Afecções Do Sistema Genitourinário em Ruminantes

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Clínica médica e terapêutica de grandes animais

Afecções do sistema
genitourinário em
ruminantes

Profa Dra Caroline Harumi Seino


Sistema genitourinário
• Diferença entre as espécies, entre os sexos
• Quanto a órgãos e estruturas
• Quanto ao comportamento
Afecções urinárias
Afecções do sistema urinário
• Alterações clínicas
• Micção
• Comportamento:
• Normal: passiva
• Disúria: forçada com gemido (dificuldade e
dor)
• Estrangúria: dor/desconforto
• Frequência: Polaquiúria, oligosúria, iscúria
(retenção) e incontinência urinária
• Volume: poliúria, oligúria, anúria
• Urina: coloração, odor, densidade, pH e presença de
precipitados, glicose, proteína, corpos cetônicos,
bilirrubina.
• Ingestão hídrica
Afecções do sistema urinário
• Alterações clínicas
• Azotemia: aumento dos teores de ureia e creatinina na corrente sanguínea
• Pré-renal:
• Baixo volume sanguíneo
• Urina com alta densidade (pouco líquido)
• Renal:
• Lesão primária no rim (em cerca de 2/3 dos néfrons)
• Urina com baixa densidade
• Pós-renal:
• Alteração na eliminação da urina (obstruções)
• Anúria/oligúria
• Uremia: manifestações clínicas decorrente da azotemia
• Úlceras na cavidade oral, depressão, anorexia, diarreia, hálito urêmico
• Isostenúria: Densidade urinária próxima ao plasma
Urolitíases
obstrutivas
Urolitíases obstrutivas
• Cálculos no trato urinário: precipitação de minerais e/ou substancias orgânicas nas vias urinárias
• Enfermidade nutricional
• Obstrução parcial ou total

• Fatores determinantes

Levam a precipitação das substâncias que se encontram em solução

Favorecem a formação de uma matriz orgânica (núcleo para formação dos


cálculos)

Favorecem a união e concentração dos precipitados e dos núcleos (levam a


agregação para formação dos cálculos)
Urolitíases obstrutivas
• Fatores predisponentes
• Fatores dietéticos
• Ricas em grãos: mais jovens e animais confinados/semi-confinados
• Alto teor de fosfato (estruvita): acima de 0,5% P
• Relação Ca:P menor ou igual a 1,2:1
• Ração com >0,6% Mg (sulfato de magnésio)
• Plantas com alto teor de sílica ou oxalato
• Dietas com poucas/pequenas fibras: pouca ruminação produz menor saliva que auxilia na
retirada da P do sangue
• Pouca ingestão hídrica: pouca disponibilidade, água de baixa qualidade (salobra)
• Deficiência de vitamina D (mais Ca na urina)
• Deficiência em vitamina A e maior estrogênio dietético - maior descamação epitelial
Urolitíases obstrutivas
• Fatores predisponentes
• Fatores sexuais
• Maioria em machos (99%) – locais de maior chance de bloqueio dos cálculos:
• Uretra perineal
• Flexura sigmoide
• Processo uretral: caprinos, ovinos
• Espécie e raça:
• Maior em pequenos ruminantes
• Animais castrados precocemente (2-6meses)
• desenvolvimento
• Processos inflamatórios nas vias urinárias
• alteração no pH urinário
• Alterações metabólicas
Urolitíase obstrutiva
• Manifestações clínicas
• Depende do tipo de obstrução e local da
litíase
• Inquietação, ansiedade
• Perda de apetite e letargia
• Hematúria
• Disúria: cauda em bandeira, gotejamento
da urina
• Diminuição da produção de urina (oligúria
até anúria)
• Deposição de cálculos nos pelos prepuciais
Urolitíase obstrutiva
• Manifestações clínicas
• Dor e tensão abdominal
• Prolapso do reto
• Bexiga repleta
• Uremia
• Ruptura em 48 -72 horas Profa Dra Melina Yasuoka
• Uretra: aumento de volume perilesional e necrose
• Bexiga: alívio temporário dos sintomas, aumento de
volume abdominal, líquido peritoneal (turvo,
amoniacal), endotoxemia
Urolitíase obstrutiva
• Diagnóstico
• Histórico
• Manifestações clínicas
• Palpação: uretra, bexiga, ureteres, rins (via retal)
• Hemograma
• Bioquímica sérica
• Azotemia pós-renal:
• Aumento da ureia e creatinina
• Estase urinária e consequente reabsorção
desses compostos.
Urolitíase obstrutiva
• Diagnóstico
• Urinálise Oxalato de cálcio Uratos
• Sedimentoscopia
• Análise física e química
• Ultrassonografia
• Radiografia, urografia excretora e
uretrocistografia Fosfatos Carbonato cálcio
• Cistoscopia
• Necropsia
Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• De acordo com o estágio da doença e extensão dos cálculos presentes
• Prognóstico: bom, reservado à mau
• Objetivos:
• restabelecimento do fluxo urinário
• correção dos desequilíbrios hídrico eletrolítico
• Fluidoterapia: depois de miorelaxante ou em não obstruídos
• Tratamento conservativo
• Estágios iniciais da obstrução ou obstrução parcial
• Cistocentese
• Acidificação da urina: cloreto de amônio
• Em cálculos por estruvita
Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• Tratamento conservativo
• Amputação do processo uretral (lidocaína 2%)
• sozinha tem alta recidiva
• Cateterismo retrógrado: Sondagem e lavagem retrógrada
• Solução fisiológica e lidocaína
• Cuidado na flexura sigmóide (compactação de cálculos)
• Antibioticoterapia
• enrofloxacino 10%
• Analgésico + anti-espasmódico/relaxante muscular:
• dipirona sódica + hioscina, escopolamina, acepromazina
• Anti-inflamatório não esteroidal (AINE)
• meloxicam 2%
Urolitíase obstrutiva
Urolitíase obstrutiva

