Comunicação e Linguagem

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COMUNICAÇÃO

E LINGUAGEM
licenciatura em
matemática

Ministério da Educação - MEC


Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior
Universidade Aberta do Brasil
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Universidade Aberta do Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Diretoria de Educação a Distância

Licenciatura em Matemática
Comunicação e Linguagem

Guilherme Brito de Lacerda

Fortaleza, CE
2009
Créditos
Presidente Regina Santos Young
Luis Inácio Lula da Silva Equipe Arte, Criação e Produção Visual
Ministro da Educação Ábner Di Cavalcanti Medeiros
Fernando Haddad Benghson da Silveira Dantas
Presidentes da CAPES Davi Jucimon Monteiro
Carlos Eduardo Bielschowsky Diemano Bruno Lima Nóbrega
Germano José Barros Pinheiro
Diretor de EaD - CAPES
Gilvandenys Leite Sales Júnior
Joao Carlos Teatine Climaco
Hommel Almeida de Barros Lima
Diretor de Educação a Distância José Albério Beserra
Celso Costa José Stelio Sampaio Bastos Neto
Reitor do IFCE Larissa Miranda Cunha
Cláudio Ricardo Gomes de Lima Marco Augusto M. Oliveira Júnior
Pró-Reitor de Ensino Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento
Gilmar Lopes Ribeiro Roland Gabriel Nogueira Molina
Diretora de EAD/IFCE e Equipe Web
Coordenadora UAB/IFCE Aline Mariana Bispo de Lima
Cassandra Ribeiro Joye Benghson da Silveira Dantas
Fabrice Marc Joye
Vice-Coordenadora UAB
Igor Flávio Simões de Sousa
Régia Talina Silva Araújo
Luiz Alfredo Pereira Lima
Coordenador do Curso de Luiz Bezerra
Tecnologia em Hotelaria Lucas do Amaral Saboya
José Solon Sales e Silva Ricardo Werlang
Coordenador do Curso de Samantha Onofre Lóssio
Licenciatura em Matemática Tibério Bezerra Soares
Zelalber Gondim Guimarães Thuan Saraiva Nabuco
Elaboração do conteúdo Revisão Textual
Guilherme Brito de Lacerda Aurea Suely Zavam
Colaborador Nukácia Meyre Araújo de Almeida
Cristiane Borges Braga Revisão Web
Equipe Pedagógica e Design Instrucional Débora Liberato Arruda Hissa
Ana Claúdia Uchôa Araújo Saulo Garcia
Andréa Maria Rocha Rodrigues Logística
Cristiane Borges Braga Francisco Roberto Dias de Aguiar
Eliana Moreira de Oliveira Virgínia Ferreira Moreira
Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Secretários
Iraci Moraes Schmidlin Breno Giovanni Silva Araújo
Jane Fontes Guedes Francisca Venâncio da Silva
Jivago Silva Araújo
Auxiliar
Karine Nascimento Portela
Bernardo Matias de Carvalho
Lívia Maria de Lima Santiago
Carla Anaíle Moreira de Oliveira
Luciana Andrade Rodrigues
Maria Tatiana Gomes da Silva
Maria Irene Silva de Moura
Wagner Souto Fernandes
Maria Vanda Silvino da Silva
Zuila Sâmea Vieira de Araújo
Marília Maia Moreira
Catalogação na Fonte: Etelvina Marques (CRB 3 – Nº 615)

L131c Lacerda, Guilherme Brito de

Comunicação e Linguaguem./ Guilherme Brito de Lacerda; Coorde-


nação Cassandra Ribeiro Joye. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2009.
66p. : il. ; 27cm.

ISBN 978-85-475-0019-1

1. LEITURA – COMPREENSÃO DE TEXTOS 2. COERÊNCIA


TEXTUAL 3. COESÃO TEXTUAL 4. LÍNGUA PORTUGUESA –
PRODUÇÃO TEXTUAL I. Joye, Cassandra Ribeiro. (Coord.) II. Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE III. Universi-
dade Aberta do Brasil IV. Título

CDD – 469.5
Apresentação
Referências
Currículo
6
65
66 SUMÁRIO
AULA 1 Processo de construção do texto 7
Tópico 1 8
Conceitos iniciais sobre texto
Tópico 2 A coesão na construção textual 12
Tópico 3 Níveis de Leitura17
Tópico 4 Intertextualidade 21
Tópico 5 Relação texto/história 24

AULA 2 Produção de textos técnicos


Parte 1 - 25
Tópico 1 Produção de textos técnicos 26
Tópico 2 Abreviaturas comuns na correspondência 33
Tópico 3 Formas de tratamento comuns na correspondência
comercial e empresarial 35

AULA 3 Produção de textos técnicos - Parte II 38


Tópico 1 Produção de textos técnicos - Continuação 39

AULA 4 Noções básicas de Redação Científica 46


Tópico 1 Produção de textos acadêmicos -
Noções básicas 47
Tópico 2 Elementos pré-textuais 48
Tópico 3 Elementos textuais e pós-textuais 52
Tópico 4 Citação 53
Tópico 5 Entradas pelo sobrenome do autor 56
Tópico 6 Sistema autor-data 58
Tópico 7 Referências 60
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),

Bem-vindos(as) à disciplina de Comunicação Linguaguem, nela trabalharemos ao longo de


quatro aulas.

Na aula 1, abordaremos aspectos importantes relacionados à construção de textos, tais


como a coerência (unidade de sentido de um texto) e também a coesão textual (organização
e estruturação do texto).

Nas aulas 2, 3 e 4, focaremos nossos estudos na produção textual (escrita), trazendo até
você modelos de textos técnico-administrativos (ofícios, memorandos, procurações, etc.) e
colocando-o em contato com as regras mais básicas utilizadas na produção de trabalhos
universitários.

Dessa forma, esperamos contribuir para que você possa ter, em sua língua materna, um forte
aliado para o seu crescimento intelectual e acadêmico. Bons estudos!

6 Comunicação e Linguagem
AULA 1
Processo de construção
do texto

Nesta primeira aula, trataremos de questões iniciais relativas à oralidade, à


compreensão leitora e à adequada construção de um texto. Também serão
abordados, sempre através de atividades práticas, aspectos relacionados à
coesão textual, ou seja, à ligação e retomada de termos/expressões nos textos.
Apresentam-se, também, o aprofundamento dos níveis de leitura, bem como a
relação que se dá entre os mais diversos textos (intetertextualidade) e a relação
destes com o momento histórico em que foram produzidos. Bons estudos!

Objetivos

• Comprender conceitos iniciais de texto, coerência e coesão textual


• Perceber os níveis de compreensão de textos
• Discutir a relação existente entre textos (intertextualidade)

AULA 1 7
TÓPICO 1
Conceitos iniciais
sobre texto
O bjetivo
• Compreender conceitos iniciais sobre texto,
coerência e coesão textuais

C aro aluno, este é nosso primeiro contato. Veremos, nesta


disciplina, como podemos utilizar, com eficiência, a língua e
como trabalhar com a leitura e a escrita na matemática.
Começemos pensando sobre as carascterísticas do texto escrito. Tente,
então, responder as questões que seguem.
• O que faz algo escrito realmente ser entendido como um texto?
• Quais os mecanismos que articulam as diversas partes de um texto
(frases, períodos, parágrafos)?
• Como podemos encontrar o significado de vocábulos desconhecidos
quando nos deparamos com eles em um texto?
Agora é com você!
A seguir você encontrará um texto lacunado. Sua tarefa é preencher os
espaços com as palavras adequadas.
Uma dica: Leia todo o texto antes de começar a responder. Isso facilitará
sua compreensão. O texto é uma reportagem extraída da revista Istoé e trata de
uma história, no mínimo, inusitada.

8 Comunicação e Linguagem
Ati v i da de s d e a p ro fu n da m e n to
Complete as lacunas do texto. Para tanto, você deverá observar o contexto em que está inserida a
lacuna, que poderá ser preenchida com verbo, substantivo, adjetivo, numeral, conjunção, preposição
etc. Mas, atenção, em cada lacuna, você só poderá colocar uma palavra.

HARÉM À SERGIPANA
As histórias de sultões e suas nos países muçulmanos dominam o
imaginário masculino. No litoral sul de Sergipe, na praia do Abaís, a 74 da
capital, , José de Paula Almeida, mais conhecido Zé
do Baião pelas festas que organiza, resolveu montar uma versão tropical das lendas das mil e uma
noites. No seu sítio de menos de dez , ele mora com cinco esposas e tem três
namoradas fixas. O conglomerado marital foi a forma encontrada pelo festeiro para aplacar seu imenso
sexual. dos seus 65 anos completos, ele jura que mantém
relações três vezes ao durante toda a semana, à exceção da
sexta-feira. Para ele, um dia santo, como para os muçulmanos. Tudo isso sem .
Tem 60 filhos. Trinta e oito registrados.
A cada dia Zé do Baião garante que dorme com uma diferente.
Nos finais de é a vez das namoradas. Maria de Lourdes Leite, esposa mais
, tem 55 anos e a mais nova, Wilma Melo, completou 20 e com ele tem uma filha
de oito meses. “Quem tem só uma mulher, não tem nenhuma”, acredita o sultão. Qual o segredo? Zé
do Baião conta que se alimenta seis vezes ao dia, sempre em quantidades reduzidas. Não exagera na
gordura e dá preferência ao peixe e água-de-coco. Ele bebe um de uísque por dia
e logo de manhã, em , toma um chá feito de casca de pau de uma planta selvagem
que é segredo. Zé do Baião não aceita tomar remédios. “Meu cooper é sexo de
manhã”.
Mulato, 1,75 m de , um bigodinho bem aparado e um pouco calvo, faz
questão de mostrar seu sorriso, colares, e relógios, tudo em ouro. Está sempre
entoado no linho puro. é belo, mas tem patrimônio. O onde
cultiva coco e cria uma centena de cabeças de gado. Ele já foi um dos homens mais
da região. Era conhecido como o Barão do coco. Estudou até a sexta . Seu avô,
João Jacinto de Farias, subdelegado da Polícia Militar em Estância e um dos homens mais ricos
da região, levou Zé do Baião para trabalhar com ele. Quando o avô , ele foi
subdelegado. Zé do Baião se tornou uma espécie de juiz de paz, um xerife. “Aqui
ninguém faz nada sem me ”, conta.
Ele casou-se pela vez aos 24 anos na Igreja Católica. Só que já era
de três filhos com outra mulher. Depois de quatro anos de ,Zé do
Baião conheceu sua segunda mulher com quem se casou só no . “A primeira não
disse nada. Como tinha uma boa condição financeira, vivia com as duas na mesma casa. Eu dormia no
das duas. Nunca houve discussão”, lembra. Um ano depois,
a terceira. “Não pensei duas vezes. Levei ela para casa”, conta. Desta vez ele construiu uma casa
para a terceira esposa e entregou-lhe um pedaço de e umas vacas leiteiras. Isso
foi a senha para futuros casamentos. “Um pai com cinco filhas vinha me oferecer a menina para

AULA 1 TÓPICO 1 9
casar. Ele estava no terreno e nas vacas. Aceitei algumas nessa condição”,
confessa. “Hoje, oficialmente, só tenho cinco esposas, já tive oito no meu
harém”, informa. “Para evitar de noite, construí uma casa para cada uma. As
cinco são vizinhas. É como se fossem . Umas cuidam dos filhos das outras”,
completa Zé. Para que as cinco esposas em harmonia e sejam extremamente
a ele, Zé do Baião impõe algumas regras: falar sempre a verdade, ajudar-
se mutuamente no com os filhos, tratá-lo com e nunca
por ciúmes. “ uma delas saiu da linha e foi embora,
logo substituída. Aqui elas são livres. Nunca bati em uma mulher. Em mulher
sé se bate com os lábios, dando ”. Mesmo tão bem tratadas, nenhuma quis
para fotos ao lado do marido.
Fonte: ISTO É, 17/06/98.

