Apostila Iff
Apostila Iff
Apostila Iff
Professor EBTT
Língua Portuguesa
Leitura e compreensão de textos: informações explícitas e implícitas. Leitura e análise de textos de
diferentes gêneros textuais. Linguagem verbal e não verbal. Mecanismos de produção de sentidos nos textos:
metáfora, metonímia, paralelismo, ambiguidade, citação. ............................................................................................. 1
Ortografia oficial. ................................................................................................................................................................ 8
Acentuação tônica e gráfica. .......................................................................................................................................... 12
Morfologia: estrutura e formação de palavras. Classes de palavras: emprego e funções. .............................. 14
Colocação pronominal. .................................................................................................................................................... 41
Fatores de textualidade: coesão e coerência. Dialogismo entre textos: intertextualidade e paráfrase. ...... 42
Redação Oficial: normas para composição do texto oficial. Tipos de correspondência oficial. ..................... 48
Teoria geral da frase e sua análise: orações, períodos e funções sintáticas. ...................................................... 57
Sintaxe de concordância verbal e nominal. ................................................................................................................ 68
Sintaxe de regência verbal e nominal. ......................................................................................................................... 71
Norma culta e variação linguística: estilística, sociocultural, geográfica, histórica. ......................................... 74
Crase. ................................................................................................................................................................................... 79
Sinais de pontuação em períodos simples e compostos. A pontuação e o entendimento do texto. .............. 81
Semântica: polissemia, ambiguidade, denotação e conotação, figuras e funções de linguagem, vícios de
linguagem. Características dos diferentes discursos (jornalístico, político, acadêmico, publicitário, literário,
científico, etc.) ......................................................................................................................................................................... 82
Informática Básica
Hardware e Software – conceitos básicos, sistemas operacionais: GNU/Linux e Windows 7 ou superior, . 1
Conceitos de Internet e Intranet e suas tecnologias, World Wide Web – WWW –, Navegador de Internet
(Internet Explorer 9 ou superior, Mozilla Firefox 45 ou superior, Chrome 45 ou superior); .............................. 17
Correio Eletrônico; ........................................................................................................................................................... 30
Conceitos de segurança da informação; ...................................................................................................................... 32
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ................... 36
Dispositivos de armazenamento, entrada e saída. ................................................................................................... 40
Conhecimento sobre Processador de Texto (LibreOffice Writer versão 5), Planilha eletrônica (LibreOffice
Calc versão 5), Editor de Apresentações (Impress versão 5). ..................................................................................... 44
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Fundamentos em Educação e Legislação
Trabalho e Educação. ........................................................................................................................................................ 1
Educação e inclusão social. .............................................................................................................................................. 2
A Didática e as Tendências Pedagógicas: contribuições para a formação de professores. ............................. 15
Legislação nacional para a educação profissional. ................................................................................................... 25
As tecnologias da educação e suas contribuições no processo ensino-aprendizagem. ................................... 26
Planejamento, currículo e avaliação do processo ensino-aprendizagem. .......................................................... 29
Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a organização da educação no Brasil. ........................................ 41
Organização e gestão do trabalho escolar. ................................................................................................................. 55
Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990: Do provimento, Da vacância, Da remoção e Da redistribuição; Do
regime disciplinar. ................................................................................................................................................................. 60
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988: Da educação (art. 205 ao 214);
..................................................................................................................................................................................................... 63
As disposições constitucionais aplicadas aos servidores públicos (art. 37 ao 41). .......................................... 66
Decreto n.º 1.171, de 22 de junho de 1994: Dos principais deveres do servidor público e Das vedações ao
servidor público. .................................................................................................................................................................... 76
Lei n.º 12.772, de 28 de dezembro de 2012: no que tange ao Plano de Carreira de Magistério do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico.............................................................................................................................................. 78
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LÍNGUA PORTUGUESA
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APOSTILAS OPÇÃO
implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem
ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura
eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas
entrelinhas.
Por exemplo, observe este enunciado:
Pressupostos
Para que seja possível compreender o que vem a ser Uma informação é considerada pressuposta quando um
informação explícita em um texto, é preciso compreender que enunciado depende dela para fazer sentido.
a linguagem verbal é polissêmica: um mesmo enunciado pode Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando
assumir diferentes sentidos em diferentes contextos e diferentes Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só faz sentido
leitores podem atribuir sentidos distintos a um texto, segundo se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos
Kátia Lomba Bräkling. temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso
Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que
Vejamos a interação a seguir: torna o enunciado sem sentido.
Repare que as informações pressupostas estão marcadas
Aluno: [levantando a mão] Professora, você pode me dizer através de palavras e expressões presentes no próprio enunciado
que horas são? e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado
Professora: [olha no relógio e responde] Podem guardar o “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica
material, pessoal! que a volta de Patrícia para casa é dada como certa pelo falante.
Aluno: Êba! [rapidamente, guarda o material, seguido por
outros colegas] Subentendidos
Podemos observar que o aluno não perguntou se poderia Ao contrário das informações pressupostas, as informações
guardar o material. No entanto, pela reação dele era o que queria subentendidas não são marcadas no próprio enunciado,
saber. A professora, interpretando a sua intenção, autorizou a são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como
insinuações.
guarda do material, encerrando a aula. Nesse caso, o sentido O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda
dos enunciados foi definido por fatores externos ao texto, atrás de uma afirmação, pois não quer se comprometer com ela.
autorizados pelas características da situação comunicativa e Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade
pelo conhecimento mútuo dos interlocutores sobre si mesmos e do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por
sobre as regras de convivência colocadas. enunciadores e receptores.
Se o texto tivesse sido compreendido no sentido literal – Em nosso cotidiano, somos cercados por informações
ou seja, se tivessem sido consideradas as suas informações subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos
explícitas– a resposta da professora teria que ser outra- como, e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a
por exemplo, “São cinco para as 11”. Nesse caso, as autorizações anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a
não teriam sido dadas e os alunos continuariam executando as quebra de subentendidos.
tarefas.
Podemos dizer, então, que o sentido de um texto é Fonte: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-
constituído tanto por informações que são apresentadas texto/implicitos-e-pressupostos.html (Adaptado)
explicitamente na superfície ou linearidade do texto, quanto por
outras, que se encontram implícitas. As primeiras são facilmente Questão
localizáveis no texto, pois se encontram escritas com todas as 01. Texto I
letras. Já as segundas são dependentes do repertório prévio dos
interlocutores e das características da situação comunicativa.
A capacidade de localizar informações explícitas no texto é
fundamental para a constituição da proficiência leitora e deve
ser objeto de ensino, desde os primeiros anos de escolarização,
já no processo de alfabetização. Muitos consideram essa
capacidade a mais simples de todas. No entanto, é preciso
considerar que nenhuma capacidade de leitura é mobilizada no
vazio, mas sempre em função da materialidade textual. Assim, se
o texto for mais complexo ou extenso, o processo de localização
da informação solicitada – e a decorrente atribuição de sentido -
poderá ser igualmente mais complexo.
Informações Implícitas
Muitos candidatos ao ENEM se perguntam como melhorar
sua capacidade de interpretação dos textos. Primeiramente, é
preciso ter em mente que um texto é formado por informações
explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas Época. 12 out. 2009 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem)
manifestadas pelo autor no próprio texto. As informações
Língua Portuguesa 1
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Texto II Lembre-se que existem muitos gêneros textuais, os quais
CONEXÃO SEM FIO NO BRASIL promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e
Onde haverá cobertura de telefonia celular para baixar receptor) de determinado discurso, seja uma resenha crítica
publicações para o Kindle jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante,
bilhete ou lista de supermercado; porém, faz-se necessário
considerar seu contexto, função e finalidade.
O gênero textual pode conter mais de um tipo textual, ou
seja, uma receita de bolo, apresenta a lista de ingredientes
necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto
injuntivo).
Distinguindo
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual:
Época. 12 out. 2009. (Foto: Reprodução/Enem) Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os
literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de
A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma,
anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc.
II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade
das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta,
regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que podendo ser classificado como narrativo, argumentativo,
o advento do livro digital no Brasil dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma
a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta
informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, e com a finalidade para o qual foi escrito.
por meio da distribuição virtual.
b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da Tipos de Gêneros Textuais
leitura, porém esbarra na insuficiência do acesso à internet por
telefonia celular, ainda deficiente no país. Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura; note que
c) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias
em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais tipológicas de texto. Em outras palavras, gênero textual são
gratuitamente distribuídos pela internet. estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos:
d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
país, levando em consideração as características de cada região injuntivo.
no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.
e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos
brasileiros, uma vez que as características do produto permitem
que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas.
Resposta
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa
forma, são textos repletos de adjetivos os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Língua Portuguesa 2
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Texto Dissertativo-Argumentativo Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo
um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados desse texto é informar algo que aconteceu.
pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta
persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três Fontes: http://www.todamateria.com.br/generos-textuais/
partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/
tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/genero-textual.
Editorial Jornalístico htm
Carta de opinião Questões
Resenha
Artigo 01. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE
Ensaio COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
Veja também: Texto Dissertativo. Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
Língua Portuguesa 3
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O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e
contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo da linguagem não-verbal, usando palavras escritas e figuras ao
e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos mesmo tempo.
construídos socioculturalmente. A análise dos elementos Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a analogia
constitutivos desse texto demonstra que sua função é: ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar o verbo? Se
a) vender um produto anunciado. não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e
b) informar sobre astronomia. coerente! Assim, a linguagem verbal é que se utiliza de palavras
c) ensinar os cuidados com a saúde. quando se fala ou quando se escreve.
d) expor a opinião de leitores em um jornal. A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da verbal,
e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho. não se utiliza do vocábulo, das palavras para se comunicar. O
objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer
04. Leia o texto a seguir para responder à questão: dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros meios
comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou
A outra noite seja, dos signos visuais.
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma
vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou televisionado,
táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a um bilhete? Linguagem verbal!
ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua
cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol,
cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o aviso de “não
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação de “feminino” e
o sinal fechado para voltar-se para mim: “masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. trânsito? Linguagem não verbal!
Mas, tem mesmo luar lá em cima? A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao mesmo
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e tempo, como nos casos das charges, cartoons e anúncios
torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda. publicitários.
- Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu Observe alguns exemplos:
fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente.
Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
- Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa
noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão
veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
Rubem Braga
Linguagem
Língua Portuguesa 4
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02.
Imagem indicativa de “silêncio”. O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em
oposição às outras e representa a
a) opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.
03.
Fontes: http://brasilescola.uol.com.br/redacao/linguagem.htm
http://www.infoescola.com/comunicacao/linguagem-verbal-e-
nao-verbal/
Questões
01.
Língua Portuguesa 5
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APOSTILAS OPÇÃO
IV. O cartum é uma crítica ao poema de Carlos Drummond gramatical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na
de Andrade, já que o cartunista considera o poeta pouco prático. língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para
formar um todo, porém em Gramática designa apenas um tipo
a) Apenas I está correta. de formação de palavras por composição em que a junção dos
b) II e III estão corretas. elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de
c) I e IV estão corretas. pernilongo (perna + longa).
d) II e IV estão corretas. Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais
aglutinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por
04. Sobre as linguagens verbal e não verbal, estão corretas, exemplo, que designa uma personagem de desenhos animados,
exceto: não se formou por aglutinação, mas por justaposição.
a) a linguagem não verbal é composta por signos sonoros ou Em linguagem científica é muito comum restringir-se o
visuais, como placas, imagens, vídeos etc. significado das palavras para dar precisão à comunicação.
b) a linguagem verbal diz respeito aos signos que são A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol,
formados por palavras. Eles podem ser sinais visuais e sonoros. não pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que
c) a linguagem verbal, por dispor de elementos linguísticos gira em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve
concretos, pode ser considerada superior à linguagem não para designar apenas um tipo de flor que tem a propriedade de
verbal. acompanhar o movimento do Sol.
d) linguagem verbal e não verbal são importantes, e o sucesso
na comunicação depende delas, ou seja, quando um interlocutor Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm
recebe e compreende uma mensagem adequadamente. outros implícitos (ou pressupostos).
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por
Respostas exemplo, que indica certa pessoa ou coisa, pressupondo
01. (C)\02. (E)\03. (B)\04. (C) necessariamente a existência de ao menos uma além daquela
indicada.
Sentido Literal e Sentido Não Literal Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que
nunca lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu
Literal é o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos
isto é, de acordo com o sentido geral que ela tem na maioria um livro além daquele que está sendo autografado.
dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra.
Exemplo: Questões
Língua Portuguesa 6
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APOSTILAS OPÇÃO
de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, setembro de 2013...
aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do (C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber
acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores, que o país não dispõe de recursos...
que questionam as “verdades constituídas do passado”. A (D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos
própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna – de ensino...
ciência, técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade (E) ... todas as despesas que contribuem direta e
dos mais velhos. Em termos humanos, o passado (que “nada” indiretamente para a boa pesquisa...
serve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. Enfim, resta
aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais. 03. Leia o texto para responder a questão.
O termo empregado com sentido figurado está em destaque Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido
na seguinte passagem do texto: pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o
com frequência quando se discute o tema da velhice… (segundo para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas
parágrafo). folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou
minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e desdenhosamente que na verdade aquilo era capim. Quando
vovós… (primeiro parágrafo). estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana.
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha
na modernidade o narrador da vida desapareceu. (penúltimo razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas
parágrafo). além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de
moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um
invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo). anteiro, espremido, junto do portão,numa esquina de rua – não
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas
se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto raízes roxas se agarra mao chão e suas folhas longas e verdes
parágrafo). nunca estão imóveis.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos
02. Ficção universitária encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou.
Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho
Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado
de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o mito, pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com
que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são uma força e uma alegria que fazem bem.É alguma coisa de vivo
indissociáveis. É claro que universidades que fazem pesquisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo
tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive
inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-se assim atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador
instituições que se destacam também no ensino. da Rua Júlio de Castilhos.
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma
cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em termos (Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001. Adaptado)
de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão
relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à frente em Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos
inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não decorre empregados em sentido figurado.
que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz (A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho é
de ensinar. um belo gesto da terra. (3º §)
O gasto médio anual por aluno numa das três universidades (B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim.
estaduais paulistas, aí embutidas todas as despesas que (1º §)
contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, (C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante...
incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 (2º §)
mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo (D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto
algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais. centenas de milharais... (2º §)
Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que (E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas
o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete milhões flores belas no mundo... (3º §)
de universitários em instituições com o padrão de investimento
das estaduais paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente 04. Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em
sua população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização sentido conotativo.
no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do (A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter.
Uruguai. (B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência
Isso para não mencionar países desenvolvidos como pacífica.
EUA (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na ficção (C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos
constitucional de que todas as universidades do país precisam coloridos do próprio pensamento
dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como (D) Choviam risadas naquela peça de humor.
ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a (E) A sabedoria abre as portas do conhecimento.
produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O
Brasil tem necessidade de ambas. 05.
Língua Portuguesa 7
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APOSTILAS OPÇÃO
Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as afirmações. Uso de forma indistinta entre o pronome relativo e a
I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal. conjunção integrante
II. A palavra “Garfield”, no segundo quadrinho, aparece A estudante falou com o garoto que estudava enfermagem.
isolada por vírgula por se tratar de um vocativo. Quem estuda enfermagem, a estudante ou o garoto?
III. O humor da tirinha se constrói com base, essencialmente, A estudante de enfermagem falou com o garoto;
na linguagem não verbal, já que as bruscas alterações nas feições
de Garfield levam à estranheza do leitor. ou
A estudante falou com o garoto do curso de enfermagem;
Está correto o que se afirma em:
(A) I, somente. Uso indevido de formas nominais
(B) II, somente. A moça reconheceu a amiga frequentando a academia.
(C) III, somente. Quem estava na academia? a moça ou a amiga?
(D) I e III, somente. A moça reconheceu a amiga que estava frequentando a
(E) II e III, somente. academia.
Respostas ou
01.D\02.A\03.A\04.B\05.B A moça, na academia, reconheceu a amiga.
Língua Portuguesa 8
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APOSTILAS OPÇÃO
Exceção: pajem
a A (á) b B (bê)
c C (cê) d D (dê) 2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio
e E (é) f F (efe) Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio
g G (gê ou guê) h H (agá)
i I (i) j J (jota) 3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g
k K (cá) l L (ele) Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
m M (eme) n N (ene) vertiginoso (de vertigem)
o O (ó) p P (pê)
q Q (quê) r R (erre) 4) Nos seguintes vocábulos:
s S (esse) t T (tê) algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete,
u U (u) v V (vê) hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.
w W (dáblio) x X (xis)
y Y (ípsilon) z Z (zê) Emprega-se o J:
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear
Observação: emprega-se também o ç, que representa o Exemplos:
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras. arranjar: arranjo, arranje, arranjem
despejar: despejo, despeje, despejem
Emprego das letras K, W e Y gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
Utilizam-se nos seguintes casos: enferrujar: enferruje, enferrujem
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus viajar: viajo, viaje, viajem
derivados.
Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, 2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
taylorista. Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j
derivados. Exemplos:
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
lisonjeador nojo- nojeira
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer
unidades de medida de curso internacional. jeito- ajeitar
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km
(quilômetro), Watt. 4) Nos seguintes vocábulos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
Emprego de X e Ch traje, pegajento
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo. Emprego das Letras S e Z
Exemplos: caixa, frouxo, peixe Emprega-se o S:
Exceção: recauchutar e seus derivados 1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no
radical
2) Após a sílaba inicial “en”.
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca Exemplos:
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo análise- analisar catálise- catalisador
“en-” casa- casinha, casebre liso- alisar
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título
ou origem
3) Após a sílaba inicial “me-”. Exemplos:
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão burguês- burguesa inglês- inglesa
Exceção: mecha chinês- chinesa milanês- milanesa
4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
inglesas aportuguesadas. Exemplos:
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa
5) Nas seguintes palavras:
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, Exemplos:
xingar, etc. catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
metamorfose, virose
Emprega-se o dígrafo Ch:
1) Nos seguintes vocábulos: 5) Após ditongos
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, Exemplos:
chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, coisa, pouso, lousa, náusea
mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia derivados
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem Exemplos:
da palavra. Veja os exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
gesso: Origina-se do grego gypsos quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
jipe: Origina-se do inglês jeep. repus, repusera, repusesse, repuséssemos
Língua Portuguesa 9
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APOSTILAS OPÇÃO
8) Nos seguintes vocábulos: Exemplos:
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente,
decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível,
paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Emprega-se Sç:
Emprega-se o Z: Na conjugação de alguns verbos
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no Exemplos:
radical nascer- nasço, nasça
Exemplos: crescer- cresço, cresça
deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar descer- desço, desça
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Emprega-se Ss:
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a Nos substantivos derivados de verbos terminados em “gredir”,
partir de adjetivos “mitir”, “ceder” e “cutir”
Exemplos: Exemplos:
inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão
rígido- rigidez discutir- discussão
frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- progredir- progressão t r a n s m i t i r - t r a n s m i s s ã o
surdez exceder- excesso repercutir- repercussão
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita Observações sobre o uso da letra X
Exemplos: 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita /ch/ - xarope, vexame
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os Emprego das letras E e I
exemplos: Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i /
exame exato exausto exemplo existir exótico pode não ser nítida. Observe:
inexorável
Emprega-se Ç: Emprega-se o I :
Nos substantivos derivados dos verbos “ter” e “torcer” 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir
Exemplos: Exemplos:
ater- atenção torcer- torção cair- cai
deter- detenção distorcer-distorção doer- dói
manter- manutenção contorcer- contorção influir- influi
Língua Portuguesa 10
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APOSTILAS OPÇÃO
Emprego das letras O e U c) Nos topônimos, reais ou fictícios.
Emprega-se o O/U: Exemplos:
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
algumas palavras. Veja os exemplos:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, d) Nos nomes mitológicos.
realização) Exemplos:
soar (emitir som) e suar (transpirar) Dionísio, Netuno.
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, e) Nos nomes de festas e festividades.
moleque. Exemplos:
Natal, Páscoa, Ramadã.
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua
f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.
Emprego da letra H Exemplos:
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. ONU, Sr., V. Ex.ª.
Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e
da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos,
forma devido a sua origem na forma latina hodie. políticos ou nacionalistas.
Exemplos:
Emprega-se o H: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria,
1) Inicial, quando etimológico União, etc.
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula
2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh quando são empregados em sentido geral ou indeterminado.
Exemplos: flecha, telha, companhia Exemplo:
Todos amam sua pátria.
3) Final e inicial, em certas interjeições
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc. Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo Exemplos:
elemento, se etimológico Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc. Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
Observações:
1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note que 2) Utiliza-se inicial minúscula:
nos substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.
ele não é utilizado. Exemplos:
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a
letra “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.
sempre são grafados com h. Veja: Exemplos:
herbívoro, hispânico, hibernal. janeiro, julho, dezembro, etc.
segunda, sexta, domingo, etc.
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas primavera, verão, outono, inverno
1) Utiliza-se inicial maiúscula:
a) No começo de um período, verso ou citação direta. c) Nos pontos cardeais.
Exemplos: Exemplos:
Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.” Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste,
sudoeste.
“Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança, Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os
Estandarte que à luz do sol encerra pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.
As promessas divinas da Esperança…” Exemplos:
(Castro Alves) Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Observações: Oriente (asiático)
- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o
uso da letra maiúscula. Lembre-se:
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-
Por Exemplo: se letra minúscula.
“Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo rir-me o candeeiro, Exemplo:
gozo o bem de estar sozinho “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
e esquecer o mundo inteiro.” incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa- Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:
se letra minúscula. a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
Por Exemplo: Exemplos:
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, Crime e Castigo ou Crime e castigo
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos: b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Língua Portuguesa 11
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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos: Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa.
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor pouco esta semana.
Santa Maria ou santa Maria.
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios.
c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e Traz - do verbo trazer.
disciplinas.
Exemplos: Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Português ou português Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas vultuosa e deformada.
modernas Questões
História do Brasil ou história do Brasil
Arquitetura ou arquitetura 01. Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou
até sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/ ........................ praticar atividade física..........................benefícios
fono24.php para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
Emprego do Porquê terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o
Orações avanço da idade.
Interrogativas Exemplo: (Ciência Hoje, março de 2012)
(pode ser Por que devemos nos As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
substituído por: preocupar com o meio respectivamente, com:
Por por qual motivo, ambiente? (A) porque … trás … previnir
Que por qual razão) (B) porque … traz … previnir
Exemplo: (C) porquê … tras … previnir
Equivalendo (D) por que … traz … prevenir
a “pelo qual” Os motivos por que não (E) por quê … tráz … prevenir
respondeu são desconhecidos.
02. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas
Exemplos: da frase abaixo: Não sei o _____ ela está com os olhos vermelhos,
talvez seja _____ chorou.
Você ainda tem coragem de (A) porquê / porque;
Final de
Por perguntar por quê? (B) por que / porque;
frases e seguidos
Quê (C) porque / por que;
de pontuação
Você não vai? Por quê? (D) porquê / por quê;
(E) por que / por quê.
Não sei por quê!
03.
Exemplos:
Conjunção
A situação agravou-se
que indica
porque ninguém reclamou.
explicação ou
causa
Ninguém mais o espera,
Porque porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de
Exemplos:
Finalidade –
equivale a “para
Não julgues porque não te Considerando a ortografia e a acentuação da norma-
que”, “a fim de
julguem. padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e
que”.
respectivamente, preenchidas por:
Função de (A) mal ... por que ... intuíto
Exemplos:
substantivo (B) mau ... por que ... intuito
– vem (C) mau ... porque ... intuíto
Não é fácil encontrar o
acompanhado (D) mal ... porque ... intuito
Porquê porquê de toda confusão.
de artigo ou (E) mal ... por quê ... intuito
pronome
Dê-me um porquê de sua
saída. Respostas
01. D/02. B/03. D
Língua Portuguesa 12
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APOSTILAS OPÇÃO
Regras básicas – Acentuação tônica Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
de lo, la, los, las.
A acentuação tônica implica na intensidade com que são respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de
forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As Paroxítonas:
demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
denominadas de átonas. - i, is
táxi – lápis – júri
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas - us, um, uns
como: vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
última sílaba. - ã, ãs, ão, ãos
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel ímã – ímãs – órfão – órgãos
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se - Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que
evidencia na penúltima sílaba. essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ficará mais fácil a memorização!
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
evidencia na antepenúltima sílaba. - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
água – pônei – mágoa – jóquei
Como podemos observar, mediante todos os exemplos
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas Regras especiais:
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” ( ditongos abertos),
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
observar no exemplo a seguir: palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento.
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”. Ex.:
Antes Agora
Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos;
assembléia assembleia
os demais, como átonos (que, em, de).
idéia ideia
jibóia jiboia
Os Acentos Gráficos
apóia (verbo apoiar) apoia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
ou não de “s”, haverá acento:
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex.: herói – médico – céu(ditongos abertos)
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
“o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
feiúra feiura
artigos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
Ex.:
trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
Antes Agora
derivadas de nomes próprios estrangeiros.
crêem creem
Ex.: mülleriano (de Müller)
vôo voo
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
nasais.
no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Regras fundamentais:
Repare:
Palavras oxítonas:
1-) O menino crê em você
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
Os meninos creem em você.
“em”, seguidas ou não do plural(s):
2-) Elza lê bem!
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Esperamos que os dados deem efeito!
4-) Rubens vê tudo!
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
Eles veem tudo!
ou não de “s”.
Ex.: pá – pé – dó – há
- Cuidado! Há o verbo vir:
Língua Portuguesa 13
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APOSTILAS OPÇÃO
Ele vem à tarde! 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
Eles vêm à tarde! aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando mesmo motivo que:
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: A) túnel
B) voluntário
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz C) até
D) insólito
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem E) rótulos
seguidas do dígrafo nh: Respostas
ra-i-nha, ven-to-i-nha. 1-B / 2-C / 3-B
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem Morfologia: estrutura e formação
precedidas de vogal idêntica:
de palavras. Classes de palavras:
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
emprego e funções.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
serão mais acentuadas. Ex.: Estrutura e formação das palavras
ele tem – eles têm Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a
ele vem – eles vêm (verbo vir) forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis,
responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar
deter, abster. pelo acréscimo do elemento destacável: ar.
ele contém – eles contêm Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
ele obtém – eles obtêm palavras que selecionamos, podemos depreender a existência
ele retém – eles retêm de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
ele convém – eles convêm formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento
significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes Classificação dos morfemas:
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções, Radical
como: Há um morfema comum a todas as palavras que estamos
analisando: escol-.
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do É esse morfema comum – o radical – que faz com que as
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua consideremos palavras de uma mesma família de significação –
sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua
pessoa do singular do presente do indicativo). Ex: significação principal.
Língua Portuguesa 14
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APOSTILAS OPÇÃO
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição;
morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de justaposição e aglutinação.
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; 1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que
menino/meninos; menina/meninas. formam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos:
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
plural assume a forma -es: 1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que
mar/mares; formam o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde
revólver/revólveres; sua integridade sonora: Aguardente (água + ardente), planalto
cruz/cruzes. (plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas de substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar)
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: 2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada)
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente
vogal temática. na classe gramatical.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam da conjunção porque)
três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira substantivo)
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à Outros processos de formação de palavras:
terceira conjugação.
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos
primeira conjug. segunda conjug. terceira conjug. de línguas diferentes.
govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra automóvel (auto: grego; móvel: latim)
atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse sociologia (socio: latim; logia: grego)
realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
Vogal ou consoante de ligação formacao-de-palavras-i.htm
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que - Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-
surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo se por meio da eliminação de um segmento de uma palavra
possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente
exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos:
os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros
exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, metropolitano – metrô
chaleira, tricota. extraordinário – extra
otorrinolaringologista – otorrino
Processos de formação de palavras: telefone – fone
1-) Composição pneumático – pneu
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
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APOSTILAS OPÇÃO
- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando
da, das dum, duns duma, dumas
imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-
zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá. na, nas num, nuns numa, numas
pela, pelas - -
- Siglas: As siglas são formadas pela combinação das
letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
nome. Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida
Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
por crase.
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não
ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.
manifestam:
Questões
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
“ambos”:
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
pelo mesmo processo:
A) ajoelhar / antebraço / assinatura
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
B) atraso / embarque / pesca
artigo, outros não:
C) o jota / o sim / o tropeço
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
D) entrega / estupidez / sobreviver
E) antepor / exportação / sanguessuga
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
toda uma espécie:
02. A palavra “aguardente” formou-se por:
O trabalho dignifica o homem.
A) hibridismo
B) aglutinação
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
C) justaposição
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo:
D) parassíntese
O Pedro é o xodó da família.
E) derivação regressiva
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no
03. Que item contém somente palavras formadas por
plural, são determinados pelo uso do artigo:
justaposição?
Os Maias, os Incas, Os Astecas...
A) desagradável - complemente
B) vaga-lume - pé-de-cabra
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
C) encruzilhada - estremeceu
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o
D) supersticiosa - valiosas
pronome assume a noção de qualquer.
E) desatarraxou - estremeceu
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
Respostas
(qualquer classe)
01. (B) / 2. (B) / 3. (B)
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Classes de Palavras
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
Artigo
aproximação numérica:
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
- O artigo também é usado para substantivar palavras
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
oriundas de outras classes gramaticais:
número dos substantivos.
Não sei o porquê de tudo isso.
Classificação dos Artigos
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo
cujo (e flexões).
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Este é o autor cuja obra conheço.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido
de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu
de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
matei um animal.
venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Combinação dos Artigos
Eles estavam na casa dos amigos.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e
Os marinheiros permaneceram em terra.
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
assumida por essas combinações:
Preposições Artigos - Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
- o, os
Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
a ao, aos
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de do, dos
de revistas, jornais, obras literárias.
em no, nos Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
por (per) pelo, pelos
Morfossintaxe
a, as um, uns uma, umas
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
à, às - -
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
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APOSTILAS OPÇÃO
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é
substantivo: aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
particular.
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia. Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo: LÂMPADA MALA
A) Estes são os candidatos que lhe falei.
B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera. Os substantivos lâmpada e mala designam seres com
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. existência própria, que são independentes de outros seres. São
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado. assim, substantivos concretos.
E) Muito é a procura; pouca é a oferta. Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres.
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
A) O Amazonas é um rio imenso.
B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
C) O Antônio comunicou-se com o João. real e do mundo imaginário.
D) O professor João Ribeiro está doente.
E) Os Lusíadas são um poema épico Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
etc.
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
substantivando uma palavra.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves. Observe agora:
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
C) A navalha ia e vinha no couro esticado. Beleza exposta
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana. Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
O substantivo beleza designa uma qualidade.
Respostas Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
1-B / 2-C / 3-D dependem de outros para se manifestar ou existir.
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
Substantivo observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Os substantivos abstratos designam estados, qualidades,
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos,
também nomeiam: e sem os quais não podem existir.
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
-sentimentos: raiva, amor... (sentimento).
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade... 3 - Substantivos Coletivos
-ações: corrida, pescaria... Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
abelha, mais outra abelha.
Morfossintaxe do substantivo Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra
direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar abelha...
como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas (abelhas).
funções são desempenhadas por grupos de palavras. O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
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APOSTILAS OPÇÃO
Outros exemplos: beija-flor, passatempo. b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino.
Substantivos Primitivos e Derivados freguês - freguesa
Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá... c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
formas:
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
nenhum outro dentro de língua portuguesa. - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma - troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra d) Substantivos terminados em -or:
palavra. - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Flexão dos substantivos
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa
pode sofrer variações para indicar: duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa
Plural: meninos
Feminino: menina f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final
Aumentativo: meninão por -a:
Diminutivo: menininho elefante - elefanta
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APOSTILAS OPÇÃO
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada Gênero e Significação:
preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de Muitos substantivos têm uma significação no masculino e
carochinha. outra no feminino.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: Observe:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
a personagem. o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente
personagem. de um bloco carnavalesco, manejando um bastão)
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
fotográfico Ana Belmonte. proibição de trânsito)
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n”
A histórica Ouro Preto. fazem o plural pelo acréscimo de “s”.
A dinâmica São Paulo. pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no
A acolhedora Porto Alegre. plural).
Uma Londres imensa e triste. Exceção: cânon - cânones.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”.
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APOSTILAS OPÇÃO
homem - homens. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”. e) Casos Especiais
revólver – revólveres raiz - raízes o louva-a-deus e os louva-a-deus
Atenção: O plural de caráter é caracteres. o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se o joão-ninguém e os joões-ninguém.
no plural, trocando o “l” por “is”.
quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis Plural das Palavras Substantivadas
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
maneiras: flexões próprias dos substantivos.