Fonte: Van Metre


Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• Tratamento emergencial
• Cirúrgico:
• Uretrostomia perineal
• abordagem cirúrgica emergencial à
obstrução ou ruptura uretral

Profa Dra Melina Yasuoka

Fonte: Doria et al., 2007


Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• Tratamento emergencial
• Cirúrgico:
• Penectomia

Fonte: Helayel et al., 2015


Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• Cirúrgico:
• Cistotomia (implantação da sonda de Foley):
• 80% de taxa de sucesso em pequenos ruminantes
• Alto custo e elevado tempo cirúrgico

Fonte: Van Metre


Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• Cirúrgico:
• Cistotomia (implantação da sonda de Foley)

Fonte:CBPR/USP
Urolitíase obstrutiva
• Tratamento
• Cirúrgico:
• Marsupialização da vesícula urinária
• Litotripsia à laser
Urolitíase obstrutiva
• Prevenção
• Controlar a concentração de minerais
• Mg inferiores a 0,3%
• P inferiores a 0,5%
• acima de 1% para o cloreto de sódio
• Efeito diurético: aumento no consumo de água
• Efeito protetor dos íons cloreto, que aumentam a solubilidade das substâncias urinárias
• relação Ca:P deve ser superior ou igual a 2:1.
• Aumentar a produção de saliva
• Manter um mínimo de fibra na dieta de animais que já são ruminantes
• Acidificar a urina
• Cloreto de amônio
• Aumentar o volume de urina
• Castrar os animais a partir de 6 meses de idade: desenvolvimento da uretra (testosterona)
Hematúria enzoótica
Hematúria enzoótica
• Alterações associadas a tumores da bexiga
• Endêmico: exposição à samambaia (Pteridium aquilinum).
• Em solos ácidos, pobres e bem drenados
• Regiões frias e de boa pluviosidade, solos ácidos
• Princípios tóxicos:
• Radiomimético: quadros patológicos em bovinos
• Tiaminase: distúrbios neurológicos em monogástricos
• Patogenia:
• ação constante e prolongada do princípio ativo (ptaquilosídeo)
• formação tumoral
• hipoplasia da medula – anemia aplástica e trombocitopenia
(pancitopenia)
Hematúria enzoótica
• Manifestações clínicas
• À depender da dose e período de tempo de ingestão
• Aguda/Subaguda - Diátese hemorrágica
• Afeta animais jovens e adultos
• Quantidade grande (10 a 30g de planta/kg) ingeridas em um
curto período de tempo
• Lesões hemorrágicas: subcutâneo, baço, intestino, bexiga e
outros órgãos
• Hipertermia
• Hemorragia na pele e mucosas visíveis
• Sangramento por qualquer ferida: trombocitopenia e aumento
do tempo de coagulação
• Diarreia com sangue
• Dificuldade respiratória, edema de laringe
• Óbito
Hematúria enzoótica
• Manifestações clínicas
• Crônica
• Adultos (maiores que 2 anos)
• Levam a formação tumoral e hipoplasia da medula
(anemia aplástica e trombocitopenia - pancitopenia).
• Perda de peso acentuada
• Hematúria
• Lesões preferenciais na bexiga – nódulos/formações
(hemangioma/ carcinoma/ sarcoma/ adenoma
vesical)
• hematúria intermitente
• Não há disúria
• Tumores no trato digestivo superior

