Didáctica Geral II

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO EVANGÉLICO DO LUBANGO

ISPEL-LUBANGO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO

TRABALHO DE grupo de
Didáctica geral
TEMA: Didáctica Tradicional e didáctica moderna

Grupo: 2

Turma: B

2º Ano

Sala: 7

Curso: Educação de Infância/ Educação Pré-Escolar

Lubango/2022
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO EVANGÉLICO DO LUBANGO

ISPEL-LUBANGO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO

TRABALHO DE grupo de
Didáctica geral
TEMA: Didáctica Tradicional e didáctica moderna

Grupo: 2

Turma: B

2º Ano

Sala: 7

Curso: Educação de Infância/ Educação Pré-Escolar

O DOCENTE

________________________
Lubango/2022

INTEGRANTES DO GRUPO

Nº NOME NOTA DO GRUPO NOTA INDIVIDUAL

1 Adelina j. Daniel

2 António ng. Joaquim

3 Clementina m. chyevo

4 Helena i. m. c. dos anjos

5 Isabel c. t. calumbe

6 Margarida l. a. sacutunga

7 Rosa. C. M. c. paciência

8 Soraya d. m. da costa

9 Teresa cunha

10 Ventura a. Virgílio
1- A DIDÁTICA TRADICIONAL

Houve momentos, na história da didática, “em que a importância do ensinar predominou


