aceitação e o gosto dos alunos relacionados ao prazer para com a
Educação Física Escolar, com ela o processo alfabetizatório, ou de aprendizagem geral em
qualquer que seja o aluno, e principalmente aos que possuem alguma dificuldade de
aprendizagem, ela serve como um atalho, e grande estimuladora do aluno para o
desenvolvimento do conhecimento, cognitivo e motor, sendo preciso atividades previamente
planejadas e com objetivos claros para se alcançar o que se é proposto (OLIVEIRA,
ODLEBRECHT; 2009).
A criança em seu processo de alfabetização (escrita) obtém aprendizado primeiro do
“motor” (manipulação), passo este que auxiliará na escrita por exemplo. Este processo deve
ser bem trabalhado pelos professores, pois nesses anos iniciais marcam o período de
desenvolvimento deste contexto, onde a falha dele levará problemas futuros. As aulas de
Educação Física Escolar podem ser consideradas uma das formas mais flexível para se
trabalhar conjuntamente, atividades vinculadas à matemática, português, entre outras
disciplinas, levando em conta que a criança quando entra na brincadeira ou atividade que seja
lúdica, provoca (desperta) seu interesse incessante do desafio, do querer mais e mais. A partir
daí a proposta de vincular as aulas de Educação Física Escolar às demais disciplinas escolares
como no caso uma simples conta, ou a busca de uma palavra para aumentar o seu vocabulário
(LAVORKY & VENDITTI Jr, 2008).
A leitura e a escrita das crianças são fundamentalmente baseadas no domínio dos
gestos, desenvolvidos principalmente nas aulas de Educação Física Escolar assim como
estruturação espacial, orientação temporal, que vão proporcionar aos alunos direções
(esquerda e direita, em cima e em baixo, frente e atrás), beneficiando-os nos sentidos das
escritas ou leituras (PACHECO, 2013).
Ao decorrer dos anos as crianças passam por uma série de acontecimentos que são
favoráveis a sua construção do conhecimento através da descoberta. O desenvolvimento da
coordenação motora nos alunos, que é de grande responsabilidade da Educação Física
Escolar, é um fator que permite ao aluno, por exemplo, a escrever em uma folha de papel sem
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morder a língua ou escrever com uma mão e ao mesmo tempo segurar com a outra, situações
simples que sem o estímulo correto do professor levaria um tempo maior para se adequar a
essa situação. (PACHECO, 2013).
Com o desenvolvimento da coordenação motora mais aguçada, possibilita o aluno a
desenvolver certa tarefa sem tanta demanda de atenção, caso este que permite ela a executar a
tarefa com mais eficiência (PACHECO, 2013).
Dentre as disciplinas envolvidas no processo de escolarização, a educação física é
aquela que tem como objeto de estudo, o movimento, que transborda nas crianças o prazer e a
satisfação na execução das aulas assim possibilitando o desenvolvimento motor de forma
consistente (BORGES, 1992).
A Educação Física Escolar, pode se tornar um excelente meio, onde através de uma
abordagem educativa e bem estruturada pode contribuir para a formação do ser humano, indo
muito mais além do que apenas conhecimento tático e técnico conseqüentemente será
ramificado aos aspectos sociais e educacionais quando relacionados às outras disciplinas
(MACHADO e PRESOTO, 2001).
Machado e Presoto (2001) defendem a iniciação esportiva, como parte da
aprendizagem e do desenvolvimento motor, com táticas e regras básicas, sem fazer muito
exigência técnica ou física, tendo como objetivo a formação integral do aluno, na parte física,
cognitiva, afetiva – social, podendo ai sim, ser uma preparação para esportes escolares. Porem
o que se vê hoje, é o uso desta para competição entre alunos, sem uma preparação adequada
para os educandos, se apresenta ai um fator negativo quanto às aulas ministradas pelos
professores.
Todos nós temos que respeitar o universo cultural do aluno, explorando as diversas
possibilidades de atividades lúdicas espontâneas, propondo com o decorrer do aprendizado
cada vez mais atividades complexas e difíceis, para que o aluno adquira cada vez mais
conhecimento (FREIRE, 1992).