Tokarnia et al.2012
Hematúria enzoótica
• Diagnóstico:
• Ingestão de P. aquilinum (fome ou vício)
• Rizoma e brotos são a parte mais tóxica
• Sintomas regridem com a supressão da samambaia
• Hemograma: anemia, trombocitopenia, neutropenia
e linfocitose
• Urinálise
• Diferencial
• Leptospirose
• Babesiose
Hematúria enzoótica
• Tratamento
• Transfusão sanguínea
• Vitaminas A, D e E – protetor de mucosas
• Sais de Ferro
• Diátese hemorrágica: sucesso apenas quando
for precoce
• Antibioticoterapia (neutropenia)
• Transfusão de sangue
• Corticoides
• Profilaxia
• retirar os animais de pastos pobres e
“contaminados”
• cercar locais “contaminados”
• corrigir acidez do solo – calcário
• Suplementação alimentar
Infecções urinárias
Eliminação da urina

pH da urina
Alterações na Esterilidade do trato
fisiopatogenia urinário advém:
IgA
Infecções
urinárias
Fatores
bacteriostáticos

Secreção de mucina
Trato urinário
superior: nefrites
Formas
Trato urinário
inferior: cistite
Infecções urinárias
• Cistite
• Formas:
• Aguda - hemorrágica, fibrinosa, purulenta, necrosante e ulcerativa
• Crônica - folicular e polipóide
• Via ascendente (comum) ou descendente (nefrite embólica)
• Etiologia: Corynebacterium renale, C. cytidis, C. pilosum e E. coli
• Fatores predisponentes
• Urolitíases
• Manipulações (iatrogênico)/Distocias
• Neonatos – úraco
• Manifestações clínicas:
• Polaquiúria e disúria
• Urina: turbidez, hematúria, piúria, bacteriúria, leucócitos e cels
epiteliais descamadas
• Endotoxemia
Infecções urinárias
• Pielonefrite
• Processo inflamatório da pelve e medula renal
• Via ascendente: estase urinária e refluxo da bexiga
• Urolitíase, paralisia vesical, Processos inflamatórios
inferiores, gestação/distocia
• Etiologia: Corynebacterium renale e Escherichia coli
• Manifestações clínicas
• Hipertermia, perda de peso, anorexia, depressão
• Grumos de sangue e pús ao final da micção
• Desconforto abdominal - cólicas
• Espessamento e contração da bexiga
• Ureteres espessados à palpação retal
• Rim aumentado de tamanho e sensíveis à palpação
• Urinálise: Proteinúria, hematúria, pH > 8,5 e d=1,008-1,021
• Azotemia: uréia e creatinina séricas elevadas
Infecções urinárias
• Diagnóstico
• Manifestações clínicas
• Bioquímico
• Urinálise
• Urocultura (jato médio)
• Palpação retal
• Ultrassonografia
• Necropsia/histopatologia
• Tratamento
• Anti-inflamatórios
• Uso de antissépticos
• Tratamento suporte: fluidoterapia, antitérmicos
Infecções urinárias
• Tratamento
• Antibioticoterapia
• Considerar:
• Antibiograma
• Concentração do antibiótico na urina ou parênquima renal
• Atividade do antibiótico em diferentes valores de pH
• Nefrotoxicidade
• Duração
• TU Inferior – 7-14dias
• TU superior – 2 a 4semanas
• Utilizar:
• Penicilina e estreptomicina (bovinos)
• Sulfa –Trimetoprim (equinos)
• Gentamicina, ampicilina, amoxicilina – ácido clavulânico, tetraciclinas.
Insuficiência
renal
Insuficiência renal
• Incapacidade dos rins em realizar suas funções normais.
• Etiologia:
• Nefropatias Tóxicas
• Aminoglicosídeos (neomicina, gentamicina, canamicina, amicacina,
estreptomicina), AINE, Vitamina D, Vitamina K3, Metais Pesados (Arsênico,
Chumbo, Mercúrio)
• Mioglobina e hemoglobina
• Nefropatias Vasomotoras
• Isquêmicas, perdas de sangue, desidratação, endotoxemia, tromboembólicas
• Glomerulonefrite (Streptococcus spp, BVD)
• Obstrução urinária
Urolitíases obstrutivas Infecções urinárias
• Coagulopatias - CID