sobre o aprender”. (Pimenta, 2005).
Assim ocorreu com a didática comeniana, enquanto arte de ensinar tudo a todos, com a
didática herbartiana, que precisou de passos formais tendo em vista uma prescrição
metodológica, e, mais recentemente, com a didática tecnicista, fundada sobre a crença no
poder de transmissão eficaz de informações através das tecnologias e das mídias. Este
predomínio do ensino sobre a aprendizagem constitui a essência da chamada didática
tradicional. Com ela, o ensino torna-se um paradigma, em todos os seus níveis.
Especificamente, no ensino superior, tal paradigma é descrito, em sua manifestação
efetiva, da seguinte forma.
Se nesta concepção de didática, a ênfase é posta no ensino, então, deve-se perguntar:
Quem ensina? O professor. Fator predominante, não se preocupa com problemas e
características do aluno. É ele o responsável por transmitir, comunicar, orientar, instruir,
mostrar. É ele quem avalia e dá a última palavra. Ocupando lugar central, na sala de aula,
assume, na maioria das vezes, uma postura autoritária em relação a seus educandos.
“A grande preocupação no ensino superior é com o próprio ensino, no seu sentido mais
comum: o professor entra em aula para transmitir aos alunos informações e experiências
consolidadas para ele por meio de seus estudos e atividades profissionais, esperando
que o aprendiz as retenha, absorva e reproduza por ocasião dos exames e das provas
avaliativas” (Masetto, 2003).
A centralidade do professor, no processo de ensino-aprendizagem, evidencia-se, também,
na organização física da sala de aula. Nesta, encontramos as carteiras dos alunos
dispostas em colunas e, bem ao centro, encontramos a mesa do professor. A partir desse
ponto, ele consegue ter uma visão ampla de todo o corpo estudantil, impondo, assim, sua
disciplina e autoridade.
Conforme Freire, (1983): esta é uma das razões que leva o aluno a ver o professor como
uma figura detentora de poder e conhecimento. Nesta perspectiva, a quem se ensina? Ao
aluno. Elemento passivo, cabe a ele ouvir, decorar e obedecer. Além disso, é visto como
receptor, assimilador, repetidor. Ele reage somente em resposta a alguma pergunta do
professor. Procura ouvir tudo em silêncio. Ainda que, por vezes, responda o interrogatório
do professor e faça os exercícios pedidos, ele tem uma atividade muito limitada e pouco
participa da elaboração dos conhecimentos que serão adquiridos. Sua tarefa principal é
memorizá-los sem nenhuma estratégia de aprendizagem.
O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência
bancária. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando se um depósito
do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita (Freire, 1979).
“O aluno registra palavras ou fórmulas sem compreendê-las. Repete-as simplesmente
para conseguir boas classificações ou para agradar ao professor (...) habitua-se a crer
que existe uma ‘língua do professor’, que tem de aceitar sem a compreender, um pouco
como a missa em latim. (...) O verbalismo estende-se até às matemáticas; pode-se passar
a vida inteira sem saber porque é que se faz um transporte numa operação; aprendeu-se
mas não se compreendeu; contenta-se em saber aplicar uma fórmula mágica”. (Reboul
Apud Pimenta, Anastasiou, 2005).
Este aspecto repetitivo da aprendizagem era um elemento central do programa jesuítico
de educação. Durante as lições, os alunos realizavam anotações em um caderno para
serem, posteriormente, memorizadas na forma de exercícios – organizados por ordem,
assuntos, frases significativas, palavras e pensamentos. Além disso, tais anotações eram
completadas com citações transpostas, imitando os clássicos. Nas escolas jesuíticas, as
aulas ocorriam em período integral e, todo final de manhã e tarde, os estudantes, sob a
responsabilidade de um aluno comandante, faziam as repetições dos conteúdos
ministrados naquele dia. Tal prática antecipa, de certo modo, a próxima questão: como se
deve ensinar? Emerge, então, o problema do método. Procedimento, técnica, meio de se
fazer alguma coisa, especialmente de acordo com um plano; conjunto de regras e
princípios normativos que regulam o ensino ou a prática de uma arte, o método tem a
finalidade de alcançar um propósito, aquele que leva de forma mais segura à consecução
de uma meta estabelecida. A idéia de organização, nele contida, implica também no
planejamento e no replanejamento de procedimentos coerentes e coesos para o seu
desenvolvimento integral. No seio da didática tradicional, o método de ensino é concebido
a partir do seu aspecto material. Isso significa que ele acentua a transmissão de
conhecimentos, ou seja, a transmissão do saber historicamente acumulado. Ademais, o
método de ensino é pensado a partir de uma perspectiva abstrata, formal e universalista.
Consoante TITONE Apud CANDAU, (2008): A supervalorização do método, que foi
peculiar na Teoria do Método Único, abstrato e formal, estava baseada em uma psicologia
tipicamente racionalista. Comênio, Pestalozzi e Herbart tratavam de formular um método
que, dotado de valor universal, fosse capaz de imprimir ordem e unidade em todos os
graus do saber. O método de ensino jesuítico, elaborado no final do século XVI e exposto
no Ratio Studiorum, foi utilizado para catequizar, no Novo Mundo, servindo aos interesses
da empresa da colonização e da Igreja contra-reformista. No Ratio Studiorum, o ensino foi
organizado, gradativamente, através de várias metodologias. O primeiro recurso
metodológico utilizado para auxiliar a educação nos aldeamentos foi a música. Através
dela, os jesuítas conseguiam despertar a atenção e a simpatia dos nativos, utilizando
seus próprios instrumentos e elaborando um repertório no estilo indígena, cujas letras
falavam do Deus cristão. Outro recurso pedagógico, empregado pelos Jesuítas, foi o
teatro. Além do “como ensinar”, faz-se necessário, também, abordar a questão daquilo
que se deve ensinar. Surge, então, a temática do conteúdo. No enfoque tradicional, o
mesmo já vem predeterminado pelo programa da escola, sem que se questione a sua
natureza e o seu sentido. Segundo TURRA Apud LOPES, VEIGA, (2000): O professor,
tradicionalmente, era obrigado a ministrar os conteúdos que o programa escolar
determinava. O mestre de alguns anos atrás, encontrava nos programas oficiais o rol
completo de informações a ser estudado por seus alunos. (...) Era exigido que o professor
o L. P. Rodrigues et. al. ISSN 1983-6708 Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.4, n.3,
Pub.5, Julho 2011 esgotasse apesar da qualidade do rendimento do aluno. Neste sentido,
a tarefa do professor era bastante simplificada. O conteúdo tinha que ser transmitido aos
alunos. Se estes apresentavam dificuldades, eram escoltados a “estudar mais”. E caso as
dificuldades permanecessem, não haveria outra solução além da reprovação ou da
dependência. Em 1630, nos vinte aldeamentos existentes, abrigando por volta de 70.000
indígenas, os conteúdos ministrados, pelos jesuítas, eram basicamente os incluídos no
ensino elementar – ou seja, rudimentos de leitura, escrita e aritmética – além de
conteúdos de artes, oratória, ciências e aqueles ligados à doutrina cristã. Nas artes,
especificamente, eram desenvolvidos trabalhos no âmbito da música, pintura, escultura e
arquitetura. Para que se ensina? É a questão dos objetivos.
Convém ressaltar que o objetivo, na Didáctica Tradicional, é visto como teórico e remoto,
não influindo no trabalho escolar. Tal visão se torna mais compreensível se a situarmos
no contexto de uma pedagogia essencialista. Segundo esta concepção pedagógica, o
objectivo didático se apresenta de modo intemporal, universalista, desligado do mundo da
vida, afastado dos homens concretos e de sua historicidade. Sua natureza é, sem sombra
de dúvida, metafísica. Um exemplo, disso, é a própria pedagogia jesuítica, sobretudo
àquela desenvolvida nos primeiros séculos do Brasil. Nela, vê-se claramente que a prática
pedagógica volta-se, em última instância, para a formação do cristão. Desse modo, se a
pedagogia está a serviço do desenvolvimento da fé e da espiritualidade do ser humano, o
objetivo fundamental da educação consiste no aprimoramento constante da essência
humana para levar o homem à perfeição e, assim, aproximá-lo de Deus. Têm-se, nesta
ótica, “uma educação integralmente voltada para o aprimoramento religioso e espiritual do
homem, sem nenhuma finalidade material, política ou social” (Severino, 2009).
A escola tradicional é modelo de escola onde o ensino, os tratamentos e até mesmo as
formas foram feitas com base em estruturas militares e aprimoradas com a revolução
industrial. Um exemplo disso são as campainhas que tocam para avisar os alunos da
troca de aula. É uma especie de treinamento para o que estaria por vir nas fábricas, para
que desde cedo o aluno fosse acostumado ao seu provável futuro de proletariado.