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis Pese bem os prós e os contras.
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. O aluno errou na prova dos noves.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural.
f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo Plural dos Diminutivos
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. acrescenta-se o sufixo diminutivo.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três animai(s) + zinhos = animaizinhos
maneiras. botõe(s) + zinhos = botõezinhos
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães farói(s) + zinhos = faroizinhos
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos tren(s) + zinhos = trenzinhos
h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o colhere(s) + zinhas = colherezinhas
látex - os látex. flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas
Plural dos Substantivos Compostos papéi(s) + zinhos = papeizinhos
A formação do plural dos substantivos compostos depende nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam funi(s) + zinhos = funizinhos
o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que pé(s) + zitos = pezitos
são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos
simples: Plural dos Nomes Próprios Personativos
aguardente e aguardentes girassol e girassóis Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
pontapé e pontapés malmequer e malmequeres que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são As Raquéis e Esteres.
ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
Algumas orientações são dadas a seguir: Plural dos Substantivos Estrangeiros
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores terminam em “s” ou “z”).
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos os shows os shorts os jazz
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras as regras de nossa língua:
os clubes os chopes
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando os jipes os esportes
formados de: as toaletes os bibelôs
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas os garçons os réquiens
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
falantes Observe o exemplo:
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
formados de: Plural com Mudança de Timbre
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- Certos substantivos formam o plural com mudança de
colônia e águas-de-colônia timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- chamado metafonia (plural metafônico).
vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante Singular Plural Singular Plural
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó)
anterior. esforço esforços ovo ovos
palavra-chave - palavras-chave fogo fogos poço poços
bomba-relógio - bombas-relógio forno fornos porto portos
notícia-bomba - notícias-bomba fosso fossos posto postos
homem-rã - homens-rã imposto impostos rogo rogos
olho olhos tijolo tijolos
d) Permanecem invariáveis, quando formados de:
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APOSTILAS OPÇÃO
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, Adjetivo
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
molho (ó) = feixe (molho de lenha). característica do ser e se relaciona com o substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa
a) Há substantivos que só se usam no singular: bondosa.
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc. Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade,
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
b) Outros só no plural: moça bondade, pessoa bondade.
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
(naipes de baralho), as fezes.
Morfossintaxe do Adjetivo:
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
bem (virtude) e bens (riquezas) de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
títulos)
Adjetivo Pátrio
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe
sentido de plural: alguns deles:
Aqui morreu muito negro. Estados e cidades brasileiros:
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Alagoas alagoano
Flexão de Grau do Substantivo Amapá amapaense
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
normal. Por exemplo: casa Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Classifica-se em: Cabo Frio cabo-friense
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que Campinas campineiro ou campinense
indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de Adjetivo Pátrio Composto
aumento. Por exemplo: casarão. Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. Observe alguns exemplos:
Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo:
diminuição. Por exemplo: casinha. Competições teuto-inglesas
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APOSTILAS OPÇÃO
Gênero dos Adjetivos o comparativo e o superlativo.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino 1) Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
somente o último elemento. No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte- comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
americana.
2) Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como Superioridade Analítico
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
político-social.
3) O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de
Número dos Adjetivos Superioridade Sintético
Língua Portuguesa 22
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APOSTILAS OPÇÃO
e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao
difícil dificílimo
mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões
doce dulcíssimo mais sólidas com o mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda.
fácil facílimo
Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
fiel fidelíssimo aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão
superlotadas.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a
é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
pode ser: Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo.
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e
Note bem: construir cadeias novas para substituir as velhas.
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão
antepostos ao adjetivo. capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo artístico.
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. (Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
A forma popular é constituída do radical do adjetivo
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, corresponde a – características de epidemias.
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
hiato i-í. A) água fluvial – água da chuva.
B) produção aurífera – produção de ouro.
Questões C) vida rupestre – vida do campo.
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
01. Leia o texto a seguir. E) costela bovina – costela de porco.
Língua Portuguesa 23
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APOSTILAS OPÇÃO
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da
oração.
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
São aqueles que substituem os substantivos, indicando Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve diretos como objetos indiretos.
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
“você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, objetos diretos.
“eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de
quem fala. Saiba que:
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
oblíquo. mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-
la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas
Pronome Reto nos exemplos que seguem:
Língua Portuguesa 24
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APOSTILAS OPÇÃO
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela A Segunda Pessoa Indireta
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico que podem ser observados no quadro seguinte:
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Pronomes de Tratamento
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
pronomes costumam ser usados desta forma: Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Não há mais nada entre mim e ti. Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. oficiais-generais
Não há nenhuma acusação contra mim. Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de
Não vá sem mim. universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Atenção: Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Há construções em que a preposição, apesar de surgir Vossa Santidade V. S. Papa
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito cerimonioso
expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso Vossa Onipotência V. O. Deus
reto.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
Não vá sem eu mandar. no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente;
originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
companhia. Observações:
Ele carregava o documento consigo. a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com relação à pessoa com quem falamos.
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou encontro.
algum numeral. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Você terá de viajar com nós todos. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Pronome Reflexivo tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-
verbo. se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. na 3ª pessoa.
Eu não me vanglorio disso. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Eles se conheceram. (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Elas deram a si um dia de folga. possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
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APOSTILAS OPÇÃO
Observe o quadro: No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
Número Pessoa Pronome ao ano presente.
singular primeira meu(s), minha(s) Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
um passado próximo.
singular segunda teu(s), tua(s) Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
singular terceira seu(s), sua(s) referindo a um passado distante.
plural primeira nosso(s), nossa(s) - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
plural segunda vosso(s), vossa(s) invariáveis, observe:
plural terceira seu(s), sua(s) Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
o objeto possuído. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
difícil. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
Observações: te indiquei.)
- mesmo(s), mesma(s):
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
alteração fonética da palavra senhor. - próprio(s), própria(s):
- Muito obrigado, seu José. Os próprios alunos resolveram o problema.
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. - semelhante(s):
Podem ter outros empregos, como: Não compre semelhante livro.
a) indicar afetividade. - tal, tais:
- Não faça isso, minha filha. Tal era a solução para o problema.
b) indicar cálculo aproximado.
Ele já deve ter seus 40 anos. Note que:
c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o salientar algum termo anterior. Por exemplo:
pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso.
Vossa Excelência trouxe sua mensagem? Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
b) O pronome demonstrativo neutro ou pode representar
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
concorda com o mais próximo. aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
Trouxe-me seus livros e anotações. O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
átonos assumem valor de possessivo. chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) de).
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
Pronomes Demonstrativos d) Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a lugar.
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
discurso. e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
A menina foi a tal que ameaçou o professor?
No espaço: f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso,
está perto da pessoa que fala. nisso, no, etc.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
fala. Pronomes Indefinidos
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto indeterminada.
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro plantadas.
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade não se quer revelar.
destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar Classificam-se em:
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
envia a mensagem). - Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar
do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São
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APOSTILAS OPÇÃO
eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
outrem, quem, tudo. expresso.
Algo o incomoda? Quem casa, quer casa.
Quem avisa amigo é.
Observe:
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões. Note que:
a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído
pronomes indefinidos adjetivos: por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), um substantivo.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco. b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para
Os pronomes indefinidos podem ser divididos verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter
em variáveis e invariáveis. Observe: várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, ou depois de determinadas preposições:
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria
nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. ambiguidade.)
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada. Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um,
qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou refere a uma oração.
qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado. Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
sua vocação natural.
Indefinidos Sistemáticos
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente,
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais,
percebemos que existem alguns grupos que criam oposição das quais.
de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/ (antecedente) (consequente)
nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém,
que se referem à pessoa, e algo/nada, que se referem à coisa; e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza. um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Essas oposições de sentido são muito importantes na
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas Emprestei tantos quantos foram necessários.
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos (antecedente)
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes
indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem Ele fez tudo quanto havia falado.
parte: (antecedente)
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
prático. f) O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são precedido de preposição.
pessoas quaisquer.
É um professor a quem muito devemos.
Pronomes Relativos (preposição)
São aqueles que representam nomes já mencionados g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
orações subordinadas adjetivas. A casa onde morava foi assaltada.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
grupo racial sobre outros. h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = que.
oração subordinada adjetiva). Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e exterior.
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema”
é antecedente do pronome relativo que. i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome - como (= pelo qual)
demonstrativo o, a, os, as. Não me parece correto o modo como você agiu semana
Não sei o que você está querendo dizer. passada.
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APOSTILAS OPÇÃO
- quando (= em que) Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame. formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo
mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de
j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam
numa só frase. o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos
fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais
O futebol é um esporte. que existam exceções _______qualquer regra, todos os estudos
O povo gosta muito deste esporte. mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem
fora dela.
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito
ocorrer a elipse do relativo “que”. geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo
A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles
(que) fumava. transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe
apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando
uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos,
Pronomes Interrogativos inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das
redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com
ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro
se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba
interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização
do conceito de amizade.
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente
assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e
preferes. “seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo
passageiros desembarcaram. Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu
que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si
Sobre os pronomes: independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas.
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
desempenha função de complemento. Vamos entender, começar a te seguir. Nós não nos conhecemos.
primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também
função exerce. Observe as orações: podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá- pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre
lo. si.
Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em:
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” <http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. estamudando-amizade-619645.shtml>.
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo. Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se
estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, se referem.
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia amizades.
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do superficial de amizade.
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou se aos pronomes eu e você.
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”)
estiver no infinitivo ou gerúndio. Quais estão corretas?
Eu desejo lhe perguntar algo. (A) Apenas I.
Eu estou perguntando-lhe algo. (B) Apenas II.
(C) Apenas III.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: (D) Apenas I e II.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente (E) I, II e III.
dos segundos que são sempre precedidos de preposição.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
estava fazendo. 03. Observe a charge a seguir.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
eu estava fazendo.
Questões
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APOSTILAS OPÇÃO
(B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
pessoas distintas. no radical ou nas desinências.
(C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no Por exemplo: faço fiz farei fizesse
poder. c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
(D) A posição dos braços do personagem na charge repete a completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.
de Cristo na cruz.
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito.
forma equilibrada. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
Respostas principais verbos impessoais são:
01. A\02. E\03. B a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
ou fazer (em orações temporais).
Verbo Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
ocorrência (nascer); desejo (querer). b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, Era primavera quando a conheci.
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Estava frio naquele dia.
verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
Estrutura das Formas Verbais escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
apresentar os seguintes elementos: deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
essencial do verbo. Por exemplo: Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
d) São impessoais, ainda:
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
São três as conjugações: indicando suficiência. Ex.:
1ª - Vogal Temática - A - (falar) Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem,
3ª - Vogal Temática - I - (partir) Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
tempo e o modo do verbo. então, pessoais.
Por exemplo: 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) possível”. Por exemplo:
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa
a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou - Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
plural). apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) A fruta amadureceu.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) As frutas amadureceram.
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a pessoais na linguagem figurada:
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver Teu irmão amadureceu bastante.
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
verbo: põe, pões, põem, etc. animais; eis alguns:
bramar: tigre
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos coaxar: sapo
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com cricrilar: grilo
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas Os principais verbos unipessoais são:
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. ser (preciso, necessário, etc.).
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
Classificação dos Verbos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
Classificam-se em: É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações conjunção que.
no radical.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
Por exemplo: canto cantei cantarei cantava cantasse fumar.)
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APOSTILAS OPÇÃO
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos,
(Sujeito: que não vejo Cláudia) vós éreis, eles eram.
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais. Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
fomos, vós fostes, eles foram.
- Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo: Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do fôramos, vós fôreis, eles foram.
indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria,
contextos. nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do Futuro do Pretérito Composto: terei sido.
indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas vós sereis, eles serão.
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.
verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é
o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a SER - Modo Subjuntivo
popularização da informática, tem sido conjugado em todos os
tempos, modos e pessoas. Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós
sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse,
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
curtas (particípio irregular). Observe: for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
Futuro Composto: tiver sido.
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular SER - Modo Imperativo
Anexar Anexado Anexo Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
vós, sejam eles.
Dispersar Dispersado Disperso Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
Eleger Elegido Eleito nós, não sejais vós, não sejam eles.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
Envolver Envolvido Envolto sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
Imprimir Imprimido Impresso
SER - Formas Nominais
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto Formas Nominais
Infinitivo: ser
Pegar Pegado Pego Gerúndio: sendo
Soltar Soltado Solto Particípio: sido
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
em sua conjugação. nós, serdes vós, serem eles.
Por exemplo:
ESTAR - Modo Indicativo
Ir Pôr Ser Saber Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais,
vou ponho sou sei eles estão.
vais pus és sabes Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós
ides pôs fui soube estávamos, vós estáveis, eles estavam.
fui punha foste saiba Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele
esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
foste seja
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu
f) Auxiliares estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles
São aqueles que entram na formação dos tempos estiveram.
compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
Futuro do Presente Composto: terei estado.
Vou espantar as moscas. Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo) estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam.
Futuro do Pretérito Composto: teria estado.
Está chegando a hora do debate.
(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio) ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que
haver. nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se
Conjugação dos Verbos Auxiliares ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles
estivessem.
SER - Modo Indicativo Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres,
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós
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APOSTILAS OPÇÃO
estiverdes, quando eles estiverem. Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes,
Futuro Composto: Tiver estado. eles têm.
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, tínhamos, vós tínheis, eles tinham.
estai vós, estejam eles. Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles. Pretérito Perfeito Composto: tenho tido.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras,
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido.
Formas Nominais Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós
Infinitivo: estar teremos, vós tereis, eles terão.
Gerúndio: estando Futuro do Presente: terei tido.
Particípio: estado Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria,
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
ESTAR - Formas Nominais Futuro do Pretérito composto: teria tido.
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APOSTILAS OPÇÃO
Observações: Veja:
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função 1. Tempos do Indicativo
sintática.
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes - Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo:
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, Eu estudo neste colégio.
são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
exercem funções sintáticas. terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi
Por exemplo: interrompido.
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto - Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido
direto) - 1ª pessoa do singular num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
Modos Verbais - Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
modos: antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma
Eu sempre estudo. composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por (forma simples)
exemplo: Talvez eu estude amanhã. - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.
exemplo: Estuda agora, menino. Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
Formas Nominais ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal,
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas os alunos já terão terminado o teste.
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, - Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por
Observe: exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
- a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo - Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) passado. Por exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) viajado nas férias.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: 2. Tempos do Subjuntivo
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro.
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que
nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira: ele vencesse o jogo.
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós) Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles) - Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente
terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha
Por exemplo: estudado bastante, não passou no teste.
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo:
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
advérbio. Por exemplo: Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
advérbio) levará as encomendas.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; ao momento atual mas já terminado antes de outro fato
na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. visitaremos.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Presente do Indicativo
- d) Particípio: quando não é empregado na formação dos 1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação / Desinência
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado pessoal
de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e CANTAR VENDER PARTIR
grau. Por exemplo: cantO vendO partO O
Terminados os exames, os candidatos saíram. cantaS vendeS parteS S
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma canta vende parte -
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
(adjetivo verbal). Por exemplo: cantaIS vendeIS partIS IS
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. cantaM vendeM parteM M
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APOSTILAS OPÇÃO
CANTAR VENDER PARTIR tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
canteI vendI partI I e pessoa correspondente.
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U 1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 1ª /2ª e 3ª conj.
cantaSTES vendeSTES partISTES STES CANTAR VENDER PARTIR
cantaRAM vendeRAM partiRAM AM cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
Pretérito mais-que-perfeito cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess. cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
1ª/2ª e 3ª conj. cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M
CANTAR VENDER PARTIR - -
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø Futuro do Subjuntivo
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.
Pretérito Imperfeito do Indicativo
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess.
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação 1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA cantaR vendeR partiR Ø
cantAVAS vendIAS partAS cantaRES vendeRES partiRES R ES
CantAVA vendIA partIA cantaR vendeR partiR R Ø
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantAVAM vendIAM partIAM cantaREM vendeREM PartiREM R EM
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APOSTILAS OPÇÃO
Infinitivo Pessoal mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar
tal função. Temos aí o que chamamos de locução adverbial,
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem
CANTAR VENDER PARTIR dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras.
cantar vender partir
cantarES venderES partirES Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
cantar vender partir circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
cantarMOS venderMOS partirMOS distintas categorias, uma vez expressas por:
cantarDES venderDES partirDES de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
cantarEM venderEM partirEM claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
Questões a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente,
01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos bondosamente, generosamente
poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
do texto. muito, por completo.
(A) sejam … mantesse de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
(B) sejam … mantivessem amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
(C) sejam … mantém doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
(D) seja … mantivessem afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
(E) seja … mantêm primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução em breve, hoje em dia
verbal em destaque expressa ação de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
(A) concluída. além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
(B) atemporal. longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
(C) contínua. alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
(D) hipotética. à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
(E) futura. ao lado, em volta
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
03. (Escrevente TJ SP Vunesp) Sem querer estereotipar, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
mas já estereotipando: trata--se de um ser cujas interações sociais de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente,
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. indubitavelmente
(C) adotar como referência de qualidade. de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
(D) julgar de acordo com normas legais. simplesmente, só, unicamente
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
Respostas de designação: Eis
1-B / 2-C / 3-E de interrogação: onde?(lugar), como?(modo),
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade),
Advérbio para quê?(finalidade)
Língua Portuguesa 34
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APOSTILAS OPÇÃO
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar.
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns
dos caminhos.
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado)
Cultura matemática
Hélio Schwartsman
(Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino
Único)
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois
tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito
advérbios: AÍ e ainda.
com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas
Considerando que advérbio é a palavra que modifica
quais os números não encontravam muito espaço, como direito,
um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando
jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente.
a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios
a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as
universitários, é considerado aceitável que um intelectual se
circunstâncias expressas por eles.
vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá
A) Lugar e negação.
da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou
B) Lugar e tempo.
dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão
C) Modo e afirmação.
recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na
D) Tempo e tempo.
manga da camisa.
E) Intensidade e dúvida.
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
02. Leia o texto a seguir.
prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo
Impunidade é motor de nova onda de agressões
para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras
técnicas.
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade
armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de
até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
repercussões.
assimilar toda a numeralha que idealmente as informa.
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da
Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria
para compreender as novas pesquisas que trazem informações
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação
relevantes para nossa saúde e bem-estar.
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher.
A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma
especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens
mecânica quântica indicam que existem universos paralelos,
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna
isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene
fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem
Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão
sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que
eficaz para exprimir as leis da física.
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não
Releia os trechos apresentados a seguir.
passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao
- Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras
cair no chão.
podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz
não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo)
que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
quebrou ao cair no chão.
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
parágrafo)
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e
ajudar a polícia na investigação.
respectivamente, circunstâncias de
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
A) afirmação e de intensidade.
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões
B) modo e de tempo.
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que
C) modo e de lugar.
eles sejam julgados e condenados.
D) lugar e de tempo.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que
E) intensidade e de negação.
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APOSTILAS OPÇÃO
Respostas De + isto = disto
1-B / 2-C / 3-B De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
Preposição De + aqui = daqui
De + aí = daí
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar De + ali = dali
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente De + outro = doutro(s)
há uma subordinação do segundo termo em relação ao De + outra = doutra(s)
primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura Em + este(s) = neste(s)
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores Em + esta(s) = nesta(s)
semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Tipos de Preposição Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente Em + isso = nisso
como preposições. Em + aquilo = naquilo
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, A + aquele(s) = àquele(s)
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
gramaticais que podem atuar como preposições. Dicas sobre preposição
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto. 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal
oblíquo e artigo. Como distingui-los?
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. - Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular
acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, e feminino.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por A dona da casa não quis nos atender.
trás de. Como posso fazer a Joana concordar comigo?
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da um tratamento adequado.
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/
Esse processo de junção de uma preposição com outra ou a função de um substantivo.
palavra pode se dar a partir de dois processos: Temos Maria como parte da família. / A temos como parte
da família
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
preposição a + artigos definidos o, os Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
a + o = ao
preposição a + advérbio onde 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
a + onde = aonde preposições:
Destino = Irei para casa.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Modo = Chegou em casa aos gritos.
Lugar = Vou ficar em casa;
Preposição + Artigos Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
De + o(s) = do(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + a(s) = da(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + um = dum Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o
De + uns = duns tratamento.
De + uma = duma Instrumento = Escreveu a lápis.
De + umas = dumas Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
Em + o(s) = no(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Em + a(s) = na(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
Em + um = num Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
Em + uma = numa Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Em + uns = nuns Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
Em + umas = numas Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
A + à(s) = à(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Por + o = pelo(s) Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
Por + a = pela(s)
Questões
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s) 01. Leia o texto a seguir.
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s) “Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s) João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
De + essa(s) = dessa(s) meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos
De + aquele(s) = daquele(s) preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros,
De + aquela(s) = daquela(s) grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos
Língua Portuguesa 36
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APOSTILAS OPÇÃO
em comum: tabuleiros e peças de xadrez. 03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula expressa ideia de finalidade.
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade. 957,70 para R$ 1.915,40.
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que
duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada, o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate, comprovar o crime.
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha o exame clínico”...
vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz
maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos. Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”.
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade
que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar policial de dizer quem está embriagado...
a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de
Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado Respostas
o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi 1-B / 2-B / 3-B
implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória Conjunção
não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como
estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
ao bom comportamento”. amiguinhas.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças
no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, amiguinhas
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e
pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
atitude”. segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”.
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o Observe: Gosto de natação e de futebol.
egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair ligando termos de uma mesma oração.
sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho
Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que- ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado)
Morfossintaxe da Conjunção
No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
termo em destaque expressa relação de propriamente uma função sintática: são conectivos.
A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar
do projeto “Xadrez que liberta”. Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções
B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo Subordinativas
de falar.
C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para Conjunções coordenativas
termos mais chances de vencer o torneio de xadrez. Dividem-se em:
D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou
muito feliz, porque eu não esperava. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir Ex. Gosto de cantar e de dançar.
a revisão da minha pena. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
não só...como também.
02. Considere o trecho a seguir.
O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio, - ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade de compensação.
no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham, Ex. Estudei, mas não entendi nada.
é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
instituição. todavia, no entanto, entretanto.
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APOSTILAS OPÇÃO
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. explicativa.
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes porque não havia cemitério no local.”
do verbo), porquanto. a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
Conjunções subordinativas verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-
- CAUSAIS la é colocá-la no início do período, introduzida pela
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
vez que, como (= porque). Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. em outra cidade.
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
- COMPARATIVAS dependentes uma da outra.
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que. Questões
Ela fala mais que um papagaio.
01. Leia o texto a seguir.
- CONCESSIVAS A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em
mesmo que, apesar de, se bem que. disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou
até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem
cansada) rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos
Apesar de ter chovido fui ao cinema. ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços
de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô,
- CONFORMATIVAS o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de
Principais conjunções conformativas: como, segundo, Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
conforme, consoante um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no
Cada um colhe conforme semeia. passado.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor
- CONSECUTIVAS da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para
Expressam uma ideia de consequência. os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam
“tão”, “tamanho”). que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando
Falou tanto que ficou rouco. a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos,
as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de
- FINAIS concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem
Expressam ideia de finalidade, objetivo. de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão
Todos trabalham para que possam sobreviver. saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu
(=para que), que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical.
- PROPORCIONAIS (Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos,
ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
- TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o
que. elemento grifado pode ser substituído por:
Quando eu sair, vou passar na locadora. A) Porém.
B) Contudo.
Importante: C) Todavia.
D) Entretanto.
Diferença entre orações causais e explicativas E) Conquanto.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA) 02. Observando as ocorrências da palavra “como” em –
e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos Como fomos programados para ver o mundo como um lugar
com a dúvida de como distinguir uma oração causal de uma ameaçador… – é correto afirmar que se trata de conjunção
explicativa. Veja os exemplos: (A) comparativa nas duas ocorrências.
(B) conformativa nas duas ocorrências.
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser (C) comparativa na primeira ocorrência.
atropelado”: (D) causal na segunda ocorrência.
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou (E) causal na primeira ocorrência.
uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes 03. Leia o texto a seguir.
uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que
vêm marcadas por vírgula. Participação
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar
b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de
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APOSTILAS OPÇÃO
nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação um estado da alma decorrente de uma situação particular, um
junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é momento ou um contexto específico. Exemplos:
simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes” Ah, como eu queria voltar a ser criança!
de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela
expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um O significado das interjeições está vinculado à maneira
convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita
é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis. o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
enunciação. Exemplos:
Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta Psiu!
estrofe: contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua;
“Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
vida ou morte − será arte?” espere!”
Psiu!
O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte contexto: alguém pronunciando essa expressão em um
na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse silêncio!”
verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão puxa: interjeição; tom da fala: euforia
particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se puxa: interjeição; tom da fala: decepção
mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa
identidade social. As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação, tristeza, dor, etc.
de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa Você faz o que no Brasil?
hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção. Eu? Eu negocio com madeiras.
(Belarmino Tavares, inédito) Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma Cuidado! Saia da minha frente.
relação de causa e efeito: As interjeições podem ser formadas por:
A) ser poeta e militante político / confronto entre a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
subjetividade e atuação social b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
B) ser poeta e militante político / divisão permanente em c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
cada um de nós bolas!
C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que
E) participar ativamente da política / formular hipóteses uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
com ar de convicção Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Respostas Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
1-E / 2-E / 3-A
Classificação das Interjeições
Interjeição
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Atenção!, Olha!, Alerta!
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
mais elaboradas. Observe o exemplo:
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
raiva se traduz numa palavra: Droga!
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
- Desculpa: Perdão!
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
Eh!
ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
Ora!
sentença.
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
Veja os exemplos:
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Bravo! Bis!
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
bravo e bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
bom! Repitam!»
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me,
“Estou com dor!”
Deus!
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
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não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, Numeral
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições Numeral é a palavra que indica os seres em termos
sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
não se trata de um processo natural dessa classe de palavra, em determinada sequência.
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Eu quero café duplo, e você?
Locução Interjetiva
[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo
“fila”]
Ora bolas!
Quem me dera!
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
Virgem Maria!
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a
Meu Deus!
expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata
Ai de mim!
de numerais, mas sim de algarismos.
Valha-me Deus!
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Graças a Deus!
ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
Alto lá!
consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção
Muito bem!
ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
ambos(as), novena.
Observações:
Classificação dos Numerais
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
exemplo:
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
Ué! = Eu não esperava por essa!
um, dois, cem mil, etc.
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
primeiro, segundo, centésimo, etc.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
podem aparecer como interjeições.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Viva! Basta! (Verbos)
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada:
Fora! Francamente! (Advérbios)
dobro, triplo, quíntuplo, etc.
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
Leitura dos Numerais
porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Socorro!
Separando os números em centenas, de trás para frente,
Ajudem-me!
obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
Silêncio!
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos
Fique quieto!
usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
e seis.
que exprimem ruídos e vozes.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Flexão dos numerais
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc.
depois do “ó” vocativo.
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
primeira segunda milésima
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
primeiros segundos milésimos
diminutivo ou no superlativo.
primeiras segundas milésimas
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Interjeições, leitura e produção de textos
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam
em funções substantivas:
Usadas com muita frequência na língua falada informal,
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
flexionam-se em gênero e número:
disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Teve de tomar doses triplas do medicamento.
- como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos -
Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso
partes
das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma
e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas.
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos
racional fazem das interjeições presença constante nos textos
numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
publicitários.
É o que ocorre em frases como:
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
“Me empresta duzentinho...”
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O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda C) fracionários;
divisão de futebol) D) romanos;
E) Nenhuma das alternativas.
Emprego dos Numerais
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em 02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem
que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a empregados.
partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
substantivo: B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
Ordinais Cardinais C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis) E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) 03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três) são, respectivamente
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno,
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal nongentésimo
até nono e o cardinal de dez em diante: B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um
e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente Respostas
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez 1-B / 2-D / 3-B
referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
da solidariedade. Ambos agora participam das atividades Colocação pronominal.
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Colocação dos Pronomes Oblíquos
um primeiro - - Átonos
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a
quatro quarto quádruplo quarto colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais
cinco quinto quíntuplo quinto oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se
seis sexto sêxtuplo sexto referem.
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe,
nove nono nônuplo nono lhes, nos e vos.
dez décimo décuplo décimo O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
onze décimo primeiro - onze avos oração em relação ao verbo:
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos 1. próclise: pronome antes do verbo
catorze décimo quarto - catorze avos 2. ênclise: pronome depois do verbo
quinze décimo quinto - quinze avos 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos Próclise
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
vinte vigésimo - vinte avos - Palavras com sentido negativo:
trinta trigésimo - trinta avos Nada me faz querer sair dessa cama.
quarenta quadragésimo - quarenta avos Não se trata de nenhuma novidade.
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos - Advérbios:
setenta septuagésimo - setenta avos Nesta casa se fala alemão.
oitenta octogésimo - oitenta avos Naquele dia me falaram que a professora não veio.
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo - Pronomes relativos:
duzentos ducentésimo - ducentésimo A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
trezentos trecentésimo - trecentésimo Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo - Pronomes indefinidos:
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo Quem me disse isso?
setecentos septingentésimo - septingentésimo Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo - Pronomes demonstrativos:
ou noningentésimo - nongentésimo Isso me deixa muito feliz!
mil milésimo - milésimo Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo - Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
Questões indicado à pesquisa escolar.
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais”
temos exemplos de numerais: - Conjunção subordinativa:
A) ordinais; Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
B) cardinais;
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APOSTILAS OPÇÃO
Ênclise Respostas
01. D/02. E/03. C
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A Fatores de textualidade: coesão
ênclise vai acontecer quando: e coerência. Dialogismo entre
- O verbo estiver no imperativo afirmativo:
Amem-se uns aos outros.
textos: intertextualidade e
Sigam-me e não terão derrotas. paráfrase.
02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em Devagar.. as janelas olham.
“Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo Eta vida besta, meu Deus.”
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser (Andrade, 1973, p. 67)
(A) Basta apresenta-lo.
(B) Basta apresentar-lhe. Apesar da aparente falta de nexo, percebe - se nitidamente
(C) Basta apresenta-lhe. a descrição de uma cidadezinha do interior: a paisagem rural,
(D) Basta apresentá-la. o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar
(E) Basta apresentá-lo. das janelas tudo o que se passa lá fora. No plano sintático, a
primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nomi¬nais
03. Em qual período, o pronome átono que substitui o (cantar pode ser verbo ou substantivo os meu cantares = as
sintagma em destaque tem sua colocação de acordo com a minhas canções); as demais, não apresentam coesão uma frase
norma-padrão? não se relaciona com outra, mas, pela forma de apresentação,
(A) O porteiro não conhecia o portador do embrulho – colaboram para a coerência do texto.
conhecia-o
(B) Meu pai tinha encontrado um marinheiro na praça Mauá “Do outro lado da parede”
– tinha encontrado-o.
(C) As pessoas relatarão as suas histórias para o registro no Meu laço de botina.
Museu – relatá-las-ão. Recebi a tua comunicação, escrita do beiral da viragem
(D) Quem explicou às crianças as histórias de seus sempieterna. Foi um tiro no alvo do coração, se bem que ele já
antepassados? – explicou-lhes. esteja treinado.
(E) Vinham perguntando às pessoas se aceitavam a ideia de A culpa de tudo quem temna é esse bandido desse coronel do
um museu virtual – Lhes vinham perguntando. Exército Brasileiro que nos inflicitou.
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APOSTILAS OPÇÃO
Reflete antes de te matares! Reflete Joaninha. Principalmente consegue pelo conhecimento dos significados possíveis de
se ainda é tempo! És uma tarada. cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao sejam
Quando te conheci, Chez Hippolyte querias falecer dia e noite. devidos à impropriedade do vocabulário e ao mau emprego
Enfim, adeus. dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase
Nunca te esquecerei. Never more! Como dizem os corvos.” ou período a outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do
João da Slavonia vocabulário, colhidos em redações sobre censura e os meios de
(Andrade, O., 1971, p. 201202) comunicação e outras.
Embora as frases sejam sintaticamente coesas, nota - se que, “Nosso direito é frisado na Constituição.”
neste texto, não há coerência, não se observa uma linha lógica Nosso direito é assegurado pela Constituição.
de raciocínio na expressão das ideias. Percebese vagamente “Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar
que a personagem João Slavonia teria recebido uma mensagem exposta.”
de Joaninha (Recebi a tua comunicação), ameaçando cometer Estabelecer os limites aos quais a programação deveria
suicídio (Reflete antes de te matares!). A última frase contém estar sujeita.
uma alusão ao poema “O corvo”, de Edgar Alan Poe.