NEM A MORTE SEPARA


Ele chega ao na calada da noite, com um travesseiro e uma coberta
do braço. Abre o portão e se dirige ao túmulo da mulher, um jazigo em granito preto que
próprio construiu. Deita-se sobre a laje e fica ali, todo encolhido, em cima do
mármore frio, pegar no sono. A cena se repete em pelo menos
datas: Ano-Novo, Natal, Finados, a noite de São João e a Terça-feira de , quando
a saudade aperta a garganta. Francisco Alves de Oliveira, o Chico Sucateiro, 58 anos, dono do
maior ferro-velho de Fortaleza, não se conforma com a morte da , Eliete Francisca,
de câncer, há quatro anos. Prova disso é que nunca mais mexeu em nada do que era
dela. A (era para disfarçar a calvície, seqüela das sessões de quimioterapia) envolta
num plástico sobre a penteadeira, os chinelinhos embaixo do armário, o vidro de perfume L’eau
D’arc pela metade, os discos de Roberto Leal, as 45 calcinhas, contadinhas, na
da cômoda, está tudo intacto, como se Eliete ainda fosse. Todos os anos, o
distribui mil folhinhas de calendário com a foto da falecida, além de santinhos
no Dia de . “Faço tudo isso porque meu pede e ela merece. Quero
provar a ela que meu amor continua tão vivo como ”, afirma.
Chico tem fama de assombração, mas é de carne e , um nordestino sofrido,
analfabeto, de vocabulário tosco, rico, muito rico. da sucata, é
dono de oito fazendas, 206 imóveis e duas revendas de automóveis. A ligação entre Chico e Eliete
começou, em Catolé do Rocha, da Paraíba. Ele tinha dez anos de idade e Eliete,
sete. Aos 18 anos, o jovem enamorado deu uma de compromisso a sua musa. Dois anos
, estavam casados. Mas foi só então que eles se permitiram descobrir o .
Passaram a primeira noite “de dois”, como se diz no Nordeste, numa rede. E em rede
a vida toda. Tiveram quatro e sete netos. “Ela tinha um Q.I altíssimo. Éramos uma
só pessoa. Quando estava com febre, eu botava a mão no corpo dela e a febre passava”, conta ele.
O câncer apareceu em 1988 e se pelo fígado e pulmão de Eliete. Chico consultou 16
em São Paulo e aprendeu um vocabulário que até hoje não consegue pronunciar
direito. “Enchemos Eliete de caplas (cápsulas). Pagava tudo em dólo (dólar).” O último recurso foi
um tratamento em Cuba, mas não havia o que fazer. Ele trouxe Eliete de volta, agonizando, num
mini-hospital que montou no avião. Filmou o enterro com closes da .

10 Comunicação e Linguagem
Os filhos respeitam a dor do pai sem recriminar seus . “Essa é a história
de um puro, sem limites”, comove-se Francinélio, 21 anos, o caçula. Bem que os
parentes tentaram casar Chico de novo. Uma das seria Ritinha, 22 anos, prima
da falecida. O sucateiro ri, mas prefere continuar à sua obsessão. “Sei o valor
que ela tinha. Fizemos amor até 15 dias antes de sua morte.” Como se não bastasse, agora ele
que quer ver de novo o rosto da morta. tanto, deixou o caixão
desparafusado de propósito. “Tenho que ver a cara dela. Temo não suportar, mas preciso fazer
isso”, diz ele, ainda não teve coragem de abrir o caixão. “Ave Maria de eu
esquecer Eliete.”
Revista ISTOÉ, Ed. Nº 1498 – 17 jun. 98.

Atividade 2
Mais um desafio pra você! Aceita? Então vamos lá!
Agora, vamos trabalhar com a linguagem associada a questões de lógica, algo meio cartesiano
mesmo. Isso exigirá de você, além de um raciocínio lógico, atenção com aspectos importantes no
uso da língua, como o princípio da exclusão e da inclusão.
Sugestão: Trabalhar em dupla, discutindo as diversas possibilidades e apontando para uma
resposta que traga as observações de ambos.
Uma escola recebeu cinco novos professores. Cada um leciona uma disciplina diferente e receberá
um birô devidamente numerado. Com base nas dicas abaixo, indique o nome completo de cada
professor, sua disciplina e o número de seu birô.
1. Carlos é professor de Português.
2. A professora Mendes ficou com o birô 03.
3. Joana ficou com o birô 04.
4. O professor Brito leciona Matemática.
5. O professor de Ciências ficou com o birô 05.
6. O armário de Carlos tem número par.
7. João, cujo sobrenome não é Coelho, não é professor de Ciências.
8. A professora Gomes, que não leciona Geografia, é amiga do professor Antonio Falcão.

AULA 1 TÓPICO 1 11
TÓPICO 2
Entendendo a coesão textual

O bjetivo
• Distinguir a noção de texto e a estrutura de
texto escritos (intratextualidade)

N o tópico anterior, começamos a construir algumas noções


essenciais sobre aquilo que comumente denominamos texto. A
fim de entender o que é fundamental na concepção de texto
com que é trabalhada aqui, convidamos você a refletir sobre:
→→ A palavra texto soa-nos bastante familiar, principalmente no
ambiente escolar/acadêmico, não é verdade? Contudo, aparece em
diversas acepções, o que sugere situações distintas. Observe as
figuras a seguir. Pense sobre as possíveis “leituras“ que podemos
fazer de cada uma delas.
→→ Tomando por base a pintura Os retirantes, de Cândido Portinari, e
a foto Os retirantes, da Cultura Popular, julgamos que não podemos
ler em plenitude um determinado texto apenas nos apropriando
de pedaços, recortes dele. Isso fatalmente poderia nos levar a
interpretações equivocadas e, às vezes, até opostas àquilo que o
autor se propõe. Você concorda?

12 Comunicação e Linguagem
AULA 1 TÓPICO 2 13
www.portinari.org.br/IMGS/jpgobras/OAa_2733.JPG

Figura 1: Os retirantes - Cândido Portinari (pintura em tela)


www.arara.fr/Retirantes1.jpg

Figura 2: Os retirantes - cultura popular (foto)

→→ Nas obras em questão, o que dá a unidade necessária a sua


expressividade é, sem dúvida, a conjugação de elementos (cores,
ângulos, profundidade, dramaticidade, material utilizado, etc). Já
em um texto escrito, desses com os quais nos deparamos tantas
vezes na construção da nossa intelectualidade, quais os elementos
que efetivamente dão suporte a construção da coerência textual?
Para tentar auxiliá-lo nessas reflexões, vamos tentar, a exemplo do tópico
anterior, preencher as lacunas do texto que se segue!?

14 Comunicação e Linguagem
TEXTO
Cada indivíduo possui características próprias que o distinguem do outro.
Como pessoa, pensa, vive integrado a uma família e à sociedade, está sujeito a um
governo, _____________ nem sempre participe da sua escolha, e está sujeito às leis.
____________ sobreviver executa um trabalho (______________ alguns
viverem da exploração do trabalho alheio) e, ___________ a sua situação econômica,
engaja-se num determinado grupo social. _____________, cada indivíduo luta pelos
seus próprios fins, pela sua existência e pela existência dos que lhe são próximos,
constrói a sua história. ____________ ocorre um movimento conjunto, resultado
da ação de todos os homens, que denominamos de história do gênero humano.
_____________, podemos afirmar que na história não há o acaso e que todas as
transformações são fruto da ação dos homens e não de alguns homens apenas, os
“grandes homens”, os “heróis”.
____________ a história não é estática, ________ um processo dinâmico,
dialético, em que as contradições geradas pela luta entre as classes sociais conduz às
grandes transformações da sociedade.
Paulo Cosiuc (adaptado)

Observe que todas as lacunas devem vo c ê sab i a?


ser preenchidas por conectivos, isto é, elos
que estruturam o texto de tal forma que se Para Platão e Fiorin (2003, p. 271):

consegue transmitir um significado total, [...] a conexão entre os vários enunciados

coerente. obviamente não é fruto do acaso, mas das


relações de sentido que existem entre eles.
O uso desses conectivos é imprescindível
Essas relações de sentido são manifestadas
tanto na modalidade oral da língua quanto na
sobretudo por certa categoria de palavras, as
escrita. Todavia, muitas vezes não nos damos
quais são chamadas conectivos ou elementos de
conta da real importância desses elementos.
coesão. Sua função no texto é exatamente a de
Veja a seguir outra atividade que você
pôr em evidência as várias relações de sentido
vai organizar um texto. Observe as ligações
que existem entre os enunciados.
estabelecidas entre os fragmentos.

AULA 1 TÓPICO 2 15
Ati v i da de s de a p ro fu n da m e n to
Numere todas as lacunas, a partir do título, e forme o texto. Leve em consideração a coerência textual,
a qual só poderá ser atingida se você atentar para as ligações que se fazem entre os trechos. Ao final,
leia todo o texto, de acordo com a sequência numérica que você apresentou. Se você sentir que os
enunciados não estão se encaixando devidamente, não desista, tente novamente.
Uma dica para ajudá-lo: este texto segue um padrão muito recorrente quando se quer narrar uma
história; primeiro, apresentam-se as personagens, depois mostra-se o elemento causador do conflito e,
somente no final, mostra-se o desfecho. O título está destacado em CAIXA ALTA.
( ) A vida do casal virou um inferno a partir do ano passado. A filha de Dolores, Maria Isabel, 42
anos, tenta a todo custo impedir o casamento.
( ) Há seis meses. Isabel foi à Delegacia da Mulher. “Fernandes quer a casa e a pensão de R$ 600,00
de minha mãe, que está esclerosada”, disse à delegada Fátima Giasseti.
( ) Dias depois, Isabel foi à Delegacia Seccional para se queixar, mas não obteve sucesso.
( ) “Quero é ver Dolores feliz, porque é no mínimo bonitinho ela falar que está apaixonada”. O amor
é lindo.
( ) Além deste entrave burocrático, o casal espera que alguma alma bondosa os presenteie com
um par de alianças. “Ela ficou me olhando, deu umas piscadinhas e não resisti”, conta ele. “Vivia
abandonada e ele cuidou de mim”, diz ela.
( ) Na delegacia, Dolores foi franca. “Minha filha está irada porque não irá mais receber e ficar com
parte da minha aposentadoria. Agora quem pega o dinheiro é o meu noivo”. Ela mora na casa do filho
Adão, doente mental, de quem é curadora.
( ) Evangélicos, eles namoram há quatro anos e aguardam com ansiedade o divórcio de Fernandes
para realizar o casamento que irá liberar seus corpos e espíritos para a primeira noite de amor.
( ) AS DORES DE DOLORES
( ) Maria Dolores de Oliveira, mineira, de Extrema, é uma mulher forte.
( ) “Trouxe todos para a delegacia” , contou Fátima. Dolores explicou na delegacia que não estava
vivendo em cárcere privado. Tinha-se trancado para não receber a filha, revoltada por ter deixado de
receber sua pensão.
( ) Aos 82 anos, essa senhora de corpo mirrado foi tomada por uma paixão gigantesca. Ela vem
defendendo com unhas e dentes, na cidade paulista de Jundiaí, o direito de se casar com um homem
28 anos mais novo, o aposentado por invalidez José Tavares Fernandes.
( ) No último dia 13 de março, na terceira tentativa, procurou o promotor Antonio Carlos Pacheco.
Disse que a mãe estava em cárcere privado. O caso foi parar novamente na mesa da delegada.
( ) Desquitado, o príncipe encantado de Dolores ganha salário mensal de R$ 128,00 e complementa a
renda com R$ 50,00 ganhos como caseiro.
( ) Ao contrário do que afirma Isabel, Dolores recebe um salário mínimo de aposentadoria. Isabel
poderia ser acusada de falsa comunicação de crime. “Em casos envolvendo família você acaba
relevando” , pondera Fátima.
( ) “Dolores está ótima. Fernandes é muito bom para ela!”, conclui a delegada.
VEJA, 07/05/97