1.1- Principais Características da Didáctica Tradicional


 O professor como centro das atenções do processo educaditivo
(Magistrocentrismo).
 O professor é activo e o aluno receptor ( Passivo).
 Firmação intelectual e moral.
 Dependência do professor.
 O carácter autoritário, impositivo e coercivo por parte do professor.
 Tendo assim como método de ensino Expositivo.
 Com relação ao conteúdo dá-se ênfase ao esfporço intelectual e na sua
assimilação de conhecimentos (distanciamento dos problemas cotidianos e
actuais).
 Metodologia: Leituras repetidas e cópias constantes ( não há preocupação
com diferenças individuais dos alunos, considerando uma turma homogênea).
 Avaliação: superestima a memória e a capacidade de decorar o que foi
assimilado através de provas.
 Verificação da aprendizagem: por meios de prêmios e punições que
estimulam a competição entre os alunos.
 Manutenção da disciplina: que consistia em castigos corporais ( através da
intimidação).
 Basea-se na filosofia essencialista: sengundo a filosofia essencialista o
homem é uma criatura inserida no mundo concebido como uma entidade em
que reina uma orem predeterminada. O estudante ainda que descobra os
factos, leis..., eles não são obra sua. Eles pré-existem e importa encontrá-los,
quer consumados, como nos manuais ou na palavra do mestre, quer em
potência, nos materiais de manipulação ou de experimentação (...); o aluno é
essencialmente receptor” (De Landsheere, 1994, p.21).
1. A Didática Moderna

Na história da didática, também ocorreram momentos em que a importância do aprender