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
A respeito das relações entre coerência e coesão, Guimarães A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias
diz: sensacionalistas ou punir os meios de comunicação que
veiculam tais notícias.
“O exposto autorizanos a seguinte conclusão: ainda que
distinguiveis (a coesão diz respeito aos modos de interconexão “Retomada das rédeas da programação.”
dos componentes textuais, a coerência refere - se aos modos como Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz
os elementos subjacentes à superfície textual tecem a rede do respeito a programação.
sentido), trata - se de dois aspectos de um mesmo fenômeno a
coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices “Os meios de comunicação estão sendo apelativos,
no processamento da articulação do texto.” vulgarizando e deteriorando indivíduos.”
Os meios de comunicação estão recorrendo a expedientes
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela grosseiros vulgarizando o nível dos programas e desrespeitando
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem os telespectadores.
nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de
cada pessoa, aliada à competência linguística, que permitirá a “A discussão deste assunto é inerente à sociedade.”
expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo A discussão deste assunto é tarefa da sociedade (compete à
de codificação referido na página... Deduz - se daí que é difícil, sociedade).
senão impossível, ensinar coerência textual, intimamente
ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A “Na verdade, daquele autor eles pegaram apenas a
coesão, porém, refere - se à expressão linguística, aos processos nomenclatura...”
sintáticos e gramaticais do texto. Na verdade, daquele autor eles adotaram (utilizaram)
apenas a nomenclatura...
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
“A ordem e forma de apresentação dos elementos das
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um referências bibliográficas são mostradas na NBR 6023 da ABNT”
texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada (são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT).
relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as
ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas
coisa bate com outra”). vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redigir,
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimentos
vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de
gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do determinada palavra, mas não sabe empregála adequadamente,
vocabulário, tem-se a coesão lexical. isso ocorre frequentemente com o emprego dos conectivos
(preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições
Coerência ligam nomes ou sintagmas nominais no interior das frases e
que as conjunções ligam frases dentro do período; é necessário
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão verdade que, na maioria das vezes, o emprego inadequado dos
conceitual; conectivos remete aos problemas de regência verbal e nominal.
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo,
com o aspecto global do texto; Exemplos:
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar
Coesão contra os meios de comunicação; os meios de comunicação sofrem
a ação verbal, são coagidos.
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; “Coação dos meios de comunicação” significa que os meios de
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; comunicação é que exercem a ação de coagir.
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
componentes do texto; “Estar inteirada com os fatos” significa participação,
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das interação.
frases. “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos
fatos, estar informada.
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou
compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias “Ir ao encontro” quer dizer concordar.
neles contidas. As estruturas frasais devem ser coerentes
e gramaticalmente corretas, no que respeita à sintaxe. O “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias”
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se significa a liberdade não é ameaça;
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APOSTILAS OPÇÃO
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”, Essas e outras frases foram observadas em redações, quando
isto é, a liberdade fica ameaçada. foi proposto o seguinte tema:
“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela aceitava “Imagine a seguinte situação:
as desculpas que Mário lhe dava, mas depois deixou de acreditar hoje você está completando dezoito anos.
nele). Nesta data, você recebe pelo correio uma folha de papel em
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em branco, num envelope em seu nome, sem indicação do remetente.
princípio, faremos a reunião na quartafeira quer dizer que a Além disso, você ganha de presente um retrato seu e um disco.
reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver Reflita sobre essa situação.
possibilidade, porém admite a ideia de mudar a data).
“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, sou A partir da reflexão feita, redija um texto em prosa, sem
contra o racismo). ultrapassar o espaço reservado para redação no caderno de
respostas.”
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um
dicionário de verbos e regimes, pois muitos verbos admitem Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um época, a falta de coerência, as frases sem clareza, pelo mau
significado específico. Lembrese, a propósito, de que as dúvidas emprego dos conectivos, como as seguintes:
sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar - se
crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema “Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois
refere - se à regencia nominal e verbal. concluo que nunca deveria esquecer minha infância.”
Exemplos: Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é
conclusão da outra, nem ao menos estão relacionadas e gozado
O verbo assistir admite duas regências: deveria ser substituído por engraçado ou estranho.
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar
assistência (O médico assiste o doente): “A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao repete sempre a mesma música.”
jogo da seleção). A primeira frase não tem sentido e a segunda não se
relaciona com a primeira. O conectivo “mas” deveria sugerir
Inteirar o/a (transitivo direto) significa completar (Inteirei o ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não se
dinheiro do presente). percebe relação entre “o disco repete sempre a mesma música” e
Inteirar do (transitivo direto e indireto), significa informar a primeira frase.
alguém de..., tomar ou dar conhecimento de algo para alguém
(Quero inteirála dos fatos ocorridos...). “Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera
trazerme uma encomenda.”
Pedir o (transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o Observase o emprego de no qual por o qual, melhor ainda
jornal do dia). ficaria que, simplesmente: era apenas o correio que viera
Pedir que contém uma ordem (A professora pediu que trazerme uma encomenda.
fizessem silêncio).
Pedir para pedir permissão (Pediu para sair da classe); Por outro lado, não mereceram comentários nem apareceram
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu nos jornais boas redações como a que se segue:
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo
a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá - lo); pode “A vida hoje me cumprimentou, mandoume minha fotografia
significar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de garoto, com olhos em expectativa admirando o mundo. Este
de salário). mundo sem respostas para os meus dezoito anos. Mundo carta
sem remetente, carta interrogativa para moço que aguarda o
O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar futuro, saboreando o fruto do amanhã.
à falta de coesão gramatical. Frequentemente, empregase no Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de
qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do passos marchando para o futuro, ao som de melodias de cirandas
texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. esquecidas do meninomoço de outrora, e do moçohomem de hoje,
Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam os seguintes que completa dezoito anos.
exemplos: Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente
que me comunica a vida. Vejo, na fotografia de mim mesmo, o
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta e
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o com seu espírito ambicioso, os frutos do destino.
qual) estava sem remetente). E a música dos passosfuturos na cadência do menino que
deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre as dificuldades, a minha
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da consagração futura do homem, que vencerá o destino e será uma
sensibilidade...” afirmação dentro da sociedade.” C. G.
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178)
(palavras cheias de sensibilidade).
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das
“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco onde frases, aconselhase levar em conta as seguintes sugestões para
atribui muitos significados”: havia apenas um papel em branco o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções,
ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar no qual). preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação
“Havia recebido um envelope em meu nome e que não portava sintática se faz por meio de conjunções adversativas: mas, porém,
destinatário, apesar que em seu conteúdo havia uma folha em todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto).
branco. ( .. )” Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar de locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada
não ligar corretamente as duas frases, não faz sentido, as frases à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que,
deveriam ser coordenadas por e: não portava destinatário e em conquanto, posto que, a despeito de, não obstante.
seu interior havia uma folha ou: havia recebido um envelope em A articulação sintática de causa pode ser feita por meio
meu nome, que não portava destinatário, cujo conteúdo era uma de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por
folha em branco. isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser
empregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por
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causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência (D) dúvida.
de, por motivo de, por razões de. (E) quantidade.
O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o
time ganhar esse jogo, será campeão. Podese também expressar 3. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014).
condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde Assinale a alternativa em que a seguinte passagem – Mas o
que, a menos que, a não ser que. vento foi mais ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) –
O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de está reescrita com o acréscimo de um termo que estabelece uma
expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros para relação de conclusão, consequência, entre as orações.
que a economia se estabilize” ou para a economia se estabilizar. (A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papel se perdeu.
“Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros (B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu.
articuladores que expressam finalidade: afim de, com o propósito (C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu
de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o (D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se perdeu.
fito de, com o intuito de. (E) mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu.
A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos
articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por 4. (PREFEITURA DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA –
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir UPENET/2014). Observe o fragmento de texto abaixo:
mais um argumento a favor de determinada conclusão “Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado
empregase ainda. Os articuladores, aliás, além do mais, além justamente na hora da prova?”
disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, Sobre ele, analise as afirmativas abaixo:
apresentado como um acréscimo, para justificar de forma
incontestável o argumento contrário. I. O termo “Mas” é classificado como conjunção subordinativa
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou e, nesse contexto, pode ser substituído por “desde que”.
desenvolvimento do que foi dito empregamse os articuladores: II. Classifica-se o termo “quando” como conjunção
isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal.
aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do III. Acentua-se o “u” tônico do hiato existente na palavra
discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, “conteúdo”.
e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada. IV. Os termos “conteúdo”, “hora” e “prova” são palavras
Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação invariáveis, classificadas como substantivos.
entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa Está CORRETO apenas o que se afirma em:
escala achamse: mesmo, até, até mesmo; outros situamse no (A) I e III.
plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo. (B) II e IV.
(C) I e IV.
Questões (D) II e III.
(E) I e II.
1. (CONAB - CONTABILIDADE - IADES - 2014). Assinale
a alternativa que preserva as relações morfossintáticas e 5. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE
semânticas do período “Diante de sua rápida adaptação ao AMBULÂNCIA – FGV/2014).
solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado,
transformando-se em um dos principais itens de exportação, Dificuldades no combate à dengue
desde o Império até os dias atuais.” (linhas de 3 a 6).
(A) Em face de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São
produto adquiriu importância no mercado, porém transformou- Paulo. Só este ano, já foram registrados cerca de 15 mil casos da
se em um dos principais itens de exportação, desde o Império doença, segundo dados da Prefeitura.
até os dias atuais. As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe
(B) O produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo um protocolo para identificar os focos de reprodução do
e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas
em um dos principais itens de exportação, desde o Império até quando alguém fica doente e avisa as autoridades, não é bem
os dias atuais. isso que acontece.
(C) O produto, por sua rápida adaptação ao solo e ao clima, (Saúde Uol).
adquiriu importância no mercado, todavia, desde o Império até “Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano
os dias atuais, transformou-se, consequentemente, em um dos (A) em que apareceu a dengue pela primeira vez.
principais itens de exportação. (B) em que o texto foi produzido.
(D) Face sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto (C) em que o leitor vai ler a reportagem.
adquiriu importância no mercado, e, conquanto, transformou-se (D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo.
em um dos principais itens de exportação, desde o Império até (E) em que começaram a ser registrados os casos da doença.
os dias atuais.
(E) O produto transformou-se, desde o Império até os dias Respostas
atuais, em um dos principais itens de exportação por que sua 1. (B)
adaptação ao solo e ao clima foi rápida. O item que reproduz o enunciado de maneira adequada é: O
produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo e ao clima,
2. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014). Leia o adquiriu importância no mercado e transformou-se em um dos
trecho do primeiro parágrafo para responder à questão. principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
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APOSTILAS OPÇÃO
II. Classifica-se o termo “quando” como conjunção Nossas várzeas têm mais flores,
subordinativa que exprime circunstância temporal = correta Nossos bosques têm mais vida,
III. Acentua-se o “u” tônico do hiato existente na palavra Nossa vida mais amores.
“conteúdo” = correta
IV. “Os termos “conteúdo”, “hora” e “prova” são palavras Em cismar, sozinho, à noite,
invariáveis, classificadas como substantivos = são substantivos, Mais prazer encontro eu lá;
mas variáveis (conteúdos, horas e provas. Lembrando que Minha terra tem palmeiras,
“prova” e “provas” podem ser verbo: Ele prova todos os doces! Onde canta o Sabiá.
Tu provas também?)
Minha terra tem primores,
5. (B) Que tais não encontro eu cá;
O ano em questão corresponde ao ano em que foi feita a Em cismar — sozinho, à noite —
matéria. Mais prazer encontro eu lá;
Intertextualidade Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Diálogo entre dois ou mais textos, que não precisam ser
necessariamente de um mesmo gênero, a intertextualidade é Não permita Deus que eu morra,
um fenômeno que pode manifestar-se de diferentes maneiras. Sem que eu volte para lá;
Essa ocorrência pode ser implícita ou explícita, feita por meio Sem que desfrute os primores
de paródia ou por meio da paráfrase. O que esses variados tipos
têm em comum? Todos eles resgatam referências nos chamados Que não encontro por cá;
textos-fonte, que são aqueles textos considerados fundamentais Sem qu’inda aviste as palmeiras,
em uma cultura. Onde canta o Sabiá.
Para que você entenda melhor o conceito de intertextualidade,
basta analisar a estrutura da palavra: inter é um sufixo de origem Canto de regresso à pátria
latina e faz referência à noção de relação. Por isso, é correto (Oswald de Andrade)
afirmar que a intertextualidade refere-se às relações entre os Minha terra tem palmares
textos, assim como é correto afirmar que todo texto, em maior Onde gorjeia o mar
ou menor grau, é um intertexto, e isso acontece em virtude das Os passarinhos daqui
relações dialógicas firmadas. Veja só um exemplo: Não cantam como os de lá
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APOSTILAS OPÇÃO
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro
A intertextualidade se encontra presente nos anúncios Meus heróis morreram de overdose
publicitários: esse da ilustração se trata de uma marca de um Meus inimigos estão no poder
produto de limpeza (Bombril) Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
(Cazuza e Roberto Frejat)
eu quero paz:
uma trégua do lilás-neon-Las Vegas
profundidade: 20.000 léguas
“se queres paz, te prepara para a guerra”
A intertextualidade fazendo alusão à pintura “se não queres nada, descansa em paz”
“luz” - pediu o poeta
Aqui temos a intertextualidade realizada entre a criação de (últimas palavras, lucidez completa)
Matt Groening, criador dos Simpsons, e a obra A persistência da depois: silêncio
memória, de Salvador Dalí.
Ao analisarmos todos esses exemplos, chegamos à conclusão esqueça a luz... respire o fundo
de que intertextualidade se conceitua como o diálogo que se eu sou um déspota esclarecido
estabelece entre os textos verbais e não verbais. nessa escura e profunda mediocracia.
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APOSTILAS OPÇÃO
02. (B) - Na letra da canção há uma referência a um famoso Conceito de paráfrase
provérbio latino: si uis pacem, para bellum, cuja tradução é Se “Fazer a paráfrase do texto ou escrita.”Assim como explicado
queres paz, te prepara para a guerra, exemplificando, assim, no dicionário da língua espanhola, o conceito que nos interessa
aquilo que chamamos de intertextualidade implícita, pois não agora: paráfrase. Uma vez que desta forma sua definição não
foi feita a citação do texto-fonte. muito limpa, é necessário que descobrimos qual é o significado
da paráfrase de termo.
Paráfrase Em grego, originou-se a esta palavra especificamente na
União de um prefixo, o que significou proximidade, e um termo
Significado de paráfrase que veio a ser traduzido a dicção bem como expressão.
Paráfrase, em sentido estrito, é a explicação do conteúdo de Esse substantivo deu origem à Latina paraphrasis e assim
um discurso para esclarecê-la em todos os seus aspectos. veio para o atual que vem a ser definido como reescrever a que é
A palavra espanhola ‘paráfrase’ vem do latim ‘paraphrăsis’, feita de um determinado texto, mas sem copiá-lo ou reproduzi-
que por sua vez vem do grego ‘παράφρασις’: imitação do texto lo, mas através de uma outra língua, que geralmente tende a ser
original, que imita sem reproduzi-lo, usando outro idioma, muito mais fácil.
geralmente mais homólogos. Dada esta análise que fizeram, é claro que quando usamos o
Paráfrase também é a ‘Tradução’ que dá uma visão clara conceito de paráfrase que estamos fazendo é tentando explicar
e didática do mesmo texto ao texto.Para tradução tem não que a expressão de que alguém está fazendo pega um texto, por
deve ser entendido aqui mudar de um idioma para outro, exemplo, mas de forma diferente, usando suas próprias palavras.
necessariamente, mas a reescrita do texto original.
Mas o termo que discutimos tem um segundo significado.
Tipos de paráfrase Para que ele serve também para divulgar que o que uma pessoa
Mecânica paráfrase: substitui sinônimos, alternativos está realizando é um comentário ou uma explicação de um
frases ou expressões que aparecem em um texto, com mínimas específico por escrito para, assim, esclarecer seu significado.
alterações sintáticas.
Paráfrase construtiva: dado a sentença, dando lugar a outro O que é paráfrase
com características muito diferentes e ainda mantendo o mesmo A noção de paráfrase é usada para designar uma exposição
significado. ou explicação que é executada em uma mensagem para tornar
Ele faz uso de parafraseando na exegese de textos literários. isso mais fácil de entender.Para essa ação é conhecido como
Por exemplo, Fray Luis de León fez versões paraphrastic de paráfrase.
cantar as músicas e o livro de Jó, pertencentes tanto ao Antigo Parafraseando, portanto uma pessoa executa uma paráfrase
Testamento. de um discurso, seja oral ou escrita.o assunto tenta respeitar o
Além disso, ele recorre parafraseando traduções de uma original significado de informação, embora substituindo suas
língua para outra. palavras, sua sintaxe e outros elementos.
Eles também são considerados paráfrases a prosed do verso Por exemplo: “Eu vou parafrasear o Presidente, que disse
e a versificação da prosa. que a educação é a solução para qualquer problema ou algo
É também um recurso de ensino e, portanto, um meio de semelhante”, “O Professor advertiu na conferência eu iria
aquisição de conhecimento: parafrasear a vários cientistas e participantes sugeridos, depois
• Esta figura de linguagem é explorada para o exercício de da aula, buscando os textos originais”, “o futebolista chocou
elaboração. Parafraseando o treinador da equipa adversária”.
• Professores e alunos fazem uso da paráfrase quando é usual que um jornalista decidi parafrasear qualquer
assimilar o conteúdo de uma lição primeiro e, em seguida, personalidade no momento de narrar uma história.Se o repórter
expressá-lo com palavras diferentes, tentando que nada de deve consultar o discurso proferido por um ministro do governo,
essencial for omitido pelo mesmo. é susceptível de não realizar quase nenhum citações textuais,
Também é um recurso que é baseado no uso de sinônimos mas que você parafrasear os conceitos mais importantes (ou
para evitar repetições.No caso de palavras sem um equivalente, seja, transmite com suas próprias palavras).
pode ser substituídas por uma frase ou uma sentença. Professores, por outro lado, geralmente parafraseiem autores
Por outro lado, o método alternativo de resolução de que tomam como referência para explicar um determinado
conflitos, um dos principais recursos do mediador ou do tema.Um Professor de biologia, por exemplo, pode parafrasear
conciliador é paráfrase: repetiu o que disse uma das partes em aCharles Darwin para explicar a teoria da evolução.Até os
conflito, mas com outras palavras. materiais de estudo que alunos de uso não inclui todos os textos
originais,: por outro lado, breves citações e longos parágrafos de
Definição de paráfrase paráfrase que explicam as principais idéias apresentadas.
Paráfrase é uma maneira de reafirmar uma declaração
feita por alguém outra coisa usando palavras diferentes.é uma Fonte: http://edukavita.blogspot.com.br/2013/01/definicao-de-
ferramenta indispensável para os escritores.Parafraseando, você parafrase.html
pode transmitir dados sem plágio.Por outro lado, uma paráfrase
exato é impossível sem a compreensão da instrução original. Redação Oficial: normas para
Parafraseando demonstra que você já leu e compreendeu o composição do texto oficial.
texto original, em vez de simplesmente repetição dele.Paráfrase Tipos de correspondência oficial.
também ajuda a evitar que seu trabalho seja prejudicado por
citações do trabalho dos outros.
Instruções
• Ler atentamente o material fonte. Novamente ler mais de Redação Oficial
uma vez, assim que tiver terminado, para certificar-se de que
você tem ele completamente. Conceito
• Escrever em suas próprias palavras, uma explicação sobre
o que você acabou de ler. Entende-se por Redação Oficial o conjunto de normas e
• Comparar o que você escreveu fonte. Perguntar-se se o práticas que devem reger a emissão dos atos normativos e
seu conteúdo parafraseado transmite as informações da obra comunicações do poder público, entre seus diversos organismos
original. ou nas relações dos órgãos públicos com as entidades e os
• Corrige sua redação, tanto para garantir que ele reflete o cidadãos.
significado do original como para certificar-se de que não parece A Redação Oficial inscreve-se na confluência de dois
muito próximo ao trabalho original. universos distintos: a forma rege-se pelas ciências da linguagem
• Levar em conta o número da página e os detalhes (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o conteúdo
bibliográficos da fonte se você estiver escrevendo um trabalho submete-se aos princípios jurídico administrativos impostos à
acadêmico. Mesmo a paráfrase deve ser corretamente atribuída. União, aos Estados e aos Municípios, nas esferas dos poderes
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Executivo, Legislativo e Judiciário. incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez de imóvel, que
Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação não se pode mexer; “talqualmente” em vez de igualmente.
Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do texto
escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva, clara, - Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser:
correta e eficaz. - de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de
Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder público, sobraram.
essa modalidade de redação ou de texto subordina-se aos - de regência: os comerciantes visam apenas “o lucro” em
princípios constitucionais e administrativos aplicáveis a todos vez de ao lucro.
os atos da administração pública, conforme estabelece o artigo - de colocação: “não tratava-se” de um problema sério em
37 da Constituição Federal: vez de não se tratava.
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos - Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.:
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios O desconhecido faloume de sua mãe. (Mãe de quem? Do
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, desconhecido? Do interlocutor?)
moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”.
- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção de duas
A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem convergir ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um prêmio por
na produção dos textos dessa natureza, razão pela qual, muitas cada eleitor que votar em mim (por cada e porcada).
vezes, não há como separar uma do outro. Indicamse, a seguir,
alguns pressupostos de como devem ser redigidos os textos - Pleonasmo: Informação desnecessariamente redundante.
oficiais. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, vivem na
miséria; Os moralistas, que se preocupam com a moral, vivem
Padrão culto do idioma vigiando as outras pessoas.
A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador
quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estrutura linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma
gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação articulação verbal minimamente compatíveis com o registro
gráfica etc.). médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto neutro,
Por padrão culto do idioma devese entender a língua sem facilitações que intentem suprir as deficiências cognitivas
referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situações de leitores precariamente alfabetizados.
formais de comunicação. Devem-se excluir da Redação Oficial Como exceção, citam-se as campanhas e comunicados
a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares que criam destinados a públicos específicos, que fazem uma aproximação
entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido com o registro linguístico do público alvo. Mas esse é um campo
usar “perfunctório” em lugar de “superficial” ou “doesto” em vez que refoge aos objetivos deste material, para se inserir nos
de “acusação” ou “calúnia”. São descabidos também as citações domínios e técnicas da propaganda e da persuasão.
em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de
forense. Os manuais de Redação Oficial, que vários órgãos têm compreensão de leitores precariamente equipados quanto
feito publicar, são unânimes em desaconselhar a utilização de à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabetização e
certas formas sacramentais, protocolares e de anacronismos a capacidade de apreensão de enunciados são condições
que ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20 inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeiramente cidadão se
de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor Jesus não consegue ler e compreender o que leu. O domínio do idioma
Cristo”, que permanecem nos registros cartorários antigos. é equipamento indispensável à vida em sociedade.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos,
neologismos, regionalismos, bordões da fala e da linguagem Impessoalidade e Objetividade
oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas comuns na
comunicação eletrônica. Ainda que possam ser subscritos por um ente público
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão do
jornalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito poder público e é em nome dele que o emissor se comunica,
estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, sempre nos termos da lei e sobre atos nela fundamentados.
sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de se obter a maior Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu”
compreensão possível com o mínimo de recursos expressivos enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimentos ou
necessários. Portarias lavradas sob forma poética, sentenças e opiniões. Mesmo quando o agente público manifesta-se em
despachos escritos em versos rimados pertencem ao “folclore” primeira pessoa, em formas verbais comuns como: declaro,
jurídico administrativo e são práticas inaceitáveis nos textos resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que
oficiais. São também inaceitáveis nos textos oficiais os vícios ele o faz e é em função do cargo que exerce que se identifica e se
de linguagem, provocados por descuido ou ignorância, que manifesta.
constituem desvios das normas da língua padrão. Enumeram- O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo,
se, a seguir, alguns desses vícios: o objeto da informação. A impessoalidade contribui para
a necessária padronização, reduzindo a variabilidade da
- Barbarismos: São desvios: linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria suscetível
- da ortografia: “advinhar” em vez de adivinhar; “excessão” de inúmeras interpretações.
em vez de exceção. Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O
- da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica. adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juízo
- da morfologia: “interviu” em vez de interveio. de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a
- da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez de pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou o
despercebido (não percebido, sem ser notado). emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como índices
- pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do francês): do envolvimento emocional do redator com aquilo que está
“miseenscène” em vez de encenação; anglicismo (do inglês): escrevendo.
“delivery” em vez de entrega em domicílio. Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo
individual é estimulado e serve como diferencial das qualidades
- Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito,
anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, depressa. do agente público que emite a comunicação. São inadmissíveis,
portanto, as marcas individualizadoras, as ousadias estilísticas,
- Neologismos: Palavras novas que, apesar de formadas de a linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial
acordo com o sistema morfológico da língua, ainda não foram prima pela denotação, pela sintaxe clara e pela economia
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vocabular, ainda que essa regularidade imponha certa As Comunicações Oficiais
“monotonia burocrática” ao discurso. A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos de
Reafirma-se que a intermediação entre o emissor e o objetividade, concisão, clareza, impessoalidade, formalidade,
receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, dentro do padronização e correção gramatical.
padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”, referendada Além dessas, há outras características comuns à comunicação
pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em situações formais, oficial, como o emprego de pronomes de tratamento, o tipo
acima das diferenças individuais, regionais, de classes sociais e de fecho (encerramento) de uma correspondência e a forma
de níveis de escolaridade. de identificação do signatário, conforme define o Manual de
Redação da Presidência da República. Outros órgãos e instituições
Formalidade e Padronização do poder público também possuem manual de redação próprio,
como a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Ministério
As comunicações oficiais impõem um tratamento polido das Relações Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do
e respeitoso. Na tradição iberoamericana, afeita a títulos e a Judiciário etc.
tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua posição
hierárquica por meio de formas e de pronomes de tratamento Pronomes de Tratamento
sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, “Meritíssimo”,
“Reverendíssimo” são vocativos que, em algumas instâncias do A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal
poder, tornaramse inevitáveis. Entenda-se que essa solenidade e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gramaticais,
tem por consideração o cargo, a função pública, e não a pessoa como também às normas de educação e cortesia. Para isso, é
de seu exercente. fundamental o emprego de pronomes de tratamento, que devem
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são ser utilizados de forma correta, de acordo com o destinatário e
obrigatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito as regras gramaticais.
comuns construções como “Vossa Excelência sois bondoso(a)”; Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda
o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”. pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concordância é
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que feita em terceira pessoa.
os textos oficiais procuravam revestir-se de um tom solene e Concordância verbal:
cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrônica e pedante, Vossa Senhoria falou muito bem.
salvo em algumas peças oratórias envolvendo tribunais ou Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição retórica de Rui Barbosa Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
e seus seguidores.
Outro aspecto das formalidades requeridas na Redação Concordância pronominal:
Oficial é a necessidade prática de padronização dos expedientes.
Assim, as prescrições quanto à diagramação, espaçamento, Pronomes de tratamento concordam com pronomes
caracteres tipográficos etc., os modelos inevitáveis de ofício, possessivos na terceira pessoa.
requerimento, memorando, aviso e outros, além de facilitar a Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”).
legibilidade, servem para agilizar o andamento burocrático, os
despachos e o arquivamento. Concordância nominal:
É também por essa razão que quase todos os órgãos públicos
editam manuais com os modelos dos expedientes que integram Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se
sua rotina burocrática. A Presidência da República, a Câmara refere o pronome de tratamento.
dos Deputados, o Senado, os Tribunais Superiores, enfim, os Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm os próprios ritos Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
na elaboração dos textos e documentos que lhes são pertinentes. Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)
Concisão e Clareza Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela).
Vossa Excelência - com quem se fala (você)
Houve um tempo em que escrever bem era escrever “difícil”.
Períodos longos, subordinações sucessivas, vocábulos raros, Emprego dos Pronomes de Tratamento
inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações,
gradações, repetições enfáticas já foram considerados virtudes As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação da
estilísticas. Atualmente, a velocidade que se impõe a tudo o que Presidência da República.
se faz, inclusive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as
sempre obsoletos. Hoje, a concisão, a economia vocabular, a seguintes autoridades:
precisão lexical, ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos
não só da Redação Oficial, mas da própria literatura. Basta - Do Poder Executivo - Presidente da República; Vice-
observar o estilo “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios presidente da República; Ministros de Estado; Governadores
Drummond de Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton e vicegovernadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais
Trevisan, mestres da linguagem altamente concentrada. generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos
“exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos oficiais, de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos
como o exemplo risível e caricato que segue: Estaduais; Prefeitos Municipais.
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz - Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Senadores;
que nos valhamos do ensejo para congratularmo-nos com Vossa Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais
Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público, Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
para abordar questões de tamanha complexidade, a respeito das - Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Superiores;
quais divergem os hermeneutas e exegetas. Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça Militar.
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das causas
primeiras, que fundamentaram a proposição tempestivamente Vocativos
encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma
abordagem preliminar dos antecedentes imediatos, posto que O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas
estes antecedentes necessariamente antecedem os consequentes”. aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo
respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República;
Observe que absolutamente nada foi dito ou informado. Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
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As demais autoridades devem ser tratadas com o vocativo arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho
Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo: Senhor Senador é a maneira de quem expede a comunicação despedir-se de seu
/ Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora Juiza; Senhor Ministro destinatário.
/ Senhora Ministra; Senhor Governador / Senhora Governadora. Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual
Manual de Redação da Presidência da República, havia 15 padrões
Endereçamento de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou a
lista e reduziu-os a apenas dois para todas as modalidades de
De acordo com o Manual de Redação da Presidência, no comunicação oficial. São eles:
envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive o
forma: presidente da República.
A Sua Excelência o Senhor Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou
Fulano de Tal de hierarquia inferior.
Ministro de Estado da Justiça
70064900 Brasília. DF “Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas
a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e tradição
A Sua Excelência o Senhor próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Senador Fulano de Tal Ministério das Relações Exteriores”, diz o Manual de Redação da
Senado Federal Presidência da República.
70165900 Brasília. DF A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamente”
é recomendada para os mesmos casos pelo Manual de Redação
A Sua Excelência o Senhor da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os
Fulano de Tal fechos para as cartas particulares ou informais ficam a critério
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível do remetente, com preferência para a expressão “Cordialmente”,
Rua ABC, nº 123 para encerrar a correspondência de forma polida e sucinta.
01010000 São Paulo. SP
Identificação do Signatário
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em
comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento Conforme o Manual de Redação da Presidência do República,
digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade é com exceção das comunicações assinadas pelo presidente da
pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo República, em todas as comunicações oficiais devem constar
desnecessária sua repetida evocação”. o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo de sua
assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado para
as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado (espaço para assinatura)
é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal. Nome
Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor (espaço para assinatura)
Fulano de Tal Nome
Rua ABC, nº 123 Ministro de Estado da Justiça
70123-000 – Curitiba.PR “Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
Conforme o Manual de Redação da Presidência, em menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual.
comunicações oficiais “fica dispensado o emprego do superlativo
Ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento Padrões e Modelos
de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do
pronome de tratamento Senhor. O Padrão Ofício
O Manual também esclarece que “doutor não é forma de
tratamento, e sim título acadêmico”. Por isso, recomenda-se O Manual de Redação da Presidência da República lista três
empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes,
tenham concluído curso de doutorado. No entanto, ressalva-se possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A
que “é costume designar por doutor os bacharéis, especialmente diagramação proposta para esses expedientes é denominada
os bacharéis em Direito e em Medicina”. padrão ofício.
Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigido a O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes
reitores de universidade. Correspondelhe o vocativo: Magnífico partes:
Reitor. - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão
Vossa Santidade: É o pronome de tratamento empregado em que o expede. Exemplos:
comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Of. 123/2002-MME
Santíssimo Padre. Aviso 123/2002-SG
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: São os Mem. 123/2002-MF
pronomes empregados em comunicações dirigidas a cardeais. - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à
Os vocativos correspondentes são: Eminentíssimo Senhor direita. Exemplo:
Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal. Brasília, 20 de maio de 2011
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades
eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima (para - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e superiores Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, clérigos e demais
religiosos). - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído também o
Fechos para Comunicações endereço.
- Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de
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Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, - todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser
na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
“Cumpre-me informar que”,empregue a forma direta; Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser aproveitamento de trechos para casos análogos;
tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
exposição; ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número
do documento + palavras chave do conteúdo. Exemplo:
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente
reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. “Of. 123 relatório produtividade ano 2010”
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos
casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e Aviso e Ofício (Comunicação Externa)
subtítulos.
Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, São modalidades de comunicação oficial praticamente
a estrutura deve ser a seguinte: idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento
tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública
da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo
signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
encaminhado, segundo a seguinte fórmula: destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011,
encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do Senhora Ministra,
servidor Fulano de Tal.” Senhor Chefe de Gabinete,
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Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
medida ou submeta projeto de ato normativo. profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a
No primeiro caso, o da exposição de motivos que adoção de certa providência ou a edição de um ato normativo; o
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do problema a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe,
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da
referido para o padrão ofício. exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstração da
Já a exposição de motivos que submeta à consideração necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada
do Presidente da República a sugestão de alguma medida a e como resolverá o problema.
ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo, Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
embora sigam também a estrutura do padrão ofício, além de (nomeação, promoção, ascenção, transferência, readaptação,
outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução,
obrigatoriamente, apontar: remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade,
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do
da medida ou do ato normativo proposto; formulário de anexo à exposição de motivos. Ressalte-se que:
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou - a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; - o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o comentários a serem alí incluídos.
problema.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza,
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de padrão culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de
março de 2010. motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em
ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de 201_. certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou
- Síntese do problema ou da situação que reclama ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da
providências; União, no todo ou em parte.
- Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
medida proposta; Mensagem
- Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar:
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo
- outras possibilidades de resolução do problema. Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
- Custos. Mencionar: sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes
- valor a ser despendido em moeda corrente; públicos e da Nação.
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
deva tramitar em regime de urgência). Mencionar: caberá a redação final.
- se o problema configura calamidade pública; As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
- por que é indispensável a vigência imediata; Nacional têm as seguintes finalidades:
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
tenham sido previstos; - Encaminhamento de projeto de lei ordinária,
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação complementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou
já prevista. complementar são enviados em regime normal (Constituição,
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe
medida proposta possa vir a tê-lo) lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto; normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com
- Síntese do parecer do órgão jurídico. solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da
proposa à luz das questões levantadas no item 10.4.3. Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da (Constituição, art. 64, caput).
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem
complete o exame ou se reformule a proposta. plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-
de motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a se aos membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos
edição de ato normativo tem como finalidade: são endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal.
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que se A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação
busca resolver; congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da
problema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a Mesa do Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser (Constituição, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas.
analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido
do Poder Executivo (v. 10.4.3.) no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame
- conferir perfeita transparência aos atos propostos. técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das
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proposições por elas encaminhadas. a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra
órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles o no Diário Oficial da União, ao contrário das demais mensagens,
da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das propostas, as cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder
análises necessárias constam da exposição de motivos do órgão Legislativo.
onde se geraram, exposição que acompanhará, por cópia, a
mensagem de encaminhamento ao Congresso. - Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo
com regular frequência mensagens com:
- Encaminhamento de medida provisória: Para dar - encaminhamento de atos internacionais que acarretam
cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis
seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado às operações e prestações interestaduais e de exportação
Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada pela (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
Coordenação de Documentação da Presidência da República. - proposta de fixação de limites globais para o montante da
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
- Indicação de autoridades: As mensagens que submetem - pedido de autorização para operações financeiras externas
ao Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem (Constituição, art. 52, V); e outros.
determinados cargos (magistrados dos Tribunais Superiores,
Ministros do TCU, Presidentes e diretores do Banco Central, Entre as mensagens menos comuns estão as de:
Procurador Geral da República, Chefes de Missão Diplomática - convocação extraordinária do Congresso Nacional
etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III (Constituição, art. 57, § 6º);
e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência - pedido de autorização para exonerar o Procurador Geral da
privativa para aprovar a indicação. O currículum vitae do República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
indicado, devidamente assinado, acompanha a mensagem. - pedido de autorização para declarar guerra e decretar
mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
- Pedido de autorização para o presidente ou o vice- - pedido de autorização ou referendo para celebrara paz
presidente da República se ausentarem do País por mais (Constituição, art. 84, XX);
de 15 dias: Trata-se de exigência constitucional (Constituição, - justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência privativa do prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
Congresso Nacional. - pedido de autorização para decretar o estado de sítio
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, (Constituição, art. 137);
quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma - relato das medidas praticadas na vigência do estado de
comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
mensagens idênticas. - proposta de modificação de projetas de leis financeiras
(Constituição, art. 166, § 5º);
- Encaminhamento de atos de concessão e renovação de - pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem
concessão de emissoras de rádio e TV: A obrigação de submeter sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição,
XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos art. 166, § 8º);
legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do - pedido de autorização para alienar ou conceder terras
Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188,
na mensagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, § 1º); etc.
porquanto o § 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a As mensagens contêm:
mensagem o correspondente processo administrativo. - a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda:
- Encaminhamento das contas referentes ao exercício
anterior: O Presidente da República tem o prazo de sessenta Mensagem nº
dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao
Congresso Nacional as contas referentes ao exercício anterior - vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
(Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer da Comissão cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1º), sob pena esquerda:
de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas
(Constituição, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
215 do seu Regimento Interno.
- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve - o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
conter o plano de governo, exposição sobre a situação do País e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem
solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo
art. 84, XI). Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
Presidência da República. Esta mensagem difere das demais Telegrama
porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar
em forma de livro. os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de
telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de
- Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos): telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação
Esta mensagem é dirigida aos membros do Congresso Nacional, dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada,
encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações
originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que
lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu
nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela
sanção. concisão.
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a
- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios
Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre e em seu sítio na Internet.
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APOSTILAS OPÇÃO
Fax de suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas,
se for o caso; Fecho termo de encerramento com indicação,
O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é uma se necessário, do redator, do horário de encerramento, de
forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao convocação de nova reunião etc.
desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os presentes
mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, à reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das
de cujo conhecimento há premência, quando não há condições exigências regimentais do órgão.
de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve-se,
o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe. em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da informação
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia correta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou
xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos de erros constatados após a redação, usa-se a expressão “Em
modelos, se deteriora rapidamente. tempo” ao final da ATA, com o registro das informações corretas.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio, Carta
juntamente com o documento principal, de folha de rosto, isto
é, de pequeno formulário com os dados de identificação da É a forma de correspondência emitida por particular,
mensagem a ser enviada. ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo
com o memorando (correspondência interna) ou o ofício
Correio Eletrônico (correspondência externa), nos quais a autoridade que assina
expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, mas, sim,
O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e do órgão pelo qual responde. Em grande parte dos casos da
celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação correspondência enviada por deputados, deve-se usar a carta,
para transmissão de documentos. não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é parecer, opinião ou informação de sua responsabilidade, e não
sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamentar
sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem deverá assinar memorando ou ofício apenas como titular de
incompatível com uma comunicação oficial. função oficial específica (presidente de comissão ou membro da
O campo assunto do formulário de correio eletrônico Mesa, por exemplo). Estrutura:
mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização
documental tanto do destinatário quanto do remetente. - Local e data.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, - Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário,
preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que cargo e endereço.
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas - Vocativo.
sobre seu conteúdo. - Texto.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de - Fecho.
confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar - Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerá-
de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que las. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão básico
possa ser aceita como documento original, é necessário existir de diagramação.
certificação digital que ateste a identidade do remetente, na O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência
forma estabelecida em lei. oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de
“Cordialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade
Apostila ou igualdade de posição entre os correspondentes.
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APOSTILAS OPÇÃO
Ordem de Serviço - Local e data.
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s)
É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou relator(es).
pontuais para a execução de serviços por órgãos subordinados No caso de Relatório de Viagem, aconselha-se registrar
da Administração. Estrutura: uma descrição sucinta da participação do servidor no evento
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando o período
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade e o trecho compreendido. Sempre que possível, o Relatório de
que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação Viagem deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento
pertinente ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da efetivo das informações tratadas no evento para os trabalhos
palavra “resolve”. legislativos e administrativos da Casa.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve-se
em itens, incisos, alíneas etc. atentar para os seguintes procedimentos:
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da - abster-se de transcrever a competência formal das unidades
função. administrativas já descritas nas normas internas;
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui - relatar apenas as principais atividades do órgão;
caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a - evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas
otimização e a racionalização de serviços. pelas unidades administrativas que lhe são subordinadas;
- priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas
Parecer realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados;
- destacar propostas que não puderam ser concretizadas,
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de identificando as causas e indicando as prioridades para os
órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido próximos anos;
para análise e competente pronunciamento. Visa fornecer - gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível,
subsídios para tomada de decisão. Estrutura: ao máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria,
- Número de ordem (quando necessário). Departamento ou unidade equivalente.
- Número do processo de origem.
- Ementa (resumo do assunto). Requerimento (Petição)
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução);
Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); Fecho É o instrumento por meio do qual o interessado requer
opinativo (conclusão). a uma autoridade administrativa um direito do qual se julga
- Local e data. detentor. Estrutura:
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. - Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja,
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o da autoridade competente.
Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido - Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente
no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação:
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade,
itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na
o fim de melhor organizar o assunto, imprimindo-lhe clareza e tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio
didatismo. (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados,
precedendo à qualificação civil deve ser colocado o número
Portaria do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de
preferência indicando os fundamentos legais do requerimento
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece e os elementos probatórios de natureza fática.
regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata da
organização e do funcionamento de serviços dentro de sua - Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
esfera de competência. Estrutura: - Local e data.
- Título: PORTARIA, numeração e data. - Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
- Ementa: síntese do assunto.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação,
que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da reivindicação ou manifestação, o documento utilizado será um
palavra “resolve”. abaixoassinado, com estrutura semelhante à do requerimento,
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido devendo haver identificação das assinaturas.
em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do A Constituição Federal assegura a todos, independentemente
cargo. do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
Certas portarias contêm considerandos, com as razões que de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito
justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem depois deles. se instrumentaliza por meio de requerimento. No que concerne
A ementa justifica-se em portarias de natureza normativa. especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de Regime único estabelece que o requerimento deve ser dirigido
nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-se a ementa. à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
Relatório requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
Língua Portuguesa 56
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APOSTILAS OPÇÃO
extensão de sentido, “protocolo” significa também um trâmite 04. A respeito dos padrões de redação de um ofício, é
a ser seguido para alcançar determinado objetivo (“seguir o INCORRETO afirmar que:
protocolo”). (A) Deve conter o número do expediente, seguido da sigla do
A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma órgão que o expede.
repartição determinada, que recebe o material documentário (B) Deve conter, no início, com alinhamento à direita, o local
do sujeito que o produz em saída e em entrada e os anota num de onde é expedido e a data em que foi assinado.
registro (atualmente em programas informáticos), atruibuindo- (C) Deverá constar, resumidamente, o teor do assunto do
lhes um número e também uma posição de arquivo de acordo documento.
com suas características. (D) O texto deve ser redigido em linguagem clara e direta,
O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios: respeitando-se a formalidade que deve haver nos expedientes
- Número progressivo. oficiais.
- Data de recebimento ou de saída. (E) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez, como por
- Remetente ou destinatário. exemplo: Agradeço a V. Sª. a atenção dispensada.
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da
correspondência. Respostas
Questões 01-C / 02-B / 03-C / 04-E
A redação do documento acima indica tratar-se A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide
(A) do encaminhamento de uma ata. e classifica as orações que o constituem e reconhece a função
(B) do início de um requerimento. sintática dos termos de cada oração.
(C) de trecho do corpo de um ofício. Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo,
(D) da introdução de um relatório. função sintática e núcleo de um termo da oração.
(E) do fecho de um memorando. As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são
reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança
02. A redação inteiramente apropriada e correta de um o objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a
documento oficial é: comunicação com o ouvinte ou o leitor.
(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas Frase, Oração e Período são fatores constituintes de
reivindicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de
vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais. uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a em parágrafos minuciosamente construídos.
redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais para
os departamentos que foram recentemente criados. Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode
muito inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até
do sistema de informatização de seu gabinete. o período mais complexo, elaborado segundo os padrões
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal sintáticos do idioma. São exemplos de frases:
aqui neste departamento, faltaram um número grande de
servidores para os andamentos do serviço. Socorro!
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar Muito obrigado!
de quais providências vão ser tomadas para resolver essa Que horror!
confusão que foi criado pelos manifestantes. Sentinela, alerta!
Cada um por si e Deus por todos.
03. A frase cuja redação está inteiramente correta e Grande nau, grande tormenta.
apropriada para uma correspondência oficial é: Por que agridem a natureza?
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os “Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
convites para a reunião de gala deste Conselho, em que se “Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
fará homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria, “Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.”
importantíssima na execução dos nossos serviços. (Adonias Filho)
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do “As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)
Setor, nos dirigimos a todos os de vosso gabinete, para informar “Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos
de que as medidas de austeridade recomendadas por V. Sa. já seus aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em
está sendo tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos. helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo,
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo)
chegaram nossos analistas sobre as condições de funcionamento
deste setor, bem como as providências a serem tomadas As frases são proferidas com entoação e pausas especiais,
para a consecução dos serviços e o cumprimento dos prazos indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases,
estipulados. principalmente as que se desviam do esquema sujeito +
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se predicado, só podem ser entendidas dentro do contexto (=
possa estar tomando as medidas mais do que importantes para o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as
tornar nosso departamento mais eficiente, na agilização dos circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases
trâmites legais dos documentos que passam por aqui. nominais as que se apresentam sem o verbo. Exemplo: Tudo
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis parado e morto.
providências cabíveis para vir novos funcionários para esse Quanto ao sentido, as frases podem ser:
nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agilizar
todos os documentos que precisamos enviar. Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo,
de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:
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APOSTILAS OPÇÃO
Paulo parece inteligente. (afirmativa) (G) Agora suma, seu monstro!
Nunca te esquecerei. (negativa) (H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)
Respostas
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta 01. “a” e “d”
(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de
interrogação). São uma pergunta, uma interrogação: 02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d)
Por que chegaste tão tarde? optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
Gostaria de saber que horas são. declarativa
“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa) Oração
Imperativas: aquela através da qual expressamos uma Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido,
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. porém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração
Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido: encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um
“Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa) período, completando um pensamento e concluindo o enunciado
Não cometa imprudências. (negativa) através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
“Não me leves para o mar.” (negativa) casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes
Exclamativas: aquela através da qual externamos uma elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações,
admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
etc.:
Como eles são audaciosos! Socorro!
Não voltaram mais! Com licença!
Que rapaz impertinente!
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo: Muito riso, pouco siso.
Bons ventos o levem!
Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios! Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como
“E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet) partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos
ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração
Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição): desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma
Branco) coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo:
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!”
(Domingos Carvalho da Silva) A menina banhou-se na cachoeira.
A menina – sujeito
Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase banhou-se na cachoeira – predicado
podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)
caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza
e distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em
ascendente ora descendente. número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser algo», «o tema do que se vai comunicar».
integralmente captados se atentarmos para o contexto em que O predicado é a parte da oração que contém “a informação
são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito,
explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de
pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara
que aparentemente diz. algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou
A entoação é um elemento muito importante da frase falada, seja, o predicado, é «é eterno».
pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo
de como é dita, uma frase simples como «É ela.» pode indicar Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”,
constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. que identificamos por ser o termo que concorda em número e
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”.
tom com que a proferimos. Observe:
Olavo esteve aqui. Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um
Olavo esteve aqui? substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de
Olavo esteve aqui?! sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e
Olavo esteve aqui! revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente:
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para
Questões desembarcar.” (Aníbal Machado)
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.
01. Marque apenas as frases nominais:
(A) Que voz estranha! Os termos da oração da língua portuguesa são classificados
(B) A lanterna produzia boa claridade. em três grandes níveis:
(C) As risadas não eram normais. - Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
(D) Luisinho, não!
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente
exclamativa, optativa ou imperativa. da Passiva).
(A) Você está bem?
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho! - Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,
(C) Que alívio! Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.
(D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
(E) Você se machucou? Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais
(F) A luz jorrou na caverna. (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos:
Língua Portuguesa 58
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APOSTILAS OPÇÃO
O sino era grande.
Sujeito Predicado
Ela tem uma educação fina.
Pobreza não é vileza. Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
Isto não me agrada.
Os sertanistas capturavam os índios.
Um vento áspero sacudia as árvores. O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico
(o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma O sujeito pode ser:
análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu
papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos;
com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.”
o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o
núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas: cavalo nadavam ao lado da canoa.”
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado; Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao amanhã.
predicado; Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã.
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. (sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado
saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está
Exemplo: expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele)
aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito:
A padaria está fechada hoje. vocês)
está fechada hoje: predicado nominal Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo
fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado fertiliza o Egito.
a padaria: sujeito Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso;
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, açudes. (= Açudes foram construídos.)
ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa
de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos
sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina
sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado. trancou-se no quarto.
Exemplo: Indeterminado: quando não se indica o agente da ação
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou
As formigas invadiram minha casa. a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se
as formigas: sujeito = termo determinante bem naquele restaurante.
invadiram minha casa: predicado = termo determinado
Há formigas na minha casa. Observações:
há formigas na minha casa: predicado = termo determinado - Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.
sujeito: inexistente - Sujeito formado por pronome indefinido não é
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho.
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma Ninguém lhe telefonou.
nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse - Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o
nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente
sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu, já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com
tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras, - Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo
cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo. ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O
Exemplos: pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito.
Eu acompanho você até o guichê. Pode ser omitido junto de infinitivos.
eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa Aqui vive-se bem.
Vocês disseram alguma coisa? Devagar se vai ao longe.
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Marcos tem um fã-clube no seu bairro. Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.
Marcos: sujeito = substantivo próprio
Ninguém entra na sala agora. - Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o
ninguém: sujeito = pronome substantivo verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles
O andar deve ser uma atividade diária. fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa
de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de língua.
oração substantiva subjetiva: Exemplos:
É fácil este problema!
É difícil optar por esse ou aquele doce... Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
É difícil: oração principal “Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.”
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva (José de Alencar)
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a
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nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer
pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo. forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos do predicado.
de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,
e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por
relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
fenômenos meteorológicos.
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é
segmento extraído da estrutura interna das orações ou das depois de algozes)
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
que estabelece concordância com outro termo essencial “A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina
da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
subordinado) e o predicado o termo determinado (ou principal).
Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo
que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua forma o predicado.
portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno Há verbos que, por natureza, tem sentido completo,
da concordância entre esses dois termos essenciais da oração. podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos
Então têm por características básicas: apresentar-se como de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo:
elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito. As flores murcharam.
Os animais correm.
Exemplo: As folhas caem.
Carolina conhece os índios da Amazônia. Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem
sujeito: Carolina = termo determinante o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos:
determinado
João puxou a rede.
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é “Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara
estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos Resende)
essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”; “Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.”
no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque (Camilo Castelo Branco)
a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto
é, que são responsáveis pela principal informação naquele Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou,
segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas:
nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê?
oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso, Os verbos de predicação completa denominam-se
temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os
nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos,
um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos
núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou (bitransitivos).
termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram
verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de
predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem ligação, verbos que entram na formação do predicado nominal,
dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos: relacionando o predicativo com o sujeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
Minha empregada é desastrada. Intransitivos: são os que não precisam de complemento,
predicado: é desastrada pois têm sentido completo.
núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito “Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)
tipo de predicado: nominal “Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.”
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo (Marquês de Maricá)
do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) Observações: Os verbos intransitivos podem vir
funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado. acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um
predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos
A empreiteira demoliu nosso antigo prédio. pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborrecido.
predicado: demoliu nosso antigo prédio As orações formadas com verbos intransitivos não podem
núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o “transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos intransitivos
sujeito passam, ocasionalmente, a transitivos quando construídos com
tipo de predicado: verbal o objeto direto ou indireto.
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)
Os manifestantes desciam a rua desesperados. - “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)
predicado: desciam a rua desesperados - “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o - “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo
sujeito; desesperados = atributo do sujeito que já morreu...” (Ciro dos Anjos)
tipo de predicado: verbo-nominal
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer,
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
responsável também por definir os tipos de elementos que chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta
para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto
é necessário um complemento que, juntamente com o verbo, é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo:
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julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, A água está fria.
declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: O moço anda (=está) triste.
Comprei um terreno e construí a casa. A Lua parecia um disco.
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
Maricá) Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.” anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais
(Guedes de Amorim) se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por
exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os transitório: Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está doente.
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o (aspecto transitório). Muito desses verbos passam à categoria
complemento acompanhado de predicativo. Exemplos: dos intransitivos em frases como: Era =existia) uma vez uma
Consideramos o caso extraordinário. princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com
Inês trazia as mãos sempre limpas. dificuldades.; Parece que vai chover.
O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso. Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação
fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos:
ser usados também na voz passiva; Outra característica desses O homem anda. (intransitivo)
verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes O homem anda triste. (de ligação)
o, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os
verbos transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente O cego não vê. (intransitivo)
com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta;
tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)
diretos: abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto)
castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do
receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc. objeto.
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo,
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto. um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um
Exemplos: verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma A bandeira é o símbolo da Pátria.
adolescente.” (Ciro dos Anjos) A mesa era de mármore.
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
neutros.” (Érico Veríssimo) Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos:
Américo) O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.” atrasado.)
(José Geraldo Vieira) O menino abriu a porta ansioso.
Todos partiram alegres.
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa
distinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe, Observações: O predicativo subjetivo às vezes está
lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até
agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem- mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda
lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os
os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes,
lhe, lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas
preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, coisas.; Onde está a criança que fui?
depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc. Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam um verbo transitivo. Exemplos:
a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e O juiz declarou o réu inocente.
pouco mais, usados também como transitivos diretos: João O povo elegeu-o deputado.
paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é pago (perdoado,
obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos
atirar, investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em
preposição, sem mudança de sentido. Outros mudam de sentido certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente
com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se
vida. (tratar=cuidar). É desagradável tratar com gente grosseira. ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta;
(tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado
variam de significação conforme sejam usados como transitivos considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo
diretos ou indiretos. inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas
vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele
dois objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente. choque com o mundo me causara.”
Exemplos:
No inverno, Dona Cléia dava roupas aos pobres. Termos Integrantes da Oração
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Oferecemos flores à noiva. Chamam-se termos integrantes da oração os que completam
Ceda o lugar aos mais velhos. a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram,
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou compreensão do enunciado. São os seguintes:
expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na - Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
formação do predicado nominal. Exemplos: - Complemento Nominal;
A Terra é móvel. - Agente da Passiva.
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Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos: caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
As plantas purificaram o ar. ambos...”.
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro) - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a
Procurei o livro, mas não o encontrei. pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a
Ninguém me visitou. outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos
outros.; A quantos a vida ilude!.
O objeto direto tem as seguintes características: - Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar)
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os
- Normalmente, não vem regido de preposição; livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”;
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou
verbo ativo: Caim matou Abel. da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
por Caim.
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
O objeto direto pode ser constituído: preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono,
cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável. quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe,
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado:
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” expressão.
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no
livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do
meus escritos?” pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal
chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando- O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.
se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
esfera semântica: “Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
(Vivaldo Coaraci) Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa,
Machado) ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal:
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado “Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a
de Assis) significação dos verbos:
Em tais construções é de rigor que o objeto venha
acompanhado de um adjunto. - Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma.
Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto - Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva):
direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua
precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a
principalmente: verdade ao moço.)
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras
mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente
hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta;
seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”. Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro convém; A proposta pareceu-lhe aceitável.
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento Observações: Há verbos que podem construir-se com dois
das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a
aquele homem a quem na realidade também temia, como todos Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para
ali”. ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em
que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é
construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados
“Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a adjuntos adverbiais.
um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro? O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos
eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto
duas criaturas que só tinham uma à outra”. pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço-
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é
principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da expressa, como característica do objeto indireto: Recorro a
eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele
todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Conto com
estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”. você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a conhece.; Os
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade obstáculos contra os quais luto são muitos.; As pessoas com
conheço desde os seus mais tenros anos”. quem conto são poucas.
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Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio,
representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço,
ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a, que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto;
com, contra, de, em, para e por. Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade,
posse, origem, fim ou outra especificação:
Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto, - presente de rei (=régio): qualidade
o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase. - livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa - água da fonte, filho de fazendeiros: origem
a mim o destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, - fio de aço, casa de madeira: matéria
incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.” - casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do
Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo
mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor
“Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O
adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa
Observações: O complemento nominal representa o o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém
recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das
de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
complementar verbos, complementa nomes (substantivos, Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância
adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica
requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas
verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo; numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial
perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais, é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.;
obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc. Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.;
Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às
passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu
frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos de repente.
colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.” Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No
pelos pronomes: domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De
As flores são umedecidas pelo orvalho. ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim. acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio,
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto
ativa: adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva) complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.
A multidão aclamava a rainha. (voz ativa) adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
Observações: desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos:
Frase de forma passiva analítica sem complemento agente D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.
expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado “Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.”
e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade. (Carlos Drummond de Andrade)
(Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
(Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos substantivo:
pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele Foram os dois, ele e ela.
pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas Só não tenho um retrato: o de minha irmã.
ruas. (certo)
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases
Termos Acessórios da Oração seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do
sujeito:
Termos acessórios são os que desempenham na oração Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de
determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. São cores.
três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
adverbial e aposto. Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na
escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo
Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos:
os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia;
(Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc.
– vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
adnominal). (Graciliano Ramos)
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o vezes, está elíptico. Exemplos:
Língua Portuguesa 63
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APOSTILAS OPÇÃO
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. (A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário Quintana)
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da (B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca
alma humana. teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” (Fernando
Pessoa)
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: (C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a sonhar
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” (Alphonsus de
tempestade iminente. Guimarães)
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito. (D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para
Um aposto pode referir-se a outro aposto: a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães Rosa)
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo) Respostas
01. D\02. C\03. D
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto
é, a saber, ou da preposição acidental como: Período
Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um
não são banhados pelo mar. período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de
Este escritor, como romancista, nunca foi superado. interrogação ou com reticências.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento absoluta; o período é composto quando traz mais de uma
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração
absoluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das Existe uma maneira prática de saber quantas orações há
coisas.” (Raquel Jardim) num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num
De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo. período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as
locuções verbais nele existentes. Exemplos:
Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título, Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
a coisa personificada a que nos dirigimos: Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma
oração)
“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções
de Lourdes Teixeira) verbais, duas orações)
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Assis) Há três tipos de período composto: por coordenação, por
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela) subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo
tempo (também chamada de misto).
Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os Período Composto por Coordenação – Orações
pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e Coordenadas
prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,
que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade Considere, por exemplo, este período composto:
abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos
apelo (ó, olá, eh!): de infância.
1ª oração: Passeamos pela praia
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano) 2ª oração: brincamos
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!” 3ª oração: recordamos os tempos de infância
(Graciliano Ramos) As três orações que compõem esse período têm sentido
“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática:
Castelo Branco) elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado. sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas
Questões de orações coordenadas (OC), e o período formado só de
orações coordenadas é chamado de período composto por
01. O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade coordenação.
em: As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e
(A) pode aprender e assimilar MUITA coisa sindéticas.
(B) enfrentamos MUITAS novidades
(C) precisa de um parceiro com MUITO caráter - As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando
(D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
(E) assumimos MUITO conflito e confusão Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
OCA OCA OCA
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são “Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
respectivamente: Assis)
(A) sujeito – objeto direto; “A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
(B) sujeito – aposto; (Antônio Olavo Pereira)
(C) objeto direto – aposto; “O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.”
(D) objeto direto – objeto direto; (Coelho Neto)
(E) objeto direto – complemento nominal.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm
03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é objeto introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
indireto. O homem saiu do carro / e entrou na casa.
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APOSTILAS OPÇÃO
OCA OCS “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico
Veríssimo)
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas Questões
que as introduzem. Pode ser:
01. Relacione as orações coordenadas por meio de
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... conjunções:
mas também, não só... mas ainda. (A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram.
Saí da escola / e fui à lanchonete. (B) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
OCA OCS Aditiva (C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção 02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar
que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de:
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva. (A) causa
(B) explicação
A doença vem a cavalo e volta a pé. (C) conclusão
As pessoas não se mexiam nem falavam. (D) proporção
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até (E) comparação
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.”
(Machado de Assis) 03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, sublinhada pode indicar uma ideia de:
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. (A) concessão
(B) oposição
Estudei bastante / mas não passei no teste. (C) condição
OCA OCS Adversativa (D) lugar
(E) consequência
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção Respostas
que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por
uma conjunção coordenativa adversativa. 01.
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram.
A espada vence, mas não convence. Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, 02. E\03. C\
por isso, pois, logo.
Período Composto por Subordinação
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
OCA OCS Conclusiva Observe os termos destacados em cada uma destas orações:
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção Todos querem sua participação. (objeto direto)
que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva. causa)
Vives mentindo; logo, não mereces fé. Veja, agora, como podemos transformar esses termos em
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade. orações com a mesma função sintática:
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou, com função de adjunto adnominal)
ora... ora, seja... seja, quer... quer. Todos querem / que você participe. (oração subordinada
com função de objeto direto)
Seja mais educado / ou retire-se da reunião! Não pude sair / porque estava chovendo. (oração
OCA OCS Alternativa subordinada com função de adjunto adverbial de causa)
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma
conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,
com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo
coordenativa alternativa. menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a
subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele
Venha agora ou perderá a vez. é classificado como período composto por subordinação. As
“Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de orações subordinadas são classificadas de acordo com a função
Assis) que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
muito caro.” (Renato Inácio da Silva) Orações Subordinadas Adverbiais
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
(Luís Jardim) As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas
que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, (OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa
porque, pois, porquanto. que as introduz:
Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
OCA OCS Explicativa - Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que,
que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação visto que.
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa Não fui à escola / porque fiquei doente.
explicativa. OP OSA Causal
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã. O tambor soa porque é oco.
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APOSTILAS OPÇÃO
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. “A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de J. Veiga)
Sousa) De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a prolongar minha viagem.
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se,
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que. - Comparativas: Expressam ideia de comparação com
Irei à sua casa / se não chover. referência à oração principal. Conjunções: como, assim como,
OP OSA Condicional tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com
menos ou mais).
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos Ela é bonita / como a mãe.
ofensores. OP OSA Comparativa
Se o conhecesses, não o condenarias.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.”
Andrade) (Marquês de Maricá)
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
tenha êxito. Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz
oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. daquele olhar.
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais
que, mesmo que. Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
Ela saiu à noite / embora estivesse doente. claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
OP OSA Concessiva subentendido o verbo ser (como a mãe é).
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que - Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente. proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
Embora não possuísse informações seguras, ainda assim Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto
arriscou uma opinião. mais, quanto menos.
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
ou ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem. OSA Proporcional OP
Por mais que gritasse, não me ouviram.
À medida que se vive, mais se aprende.
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado. diminuindo.
OP OSA Conformativa
Orações Subordinadas Substantivas
O homem age conforme pensa.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas. que, num período, exercem funções sintáticas próprias de
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação. substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções
integrantes que e se. Elas podem ser:
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É
que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que). aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
OP OSA Temporal O grupo quer / que você ajude.
OP OSS Objetiva Direta
Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) mestre exigia a presença de todos.)
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês Mariana esperou que o marido voltasse.
de Maricá) Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
Enquanto foi rico, todos o procuravam. O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É
que, porque (=para que), que. aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
OP OSA Final Necessito / de que você me ajude.
OP OSS Objetiva Indireta
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
(Marquês de Maricá) Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. viagem.)
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = Aconselha-o a que trabalhe mais.
para que) Daremos o prêmio a quem o merecer.
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as Lembre-se de que a vida é breve.
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
para que não deixasse) - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= É importante / que você colabore.
porque), pois que, visto que. OP OSS Subjetiva
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Consecutiva A oração subjetiva geralmente vem:
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções
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APOSTILAS OPÇÃO
do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
ele voltará amanhã. por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta- ser classificadas em:
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se
das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem referem. Exemplo:
da reunião. O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
OP OSA Restritiva
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é
necessária.) Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Parece que a situação melhorou. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
Aconteceu que não o encontrei em casa. aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
Importa que saibas isso bem.
Pedra que rola não cria limo.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: Os animais que se alimentam de carne chamam-se
É aquela que exerce a função de complemento nominal de um carnívoros.
termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
inocência. (complemento nominal) escreveram.
