Laudo 05425
Laudo 05425
Laudo 05425
LAUDO PERICIAL
1 – IDENTIFICAÇÃO:
Nome do autor: Marcos Antonio Dobrochinski
Nome do Réu: INSS
2- OBJETIVO:
Tem este laudo pericial, o objetivo de levantar, relatar e analisar as condições de
trabalho do Autor, atentando para a ocorrência de condições de enquadramento da atividade
como especial, culminando em aposentadoria especial se for o caso. Com base nas
informações citadas acima, responder aos quesitos solicitados pelo Juízo e pelas partes.
Salientamos da importância da presença das partes por ocasião da perícia e entrevista
pessoal.
3 – METODOLOGIA:
A metodologia utilizada na elaboração deste laudo técnico pericial segue o prescrito
na Port. MTb. 3214/78 - Norma Regulamentadora NR-15. e na PORTARIA Nº. 3.311, de 29
de novembro de 1989, que constará dos itens abaixo:
3.1. A diligência poderá ser composta dos seguintes passos:
3.1.1. Quando a empresa estiver em atividade e não tiver mudado substancialmente o
processo de produção e lay-out:
- Verificação in locu das atividades desempenhadas pelo autor;
- Medição quando possível dos valores de ruídos e outros agentes de forma
quantitativa. A verificação qualitativa se dará por analise do local e condições de trabalho.
- Utilização de informações dos laudos ambientais da empresa, quer sejam eles
realizados pelo departamento de segurança ou realizados por empresas especializadas.
- Entrevista pessoal com o autor, composta de informações sobre as atividades
desenvolvidas
- Entrevista/contato com pessoas que trabalharam junto com o autor.
"Art. 65. Considera-se trabalho permanente, para efeito desta Subseção, aquele
que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do
empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
4.2.2. DECRETO-LEI Nº. 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 e suas atualizações, que criam a
Consolidação das Leis do Trabalho.
Seção XII,
Cap. V do Título II da CLT, Art. 189.
“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos a saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da
natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos”.
Seção XIII, Cap. V do Título II da CLT, Art. 191.
“A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorre:
I – Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância;
II – Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador
que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância”.
Seção XIII, Cap.V do Título II da CLT, Art. 194.
“O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade
cessará com a eliminação do risco a sua saúde ou integridade física nos
termos desta seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”.
01 – Operacional?
02 – Chefia?
04 – Horário comercial?
05 – Turno?
07 – Trabalho manual?
09.1 – Usava ferramentas elétricas manuais, como serra circular, serra mármore
entre outras?
10 – Atividade em pé?
12 – Agente nocivo?
12.1. Ruído:
12.2. Calor
12.3 Umidade.
12.7. Outros
14 – Contato aéreo ?
15 – Contato cutâneo?
16 – Tinha EPI?
01 – Operacional?
02 – Chefia?
04 – Horário comercial?
05 – Turno?
07 – Trabalho manual?
10 – Atividade em pé?
12 – Agente nocivo?
12.1. Ruído:
12.2. Calor
12.3 Umidade.
12.7. Outros
14 – Contato aéreo ?
15 – Contato cutâneo?
16 – Tinha EPI?
Fábrica de Urnas
01/02/1988 a
Período/empresa/atividade Munaro
22/12/1988 Montador: idem anterior
Ltda.
01 – Operacional?
02 – Chefia?
04 – Horário comercial?
05 – Turno?
07 – Trabalho manual?
10 – Atividade em pé?
12 – Agente nocivo?
12.1. Ruído:
12.2. Calor
12.3 Umidade.
12.7. Outros
14 – Contato aéreo ?
15 – Contato cutâneo?
16 – Tinha EPI?
5.4.2. Considerações gerais: o autor deixou seu telefone de contato (88 22 69 33)
5.4.4. Fotografias do local de trabalho do autor: fomos até a empresa Felix, indústria de
urnas, onde tiramos fotografias do processo, semelhante ao do trabalhado pelo autor nos
períodos considerados
Fotografia 5: Idem
5.4.5. Contato com pessoas que trabalharam com o autor: entramos em contato com o
Sr. Loreni Alburquerque dos Santos ( CI- 10 R 1.918.852), telefone: 9996 2290. Confirmou
as atividades desenvolvidas pelo autor. Informou ainda que o local era uma marcenaria, com
várias maquinas e equipamentos funcionando ao mesmo tempo. Fabricavam diversas urnas
por dia.
6 – LAUDO AMBIENTAL:
6.1. Informações iniciais: os dados apresentados abaixo, foram retirados dos documentos
do processo, fornecidos pelas empresas em que o autor laborou, quando disponíveis e
levantamentos in locu, efetuado por este perito.