predominou sobre o ensinar. O momento inicial deste predomínio dá-se com Rousseau,
no século XVIII, para, em seguida, ser amplamente desenvolvido pelo movimento da
Escola Nova, no século XX. A ênfase no “ser que aprende”, como paradigma para o
ensino superior, altera o papel dos participantes do processo: “ao aprendiz cabe o papel
central de sujeito que exerce as ações necessárias para que aconteça sua
aprendizagem”. (Masetto, 2003).
A partir desta perspectiva, pergunta-se: Com quem se aprende? Com o professor. Este,
porém, deixa de ser sujeito do processo de ensino-aprendizagem. Torna-se “apenas um
orientador e organizador das situações de ensino”. (Pimenta; Anastasiou, 2005). O
professor, hoje, é aquele que ensina o aluno a aprender e a ensinar a outrem o que
aprendeu. · Elemento incentivador, orientador e controlador da aprendizagem. Porém,
não se trata aqui de um ensinar passivo, mas de um ensinar ativo, no qual o aluno é
sujeito da ação, e não sujeito-paciente. Em última instância, fica evidente que o professor,
agora, é o formador e, como tal, precisa ser autodidata, integrador, comunicador,
questionador, criativo, colaborador, eficiente, flexível, gerador de conhecimento, difusor de
informação e comprometido com as mudanças desta nova era.
Segundo Vasconcelos (2000), para o professor tornar efetiva: A sua atuação profissional
enquanto docente, não há como ignorar o fato de que o centro de toda e qualquer ação
didático - pedagógica está sempre no aluno e, mais precisamente, na aprendizagem que
esse aluno venha a realizar. No desempenho adequado do papel do professor, o que não
se pode deixar de cumprir são as funções inerentes ao exercício de uma docência
produtiva.
O professor, agora, tem o papel de coordenar as atividades, perceber como cada aluno se
desenvolve e propor situações de aprendizagens significativas. Torna-se um orientador
que remove obstáculos à aprendizagem, localiza e trabalha as dificuldades do aluno.
Elabora aulas a partir das necessidades geradas e da interação acadêmico-professor, em
sala de aula. Cabe a ele, como mediador dos saberes, dominar a estrutura dos
conteúdos, construir a sua estrutura do saber e do saber fazer, de forma organizada, clara
e significativa, e ver seus alunos sob outra perspectiva, bem como o trabalho conjunto
entre colegas, que favorece também a ação do outro. Além de pensar na elaboração de
aulas diferentes, o professor deve contextualizá-las incluindo-as em um planejamento de
curso mais dinâmico e completo, fornecendo informação coerente e de forma clara e
progressiva.
De acordo com Gil, (2005): a preparação do professor universitário, no Brasil, é ainda
bastante precária. A maioria dos professores brasileiros, que lecionam em
estabelecimentos de ensino superior, não passou por qualquer processo sistemático de
formação pedagógica. Porém, esse cenário vem, aos poucos, sendo mudado. Há
estabelecimentos de ensino superior isolados oferecendo cada vez mais cursos de
Metodologia do Ensino Superior, em nível de especialização, para que o professor seja o
elo entre o aprender e ensinar. O professor tem que se adaptar ao meio e tentar transmitir
sua didática, partindo de um princípio onde o meio em que o aluno vive deve ser levado
em conta, assim buscando sua cultura e sua realidade.
Candau, (1999) Daí então o professor começa a apresentar para o aluno o mundo que ele
não conhece. Na escola de hoje, o professor é um facilitador. Está mais próximo de seus
alunos e aberto ao diálogo. Ele é o organizador do espaço da sala de aula, o conhecedor
dos objetivos e dos conteúdos da disciplina. É o responsável pela escolha das técnicas
mais adequadas para o correto desenvolvimento dos trabalhos didáticos. É o planejador
das atividades discentes em sala. É o avaliador constante de todo esse processo. O
professor, ao lançar um conhecimento novo, é aquele que, no início da aula, conversa
com seus alunos, contextualiza o conteúdo a ser ensinado, dá muitos exemplos,
questiona, instiga, enfim, seduz. Só então, juntamente com o aluno constrói o texto da
matéria trabalhada, observando os caminhos que essa interação traçou. Como mediador
do conhecimento, o professor tem a difícil missão de canalizar as informações
necessárias para que os educandos possam apreender os conteúdos interdisciplinares
que o ensino os oferece. Logo, o professor precisa se adaptar a realidade de seus
educandos instigando o interesse de seus alunos pelas aulas.
Diaz, (2008) afirma: O professor moderno, responsável por sua função, solícito,
inteligente, que todos queremos ter em nossas universidades, é aquele que cada dia está
ensinando a seus alunos o caminho da biblioteca. O papel do professor será, então, o de
desafiar, estimular, ajudar os alunos na construção de uma relação com o objeto de
aprendizagem que, em algum nível, atenda a necessidade dos mesmos, auxiliando-os a
tomar consciência das necessidades socialmente existentes numa formação universitária.
Ser professor hoje (Gadotti, 2004) é viver intensamente o seu tempo, com consciência e
sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem professor. Eles
não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas
também formam pessoas. Eles fazem fluir o saber, porque constroem sentido para a vida
dos seres humanos e para a humanidade, e buscam, numa visão emancipadora, um
mundo mais humanizado, mais produtivo e mais saudável para a coletividade.
Por isso eles são imprescindíveis. Nesta descrição do que deva ser o professor do século
XXI, não tem mais espaço para professores donos de um saber, mas sós aqueles que
tenham a humildade de ser também eles aprendizes e a única diferença que os separa de
seus alunos é que eles professores são profissionais do ensino e por isso comprometidos
com o aprender e o ensinar. Na escola de hoje, o foco muda de direção e o aluno passa a
ser considerado o centro do processo de ensino-aprendizagem. De acordo com esse
posicionamento, pode-se levantar a seguinte questão? Quem aprende? O aluno.
Colaborador, participativo, ele, ao dominar solidamente os conteúdos que lhe são
apresentados, percebe-se determinado e capaz de operar conscientemente mudanças na
realidade. Busca informações, aprende a localizá-las, analisá-las. Relaciona estas novas
informações com os conhecimentos anteriores, dando-lhes significado próprio. Redefine
conclusões. Observa situações de campo e as registra. Trabalha com esses dados e
procura solucionar certos problemas. O aluno assume, agora, um papel explicitamente
ativo. A aplicação da didática moderna tem possibilitado a formação de alunos que
ultrapassam as barreiras da mera assimilação de conteúdos. São sujeitos mais críticos,
opinativos, investigativos. A inserção do diálogo, em sala de aula, contribuiu em muito
para a constituição de tal situação, visto que, nele, dá-se prioridade à forma como o aluno
aprende, enfatizando a construção do conhecimento a partir das relações com a
realidade.
Ademais, para Teixeira, (2002): O papel do aluno, o aprendente, o sujeito construtor do
conhecimento, é de relevante importância na construção de sua autonomia, pois deve
mostrar-se coresponsável pela construção de resultados em todos os momentos de seu
percurso acadêmico. Como se deve aprender? Através do método. Este traz, dentro de si,
a idéia de uma direção com a finalidade de alcançar um propósito, não se tratando,
porém, de uma direção qualquer, mas daquela que leva de forma mais segura à
consecução de um propósito estabelecido. O método é entendido como um conjunto de
regras e normas prescritas visando à orientação do ensino e do estudo.
Como afirma Paiva, (1981): Método é “um conjunto de normas metodológicas referentes à
aula, seja na ordem das questões, no ritmo do desenvolvimento e seja, ainda, no próprio
processo de ensino”. No meio acadêmico, os métodos de ensino são determinados pela
relação objetivo-conteúdo, e referem-se aos meios para alcançar os objetivos gerais e
específicos do ensino, englobando as ações a serem realizadas pelo professor e pelos
alunos para atingir os objetivos e conteúdos. Enquanto conjunto de técnicas e teorias, o
método pode colaborar na formação docente e de pesquisa, proporcionando momentos
em que os alunos tenham a oportunidade de elaborarem trabalhados possivelmente
sugeridos. Para isso, é possível utilizar e usufruir das ferramentas oferecidas pela
tecnologia, tais como PowerPoint, internet, data-show e retroprojetor. Desse modo, as
salas de aula podem tornar-se laboratórios de experimentação, onde professores e alunos
possam aprender. Recursos como estes diversificam a prática pedagógica, promovendo
uma efetiva interação dentro do contexto escolar, contribuindo, portanto, para a eficácia
dos resultados pretendidos. Outro conjunto de atividades pedagógicas, que hoje já
começa a fazer parte do cotidiano da sala de aula universitária, é a Mídia eletrônica que,
no dizer de Moran, (2000): É prazeroso.[...] educa enquanto estamos entretidos. Imagem,
palavra e música integram-se dentro de um contexto comunicacional de forte impacto
emocional, que predispõe a aceitar mais facilmente as mensagens Nesse sentido, a mídia
eletrônica, envolvendo o computador, a telemática, a internet, o bate-papo on-line (chat),
o correio eletrônico (email), a lista de discussão, a teleconferência, pode colaborar
significativamente para tornar a aprendizagem eficaz, mais motivadora e envolvente. O
que se deve aprender? Trata-se do problema do conteúdo. Este, por sua vez, precisa ter
coerência e ser ministrado de acordo com a vivência e realidade dos alunos. Neste
horizonte didático, a abordagem dos conteúdos é vista como à ação recíproca entre a
matéria, o ensino e o estudo dos alunos. Está em função das necessidades e da
capacidade real do aluno. Através do ensino, criam-se as condições para a assimilação
consciente e sólida de conhecimentos, habilidades e atitudes. Isso possibilita aos alunos
formar suas capacidades intelectuais para se tornar sujeitos da própria aprendizagem.
Propõe-se que o conteúdo específico da didática seja discutido e analisado pelos
professores, a partir do exame de suas próprias condições de trabalho e formação,
levando em conta a realidade sociocultural dos alunos. O conteúdo é importante, mas o
processo, pelo qual o aluno chega até ele, é prioritário.