Estou convencido / de que ele é inocente. “Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
OP OSS Completiva Nominal Mariano)
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas
dele.) quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
Estava ansioso por que voltasses. referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
Sê grato a quem te ensina. restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
(Graciliano Ramos) novo livro.
OP OSA Explicativa OP
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela
que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, Deus, que é nosso pai, nos salvará.
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
felicidade. (predicativo) Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
O importante é / que você seja feliz. Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
OP OSS Predicativa
Orações Reduzidas
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) Observe que as orações subordinadas eram sempre
Minha esperança era que ele desistisse. introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do
Não sou quem você pensa. subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras
que se apresentam com o verbo numa das formas nominais
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício - Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês.
do país. (aposto) (infinitivo)
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do - Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
país. - Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
OP OSS Apositiva (particípio)
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das
coisa: a sua felicidade) formas nominais são chamadas de reduzidas.
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos
que virias a morrer...” (Osmã Lins) a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo,
oculto?” (Machado de Assis) conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois- da oração desenvolvida.
pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração
principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
saúde, tornou-se realidade. Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês.
OSA Temporal
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,
as orações substantivas podem ser introduzidas por outros reduzida de infinitivo.
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
Não sei quando ele chegou. Precisando de ajuda, telefone-me.
Diga-me como resolver esse problema. Se precisar de ajuda, / telefone-me.
OSA Condicional
Orações Subordinadas Adjetivas Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
condicional, reduzida de gerúndio.
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem
a função de adjunto adnominal de algum termo da oração Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
principal. Observe como podemos transformar um adjunto Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o
adnominal em oração subordinada adjetiva: vestiário.
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) OSA Temporal
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
adjetiva) reduzida de particípio.
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APOSTILAS OPÇÃO
Observações:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de Sintaxe de concordância verbal
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas e nominal.
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade. Concordância Verbal
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
Exemplos: referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo
Preciso terminar este exercício. e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes
Ele está jantando na sala. principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
Essa casa foi construída por meu pai. caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma a função de subordinado.
reduzida. Exemplo: Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
coordenada sindética aditiva) chegou
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do
gerúndio. singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso
Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram
e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser atrasados.
iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a Temos aí o que podemos chamar de princípio básico.
diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é
indica, as causais sempre trazem a causa de algo que se revela na eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito
oração principal, que traz o efeito. simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre
a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, Casos referentes a sujeito simples
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o
coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra. núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito. 2) Nos casos referentes a sujeito representado por
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do
período agora é composto por coordenação, pois a oração singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou Observação:
na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o
ter chorado. plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
OP OSA Comparativa OSA Condicional 3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas,
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de,
Questões uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar
com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria
para ser mãe”, a oração destacada é: dos alunos resolveram ficar.
(A) subordinada substantiva objetiva indireta
(B) subordinada substantiva completiva nominal 4) No caso de o sujeito ser representado por expressões
(C) subordinada substantiva predicativa aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
(D) coordenada sindética conclusiva concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de
(E) coordenada sindética explicativa vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de
realidade.” A oração sublinhada é: um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
(A) adverbial conformativa Observação:
(B) adjetiva - No caso da referida expressão aparecer repetida ou
(C) adverbial consecutiva associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
(D) adverbial proporcional necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um
(E) adverbial causal aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de
doação de alimentos.
03.“Esses produtos podem ser encontrados nos Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com características de formatura.
adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos
mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos
consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter sua forma que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos
verbal reduzida adequadamente desenvolvida em que atuaram na Copa América.
(A) para se encaixarem.
(B) para seu encaixotamento. 7) Em casos relativos à concordância com locuções
(C) para que se encaixassem. pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
(D) para que se encaixem. quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos
(E) para que se encaixariam. atermos a duas questões básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural,
Respostas o verbo poderá com ele concordar, como poderá também
01. B\02. A\03. D concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos.
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APOSTILAS OPÇÃO
/ Alguns de nós o receberão. 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá
no singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória,
de nós o receberá. minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço.
/ Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome meu esforço.
“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular
ou poderá concordar com o antecedente desse pronome: Questões
Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / Fomos
nós quem contamos toda a verdade para ela. 01. A concordância realizou-se adequadamente em qual
alternativa?
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra (A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior potência
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa econômica do planeta, mas há quem aposte que a China, em
palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / breve, o ultrapassará.
Em casa sou eu que decido tudo. (B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos
que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por (C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o comê-las sem receio!
numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem: (D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na
50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% janela do hotel!
do eleitorado apoiou a decisão.
Observações: 02. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram Morning”. Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos
a decisão da diretoria 50% dos funcionários. nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular: de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria. de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. cotidianas com os outros.
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam
pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna.
pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um
homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite. universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela
vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos alguma coisa que também quer se expressar.
que os determinam: Os cachorros são uma constante fonte de diversão para
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, nós porque não prestam atenção as nossas convenções sociais.
este permanece no singular, contanto que o predicativo também Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima
esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os
criação de Machado de Assis. cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que
mundial. as sentem.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem (Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis,
potência mundial. 2005. p 250)
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
no plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador
e político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com decisão: - Quem sofrerá?
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a se
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do considerar.
mundo. (Salvador Nicola, inédito)
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APOSTILAS OPÇÃO
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
singular para preencher adequadamente a lacuna da frase: 1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
(A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de singular e o adjetivo no plural.
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. Renato advogou um e outro caso fáceis.
(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
peso de suas mais graves decisões.
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) g) É bom, é necessário, é proibido
tomar decisões sem medir suas consequências. 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar) precedido de artigo ou outro determinante.
sobrevir consequências imprevistas e injustas. Canja é bom. / A canja é boa.
(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
humana. é proibida.
Respostas
01. C\02. A\03. C h) Muito, pouco, caro
1- Como adjetivos: seguem a regra geral.
Concordância Nominal Comi muitas frutas durante a viagem.
Pouco arroz é suficiente para mim.
Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos Os sapatos estavam caros.
demais termos da oração para que concordem em gênero e
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o 2- Como advérbios: são invariáveis.
artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos Comi muito durante a viagem.
também o verbo, que se flexionará à sua maneira. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
concordam em gênero e número com o substantivo. i) Mesmo, bastante
- A pequena criança é uma gracinha. 1- Como advérbios: invariáveis
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. Preciso mesmo da sua ajuda.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
geral mostrada acima. 2- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
a) Um adjetivo após vários substantivos Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural
ou concorda com o substantivo mais próximo. j) Menos, alerta
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. 1- Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Preciso de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas.
2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. k) Tal Qual
- Ela tem pai e mãe louros. 1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o
- Ela tem pai e mãe loura. consequente.
As garotas são vaidosas tais qual a tia.
3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
para o plural.
- O homem e o menino estavam perdidos. l) Possível
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos A mais possível das alternativas é a que você expôs.
1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
próximo. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
Comi delicioso almoço e sobremesa. cidade.
Provei deliciosa fruta e suco.
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: m) Meio
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. 1- Como advérbio: invariável.
Estavam feridos o pai e os filhos. Estou meio (um pouco) insegura.
Estava ferido o pai e os filhos. 2- Como numeral: segue a regra geral.
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. n) Só
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 1- apenas, somente (advérbio): invariável.
2- coloca o substantivo no plural. Só consegui comprar uma passagem.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. 2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas.
d) Pronomes de tratamento
1 - sempre concordam com a 3ª pessoa. Questões
Vossa Santidade esteve no Brasil.
01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado nominal:
1 - Concordam com o substantivo a que se referem. (A) Será descontada em folha sua contribuição sindical.
As cartas estão anexas. (B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam
A bebida está inclusa. encontros semanais com os diversos interessados no assunto.
Precisamos de nomes próprios. (C) Alguma solução é necessária, e logo!
Obrigado, disse o rapaz. (D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
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APOSTILAS OPÇÃO
não pode prosperar. muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição de
Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil obter Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
certa autonomia econômica. acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de formas em frases distintas.
gênero, número ou pessoa):
(A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer a Verbos Intransitivos
diferença.” Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
(B) Todos sabemos que a solução não é fácil. importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã. a) Chegar, Ir
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais
longe... de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais indicar destino ou direção são: a, para.
compreensivo. Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
03. A concordância nominal está INCORRETA em:
(A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o Ricardo foi para a Espanha.
envolvimento da empresa. Adjunto Adverbial de Lugar
(B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa b) Comparecer
desnecessária. O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
(C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da empresa por em ou a.
e a campanha. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
(D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa jogo.
desnecessárias.
Respostas Verbos Transitivos Diretos
01. D\02. D\03. B Os verbos transitivos diretos são complementados por
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para
Sintaxe de regência verbal e o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
nominal. as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir
as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r,
-s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em
Regência Verbal e Nominal sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos
verbais, objetos indiretos.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,
desejado, que sejam corretas e claras. humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,
socorrer, suportar, ver, visitar.
Regência Verbal Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
verbo amar:
Termo Regente: VERBO Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre Amam aquele rapaz. / Amam-no.
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
conhecermos as diversas significações que um verbo pode Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Observe: Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou Verbos Transitivos Indiretos
prazer”, satisfazer. Os verbos transitivos indiretos são complementados por
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de preposição para o estabelecimento da relação de regência.
“agradar a alguém”. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que
podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para
Saiba que: substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como
O conhecimento do uso adequado das preposições é um complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos
dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes
também nominal). As preposições são capazes de modificar oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos
completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os pronomes átonos lhe, lhes.
exemplos:
Cheguei ao metrô. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Cheguei no metrô. a) Consistir - Tem complemento introduzido pela
preposição “em”.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei todos.
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é introduzidos pela preposição “a”.
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APOSTILAS OPÇÃO
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Saiba que:
Eles desobedeceram às leis do trânsito. 1) A construção “pedir para”, muito comum na linguagem
c) Responder - Tem complemento introduzido pela cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver
quem” ou “ao que” se responde. subentendida.
Respondi ao meu patrão. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Respondemos às perguntas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
Respondeu-lhe à altura. oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto ir entregar-lhe os catálogos em casa).
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva 2) A construção “dizer para”, também muito usada
analítica. Veja: popularmente, é igualmente considerada incorreta.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Preferir
d) Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
introduzidos pela preposição “com”. indireto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Antipatizo com aquela apresentadora. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam Prefiro trem a ônibus.
para uma minoria privilegiada. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados no próprio verbo (pre).
de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse
grupo: Mudança de Transitividade versus Mudança de
Significado
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. apresentam mudança de significado. O conhecimento das
Veja os exemplos: diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico
Agradeço aos ouvintes a audiência. muito importante, pois além de permitir a correta interpretação
Objeto Indireto Objeto Direto de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
Obj. Direto Objeto Indireto
Paguei o débito ao cobrador. AGRADAR
Objeto Direto Objeto Indireto 1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
acariciar.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
particular cuidado. Observe: quando o revê.
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. não perde oportunidade de agradá-lo.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. 2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
Paguei minhas contas. / Paguei-as. a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Informar O cantor não lhes agradou.
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. ASPIRAR
Informe os novos preços aos clientes. 1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos (o ar), inalar.
preços) Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as 2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
construções: como ambição.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre elas)
eles) Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe”
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o
exemplo:
Comparar Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento ASSISTIR
indireto. 1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Pedir As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. 2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
Pedi-lhe favores. estar presente, caber, pertencer.
Objeto Indireto Objeto Direto
Exemplos:
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. Assistimos ao documentário.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Não assisti às últimas sessões.
Objetiva Direta Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
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APOSTILAS OPÇÃO
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar 1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
introduzido pela preposição “em”. vontade de, cobiçar.
Assistimos numa conturbada cidade. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
CHAMAR
1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, 2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
solicitar a atenção ou a presença de. estimar, amar.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Quero muito aos meus amigos.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo VISAR
preposicionado ou não. 1) Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
A torcida chamou o jogador mercenário. fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
A torcida chamou ao jogador mercenário. O homem visou o alvo.
A torcida chamou o jogador de mercenário. O gerente não quis visar o cheque.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
CUSTAR objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O ensino deve sempre visar ao progresso social.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Frutas e verduras não deveriam custar muito. público.
Questões
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. 01. Todas as alternativas estão corretas quanto ao emprego
Muito custa viver tão longe da família. correto da regência do verbo, EXCETO:
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva (A) Faço entrega em domicílio.
Intransitivo Reduzida de Infinitivo (B) Eles assistem o espetáculo.
(C) João gosta de frutas.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. (D) Ana reside em São Paulo.
Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva (E) Pedro aspira ao cargo de chefe.
Indireto Reduzida de Infinitivo
02. Assinale a opção em que o verbo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que chamar é empregado com o mesmo sentido que
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara,
Observe o exemplo abaixo: Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
Custei para entender o problema. (A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
Forma correta: Custou-me entender o problema. (B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
IMPLICAR (D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: (E) mandou chamar o médico com urgência.
a) dar a entender, fazer supor, pressupor 03. A regência verbal está correta na alternativa:
Suas atitudes implicavam um firme propósito. (A) Ela quer namorar com o meu irmão.
(B) Perdi a hora da entrevista porque fui à pé.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, (C) Não pude fazer a prova do concurso porque era de menor.
acarretar, provocar (D) É preferível ir a pé a ir de carro.
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um
povo. Respostas
01. B\02. A\03. D
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer,
envolver Regência Nominal
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa
indireto e rege com preposição “com”. relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes
apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que
PROCEDER derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos,
1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de complementos introduzidos pela preposição «a”.Veja:
adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como Obedecer a algo/ a alguém.
refutá-las. Obediente a algo/ a alguém.
Você procede muito mal.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados
2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição” da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela atentamente e procure, sempre que possível, associar esses
preposição “a”) é transitivo indireto. nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames. Substantivos
O delegado procederá ao inquérito. Admiração a, por
Devoção a, para, com, por
QUERER Medo a, de
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APOSTILAS OPÇÃO
Aversão a, para, por (B) do que, por, menos
Doutor em (C) a, para, menos
Obediência a (D) do que, com, menos
Atentado a, contra (E) do que, para, menos
Dúvida acerca de, em, sobre
Ojeriza a, por 03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser
Bacharel em seguidos pela mesma preposição:
Horror a (A) ávido, bom, inconsequente
Proeminência sobre (B) indigno, odioso, perito
Capacidade de, para (C) leal, limpo, oneroso
Impaciência com (D) orgulhoso, rico, sedento
Respeito a, com, para com, por (E) oposto, pálido, sábio
Adjetivos Respostas
Acessível a 01. D\02. A\03. D
Diferente de
Necessário a Norma culta e variação
Acostumado a, com linguística: estilística,
Entendido em
sociocultural, geográfica,
Nocivo a
Afável com, para com histórica.
Equivalente a
Paralelo a
Agradável a Norma Culta e Língua-Padrão
Escasso de
Parco em, de De acordo com M. T. Piacentini, mesmo que não se mencione
Alheio a, de terminologia específica, é evidente que se lida no dia-a-dia com
Essencial a, para níveis diferentes de fala e escrita. É também verdade que as
Passível de pessoas querem “falar e escrever melhor”, querem dominar a
Análogo a língua dita culta, a correta, a ideal, não importa o nome que se
Fácil de lhe dê.
Preferível a O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é
Ansioso de, para, por aquele convencionalmente utilizado nas instâncias públicas de
Fanático por uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais,
Prejudicial a textos científicos e publicações oficiais; em suma, é a que circula
Apto a, para nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas esferas de
Favorável a pesquisa e trabalhos acadêmicos.
Prestes a Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua
Ávido de circulante que é correta mas diferente da língua ideal e
Generoso com imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da gramática.
Propício a Eles fazem, pois, uma distinção entre o real e o ideal: a língua
Benéfico a concreta com todas suas variedades de um lado, e de outro um
Grato a, por padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e “correto”, o que
Próximo a conformaria, no seu entender, uma língua artificial, situada num
Capaz de, para nível hipotético.
Hábil em Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há
Relacionado com dois estratos diferenciados: um praticamente intangível,
Compatível com representado nas normas preconizadas pela gramática
Habituado a tradicional, que comporta as irregularidades e excrescências da
Relativo a língua, e outro concreto, o utilizado pelos falantes cultos, qual
Contemporâneo a, de seja, a “linguagem concretamente empregada pelos cidadãos
Idêntico a que pertencem aos segmentos mais favorecidos da nossa
população”, segundo Marcos Bagno.
Advérbios Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística
Longe de Perto de somente a pessoa que tiver formação universitária completa
será caracterizada como falante culto(urbano).
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos
o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; que produzem os jornais, a documentação oficial, os trabalhos
paralelamente a; relativa a; relativamente a. científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php língua que tais pessoas falam e os textos que produzem nem
sempre se coadunem com as regras rígidas impostas pela
Questões gramática normativa, divulgada na escola e em outras instâncias
(de repressão linguística) como o vestibular.
01. Assinale a alternativa em que a preposição “a” não deva Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele fazer
ser empregada, de acordo com a regência nominal. a distinção entre as duas modalidades e os dois termos que as
(A) A confiança é necessária ____ qualquer relacionamento. descrevem?
(B) Os pais de Pâmela estão alheios ____ qualquer decisão. Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas
(C) Sirlene tem horror ____ aves. e convenções agregadas num corpo chamado de gramática
(D) O diretor está ávido ____ melhores metas. tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de
(E) É inegável que a tecnologia ficou acessível ____ toda correção para toda e qualquer forma de expressão linguística.
população. Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de
acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não
02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto...... pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta
simpatia. uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos
(A) a, por, menos igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a
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culto). políticas, econômicas e culturais. Segundo Lucchesi considera-
Em suma: há uma realidade heterogênea que, por abrigar se que a realidade linguística brasileira deve ser entendida como
diferenças de uso que refletem a dinâmica social, exclui a um contínuo de normas, dentro do quadro de bipolarização do
possibilidade de imposição ou adoção como única de uma Português do Brasil.
língua-modelo baseada na gramática tradicional, a qual, por sua A existência da civilização dá-se com o surgimento da
vez, está ancorada nos grandes escritores da língua, sobretudo escrita. Suas regras são pautadas a partir da Norma Culta. Sendo
os clássicos , sendo pois conservadora. E justamente por se valer esta importante nos documentos formais que exigem a correta
de escritores é que as prescrições gramaticais se impõem mais expressão do Português para que não haja mal entendido algum.
na escrita do que na fala. Ela nada mais é do que a modalidade linguística escolhida pela
“ A cultura escrita, associada ao poder social , desencadeou elite de uma sociedade como modelo de comunicação escrita e
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador verbal.
(que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas), A Norma Culta é uma expressão empregada pelos linguistas
que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas
neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos,
processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de sendo assim classificando os cidadãos nascidos e criados em
norma-padrão ou língua-padrão” (Faraco, Carlos Alberto). zonas urbanas e com grau de instrução superior completo.
Aryon Rodrigues entra na discussão: “Frequentemente o “Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras
padrão ideal é uma regra de comportamento para a qual tendem dos grandes escritores, em cuja linguagem a classe ilustrada põe
os membros da sociedade, mas que nem todos cumprem, ou não o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso
cumprem integralmente”. Mais adiante, ao se referir à escola, ele idiomático e consagrou”. (ROCHA LIMA).
professa que nem mesmo os professores de Língua Portuguesa Dentre as características que são pertinentes à Norma Culta
escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo podemos citar que é: a variante de maior prestígio social na
professor que ensina essa gramática não consegue observá-la comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos
em sua própria fala nem mesmo na comunicação dentro de seu membros do grupo social de padrão cultural mais elevado;
grupo profissional ”. cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há pela escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que há
brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale maior formalidade aproximando-a dos padrões da prescrição da
assim: gramática tradicional; a mais empregada na literatura e também
– Me conta como foi o fim de semana… pelas pessoas cultas em diferentes situações de formalidade;
– Te enganaram, com certeza! indicada precisamente nas marcas de gênero, número e pessoa;
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi usada em todas as pessoas verbais, com exceção, talvez, da 2ª
mandado embora? do plural, sendo utilizada principalmente na linguagem dos
sermões; empregada em todos os modos verbais em relação
Ou mesmo assim: verbal de tempos e modos; possuindo uma enorme riqueza
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem de construção sintática, além de uma maior utilização da
machucados. voz passiva; grande o emprego de preposições nas regências
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina. aproveitando a organização gramatical cuidada da frase.
– Acho que já lhe conheço, rapaz. De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico,
às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar.
se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma
propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só Padrão está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições
se encontrariam na escrita (conta-me como foi /enganaram-te / representadas na gramática, mas é marcada pela língua
explica-me uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos produzida em certo momento da história e em uma determinada
/ acho que já o conheço) configuram a norma-padrão ou língua- sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
padrão. formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
polarização entre a norma-padrão (também denominada Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua
“norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das idealizada prescrito pelas gramáticas normativas, como sendo
variedades existentes no Brasil, aí incluída a norma culta, no uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e
senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os raramente utiliza na escrita. Sendo também uma referência
leigos, a população em geral, toda forma elevada de linguagem, para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal
que se aproxime dos padrões de prestígio social, configura a a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido
norma culta. de língua. Assim, as gramáticas tradicionais descrevem a Norma
Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do Português
Norma culta, norma padrão e norma popular no Brasil.
Marcos Bagno propõe, como alternativa, uma triangulação:
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao onde a Norma Popular teria menos prestígio opondo-se à Norma
dialeto social praticado pela classe de prestígio, representando Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas
a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A anteriores servindo como um ideal imaginário e inatingível.
normatização não existe por razões apenas linguísticas, mas A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e Coloquial. A
também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, que segue
língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de classes, rigidamente as regras gramaticais.
poder, acesso a educação escrita, e não da qualidade da forma Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante
da língua. Há um conceito amplo e um conceito estreito de tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como
Norma. No primeiro caso, ela é entendida como um fator de porque é supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o
coesão social. No segundo, corresponde concretamente aos que está escrito. Já a Padrão Coloquial é a versão oral da língua
usos e aspirações da classe social de prestígio. Num sentido culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de
amplo, a norma corresponde à necessidade que um grupo liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais.
social experimenta de defender seu veículo de comunicação das Entretanto, a margem de afastamento dessas regras é estreita e,
alterações que poderiam advir no momento do seu aprendizado. embora exista, a permissividade com relação às transgressões é
Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e atitudes pequena.
de determinado seguimento da sociedade, precisamente aquele Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes
que desfruta de prestígio dentro da Nação, em virtude de razões traumas, construções como: ainda não vi ele; me passe o
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arroz e não te falei que você iria conseguir?. Inadmissíveis na Variações Fônicas
língua escrita. O falante culto, de modo geral, tem consciência
dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons
as construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita. constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica são
Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios
e muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas em que se percebe com mais nitidez a diferença entre uma
mesmo na linguagem oral. A Norma Popular é aquela linguagem variante e outra. Entre esses casos, podemos citar:
que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a - a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem
linguagem popular, falada no cotidiano. oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização - o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica,
Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da hoje frequentes na fala caipira.
natural economia linguística. É utilizado em contextos informais. - a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava,
Dentre as características da Norma Popular podemos marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na
destacar: economia nas marcas de gênero, número e pessoa; linguagem oral coloquial.
redução das pessoas gramaticais do verbo; mistura da 2ª com - a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis
a 3ª pessoa do singular; uso intenso da expressão a gente em (Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas
lugar de eu e nós; redução dos tempos da conjugação verbal e de típicas de pessoas de baixa condição social.
certas pessoas, como a perda quase total do futuro do presente - A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das
e do pretérito-mais-que-perfeito no indicativo; do presente do regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande
subjuntivo; do infinitivo pessoal; falta de correlação verbal entre do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem
os tempos; redução do processo subordinativo em benefício da caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu,
frase simples e da coordenação; maior emprego da voz ativa farór, farol.
em lugar da passiva; predomínio das regências verbais diretas; - deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar,
simplificação gramatical da frase; emprego dos pronomes estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social.
pessoais retos como objetos.
Na visão de Preti, os falantes cultos “até em situação de Variações Morfológicas
gravação consciente revelaram uma linguagem que, em geral,
também pertence a falantes comuns”. Sendo mais espontânea e São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra.
criativa, a Norma Popular se afigura mais expressiva e dinâmica. Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são
Temos, assim, alguns exemplos: estou preocupado (Norma tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são
Culta); to preocupado (Norma Popular); to grilado (gíria, limite desprezíveis. Como exemplos, podemos citar:
da Norma Popular). - o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da
conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de
expressividade e enorme criatividade para viver, necessitando humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um
conhecer a língua culta para conviver. carro hiperpossante (em vez de possantíssimo).
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos
Fonte:https://centraldefavoritos.wordpress. regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se
com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-padrao/(Adaptado) ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de
Variação Linguística irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia).
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-
“Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha
um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade; (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal
se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador (da cal).
errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...)” - a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e
adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os
Todas as pessoas que falam uma determinada língua livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento - o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero
podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas
Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e outras vezes eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não
bastante evidentes, recebem o nome genérico de variedades ou é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
variações linguísticas.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os Variações Sintáticas
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-
se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No
mesmo significado dentro de um mesmo contexto. Suponham- domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as
se, por exemplo, os dois enunciados a seguir: diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos
citar:
Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz - o uso de pronomes do caso reto com outra função que não
tempo. a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não
Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos. irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em
Qualquer falante do português reconhecerá que os dois vez de ti) e ele.
enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo sentido, - o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez
mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que o de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
segundo é de uma pessoa mais “estudada”. - a ausência da preposição adequada antes do pronome
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber relativo em função de complemento verbal: são pessoas que (em
dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que existem vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez
muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu
chamam de variações linguísticas. mais confio.
As variações que distinguem uma variante de outra se - a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome
manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico, “que” no início da frase mais a combinação da preposição “de”
morfológico, sintático e lexical. com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a
família dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
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- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando como a troca ou inversão de uma letra. A palavra lide é o nome
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial.
voz me irrita. Quando o lide é muito prolixo, é chamado de nariz-de-cera. Furo
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso,
chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou foi uma barriga. Entre os jornalistas é comum o uso do verbo
naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios. repercutir como transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia
de renúncia! (esse uso é considerado errado pela gramática
Variações Léxicas normativa).
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes - Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não
do plano do léxico, como as do plano fônico, são muito deseja ser entendido por outros grupos ou que pretende marcar
numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos
confronto com outra. Eis alguns, entre múltiplos exemplos marginalizados, de grupos jovens e de segmentos sociais de
possíveis de citar: contestação, sobretudo quando falam de atividades proibidas. A
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no
para formar o grau superlativo dos adjetivos, características da sentido de afetado por algum prejuízo ou má-sorte), ir pro brejo
linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente),
difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado. cara ou cabra (indivíduo, pessoa), bicha (homossexual
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às masculino), levar um lero (conversar).
vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado
a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no - Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico
Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, excessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em vez
em Portugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez
diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em
chamamos de suéter, malha, camiseta. vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casamento);
chufa (em vez de caçoada, troça).
Designações das Variantes Lexicais:
- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de
- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por um léxico vulgar, rasteiro, obsceno, grosseiro. É o caso de quem
isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e envelhecida. diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou
É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década (em vez de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar
de 60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz).
ou forma semelhante), e um homem bonito era um pão; na
linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um Tipos de Variação
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante
usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as
supimpa. variantes linguísticas um sistema de classificação que seja
simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as
- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras diferenças que caracterizam os múltiplos modos de falar dentro
recém-criadas, muitas das quais mal ou nem entraram para os de uma comunidade linguística. O principal problema é que
dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de
exemplos, como escanear, deletar, printar; outros exemplos atuarem isoladamente.
extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a combinação As variações mais importantes, para o interesse do concurso
de sons), robotizar, robotização. público, são os seguintes:
- Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras - Sócio-Cultural: Esse tipo de variação pode ser percebido
emprestadas de outra língua, que ainda não foram com certa facilidade. Por exemplo, alguém diz a seguinte frase:
aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso,
há muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica, “Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase
tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou, 1)
mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo
próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente, Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”, caracterizá-la, por exemplo, pela sua profissão: um advogado?
“impreciso”), sic (“assim, como está escrito”), data venia (“com Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um
sua permissão”). garimpeiro? Um repórter de televisão?
As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight E quem usaria a frase abaixo?
(compreensão repentina de algo, uma percepção súbita), feeling
(“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto “Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.”
de informações básicas), jingle (mensagem publicitária em (frase 2)
forma de música). Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes
Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não a grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que,
se aportuguesaram, mas há ocorrências: hors-concours (“fora muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou,
de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra quando muito, fizeram-no em condições não adequadas.
particular entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que
corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la carte (cardápio tiveram possibilidades sócio-econômicas melhores e puderam,
“à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a
caracterização de um personagem). leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa
forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua.
- Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita
como a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. acima está bastante simplificada, uma vez que há diversos
No jargão médico temos uso tópico (para remédios que não outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe
devem ser ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC as palavras e constrói as frases. Por exemplo, a situação de uso
ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No jargão da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa
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usá-la numa situação informal (conversando com alguns amigos, circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta
por exemplo). anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que tornar conhecimento de novas palavras e combinações.
as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma
gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la.
língua. A elas damos o nome de variações sócio-culturais. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô;
talvez ele não entenda o que você diz.
- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a
facilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguístico, que chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a
é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre, dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940?
intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a
principalmente na pronúncia. Ao conjunto das características motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o antibiótico, o
da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apartheid,
sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque gaúcho o som pop, as estruturas e a infraestrutura.
etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo,
também ser percebida no vocabulário, em certas estruturas de a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o
frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras podem mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.
assumir em diferentes regiões do país. Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo, servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia,
em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, recria a fala de a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a
um típico sertanejo do centro-norte de Minas: Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU.
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o
“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado conglomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM,
Mangolô!]. a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não elétrica.
faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu era moço, Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora,
isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, filhotes de
d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não, estou percurando é poluição.
sossego...” Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos
fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa microrranhuras.
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso. Muda a Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh!
forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Pow! Click!
Essas alterações recebem o nome de variações históricas. Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, ou
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andrade. mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas começam a aparecer
Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira, mostra como a sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral.
língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das palavras A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer.
de antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos,
vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
Texto I significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa,
Antigamente Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram - De Situação: aquelas que são provocadas pelas alterações
todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; completavam das circunstâncias em que se desenrola o ato de comunicação.
primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo Um modo de falar compatível com determinada situação é
rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam incompatível com outra:
longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o remédio
era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os Ô mano, ta difícil de te entendê.
mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a
fresca; e também tomava cautela de não apanhar sereno. Os mais Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em situação
jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, informal, não tem cabimento se o interlocutor é o professor em
chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; situação de aula.
os quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme
em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua. em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes da
(...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos linguagem culta, que servem invariavelmente de uma linguagem
queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão formal, sendo, por isso mesmo, considerados excessivamente
em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. formais ou afetados.
A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe São muitos os fatores de situação que interferem na fala de
faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele discorre (em
Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças religiosas
chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: como falaria de um jogo de futebol ou de uma briga que tenha
verdadeiros cromos, umas teteias. presenciado), o ambiente físico em que se dá um diálogo (num
(...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os templo não se usa a mesma linguagem que numa sauna), o grau
meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam de intimidade entre os falantes (com um superior, a linguagem
ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas é uma, com um colega de mesmo nível, é outra), o grau de
retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. comprometimento que a fala implica para o falante (num
Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora. depoimento para um juiz no fórum escolhem-se as palavras,
num relato de uma conquista amorosa para um colega fala-se
Texto II com menos preocupação).
As variações de acordo com a situação costumam ser
Entre Palavras chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de estilo
e são classificadas em duas grandes divisões:
Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – - Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de reflexão sobre
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o que se diz, bem como o estado de atenção e vigilância. É na ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto
linguagem escrita, em geral, que o grau de formalidade é mais (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”.
tenso. Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala com feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já
despreocupação e espontaneidade, em que o grau de reflexão especificados.
sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral íntima e Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
familiar que esse estilo melhor se manifesta.
Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pequeno 1-) diante de substantivos masculinos:
trecho da gravação de uma conversa telefônica entre duas Andamos a cavalo.
universitárias paulistanas de classe média, transcrito do livro Fomos a pé.
Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. As reticências
indicam as pausas. 2-) diante de verbos no infinitivo:
A criança começou a falar.
Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, tem Ela não tem nada a dizer.
dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara rachada? Fica
assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo, lê?! Um Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
menino lá que faiz pós-graduação na, na GV, ele me, nóis ficamo exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
até duas hora da manhã ele me explicando toda a matéria de
economia, das nove da noite. 3-) diante da maioria dos pronomes e das expressões de
tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
Como se pode notar, não há preocupação com a pronúncia Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
nem com a continuidade das ideias, nem com a escolha das Entreguei a todos os documentos necessários.
palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um trecho Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
da gravação de uma aula de português de uma professora
universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Dinah Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro. As podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina
pausas são marcadas com reticências. por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao,
ocorrerá crase. Por exemplo:
o que está ocorrendo com nossos alunos é uma fragmentação
do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo... e fica com uma Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
série... de aspectos teóricos... isolados... que ele não sabe vincular Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
a realidade nenhuma de seu idioma... isto é válido também para Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
a faculdade de letras... ou seja... né? há uma série... de conceitos Cláudio para sair mais cedo.)
teóricos... que têm nomes bonitos e sofisticados... mas que... na
hora de serem empregados... deixam muito a desejar... 4-) diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos
Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau Daqui a uma semana começa o campeonato.
de formalidade e planejamento típico do texto escrito, mas trata-
se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
telefone.
1-) diante de palavras femininas:
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Crase. Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Crase Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
A palavra crase é de origem grega e significa «fusão»,
«mistura». Na língua portuguesa, é o nome que se dá à «junção» 2-) diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos 3-) na indicação de horas:
e nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a Acordei às sete horas da manhã.
crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência Elas chegaram às dez horas.
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Foram dormir à meia-noite.
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responder nenhuma das questões.
à
A sessão à qual assisti estava vazia.
semelhança às ordens à beira de
de
Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
Crase diante de Nomes de Lugar
A ocorrência da crase com o pronome
demonstrativo “a” também pode ser detectada através da
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do
substituição do termo regente feminino por um termo regido
artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
masculino.
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a
Veja:
preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
Minha revolta é ligada à do meu país.
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo
Meu luto é ligado ao do meu país.
regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”. A
As orações são semelhantes às de antes.
ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse nome de
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.
Suas perguntas são superiores às dele.
Por exemplo:
Seus argumentos são superiores aos dele.
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a]
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
França.)
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
A Palavra Distância
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto
Alegre.)
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a
crase deve ocorrer.
- Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A
Por exemplo:
volto DE, crase PRA QUÊ?”
Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
determinada)
Vou à praia. = Volto da praia.
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
palavra está especificada.)
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
ocorrerá crase. Veja:
Se a palavra distância não estiver especificada, a
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. =
crase não pode ocorrer.
mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Por exemplo:
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Os militares ficaram a distância.
Gostava de fotografar a distância.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Ensinou a distância.
Aquela (s), Aquilo
Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância.
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo
regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade,
Refiro-me a + aquele atentado. pode-se usar a crase.
Veja:
Preposição Pronome Gostava de fotografar à distância.
Ensinou à distância.
Refiro-me àquele atentado. Dizem que aquele médico cura à distância.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo: 1-) diante de nomes próprios femininos:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes
Aluguei aquela casa. próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.
Veja outros exemplos: Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
Quero agradecer àqueles que me socorreram. escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito. Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a
Roberto.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao
Roberto.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes 2-) diante de pronome possessivo feminino:
exigir a preposição «a», haverá crase. É possível detectar a Observação: é facultativo o uso da crase diante de
ocorrência da crase nesses casos utilizando a substituição do pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
termo regido feminino por um termo regido masculino. artigo. Observe:
Por exemplo: Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. esperando por você.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está
esperando por você.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos: Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. frases abaixo das seguintes formas:
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
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Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. Ponto
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
3-) depois da preposição até: se encontra.
Fui até a praia. ou Fui até à praia. - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
A palestra vai até às cinco horas da tarde.
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
Questões
Ponto e Vírgula ( ; )
01. No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar- 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
se ______aspectos jurídicos ou policiais. É como se suas únicas importância.
consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
e estatísticas criminais. Raro ler ____respeito envolvendo a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
questões de saúde pública como programas de esclarecimento nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
e prevenção, de tratamento para dependentes e de reintegração
desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico 2- Separa partes de frases que já estão separadas por
ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa vírgulas.
própria família? - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio
e cobertor.
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo,
17.09.2012. Adaptado) 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
decreto de lei, etc.
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e - Ir ao supermercado;
respectivamente, com: - Pegar as crianças na escola;
(A) aos … à … a … a - Caminhada na praia;
(B) aos … a … à … a - Reunião com amigos.
(C) a … a … à … à
(D) à … à … à … à Dois pontos
(E) a … a … a … a 1- Antes de uma citação
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
02. Leia o texto a seguir.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu 2- Antes de um aposto
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do - Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu- e calor à noite.
lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
que fez. 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
Janeiro: Globo, 1997, p. 6) rotina de sempre.
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APOSTILAS OPÇÃO
a) entre sujeito e predicado. 02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a
Todos os alunos da sala foram advertidos. ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas
Sujeito predicado da frase abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
b) entre o verbo e seus objetos. ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
V.T.D.I. O.D. O.I. A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
c) entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
adnominal. D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
A surpreendente reação do governo contra os sonegadores E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
despertou reações entre os empresários.
adj. adnominal nome adj. adn. complemento nominal 03. Os sinais de pontuação estão empregados corretamente
em:
Usa-se a vírgula: A) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção
- Para marcar intercalação: de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vendas associadas aos dois temas.
vem caindo de preço. B) Duas explicações do treinamento para consultores
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias vendas associadas aos dois temas.
não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir C) Duas explicações do treinamento para consultores
mão dos lucros altos. iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de
- Para marcar inversão: vendas associadas aos dois temas.
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): D) Duas explicações do treinamento para consultores
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. vendas associadas aos dois temas.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio E) Duas explicações, do treinamento para consultores
de 1982. iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos vendas associadas aos dois temas.
em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. Resposta
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. 1-C 2-C 3-B
01. Assinale a alternativa em que a pontuação está A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil,
corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da encontrando-se em constante evolução. As palavras não
língua portuguesa. apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, uma variedade de significados, mediante o contexto em que
experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse utilizam.
ajudar a revelar quem era a sua dona. A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-
ajudar a revelar quem era a sua dona. nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou exemplos:
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse A menina está com a cara toda pintada.
ajudar a revelar quem era a sua dona. Aquele cara parece suspeito.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou No primeiro exemplo, a palavra cara significa “rosto”, a parte
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no
ajudar a revelar quem era a sua dona. segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, ampliado e, por uma série de associações, entendemos que
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou nesse caso significa “pessoa”, “sujeito”, “indivíduo”.
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou
ajudar a revelar quem era a sua dona. mais) possibilidades de interpretação. Veja:
Língua Portuguesa 82
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APOSTILAS OPÇÃO
Marcos quebrou a cara. Minha vida é um mar de tristezas.
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Você tem um coração de pedra!
Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto,
podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil1.php
“Marcos não se deu bem”, tentou realizar alguma coisa e não http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
conseguiu.
Figuras de Linguagem
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma
palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, As figuras de linguagem ou de estilo, de acordo com Renan
basicamente, duas possibilidades: Bardine, são empregadas para valorizar o texto, tornando
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para
original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo
no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
denotação - do signo linguístico.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as
significado, passível de interpretações diferentes, dependendo produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A
do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o palavra empregada em sentido figurado, não-denotativo, passa
sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico. a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido
conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou As figuras de linguagem classificam-se em:
modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é 1) figuras de palavra;
comum a exploração do sentido conotativo, como consequência 2) figuras de harmonia;
da nossa forte carga de afetividade e expressividade. 3) figuras de pensamento;
4) figuras de construção ou sintaxe.
Exemplos de variação no significado das palavras:
1) FIGURAS DE PALAVRA
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido próprio As figuras de palavra são figuras de linguagem que consistem
ou literal) no emprego de um termo com sentido diferente daquele
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito
figurado) mais expressivo na comunicação.
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam São figuras de palavras:
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo a) comparação e) catacrese
(conotação) das palavras. O sentido denotativo é também b) metáfora f) sinestesia
conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo c) metonímia g) antonomásia
é também conhecido como sentido figurado. d) sinédoque h) alegoria
Língua Portuguesa 83
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APOSTILAS OPÇÃO
Ela parecia ler Jorge Amado*. Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor
*A obra de Jorge Amado. e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos
- O abstrato pelo concreto e vice-versa: comprimários, quando não são o soprano e o contralto que
lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos
Não devemos contar com o seu coração*. comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a
*Sentimento, sensibilidade. orquestra é excelente… (Machado de Assis)
Língua Portuguesa 84
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APOSTILAS OPÇÃO
se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade e) concordância ideológica: silepse.
enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é
outra designação para paradoxo. Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe:
a) assíndeto e) elipse i) zeugma
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
É ferida que dói e não se sente; c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
É um contentamento descontente; d) hipálage h) anacoluto m) silepse
É dor que desatina sem doer;” (Camões)
Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras
Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem
expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como justapostas ou separadas por vírgulas.
penosa, desagradável ou chocante.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por
Ex:“E pela paz derradeira(1) que enfim vai nos redimir exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
Deus lhe pague” (Chico Buarque)
*1 paz derradeira: morte Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam
pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se,
Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de fundindo-se.” (Machado de Assis)
palavras que intensificam uma mesma idéia.
Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou
Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o oração que facilmente podemos identificar ou subentender no
passo.” (Castro Alves) contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções,
preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma dinamismo.
idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de
impacto. Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias
coloridas.”
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo 1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de
Bilac) sandálias…)
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na
pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa
ou sarcástica. Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários
dos Felipes.” 1
Exemplo: “Moça linda, bem tratada, 1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
três séculos de família,
burra como uma porta: Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de
um amor.” (Mário de Andrade) palavras no início de um período, frase ou verso.
Também a atribuição de características humanas a seres Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da
animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas mesma ideia, isto é, redundância de significado.
e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O
peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…” a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para
reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto
Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico,
(Raul Bopp) enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia
Lispector) Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto
Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de de Oliveira)
palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou
situação que não se quer nomear. “Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
Exemplo: “Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de ideias que
Cidade maravilhosa já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas.
Coração do meu Brasil.” (André Filho) Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de
reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do
4) FIGURAS DE SINTAXE sentido real das palavras.
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, repetir de
desvios em relação à concordância entre os termos da oração, novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue, monopólio
sua ordem, possíveis repetições ou omissões. exclusivo, breve alocução, principal protagonista
Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso
d) ruptura: anacoluto; que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
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Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, 02. Identifique a figura de linguagem presente na tira
e as criadas das burguesinhas ricas seguinte:
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”
(Manuel Bandeira)
Exemplo: “Tão leve estou (1) que nem sombra tenho.” (Mário
Quintana)
*1 Estou tão leve…
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” 1 (Camões) Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem,
*1 A grita da gente se alevanta ao Céu. a resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso
está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir
Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do informações. É também exprimir emoções, dar ordens, falar
adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?
outro, na mesma frase.
A linguagem serve para informar: Função Referencial.
Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” 2 (Eça de
Queiros) “Estados Unidos invadem o Iraque”
*2 … as lojas dos barbeiros loquazes.
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um
Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção acontecimento do mundo.
do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória,
seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais transmitimos esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos
termos – que não apresentam função sintática definida – sabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos
desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa contra as tentativas mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graças
sensível. à linguagem, um ser humano recebe de outro conhecimentos,
aperfeiçoa-os e transmite-os.
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
nelas.” (Alcântara Machado) ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita desde as mais banais informações do dia a dia até as teorias
com as palavras, mas com a ideia a elas associada. científicas, as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais
avançados.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre A função informativa da linguagem tem importância central
os gêneros gramaticais (feminino ou masculino). na vida das pessoas, consideradas individualmente ou como
grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo;
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos
(Guimarães Rosa) e a transferência de experiências. Por meio dessa função, a
linguagem modela o intelecto.
b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância É a função informativa que permite a realização do trabalho
envolvendo o número gramatical (singular ou plural). coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que
cada indivíduo continue sempre a aprender.
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário A função informativa costuma ser chamada também de
Barreto) função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
que as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas
c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o ou os eventos a que fazem referência.
sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve
se inclui no sujeito enunciado. A linguagem serve para influenciar e ser influenciado:
Função Conativa.
Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas
pessoas.” (Machado de Assis) “Vem pra Caixa você também.”
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(amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol
ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas
Quem ouve desavisada e reiteradamente a palavra “negro”, não entendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois
pronunciada em tom desdenhoso, aprende a ter sentimentos ele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo,
racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo, sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.
“Isso é coisa de mulher”, aprendemos os preconceitos contra a Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função
mulher. fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.
com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam
de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem:
os anúncios publicitários que nos dizem como seremos bem Função Metalinguística.
sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas
marcas, se consumirmos certos produtos. Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usando
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar
espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos palavrões”, não estamos falando de acontecimentos do mundo,
atemorizados, que se deixam conduzir sem questionar. mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística
quando esta é usada para interferir no comportamento das é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o
pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre
palavra conativo é proveniente de um verbo latino (conari) que a nossa fala e a dos outros. Quando afirmamos como diz o
significa “esforçar-se” (para obter algo). outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de
esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial
A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função como a que estamos enunciando; inversamente, podemos usar
Emotiva. a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de
dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o
“Eu fico possesso com isso!” padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica, vou dizer que
“peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”.
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos A linguagem serve para criar outros universos.
e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém, do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos,
desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que
exprimir poder ou para afirmarmo-nos socialmente. Durante o outros modos de ser são possíveis, que outros universos podem
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos existir. O filme de Woody Allen “A rosa púrpura do Cairo” (1985)
certos políticos dizerem “A intenção do Fernando é levar o mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história
país à prosperidade” ou “O Fernando tem mudado o país”. Essa de uma mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e
maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade, dos maus-tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema,
uma maneira de insinuarem intimidade com ele e, portanto, assistindo inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida
de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai
proximidade com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa
que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar outra realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o
nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual amor nunca diminui e assim por diante.
ou nossa competência na conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não
raro inconscientemente. Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo-
utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos
é, daquele que fala. satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz
A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana
Fática. “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes,
quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco
__Que calorão, hein? de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a
__Também, tem chovido tão pouco. primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros. A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor. para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em
dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas,
elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio
em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o Guimarães:
silêncio poderia ser constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos “ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todos consciência e bata em retirada.”
conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso, (Folha de S. Paulo)
não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais.
Quando encontramos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente
em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar,
bem, se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo,
maneira de estabelecer um vínculo social. para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos.
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o
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APOSTILAS OPÇÃO
sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos
disposição das palavras, etc. publicitários (centra-se no canal de comunicação).
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de - Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com
Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis,
/b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: etc.
E o bosque estala, move-se, estremece... Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes
Da cavalgada o estrépito que aumenta da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluiram
Perde-se após no centro da montanha... para o que podemos reconhecer como “interjeições”. As
primeiras ferramentas da fala humana.
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos. A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais
profundamente distingue o homem dos outros animais.
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos Podemos considerar que o desenvolvimento desta função
ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação
cavalos aumenta. da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial.
sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada
usando a linguagem em sua função poética. e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais,
desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna- diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre
se necessário o estudo dos elementos da comunicação. surdos, mas também para utilizar em situações especiais,
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que
de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - alguém espera se encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem
ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em observar entre si.
silêncio, etc). Exemplo:
Questões
01.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Alô, alô, Marciano
Emissor emite, codifica a mensagem Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Receptor recebe, decodifica a mensagem Você não imagina a loucura
Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...]
conjunto de signos usado na transmissão e LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em: http://www.
Código
recepção da mensagem vagalume.com.br/ Acesso em: 30 mar. 2014.
Referente contexto relacionado a emissor e receptor
Os dois primeiros versos do texto fazem referência à função
Canal meio pelo qual circula a mensagem da linguagem cujo objetivo dos emissores é apenas estabelecer
Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu ou manter contato de comunicação com seus receptores. Nesses
certa modificação, pois, chegou-se a conclusão de que ao se versos, a linguagem está empregada em função
tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que (A) expressiva.
é um veículo democrático (observe a função fática), assim, (B) apelativa.
admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo (C) referencial.
interativo): (D) poética.
(E) fática.
Locutor quem fala (e responde) 02.
Locutário quem ouve e responde SONETO DE MAIO
(Vinícius de Moraes)
Interlocução diálogo Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, faciais E lava o ar de anil, alegra a rua
etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. Alumbra os astros e aproxima o céu.
As atitudes e reações dos comunicantes são também Até a lua, a casta e branca lua
referentes e exercem influência sobre a comunicação Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
Lembramo-nos: A destilar seu luminoso mel.
Raia a aurora tão tímida e tão frágil
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” Que através do seu corpo transparente
do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função Dir-se-ia poder-se ver o rosto
está, por norma, a poesia lírica. Carregado de inveja e de presságio
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de Dos irmãos Junho e Julho, friamente
mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que Preparando as catástrofes de Agosto...
este assuma determinado comportamento; há frequente Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br
uso do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é
frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade. Em um poema, é possível afirmar que a função de linguagem
- Função metalinguística: função usada quando a língua está centrada na:
explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de (A) Função fática.
um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou (B) Função emotiva ou expressiva.
semânticos). (C) Função conativa ou apelativa.
- Função informativa (ou referencial): função usada (D) Função denotativa ou referencial.
quando o emissor informa objetivamente o receptor de uma
realidade, ou acontecimento. Respostas
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção 01. (E) / 02. (B)
Língua Portuguesa 88
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APOSTILAS OPÇÃO
Tipos Textuais imagens.
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não
implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do
momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa
e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). forma, o que será importante ser analisado para um, não será
Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas para outro.
escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre A vivência de quem descreve também influencia na hora de
determinado assunto. transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto,
E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação.
Exemplos:
Descrição (I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas
a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
visão; pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o
É um tipo de texto figurativo; meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de
abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.”
Retrato de pessoas, ambientes, objetos;
Predomínio de atributos; (extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
Uso de verbos de ligação; (II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
Frequente emprego de metáforas, comparações e outras aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em
figuras de linguagem; reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta
minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o
Tem como resultado a imagem física ou psicológica. cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina,
pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola
Narração depois do pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com
ele do que conosco.
Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente); (Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.)
É um tipo de texto sequencial;
Relato de fatos; Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da
escola que o escritor frequentava.
Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo; Deve-se notar:
Apresentação de um conflito; - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
Uso de verbos de ação; outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
Geralmente, é mesclada de descrições; grande medo ao pai);
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
O diálogo direto é frequente. considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é
Dissertação cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato,
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o
Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não
traçar a cronologia de suas ações);
É um tipo de texto argumentativo. - ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas
Defesa de um argumento: elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em
a) apresentação de uma tese que será defendida, relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano
b) desenvolvimento ou argumentação, de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa)
c) fechamento; e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado;
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
Predomínio da linguagem objetiva; correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica
Prevalece a denotação. poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com
Carta ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se
antes...
Língua Portuguesa 89
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APOSTILAS OPÇÃO
(...)” (Raul Pompéia – O Ateneu); Descrição Subjetiva: quando há maior participação da
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são
existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar
enunciados; ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações
se usem então as formas nominais, o presente e o pretério gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu!
imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos,
verbos que indiquem estado ou fenômeno. calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra
adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando
A característica fundamental de um texto descritivo é essa por lei, de sobregoverno.”
inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam
sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos
anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas descritivos:
linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão
ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente,
concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em uma vez que eles indicam propriedades ou características que
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto. ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, detalhe cria efeitos de sentido distintos.
para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de
grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo... Bocage:
Língua Portuguesa 90
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APOSTILAS OPÇÃO
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500
utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
sua totalidade. Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para
Descrição de ambientes: evitar a deformação em caso de colisão.
- Introdução: comentário de caráter geral.
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do Textos descritivos literários: Na descrição literária
ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de
aroma (se houver). associações conotativas que podem ser exploradas a partir de
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes;
lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também
quaisquer outros objetos. podem ocorrer tanto em prosa como em verso.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
ambiente. Narração
Descrição de paisagens: A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
outra referência de caráter geral. apresenta personagens que atuam em um tempo e em um
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
(explicação do que se vê ao longe). É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo,
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais tendo mudança de um estado para outro, segundo relações
próximos do observador explicação detalhada dos elementos de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na
que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando
da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. situações que contêm essa vivência.
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
Descrição de pessoas (I): o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
aspecto de caráter geral. predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
- Desenvolvimento: características psicológicas o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, texto recebe o nome de enredo.
inclinações, postura, objetivos). As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter personagens, que são justamente as pessoas envolvidas
geral. no episódio que está sendo contado. As personagens são
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos
Descrição de pessoas (II): próprios.
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
aspecto de caráter geral. querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) as ações do
- Desenvolvimento: análise das características físicas, enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
associadas às características psicológicas (1ª parte). uma ação ou ações é chamado de espaço, representado no texto
- Desenvolvimento: análise das características físicas, pelos advérbios de lugar.
associadas às características psicológicas (2ª parte). Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da
geral. narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu.
Porque toda técnica descritiva implica contemplação e A história contada, por isso, passa por uma introdução
apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama)
descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
sensibilidade. Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser pessoal
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa:
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não- Ele).
literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos
Por ser objetiva, há predominância da denotação. substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para história.
descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
compõem, para descrever experiências, processos, etc. Elementos Estruturais (I):
Exemplo: - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Folheto de propaganda de carro - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais
Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o
elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis,
ambiente. protagonistas ou antagonistas.
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui - Narrador: é quem conta a história.
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- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. Tipos de Discurso:
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente
tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo para o personagem, sem a sua interferência.
interior, subjetivo. Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem
diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Elementos Estruturais (II): Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do
Personagens Quem? Protagonista/Antagonista personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente
Acontecimento O quê? Fato recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX.
Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato Sequência Narrativa:
Modo Como? De que forma ocorreu o fato
Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias:
Resultado - previsível ou imprevisível. uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase
Final - Fechado ou Aberto. a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se - uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um
de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);
como simples exemplos de uma narração. Há uma relação - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e competência para fazer algo);
verossimilhança à história narrada. - uma em que a personagem executa aquilo que queria ou
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as - uma em que se constata que uma transformação se deu e
personagens ou o fato a ser narrado. em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os
Existem três tipos de foco narrativo: maus).
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a
mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla.
alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento:
história é contada em 3ª pessoa. quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever
e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo).
misturada com pensamentos dos personagens (discurso Algumas mudanças são necessárias para que outras se
indireto livre). deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um
bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro,
Estrutura: é preciso antes conseguir o dinheiro.
- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da Narrativa e Narração
história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, é um componente narrativo que pode existir em textos que
conduzindo ao clímax. não são narrações. A narrativa é a transformação de situações.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que,
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém
dos personagens. uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da
imigração européia.
Tipos de Personagens: Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
Os personagens têm muita importância na construção de um o que é narração?
texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, - é um conjunto de transformações de situação (o texto de
podem ser apresentados direta ou indiretamente. Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche
A apresentação direta acontece quando o personagem essa condição);
aparece de forma clara no texto, retratando suas características - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos
físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse
os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo requisito);
a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal
suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
posterioridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar
- Em 1ª pessoa: o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu
história e é o protagonista. turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,
eu estava lá e vi. Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
- Em 3ª pessoa: da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. quando o narrador começa contando sua morte para em
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas
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acima (transformação de situações, figuratividade e relações Apresentação da Narrativa:
de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em
devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só quadrinhos) e desenhos.
uma ou duas dessas características não é uma narração. - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
narrativo: Dissertação
- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
aconteceu, quando e onde. A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema.
personagens. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio,
- Desenvolvimento: detalhes do fato. clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento
- Conclusão: consequências do fato. de trabalho e uma habilidade de expressão.
É em função da capacidade crítica que se questionam
Caracterização Formal: pontos da realidade social, histórica e psicológica do mundo
Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu
narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, significado diz respeito a um tipo de texto em que a exposição
porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função de uma ideia, através de argumentos, é feita com a finalidade
da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico.
enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim Observe-se que:
é de grande importância saber se o relato é feito em primeira - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade
pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem
do narrador; segundo, há uma inferência do último através da particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas
onipresença e onisciência. do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos - existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte
o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. no momento em que se tornam primeirosministros);
O narrador que usa essa técnica (característica comum no - a progressão temporal dos enunciados não tem importância,
cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade, pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a
podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação
espaço. para primeiroministro).
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no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e F. Uma possível solução é apresentada.
2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
(...)” modernidade.
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras recursos que permite uma segurança maior no momento de
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” um texto dissertativo.
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que
compõem o texto. Ainda temos:
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo assunto que vai ser abordado.
futebol não é uma prova de alienação?” Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a discutido.
curiosidade do leitor. Argumentação: é um conjunto de procedimentos
- Comparação: social e geográfica. linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada
das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades tese.
que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira
doença do século...” Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente.
- Narração: narrar um fato.
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de
de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas: - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
este tipo de abordagem. - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição. ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
distintas. nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos (evitar-se o uso da primeira pessoa).
favoráveis e desfavoráveis.
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar:
descrever uma cena. uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos. mais frases que explicitem tal ideia.
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada
prováveis resultados. (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve graves. (ideia secundária)”.
apresentar questionamento e reflexão. Vejamos:
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida
valores, juízos. urgentemente.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
porquês de uma determinada situação. Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos
- Exemplificação: dar exemplos. tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo
daquelas que sofrem de problemas respiratórios:
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado
as ideias anteriormente desenvolvidas. muita gente ao vício.
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. - A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um criados pelo homem.
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de - A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades
quem lê. e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido
apenas pela polícia.
1º Parágrafo – Introdução - O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
atualmente.
A. Tema: Desemprego no Brasil. - O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a
Contextualização: decorrência de um processo histórico sociedade brasileira.
problemático.
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
remetem a uma análise do tema em questão. funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se
realidade. enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de classificação ou aleatoriamente.
quem propõe soluções. Exemplo:
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias
7º Parágrafo: Conclusão causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
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e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois
de Televisão. itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o hipótese ou a tese a ser defendida.
número de emissoras que dedicam parte da sua programação à Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
veiculação de programas religiosos de crenças variadas. fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
3- causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos,
- A Santa Missa em seu lar. da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
- Terço Bizantino. desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
- Despertar da Fé. forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses
- Palavra de Vida. parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas
- Igreja da Graça no Lar. acima.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
4- aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação
brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o
sociológicos e poluição. objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese
- Existem várias razões que levam um homem a enveredar ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no
pelos caminhos do crime. desenvolvimento.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua
sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
Anotações
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
várias categorias.
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Dentro do gabinete do computador existem outras peças que
são:
- Fonte: Tem a função de enviar energia para a placa mãe e
todos os componetes internos do gabinete.
- Placa Mãe: Principal componente do computador, é nela
que todos os componentes de hardware do computador são
ligados, os processador, a memória RAM e componentes PCI são
ligados diretamente, já o HD, o drive de CD e leitores de cartão
são ligados através de cabos, também existem locais para ligar
unidades usb, caixa de som, microfone, teclado...
Hardware e Software – conceitos - Processador: Responsável por executar todas ações
requeridas pelos programas que estão sendo utilizados pelo
básicos, sistemas operacionais: computador.
GNU/Linux e Windows 7 ou A unidade Central de Processamento – Processador tem
superior, a função de executar os programas armazenados na memória
principal, buscando cada instrução, interpretando-a e em
seguida a executando. Ela é composta por:
Hardware 1
- Unidade de Controle (UC): busca instruções na MP e
determina o tipo de cada instrução.
Hardware pode ser considerado todo o componente físico - Unidade Lógica e Aritmética (ULA): realiza um conjunto de
que estaja ligado ao computador. As peças que podemos operações necessárias à execução das instruções.
visualizar em volta do computador são chamadas de periféricos: - Conjunto (Banco) de Registradores: pequena memória de
- Gabinete: Local onde são armazenados os componentes alta velocidade, usada para armazenar resultados temporários e
internos do computador. Esta peça pode ter diferentes tamanhos certas informações de controle.
e ser encontrada na posição vertical ou horizontal, de acordo com - Memória Ram: Memória usada para armazenar os
o modelo. É no gabinete que está localizado o botão para ligar o programas em execução, quanto maior o tamanho da memória
computador, onde conectamos pen drives e outros dispositivos RAM mais programas podem ser utilizados simultaneamente
USB e onde fica o drive de cd/dvd, leitor de cartões e onde são sem deixar o computador lento.
ligados todos os periféricos relacionado ao computador. - HD: Local onde ficam armazenados os arquivos e
- Monitor: Exibe as imagens processadas pelo computador, programas do computador. É o local onde o sistema operacional
existem diversos modelos, sendo que os mais atuais utilizam está instaldo, quando formatamos o computador o conteúdo
a tecnologia LCD (que tem como característica a economia de do HD é apagado para que o sistema operacional seja instalado
energia e redução no espaço ocupado pelo mesmo), este modelo novamente.
substituiu os modelos CRT que ocupavam um espaço maior e - Placa de rede: Resposável por permitir que o computador se
consumiam mais energia. conecte em rede, para acessar outros computadore ou recursos
- Teclado: Através do teclado enviamos informações para que estejam compartilhados na rede.
o computador, é utilizado para escrita, e pode ser considerado - Placa de vídeo: Utilizada para otimizar o dempenho gráfico
junto com o mouse um item indispensável para o computador. do computador, muito utilizada por quem edita imagens, vídeos
- Mouse: Usado para selecionar arquivos, navegar na ou tem jogos no instalados no computador.
internet. Ele permite apontar e selcionar conteúdos. Existem - Drive de CD/DVD/Blu Ray: Permite a leitura ou gravação de
mouses com e sem fio, a escolha de cada modelo vai de acordo midias em disco óptico.
com a necessida do usuário. Geralmente um mouse é composto - Leitor de cartão: Utilizado para realizar a leitura de cartões
por dois botões e uma roda, porém existem modelos com mais de memória, como aqueles utilizados em câmeras digitais e
botões. celulares.
-Caixas de som: Dispositivo utilizado para reproduzir sons.
- Micxrofone: Utilizado para tranmitir sons para o Dispositivos de entrada e saída
computador. São considerados dispositivos de entrada, aqueles que
- Web Cam: Utilizada para transmitir imagens (filmar). enviam informações para o computador, como, o mouse, o
- Impressora: Utilizada para realizar a impressão de textos, teclado, um scanner...
fotos, planilhas etc. Existem diversos tipos: Dispositivos de saída são aqueles que enviam informações do
- Jato de tinta: Utiliza cartuchos para impressão, sendo computador para o meio externo como o monitor, a impressora,
na maioria das vezes um preto e um colorido. O cartucho colorido as caixas de som...
possui três cores que são a cor magenta, ciano e amarelo, alguns
modelor utiliza um cartucho para cada uma das três cores. Unidade de medida da informática
- Matricial: Utiliza uma fita para imprimir, muito As unidades de medida utilizadas na informática, são valores
utilizada quando há a necessidade de realizar uma impressão utilizados para determinar quando espaço um arquivo, foto ou
utilizando carbono, para que sejam impressas duas vias ao vídeo ocupa no computador. Também é utilizada para medir a
mesmo tempo. Só é possível imprimir em uma cor usando esta velocidade de um download ou quanto de espaço em disco você
impressora. precisa para instalar um programa em seu computador.
- Laser: Utiliza tonner para impressão, este tipo de - Bit: É a menor unidade de referência de armazenamento,
impressora imprime em alta velocidade, em preto ou colorido. são necessários 8 bits para se obter um byte.