Será utilizada a seguinte legenda, segundo o item 3.3. deste laudo, considerando
uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Para o enquadramento legal, somente serão
consideradas as condições e ou agentes nocivos, expressamente mencionadas nas
legislações afetas ás questões previdenciárias.
HP (Habitual e permanente): Processo continuo de produção e o autor ficando no
mesmo local de trabalho, sem interrupções, e sujeito ao mesmo agente nocivo durante a
maior parte da jornada de trabalho. 1
TP (Trabalho permanente): trabalho permanente quando o agente for indissociável
nas diversas etapas da atividade desenvolvida pelo autor. Ou seja, sem a presença do
agente, a tarefa não pode ser executada e ou cumprida.2
HICAN (Habitual e intermitente com presença de agentes nocivos): Processo
intermitente, com interrupções no processo de produção, sendo que o autor desempenha
1
Somente exigido a partir de 29 de abril de 1995, na Lei nº 9.032/95
2
Definido pelo Decreto 4882 de 19.11.2003, para a função exercida de forma Permanente.
Fone (49) 8402.6504
E-mail: tessaro@gegnet.com.br
13
ANTONIO PEDRO TESSARO
MsC. Eng. Eletricista e Seg. do Trabalho
Crea- SC 27.957-8
Perito Judicial- Professor Universitário
outras atividades em outros locais, com a presença de ao menos um agente nocivo diferente
durante a jornada de trabalho, segundo a legislação vigente. O contato pode ser direto ou
indireto, no caso de agentes que possam ser nocivos à pele, olhos ou outra parte do corpo.
HISAN (Habitual e intermitente sem presença de agentes nocivos): Processo
intermitente, com interrupções no processo de produção, sendo que o autor desempenha
outras atividades em outros locais, intercalando espaços de tempo sem nenhum agente
nocivo à sua saúde, segundo a legislação vigente.
EI (Eventual e intermitente): Processo intermitente, com interrupções no processo
de produção, sendo que o autor eventualmente desempenha atividades em ambiente nocivo
a sua saúde.
PC (Possibilidade de contágio): utiliza-se esta classificação quando o agente nocivo
pode ou não atingir o autor, dependendo da intensidade, classificação, forma de contato e
presença no ambiente de trabalho. Trabalha-se com a incerteza pois não é possível precisar
a nocividade do agente.
NA (Não se aplica): Não tem aplicação para o presente caso
NED (Não foram encontrados documentos): não foram encontrados documentos
referentes ao fornecimento de equipamentos de proteção individual
LT: Limite de tolerância3
6.2. Riscos Ambientais, Quantitativo 4 e qualitativo 5
PERIODO AGENTE ENQUADRAMENTO
DECRETO VALOR/LT EXPOSIÇÃO EPI
6
Ruído 83080-1.1.5 83,5 dB(A)/80 dB(A) HP NED
no setor de
montagem de urnas
7
87,5 dB(A)/80 dB(A)
21/11/1982 a 05/05/1986
no setor de
fabricação das peças
para montagem das
urnas
8
Ruído 83080-1.1.5 83,5 dB(A)/80 dB(A) HP NED
no setor de
montagem de urnas
9
01/08/1986 a 30/12/1987 87,5 dB(A)/80 dB(A)
no setor de
fabricação das peças
para montagem das
3
DEFINIÇÃO DA ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists): “Os limites de exposição referem-se a
concentrações de substâncias químicas dispersas no ar, bem como a intensidade de agentes físicos de natureza acústica,
eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmica, e representam condições às quais se acredita a maioria dos trabalhadores possa estar
exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde”. DEFINIÇÃO DA FUNDACENTRO (RUIDO): “ Parâmetro de
exposição ocupacional que representa condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta,
repetidamente, sem sofrer efeitos adversos à sua capacidade de ouvir e entender uma conversação normal.”
4
De acordo com a NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS :
9.3.4 A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados na etapa de reconhecimento;
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
5
Análise local, visual de acordo com as atividades desenvolvidas pelo autor em seu local de trabalho
6
Conforme dosimetria de ruído, realizada no dia da pericia, na empresa Felix, Urnas, sendo esta atividade a que o autor ficava mais
tempo.
7
Conforme dosimetria de ruído, realizada no dia da pericia, na empresa Felix, Urnas, sendo esta atividade a que o autor ficava menos
tempo durante a jornada de trabalho
8
Conforme dosimetria de ruído, realizada no dia da pericia, na empresa Felix, Urnas, sendo esta atividade a que o autor ficava mais
tempo.