De acordo com Turra Apud Lopes, (2000): O conteúdo é uma parte integrante da matéria-
prima; é o que está contido em um campo de conhecimento. Envolve informações, dados,
fatos, conceitos, princípios e generalizações acumuladas pela experiência do homem, em
relação a um âmbito ou setor da vida humana (...). Os bens culturais, quando adaptados,
elaborados e organizados pedagogicamente, compõem os conteúdos programáticos.
Estes constituem a fonte de onde o professor seleciona o conjunto de informações que
trabalhará com seus alunos. Outro aspecto relevante a respeito do conteúdo é a sua
seleção. Esta tarefa, segundo os especialistas, é altamente complexa.
Para Turra, (1975): “a seleção e organização de conteúdos não é tarefa rápida ou fácil.
Exige muito conhecimento do assunto e do grupo de alunos, além do embasamento
seguro em termos da estrutura da disciplina”. Além disso, o conceito de conteúdo, no
entender de Zabala (1998), é freqüentemente compreendido de maneira simplista e
reducionista, sendo: O termo "conteúdo" normalmente foi utilizado para expressar aquilo
que deve se aprender, mas em relação quase exclusiva aos conhecimentos das matérias
ou disciplinas clássicas e, habitualmente, para aludir aqueles que se expressam no
conhecimento de nomes, conceitos, princípios, enunciados teoremas. Há, no entanto,
uma proposta de superação desse conceito restrito de conteúdo, entendendo-o como
tudo aquilo que se deve aprender para alcançar objetivos de desenvolvimento de todas as
capacidades dos indivíduos. Ademais, os conteúdos retratam a experiência social da
humanidade relacionada a conhecimentos e modos de ação que englobam: Conceitos,
idéias, fatos, processos, princípios, leis científicas, regras, habilidades cognoscitivas,
modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de estudos, de
trabalho, de lazer e de convivência social, valores, convicções e atitudes. (Libâneo, 1994).
Portanto, é importante que os professores estejam sempre se qualificando para aplicar o
conteúdo de acordo com as necessidades e interesses dos alunos. Isso garante um
avanço qualitativo e evita dificuldades na aprendizagem. Por fim, para que se aprende? É
a questão dos objetivos. Eles têm grande importância no trabalho docente, pois
expressam propósitos definidos, explícitos quanto ao desenvolvimento do ensino-
aprendizagem. Dinamizam todo o trabalho escolar, dando-lhe sentido, valor e direção. Em
suma, pode-se dizer que não há prática educativa sem objetivos.
Hammonds & Lamar (1995), Apud Sant`anna, (1995) dizem que: A determinação dos
objetivos é, talvez, o processo mais importante de quantos então implicados na educação.
Sem eles o mestre não pode saber o que deve ensinar nem pode, dia a dia, ou ao final de
um período julgar seu progresso no ensino ou o dos estudantes na aprendizagem como
resultado do ensino. O ensino deve ser um processo projetado para um objetivo; o mestre
não pode proceder inteligentemente se não percebe a relação entre o que faz e seu
objetivo. Há muitas designações para os objetivos. Fala-se em objetivos gerais,
específicos, mediatos, imediatos, em longo prazo, instrucionais etc. Contudo, a
nomenclatura não é o fato mais importante. Importante, de fato, é apreender o que
significa um objetivo para a vida do aluno e do professor. O objetivo é um mecanismo
utilizado pelo professor para ensinar seu aluno a pesquisar. Assim, poderão eles, criarem
novos conhecimentos, em lugar de recebê-los prontos. Esses são usados de acordo com
as necessidades concretas do contexto histórico-social onde professor e aluno se
encontram. Sendo assim, os objetivos não consistem, efetivamente, em transmitir
conhecimento, mas ensinar o aluno a produzir e a formar a capacidade crítica e criativa
em relação às matérias de ensino e à aplicação dos conhecimentos.
O ensino Jesuítas tinha uma característica diferente, mas que é usada na didática
moderna nos dias de hoje, era a emulação, ou seja, o estimulo á competição, os alunos
recebiam incentivos, prêmios concedidos em solenidades pomposas, nas quais
participava as famílias, as autoridades eclesiásticas e civis, a fim de dar lhe brilho
especial. Esse tipo de estratégia é usado até hoje de forma diferente, mas, com a mesma
finalidade para que o ensino aprendizagem do aluno seja significativo.
Giussani, (2000) afirma que: O objetivo da educação é o de formar um homem novo;
portanto, os fatores ativos da educação devem tender a fazer com que o educando aja
cada vez mais por si próprio, e sempre mais por si enfrente o ambiente. É preciso então,
de um lado, colocá-lo constantemente em contato com todos os fatores do ambiente; de
outro, deixar-lhe a responsabilidade da escolha, seguindo uma linha evolutiva
determinada pela consciência de que o aprendente deverá chegar a ser capaz de,
perante qualquer situação, "agir por si". Um objetivo educacional é, na verdade, a
tradução concreta para o aqui e o agora, para uma determinada situação, da finalidade da
educação, ou seja, da promoção humana. De fato, tem-se argumentado que um objetivo
fornecerá ao professor e ao estudante “alguma direção envolvendo o conteúdo e o
processo mental que se espera que o aluno desenvolva” (Bloom, 1963).

