Instituto Superior Politécnico de Manica: Discentes

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE ECONOMIA, GESTÃO E TURISMO


CONTABILIDADE E AUDITORIA

Auditoria Financeira I

3º Ano

Regime Laboral – 4º Grupo

Tema: Amostra de Auditoria

Discentes:

Arlindo Ernesto José Jamal


Estevão Filmão Saveca
Eugenia Paulo Angara
Graça Davie Banda
Nelson Felizardo Augusto Truzão

Docente:

Dr. Nilsa de Melo Tembe

Matsinho, Março de 2023


Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 3

1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 3

2. Amostragem em Auditoria ................................................................................................. 4

2.2 Definição e objetivos de amostragem ......................................................................... 4

3. Tipos de Amostragem ......................................................................................................... 4

4. Risco de amostragem .......................................................................................................... 7

5. Métodos de seleção de amostra .......................................................................................... 7

6. Técnicas de amostragem estatísticas .................................................................................. 8

6.2 Amostragem por atributos ........................................................................................... 8

6.3 Amostragem por variáveis .......................................................................................... 8

6.4 Amostragem por unidade monetária ........................................................................... 9

7. Conclusão ......................................................................................................................... 12

8. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 13

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1. Introdução

O presente trabalho tem como tema “Amostragem de auditoria” este trabalho tem como
objectivo aprofundar o tema de tal modo que nos permite, por outro lado, conhecer e refletir
sobre o papel do mesmo na actividade de auditoria financeira de uma determinada empresa.

Em seguida definir e descrever cada uma das etapas do tema citado a cima, E por fim apresentar
a nossa conclusão.

1.2 Objetivos

 Geral

- Conhecer o papel da amostra

 Específicos

- Identificar os tipos de amostra;

- Conhecer o papel da amostra na empresa.

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2. Amostragem em Auditoria

2.2 Definição e objetivos de amostragem

A amostragem é um processo inerente à auditoria, pois permite tirar conclusões acerca de uma
população apenas analisando a sua amostra. O mesmo autor ainda refere que “a amostragem é
um processo mais eficiente do que a análise integral, uma vez que permite obter conclusões
cientificamente válidas, com uma menos utilização de recursos”. (Cerejeira 1997,)

A amostragem assume um importante papel no trabalho do auditor, pois segundo a


International of Federation of Accountants (2015, p.508) na sua ISA 530, o auditor ao utilizar
a amostragem tem como finalidade “…proporcionar uma base razoável para que possa tirar
conclusões acerca da população onde a amostra é selecionada”.

Segundo o Tribunal de Contas (1999), o auditor ao utilizar uma amostra para analisar a
população, essa amostra tem que ser representativa da população, ou seja, deve conter
características semelhantes à da população. Além disso, o Tribunal de Contas (1999) referiu
ainda que a amostra deve ser estável, obtendo assim resultados idênticos independentemente
do tamanho da amostra.

3. Tipos de Amostragem

O processo de amostragem pode apoiar-se em métodos estatísticos ou em métodos não


estatísticos, podendo qualquer um deles proporcionar provas suficientes para o auditor, de
acordo com os objetivos específicos de cada auditoria.

Quanto à amostragem estatística encontramos uma grande quantidade de informações e


contributos de diversos autores. (Carmelo, 2006) e (Costa, 2017).

Uma amostra para ser classificada como amostra estatística deve cumprir os seguintes
pressupostos: o tamanho da amostra deve ser objetivo e quantificado, os membros da amostra
devem ser selecionados de forma aleatória e o resultado da amostra deve ser analisado
matematicamente. A amostragem estatística é mais apropriada quando a população é
constituída por um grande número de transações idênticas e o sistema de controlo interno é
bom.(Colbert, 1991).

Na amostragem não estatística também designada por amostras de apreciação, dirigidas ou de


julgamento, a capacidade de julgamento do auditor é crucial, e o risco não é medido nem

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controlado, pelo que os resultados da amostra não podem ser extrapolados para toda a
população por só serem válidos para a amostra selecionada (Cerejeira,1997)

Vantagens e Desvantagens da amostragem estatística

Conforme refere (Costa, 2017, p. 307), a amostragem estatística tem as seguintes vantagens:

• Facilita a determinação de uma amostra eficiente;

• Mede a suficiência da matéria de prova;

• Facilita a avaliação dos resultados da amostra;

• Permite a quantificação dos riscos de amostragem.

