Zilda Pereira Dos Santos Neta Vital
Zilda Pereira Dos Santos Neta Vital
Zilda Pereira Dos Santos Neta Vital
Resumo:
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INTRODUÇÃO
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numa tentativa de favorecer a reflexão sobre o papel da escola na construção da
cidadania. A terceira apresenta os contornos da pesquisa e a metodologia utilizada para
coleta de dados. E por fim, a quarta parte deste trabalho traz as análises dos dados
coletados através dos relatos dos professores e gestores que responderam aos
questionários sobre a temática dos Direitos Humanos.
Os dados da pesquisa foram organizados em dois eixos analíticos para melhor
apresentar a discussão, quais sejam: Educação em Direitos Humanos na Escola e
Práticas Escolares em Direitos Humanos. O estudo apontou que na escola em pesquisa
os professores reconhecem a importância de discutir e desenvolver com seus alunos,
ações referentes aos direitos humanos, numa perspectiva de formação cidadã, mas
admitem que não estão preparados para assumir esta prática educativa, justificado pela
falta de conhecimento e de um trabalho coletivo concreto. Na mesma linha de
raciocínio, a diretora e a pedagoga da escola acreditam que é possível desenvolver um
trabalho educativo em direitos humanos na escola, contudo é preciso um diálogo entre
os sujeitos envolvidos (estudantes, professores, gestão e comunidade escolar), dando
assim um sentido e significado para o processo, pois somente assim é possível a
efetivação da Educação em Direitos Humanos no espaço escolar e fora dele.
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A referida Declaração considera essencial que os direitos humanos sejam
protegidos pelo Estado de Direito, garantindo assim a sua efetivação sem distinção. Em
seu artigo II, parágrafo 1, consta que:
Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as
liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer
espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição. (UNESCO, 1998)
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idosos, dentre outros. A ideia de dignidade pode ser sintetizada no artigo 1º da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, onde a mesma declara que,
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade” (UNESCO, 1998). Do mesmo modo a nossa Constituição federal de 1988,
tem como um dos seus fundamentos (art.1º-III) “a dignidade da pessoa humana” como
um dos valores supremos de uma sociedade comprometida em promover o bem de
todos. Por se tratar de um dos princípios fundamentais dos direitos humanos cabe a
todos a garantia deste direito, necessitando um trabalho de cooperação e solidariedade
humana, na busca da liberdade, igualdade e respeito entre todas as pessoas.
Para Comparato (2001, p.17) “A substância da natureza humana é histórica, isto
é, vive em perpétua transformação, pela memória do passado e o projeto do futuro”,
dessa forma, sempre que nos referirmos a direitos humanos devemos imaginar que não
são apenas um conjunto de exigências, ou meras concessões da sociedade, mas sim que
os mesmos são uma construção histórica. Estes ditos direitos:
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cultural e do momento histórico, não sendo assim, um fator que prejudique o
reconhecimento e a promoção dos direitos inerentes a todos os seres humanos.
Efetivamente este é um assunto que requer um profundo estudo e não é nossa
proposta a busca para a chave destas contradições. Afinal, o que queremos discutir aqui
é algo que vai além de definições sobre como denominar os “direitos humanos”. Por
isso, por tratar-se de um processo ainda em desenvolvimento e como caracteriza bem
Gorczevski (2009, p.131) “São frutos que se sedimentam na evolução e nas
contradições da sociedade”, os direitos humanos afirmam-se nas suas lutas e conquistas,
sendo importante destacar a sua grande relevância para a humanidade.
Sendo assim podemos entender que:
Direitos Humanos são naturais e universais porque vinculados à
natureza humana, mas são históricos no sentido de que mudaram ao
longo do tempo, de que mudaram num mesmo país e é diferente o seu
reconhecimento em países diferentes, num mesmo tempo.
(BENEVIDES, 2007, p.07)
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humanos são, também, indivisíveis e irreversíveis. São irreversíveis
porque à medida que são proclamados, tornando-se direitos positivos
fundamentais, não podem mais ser revogados. (BENEVIDES, 2007,
p.339)
Consideramos que Direitos Humanos estão atrelados ao exercício da cidadania,
assim, a construção de uma cultura de direitos humanos é de especial importância em
todos os espaços sociais e a escola tem um papel fundamental na construção dessa
cultura. Benevides (2004, p.03) é categórica quando afirma que, necessário
reconhecer, defender e promover os direitos humanos em nosso país, com uma vigorosa
campanha de esclarecimento, com um compromisso com a educação para a cidadania
democrática, desde muito cedo.