16 Comunicação e Linguagem
TÓPICO 3 Níveis de Leitura

O bjetivo
• Perceber os níveis de compreensão de
textos

N
na leitura.
este tópico, você vai perceber, por meio das atividades
propostas, como o entendimento de algo que estamos lendo
depende do aprofundamento e do envolvimento empreendido

Nesse sentido, devemos observar que há níveis de leitura, os quais estarão


diretamente ligados ao grau de interpretação que daremos a um texto. Um exemplo
simples disso é quando, ao andarmos nas ruas, recebemos algum panfleto e apenas
visualizamos superficialmente seu conteúdo. Somente quando há interesse da nossa
parte, detemo-nos nas informações adicionais, nos detalhes que antes passariam
totalmente despercebidos.
Isso nos leva a uma conclusão: podemos, como leitores, determinar o grau
de intensidade com o qual nos debruçamos sobre um texto. Em outras palavras,
criamos, de acordo com nossas expectativas, os níveis de leitura que nos são
convenientes.
Para clarificar, expomos os três níveis de percepção de uma leitura.
• Nível literal - aquele mais superficial, onde percebemos somente as
informações mais claras, mais explícitas contidas no texto.
• Nível dedutivo ou inferencial - ocorre quando atentamos para as informações

AULA 1 TÓPICO 3 17
apresentadas e também para as possibilidades de leitura que o apresentam.
Não nos detemos apenas naquilo que lemos, mas, sobremaneira, nas deduções,
nas chamadas “entrelinhas”.
• Nível crítico - Quando relacionamos aquilo que lemos com as informações
de que já dispomos. Lançamos sobre o texto um olhar mais analítico,
posicionando-nos frente à temática que vem à tona com o texto. Exige-se aqui
um maior poder de argumentar e de relacionar o nosso conhecimento prévio
com aquele exposto no texto.
A vida acadêmica, que você está iniciando, exige que leiamos inúmeros textos.
Seu interesse e a determinação de objetivos de leitura serão essenciais para sua
formação profissional. Fique atento(a) a isso então.
Gostaríamos agora de chamá-lo(a) a responder algumas perguntas sobre
o texto a seguir, com a atenção devida principalmente à disposição em que as
perguntas foram colocadas.
Perceba que as primeiras perguntas são aquelas cujas respostas estão bem
explícitas no texto. Na sequência, há uma necessidade de se fazer deduções, observe
não só o que está na superfície do texto, mas também o que está por trás dele,
nas entrelinhas. Para concluir, colocamos alguns questionamentos sobre a temática
abordada no texto, o que exigirá de você um posicionamento, ou ainda, uma visão
sobre o tema tratado.

18 Comunicação e Linguagem
Ati v i dade s de ap r o f u n dame n to

A VOZ DO PRÓXIMO
Lygia Fagundes Telles
Quando ela se achou velha, calmamente resolveu dependurar as chuteiras (nos negócios, do
amor, nunca foi uma jogadora do primeiro time) e assumir a velhice com dignidade. Então ouviu
a voz do próximo: “Que horror, mas como uma pessoa se entrega desse jeito, ficou até desleixa-
da, presença negativa! De repente, parece que resolveu envelhecer e envelheceu tudo, sem
nenhuma luta, isso só pode ser neurose, há de ver, quer provocar piedade, é uma punitiva!”.
Muito impressionada com o que ouviu ela resolveu reagir, lutar por uma imagem melhor. Fez
plástica, pintou os cabelos, comprou roupas da moda e começou a namorar outra vez. Então
ouviu a voz do próximo: “Mas que ridícula! Caindo de velhice e ainda querendo fazer charme,
uma desfrutável! Já puxou a cara uma três vezes, se pinta feito uma palhaça, virou arroz de
festa e ainda namorando um moço que podia ser seu filho! Devia se recolher, devia ir reza.
Muito impressionada com o que ouviu ela resolveu se afastar da vida frívola, das vaid-
ades deste mundo e na solidão decidiu entrar para um convento, quem sabe no convento
se encontraria? E se encontrando, quem sabe encontraria Deus? Então ouviu a voz do
próximo: “Depois de velho o Diabo faz-se ermitão! Vê se é possível uma vocação assim
retardada, por que só agora essa mania de religião? Tudo mentira, afetação, vontade de
ser original, imagine se vai durar... Quando descobrir que ninguém está ligando, deixa
de bancar a santa. Pode ser também que esteja esclerosada, pode ser isso, esclerose!”
Muito impressionada com o que ouviu ela resolveu sair do convento e num dia de de-
pressão mais aguda decidiu se matar. Mas queria uma morte silenciosa, sem chamar a
menor atenção – se possível, sem deixar sequer o corpo, estava tão triste consigo mesma
que achou que nem o enterro merecia. Tirou a roupa para não ser identificada, de-
pendurou na cintura uma sacola com pedras e entrou no rio. Então ouviu a voz do
próximo: “Está vendo? A vida inteira ela só quis uma coisa, se exibir, se mostrar, uma
narcisista até na hora em que cismou de morrer, imagine, entrar nua no rio! No velho
estilo para provocar escândalo. Só para comover, mas a mim é que não comoveu, ao
contrário, fiquei tão decepcionada, que idéia de querer fazer da morte um espetáculo”.
Muito impressionada com o que ouviu (e ouviu tão mal, a voz do próximo longe demais,
quase apagando) ela quis gritar de alegria, quis rir, rir – mas então era assim? – ô Deus – e
se preocupando com isso, perdendo a vida, que maravilha não ter morrido, quer dizer que
alguém entrou no rio para salvá-la? Maravilha, coisa extraordinária, quer dizer que? ... Mas
onde estava agora? No hospital? Se estava ouvindo, hein?! Se estava ouvindo – e livre, para
sempre livre, ah, como demorou para entender que os outros – ah, que demora para se lib-
ertar, nascer de novo! Então ouviu a voz do próximo (desta vez, tão longe que ficou um so-

AULA 1 TÓPICO 3 19
pro) pedir depressa a tampa, já estava passando da hora de fechar o caixão.
Telles, Lygia Fagundes. A Confissão de Leontina e fragmentos.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.

Interpretação do texto
1. Explique o título do conto que acabou de ler.
2. Indique as tentativas da personagem para corresponder
àquilo que os outros queriam.
3. Todos os parágrafos começam com a expressão “muito
impressionada”. O que sugere a repetição do texto?
4. O que significa a palavra narcisista na seguinte passagem do
texto: “... uma narcisista até na hora de morrer...”?
5. Explique a passagem: “ela quis gritar de alegria, quis rir...”
6. No último parágrafo a personagem se considera “livre, para
sempre livre...”. Por que ela experimentava esse sentimento?
7. Releia: “Então ouviu a voz do próximo (desta vez, tão longe
que ficou um sopro) pedir depressa a tampa já estava na
hora de fechar o caixão“. A partir do fragmento, explique o
que aconteceu com a personagem.
8. A personagem vivia em função da opinião dos outros?
Justifique.
9. Até que ponto devemos dar ouvidos aos comentários que
são feitos sobre nossa vida?
10. Na sua vida, você faz as vezes de A VOZ DO PRÓXIMO?
Responda conscientemente.

E então? Deu pra perceber esta alteração que foi ocorrendo gradativamente
entre as perguntas iniciais e as finais? É exatamente essa diferença que fará você
lançar um novo olhar sobre as leituras que costumeiramente faz.

Uma das propostas mais importantes desta disciplina é exatamente esta: torná-
lo(a) consciente de como o processo de leitura não é algo estático, mas, ao contrário
disso, é sempre dinâmico e pede sempre a sua efetiva participação! Toda leitura,
portanto, exigirá de você ativa participação e posicionamento crítico.

20 Comunicação e Linguagem
TÓPICO 4 Intertextualidade
O bjetivo
• Discutir a relação existente entre textos

N este tópico, abordaremos um assunto extremamente interessante.


Talvez você nunca tenha parado para pensar nisso, mas os
textos dialogam, conversam entre si!
O significado parcial ou total de um texto, algumas vezes, pode manter um
relacionamento (claro ou velado) com o significado de outro texto. Esse entrelaçamento
de sentidos entre os textos, os estudiosos costumam chamar intertextualidade.
Certamente você já se deparou com uma leitura que o fez relembrar outro
texto já lido, quer pela temática tratada, quer pela forma como o texto foi
disposto ou, até mesmo, porque este novo texto estaria parodiando um texto
publicado anteriormente. Isso é o que chamamos de intertextualidade.
Porém, como você já deve ter notado, para estabelecermos a relação
intertextual entre dois (ou mais) textos distintos, temos que possuir uma bagagem
de leitura bem diversificada e sólida, um repertório de leituras bem amplo.
A interseção que os textos mantêm só poderá ser vislumbrada se realizarmos
boas leituras ao longo de nossa caminhada (escolar e extra-escolar), isso porque
seguramente temos que considerar o universo de leituras que já fizemos anteriormente

AULA 1 TÓPICO 4 21
para podermos perceber quando os textos
realmente possuem um núcleo em comum.
Isso significa dizer, principalmente agora
at e nção! que estamos entrando no meio acadêmico, que

Segundo Platão e Fiorin (2003, p.19-20), devemos ampliar/intensificar nossas leituras,


[...] citação de um texto por outro, isto é, diálogo buscando sempre reservar, em nossa rotina,
entre textos dá-se o nome de intertextualidade. um tempo para nos entregar a essa atividade.
Um texto cita outro com, basicamente, duas Vale ressaltar que a citação explícita de
finalidades distintas: outros textos é algo perfeitamente aceitável
• para reafirmar alguns dos sentidos do no universo acadêmico, desde que, lógico, a
texto citado; fonte de onde extraímos a referida citação seja
• para inverter, contestar e deformar alguns explicitada. Já os textos de cunho literário,
dos sentidos do texto citado; para polemizar com ele. por sua vez, apresentam a intertextualidade
de forma implícita, subentendida. Isso quer
dizer que só perceberemos a ocorrência desse
fenômeno se ficarmos bem atentos.
Para finalizar, é importante notar que a intertextualidade nem sempre
confirma as ideias de um texto anterior. Há também ao contrário disso, textos
que mantêm a relação intertextual como forma de criticar ou satirizar algo
abordado que o novo autor considera criticável. Quando a intertextualidade
ocorre para reafirmar, ratificar uma ideia de um texto, consideramos que houve
uma paráfrase; quando ocorre o inverso, ou seja, quando um texto zomba,
critica, opõe-se a outro, temos então uma paródia.
Um bom exemplo de intertextualidade em que um texto confirma as ideias
de outro (paráfrase), encontramos na segunda parte do nosso Hino Nacional,
no qual podemos apontar alusões explícitas a seguinte passagem da Canção do
Exílio, obra-prima do poeta romântico Gonçalves Dias. Você já havia atentado
para esse fato? Vejamos, então, uma parte do poema e uma parte do hino.

22 Comunicação e Linguagem
[...]
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(DIAS, Gonçalves)

[...]
Deitado eternamente em berço esplêndido
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
“Nossos bosques têm mais vida”
“Nossa vida”, no teu seio, “mais amores”
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
[...]

i mp o rtan te
Uma parte dos trechos retirados da obra de Gonçalves Dias estão no hino nacional. Sem dúvida, Joaquim Osório
Duque Estrada inseriu estes versos da Canção do Exílio por reforçarem a visão ufanista e engrandecedora
sobre nossa pátria, bem como pela familiaridade dos brasileiros com este poema, um dos mais conhecidos
da nossa literatura.