As desvantagens de amostragem estatística segundo Almeida (2013) estão associados com os


custos adicionais às empresas, na medida em que exige a aquisição de software de amostragem
e formação em áreas estatísticas. Além disso a utilização de amostragem estatística exige que
o auditor tenha conhecimentos de métodos estatísticos.

Vantagens e desvantagens da amostragem não estatística

Como vantagem de amostragem não estatística Almeida (2013) refere que além da sua
utilização requerer menos tempo no planeamento, seleção e avaliação dos resultados, o auditor
pode basear-se na sua experiência e expectativas em relação a eventuais distorções na rubrica
em análise.

Relativamente às desvantagens de amostragem não estatística Almeida (2013) mencionou que


na amostragem não estatística é obrigatório o julgamento por parte do auditor não só para
definir a dimensão da amostra mas também para avaliar os resultados. Uma outra desvantagem
mencionada pelo mesmo autor é que na amostragem não estatística não se consegue determinar
o risco de controlo e o risco de amostragem.

Segundo Silva & Lopes (2018,), a escolha entre a amostragem estatística e não estatística deve
ter em consideração os seguintes pontos:

• Natureza da pesquisa;

• Tipo de população;

• Magnitude relativa dos erros amostrais versus não amostrais;

• Considerações estatísticas e operacionais;

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• Vantagens e desvantagens de cada abordagem.

Tabela - Diferença entre os tipos de amostragem

Amostragem estatística Amostragem não


estatística
Dimensão da amostra Determinada pelo julgamento do Determinada pela teoria das
auditor. probabilidades.
Seleção da amostra Qualquer método que, segundo o A amostra deve ser
auditor, seja representativo da selecionada aleatoriamente,
população. de modo a que cada elemento
da população tenha a mesma
probabilidade de ser
selecionado.
Avaliação Baseado no julgamento do auditor. A inferência estatística é
usada para suportar o
julgamento.

Tabela Benefícios e custos dos tipos de amostragem

Benefício Custo
Amostragem O auditor pode basear-se na sua experiência Os custos são reduzidos, uma
e expetativas, em relação a eventuais vez que requer o julgamento
não
distorções nas rubricas em análise. Requer do auditor para determinar a
estatística menos tempo no planeamento, seleção e dimensão da amostra e a
avaliação de resultados. Não requer avaliação dos resultados.
software adicional. Não proporciona um método
razoável de controlar e
mensurar o risco de
amostragem
Amostragem Permite ao auditor: Os custos poderão ser
estatística -Determinar uma amostra eficiente; superiores, uma vez que são
-Verificar se a dimensão da amostra é necessários conhecimentos
apropriada; de métodos de amostragem
-Avaliar os resultados, quantificando o risco estatísticos e/ou software
de controlo e o risco de amostragem; adequado, bem como gastos
-Ganhar em eficiência pela utilização de de formação (se
software específico e apropriado para eventualmente não dominar
tratamento de dados estatísticos; as técnicas estatísticas)
-Não interferência na construção da
amostra, dado que esta é baseada na teoria
estatística

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4. Risco de amostragem

Conforme referido por Cerejeira (1997), o auditor ao basear as suas conclusões em amostras,
incorre em risco, chamada de risco de amostragem, que numa amostragem estatística pode ser
medido e controlado.

Para Curto (2017) o risco de amostragem pode conduzir a dois tipos de erros:

• Em caso dos testes aos controlos, aceitar incorretamente o mecanismo de controlo, concluindo
que o risco de controlo é mais baixo do que é (risco de excesso de confiança no controlo
interno), ou rejeitar incorretamente o mecanismo de controlo, concluindo que o risco é mais
alto do que realmente é (risco de falta de confiança no controlo interno);

• Em caso dos testes substantivos, risco de aceitação incorreta que corresponde ao máximo de
risco que o auditor está disposto a admitir ao concluir que não existem distorções materialmente
relevantes nas demonstrações financeiras quando na realidade existem, ou risco de rejeição
incorreta que correspondem ao risco de concluir que existem erros materialmente relevantes
nas demonstrações financeiras, quando na realidade estes não existem.