9
Conforme dosimetria de ruído, realizada no dia da pericia, na empresa Felix, Urnas, sendo esta atividade a que o autor ficava menos
tempo durante a jornada de trabalho
Fone (49) 8402.6504
E-mail: tessaro@gegnet.com.br
14
ANTONIO PEDRO TESSARO
MsC. Eng. Eletricista e Seg. do Trabalho
Crea- SC 27.957-8
Perito Judicial- Professor Universitário
urnas
10
Ruído 83080-1.1.5 83,5 dB(A)/80 HP NED
dB(A) no setor de
montagem de urnas
11
01/02/1988 a 22/12/1988 87,5 dB(A)/80
dB(A) no setor de
fabricação das peças
para montagem das
urnas
8 – QUESITOS DO JUIZO:
a) R. A metodologia utilizada na elaboração deste laudo técnico pericial segue o
prescrito na Port. MTb 3214/78 - Norma Regulamentadora NR-15. Procuramos
utilizar a maioria das informações existentes fornecidas pelas empresas, constantes
do e-proc e observados durante a realização da perícia e entrevista pessoal.
Procuramos utilizar informações de outros laudos periciais realizados por este perito
para condições semelhantes de trabalho, e local de trabalho. Foi utilizado um
dosimetro de ruído, marca INSTRUTHERM DOS 500 e uma câmera digital acoplada
a telefone celular marca SAMSUNG GALAXY S.
b) R. Respondido no item 5.4.1. deste laudo pericial
c) R. Respondido nos itens 6.2 deste laudo.
d) R. Respondido nos itens 6.2 deste laudo.
e) R. Não foram encontrados documentos de fornecimentos de equipamentos de
proteção individual.
f) R. Prejudicada.
g) R. Não.
h) R. A empresas encontram-se desativadas. Usamos outra empresa para fazer a
pericia em questão.
i) R. Nada a acrescentar.
9 – QUESITOS DO AUTOR:
QUESITO Nº 01:
R. Sim. Respondido no item. 6.2 deste laudo.
QUESITO Nº 02:
R. Sim.
10
Conforme dosimetria de ruído, realizada no dia da pericia, na empresa Felix, Urnas, sendo esta atividade a que o autor ficava mais
tempo.
11
Conforme dosimetria de ruído, realizada no dia da pericia, na empresa Felix, Urnas, sendo esta atividade a que o autor ficava menos
tempo durante a jornada de trabalho
12
Classificação até 28.04.1995
Fone (49) 8402.6504
E-mail: tessaro@gegnet.com.br
15
ANTONIO PEDRO TESSARO
MsC. Eng. Eletricista e Seg. do Trabalho
Crea- SC 27.957-8
Perito Judicial- Professor Universitário
QUESITO Nº 03:
R. Para o ruído, temos:
Qualquer redução na sensibilidade de audição é considerada perda de audição. A
exposição a níveis altos de ruído por tempo longo danifica as células da cóclea. O
tímpano, por sua vez, raramente é danificado por ruído industrial. Existe outro
tipo de perda de audição, especialmente nas altas freqüências, causada por
envelhecimento.
O primeiro efeito fisiológico de exposição a níveis altos de ruído, é a perda de audição
na banda de freqüências de 4 a 6 khz. Geralmente o efeito é acompanhado pela
sensação de percepção do ruído após o afastamento do campo ruidoso. Este efeito é
temporário, e 2ortanto, o nível original do limiar da audição é recuperado. Esta é a
chamada mudança temporária do limiar de audição (MTLA). Se exposição ao ruído é
repetida antes da completa recuperação, a perda temporária da audição pode tornar-
se permanente, não somente na faixa de freqüências 4 a 6 kHz, mas também abaixo e
acima desta faixa. As células nervosas no ouvido interno são danificadas, sendo o
processo da perda de audição é irreversível.
Pesquisadores têm compilado dados nos últimos 30 anos sobre o efeito de ruído no
corpo humano. São conhecidos sérios efeitos tais como: aceleração da pulsação,
aumento da pressão sanguínea. Um longo tempo de exposição a ruído alto pode
causar sobrecarga do coração causando secreções anormais de hormônios e tensões
13
musculares
QUESITO Nº 04:
R. Não foram encontrados documentos de fornecimento de EPIS.
10 – QUESITOS DO RÉU:
Não formulou quesitos
11- CONCLUSÃO:
Segue abaixo o quadro conclusivo da perícia, sendo destacado em negrito, os
períodos considerados como especiais somente considerando os agentes contemplados na
legislação previdenciária.
PERIODO DE EMPRESA AGENTES ENQUADRAMENTO
TRABALHO NOCIVOS À
SAUDE DECRETOS EXPOSIÇÃO
13 – ENCERRAMENTO:
O presente laudo só tem validade para fins de avaliação quanto à aposentadoria
especial e não para fins de direito ao Adicional de Insalubridade e ou Adicional de
Periculosidade, pois estes são regulamentados por dispositivos legais emanados do
Ministério do Trabalho e Emprego.
As conclusões deste laudo pericial são únicas, não podendo embasar outras
demandas judiciais por qualquer das partes interessadas, dentro do processo de
Aposentadoria especial.