AULA 1 TÓPICO 4 23
TÓPICO 5 Relação texto/história
O bjetivo
• Compreender a relação entre texto e a
época em que foi escrito

N este tópico, abordaremos mais um tema bastante instigante: a


relação entre o texto e o momento em que foi escrito.
As concepções e ideias produzidas num dado momento
histórico, obviamente, estarão presentes nos textos que produzimos. Isso se dá
naturalmente, por ser o homem um agente no processo histórico no qual se
encontra inserido. Nesse sentido, consideramos que, quando alguém se propõe
a escrever, invariavelmente repassará as concepções recebidas da sociedade (ao
longo das suas vivências) para o seu produto: o texto.
Desse modo e de acordo com Platão e Fiorin (2003, p.28):

Para entender com mais eficácia o sentido de um texto, é preciso verificar as


concepções correntes na época e na sociedade em que foi produzido. Assim,
não se corre o risco de considerar, por exemplo, como pronunciamentos
idênticos um texto sobre a democracia ateniense e um sobre a democracia
nas sociedades capitalistas modernas, que, na verdade, tratam de concepções
distintas. As ideias de uma época estão presentes nos significados dos textos.

É importante, portanto, sempre observarmos o contexto da produção do


texto numa visão macro, atentando não só para aquilo explicitado no próprio
texto, mas também para determinantes que vão além daquilo que o escrito nos
apresenta.
Para melhor compreensão acerca da questão tratada aqui, sugerimos ler o
início do capítulo 3 do livro “Para Entender o Texto”, dos autores acima citados,
onde você encontrará uma análise bem aprofundada sobre as circusntâncias que
suscitaram a criação do mito do super-homem. Vale a pena!

24 Comunicação e Linguagem
AULA 2 Produção de textos
técnicos – parte I

A partir desta aula, passaremos a abordar questões relativas à produção textual.


Para iniciar, estudaremos a produção de textos técnicos, os quais serão de
grande valia em algumas situações que certamente se delinearão ao longo da
sua jornada acadêmica e também no mundo do trabalho. Traremos, ainda, as
principais abreviaturas utilizadas na correspondência comercial e apresentaremos
os pronomes de tratamento mais utilizados nesse tipo de texto.

Objetivos

• Estudar gêneros textuais usados na redação técnica


• Conhecer abreviaturas utilizadas em trabalhos acadêmicos e nas redações
oficiais e comerciais
• Conhecer formas de tratamentos usados na correspondência oficial

AULA 2 25
TÓPICO 1
Produção de textos
técnicos
O bjetivo
• Estudar modelos de gênero textuais usados
na redação técnica

A redação técnica, que engloba a correspondência oficial,


empresarial ou comercial, possui padrões previamente
estabelecidos, o que facilitará bastante o seu trabalho na hora
de efetivamente redigi-la.
Mas, lembre-se: tudo que estudamos até aqui sobre o texto também se
aplica a esse tipo específico de produção textual. Chamamos, então, a sua atenção
para pontos fundamentais que devem ser considerados no momento de elaborar
qualquer texto, como a clareza, a concisão, a coesão e a coerência do texto.
Outro fator a observar é o público-alvo do seu texto. Tenha em mente
quem vai ler seu texto, isso lhe dará mais subsídios para elaborá-lo de forma
mais objetiva e, principalmente, com uma linguagem bem adequada.
Geralmente, a redação técnica é redigida em situações formais e se destina
a empresas, clientes ou funcionários. Dessa forma, é preciso manter certo grau
de formalidade (não confundir com erudição forçada, rebuscamento exagerado
nem expressões de servilismo!) e observe as normas preconizadas pela norma
gramatical. Afinal, estamos tratando de um documento, diga-se de passagem,
que pode ter inclusive valor jurídico.
Vale ressaltar que nada é mais importante que a sua capacidade de analisar
e de posicionar-se criticamente frente a tudo que surge. Portanto, passaremos a
apresentar os modelos de redação comercial, na certeza de que você será capaz
de ajustá-los às efetivas situações de escrita. Não se prenda a estes modelos!

26 Comunicação e Linguagem
Pelo contrário, utilize-os sempre, adaptando-os às suas necessidades e nunca o
contrário. Criatividade é a senha para o seu sucesso acadêmico e no mundo do
trabalho!
Começaremos tratando de ofício e memorando. Primeiro, vamos defini-
los (pois muitas pessoas os confundem) para, em seguida, apresentar alguns
exemplos.
Antes de começar, você deve ter em mente algumas questões essenciais:
1. Antes de redigir, pense, organize suas ideias;
2. Fuja de alguns chavões amplamente utilizados nessa modalidade de
redação, os quais denotam pobreza vocabular, tais como:
a. de abertura: “Vimos através ou por meio desta”; “Tem a presente a
finalidade de”; “Temos em nosso poder sua carta”;
b. de encerramento: “Sendo o que nos apresenta”; “Sem mais para o
momento”; “Aproveitamos o ensejo ou a oportunidade”; “Limitados ao exposto,
encerramos”.
3. Não se esqueça de revisar seu
texto. Isso certamente eliminará equívocos
(inclusive de natureza gramatical) que ate n ç ão !
passaram despercebidos na hora da escrita. Memorando e ofício apresentam estrutura
semelhante. A diferença entre os dois se dá em fun-
OFÍCIO ção do destinatário de cada um: no ofício, é o pú-
O memorando e o ofício (este último blico externo à instituição/empresa; no memoran-
também tratado por carta comercial) têm do, é o público interno (setores, funcionários etc).
estruturas bem semelhantes, entretanto a
finalidade de cada um é bem distinta; enquanto
o ofício é destinado ao público externo, o memorando é uma correspondência de
caráter interno, ou seja, utiliza-se somente entre departamentos, coordenações
ou servidores de uma mesma instituição.
Ambos são utilizados para os mais diversos fins: solicitar alguma
providência, agendar algum evento, fazer cobrança, etc. Em todos os casos,
devem ser protocolados (assinado e datado - em livro próprio ou na segunda via

AULA 2 TÓPICO 1 27
- por quem recebeu) feitos em duas vias, uma para ser entregue e outra para ser

Escola de Ensino Médio da Capital

(1)

OF. Nº 01/07 (2)

Fortaleza-CE, 22 de agosto de 2007. (3)

Universidade Vale do Sul (4)

Rua Santa Luzia, 234

Sobral-CE

Prezado Senhor, (5)

Ref.: Resposta OF. Nº 09/07 (6)

(7)Acusamos recebimento de seu ofício nº 09/07, datado de 20 de agosto do corrente, para o qual
temos as seguintes informações:

1) A fim de não comprometer a qualidade do serviço educacional que prestamos, poderemos receber
apenas 20 (vinte) alunos por semestre para os estágios solicitados.

2) De outro modo, caso seja de seu interesse, disponibilizaremos até o dia 02 de setembro do cor-
rente, 10 (dez) vagas para seus alunos em minicursos durante a X Jornada de Matemática, a qual ocorrerá no
período de 25 a 28 de setembro.

Solicitamos, portanto, enviar a relação nominal dos interessados no estágio, bem como as disciplinas
que estão habilitados a lecionar.

Atenciosamente, (8)

João Neves da Cunha

Coordenador de Ensino (9)

devidamente arquivada no setor de origem.


Veja um exemplo de um ofício.
(1) Cabeçalho ou timbre; logotipo ou símbolo da empresa.
(2) Número de controle; número do documento e o ano – é importante
porque facilita o arquivamento (em sequência) e a resposta do destinatário.
(3) Local e data (por extenso); o mês deve ser escrito com inicial minúscula.
(4) Dados do destinatário; não se coloca mais À/ÀS ou Ilmos. Senhores. O
endereço completo não precisa aparecer no ofício se já estiver no envelope.
(5) Vocativo; nos casos mais informais, utiliza-se prezado, caro, etc; nos

28 Comunicação e Linguagem
demais casos, utiliza-se o vocativo adequado, de acordo com nossa tabela de
pronomes de tratamento anexa.
(6) Referência ou Assunto; teor principal (resumido) do ofício.
(7) Corpo do texto – objetivo, direto, porém de forma sempre polida
e usando um registro de língua mais formal. Texto conciso, levando-se em
consideração não haver perda de tempo.
(8) Saudação – empregam-se os termos “cordialmente“ ou ”atenciosamente”.
Não devem ser usadas expressões rebuscadas, chavões.
(9) Assinatura – nome em uma linha (só as iniciais maiúsculas); na outra,
o cargo (pode ser acompanhado do número de registro, por exemplo, no caso de
advogados, o número do registro na OAB).

MEMORANDO
Vamos analisar agora um modelo de memorando. Você vai notar muitas

Escola de Ensino Médio da Capital

(1)

Memo. Nº 15/07 (2)

Em:15/09/07. (3)

DE: Gerência de Administração (4)

Para: Gerência de Ensino

Assunto: Dedetização na escola

(7)Informamos, para as devidas providências, que, no período noturno, do dia 18/set./07, nossa
escola estará passando por uma dedetização, fato que impossibilitará a realização de aulas neste turno.

Atenciosamente, (8)

Pedro Alencar Souza e Silva

Gerente Administrativo (9)

semelhanças com o ofício, mas lembre-se de que o memorando é utilizado só no


âmbito interno, podendo ser, portanto, mais direto ainda.
(1) Cabeçalho ou timbre – logotipo ou símbolo da empresa.
(2) Número de controle – Número do documento e o ano – para efeito de

AULA 2 TÓPICO 1 29
arquivamento (sequencial) e de resposta do destinatário.
(3) Data – abreviado, não há necessidade de colocar o local.
(4) Dados do emissor, destinatário e assunto – coloca-se o nome e o cargo
do emissor e do receptor. No assunto, apenas menciona-se o teor do memorando;
(5) Vocativo – utiliza-se prezado, caro, pois se trata de uma correspondência
bem informal.
(6) Referência ou assunto – teor principal (resumido) do ofício.
(7) Corpo do texto – muito direto, sem rodeios. Concisão e clareza são as
principais características.
(8) Saudação – emprega-se atenciosamente.
(9) Assinatura – nome em uma linha (só as iniciais maiúsculas), e na outra,
o cargo.

CARTA DE COBRANÇA

Lojas Eletrônicas Ltda

(1)

Fortaleza-CE, 26 de janeiro de 2007. (2)

Prezado Senhor, (3)

Ref.: Prestação 01/06 (4)

(5) Em nossos arquivos, não acusamos o pagamento da primeira prestação da compra efetuada por V.
Sa. em nosso estabelecimento. Aproveitamos para lembrá-lo de que no próximo dia 06 de fevereiro vencerá a sua
segunda parcela.

Caso o pagamento já tenha sido efetuado, por gentileza, desconsidere este aviso.

Atenciosamente, (6)

João Neves da Cunha

Departamento de Crédito e Cobrança (7)

Ao (8)

Sr. Carlos Andrade Brito

Fortaleza-CE

Vejamos agora um exemplo de uma carta de cobrança. Nela encontraremos


quase as mesmas características da correspondência analisada anteriormente.
Observe que, mesmo se tratando de uma cobrança, a polidez é algo indispensável.
(1) Cabeçalho ou timbre – logotipo ou símbolo da empresa.

30 Comunicação e Linguagem
(2) Local e data (por extenso) – o mês deve ser escrito com inicial minúscula.
(3) Vocativo – nos casos mais informais, utiliza-se prezado, caro, etc; nos demais casos,
utiliza-se o vocativo adequado, de acordo com a relação de pronomes de tratamento anexa.
(4) Referência ou Assunto – resumo do assunto da carta.
(5) Corpo do texto – objetividade é a marca principal, devendo sempre haver tratamento
respeitoso e polido.
(6) Saudação – normalmente, usa-se atenciosamente.
(7) Assinatura – nome completo em uma linha e na outra o departamento emitente.
(8) Endereçamento – no final da correspondência, coloca-se o nome completo e a cidade.
O endereço completo já deve constar no envelope.