Insuficiência Renal
Insuficiência renal
• Patogenia

• Necrose tubular:
• Obstrução tubular
• Nefrotoxinas
• Hipotensão sistêmica
Diminuição na perfusão renal
• Alterações hemodinâmicas
(velocidade de filtração glomerular)
• Isquemia renal
• Endotoxemias
• Coagulopatias Perda da função de néfrons

Azotemia
Insuficiência renal
• Manifestações clínicas
• Azotemia renal – acometimento de 2/3 dos néfrons
• depressão
• anorexia
• oligúria – poliúria
• perda de peso (crônica)
• úlceras orais
• Outros: hematúria, disúria, leve cólica, melena e anemia
• Sintomas relacionados à causa principal
• Diagnóstico
• oligúria (< 1 mL/Kg/h) ou anúria
• densidade urinária (normal – 1,020 a 1,050)
• azotemia (creatinina sérica > 2 mg/dL)
• hematócrito
Insuficiência renal
• Tratamento
• Fluidoterapia
• Correção do desequilíbrio hídroeletrólitico e ácido-básico
• Diminuição da azotemia:
• 40 a 80 mL/kg/dia até queda da creatinina sérica (Ringer-lactato);
• 10 a 20 mL/kg/dia até voltar a se alimentar (NaCl a 0,9%).
• Manitol a 20% – 0,25 a 1 g/kg IV
• Furosemida ± dopamina IV.
• Diálise peritoneal
• Dextrose: 50 a 100 g /L de fluido
Alterações
congênitas
Ureter ectópico
Dilatação uretral

Hipospadia
Afecções genitais
femininas
Alterações em vulva e vagina
• Traumáticas
• Lacerações
• Fístulas retovaginais
• Conformação
• Processo inflamatório/infeccioso
• Vulvovaginite pustular
(Ureaplasma diversum)
• Prolapsos
• Tipos: Vaginal; cérvico-vaginal e
uterino
• Secundária
• Distocias
• flacidez de ligamentos (idosos)
Prolapsos Prolapso uterino
Placenta aderida
Prolapso cervico-vaginal (gest.)
Prolapso cervico-vaginal crônico
Tampão mucoso
Laceração de períneo

Freire et al., 2014


Prestes et al., 2008
Prestes et al., 2008
Prolapsos
• Tratamento:
• anestesia regional (epidural)
• proteger o útero;
• lavar bem (água gelada e sabão - solução anti-séptica)
• Reduzir – auxílio de: água gelada; vaselina/óleo mineral Agulha de Gerlach

• Sutura
• Antibiótico sistêmico - tetraciclina (10 a 20 mg/kg, IM, cd 72 h,
15dias);
• Soro antitetânico.
• Amputação (lesões extensas e graves)

Técnica da sutura de Buhner


Retenção de membranas fetais
• falha da liberação das membranas fetais em mais
de 8-12 horas após o parto
• Predisposição:
• Infecções genitais
• Deficiências nutricionais: selênio, vitamina E,
vitamina A, iodo
• Causas mecânicas: distocia, parto gemelar,
retenção anterior
• Hereditariedade
• Idade (pluriparas X novilha)
• Fatores hormonais : indução do parto utilizando
corticóides, prostaglandinas)
• Estresse
Retenção de membranas fetais
• Diagnóstico - Inspeção externa:
• restos placentários na rima vulvar
• Região posterior suja
• odor fétido
• corrimento sero-sanguinolento
• hiperemia de vulva
• Tratamento
• Atb: exemplo ceftiofur sistêmico
• Evitar o uso de anti-inflamatórios
• Nunca tracionar
• Prostaglandinas, ocitocina, cálcio,
estrógeno: pouco eficazes
Afecções uterinas do puerpério
• Metrite
• Metrite puerperal
Uma a cada três vacas leiteiras
• Metrite clínica
• Endometrite
• Endometrite clínica
• Endometrite inaparente/subclínica
• Piometra
• Acúmulo progressivo de pus
• corpo lúteo persistente – liberação
de progesterona (fechamento da
cérvice)
• Aberta ou fechada (2 a 6%)
Afecções uterinas do puerpério
Fatores predisponentes:
• Problemas no parto
• Aborto (enfermidades infec.)
• Parto gemelar
Falha imune uterino e
• Enfermidades metabólicas (hipocalcemia, Retenção anexos fetais
cetose)
• Diminuição da ingestão de MS e BEN
• ECC < 3
• Estado imunológico sistêmico
• Falta de higiene no manejo
Metrite Metrite Endometrite clínica e
RMF puerperal clínica subclínica