5. Métodos de seleção de amostra

De acordo com (Arens & Loebbecke, 2000; Curto, 2017; Reis, 2015), os métodos não
probabilísticos mais utilizados são:

• Amostragem dirigida

• Amostragem por blocos

• Amostragem ao acaso

E os métodos probabilísticos mais comuns são:

• Amostragem aleatória

• Amostragem sistemática

• Probabilidade proporcional ao valor

• Amostragem estratificada

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6. Técnicas de amostragem estatísticas

6.2 Amostragem por atributos

A amostragem por atributos é um método estatístico utilizado para determinar a proporção de


itens de uma população que contém uma caraterística ou atributo de interesse. (Arens &
Loebbecke, 2000)

A implementação da amostragem por atributos implica os seguintes etapas, conforme referidos


por (Almeida, 2017) :

1. Determinar o objetivo de teste;

2. Definir o(s) atributo(s) e desvios;

3. Definir a população, a unidade de amostragem e a plenitude da população;

4. Determinar o risco de amostragem, a taxa de desvio tolerável, a taxa de desvio esperada e a


dimensão da amostra;

5. Testar um método eficiente e eficaz de seleção de amostra;

6. Testar os itens da amostra;

7. Avaliar os resultados da amostragem;

8. Documentar todas as fases do processo de amostragem.

6.3 Amostragem por variáveis

A amostragem por variáveis é utilizada nos testes substantivos para determinar o valor total
monetário de uma população ou o valor monetário de erros de uma população. As principais
vantagens da utilização da amostragem de variáveis clássicas são:

• A amostragem de variável clássica permite que o objetivo do auditor seja atendido com uma
amostra pequena, em caso de haver grandes diferenças entre o valor registrado e o valor
auditado;

• É apropriado para testar populações propensas a subvalorizações;

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• As amostras de variáveis clássicas permitem expandir a amostra, selecionados itens
adicionais para a amostra sem precisar de reorganizar a população e criar uma segunda seleção
probabilidade proporcional ao tamanho;

Desvantagens

• Em caso de itens de valor zero na população a amostragem clássica de variáveis permite


incluir na amostra esses itens;

• A inclusão de itens de valor negativo na avaliação de uma amostra de variáveis clássicas


geralmente não requer considerações especiais de projeto de amostra.

• A determinação do tamanho da amostra é baseada numa estimativa do desvio padrão da


caraterística de interesse na população; •

A distribuição normal não é apropriada em caso de houver itens muitos grandes, grandes
diferenças entre os valores registados e auditados na população e tamanho da amostra for
demasiado pequeno. Por consequência o auditor pode aceitar uma quantia registrada
inaceitável da população com mais frequência do que o risco desejado de aceitação incorreta.
Além disso, quando as distorções são raras, algumas técnicas de amostragem de variáveis
clássicas não podem ser aplicadas;

• As técnicas de amostragem de variáveis clássicas (por exemplo, métodos de diferença ou


razão) podem não ser práticos em situações de subavaliações onde não se esperam conter
distorções ou quando as distorções são raras. (AICPA, 2014, p. 114)

6.4 Amostragem por unidade monetária

De acordo com Curto (2017,p.77) esta técnica “foi desenvolvida para dar resposta à
preocupação “dimensão da amostra” dos auditores e é método adequado para testar valores
monetários e realizar testes substantivos com o objetivo de verificar se os erros detetados nas
demonstrações financeiras são materialmente relevantes.”

Segundo AICPA (2014) e Curto (2017), esta técnica utilizar a teoria de amostragem de
atributos a unidades monetárias com o intuito de estimar um valor (e não uma taxa de
ocorrência) para o erro na população.

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De acordo com Curto (2017, p. 78) a aplicação desta técnica envolve as seguintes etapas:

• Calcular a dimensão da amostra em função do risco de aceitação incorreta e dos erros tolerável
e expectável;

• Selecionar a amostra e realizar os procedimentos de auditoria. As unidades monetárias são


selecionadas com recurso ao PPS;

• Avaliar os resultados e dar um parecer sobre o valor contabilístico.