ATA DE REUNIÃO
Passaremos agora a observar um modelo de ata. A ata é um documento de valor jurídico
que tem a finalidade de registrar sinteticamente aquilo que foi discutido e deliberado em uma
reunião, sessão ou assembleia.
Se você for escolhido para secretariar uma reunião, deve ficar atento às seguintes regras
na hora de lavrar a ata.
a) Não deve haver parágrafos. Escreve-se de ponta a ponta das margens, sem deixar
espaços em branco que passam compostas adulterações.
b) Os números devem ser escritos sempre por extenso, a fim de evitar possíveis fraudes e
não se devem colocar abreviaturas.
c) Não pode haver rasuras ou emendas. Quando ocorrer um engano, usa-se expressões
como “digo” ou “aliás” e, em seguida, escreve-se o termo certo.
d) Se houver algum engano na escrita do texto e este só for percebido mais a adiante, é
muito fácil corrigi-lo sem rasurar. No final da ata coloca-se a expressão “onde se lê ..... leia-
se.....”.
Toda ata tem estrutura padronizada, a qual obedece à seguinte ordem:
1. Introdução: contém data, horário, local e o nome de quem preside a reunião e dos
demais presentes.
2. Desenvolvimento: trecho em que se registram, de forma objetiva e em ordem cronológica,
os assuntos mais relevantes levantados ao longo da reunião, assim como as decisões tomadas.
3. Fechamento: trecho em que se informa o encerramento da reunião por seu presidente e
o nome completo de quem lavrou a ata. Em seguida, abre-se espaço para colher as assinaturas.
Vejamos o exemplo:

AULA 2 TÓPICO 1 31
ATA DA 1ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO-DIRETOR DA EAFI REALIZADA EM 29/JAN/07. (1)

(2) Aos vinte e nove de janeiro de dois mil e sete, às nove horas e trinta minutos, na sala de reuniões,
reuniu-se o Conselho-Diretor da Escola Técnica de Comércio do Crato-CE, presidida pelo senhor Pedro
Silva Rodrigues, presentes os senhores: Henrique da Costa Filho, Daniel Oliveira, José Leite Nobre, Cássia
Araújo de Queiroz e Guilherme Andrade Bonfim, cuja pauta era criar as normas de funcionamento do
próprio Conselho-Diretor. (3) Iniciados os trabalhos, o Senhor Daniel Oliveira solicitou que se pla-
nejasse o calendário de reuniões ordinárias do Conselho-Diretor do ano corrente. Apresentadas as
propostas, ficaram fixadas as datas de vinte e nove de março, vinte e oito de junho, vinte e seis de
setembro e dez de dezembro do corrente ano para as referidas reuniões. Com a palavra, o Senhor
José Leite Nobre questionou se nas convocações para reuniões ordinárias devem constar suas res-
pectivas pautas. Para dirimir a questão, o Senhor Pedro Silva Rodrigues consultou o regimento do
Conselho-Diretor e verificou que a obrigatoriedade da divulgação de pauta só é exigida para reuni-
ões de caráter extraordinário. Ainda com a palavra, o presidente da reunião aproveitou para escla-
recer as principais metas e deveres do Conselho-Diretor, ressaltando que este tem como prioridades
aprovar diretrizes para administração escolar; deliberar sobre contribuições, emolumentos e pres-
tações de serviços; apreciar todas as contas da Escola; propor alteração do Regimento Interno da
Escola e do próprio Conselho-Diretor. Dando seqüência, foi feita votação para nomeação do cargo
de secretário do Conselho-Diretor, tendo sido escolhido para esta função o membro Guilherme An-
drade Bonfim.(4) Dado o avançado da hora, o presidente da reunião encerrou os trabalhos, agrade-
cendo a presença de todos, fazendo um balanço geral das ações educacionais da Escola e mostran-
do as metas para o ano letivo que se inicia. Para constar, eu, Guilherme Andrade Bonfim, lavrei a
presente Ata. Sala de reuniões da Escola Técnica de Comércio do Crato-CE, 29 de janeiro de 2007.

Assinaturas:
XXXXXXXXX
XXXXXXXX
XXXXXXXX
XXXXXXXX

(1) Título (Somente no título poderá constar abreviaturas e numerais.)


(2) Introdução
(3) Desenvolvimento
(4) Conclusão

32 Comunicação e Linguagem
Abreviaturas comuns na

TÓPICO 2 correspondência comercial e na


empresarial
O bjetivo
• Conhecer as abreviaturas mais utilizadas nos
trabalhos acadêmicos e nas redações oficiais e
comerciais

E m muitas ocasiões, na sua vida profissional, você vai produzir


textos diversos. Nesses textos, é comum o uso de abreviaturas.
A seguir, apresentaremos uma lista das abreviaturas mais
utilizadas na redação técnica e também nos trabalhos acadêmicos. Consulte-a
sempre que for necessário.

Palavra Abreviatura
Agência Ag.
aos cuidados a/c ou A/C
Apartamento ap. ou apart.
Avenida Av.
Artigo art.
Assinado (a)
Caixa cx.
Capítulo cap.
Citação cit.
Código cód.
Companhia Cia.
com cópia c/c
confere, confira, confronte cf.
conta corrente c/c
Crédito Créd.
Decreto dec.
Documento doc.
em mãos E.M.
endereço eletrônico E-mail
Exemplo ex.

AULA 2 TÓPICO 2 33
Folha fl.
Grama G
Idem id.
Índice ind.
Informação inform.
Limitada Ltda.
Memorando Memo
Metro M
nota bene (observa bem) N.B.
Nestes Termos N.T ou N. Termos
Número nº
observação obs.
Ofício of.
Página p.
Páginas pp.
Pago pg.
pede deferimento P.D ou P. Deferimento
por exemplo p. ex.
por procuração p.p.
post scriptum (pós-escrito) P.S.
Praça P.
Processo proc.
próximo passado p.p.
quilograma (s) Kg
quilômetro (s) Km
Relatório rel.
Remetente Remte.
Rua R.
sem data s/d
Sobreloja s/l
sociedade anônima S.A.
Telefone tel.
tonelada (s) T
Travessa Trav.
Trimestre trim.
Volume vol.

34 Comunicação e Linguagem
TÓPICO 3
Formas de tratamento comuns na
correspondência comercial e empresarial

O bjetivo
• Saber utilizar as principais formas de tratamento
usadas na produção de correspondência oficial

N
Destinatário
esta quadro, você terá disponível a relação dos pronomes de
tratamento e seus respectivos destinatários para eventuais
consultas.

Tratamento Abreviatura Vocativo Endereçamento


Presidente da Vossa Excelência Não se usa. Excelentíssimo
República Senhor Presidente
Vice-presidente da da República
República
Chefes do Gabi- Vossa Excelência V. Exa. Excelentíssimo Excelentíssimo
nete Civil do Senhor Senhor (nome da
Gabinete Militar pessoa) Dignís-
da Presidência da simo Presidente da
República República Federa-
Ministro de Estado tiva do Brasil

Chefe do Estado-
Maior do Exército,
da Marinha e da
Aeronáutica
Oficiais-Generais
das Forças Armadas
Membros da Câ- Vossa Excelência V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr. (nome
mara dos Deputa- Senhor da pessoa) DD.
dos e do Senado Chefe do...
Federal

AULA 2 TÓPICO 3 35
Destinatário Tratamento Abreviatura Vocativo Endereçamento
Governadores de Vossa Excelência Excelentíssimo Exmo. Sr. (nome
Estado e do Dis- Senhor da pessoa) Dignís-
trito Federal simo Governador
do Estado de...
Prefeitos, Presiden- Vossa Excelência V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr. (nome
tes e Membros das Senhor da pessoa) DD.
Assembléias Leg- Presidente da As-
islativas e Câmaras sembléia Legisla-
Municipais tiva de...
Presidente e Mem- Vossa Excelência V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr. (nome
bros do Supremo Senhor Presidente da pessoa) DD.
Tribunal Federal (ou membro) do Presidente do
Presidente e Mem- Egrégio Tribunal... Egrégio Tribunal...
bros do Tribunal
Federal de Recur-
sos
Presidente e Mem-
bros do Tribunal
Superior do Trab-
alho e dos Tribu-
nais Regionais do
Trabalho
Presidente e Mem-
bros dos Tribunais
de Justiça
Presidentes e
Membros do Tri-
bunal de Contas
Juízes em geral Vossa Excelência V. Exa. Meritíssimo Exmo. Sr. (nome
e auditores da da pessoa) Juiz
Justiça Militar da...
Procurador-Geral Vossa Excelência V. Exa. Excelentíssimo Exmo. Sr. (nome
da República da pessoa)
Procuradores jun-
tos aos Tribunais
Embaixadores
Outras pessoas e Vossa Senhoria V. Sa. Prezado Senhor Ilmo. Sr. (nome
demais autoridades da pessoa) ou Dr.
Diretores, Fun- (nome da pessoa)
cionários Gradua-
dos, Oficiais até
Coronel

36 Comunicação e Linguagem
Reitor de Univer- Vossa Magnificên- Não se usa. Magnífico Reitor Excelentíssimo
sidade cia Senhor Prof. (nome
da pessoa)
Magnífico Reitor
de Universidade...
Destinatário Tratamento Abreviatura Vocativo Endereçamento
Papa Vossa Santidade Não se usa. Santíssimo Padre Santíssimo Santo
Papa
Cardeais Vossa Eminência V. Ema. Eminentíssimo Eminentís-
Senhor Cardeal simo Senhor Dom
(nome da pessoa)
Cardeal...
Bispos e Arcebi- Vossa Excelência V. Exa. Revma. Reverendíssimo Reverendíssimo
spos Senhor Bispo (ou Senhor Dom...
Arcebispo) Bispo...
Monsenhores, Vossa Reverendís- V. Revma. Reverendíssimo Reverendíssimo
Cônegos, Padres e sima Senhor Senhor Padre...
Freiras

AULA 2 TÓPICO 3 37
AULA 3 Produção de textos
técnicos - Parte II

Chegamos a mais uma aula. Isso representa uma vitória sua! Continuaremos
a estudar a produção de textos de natureza técnica, observando as regras de
como produzir tipos específicos de correspondência empresarial, bem como os
respectivos modelos.

Objetivo

• Estudar outros gêneros usados na correspondência comercial e acadêmica

38 Comunicação e Linguagem
TÓPICO 1
Produção de textos
técnicos - Continuação
O bjetivo
• Utilizar adequadamente os gêneros da
correspondência comercial e acadêmica

D ando continuidade aos estudos acerca da redação técnica,


trataremos agora da circular, a qual, como o próprio nome
indica, se propõe a levar uma informação de uma dada instituição
ao maior número possível de pessoas da comunidade (externa e/ou interna).

CIRCULAR
A circular pode seguir o modelo do ofício ou de um manifesto. O que
de fato a caracteriza é a sua natureza abrangente, sempre tratando de um
assunto que desperta interesse geral.
Veja o modelo abaixo, atentando principalmente para a sua objetividade.

Comércio de Cereais Silva Ltda.


(1)

Circular nº 21 (2)

Juazeiro do Norte-CE, 10 de outubro de 2007. (3)

Assunto: Expediente suspenso - 13/out./07 (4)

(5) Em virtude do feriado do próximo dia 12 de outubro, informamos que o expediente do sábado, dia
13/out./07, estará suspenso.

Atenciosamente, (6)

João Neves da Cunha

Coordenador de Ensino (7)

AULA 3 TÓPICO 1 39
Observe:
(1) Cabeçalho ou timbre
(2) Número da circular
(3) Local e data (por extenso)
(4) Assunto
(5) Corpo do texto – Informação de interesse geral
(6) Saudação
(7) Assinatura

PROCURAÇÃO
Agora apresentaremos dois padrões bem usuais de procuração.
A procuração é um tipo de redação bastante utilizada nos momentos em
que necessitamos de outras pessoas para nos representar nos mais diversos
tipos de situação. Esse documento, devidamente assinado, concede a alguém
poderes para muitos procedimentos, entre os quais estão inscrições em concursos
e resoluções de problemas burocráticos.
Através de procuração, uma pessoa (física ou jurídica) pode autorizar
outrem a agir em seu nome. Dois tipos de procuração são correntes:
Pública: documento feito em cartório por tabelião, geralmente utilizado
em situações de maior peso, como venda de imóveis, movimentações de contas
bancárias.
Particular: feita por nós mesmos para resolver situações menos complexas,
por exemplo, efetuar uma inscrição em vestibular. Às vezes, há a necessidade de
reconhecimento de firma, conforme a finalidade a que se destina, devendo isso ser
verificado em cada situação específica.
Nos dois tipos de procuração, não podem faltar os dados de quem está
passando a procuração, os dados daquele que exercerá os poderes constituídos e
a finalidade do documento. Estes poderes podem ser gerais (quando o outorgante
declara que são amplos, ilimitados) ou específicos (quando o outorgante estipula
uma finalidade distinta).