- Plotter: é um equipamento que se encaixa na - Byte: É a menor unidade de medida. 1 Byte equivale a 1
categoria: impressão e imagem. A impressora plotter é uma caractere que equivale a 1 letra ou símbolo.
impressora profissional destinada geralmente à impressão de Então temos:
banners e para sublimação. 1 Byte (b) = 8 bits
- Scaner: Periférico utilizado para digitaslizar imagens ou 1 Kilobyte (Kb) = 1024 bytes ou 8192 bits
textos que estjam em formato impresso para o computador. 1 Megabyte (MB) = 1024 Kbytes ou 8.388.608 bits
- Estabilizador: Serve para ligar o computador a energia 1 Gigabyte (GB) = 1024 MB
elétrica. É importante ter um estabilizador para que ele proteja 1 Terabyte (TB) = 1024 GB
o computador da ocilações que podem ocorrer na rede elétrica, 1 Petabyte (PB) = 1024 TB
pois os componentes internos do computador são muito
sensiveis. Podemos utilizar no lugar do estabilizador um filtro Unidades de armazenamento
linha ou um nobreak, tendo a vantagem de que ele possui uma Além do HD do computador é possível armazenar nossos
bateria e caso a energia acababe e matém o computador ligado
durante um detrminado período de tempo. 1 Fonte: http://www.inf.ufes.br/~zegonc/material/
Introducao_a_Computacao/cpu.pdf
Informática Básica 1
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arquivos em outros locais, como CD, DVD, Pendrive, Cartão de slots de expansão são necessários porque os sistemas tem de
memória ou HD externo. se adaptar às necessidades de evolução. Possibilitam assim que
- CD: Disco óptico com capacidade de armazenamento de se adicione dispositivos ao computador para aumentar as suas
700 Mb (700 Mb os mais comuns, podendo variar de acordo capacidades. Como exemplos temos as placas de som ou vídeo
com o tipo do CD), um CD comum pode ser gravado apenas uma e mesmo dispositivos mais específicos como placas de rede ou
vezes, mas existe um tipo, chamado de CD RW que permite que placas SCSI.
o conteúdo gravado seja apagado e que seja gravado novamente. Nos computadores atuais alguns dispositivos como o
- DVD: Disco óptico com capacidade de armazenamento de controlador IDE, portas série e porta paralela estão integrados
4.7 Gb (4.7 os mais comuns, a quantia de amazenamento pode na placa-mãe. Alguns mais recentes surgiram com placas-mãe
variar de acordo com o tipo). Além de existirem mídias de DVD com mais dispositivos integrados, tais como porta do mouse
RW que permitem que o mesmo seja gravada mais de uma e teclado, controlador gráfico e de som, adaptador de rede e
vez, também existem DVD Dual Layer que tem a capacidade de modem. Mas mesmo estes controladores e portas usam sempre
armazenamento elevada para 8.5 Gb e é muito utilizado para o barramento de entrada/saída para comunicar com o CPU. Na
gravação de filmes. Neste tipo de dvd os dados são gravado em essência, mesmo estando integrados, eles funcionam como se
duas camadas do mesmo lado do DVD, diferente do de dupla face fossem placas encaixadas nos slots do sistema.
que pode ser gravado dos dois lados, porém é necessário virar o
DVD para acessar o conteúdo gravado do outro lado. Tipos de Barramentos de Entrada/Saída
- Blu-Ray: Ao contrário do que acontece com os DVDs, a Desde o aparecimento dos primeiros computadores
tecnologia Blu-ray é de alta definição – por isso, ela garante pessoais que muitos tipos deste barramentos foram criados.
melhor qualidade de som e imagens, além de discos com A razão é simples: maiores velocidades de entrada/saída são
capacidade maior de armazenamento de dados. Enquanto os necessárias para a melhoria global do desempenho do sistema.
discos Blu-ray armazenam de 25 GB a 50 GB, um DVD permite Esta necessidade de maiores velocidades envolve estas três
apenas o armazenamento de até 4,7 GB. áreas principais:
- Pendrive: Dispositivo usb que permite o armazenamento - CPU’s mais rápidos
de arquivos, o tamanho varia bastante, os mais comuns são de 4, - Software mais exigente
8, 16 ou 32 Gb de armazenamento. - Maiores exigências multimedia
- Cartão de memória: É um cartão de diversos tamanhos,
que pode ser utilizado em celulares, câmeras digitais e em Qualquer uma destas áreas requer que o barramento
computadore. O tamanho varia entre 1 e 128 Gb, sendo de uso de entrada/saída seja tão rápido quanto possível.
mais comum cartões que possuem entre 4 e 64 Gb. Surpreendentemente, e apesar de estar previsto há anos o seu
- HD externo: É um disposivio USB que possui espaço desaparecimento, quase todos os PC actuais ainda incorporam
de armazenamento semelhantes aos do HD comum de um ainda a mesma arquitectura de barramentos do IBM PC/AT de
computador, com a vantagem de poder ser transportado 1984. Todavia, todos eles incorporam novos barramentos de
e conectado de maneira fácil em qualquer computador ou alta velocidade que se adaptam mais às exigências actuais de
dispositivo compatível, como TVs. performance das novas placas.
Uma das principais razões pela qual novos tipos de
Barramentos2 barramentos de entrada/saída tem um aparecimento lento é a
Um barramento é apenas um “caminho” através do qual compatibilidade, já que esta, juntamente com a uniformização,
dados viajam num computador. Esse caminho é usado para é essencial ao sucesso que os PCs tem tido. Esta uniformização
comunicação entre dois ou mais elementos do computador. permitiu que milhares de placas de entrada/saídas sejam
Existem vários tipos de barramentos: fabricadas por diversos fabricantes de acordo com as
- Barramento do processador especificações do barramento usado. Se um novo barramento for
- Barramento de endereços introduzido muito provavelmente esse barramento terá de ser
- Barramento de entrada/saída compatível fisicamente com os anteriores para que essas placas
- Barramento de memória não fiquem obsoletas. Concluindo, as tecnologias de barramento
tendem a evoluir, em vez de fazerem cortes abruptos com o
No entanto, quando nos referimos ao “barramento“ de um passado.
computador pretendemos quase sempre referir o Barramento Podemos identificar diferentes tipos de barramentos de
de entrada/saída, o qual também é designado por “slots de entrada/saída pela sua arquitectura. Os principais tipos de
expansão”. Este é o principal Barramento do sistema e é através arquitecturas são:
do qual a maior parte dos dados circula, tendo como origem - ISA (8 e 16 bits)– Industry Standard Architecture
ou como destino dispositivos como as drives, impressoras ou o - MCA – Micro Channel Architecture
sistema de vídeo. Sendo este último o mais exigente em termos - EISA – Extended Industry Standard Architecture
de recursos. - VESA Local Bus - Video Electronics Standards
- Barramento do Processador Association
O Barramento do processador é o caminho através do qual o - PCI – Peripheral Component Interconnect
CPU comunica com o chip de suporte conhecido como “Chipset” - PC Card (ex PCMCIA)
nos sistemas mais recentes. Este barramento é usado para - AGP - Accelerated Graphics Port
transferir dados entre o CPU e a memória Cache, por exemplo. - USB – Universal Serial Bus
- Barramento da Memória - FireWire – IEEE 1394
O Barramento da Memória é usado para transferir
informação entre o CPU e a memória principal do sistema. Este A principal diferença entre eles é a quantidade de dados que
barramento pode ser parte integrante do processador ou na conseguem transferir num dado tempo e a velocidade a que o
maioria dos casos implementado separadamente com auxílio de conseguem. Cada uma destas arquitecturas é implementada
um chipset dedicado. por um chipset conectado ao barramento do processador.
- O Barramento de Endereços Tipicamente este chipset controla também o barramento de
O Barramento de Endereços é usado para indicar qual o memória.
endereço de memória ou qual o endereço do Barramento de
Endereços será usado numa operação de transferência de dados. Tipos de conexões do computador3
- Video Graphics Array (VGA)
Slots de Expansão Conector mais comum para monitores e projetores, também
Os slots do Barramento de entrada/saída permitem ao CPU conhecido com o nome D-Sub, é composto por três fileiras de
comunicar com os periféricos. O barramento e os respectivos cinco pinos. Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios
2 Fonte: https://web.fe.up.pt/~jcf/ArqCompLEEC/recursos/ 3 Fonte: http://www.vivoseudinheiro.com.br/entenda-a-dife-
Barramentos.pdf renca-entre-cabo-ps2-usb-serial-e-outras-conexoes-do-computador/
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APOSTILAS OPÇÃO
transmitem, de maneira independente, informações sobre as Estão certos os itens:
cores vermelha, verde e azul e sobre as frequências verticais e (A) I e II
horizontais. (B) II e III
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos (C) III e IV
faltantes. Não se trata de um defeito, pois embora os conectores (D) I e III
VGA utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados. (E) II e IV
- Digital Video Interface (DVI)
Usada por monitores, realiza a transmissão digital de 02. O programa, armazenado normalmente em um chip
imagem, melhor que a exibida através do conector VGA. O cabo de memória ROM ou de memória Flash, que possibilita a
dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é composto, comunicação do processador com equipamentos básicos
basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um par como teclado e disco rígido, bem como auxilia no processo de
para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o carregamento do sistema operacional é:
sincronismo. (A) BIOS
Existem três tipos de cabos DVI: o analógico (DVI-A), o digital (B) Aplicativo
(DVI-D) e o que funciona os dois tipos (DVI-I). (C) MBR
- Serial (D) FAT
Utilizada para conectar diversos equipamentos como (E) Windows NT
mouses, scanners, entre outros. Entrou em desuso devido ao
surgimento de alternativas melhores (como o USB). A entrada 03. Acerca dos barramentos e da placa mãe de um
é composta por cinco pontos na fileira de cima e quatro na de computador, julgue os itens a seguir:
baixo. I. A placa mãe é a mais importante placa de circuitos de um
- Porta Paralela computador. Entre seus principais componentes estão o Chipset,
Assim como o conector serial, era utilizada para conexão de os Barramentos USB e AGP e o processador;
equipamentos como impressoras e scanners, mas entrou em II. O Chipset de uma placa-mãe é um dos fatores mais
desuso com o surgimento de tecnologias melhores. importantes para definir os recursos que o computador vai
- USB suportar. Há chipsets, por exemplo, que oferecem suporte ao
Usadas por diversos aparelhos, as entradas USB tem modelos barramento USB 2, que é mais de 10 vezes mais rápido que o
diferentes, que apresentam variações de velocidade, como o USB barramento USB 1.1.
2.0 ( de cor vermelha ou branca) e USB 3.0 (cor azul). O segundo III. A maior velocidade de alguns computadores pode estar
é também chamado de SuperSpeed USB e capaz de trafegar associada à quantidade de memória cache de seus processadores.
dados a até 625 MB (5 gigabits) por segundo. IV. Por utilizarem uma forma de acesso aleatório, as
- Cabo Ps2 memórias Flash vêm sendo cotadas para substituir os chips de
Usada para periféricos como teclados e mouses. É identificado memória DRAM, que apresentam acesso sequencial.
pelas cores verde (mouse) e roxa (teclado). Em algumas placas-
mãe, são encontrados conectores híbridos que podem ser usados Estão certos os itens:
por ambos os acessórios. Existem adaptadores com entrada USB (A) I e II
para conectores ps2. (B) II e III
- HDMI (C) III e IV
Usada para transmissão de imagem e áudio em alta definição. (D) I e III
- S/PDIF (E) II e IV
Enquanto o HDMI envia imagem e áudio digitais, o conector
S/PDIF transmite apenas áudio de alta qualidade, através de 04. Com relação aos componentes periféricos de um
cabos TOSLINK. É encontrado em dois modelos: óptico e coaxial. computador pessoal é correto afirmar que:
- Conectores de áudio (A) Atualmente, as placas de rede apresentam taxas de
Conhecidas como Jack de áudio, as configurações mais transferência inferiores às taxas praticadas por um modem V.90,
comuns são as com três conectores e as com seis. As cores de cada por isso, é bastante recomendável que se substitua a placa de
conector têm funções diferentes: verde (caixas frontais/fone), rede convencional de um computador por um modem no padrão
azul (entrada de linha), rosa (microfone), laranja (subwoofer e V.90 ou V.92;
central) e cinza (caixas laterais). (B) As impressoras USB não conseguem ser utilizadas em
- Game Port sistemas operacionais que suportam plug and play, como o
Comumente utilizado para conectar joysticks e controladores Windows XP. Para instalar tais equipamentos em sistemas desse
de jogos em computadores antigos. tipo, faz-se necessária a presença de um adaptador USB-Paralelo.
- Firewire (C) Teclado e Monitor são os únicos equipamentos periféricos
Tecnologia criada pela Apple para entrada e saída de dados que não são reconhecidos pelo Sistema Operacional quando este
em alta velocidade. Útil se você tem filmadoras mais antigas, um é instalado. O Windows, por exemplo, requer drivers especiais
iPod da primeira geração ou equipamento de áudio profissional. para reconhecer teclados ABNT e monitores SVGA.
- LAN (D) As impressoras jato de tinta normalmente apresentam
É usada por cabos de rede para conectar o computador à qualidade de impressão e velocidade inferiores às de uma
internet. Normalmente, essa entrada é amarela, e é importante impressora laser, porém, por questões de custo, aquelas são
não confundi-la com a do fax modem, que é menor. mais usadas que estas.
(E) A velocidade comum de um modem atual costuma ser
Questões maior que 40Mbps.
01. Acerca dos principais conceitos de arquitetura de 05. Com relação aos barramentos de um computador pessoal
microcomputadores PC, julgue os itens que seguem: e às novas tecnologias a eles relacionadas, assinale a alternativa
I. A CPU do computador é responsável, entre outras coisas, correta:
por servir de meio de transferência para os endereços que serão (A) O barramento Serial ATA, também conhecido como SATA,
acessados na memória principal do computador. veio para substituir o barramento USB 2.0.
II. Quanto maior a largura do barramento de dados, maior (B) Para aumentar a quantidade de memória RAM instalada
será o tamanho da memória principal do computador. no computador se faz necessária a instalação de mais um
III. As instruções dos programas em execução são trazidas à barramento de memória.
CPU através do barramento de dados. (C) Bluetooth é uma tecnologia que soma as funções de uma
IV. Pentium 4 e Celeron são exemplos de processadores de WLAN com um barramento de externo paralelo. Através desta
32 bits. tecnologia, é possível conectar dispositivos ao computador a
longas distâncias.
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APOSTILAS OPÇÃO
(D) O barramento PCI oferece suporte à instalação de Editores de imagem e vídeo – Programas que auxiliam na
equipamentos com tecnologia plug and play. Isso significa que edição de imagens ou vídeos.
uma placa de modem instalada num slot PCI será reconhecida Exemplos: Adobe Photoshop, Photo Sacpe, Instasquare,
automaticamente pelo sistema operacional Windows, Google Sketchup, Vegas, Windows Movie Maker, Adobe
requisitando do usuário, em alguns casos, a apresentação do Premiere…
driver do referido equipamento. Programas de proteção e backup – Programas que ajudam
(E) O barramento ISA oferece suporte à instalação de a proteger o computador de softwares maliciosos como vírus
equipamentos com tecnologia plug and play, razão pela qual este Spywares, Adwares e os dados.
barramento vem substituindo, aos poucos o uso do barramento Exemplos: Avast, AVG, Norton, Baidu Antivirus, Ultra Adware
PCI, que não suporta plug and play. Killer, Spybot, Ad-Awarel, 7-Data Recovery…
Software de comunicação – São utilizados para comunicação
Respostas por áudio, vídeo ou apenas teclando.
01. C.\02. A.\03. B.\04. D.\05. D. Exemplos: Skype, MSN, ICQ, Google Talk...
Jogos – Aplicativos usados para entretenimento, simulação
Tipos de programas de computadores (Software) ou até mesmo treinamento.
Exemplos: FIFA, GTA, Call of Duty…
Programa de computador é algo que permite que utilizemos Aplicativos de internet – São programas que funcionam
os recursos de nossa máquina. Existem diversos tipos que no computador através do navegador de internet e não há a
podem ser gratuitos ou não, segue abaixo os principais tipos. necessidade de instalá-lo no computador.
Sistemas Operacionais Exemplos: Aplicativos de banco, Facebook (quando acessado
O sistema operacional que você utiliza no seu computador pelo navegador), Sistemas EAD que escolas usam, sites de
é um software, que foi programado para realizar a interação do compras...
usuário com o computador, é através do sistema operacional UBUNTU 14.04
que conseguimos manipular todas as tarefas realizadas no
computador, todos os tipos de programas citados abaixo O Ubuntu é uma distribuição do sistema operacional Linux.
necessitam de um sistema operacional compatível para Uma distribuição é um CD que contém o Linux e outros diversos
funcional. softwares úteis para o dia-a-dia do usuário, como editor de
Existem diversos tipos de sistemas operacionais que podem textos e editor de planilha eletrônica, editor de imagens, players
ser utilizados para computadores pessoais, servidores, celulares, de músicas e vídeos etc, tudo isso em um único CD que pode
televisões, etc... ser baixado gratuitamente da Internet e instalado em quantas
Exemplos de sistemas operacionais para computadores máquinas quisermos, sem a necessidade de pagar licenças ou ter
pessoais: Windows 10, Ubuntu 15.04, OS X Yosemite que instalar um sistema pirata na máquina.
Ide para desenvolvimento de software Existem softwares que são proprietários e outros que são
Os programas de computadores são construídos com o livres. Segundo a Fundação para o Software Livre, é considerado
auxílio de outros programas. Então para que uma calculada livre qualquer programa que pode ser copiado, usado,
seja criado é necessário que alguém a programe em um ide modificado e redistribuído de acordo com as necessidades do
de programação para que ela se torne um software.Ao utilizar usuário.
a calculadora não podemos alterar sua programação, apenas Existem diversas distribuições Linux no mercado. Todas
executá-la, porém com o código fonte é possível alterar suas elas são gratuitas e a maioria é fácil de utilizar. O Ubuntu
características. é uma distribuição que foca bastante o usuário iniciante,
Existem diversas IDEs para programação, cada uma conta disponibilizando ferramentas que facilitam a utilização do
com características que auxiliam no desenvolvimento de um sistema e de periféricos, como pendrives e impressoras.
sistema, para utiliza-las é necessário saber a linguagem de Para começar a utilizar o Ubuntu, precisamos de um
programação que é utilizada para criar programas. computador com pelo menos:
Exemplo de Ides de programação: Delphi, Visual Studio, Processador: Pentium 4 de 1.5 Ghz
NetBeans. HD: Pelo menos 10 GB de espaço livre em disco
Exemplo de linguagens de programação: Object Pascal, C#, RAM: 1 GB
Java, PHP, Ruby on Rails. É claro que estes são os requisitos mínimos e uma máquina
Programas utilitários assim vai sofrer para rodar o Unity (Interface gráfica do Ubuntu),
São usados para resolver problemas específicos ou realizar qualquer máquina superior a isso terá um desempenho superior,
uma única tarefa. Podem ser pacotes de atualizações de especialmente se o processador for um Core2Duo ou superior e
programas, programas que fazem conversão ou compactação com 2GB de memória, estes seriam os requisitos recomendados.
de arquivos, que verificam o funcionamento do computador ou Caso o seu computador seja mais velhinho considere instalar
programas que realizem um serviço específico como a instalação uma versão alternativa, como Lubuntu, Xubuntu ou o Linux Mint
de um driver ou periférico. XFCE.4
Exemplo: Windows Installer, WinRar...
Software Aplicativo A área de trabalho do Ubuntu
São programas utilizados para auxiliar nas tarefas realizadas Esta é a tela inicial do Ubuntu, ou seja, a sua área de trabalho.
pelo computador, para estes programas funcionarem é necessário Se você está acostumado a utilizar o Windows, vai perceber
que eles sejam compatíveis com o sistema operacional que serão algumas diferenças, como a barras de tarefas (que fica na lateral
instalados. e a barra de status localizada na parte superior da tela), diferente
Este tipo de software pode ser subdividido em outras do Windows que possui somente uma em baixo.
categorias como:
Aplicativos para escritório – Programas utilizados no dia a
dia para a edição de arquivos de texto, planilhas de cálculo ou
apresentações de slides.
Exemplo: Word, Excel, Power Point, Writer, Calc, Impress…
Navegadores – Programas que auxiliam na navegação pela
internet
Exemplo: Internet Explorer, Google Chrome, Mozilla Firefox,
Safari ...
Players de áudio e vídeo – São programas utilizados para a
reprodução de músicas ou filmes.
Ex: Windows Media Player, VLC Media Player, Rhythmbox, 4 Fonte: http://www.diolinux.com.br/2014/04/o-que-fazer-
Quick Time… antes-de-instalar-o-ubuntu.html
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Opções de Pastas
Clicando o botão auxiliar do mouse sobre uma pasta será
exibida uma lista de opções com ações que podem ser realizadas
com uma pasta. Além de usar as combinações de tecla (CTRL + C
para copiar, CTRL + X para recortar, CTRL + V para colar, F2 para
renomear ou delete para enviar o arquivo para a lixeira).
Informática Básica 6
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APOSTILAS OPÇÃO
Propriedades de uma pasta
Nome: Nome do arquivo, pode ser alterado ao clicar com o
botão auxiliar do mouse e selecionar a opção renomear.
Tipo: Ajuda a identificar o tipo de arquivo, imagens costuma
ter a extensão .JPEG, arquivos de texto .PDF. A extensão do
arquivo também serve para definir com qual programa o arquivo
será visualizado ou editado.
Conteúdo: Esta opção só está disponível para propriedades
de uma pasta. Serve para exibir o número de itens existentes em
uma pasta.
Local: Mostra o endereço do arquivo no computador. /
home/ubuntu/Documentos, representa a pasta Documentos do
usuário Ubuntu.
Volume: Mostra o sistema de arquivos ou dispositivo em
que o arquivo está armazenado.
Espaço livre: Opção disponível apenas para pastas. Mostra
a quantidade de espaço livre em disco no local onde a pasta está
localizada.
Acessado: Exibe a data e a hora que o arquivo foi aberto pela
última vez.
Modificado: Exibe a data e a hora que o arquivo foi Propriedades de um arquivo
modificado pela última vez.
Entendendo o lançador
Opções de Arquivos Quando há um arquivo está sendo editado ou visualizado
Clicando com o botão auxiliar sobre um arquivo é possível pelo usuário um triângulo é apontado para representar que
acessar as opções de manipulação do arquivo. há um arquivo em execução no programa, na imagem abaixo é
possível identificar este triangulo que fica do lado esquerdo do
lançador em três programas (Terminal, Editor de textos e ajuda).
Veja que no terminal há também um triangulo do lado direito do
lançador, o que representa que este programa está com a janela
sendo visualizada na área de trabalho.
Propriedades de um arquivo
Para visualizar as informações sobre um arquivo clique com
o botão direito sobre o mesmo e selecione a opção propriedades.
Verifique na imagem abaixo as propriedades que são exibidas
para um arquivo.
Configurações do Sistema
As configurações do sistema permitem que o usuário altere
as opções do hardware computador ou do sistema, além de
permitir que sejam verificadas as atualizações do sistema.
Informática Básica 7
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APOSTILAS OPÇÃO
Programas
Alguns dos programas que fazem parte da instalação do
Ubuntu 14.04 são os aplicativos de escritório que fazem parte do
LibreOffice, que são o Writer (Editor de textos), Calc (Editor de
planilhas), Impress (Editor de apresentações), Draw (Editor de
desenhos e imagens), Math (Editor de fórmulas matemáticas).
Terminal
É um programa que permite que o usuário trabalhe e acesse
todos os recursos do sistema operacional apenas no modo texto.
Trabalhar em modo texto no Linux é sinônimo de eficiência,
pois através de códigos de programação o acesso a recursos e
configurações do sistema é mais rápido e eficiente. Utilizando o
terminal é possível utilizar os comandos usados no modo texto
do Ubuntu, porém o terminal funciona em um ambiente gráfico.
Quando acessamos o painel de programas do Ubuntu é
possível obter uma descrição de um programa instalado apenas
clicando com o botão direito do mouse sobre o mesmo, para que
um resumo sobre ele apareça em uma janela, além de permitir
a inicialização ou desinstalação do programa. Na imagem abaixo
estamos visualizando informações do Navegador padrão do
Ubuntu, além dele também vem instalado o Firefox.
Informática Básica 8
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APOSTILAS OPÇÃO
(D) realizar a conexão com volumes de outros computadores
da rede ou para acessar dispositivos removíveis.
(E) acessar as bibliotecas essenciais e os módulos do kernel
Linux.
Respostas
01. D\02. C\03. A\04. D\05. C
WINDOWS 75
Características do Windows
O diretório selecionado é utilizado para - Interface amigável e intuitiva: Utilizando recursos gráficos.
(A) concentrar os programas que são usados frequentemente - Multitarefa: Permite a utilização de mais de um programa
pelos usuários. por vez.
(B) armazenar os arquivos estáticos usados durante a - Multiusuário: Permite a criação de múltiplas contas
inicialização do sistema. (perfis) de usuários.
(C) encontrar os arquivos relacionados com os dispositivos
de hardware do computador. 5 Fonte: http://www.inf.pucpcaldas.br/extensao/cereadd/
apostilas/windows7v1.pdf
Informática Básica 9
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APOSTILAS OPÇÃO
- Sistema Aberto para Programação
- Plug-n-Play: Reconhece automaticamente periféricos e
dispositivos conectados ao
computador.
Interface Visual
A interface é a utilização dos recursos gráficos de um
programa para facilitar o seu
uso, ou seja, seu relacionamento com o usuário.
Ela é chamada de “Visual”, pois existem sistemas que usam
uma interface não visual,
como o MS-DOS, Unix e outros sistemas, ou seja, a interação
com o usuário se da na forma
de texto, através exclusivamente do teclado.
Barra de Tarefas
Informática Básica 10
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APOSTILAS OPÇÃO
ponteiro. - Menu = Abre o menu onde está o ponteiro. (Substitui o
Botões: A quantidade de botões de um mouse varia de botão direito do mouse)
acordo com o modelo. Os modelos mais comuns tem 2 botões - Home = Usado em textos leva o ponteiro de volta ao início
e entre eles uma roda. Botão esquerdo: O botão ação. Ex: Abrir da linha.
uma pasta, abrir um arquivo, selecionar, mover e etc... - End = Oposto do Home leva o ponteiro para o final da linha.
Ação com 2 cliques: Quando queremos abrir um ícone, por - Pageup, Pagedown = Mesma função da roda do mouse,
exemplo, uma pasta, precisamos dar 2 cliques para abri-la. Isso auxiliar na barra de rolagem.
porque um clique apenas o seleciona. Apenas ícones precisam - Print Screen = Tira uma ‘foto’ da tela do computador.
de 2 cliques para serem abertos. A ação só acontecerá se no - Pause/Break = Pausa a execução de um programa.
intervalo entre um clique e outro não demorar mais do que 1 - Espaço = Adiciona um espaço em branco no texto.
segundo. - Backspace = Elimina a última letra digitada.
Ação com 1 clique: Toda ação de seleção só precisa de um
clique, assim como para abrir menus, minimizar e maximizar
janelas e abrir programas na barra de tarefas ou no menu iniciar.
Ação com 1 clique+arrasta: Quando o clique é feito em
cima de um ícone, então esta ação o moverá de lugar. Exemplo:
Arrastar um ícone para uma pasta.
Quando em outra situação, arrastar o mouse com o botão
esquerdo pressionado irá desenhar um retângulo de seleção,
onde tudo dentro dele será selecionado.
Botão Direito: O botão menu. Serve para acessar as opções
referentes ao local do clique. Ex: Se eu clicar em cima de um Área de Notificação
ícone, vou ter acesso às opções de um ícone. Localizada no canto inferior direito, dá acesso a alguns
Roda: A roda serve apenas para utilizar a barra de rolagem recursos como o calendário e relógio, rede e volume.
com mais eficiência. Principalmente, mostra alguns itens como antivírus, programas
em execução que estão em segundo plano mas que precisam de
Teclado uma maneira de alertar o usuário de maneira imediata.
O teclado é um periférico essencial para o funcionamento
do computador. Embora hoje seja possível fazer a maioria das
operações com o mouse, o teclado ainda é um requisito para o
funcionamento do Sistema Operacional (Windows).
Um Sistema Operacional inicia sem mouse, mas não sem
teclado.
Teclas:
- A-Z
- Contém todas as letras do alfabeto romano, maiúsculas e
minúsculas.
- Numérico
- Geralmente os teclados vêem com 2 conjuntos de teclas
numéricas, o normal e o pad (a direita). Exceção para laptops e
Smartphones.
- Acentuação
Vários programas colocam seus
- Pressionar primeiro a tecla do acento e depois a letra,
ícones na barra de notificação, como por
nunca ambas ao mesmo tempo.
exemplo, o MSN. Muito embora hoje, este espaço sirva tanto
- Ã = ‘~’ e ‘a’
para notificação, quanto para acesso rápido de um determinado
- É = ‘-‘ e ‘e’
programa.
- Ô = ‘Shift+~’ e ‘o’
- Sinais e Símbolos
Lixeira
- % = ‘Shift+5’
A lixeira é uma pasta especial que guarda arquivos que foram
- @ = ‘Shift+2’
excluídos (deletados). É o ultimo recurso para recuperar arquivos
- ! = ‘Shift+1’
excluídos. Os arquivos continuam ocupando espaço no disco
- Setas
rígido quando ainda estão na lixeira, por isso, eventualmente
- Funções
é necessário limpar a lixeira, excluindo permanentemente seu
- Teclas F1-F10
conteúdo.
- Shift = Tecla de modificação. Obs.: Quando dentro de
uma tecla houver mais de um símbolo escrito, pressione Shift
juntamente com a tecla desejada para escrever o símbolo de
cima. Ex: ‘Shift+8’ faz o caractere ‘*’. Se caso a tecla for uma letra,
faz ela maiúscula.
- Ctrl = Tecla utilizada para fazer operações especiais. A
maioria dela se resume a atalhos. Ex: ‘Ctrl+A’ abre uma aplicação.
- Alt = Tecla que alterna a função de outra. Semelhante ao
Shift. Ex: ‘Alt+F4’ fecha a aplicação.
- Esc = Pode significar, dependendo da aplicação: Não, Sair,
Fechar, Cancelar ou Abortar. Quando, dentro da lixeira, um arquivo é restaurado, ele volta
- Enter = Pode significar: Entrar, Abrir, Sim, Continuar. exatamente para o lugar onde estava.
- TAB = Faz tabulação em textos e também muda a área de
seleção na ausência do uso do mouse. Customização
- Capslock = Trava o teclado para letras maiúsculas. O Windows apresenta um recurso muito atraente a seus
Geralmente existe uma luz no teclado que indica se está ou não usuários, que é um grande poder de customizar sua área de
ativado. trabalho como um todo (inclusive pastas) e deixá-la ao seu gosto.
- Numlock = Habilita e Desabilita o teclado PAD. Entre muitas coisas, é possível alterar:
- Windows = Habilita o menu iniciar e alguns atalhos - O papel de parede para qualquer imagem.
especiais para Windows.
Informática Básica 11
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APOSTILAS OPÇÃO
- O ponteiro do mouse.
Informática Básica 12
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APOSTILAS OPÇÃO
Conta de Usuário:
A conta de Usuário é uma conta no Windows para que só
você tenha uso e possa deixá-la a seu agrado, ou seja, um espaço
reservado totalmente customizado, por você.
Programa
Um programa é uma ferramenta, construída para auxiliar
em algo. O sistema operacional (Windows) é um conjunto de
programas.
Tambem é conjunto de arquivos e registros.
Cada programa tem uma finalidade especifica, veja alguns
exemplos:
- Antivírus
- Editor de Texto
- Navegador de Internet
- Tocador de Musicas
Instalação
Um programa só pode ser utilizado por você ou seu
computador se for instalado. Imprimindo um Arquivo
Geralmente um instalador ou setup, (nome dado ao arquivo Se o arquivo for do tipo texto ou imagem é possível imprimi-
de instalação) é apenas um arquivo, que ao ser aberto, instala lo:
todos os componentes do programa no sistema, portanto, para
instalar o mesmo programa em outra maquina, basta utilizar o
mesmo instalador.
Informática Básica 13
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APOSTILAS OPÇÃO
- Programas
- Configurações para Programas
- Gerencia recursos do Windows
- Gerencia Gadgets
- Contas de Usuário e Segurança Familiar
- Gerencia Contas
- Controle dos Pais
- Aparência e Personalização
- Todos os recursos para personalizar a área de
trabalho
- Opções para deficientes físicos
- Gadgets para área de trabalho
- Relógio, Idioma e Região
- Facilidade de Acesso
- Opções para deficientes físicos
Janela de Impressão:
Gerenciamento de Dispositivos do Computador
Para gerenciar os dispositivos do computador é necessário
acessar: Painel de Controle ->Sistema e Segurança ->Sistema.
Nesta janela são exibidas as informações do computador e
do sistema operacional intalado no mesmo.
Painel de Controle
O Painel de Controle é uma pasta do Windows que reúne
programas que manipulam os controles e recursos do sistema.
Informações do Sistema
Informática Básica 14
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APOSTILAS OPÇÃO
O Gerenciador de dispositovos serve para verificar o Nesta janela é possível verificar atualizações que podem ser
funcionamento dos dispositivos ligados ao computador e instaladas, exibir o histórico de atualizações e ativar ou desativar
permite instalar ou desisnstar seus drivers. as atualizações automáticas.
Um driver é um software que permite que o computador se
comunique com o hardware ou com os dispositivos. Sem drivers,
o hardware conectado ao computador, por exemplo, uma placa
de vídeo ou uma impressora, não funcionará corretamente.