É neste sentido que a Educação em Direitos Humanos se situa sobretudo no
âmbito escolar. Para Lúcia Afonso (2011, p.8) “A escola tem um papel extremamente
importante na construção de uma cultura de promoção e garantia dos direitos humanos”,
diante desta premissa entendemos que, a Educação em Direitos Humanos deve ser
concebida de forma articulada ao combate do racismo, discriminação social e de gênero,
cultural, religiosa e outras formas de discriminação presentes na sociedade brasileira.
Devido a tudo isto, em dezembro de 2003, a partir da reunião de especialistas da
área foi criado o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH com o
intuito de concretização e efetivação de uma cultura em direitos humanos e a construção
de uma sociedade democrática, justa e cidadã. Na prática, o Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos, possibilitou uma nova visão em relação a promoção
dos direitos humanos:
A partir desse plano ficou mais fácil visualizar como a sociedade civil,
ONGs, organizações governamentais, organismos internacionais,
universidades, escola de educação infantil, do ensino fundamental e
médio, mídia e instituições do sistema de segurança e justiça podem
contribuir para a construção de uma cultura voltada para respeito aos
direitos fundamentais da pessoa humana. (MIRANDA, 2006, p.55)
7
p.61). Na verdade, a escola como espaço formal de educação, não é a única responsável
por essa formação, no entanto, este espaço educativo tem uma responsabilidade
específica, tem como missão, formar sujeitos de direitos que priorizem o respeito pelo
outro, numa tentativa de rupturas com a discriminação e exclusão.
Efetivamente do ponto de vista social e educacional:
A Educação em Direitos Humanos parte de três pontos: primeiro, é
uma educação permanente, continuada e global. Segundo, está voltada
para a mudança cultural. Terceiro, é educação em valores, para atingir
corações e mentes e não apenas instrução, ou seja, não se trata de
mera transmissão de conhecimentos. Deve abranger, igualmente,
educadores e educandos. (BENEVIDES, 2007, p. 346)
De fato, para que aconteça uma educação de qualidade e voltada para uma
mudança cultural é necessário o envolvimento de todos os sujeitos ( educadores, alunos,
família). A articulação entre educação e cidadania favorece a superação das
desigualdades e respeito às diferenças, numa perspectiva mais ampla de efetivação dos
direitos humanos.
3. CONTORNOS DA PESQUISA
3
Optou-se por utilizar pseudônimo para o colégio, a fim de preservar a identidade do mesmo.
4
Município do estado Paraná, do qual é o sétimo mais populoso, com 263 647 habitantes.Cidade tríplice
fronteira fazendo fronteira com Ciudad del Este no Paraguai , e Puerto Iguazú, na Argentina. É
considerada um dos municípios mais multiculturais do Brasil, onde estão presentes mais de 72 grupos
étnicos, provenientes de diversas partes do mundo. Em 2011, a cidade também contou com a melhor
média do IDEB para o ensino fundamental do Brasil e recentemente recebeu a Universidade Federal da
Integração Latino-Americana- UNILA, como pólo de integração entre os países latinos americanos.
5
Fonte projeto político pedagógico (CEEFMP, 2011).
8
oportuniza a realização de trabalhos pluriculturais proporcionando o desenvolvimento
de projetos de cunho social.
6
É válido esclarecer que, a diretora do colégio não demonstrou interesse em participar da pesquisa,
dessa forma, a pedagoga nos orientou a fazer o convite a diretora auxiliar, já que a mesma atua com a
equipe multidisciplinar desenvolvendo temáticas sobre cidadania e Direitos Humanos, ela prontamente
aceitou e participou da pesquisa.
ANAIS DA XIV JORNADA DO HISTEDBR: Pedagogia Histórico-Crítica, Educação e Revolução: 100
anos da Revolução Russa. UNIOESTE – FOZ DO IGUAÇU-PR. ISSN: 2177-8892
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Em relação à experiência docente, área de atuação e idade, o quadro dos
participantes é o seguinte:
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Para Gorczevski “Educar para os direitos humanos é criar uma cultura
preventiva, fundamental para erradicar a violação dos mesmos” (2009, p.221).