40 Comunicação e Linguagem
Vejamos agora os exemplos:

PROCURAÇÃO
(1)

(2)Joana Magalhães Nogueira, brasileira, casada, professora, residente e domiciliada na Rua João
de Sousa, nº 123, Bairro São Sebastião, em Limoeiro do Norte-CE, portadora da Identidade 1245875-89
SSP-CE, CPF 896.654.534-09, nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. Pedro Antônio de Brito
Costa, brasileiro, solteiro, advogado, residente e domiciliado na Av. Oliveira Paiva, nº 760, apto. 605, Bairro
Aldeota, em Fortaleza-CE, portador da Identidade 21887775004-02 SSP-CE, CPF 778.454.235-08, para,
junto à Universidade Federal do Ceará-UFC, efetuar inscrição no Concurso Público para o cargo de professor
universitário, área de concentração Geografia, conforme Edital nº 22/07, podendo o outorgado, para tanto,
preencher formulários, recolher taxas e realizar quaisquer atos que se fizerem necessários para o bom e fiel
cumprimento do presente mandato.

Limoeiro do Norte-CE, 08 de setembro de 2007. (3)

Joana Magalhães Nogueira

RG: 1245875-89 SSP-CE (4)

Testemunhas: (5)

João Batista Silva

RG: 43576800234-98 SSP-RJ

Cláudio Pedro da Silveira

RG: 2345769-87 SSP-CE

EXEMPLO 1
Observe:
(1) Título – deve ser escrito em cima, centralizado, todo maiúsculo.
(2) Texto – deve conter os dados principais de quem passa a procuração
e os dados de quem a recebe, bem como a finalidade específica do documento
(com a maior rigor, estabelecendo claramente os poderes concedidos).
(3) Local e data (por extenso).
(4) Assinatura – deve conter o nome completo de quem está passando a
procuração e também o número do documento cuja cópia autenticada seguirá
junto à procuração.

AULA 3 TÓPICO 1 41
(5) Testemunhas – nome completo e número de um documento das
testemunhas. Obs: Nem sempre há necessidade de testemunhas.
PROCURAÇÃO
(1)

(2)Joana Magalhães Nogueira, brasileira, casada, professora, residente e domiciliada na Rua João
de Sousa, nº 123, Bairro São Sebastião, em Limoeiro do Norte-CE, portadora da Identidade 1245875-89
SSP-CE, CPF 896.654.534-09, nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. Pedro Antônio de Brito
Costa, brasileiro, solteiro, advogado, residente e domiciliado na Av. Oliveira Paiva, nº 760, apto. 605, Bairro
Aldeota, em Fortaleza-CE, portador da Identidade 21887775004-02 SSP-CE, CPF 778.454.235-08, para,
junto à Universidade Federal do Ceará-UFC, efetuar inscrição no Concurso Público para o cargo de professor
universitário, área de concentração Geografia, conforme Edital nº 22/07, podendo o outorgado, para tanto,
preencher formulários, recolher taxas e realizar quaisquer atos que se fizerem necessários para o bom e fiel
cumprimento do presente mandato.

Limoeiro do Norte-CE, 08 de setembro de 2007. (3)

Joana Magalhães Nogueira

RG: 1245875-89 SSP-CE (4)

Testemunhas: (5)

João Batista Silva

RG: 43576800234-98 SSP-RJ

Cláudio Pedro da Silveira

RG: 2345769-87 SSP-CE

EXEMPLO 2
Observe:
(1) Título – deve ser escrito em cima, centralizado, todo maiúsculo.
(2) Dados do outorgante – deve conter os dados principais de quem passa a
procuração.
(3) Dados do outorgado – deve conter os dados principais de quem recebe
os poderes através da procuração.
(4) Finalidade – espaço destinado a delimitar os poderes que o outorgante dá ao
outorgado.
(5) Local e data (por extenso).

42 Comunicação e Linguagem
(6) Assinatura – deve conter o nome completo de quem está passando a
procuração e também o número do documento cuja cópia autenticada seguirá junto
à procuração.
(7) Testemunhas – nome completo e número de um documento das
testemunhas. Obs: Nem sempre há necessidade de testemunhas.

REQUERIMENTO
Quando houver a necessidade de você se dirigir a uma autoridade para
solicitar algo a que julga ter direito, deverá utilizar o requerimento, documento
que tem um modelo bastante rígido, aceitando poucas variações.

Sr. Diretor do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (1)

CÁSSIO DUARTE DE LIMA, brasileiro, casado, residente na Rua Castro Silva, nº 1232, Bairro Centro,
portador da carteira de Identidade 59845759006 SSP-CE, CPF: 990.604.004-10, tendo concluído o curso
Superior de Licenciatura em Matemática nesta Instituição, em 2006.2, conforme declaração de conclusão
anexa, vem, respeitosamente, requerer a concessão de seu diploma. (2)

P. A. Deferimento (3)

Crato-CE, 20 de janeiro de 2007. (4)

Cássio Duarte de Lima

RG: 59845759006 SSP-CE (5)

É possível você encontrar, em algumas repartições públicas, alguns modelos


previamente estruturados, cabendo ao requerente (a quem pede) apenas colocar
os dados solicitados. Passemos a um modelo para observarmos sua estrutura
básica.
Observe:
(1) Invocação – deve ser indicada no alto da folha, na margem esquerda,
colocando-se o pronome de tratamento seguido apenas do cargo ou título.
(2) Texto – após umas dez linhas, inicia-se o texto do requerimento pelo

AULA 3 TÓPICO 1 43
nome completo do requerente em caixa alta, seguido dos dados de identificação;
na seqüência, de forma concisa e clara, expõe-se a solicitação, a qual poderá vir
seguida da justificativa (lei que ampara, documentos comprobatórios).
OBS: Emprega-se sempre a terceira pessoa do singular (vem requerer).
(3) Fecho – situado três linhas abaixo do corpo do texto, em geral segue
um padrão fixo, apresentando apenas algumas variações. O fecho pode vir por
extenso ou com algumas abreviaturas. Observemos:
a. linha única –
Termos em que pede deferimento. - T. em que P. deferimento
Ou
Pede e aguarda deferimento. - P. A deferimento
b. duas linhas –
Termos em que - T. em que
Pede deferimento P. deferimento
Ou
Nestes Termos, - N. T
Pede Deferimento P. D
(4) Local e data (por extenso) – duas linhas abaixo do fecho.
(5) Assinatura – duas linhas abaixo da data.

DECLARAÇÃO

Escola de Ensino Fundamental Monteiro Lobato


(1)

DECLARAÇÃO
(2)

(3)Declaramos que Pedro Carvalho Feitosa, portador do RG 16458934-49 SSP-CE e do CPF


788.566.251-00, fez parte do nosso quadro de servidores, exercendo a função de professor de matemática,
nas séries iniciais (da 1ª à 3ª séries), no período de março de 2005 a abril de 2007.

Limoeiro do Norte-CE, 09 de maio de 2007. (4)

Suzana Maria de Mendonça

Diretora Geral (5)

44 Comunicação e Linguagem
O último modelo desta aula é o de Declaração. Em inúmeras situações
precisamos de uma declaração (conhecida também como atestado), a qual deve ser
expedida sempre por alguém credenciado, já que é um documento comprobatório
e possui valor jurídico.
Observe:
(1) Timbre – papel timbrado da empresa com nome e logomarca.
(2) Título – deve ser escrito em cima, centralizado, todo maiúsculo.
(2) Texto – quando se fala em nome de uma empresa, emprega-se a 1ª
pessoa do plural e deve-se atentar para a concisão e a objetividade do texto.
(4) Local e data (por extenso).
(5) Assinatura – nome completo e cargo.

AULA 3 TÓPICO 1 45
AULA 4 Noções básicas de
Redação Científica

Nesta aula, vamos trabalhar com a redação de natureza acadêmica. Em outras


palavras, você entrará em contato com as regras mais elementares sobre o
discurso dissertativo de natureza científica/acadêmica.

Dessa forma, traremos até você as principais normas de como redigir seus
trabalhos acadêmicos de acordo com a ABNT. Isso será de suma importância
para que você faça, usando a metodologia correta, os trabalhos solicitamos ao
longo do seu curso.

Vale ressaltar, que nessa aula, apenas daremos uma breve introdução a este
assunto! Maior aprofundamento ocorrerá na disciplina de Metodologia do Trabalho
Científico, a ser ofertada num semestre posterior.

Vamos lá?

Objetivo

• Compreender aspectos teóricos e práticos referentes à elaboração de


trabalhos acadêmicos

46 Comunicação e Linguagem
TÓPICO 1
Produção de textos acadêmicos -
Noções básicas
O bjetivo
• Trabalhar com as regras elementares do discurso
dissertativo de natureza científica, a fim de
familiarizá-lo com este tipo específico de texto

A fim de elaborarmos bons trabalhos acadêmicos, devemos levar em


conta algumas regras.Em primeiro lugar, vamos ver as regras gerais,
aquelas que servirão para todo o trabalho:
Formato - texto impresso em papel branco, formato A4.
Projeto Gráfico - de inteira responsabilidade do autor.
Fonte - recomenda-se, para digitação, utilizar a fonte Times New Roman
ou Arial, tamanho 12. (Para citações longas, usa-se tamanho 10).
Margens - esquerda e superior = 3 cm; Direita e inferior = 2 cm.
Espacejamento - o texto deve ser digitado com 1,5 de entrelinhas;
nas referências, citações longas, notas e resumos (no vernáculo e em língua
estrangeira) usa-se espaço simples.
Paginação - Todas as folhas do trabalho
devem ser contadas a partir da folha de rosto;
porém, só devem ser numeradas a partir da ap r o f u n dame n to
primeira folha da parte textual, em algarismos
NBR é a sigla de Norma Brasileira aprovada
arábicos, no canto superior direito da folha.
pela ABNT, de caráter voluntário, e funda-
Vejamos agora o resumo das principais
mentada no consenso da sociedade. Torna-se
normas relativas à escrita dos trabalhos obrigatória quando essa condição é estabe-
científicos. Há aqui uma síntese de alguns lecida pelo poder público.
conceitos da NBR 14724. NR é a sigla de Norma Regulamentadora es-
Estrutura - Compreende elementos pré- tabelecida pelo Ministério do Trabalho, com
textuais, textuais e pós-textuais, conforme seguem caráter obrigatório.
nos tópicos a seguir.

AULA 4 TÓPICO 1 47
TÓPICO 2
Elementos pré-textuais

O bjetivo
• Reconhecer os elementos pré-textuais de um
trabalho acadêmico

O s elementos pré-textuais obrigatórios são: capa, folha de rosto,


folha de aprovação, resumo em língua vernácula, resumo em
língua estrangeira e sumário.
1. Capa – nela, informa-se a identificação do trabalho, com apenas 3
elementos:
a. Nome do autor – letras maiúsculas, no alto da página, centralizado;
b. Título do trabalho – centralizado, no meio da página;
c. Cidade e ano – embaixo, centralizado.

48 Comunicação e Linguagem
Veja o modelo:

JOÃO SOUSA DA SILVEIRA

PARÂMETROS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Crato - 2006

2. Folha de rosto (anverso) – informações sobre o trabalho, mas com maior


riqueza de detalhes, conforme segue:
a. Nome do autor – letras maiúsculas, no alto da página, centralizado;
b. Título do trabalho – centralizado, no meio da página;
c. Dados do trabalho – à direita, coloca-se o objetivo acadêmico do trabalho
e a instituição a que se destina;
d. Cidade e ano: embaixo, centralizado.