A Educação Física Escolar é privilegiada como sendo um “instrumento pedagógico”
eficiente, logo sendo a melhor maneira de ensinar. A criança brinca, e aprende e este
momento vivido por ela tem de ser em um ambiente prazeroso, propicio para isso acontecer.
A idéia de Freire (1992) é que toda situação de ensino- aprendizagem sejam interessantes para
a criança, e que o corpo e a mente, estejam “ligados” nesse processo, não apenas um ou outro
de forma individual, mas como um todo.
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A Educação Física Escolar é entendida como sendo uma disciplina que trata de jogo,
esporte, ginástica, como sendo um conhecimento da cultura corporal de movimento. Ela tem
de buscar profundamente o ensino prático e técnico, no qual não se deve apenas repetir ou
transferir movimentos e conhecimentos, mas ter um olhar crítico, sobre a assimilação destes
conhecimentos, valorizando os fatos, acontecimentos atuais e o resgate histórico. Na
Educação Física Escolar, deve ser preconizada ao aluno, condições para que seu
comportamento motor seja desenvolvido da forma mais completa possível, através da
diversidade dos movimentos, cada vez mais complexos, oferecendo atividades adequadas com
o seu crescimento, e deixando espaço para a criação, valorizando a criatividade para que as
habilidades motoras sejam alcançadas e desenvolvidas, trazendo benefícios não somente ao
motor, mas também ao intelecto da criança (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
25
Através das atividades desenvolvidas na Educação Física Escolar, existem meios pelos
quais os alunos adquirem as informações a eles propostas, onde, eles coletam, avaliam,
guardam (registram), e recuperam as informações contidas em seu intelecto, o processo pelo
qual o aluno consegue, de maneira permanente e real, reter a informação em sua memória
passa por três etapas (CARRERA, 2009).
Num primeiro momento existe o registro da memória sensorial; onde a informação
nesse momento é captada por esse sentido, ou seja, o aluno necessita a passar por vivências
estruturadas pelo professor nas aulas e através dessas existem a manipulação de objetos que
estejam sendo contextualizados para a compreensão do assunto pautado. Dentro deste
momento são ainda registrados dois meios pelo qual é adquirida a informação pelo registro da
memória;
Portanto, após analisar vários contextos foi possível verificar o quanto o trabalho da
Educação Física Escolar tem papel fundamental e indispensável para o aprendizado do aluno.
Então iremos apresentar um exemplo prático referente à contribuição da Educação Física
Escolar perante a disciplina de Matemática, na qual as maiorias das crianças apresentam
maior dificuldade nessa área, talvez seja mais difícil de resolver esse problema, e com ela essa
disciplina seja mais bem interpretada (CARRERA, 2009).
Para que o conteúdo de matemática seja bem desenvolvido, é necessário que o ensino
seja consistente e de forma significativa, com práticas e experiências de modo em que a
criança vivencie e materialize os conceitos. As dificuldades encontradas para o
desenvolvimento dessa disciplina estão relacionadas às:
Habilidades espaciais: envolve fatores de dificuldades na dimensão de distância,
tamanho, seqüência, interferindo em atividades de medir, estimar, resolver problemas e
conceitos geométricos;
Perseverança: dificuldade na transferência de uma tarefa para outra, onde a dúvida é o
principal responsável;
Linguagem: dificuldade de distinção de primeiro, último maior, menor;
29
Mannouty (1947 apud Ernest, 1994) afirma que o caráter absoluto e perfeito da
matemática é pura superstição, ou seja, é um engano achar que essa ciência é uma verdade
eterna. E na mesma linha, Ernest (1998), diz que por a matemática ser uma construção falível
e em constante desenvolvimento, isto indica que tal ciência deve ser incorporada, a partir
dessa concepção, junto ao currículo escolar. E recomenda uma pedagogia matemática apoiada
em processos de investigação, já que isso favorece a produção de conhecimento a partir das
experiências sustentadas pelo falibismo matemático, que diz que a idéia do sujeito como
criador ativo do conhecimento e da natureza temporária das criações (ERNEST, 1998).
Nesse contexto o autor, defende a idéia de que a sala de aula é um local de constantes
incerteza e jamais certezas absolutas, e isso faz com que os alunos investiguem, estudem,
pesquisem, cada situação, assim não aparece apenas uma estratégia, e sim várias outras
promovendo desafios, questionamentos, e auto reflexão. Nesse caso os erros são objetos de
estudo, e não aparecem como efeitos negativo, sendo assim, passiveis de diferentes tipos de
punições.