PARTO D14 D21 D28 D35 D42


D7

Puerpério clínico Puerpério tardio


Lóquio

Regressão total Completa involução


das dimensões do endométrio
Metrite
• Reação inflamatória grave das camadas do útero
• Ocorrência: primeiras 2 semanas pp (até 21 dpp)
• Prevalência: 5 a 30%
• Menor prevalência em: sistema a pasto e em multíparas
• Infecção mista: E. coli, Trueperella pyogenes, Fusobacterium necrophorum, Prevotella sp.,
Proteus spp., Streptococcus alfa hemolítico, ...
• Manifestações clínicas
• Descarga uterina aquosa e fétida com coloração avermelhada ou amarronzada com debris
• Útero distendido e flácido (retardo na involução)
• Metrite aguda:
• Hipertermia
• Desidratação
• Anorexia, Apatia
Metrite

Fonte: CBPR - USP, 2013 http://coral.ufsm.br/embryolab/Aulas ; http://mimvet.blogspot.com.br/2015/10/t-i-infeccoes-uterinas-pos-parto.html


Metrite
• Diagnóstico
• Exame ginecológico
• Vaginoscopia
• Baixo custo; rápido e fácil;
falsos negativos;
• Cor das paredes, umidade,
cérvix, alterações;
• Volume, aspecto e odor da
secreção
• Avaliação da secreção cérvico-
vaginal
• Aspecto e odor - grau de
comprometimento
• Metricheck
Metrite
• Diagnóstico
• Exame ginecológico
• Palpação retal:
• Avaliar tamanho, simetria,
consistência;
• Involução atrasada
• Presença de conteúdo;

Fonte: http://mimvet.blogspot.com.br/2015/10/t-i-
• Método subjetivo
• Cuidado com o manuseio do útero

infeccoes-uterinas-pos-parto.html
• Ultrassonografia
• Fluido com partículas ecogênicas, gás
• Parede espessada
Metrite
• Diagnóstico
• Avaliação da secreção cérvico-vaginal
http://www.dugganvet.ie/productsvet/?tcp_product=metricheck
• Aspecto e odor - grau de comprometimento
• Metricheck

0 = muco;
1 = muco com estrias
de pus;
2 = menos de 50%
mucopurulento;
3 = mais de 50%
mucopurulento
podendo ter sangue.

Fonte: Willunga Veterinary Services

Fonte: Willians et al., 2005


Metrite
• Diagnóstico
• Palpação vaginal: cuidado com contaminação
• Cultura bacteriana: Em metrites não responsivas ao tratamento
• Biopsia uterina: infiltrados celulares
• Análises hematológicas
• Tratamento
Cuidados:
• Terapia intra-uterina

Fonte: http://mimvet.blogspot.com.br/2015/10/t-i-
✓ Carrear contaminação
• Antissépticos: Eficácia questionável e não recomendado ✓ Uso de substâncias irritantes
• Antibióticos: Penicilina; Gentamicina; Oxitetraciclina ✓ Manipulação cuidadosa – útero

infeccoes-uterinas-pos-parto.html
friável
• Terapia sistêmica
• Principalmente quando há sintomas sistêmicos
• Melhor distribuição e menos invasivo (contaminação)
• Ex: Penicilinas, Ceftiofur
Metrite
• Tratamento
• Terapia hormonal
• Prostaglandinas
• Princ em metrite sem sintomatologia
• Estimula atividade fagocitária: limpeza mecânica e sistema imunológico do
útero
• Abertura da cérvix, ↑ tônus uterino
• Associado a atb, caso houver sintoma
• Ocitocina : Ineficaz nas primeiras 48h pp
• Terapia suporte
• Fluidoterapia (oral/IV)
• Outros: Dextrose; Ca
• AINEs; antipiréticos
• Drenagem do conteúdo uterino
Muco em estro com endometrite