AULA 4 TÓPICO 2 49
Veja o modelo:

JOÃO SOUSA DA SILVEIRA

PARÂMETROS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Trabalho de conclusão de curso


de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Regional do Cariri.

Crato - 2006

3. Folha de aprovação – Contém autor, título por extenso e subtítulo, caso


haja, local e data de aprovação (com nome, assinatura e instituição dos membros
da banca examinadora).
4. Resumo em língua vernácula – apresentação concisa dos pontos
importantes do trabalho; isso deve ser feito com frases objetivas e diretas, mas
redigidas com coerência. Não deve ultrapassar 500 palavras e precisa ser seguido
das palavras-chave que melhor representam o trabalho.
5. Resumo em língua estrangeira – versão do resumo em língua vernácula
para um idioma moderno (em Inglês Abstract, em Francês Résumé em Castelhano
Resumen). Também deve ser seguido das palavras-chave no idioma escolhido.
6. Sumário – enumeração das principais divisões, seções e outras partes
que o trabalho possui, na mesma ordem em que figuram ao longo do trabalho.

50 Comunicação e Linguagem
Elementos pré-textuais opcionais são: errata, dedicatória, agradecimentos,
epígrafe, lista de figuras e tabelas, lista de abreviaturas e siglas e lista de símbolos.
1. Dedicatória e agradecimentos – textos de natureza subjetiva. Neles, você
poderá dedicar seu trabalho a alguma(s) pessoa(s) importante(s) e agradecer àqueles
que contribuíram para a sua realização. São dois itens feitos separadamente.
2. Listas de figuras e tabelas – elaboradas de acordo com a ordem em que
são apresentados no texto, com respectivo número de página.

AULA 4 TÓPICO 2 51
TÓPICO 3
Elementos textuais
e pós-textuais
O bjetivo
• Conhecer os elementos textuais e pós-textuais
de um trabalho acadêmico

O s elementos textuais são: introdução, desenvolvimento e


conclusão.
a. Introdução - traz uma noção geral e abrangente sobre
o tema a ser explorado no trabalho;
b. Desenvolvimento - espaço para o referencial teórico utilizado e os
procedimentos adotados para se chegar ao resultado final;
c. Conclusão - espaço onde se apresentam os resultados finais da pesquisa,
inclusive situando-os dentro da linha de pesquisa que norteou o trabalho.
Os elementos pós-textuais obrigatórios são as referências.
1. Referências - veremos as regras de como fazer as referências em nossa
próxima aula.
Por sua vez, os elementos pós-textuais opcionais são: apêndice, anexo e
glossário.
1. Apêndice - texto ou documento elaborado pelo autor com o objetivo de
complementar sua argumentação.
2. Anexo - texto ou documento não elaborado pelo autor, mas que serve
como subsídio para embasar seu trabalho, fundamentando-o, ilustrando-o ou
comprovando-o.
3. Glossário - lista em ordem alfabética de palavras e/ou expressões técnicas
de uso restrito, seguidas das respectivas definições.

52 Comunicação e Linguagem
Citação
TÓPICO 4 O bjetivo
• Utilizar adequadamente várias as formas de fazer
citação nos trabalhos científicos

É muito importante constar, em qualquer trabalho acadêmico, um


referencial teórico, pois isso mostrará que o autor não fez seu trabalho
de forma aleatória, mas, ao contrário disso, procurou estudar o
assunto abordado, dando-lhe assim mais consistência a partir da verificação sobre o
que outros autores já escreveram sobre o mesmo tema e em que estágio de pesquisa
esse tema já foi abordado.
O uso de citações, portanto, dará maior sustentabilidade ao seu trabalho,
já que, através delas, você poderá questionar alguma ideia ou mesmo ratificá-la,
aprofundando sua abordagem de acordo com as delimitações que seu trabalho tem
como norte.
Nesse sentido, definimos a citação como uma menção feita no corpo
do texto, mas retirada de outra fonte. Esta menção deverá vir de forma bem
explícita, caso contrário, poderá ser considerada um plágio, verdadeiro crime
contra a intelectualidade, o qual possui, inclusive, pena prevista em Lei. Nunca
lance mão desse artifício, ele só irá desconstruir seu caminho, levando-o, sem
dúvida, a um total descrédito junto à comunidade acadêmica.
Para lançar mão de uma citação em seus trabalhos acadêmicos, você deverá
ficar sempre atento às regras da ABNT [NBR 10520].
Existem três tipos de citações: direta, indireta e citação de citação.

AULA 4 TÓPICO 4 53
CITAÇÃO DIRETA
Transcrevem-se textualmente os conceitos da fonte consultada, ou seja,
há uma reprodução literal, ao pé da letra, das palavras do texto que está sendo
citado.
Se a citação ultrapassar três linhas, será considerada longa e terá uma
formatação própria; com menos de três linhas, será denominada de curta,
devendo seguir a mesma formatação do parágrafo e sendo destacada por aspas.

Exemplos de citações diretas


Direta curta:
De acordo com Sousa (2002, p.12), “a educação a distância, assim como
todas as outras modalidades de ensino, tem um importante papel a desempenhar
na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”.
É perfeitamente viável fazer alguma interpolação dentro de uma citação,
chamando atenção para um aspecto importante ou até mesmo retirando algo
considerado irrelevante no contexto do seu trabalho. Basta você abrir um
colchete e acrescentar o seu texto ou, no caso de subtrair uma parte do texto
original, abrir um colchete e colocar reticências [...].
Vejamos os exemplos:

Segundo Fontenele (2005, p. 231), “estimular o aluno será de grande valia
para o aprimoramento da educação, tendo em vista [...] o entendimento de que
o estímulo é algo vital na busca dos nossos objetivos”.
[...] - indica que houve uma subtração de alguma parte do original, fato
que não prejudicará o entendimento dentro do contexto em que ora se encontra.

De acordo com Soares (1998, p. 345), “para os alunos de programas
educacionais a distância [de uma maneira bem mais contundente], o estímulo
deve ser o alicerce de toda sua vida escolar, uma construção cotidiana”.
[de uma maneira bem mais contundente] – indica a introdução do discurso
do autor do trabalho dentro do discurso do autor citado, a fim de ampliá-lo ou
esclarecê-lo na perspectiva do trabalho que está sendo redigido.
Direta longa:
Na perspectiva de Lima (2000, p. 122):

Sempre que o aprendizado escolar introduzir uma visão de mundo compatível


com a realidade, estaremos aprimorando a consciência crítica em nossos

54 Comunicação e Linguagem
educandos. Os conceitos científicos e técnicos devem estar coadunados com
a realidade social vigente, aquela que tem a ver com a história dos agentes
educacionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

O destaque deve ser feito em letra menor (10), em espaço simples, com um
recuo de 4 centímetros da margem esquerda.

CITAÇÃO INDIRETA
Escreve-se um outro texto com base no texto do autor que se está
consultando, ou seja, faz-se uma paráfrase do texto que queremos transpor para
o nosso trabalho acadêmico. Observemos o exemplo abaixo:
Na perspectiva de Soares (2006, p. 23), o universo da educação a distância
deve ser trabalho sempre sob a égide da interatividade.
A ideia acima é de Soares, entretanto, foi colocada no trabalho com as
minhas palavras, não com as de Soares.

CITAÇÃO DE CITAÇÃO
Aquela em que se faz uma transcrição, direta ou indireta, de um texto cujo
acesso ao original não se teve, mas que se encontra numa outra fonte (chamada
aqui de secundária).
Isso ocorre muito quando consultamos alguns trabalhos mais antigos e não
mais conseguimos encontrar a fonte das citações que nele achamos.
Nesse caso, identifica-se a obra diretamente consultada, indicando-se o
autor ou o título da obra (que vai constar nas referências) pela palavra latina
apud (citado por). Vejamos o exemplo:
Observando de modo mais específico, conforme Caetano (1991 apud LIMA,
2000, p.26), as habilidades dos educandos “devem estar sempre como o foco
principal do sistema educacional, assim devemos dar possibilidades, a cada sujeito
envolvido no processo educativo, de elaborar e construir caminhos próprios”.
No exemplo acima, Lima foi o autor diretamente consultado por quem está
fazendo o trabalho atualmente; por sua vez, Lima já colocara esta citação retirada
da obra de Caetano (feita em 1991) no seu trabalho (datado de 2000).
Foi Lima quem teve acesso à obra de Caetano; quem está fazendo a citação
agora não conseguiu ter o mesmo acesso direto. Só conseguiu achar esta citação
quando consultou o trabalho feito por Lima (no caso, feito no ano 200).

AULA 4 TÓPICO 4 55
TÓPICO 5
Entradas pelo sobrenome
do autor
O bjetivo
• Verificar como são feitas as entradas pelo
sobrenome do autor nos textos acadêmicos

A
autor, sendo:
gora, vamos ver como são feitas as entradas pelo nome do
autor! Como você já deve ter percebido nos exemplos de
citação, as entradas se dão necessariamente pelo sobrenome do

a. quando incluídas nas sentenças, devem ser feitas somente com inicial
maiúscula;
Ex: Para Costa (2003, p. 34), “a educação a distância é um forte elemento
de inclusão social e digital”.
b. quando entre parênteses, totalmente com maiúsculas.
Ex: Nesse sentido, “a educação a distância é um forte elemento de inclusão
social e digital” (COSTA, 2003, p. 34).
A mesma regra valerá para entradas pela instituição responsável ou pelo
título, quando, porventura, a fonte consultada não disponibilizar o nome do
autor (sempre nossa primeira opção).
Devemos sempre procurar o nome do autor da nossa citação, entretanto,
em alguns casos especiais, como em documentos mais antigos, às vezes não o
encontramos. Devemos então lançar mão de outro recurso, colocando a entrada
pela instituição, ou pelo título, em último caso.
Ainda quanto às entradas por sobrenome de autor, se houver mais de um
autor, permanecem as recomendações quanto ao uso de maiúsculas e minúsculas.
Deve-se, contudo, observar alguns detalhes:

56 Comunicação e Linguagem
a. Havendo mais de três autores - com a entrada do nome inserida na
sentença ou no parêntese, indica-se apenas o sobrenome do primeiro, seguido
da expressão et al. (forma abreviada da expressão latina et alii, que significa e
outros), toda ela sempre em minúsculas.
Ex: Para Costa et al (2003, p. 34), “a educação a distância é um forte
elemento de inclusão social e digital”.
b. No caso de três autores - com a entrada do nome inserida na sentença,
o segundo sobrenome é separado por vírgula e unido ao terceiro por e.
Ex: Para Costa, Leal e Amaral (2003, p. 34), “a educação a distância é um
forte elemento de inclusão social e digital”.
c. No caso de dois autores - com a entrada do nome inserida na sentença,
também os sobrenomes são unidos por e.
Ex: Para Costa e Leal (2003, p. 34), “a educação a distância é um forte
elemento de inclusão social e digital”.
d. Tanto com três ou com dois autores - com a entrada feita dentro do
parêntese, os sobrenomes são separados por ponto-e-vírgula.
Ex: Nesse sentido, “a educação a distância é um forte elemento de inclusão
social e digital” (COSTA; LEAL; AMARAL, 2003, p.34).
OU
Ex: Nesse sentido, “a educação a distância é um forte elemento de inclusão
social e digital” (COSTA; LEAL, 2003, p.34).