Obviamente a educação não resolverá todos os problemas atuais, pode, contudo, ajudar
a entender as suas causas e nas tomadas de atitudes e comportamentos.
Pensando nisto, iniciamos nosso estudo perguntando aos professores
pesquisados se eles consideram importante a participação das alunas e dos alunos nas
escolhas dos assuntos a serem discutidos e desenvolvidos na escola sobre os direitos
humanos; cem por cento dos professore consideram importante esta participação. O
professor A assim se manifestou “como estão na escola para serem cidadãos de bem,
caráter e questionadores, devem participar das escolhas e das discussões que interferem
em suas vidas”; já o professor C declara que “este procedimento é para melhorar a vida
deles”. Temos que conhecer a realidade dos alunos; para o professor D “quando a
opinião dos alunos é levada em consideração, existe um interesse maior em participar
por parte dos estudantes”. Acreditando no trabalho de conscientização o professor G
justifica que “se pretendo formar um estudante e futuro cidadão ativo socialmente não
posso estabelecer uma relação passiva do aluno com as temáticas sociais abordadas”,
estes e os demais professores apresentaram um grau elevado de consciência sobre a
importância da participação ativa dos estudantes neste processo. Do mesmo modo
Miranda afirma que “O quadro de grave violação dos Direitos Humanos só será alterado
se conseguirmos formar cidadãos mais conscientes de seus direitos, conhecedores dos
meios para sua proteção” (2006, p.56).
Em outras palavras, é importante que o indivíduo conheça os seus direitos e
aprenda a respeitá-los e como afirma o professor H “quando os alunos participam na
escola do tema o interesse é bem maior”; somando-se a isso, o professor I nos alerta
para a importância das escolhas dos temas partindo da “realidade na qual o aluno esta
inserido, pois só assim terão condições de avaliar os mais relevantes”. Para que a EDH
seja realmente efetiva é necessário que os alunos não somente conheçam os problemas
relacionados aos direitos humanos e as suas violações, mais que isto, os alunos precisam
sentir o desejo de atuar diante de tais situações, pois conforme Gorczevski o verdadeiro
objetivo da Educação em Direitos humanos “é o de criar cidadãos ativos, participativos,
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defensores e seguidores dos direitos humanos” (2010, p.231). De fato, é preciso criar
uma consciência sobre o papel educativo da EDH na construção da cidadania.
Do ponto de vista da diretora auxiliar é possível desenvolver um processo
educativo voltado para os direitos humanos, “mas para isto a comunidade escolar,
alunos, professores, funcionários, gestores e família precisam compreender dessa
temática para que a relação entre os pares sejam mais coerentes nas relações individuais
e coletivas”. E acrescenta ainda como necessário ”o respeito mútuo e o diálogo entre os
sujeitos envolvidos no processo educativo”, por sua vez, Benevides (2007, p.346)
afirma que a Educação em Direitos Humanos: “não é apenas instrução, ou seja, não se
trata de mera transmissão de conhecimentos. Deve abranger, igualmente, educadores e
educandos”. Do mesmo modo Gonczevski declara que “somente com o envolvimento
de todos será possível consolidar-se uma cultura de respeito e de valorização dos
direitos de todos os homens” (2010, p.235). De fato, para que aconteça uma educação
de qualidade e voltada para uma mudança cultural é necessário o envolvimento de todos
os sujeitos numa perspectiva mais ampla de efetivação dos direitos humanos.
No dizer da pedagoga o desenvolvimento de um processo educativo em direitos
humanos tem como pontos principais “a valorização da vida e solidariedade, além do
conhecimento do contexto escolar para identificar as questões imediatas e mais
significativas”. Podemos observar que os professores, diretora e a pedagoga foram
unânimes nesta questão, todos concordam que é preciso um trabalho coletivo e que
tenha como base a realidade do contexto onde vivem numa perspectiva de ações
positivas na promoção dos direitos humanos.