Assim sendo, o autor propõem uma matemática que não seja rigorosa, marcada por
fórmulas, regras pré-estabelecidas, e com um conhecimento, construída. Pelo contrario, a
matemática apresentada aqui vem de um problema, visto que o problema nada mais é que o
próprio jogo e isso o torna um problema em movimento, que sugere a pratica pedagógica do
jogo como um desencadeador de situações problema.
Ora consideramos que:
Jogar não é simplesmente apropriar-se das regras. É muito mais do que isso! A
perspectiva do jogar que desenvolvemos relaciona-se com a apropriação da estrutura, das
possíveis implicações e tematizações. Logo, não é somente jogar que importa (embora seja
fundamental!), mas refletir sobre as decorrências da ação de jogar, para fazer do jogo um
recurso pedagógico que permita a aquisição de conceitos e valores essenciais à aprendizagem.
(MACEDO; PETTY; PASSOS; 2008 p. 105).
No que concerne o jogo, este é entendido como uma atividade lúdica, dinâmica e
desafiadora e que somente ajuda na aprendizagem. Tanto o jogo como a resolução de
problemas, envolve o pensar, a estruturar o cognitivo, a partir do conflito gerado a partir da
situação problema.
Esse dinamismo do jogo pode ser gerado, através da ação do aluno em executar uma
jogada e logo em seguida já receber uma resposta e isso gera uma nova situação problema, e
um novo movimento se constituirá, dando subsídios para uma nova estratégia ser criada.
32
Podemos dizer que como Emerique (1999), que existem pontos comuns entre o
raciocínio utilizado nos jogos e o raciocínio útil utilizado na matemática, além da idéia que o
aluno sempre estará criando, produzindo novas duvidas e resoluções de situações problemas,
e buscando estratégias, sempre objetivando a vitória.
Para Grando, (2008) os jogos de estratégia favorecem a construção e a verificação de
hipóteses. As possibilidades de jogo são construídas a partir dessas hipóteses que vão sendo
elaboradas pelos alunos. Quando o aluno executa uma jogada, leva em conta o universo de
possibilidades existentes para aquela jogada. (p. 39)
Isso nos diz que no jogo temos um conhecimento matemático, pelo movimento de
conjecturar diante uma situação problema do jogo, criando e recriando estratégias a todo o
momento do jogo, e sempre procurando tomar decisões.
Em uma partida de xadrez, através de toda ação do jogo em si, criando e recriando
estratégias no momento do jogo, com a idéia de que uma jogada é útil a próxima, e assim
sucessivamente o aluno estará produzindo um conhecimento matemático útil, até mesmo para
a compreensão do conhecimento matemático escolar.
Por fim, o xadrez é uma atividade favorável não apenas para a produção de um
conhecimento, no jogo diretamente dito, mas sim na educação da matemática, na amplitude
que oferece várias possibilidades no campo das resoluções dos problemas, além do que ajuda
o aluno a criar o próprio conhecimento matemático.
33
5 CONCLUSÃO
Após estudo feito sobre o tema nota-se que a Educação Física Escolar, se apresenta de
forma fundamental para o aprendizado do aluno, seja ele social, afetivo, motor ou cognitivo.
As aulas bem elaboradas e bem estruturadas contribuem nesses aspetos para os alunos,
levando em consideração que cada aluno tem seu tempo para o aprendizado, que deve ser
passado de acordo com aquele conhecimento prévio já obtido pelo aluno, assim o aprendizado
fluirá mais consistente.
A vivência através da manipulação de objetos e atividades pratica trazem as crianças
um mundo novo e divertido onde o prazer na execução é um grande fator estimulante. Cabe
ao professor saber estimular e cativar os alunos para trazer com ele a curiosidade de descobrir
coisas até então desconhecidas por ele, isso aguça os sentidos dos alunos e desperta nele o
interesse pelo conteúdo.
A contribuição da Educação Física Escolar em outras disciplinas, é evidente quando
bem trabalhado perante o trabalho aqui apresentado, onde o que é aprendido sempre pode ser
mais bem desenvolvido e valorizado por outros aprendizados.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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