Endometrite
• Processo inflamatório superficial do endométrio
• Ocorrência: a partir de 21 dias após o parto
• Prevalência: 15% a 20%
• Associada a T. pyogenes
• Manifestações clínicas
Fonte: A exploração clínica dos bovinos, 2014

Muco típico do estro


• Catarro genital purulento (>50% pus) ou
mucopurulento
• Ausência de manifestação de sintomas sistêmicos
• Diâmetro cervical e do corno aumentados
• Função ovariana comprometida: diminui fertilidade

Fonte: A exploração clínica dos bovinos, 2014


Endometrite
• Diagnóstico
• Exame ginecológico
• Palpação retal
• Vaginoscopia
Fonte: Meira Jr., 2014
• Ultrassonografia
• Biopsia uterina:
• ideal para confirmar

Fonte: http://mimvet.blogspot.com.br/2015/10/t-i-
endometrite
• Contras: muito invasivo,

infeccoes-uterinas-pos-parto.html
custos elevados e sequelas na
fertilidade

Fonte: Meira Jr, 2014; Ribeiro, 2016


Endometrite
• Endometrite subclínica
• Inflamação endometrial crônica
• Ocorrência: a partir de 21 dias após o parto
• Prevalência: 35 a 50% entre os 35 e 60 dpp
• Cura espontânea: 63 a 77%
• Problemas no periparto aumentam 3,15x a chance de endometrite subclínica
• Manifestações clínicas
• Atraso reprodutivo
• ↓ tx de prenhez: Dificulta implantação e desenvolvimento do embrião
• Ausência de sintomas de inflamação
• Ausência de secreção cérvico-uterina purulenta visível
• Presença de neutrófilos na citologia uterina
Endometrite
• Endometrite subclínica
• Diagnóstico
• Ultrassonografia
• Cuidado com a fase do ciclo estral
• Citologia
• mensuração da proporção de neutrófilos
• Métodos:
• Lavado uterino
• Escova citológica (cytobrush) –
melhores resultados que o lavado
• Proporção de neutrófilos
• > 18% entre os dias 21 e 33 pp
• > 10% entre os dias 34 e 77 pp Fonte: Ribeiro, 2016
Endometrite
• Endometrite subclínica
• Diagnóstico
• Histeroscopia (Meira Jr., 2014)
• Inspeção da superfície endometrial
• Detecção de sinais de inflamação:
hiperemia, presença de pus e fibrina

Saudável
Endometrite
• Tratamento
• Objetivo:
• Eliminar a infecção bacteriana
• Reduzir o processo inflamatório uterino
• Restabelecer a fertilidade da vaca
• Terapia intra-uterina
• Sucesso depende do produto: penicilina, tetraciclina, cefapirina
• Terapia sistêmica
• Ceftiofur
• Terapia hormonal
• Prostaglandinas: elimina os casos clínicos, sincroniza o cio e melhora a
fertilidade
Afecções do Sistema Genital Feminino
• Infertilidade

✓ Atraso da involução uterina;