Quando perguntado à equipe diretiva se a escola apoia e incentiva a inserção das
questões relativas aos direito humanos no currículo escolar, como defende Clovis
Gorczevski (2009) quando fala que “o tema deveria estar presente em todos os
conteúdos das mais diferentes disciplinas” a diretora respondeu que “sim, por entender
que currículo e direitos humanos precisam ser trabalhados de modo que os conteúdos
pedagógicos façam sentido, tenham significado para nossos estudantes”; já a pedagoga
não respondeu a esta pergunta, podendo ser interpretado como ações ainda não pontuais
e fragilizadas no espaço educativo.
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Perguntamos ainda, se as práticas educativas sobre direitos humanos são
discutidas nos processos de formação continuada dos educadores e gestão escolar,
recebemos como resposta da diretora um simples “sim” e do ponto de vista da pedagoga
“ainda está na fase das trocas de informações, é preciso a efetivação”. Para o educador
Paulo Freire (1996), é na formação permanente que se constrói uma reflexão critica
sobre a prática, para que se melhore a próxima prática, todavia, foi possível observar
nas respostas que o discurso ainda se encontra bem distante da prática.
Em se tratando ainda de formação inicial, noventa e nove por cento dos
professores concordam que Educação em Direitos humanos deveria ser uma disciplina
obrigatória no currículo da formação inicial, pois “assim estaríamos melhor preparados
para expor as ideias e os direitos de todo ser humano” declara o professor A. Para o
professor G esta disciplina seria importante “porque ainda existe pessoas que carregam
preconceitos que influenciam na sua prática educativa, prejudicando ou podendo
prejudicar o olhar crítico e desmitificado à respeito do tema”. De acordo com o
professor H “muitas vezes se deixa de abordar o tema durante as aulas por falta de
conhecimento” e para o professor J deveria ser componente curricular “para não
precisarmos trabalhar mais tarde com dificuldades no tema”. Candau (2012) enfatiza
que é fundamental que se inclua a temática nos processos de formação inicial e
continuada dos educadores. Do mesmo modo Miranda (2006) reconhece que para uma
verdadeira consolidação dos direitos humanos é preciso um trabalho de valorização e
melhor qualidade da formação dos professores.
Somente um professor não vê a necessidade de uma nova disciplina, pois para
ele “é um assunto que precisa estar relacionado com todos os outros conteúdos. A
fragmentação não dará conta de formação alguma”. Todavia, o que se observa na
maioria das respostas é que, os professores precisam de uma maior aproximação, tanto
na formação inicial como na continuada das discussões no âmbito da educação em
direitos humanos, para que possam trabalhar de maneira segura esta temática em suas
aulas.
Outro tema salientado na pesquisa foi o relativo às políticas públicas e
programas governamentais voltados à promoção e defesa da educação em direitos
humanos no país. Este tema parece carecer de acordo com as respostas dos professores
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de pouco conhecimento. Dos dez professores pesquisados sete declararam não conhecer
alguma política ou programa sobre EDH, os demais citaram como políticas, apenas
projetos desenvolvidos na escola, tais como: menor aprendiz; proteção da criança e do
adolescente; acessibilidade; intérprete de libras e sala de apoio; mais educação; ensino
médio inovador e sala de recursos.
A falta de conhecimento da maioria dos professores e a pouca clareza sobre o
que são políticas/programas e projetos, só vem a reforçar o que já foi dito anteriormente,
que os professores ainda não estão sendo formados e capacitados para exerceram de
forma efetiva a cultura dos direitos humanos no espaço escolar. Daí a relevância de se
incluir esta temática no currículo de formação inicial e continuada destes profissionais,
para que possam trabalhar de forma consciente e com o compromisso de promover uma
educação em direitos humanos com qualidade.
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As práticas escolares é que vão evidenciar se, a escola está fazendo um trabalho de
promoção e garantia dos direitos de todos. Pensando nisto, consideramos importante
saber dos professores pesquisados quais ações são desenvolvidas na escola no que diz
respeito aos direitos humanos.
Quatro dos professores pesquisados não responderam à pergunta formulada no
questionário; somando-se a isto, o professor J declarou que ainda não fez projetos. Os
que não responderam à pergunta e mais o que declarou que não fez nenhuma ação em
relação aos direitos humanos com seus alunos, representam 50% (cinqüenta) por cento
do quadro de professores pesquisados, este dado é preocupante, pois como bem nos
alerta o educador Paulo Freire “ às vezes, mal se imagina o que pode passar a
representar na vida de um aluno um simples gesto do professor” (1996, p.42).