1.1. Principais caractéristicas da Didáctica Moderma


 O aluno como centro do processo educativo, havendo assim uma mudança (do
Magistrocentrismo para o Paidocentrismo).
 O aluno é activo.
 Formação de habilidades úteis a acção.
 Tendo como método de ensino: Elaboração Conjunta e Trabalho independente.
 Ter uma ambiente que estimule a criatividade tanto dos alunos quanto dos
professores.
 Focar em assuntos do cotidiano do aluno ao invés de contextos hustóricos que não
fazem parte da actualidade.
 Não ter portas trancadas, permitindo a liberdade do aluno em escolher participar ou
não das aulas.
 Basea-se na filosofia progressista, isto é, o positivismo de Augusto Comte (1798-
1857), o autor Dewey se inspirou para fundar o pramatismo cujo método educativo
preconiza o “Aprender fazendo”, isto é, a pedagogia de Dewey é funcional, porque
o educando se propõe desenvolver os processos mentais, tendo em cona o seu
significado biológico, a sua utilidade para a acção presente e futura, porque
considera esses processos e as actividades psíquicas como instrumentos
destinados a promover a sobrivevência humana.
CONCLUSÃO
Em acto conclusivo, procuramos explicitar as diferenças fundamentais existentes entre as
chamadas didática tradicional e didática moderna, na esfera do ensino superior. Uma
comparação entre alguns elementos constitutivos da estrutura básica, de ambas as
didáticas, tais como o papel do professor e do aluno, o método de ensino, o conteúdo
ministrado e os objetivos a serem alcançados, possibilitou a realização desse
empreendimento. Deste trabalho, é possível inferir que a didática tradicional, centrada na
preocupação com o “ensinar”, continua predominando nas práticas pedagógicas do
ensino superior, apesar do notável avanço da didática moderna, centrada na preocupação
com a “aprendizagem”. Esta última, porém, tem seu desenvolvimento brecado por
diversos entraves, dentre os quais, pode-se citar a influência de preconceitos
pedagógicos tradicionais, a precária formação dos futuros docentes e as exigências,
sobretudo quantitativas, do sistema educacional vigente, principalmente o brasileiro.
Apesar disso, percebe-se que muitos docentes, de nível superior, preocupados com a
aprendizagem de seus alunos, vêm inovando suas práticas, tornando suas aulas
diferenciadas. São esses profissionais que, talvez, expressem melhor o grande desafio da
educação superior actual: a constante inovação.

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