AULA 4 TÓPICO 5 57
TÓPICO 6 Sistema autor-data
O bjetivo
• Observar como se usa o sistema autor-data
nos textos acadêmicos

N o sistema autor-data, indica-se a fonte pelo sobrenome do


autor, pela instituição responsável ou ainda pelo título de
entrada seguido de data ou de publicação do texto, separado
por vírgula e situados entre parênteses. Esse sistema, que é mais prático, foi o
utilizado nos exemplos de citação constantes em nossa aula e é o adotado em
nosso material.
A NBR 10520:2002 recomenda que, quando o(s) nome(s) do(s) autor(s),
instituição(ões) responsável(eis) encontrar(em)-se inserido(s) na sentença, apenas
a data e a(s) página(s) são indicadas entre parênteses.
Ex: Para Costa e Leal (2003, p. 34), “a educação a distância é um forte
elemento de inclusão social e digital”.
Mas você também poderá optar por colocar tudo (autor(es), data e página)
dentro do parêntese. Lembre-se somente de colocar, nesse caso, o(s) nome(s)
do(s) autor(es) sempre em maiúsculas.
Ex: Nesse sentido, “a educação a distância é um forte elemento de inclusão
social e digital” (COSTA; LEAL; AMARAL, 2003, p.34).
OBS 1: Na coincidência com fontes de autores com o mesmo sobrenome
e ainda com mesma data de publicação, devem ser acrescentadas as iniciais de
seus prenomes e um ponteo.
OBS 2: Se ainda assim persistir a coincidência, os prenomes devem ser

58 Comunicação e Linguagem
NO PARÊNTESE NA SENTENÇA
(MENDES, C., 1997) C. Mendes (1997)
(MENDES, J., 1997) J. Mendes (1997)

colocados por extenso:


Com relação ao sistema de chamadas, de acordo com a NBR 10520:2002,
é preciso que as citações sejam indicadas no texto por um sistema numérico ou
NO PARÊNTESE NA SENTENÇA
(GONÇALVES, Sílvia, Sílvia Gonçalves (1998)
1998)
(GONÇALVES, Sâmia, Sâmia Gonçalves (1998)
1998)

autor-data.
Vale salientar que a própria norma indica que o método adotado, seja ele
qual for, deve ser seguido de modo consistente ao longo de todo o trabalho, o que
concorrerá para a uniformidade do trabalho.
A fim de facilitar seus trabalhos, indicamos o sistema autor-data, haja vista
sua ampla aceitação no meio acadêmico.

AULA 4 TÓPICO 6 59
TÓPICO 7 Referências
O bjetivo
• Reconhecer as regras de elaboração das referên-
cias nos trabalhos acadêmicos

S egundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),


referência “é o conjunto de elementos que permite a identificação,
no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em
diversos tipos de material”.
Trata-se, portanto, da listagem, em ordem alfabética, das publicações
utilizadas para elaboração do trabalho de pesquisa. São elas que permitirão ao
leitor comprovar fatos ou ampliar conhecimentos, mediante consulta às fontes
apontadas.

Como utilizar as referências


Ao final de qualquer trabalho de pesquisa, obrigatoriamente devemos
indicar as fontes efetivamente utilizadas, as quais devem estar listadas numa
página própria, destinada apenas a este fim. Essa lista deve obedecer a uma
ordem alfabética única de sobrenome de autor e título para todo tipo de material
consultado, haja vista que podemos pesquisar utilizando diversas fontes como:
revistas, jornais, livros, páginas da internet, dentre outras.
OBS: Quando o autor julga pertinente, relaciona duas listas de referências
bibliográficas: bibliografia consultada e bibliografia recomendada (opcional).
Embora na lista de referências devamos colocar todas as fontes juntas,
uma abaixo da outra, apenas seguindo a ordem alfabética, há uma maneira
específica para se fazer as referências de acordo com cada tipo de fonte utilizada
na pesquisa. É o que veremos a seguir:

60 Comunicação e Linguagem
Vejamos exemplos de referências extraídas de:

1. LIVROS
SOBRENOME (todo em letra maiúscula), Prenomes (iniciais maiúsculas).
Título (em destaque). Resumo (local de publicação, editora, ano, dados
complementares – se houver).
Exemplo:
FERREIRA, Catarina. EAD – história e perspectivas. São Paulo: Atlas,
1999.
OBS: Indica(m)-se os autor(es), geralmente, pelo último sobrenome, em
maiúsculas, seguido do(s) prenome(s) e outro(s) sobrenome(s), de forma abreviada
ou por extenso (neste caso, só com inicial maiúscula), separados daquele por
vírgula seguida de espaço.
Havendo mais de um autor, separam-se os nomes por ponto-e-vírgula,
seguido de espaço.
Exemplos:

Com um autor:
DIONÍSIO, Lílian Mascarenhas. Soluções para iniciantes em informática. Forta-
leza: Ediouro, 2006.

Com dois autores:


FREIRE, David; MONTE, Mariza. Viagem ao nordeste. Recife: Scipione, 2007.
OU
FREIRE, D.; MONTE, M. Viagem ao nordeste. Recife: Scipione, 2007.

Com três autores:


FREIRE, David; MONTE, Mariza; MARQUES, Renato. Viagem ao nordeste. Re-
cife: Scipione, 2007.

Com mais de três autores:


Indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão et al. (forma
abreviada de et alii = e outros).
SÁ, Estevão Soares de et al. Manual de trabalhos acadêmicos. Salvador:
Cia. das Letras, 1996.
OU

AULA 4 TÓPICO 7 61
aprof unda me n to
1. Em coletâneas de vários autores, havendo indicação explícita de responsabilidade quanto ao
conjunto da obra. Faz-se a entrada pelo nome do responsável, seguida da abreviação (no singular,
mesmo que haja mais de um responsável) do tipo de participação: organizador (Org.), compilador
(Comp.), editor (Ed.), coordenador (Coord.), etc., entre parênteses.
Exemplo:
SILVA, R. R. P.; CARVALHO, E. B. de M. (Org.). Reflexões sobre o ensino a distância. João Pes-
soa: Ática, 2002.
2. Se a autoria for desconhecida, deve-se fazer a entrada pelo título, não devendo ser usado o
termo anônimo.
Exemplo:
REFLEXÕES sobre ensino a distância. João Pessoa: Ática, 2002.
OBS: Nesse caso, a obra ficará no lugar do autor, portanto não será receberá mais o negrito, e sim
a primeira palavra do título deve ser escrita em maiúsculas. A lista de referências ficará normal-
mente na ordem alfabética.

SÁ, E. S. de et al. Manual de trabalhos acadêmicos. Salvador: Cia. das


Letras, 1996.

2. ARTIGOS DE REVISTAS
SOBRENOME (todo em letra maiúscula), Prenomes (iniciais maiúsculas).
Título do artigo (em destaque). Título da Revista (abreviado ou não). Resumo
(local de publicação, número do volume, número do fascículo, páginas inicial-
final, mês e ano).
Exemplos:
RIBEIRO, S. et al. Perspectivas da educação a distância na sociedade
brasileira. Revista Educação Atual, São Paulo, v. 10, n. 33, p.33-40, nov./dez.
2001.
Exemplos Especiais:

1. Número especial de revista:


O ENSINO brasileiro. Veja, São Paulo: Ed. Abril, n. 2712, 18 out. 2006.
144 p. Edição especial.

62 Comunicação e Linguagem
2. Artigo de revista especializada:
CALOU, Suzana Silva e. O ensino a
distância na atualidade. Revista Educação
Moderna, Rio de Janeiro, ano 10, n. 29, p. ate n ç ão !
81-87, jan./mar. 2006. Os nomes de autores de várias obras referen-
ciadas sucessivamente podem ser substituí-
3. Matéria não assinada de revista: dos nas referências que sucederem a primeira
PROGRESSO e educação virtual. Veja, por um traço equivalente a seis espaços.
São Paulo, n. 1812, p. 66-67, 26 jan. 2005. Esse recurso também pode ser utilizado para
títulos que se repetirem. Em qualquer dos ca-
4. Matéria assinada de revista: sos, a pontuação final deve ser respeitada tal
BRITO, Maria Helena. Progresso e qual fosse(m) o(s) elemento(s) substituído(s)
educação virtual. Veja, São Paulo, n. 1812, pelo(s) traço(s) que ali estivesse(m).
p. 66-67, 26 jan. 2005. Exemplo de duas obras consultadas de um
mesmo autor:
3. ARTIGOS E/OU MATÉRIAS DE JORNAL FERREIRA, Heitor. Língua e fala. Lisboa:

Os elementos essenciais, nesse caso, Almedina, 1997.

são os que seguem: ______. Literatura através dos textos. São


Paulo: Contexto, 1999.
SOBRENOME (todo em letra
FARIA JÚNIOR, Carlos. Educação moderna e
maiúscula), Prenomes (iniciais maiúsculas).
para todos. 4 ed. Recife: Vozes, 1999.
Título do artigo ou matéria (em destaque).
______. ______. 6 ed. Recife: Vozes, 2006
Nome do Jornal. Local de publicação, data
da publicação. Seção, caderno ou parte do
jornal, paginação referente.
Exemplos:
Artigo não assinado de jornal
EDUCAÇÃO e sociedade. Correio do Povo. Porto Alegre, 30 abr. 2006. Geral,
p.8.
Artigo assinado de jornal
NOGUEIRA, M. M. A educação a distância. Diário do Nordeste, Fortaleza,
12 set. 2005. Regional, p. 15.

4. DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
SOBRENOME (todo em letra maiúscula), Prenomes (iniciais maiúsculas).
Título do artigo (em destaque). Informações complementares, tais como

AULA 4 TÓPICO 7 63
coordenação, nome de quem desenvolveu a página, assunto apresentado (quando houver), etc.
Disponível em: <Endereço da internet>. Acesso em: data completa (dia, mês e ano).
EDUCAÇÃO a distancia. A realidade da educação a distância brasileira. Disponível em:
<http://www.mec.gov.br> Acesso em: 31 jul. 2001.

Vejamos agora um modelo de página de referências:

CALOU, Suzana Silva e. O ensino a distância na américa latina. Revista Educação


Moderna, Rio de Janeiro, ano 10, n. 29, p. 81-87, jan./mar. 2006.
BRITO, Camila Oliveira. Educação e sociedade. São Paulo, Atlas, 1997.
DIAS, S. et al. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza, EDUSCE, 2003.
EDUCAÇÃO a distancia. A realidade da educação a distância brasileira. Disponí-
vel em: <http://www.mec.gov.br> Acesso em: 31 jul. 2001.
FARIA JÚNIOR, Carlos. Educação moderna e para todos. 4 ed. Recife: Vozes,
1999.
______. ______. 6 ed. Recife: Vozes, 2006
FERREIRA, Heitor. Língua e fala. Lisboa: Almedina, 1997.
______. Literatura através dos textos. São Paulo: Contexto, 1999.
FREIRE, David; MONTE, Mariza; MARQUES, Renato. Viagem ao nordeste. Recife:
Scipione, 2007.
NOGUEIRA, M. M. A educação a distância. Diário do Nordeste, Fortaleza, 12 set.
2005. Regional, p. 15.
NOVA realidade educacional. O Povo, Fortaleza, 22 fev. 2004. Educação, p.4.
PROGRESSO e educação virtual. Veja, São Paulo, n. 1812, p. 66-67, 26 jan. 2005.

64 Comunicação e Linguagem
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida de & MEDEIROS, João Bosco. Comunicação em Língua
Portuguesa. São Paulo: Atlas, 2001.
FAULSTICH, Enilde L. de J. Como ler, entender e redigir um texto. Brasília: Vozes, 1997.
GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. São Paulo: Scipione, 1995.
__________. Redação: humor e criatividade. São Paulo: Scipione, 1997.
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1997.
MARTINS, Dileta Silveira Martins e ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental.
Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1994.
PELLEGRINI, Tânia & FERREIRA, Marina. Redação: palavra e arte. São Paulo: Atual, 1999.
PLATAO& FIORIN. Para entender o texto. São Paulo: Ática, 2003.
_________. Lições de texto: Leitura e redação. São Paulo: Ática, 1997.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez,
2002.

REFERÊNCIAS 65
CURRÍCULO
Guilherme Brito de Lacerda

Professor titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE,


campus Juazeiro do Norte, onde coordena o NAPNE - Núcleo de Atendimento a Pessoas com
Necessidades Especiais e a CCC - Comissão Coordenadora de Concursos. É representante
do corpo docente no CONSUP do IFCE. Graduado em Letras pela Universidade Regional do
Cariri-URCA, possui especialização em Língua Portuguesa pela mesma Universidade e em
Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva pelo IFMT.

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