Acreditamos que, eles não imaginam o quanto um gesto aparentemente insignificante
pode valer como força formadora inclusiva ou contribuir para reforçar a exclusão. Para
o professor A embora não tenha executado nenhum projeto ele considera o diálogo uma
forma da intervenção “não trabalhei nenhum projeto, porém converso e discuto com
meus alunos muito a respeito do direito principalmente no respeito individual e do
bullying”; o professor B relatou que trabalhou “o Direito do idoso através da” colcha de
retalhos” e após a leitura do livro, conversou sobre a identidade de cada um
(ação/prática) na sequência a professora de ciências trabalhou sobre o ciclo da vida.
Alunos trouxeram seus avós para a sala, onde realizaram atividades em conjunto e na
sequência uma confraternização (duração da atividade=1 bimestre)”; o professor C
também relatou que procura “trabalhar várias atividades através da arte, no dia a dia,
não em projetos específicos. Uma releitura as datas comemorativas”; do mesmo modo o
professor F realizou “uma enquete com seus alunos do ensino médio sobre o bullying na
escola, já que o tema estava em evidência, a finalização foi a construção de um gráfico
mostrando o resultado” e por fim o professor I respondeu que no dia internacional da
mulher promoveu debates sobre as questões de gêneros e violência contra a mulher para
ele “não se tratou de um projeto, mas de uma ação pedagógica isolada”.
Foi constatado diante das atividades desenvolvidas pelos professores que,
alguns possuem uma visão simplificada sobre a temática, pois além de executarem
ações isoladas, consideram alguns trabalhos referentes a datas comemorativas como
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sendo ações efetivas sobre os direitos humanos. Do ponto de vista de Vera Maria
Candau é preciso a superação de ações puramente frontais e expositivas, por certo:
Não é difícil promover eventos, situações esporádicas ou introduzir
alguns temas relacionados com os Direitos Humanos. O difícil é
promover processos de formação que trabalhem em profundidade e
favoreçam a constituição de sujeitos e atores sociais, no nível pessoal
e coletivo. (CANDAU, 2012, p.78)
De fato, constatamos que a educação voltada aos direitos humanos ainda não faz
parte da prática escolar como deveria. Os dados levantados reforçam a literatura sobre o
ANAIS DA XIV JORNADA DO HISTEDBR: Pedagogia Histórico-Crítica, Educação e Revolução: 100
anos da Revolução Russa. UNIOESTE – FOZ DO IGUAÇU-PR. ISSN: 2177-8892
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tema, que afirma que a escola não aborda objetivamente o tema direitos humano em seu
espaço educativo. Educar para os direitos humanos trata-se de um processo complexo e
que exige um trabalho participativo e coletivo, viabilizando a articulação entre o
discurso e a prática educativa com o objetivo de promoção de ações efetivas rumo a
construção de uma sociedade justa, democrática , inclusiva e que respeite os direitos
humanos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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escolar, numa tentativa de incentivar a gestão escolar, os professores, os alunos e toda a
comunidade a trabalhar de maneira comprometida para a promoção e valorização dos
direitos humanos, no entendimento que, este é um dos caminhos necessários para a
construção de uma sociedade mais justa, humana, inclusiva e que respeite as diferenças.
REFERÊNCIAS
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STOLZ, Sheila. A Organização Nações Unidas (ONU) e a Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH): Significado e Consequências. STOLZ, Sheila;
MARQUES, Clarice Pires Marques; MARQUES, Carlos Alexandre Michaello (Orgs.).
Disciplinas Formativas e de Fundamentos: Fundamentos em Direitos Humanos.
Coleção Cadernos de Educação em e para os Direitos Humanos. v.7. Rio Grande:
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ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo:
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GORCZEVSKI, Clovis. Direitos humanos, educação e cidadania: conhecer, educar,
praticar. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2009.
MIRANDA, Nilmário. Por que Direitos humanos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
Por uma cultura dos direitos humanos na escola: princípios, meios e fins /
organização Keila Deslandes, Érika Lourenço. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2011.
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Brasil, 1998. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423.
por.pdf. Acesso em: 04 de maio de 2015.
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