Vantagens da amostragem por unidades monetárias são:

• MUS é mais fácil de se aplicar comparativamente à amostragem de variável clássica pois, ao


basear-se nas técnicas de amostragem de atributos, o auditor pode facilmente determinar a
dimensão da amostra e avaliar os resultados da amostra de forma manual, com a ajuda de
tabelas ou utilizando software de auditoria.

• A sua aplicação não exige consideração direta das características da população para calcular
o tamanho apropriado da amostra, porque a seleção da amostra é feita através do método de
seleção probabilidade proporcional ao valor;

• A dimensão de uma amostra MUS não é baseado em nenhuma medida de variação estimada
dos valores auditados, pois cada unidade monetária na população é do mesmo tamanho;

• Na MUS a amostra é selecionada de forma automática em proporção ao valor de um item,


sem precisar de ser aplicada a estratificação para diminuir a variabilidade;

• A seleção sistemática da amostra MUS deteta automaticamente qualquer item que seja
individualmente significativo se o seu valor ultrapassar o intervalo de amostragem;

• Quando não se espera ou não se verifica distorções, o MUS normalmente resulta em um


tamanho de amostra altamente eficiente;

• A amostra MUS pode ser projetada mais facilmente e a seleção da amostra pode começar a
população final e completa está completamente disponível.

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As desvantagens desta técnica de amostragem estatística, segundo AICPA, (2014) e
Almeida (2017) são:

• A MUS não é desenhada para testar subvalorizações de uma população pois na seleção da
amostra é pouco provável que se selecione pequenos valores registados e esses valores podem
ser significativamente subestimados;

• Caso se verificar subvalorizações numa amostra MUS, a sua avaliação exige considerações
especiais;

• Os saldos nulos ou negativos devem constituir uma população à parte, testados separadamente
utilizando uma técnica de amostragem baseada em itens, pois os saldos nulos não estão sujeitos
à seleção de MUS.

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7. Conclusão

Com tudo, concluímos que A amostragem é um processo inerente à auditoria, pois permite tirar
conclusões acerca de uma população apenas analisando a sua amostra.

O auditor ao utilizar uma amostra para analisar a população, essa amostra tem que ser
representativa da população, ou seja, deve conter características semelhantes à da população.

O processo de amostragem pode apoiar-se em métodos estatísticos ou em métodos não


estatísticos, podendo qualquer um deles proporcionar provas suficientes para o auditor, de
acordo com os objetivos específicos de cada auditoria.

E também pudemos observar que as principais bases de amostragem em auditoria são os dois
tipos de amostragem estatística e não estatísticas.

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8. Referências Bibliográficas

AICPA. (2014). Audit Sampling : Audit Guide. (Wiley, Ed.). New York: American Institute
of Certified Public Accountants.
Almeida, B. (2013). Amostragem em auditoria. Revisores & Auditores, n.o 60, 16–29.
Obtido de http://www.oroc.pt/fotos/editor2/Revista/60/Auditoria3.pdf
Almeida, B. (2017). Manual de Auditoria Financeria: Uma análise integrada baseada no
risco. (Escolar Editora, Ed.) (2a edição). Lisboa.
Arens, A. A., & Loebbecke, J. K. (2000). Auditing : An Integrated Aprroach. (Prentice Hall,
Ed.) (8th ed.).
Costa, C. B. da. (2017). Auditoria Financeira: Teoria & Prática. (R. dos Livros, Ed.) (11a
Edição). Lisboa.
Curto, J. J. D. (2017). Amostragem,Testes de Conformidade e Testes Substantivos em
Auditoria (1o edição). Lisboa.
Cerejeira, L. (1997). Técnicas de amostragem em auditoria. (R. de C. Lda, Ed.). Porto.
Christensen, B. E., Elder, R. J., & Glover, S. M. (2015). Behind the numbers:Insights into
large audit firm sampling policies. Current Issues in Auditing, 9(2), 61–81.
Reis, P. (2015). Análise Estatística em Auditoria. Revisores & Auditores, 70, 12–25. Obtido
de http://www.oroc.pt/fotos/editor2/Revista/70/Auditoria.pdf

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