✓ Prolonga o tempo do parto a concepção;
✓ Reduz a taxa de concepção no primeiro serviço;
✓ Aumento do risco de deslocamento de abomaso, cetose e mastite;
✓ Reduz a produção de leite
✓ Perda econômica.
DESAFIOS
• Tratamento de falso positivo
• Diagnóstico eficiente e precoce
• Implantar estratégias de prevenção
• Evitar descarte do leite por antibiótico
Afecções
genitais
masculinas
Afecções reprodutivas masculinas
Infertilidade por:
• Impotentia generandi
• situações em que o animal copula, mas não fecunda adequadamente ou não fecunda
• Incapacidade total ou reduzida de fertilizar, pela incapacidade dos espermatozóides
fecundarem o oócito:
• Impotentia coeundi - situações em que o animal não consegue copular
• diminuição da libido;
• enfermidades em membros ou coluna vertebral
• alterações penianas;
Afecções reprodutivas masculinas
Infertilidade por:
• Impotentia coeundi - situações em que o animal
não consegue copular
• diminuição da libido;
◼ Tratamento: Permitir ao animal um
repouso sexual de dois meses;
tratamentos hormonais (testosterona, LH
e/ou HCG) podem ser utilizados com
bastante critério.
• enfermidades em membros ou coluna
vertebral
• alterações penianas: Alterações morfológicas
genéticas ou adquiridas
Balanopostite
• Inflamação do pênis (balano) e prepúcio (postite).
• Fator predisponente
• prepúcio mais alongado: principalmente em zebuínos
• traumatismo
• Manifestação: Formação de feridas e escaras, hiperemia e
aumento de volume
• podem haver aderências, impedindo a eliminação adequada da
urina
• fimose (impossibilidade de exposição da glande por
estreitamento do ósteo prepucial).
• Parafimose: exposição permanente da glande
• inflamação e congestão da glande constricção pode levar à
necrose
Balanopostite
• Tratamento
• antibióticos sistêmicos e locais (bacitracina e
penicilina).
• limpeza diária com soluções antissépticas.
• cirurgia
• prepúcios muito longos, eversão de mucosa
• fimose
• parafimose: importante manter o pênis
protegido e umidificado com antibiótico
oleoso.
Hipoplasia testicular
• Diminuição de tamanho sem sinais inflamatórios
• Pode ser uni ou bilateral, parcial ou total
• Causas (durante o desenvolvimento testicular)
• Deficiência de zinco
• Insuficiência hormonal
• Distúrbios vasculares
• Alteração de caráter hereditário causada pela
expressão de um gene recessivo autossômico
• exame do sêmen
• azoospermia
Animais com diagnóstico positivo ou suspeito de hipoplasia
• baixa concentração.
devem ser castrados e eliminados da reprodução.
Degeneração testicular
• Etiologia múltipla
• alterações térmicas
• criptorquidismo
• Alterações em bolsa escrotal: edema, dermatites,
hérnia escrotal
• obstruções epididimárias levando a um aumento de
pressão dos túbulos seminíferos;
• orquites
• deficiência de vitamina A
• Manifestações clínicas
• Infertilidade (impotentia generandi);
• Progressiva com a idade;
• Evolui para atrofia e fibrose;
Degeneração testicular
• Diagnóstico
• Palpação dos testículos
• perda da elasticidade e turgidez dessas estruturas.
• Casos crônicos: endurecimento do parênquima
testicular
• Exame do sêmen: azoospermia, oligospermia e uma série
de alterações morfológicas dos espermatozóides
• Ultrassonográfia: áreas de fibrose e calcificação
• Tratamento
• corrigir a causa primária.
• desde que as espermatogônias e as células de Leydig
não estejam comprometidas, pode haver recuperação
após algumas semanas.
Epididimite
• inflamação específica do epidídimo: principalmente pela infecção por Brucella ovis
ou Actinobacillus seminis), transmitidos por via venérea.
• forma aguda:
• febre, prostração e inflamação local.
• posição anti-álgica (claudicação e afastamento dos membros posteriores).
• forma crônica:
• aumento de volume de consistência firme do epidídimo
• sem sinais sistêmicos.
• Diagnóstico: sintomas, sorodiagnóstico.
• Tratamento:
• diidroestreptomicina (25 mg/kg IM BID/7d)
• não se recomenda o tratamento de infecção pela B. ovis
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Orquite
• Inflamação do testículo, causada principalmente por
traumatismo e agentes infecciosos (Brucella abortus,
Mycobacterium tuberculosis, Arcanobacterium pyogenes e
IBR/IBV)
• Manifestações clínicas
• Sinais inflamatórios testiculares: uni- ou bilateral
• aumento de temperatura, sensibilidade e edema na
fase aguda.
• Relutar em andar, recusa a cobertura
• inflamação de um testículo pode provocar injúria termal
(degeneração) no testículo oposto
• Pode ter envolvimento do epidídimo e vesícula seminal
Orquite
• Diagnóstico:
• Sintomatologia: alteração da forma e consistência, aderências com estruturas anexas
• Isquemia e degeneração testicular
• Exame seminal: diminuição do número e motilidade dos espermatozóides, alterações
morfológicas e células polimorfonucleares
• Tratamento
• em casos de orquite unilateral, pode-se optar por uma orquiectomia unilateral.
• antibioticoterapia:
• tetraciclina (10 mg/kg IM): até o desaparecimento das células inflamatórias do
sêmen
• eritromicina (2,5 mg/kg IM): em infecções da vesícula seminal, o tratamento deve
ser feito por 2 a 4 semanas na dependência da sensibilidade do agente:

Obrigada pela
atenção
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