Na maioria das vezes, os drivers são fornecidos com
o Windows, mas você também pode encontrá-los usando
o Windows Update, no Painel de Controle, para verificar
atualizações. Se o Windows não tiver o driver de que você
precisa, acesse o Centro de Compatibilidade do Windows 7, que
lista milhares de dispositivos e tem links diretos para downloads
de drivers. Além disso, você poderá encontrar drivers no disco
que veio com o hardware ou dispositivo que você deseja usar ou
no site do fabricante desse hardware ou dispositivo.6
O Windows também permite que seus periféricos sejam
gerenciado, para isto basta acessar: Painel de Controle ->
Hardware e Sons -> Dispositivos e Impressoras.
Bloco de Notas
Editor de texto padrão e o mais simples. O seu formato é lido
por qualquer sistema operacional.
Para abri-lo:
Dispositivos e Impressoras - Vá em Menu Iniciar -> Todos os Programas -> Acessórios ->
Bloco de Notas
Nesta janela é possível configurar todos os periféricos ligados - Escreva na busca do Windows: “Bloco de Notas”
ao computador, por exemplo: É possível definir uma impressora - Clique com o botão direito dentro de uma pasta ou na área
padrão quando temos mais de uma, ou mesmo definir qual será de trabalho, selecione: Novo -> Documento de Texto Formato:
a qualidade de impressão da mesma. “.txt”.
Calculadora
Faz as operações
- Soma, Subtração,Multiplicação, Divisão,Raiz Quadrada
- Média, Soma, Desvio Padrão
- Converte Medidas
- Cálculos Científicos
- Cálculo de economia de combustível (em milhas)
Para abri-la:
- Vá em Menu Iniciar -> Todos os Programas -> Acessórios
-> Calculadora
- Escreva na busca do Windows: “Calculadora”
A calculadora também funciona totalmente pelo teclado.
Obs.: Este é um exemplo de programa que não gera arquivos.
Restauração do Sistema
A Restauração do Sistema o ajuda a restaurar arquivos do
sistema do computador para um ponto anterior no tempo
(ponto de restauração). É uma forma de desfazer alterações do
Windows Update sistema no computador sem afetar os arquivos pessoais, como
6 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows/ email, documentos ou fotos.
what-is-driver#1TC=windows-7
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APOSTILAS OPÇÃO
As vezes, alterações inesperadas causam problemas graves CTRL + C = Copiar seleção.
no sistema, mas isto pode ser revertido usando a restauração. CTRL + V = Colar.
A Restauração do Sistema não é destinada a fazer backup de CTRL + X = Recortar (mover).
arquivos pessoais, portanto, ela não pode ajudá-lo a recuperar CTRL + A = Selecionar tudo do campo atual.
um arquivo pessoal que foi excluído ou danificado. CTRL + Z = Desfaz a última ação de edição, se possível.
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APOSTILAS OPÇÃO
Dos itens do botão Desligar acima, indique aquele que uma intranet tem o potencial de aumentar a produtividade
permite a função na descrição abaixo: pois facilita o acesso às informações dispersas nos diversos
O Windows salva o trabalho feito nos aplicativos sem a computadores da organização.
necessidade de fechar os programas e arquivos antes de colocar Os serviços tipicamente disponibilizados através de uma
o computador no modo desligado. Na próxima vez em que ele intranet são: correio-eletrônico transferência de arquivos,
é iniciado, a aparência da tela será exatamente igual a deixada grupos de usuários e Web. Embora a aplicação mais comum
antes do desligamento. na maioria das intranets seja o correio-eletrônico, é o uso da
(A) Fazer logoff tecnologia Web que caracteriza uma intranet. A tecnologia Web
(B) Suspender facilita o acesso às informações, tem uma arquitetura aberta
(C) Reiniciar e funciona independente da plataforma de hardware ou do
(D) Bloquear sistema operacional.
Exemplos de aplicações que podem ser disponibilizadas
05. (Prefeitura de Duque de Caxias - Auxiliar através da tecnologia Web em uma intranet são: tutorias sobre
Administrativo - CONSULPLAN/2015) procedimentos adotados dentro da organização, informações
Nos sistemas operacionais da Microsoft, Configuração sobre aplicativos usados na organização, manuais usados na
Padrão – Idioma Português Brasil, as teclas de atalho também são organização, resumo de notícias que sejam de importância
importantes aliadas para agilizar as tarefas a serem executadas para a organização, informações sobre produtos e serviços,
no computador. Nos teclados existe uma tecla chamada “tecla calendário de eventos e cursos oferecidos.
Windows”, onde aparece o símbolo padrão da Microsoft. A
combinação dessa tecla com algumas outras abrem/executam Conectando-se com a Internet
algumas funções, que para serem acessadas pelos caminhos Para se conectar a internet é necessário um aparelho
normais poderiam levar mais tempo, como a Pesquisa e o qualquer (computador, celular, vídeo games) que possua um
Comando Executar. As teclas que são acionadas em conjunto dispositivo que permita a comunicação, seja ela sem fio ou não.
com a “tecla Windows” para acessar o Comando Pesquisar e o Vale lembrar que a internet deu seus primeiros passos a partir
Comando Executar no Windows 7 são, respectivamente: de cabos e fios e com o passar do tempo surgiram as conexões
(A) <Janela Windows> + <F>; <Janela Windows> + <R>. sem fio.
(B) <Janela Windows> + <R>; <Janela Windows> + <D>. Com um aparelho que possua o dispositivo de comunicação
(C) <Janela Windows> + <D>; <Janela Windows> + <M>. em mãos temos que escolher o tipo de conexão mais apropriada,
(D) <Janela Windows> + <M>; <Janela Windows> + <F>. abaixo segue algumas das conexões mais utilizadas:
Conexões que necessitam de fios (cabos):
Respostas A internet deu seus primeiros passos a partir de cabos e
01. E\02. B\03. C\04. B\05. A fios. Apesar de soar como algo bastante antiquado, esses tipos
de conexões ainda são amplamente utilizados, principalmente
Conceitos de Internet e Intranet devido à alta velocidade obtida por alguns.
Dial Modem
e suas tecnologias, World Wide A famosa internet discada foi praticamente o pontapé inicial
Web – WWW –, Navegador de da rede no Brasil. Apesar de ainda ser utilizada, não é mais tão
Internet (Internet Explorer 9 ou popular quanto foi no início dos anos 2000.
superior, Mozilla Firefox 45 ou Cabo
superior, Chrome 45 ou superior); Já ouvimos falar de TV a cabo, certo? Algumas empresas
decidiram aliar a ela o acesso à internet. Com isso, uma linha
telefônica não era mais pré-requisito para se conectar, o que deu
mais liberdade ao usuário.
INTERNET7 Conexões sem fio (wireless)
Com a correria do dia a dia, ficar preso a um desktop
A internet é um meio de comunicação muito importante, para acessar a internet é algo fora de questão. Os notebooks
onde o conjunto de várias redes interligadas proporcionam que trouxeram mais mobilidade e abriram as portas para as conexões
computadores possam se comunicar através dos protocolos que dispensam a utilização de fios e cabos. A internet wireless
TCP/IP. mostrou que a internet está em qualquer lugar.
Com a internet podemos utilizar serviços como Web (a parte Wi-Fi
multimídia da rede), correios eletrônicos, redes sociais, fazer Esse tipo de conexão, antes exclusiva dos laptops, tornou-
transferência de arquivos, etc. se tão popular que vários outros equipamentos passaram a
Word Wide Web adotá-la. É o caso de celulares, smartphones e até mesmo alguns
A Word Wide Web(rede de alcance mundial) é também computadores domésticos, que adicionaram um adaptador
conhecida como Web ou WWW. O serviço WWW surgiu em 1989 wireless para captar o sinal.
como um integrador de informações, onde a grande maioria das Rádio
informações disponíveis na Internet podem ser acessadas de A conexão via rádio é bastante útil devido ao seu longo
forma simples e consistente. A forma padrão das informações alcance, o que favorece quem mora em cidades onde o sinal
do WWW é o hipertexto, o que permite a interligação entre telefônico ou via cabo não alcança. O único problema é que, para
diferentes documentos que possivelmente estão localizados em obter o máximo da conexão, o sinal deve chegar à torre sem
diferentes servidores. O hipertexto é codificado com a linguagem encontrar nenhum tipo de barreira, e até mesmo chuvas podem
HTML (Hypertext Markup Language), que é a linguagem desestabilizá-la.
interpretada pelo o que chamamos de browsers exemplo de um
browser é o Internet Explorer. A moda da internet de bolso
Os usuários de telefones celulares sempre desejaram
INTRANET8 conectar-se à internet através de seus aparelhos móveis. Hoje
em dia podemos conferir emails ou saber das novidades online
As intranets são redes internas às organizações que usam as em qualquer lugar através de algumas das conexões existentes
tecnologias utilizadas na rede mundial Internet. Através de tais citadas a baixo.
tecnologias é possível implementar uma poderosa ferramenta WAP
de comunicação e de trabalho em grupo. A implantação de A primeira grande tentativa de integrar os aparelhos celulares
7 Fonte: http://www.inf.pucpcaldas.br/extensao/cereadd/ à internet. A conexão WAP era uma espécie de adaptação da
apostilas/internet_final.pdf web, já que só podia acessar páginas feitas especialmente para
8 Fonte: file:///C:/Users/Ewertonjs/Downloads/intranet.un- este tipo de conexão.
locked.pdf 3G
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APOSTILAS OPÇÃO
Funciona de maneira semelhante à conexão a rádio e os SNMP (Simple Network Management Protocol) – É um proto-
sinais são enviados praticamente pelas mesmas torres que colo de comunicação que permite recolher informação sobre to-
enviam o sinal de telefonia para o aparelho, o que significa um dos os componentes que estão na rede como switches, routers,
amplo raio de alcance. bridges e os computadores ligados em rede.
TCP (Transfer Control Protocol) – O TCP permite dar segu-
Navegando na Internet com um Browser (navegador) rança à transferência de informações e verificar se a mesma foi
Para podermos navegar na Internet é necessário um software bem sucedida pelo computador receptor. Caso contrário volta a
navegador (browser) como o Internet Explorer, Mozilla Firefox enviar essa informação. A mesma circula pela rede em forma de
ou Google Chrome. (Estes são uns dos mais conhecidos, embora fragmentosdesignados por datagrams e que contém um cabeça-
existam diversos navegadores). lho. Esse cabeçalho contém informação como a porta de origem
Podemos começar nossa navegação diretamente digitando e a porta de destino da informação, o ACK, entre outra informa-
o endereço a ser acessado no browser e apertando ENTER no ção, de modo a manter a circulação de dados estável e credível.
teclado ou clicando no botão IR. UDP (User Datagram Protocol) – O UDP é um protocolo de
transporte de informação, mas não é tão fiável com o TCP. O UDP
Páginas Favoritas e Histórico não estabelece uma sessão de ligação em que os pacotes contêm
Se você utiliza a Internet constantemente, possivelmente um cabecalho. Simplesmente faz a ligação e envia os dados, o
gostaria de ter um mecanismo fácil e simples para guardar que o torna mais rápido mas menos eficiente.
as páginas que mais acessa. O menu Favoritos proporciona ARP (Address Resolution Protocol) é o ARP estabelece uma li-
esta funcionalidade. Esta opção funciona como um caminho gação entre o endereço físico da placa de rede e o endereço de IP.
permanente de acesso à lista de todos os sites favoritos, além de A placa de rede de um PC contém uma tabela onde faz a ligação
mantê-los organizados. entre os endereços físicos e lógicos dos computadores presentes
A história de todos os sites visitados também é mantida no na rede. Quando um PC quer comunicar com outro, vai verificar
seu navegador (browser). nessa tabela se o computador está presente na rede. Se estiver,
Você pode abrir a pasta histórico e visualizar a lista de sites envia os dados e o tráfego na rede é dminuído, caso contrário
visitados no dia ou até mesmo na semana ou no mês. envia um sinal designado por pedido ARP para determinar o seu
Essas duas funções do navegador podem ser manipuladas endereço.
pelo usuário podemos adicionar ou excluir uma pagina a IP (Internet Protocol) – É responsável por estabelecer o con-
favoritos e também podemos excluir nosso histórico caso seja tacto entre os computadores emissores e receptores de maneira
necessário. a qua a informação não se perca na rede. Juntamente com o TCP
é o protocolo mais importante de todos este conjunto.
Endereços na Internet ICMP (Internet Control Message Protocol) – O ICMP trabalha
Todos os endereços da Internet seguem uma norma em conjunto com o IP e serve para enviar mensagens para res-
estabelecida pelo InterNic, órgão americano pertencente a ISOC ponder a pacotes de informação que não foram entregues cor-
(Internet Society). No Brasil a responsabilidade pelo registro rectamente. Desta forma é enviada uma mensagem ICMP e volta
de domínios (endereços) na rede Internet é do Comitê Gestor a ser enviado o pacote de informação não recebido.
Internet Brasil (GC). IGMP (Internet Group Management Protocol) – Este proto-
Exemplo de endereço: http://www.google.com.br colo é responsável pela gestão de informação que circula pela
Onde: Internet e Intranet através do protocolo TCP/IP.
1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo
padrão que permite que os computadores se comuniquem. Portais/Sites
O http:// é inserido pelo browser, portanto não é necessário Uma das melhores maneiras de se “ambientar” na Internet
é através de sites chamados de Portais. A definição de Portal
digitá-lo. surgiu pelo fato de estes sites possuírem informações variadas
2. www – padrão para a Internet gráfica. que permitem ao internauta procurar e estar por dentro de
3. google– geralmente é o nome da empresa cadastrada novidades já que os portais oferecem uma grande quantidade
junto ao Comitê Gestor. de noticias e são atualizados com freqüência.
4. com – indica que a empresa é comercial. Algumas Exemplo de alguns dos portais mais conhecidos no Brasil:
categorias de domínios existentes são: www.uol.com.br
Gov.br - Entidades governamentais www.globo.com
Org.br - Entidades não-governamentais www.terra.com.br
Com.br - Entidades comerciais www.ig.com.br
Mil.br - Entidades militares
Mecanismos de busca na internet
Net.br - Empresas de telecomunicações
Há mais informações na Web do que se possa imaginar. O
Edu.br - Entidades de ensino superior
segredo é encontrar exatamente o que se quer.
.br - Sites no Brasil
.jp - Sites no Japão
O que são mecanismos de busca?
Mecanismos de Busca são sites de informações sobre as
Protocolos para Internet 9
páginas da internet e podemos utilizar esses mecanismos
HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) – É o protocolo utilizado
para encontrar palavras, textos, sites, diretórios, servidores de
para controlar a comunicação entre o servidor de Internet e o
arquivos, etc. Com essas ferramentas, encontrar informações na
browser. Quando se abre uma página da Internet, vemos texto,
Internet torna-se uma tarefa bem simples.
imagens, links ou outros serviços associados à Internet ou a uma
Mas como posso encontrar o que eu quero?
Intranet. O HTTP é o responsável por redireccionar os serviços
Utilizando algumas ferramentas de pesquisa disponíveis na
quando seleccionamos alguma das opções da página web.
internet podemos associar o que procuramos com informações
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Como o nome indica,
disponíveis na rede mundial (internet) fazendo uma espécie de
este protocolo serve para efectuar a transferência de emails en-
filtro de informações.
tre os servidores. O servidor de email utiliza o POP ou IMAP para
Alguns dos mecanismos de busca atuais mais populares:
enviar as mensagens de email aos utilizadores.
Yahoo http://cade.search.yahoo.com/
FTP (File Transfer Protocol) – Este protocolo permite trans-
Uol http://busca.uol.com.br/
ferência de dados ou ficheiros entre computadores, mesmo com
IG http://busca.igbusca.com.br/
sistemas operativos diferentes como o Linux e o Windows. O
Google http://www.google.com.br/
FTP é também um comando que permite ligação de um cliente
a um servidor FTP de forma a transferir dados via Internet ou
Correio Eletrônico
Intranet.
O correio eletrônico é uma das maravilhas da internet, com
9 Fonte: http://faqinformatica.com/quais-sao-os-protocolos-do- ele podemos enviar e receber documentos. Seu crescimento
-tcpip/
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APOSTILAS OPÇÃO
repentino na internet se deve a velocidade de se enviar e atividades no curso, ou mesmo para a divisão dos grupos por
receber textos, imagens e qualquer tipo de documento de um tutor.
computador para outro independentemente do local onde se Para criar grupos dentro de um curso, basta clicar em
encontram os computadores. “Grupos”, no bloco “Administração” e você será redirecionado
E-mail para uma tela que contém dois quadros, e os botões necessários
Para que possamos fazer o uso do correio eletrônico é para você editar esses grupos.
necessário um endereço na rede mundial denominado endereço Para adicionar um grupo, digite o nome do grupo e clique em
de e-mail. “Criar grupo”. Após isso, o novo grupo já aparecerá na relação do
A estrutura de um e-mail é seunome@nomedoseuprovedor. quadro Grupos.
com.br onde: O primeiro quadro mostra todos os grupos existentes no
seunome = identificação do email, geralmente usamos algo curso.
relacionado a nosso nome ou empresa. Selecionando em adicionar ou remover pessoas, abrirá
nomedoseuprovedor = é o serviço do correio eletrônico uma tela com duas colunas, uma coluna informa os nomes
escolhido (Gmail, Hotmail, Yahoo, bol, etc). das pessoas que já fazem parte do grupo e outra os potenciais
Caixa de entrada membros. Entre as duas colunas há setas - uma para direita e
A caixa de entrada é o diretório onde encontramos todos outra para a esquerda - que possibilitarão adicionar ou remover
os e-mails recebidos, através da caixa de entrada podemos membros. Selecionando um aluno de uma das colunas e clicando
visualizar quem enviou o e-mail e qual o seu conteúdo seja ele na seta desejada, o aluno será adicionado ou removido do grupo.
um texto ou um arquivo qualquer. O Fórum - O fórum é uma interface assíncrona, que possibilita
Escrever e-mail a interação e discussão entre os participantes do curso sobre
Clicando no botão “escrever e-mail” podemos enviar um determinado assunto. As mensagens são estruturadas de forma
e-mail (mensagem) a qualquer pessoa que também possua uma hierárquica, apresentando os assuntos em destaque. Apesar
conta de e-mail seja essa conta do Gmail, Hotmail, Yahoo, Bol dessa hierarquia, o fórum traz o potencial do meio digital, por
entre outras. permitir dinâmicas hipertextuais e agregação de várias mídias
Anexando um arquivo
Podemos anexar qualquer tipo de arquivo a mensagem Tipos de Fórum
enviada, desde que não ultrapasse o tamanho permitido. Esse recurso oferece a opção de configurá-lo de acordo com
Contatos as necessidades de cada professor na elaboração de seu curso;
É onde você pode visualizar e também adicionar novos dessa forma é possível escolher entre os seguintes tipos de
contatos de e-mail seja um conhecido um amigo ou até mesmo fórum no Moodle:
um contato de negócio. Cada usuário inicia apenas UM NOVO tópico - Essa opção
permite que cada participante possa abrir apenas um novo
Serviço de correio eletrônico tópico, no entanto, todos podem responder livremente, sem
Correio eletrônico, ou simplesmente email, é um dos limites de quantidade;
serviços da Internet mais conhecidos e amplamente utilizados. Fórum Geral - Permite que os participantes do curso possam
Hoje em dia é muito comum que uma pessoa possua um email inserir tantos tópicos quantos desejarem;
para contatos pessoais e profissionais. Uma das principais Fórum P e R (Pergunta e Resposta) - Permite ao professor
vantagens do surgimento do serviço de mensagem eletrônica elaborar questionamentos no fórum para discussão. Porém,
é a possibilidade de enviar mensagens a quem você desejar, o aluno somente consegue visualizar as respostas dos outros
sem pagar nada pelo serviço. Por exemplo, é possível trocar participantes a partir do momento que este posta a sua própria
mensagens com professores de outras instituições de ensino, resposta;
a quilômetros de distância, enviar mensagens aos amigos Fórum de uma única discussão - Com esse fórum, o tópico
distantes e resolver pendências profissionais, tudo via correio aparece em uma única página, este tipo de fórum é recomendado
eletrônico. para organizar discussões com foco em um tema único e preciso.
Como inserir um fórum no curso
Redes Sociais Para a criação de um novo fórum no ambiente Moodle, basta
As redes sociais são relações entre os indivíduos na clicar em ‘Adicionar atividade’, selecionar ‘fórum’ e configurar
comunicação por meio de computadores e da internet. O que conforme as necessidades do curso.
também pode ser chamado de interação social, cujo objetivo é O fórum do Moodle permite também a configuração
buscar conectar pessoas e proporcionar a comunicação entre de ações a serem executadas pelos participantes do curso.
elas criando grupos com o objetivo de se relacionar virtualmente Outra particularidade do Moodle é o recebimento ou não das
através das redes sociais. mensagens postadas no fórum via e-mail pessoal. Cabe a cada
Existem varias redes sociais, algumas das mais populares equipe de trabalho definir se os alunos serão ou não assinantes.
hoje em dia são: A definição de tipos de grupo é uma outra ação importante
Orkut http://www.orkut.com possibilitada pelo Moodle, pois permite escolher de que maneira
Facebook http://www.facebook.com os usuários utilizam o fórum. São basicamente três formatos:
Twitter http://twitter.com Nenhum grupo: não há separação em grupos;
MySpace http://br.myspace.com Grupos separados: membros de grupos iguais interagem
Para fazer parte de umas dessa redes sociais basta se entre si mas não com membros de outros grupos;
cadastrar criando uma conta no site da rede e se interagir. Grupos visíveis: eles não interagem mas podem ver as
mensagens de outros grupos.
Grupos, fórum, chat e wiki10 Como inserir um novo tópico de Discussão
Agora iremos conhecer a criação de grupos e os três recursos No fórum, é possível que tanto os professores quanto os
do moodle que potencializam a discussão e a construção do alunos possam adicionar tópicos para as discussões. Para criar
conhecimento, e que podem ser explorados no ambiente de um novo tópico no Moodle, basta clicar em “acrescentar um
experimentação. São eles: novo tópico”. Em seguida você poderá adicionar uma mensagem
Grupos relativa ao tema do fórum e para finalizar, clique em “enviar
É possível desenvolver trabalhos separando os alunos por mensagem para o fórum”. De imediato surge o registro da
diferentes grupos e, se necessário, permitir o acompanhamento e intervenção efetuada.
as orientações do tutor aos seus respectivos grupos, viabilizando
uma maior interatividade e proximidade entre as pessoas. A Chat
opção de criação de grupos no Moodle possibilita a organização Também conhecido como bate–papo, traz como principal
dos cursistas em pequenos grupos para o desenvolvimento de característica a comunicação síncrona, ou seja, a possibilidade de
10 Fonte: http://www.moodle.ufba.br/mod/resource/view. podermos interagir no mesmo momento, enviando e recebendo
php?id=33426 mensagens de forma imediata. Uma opção interessante do chat
Informática Básica 19
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APOSTILAS OPÇÃO
do Moodle é a de separarmos, ou não, por grupo os participantes, 02. (UEG - Assistente de Gestão Administrativa – Geral
e de podermos ‘salvar as sessões encerradas’. Quando ativamos – FUNIVERSA/2015). Assinale a alternativa em que são
essa função, o moodle automaticamente registra a conversa e é apresentados apenas nomes de sítios de busca e pesquisa na
possível disponibilizá-la para todos os participantes do curso. Internet.
Trazemos um exemplo de chat na página principal. (A) Linux e Facebook
Possibilidades: (B) Google e Gmail
Interação, por proporcionar o esclarecimento de dúvidas, (C) Internet Explorer e Mozilla Firefox
discussões e criação de vínculos; (D) BrOffice e Bing
Definição de tópicos para a discussão; (E) Google e Yahoo!
Armazenamento das discussões para posterior leitura dos
alunos que não participaram da seção; 03. (SSP-AM - Assistente Operacional – FGV/2015). A
Dinâmica colaborativa onde todos podem contribuir com a Wikipedia, um famoso site da Internet, fornece o endereço:
discussão em tempo real. https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wi ki/Página_
Para criar um chat basta clicar na opção ‘acrescentar principal
atividade’, no tópico onde desejamos acrescentar o recurso, para acessar e editar o conteúdo dos sites. O uso do prefixo
selecionar ‘chat’ e configurar conforme as necessidades do curso, “https:” significa que a comunicação com o site é feita de forma:
colocando nome, data e uma descrição objetiva. Lembramos que (A) anônima;
o botão ‘Ativar Edição’ deve estar acionado. (B) segura;
(C) compactada;
WIKI (D) prioritária;
Um recurso assíncrono colaborativo que possibilita a (E) somente leitura.
construção coletiva de diferentes tipos de textos, por vários
autores. A Wiki do Moodle permite que os participantes de 04. (MPCM - Técnico em Informática – Desenvolvimento
um curso trabalhem juntos, acrescentando ou alterando seu – CETAP/2015). A velocidade de transmissão dos atuais links
conteúdo. As versões anteriores não são excluídas, podendo ser de acesso a Internet em banda larga e usualmente medida em:
recuperadas. Numa Wiki pode-se inserir novas páginas ou novos (A) Mbits/s; que significa “Megabits porsegundo” .
hiperlinks. Trazemos um exemplo desse recurso na página (B) MBytes/s; que significa “Megabytes porsegundo” .
principal. (C) Mbits/s; que significa “Megabytes por segundo”
Possibilidades: (D) MBytes/s; que significa “Megabits porsegundo”.
Desenvolvimento de projetos, concepção de livros, (E) GBytes; que significa “Gigabytes por segundo” .
Trabalhos em grupos, produção de qualquer tipo de texto
colaborativo. 05. (DPE-MT - Assistente Administrativo – FGV/2015).
Para criar um wiki basta clicar na opção ‘acrescentar A ferramenta da Internet que consiste em criar uma abstração
atividade’, no tópico onde desejamos acrescentar o recurso e do terminal, permitindo ao usuário a criação de uma conexão
selecionar ‘wiki’. Lembramos que o botão ‘Ativar Edição’ deve com o computador remoto sem conhecer as suas características,
estar acionado. possibilitando o envio de comandos e instruções de maneira
interativa, é denominada
TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS11 (A) Telecommunications Networks.
Para transferir dados deve existir uma conexão de dados (B) File Transfer Protocol.
entre portas apropriadas e deve ser feita uma escolha de (C) Trivial File Transfer.
parâmetros de transferência. Os processos Cliente-DTP e (D) Domain Name System.
Servidor-DTP possuem portas com valores default que devem (E) Dynamic Host Configuration.
ser suportadas por todas as versões de FTP. Entretanto, o cliente
pode alterar o valor de tais portas. Respostas
Logo que inicia a transferência de dados, o gerenciamento da 01. D\02. E\03. B\04. A\05. A
conexão de transferência de dados passa a ser responsabilidade
do servidor; salvo uma transferência sem erros e em que os INTERNET EXPLORER 912
dados estão indo do cliente para o servidor. Nesse caso, em vez
de enviar um End of File, torna-se responsabilidade do cliente O Windows Internet Explorer 9 possui uma aparência
fechar a conexão para indicar o fim de arquivo. simplificada e muitos recursos novos que aceleram a sua
Acrescentando às definiçoes existentes do FTP, pode-se experiência de navegação na Web.
definir - também, o modo de transferência dos arquivos, de Os novos recursos gráficos e o melhor desempenho do
forma a otimizar e melhorar a transferência dos dados. O modo Internet Explorer 9 possibilitam experiências ricas e intensas.
de transmissão pode ser por fluxo contínuo, modo blocado e Texto, vídeo e elementos gráficos acelerados por hardware
modo comprimido. significam que seus sites têm um desempenho semelhante ao
O FTP não se preocupa com a perda ou a adulteração de bits dos programas instalados no seu computador. Os vídeos de
durante a transferência, pois é atribuição do TCP - protocolo do alta definição são perfeitos, os elementos gráficos são nítidos
nível de transporte, mas provê mecanismos para um eventual
reinício da transferência quando ela for interrompida por e respondem positivamente, as cores são fieis e os sites são
problemas externos ao sistema (como uma falha na alimentação interativos como jamais foram. Com os aperfeiçoamentos como
elétrica). Chakra, o novo mecanismo JavaScript, os sites e aplicativos são
Este procedimento de reinício só está disponível nos modos carregados mais rapidamente e respondem melhor. Combine o
de transferência que permitem inserir controles no meio do Internet Explorer 9 com os eficientes recursos gráficos que o
fluxo de dados (modo de transferência blocado e comprimido). Windows 7 tem a oferecer, e você terá a melhor experiência da
Web no Windows até o momento.
Questões A instalação mais curta e simplificada do Internet Explorer 9
é mais rápida do que nas versões anteriores. Ela requer menos
01. (CEP 28 - Assistente Administrativo – IBFC/2015). decisões de sua parte, leva menos tempo para carregar páginas e
A Intranet possui características técnicas próprias que a não exige que você instale atualizações separadamente. Uma vez
diferenciam quanto a Internet. Uma dessas características concluída a instalação, você já pode começar a navegar.
técnicas que a distingue é o fato da Intranet ser:
(A) desenvolvida com base no protocolo TCP/IP. Interface
(B) a única que possui Grupos de Discussão. A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do seu
(C) a única que possui banda larga. cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9
(D) privada e não pública 12 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows7/
11 Fonte: http://penta.ufrgs.br/rc952/trab1/ftp3.html getting-started-with-internet-explorer-9
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APOSTILAS OPÇÃO
se comparado com suas versões anteriores, melhorou muito e 6-Ícone de aplicação/plug-in instalado
sem sombra de dúvida começa a tomar A primeira alteração que As aplicações depois de instaladas são alinhadas de forma
vemos no I.E 9 é a altura do seu cabeçalho (55px), pequeno e horizontal no espaço que em versões anteriores pertencia às
elegante, o internet Explorer 9 se comparado com suas versões abas.
anteriores, melhorou muito e sem sombra de dúvida começa a
tomar uma forma competitiva. Usar os novos controles do navegador
A primeira coisa que você notará ao abrir o Internet Explorer 9
será seu design simplificado. A maioria das funções da barra de
comandos, como Imprimir ou Zoom, pode ser encontrada ao
clicar no botão Ferramentas, e os seus favoritos e os feeds são
1-Ícones de Voltar/ Avançar página exibidos ao clicar no botão Centro de Favoritos.
2-Ícones de manipulação da URL
3-Abas de conteúdo
4-Ícones de funcionalidades gerais, favoritos e página inicial
5-Ícone para inserir novas aplicações
6-Ícone de aplicação instalada.
Informática Básica 21
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APOSTILAS OPÇÃO
Web ao mesmo tempo para realizar uma tarefa, use as guias
destacáveis junto com o Ajuste. É uma ótima forma de mostrar
várias páginas da Web lado a lado na tela.
Facilite o acesso aos seus sites favoritos. Arraste uma guia
e fixe-a diretamente na barra de tarefas ou no menu Iniciar. Ou
arraste uma guia para a barra Favoritos. Independentemente do
que escolher, seus sites favoritos estarão ao seu alcance.
Informática Básica 22
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APOSTILAS OPÇÃO
- Ela não impede que alguém em sua rede, como um
administrador de rede ou um hacker, veja as páginas que você
visitou.
- Ela não necessariamente proporciona anonimato na
Internet. Os sites talvez sejam capazes de identificá-lo por meio
de seu endereço Web e qualquer coisa que você fizer ou inserir
em um site poderá ser gravado por ele.
- Ela não remove nenhum favorito ou feed adicionado por
você quando a sessão de Navegação InPrivate é fechada. As
alterações nas configurações do Internet Explorer, como a
adição de uma nova home page, também são mantidas após o
encerramento da sessão de Navegação InPrivate.
Menu Favoritos
Adicionar endereços no Menu Favoritos
Clique no menu Favoritos e em Adicionar Favoritos(CTRL+D).
Menu Ferramentas
Opções da Internet
No menu Ferramentas, na opção opções da internet, na aba
geral podemos excluir os arquivos temporários e o histórico.
Além disso, podemos definir a página inicial.
Buscar na Web
Escolha o seu mecanismo de pesquisa favorito para a barra
de pesquisa do Firefox.
- Para escolher, basta clicar no ícone à esquerda da barra de
pesquisa.
Marcar um site como favorito
Salve seus sites favoritos.
13 Fonte: https://support.mozilla.org/pt-BR/products/firefox/
basic-browsing-firefox
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APOSTILAS OPÇÃO
Para criar um favorito, clique na estrela na barra de COMO EU CRIO UM FAVORITO?
ferramentas. A estrela ficará azul e um favorito da página em Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na Barra de
que você está será criado na pasta de favoritos Não organizados. ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito será adicionado
Arraste uma aba diretamente para a sua barra de ferramentas na pasta “Não organizados”. Pronto!
favoritos para salvá-la lá.
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APOSTILAS OPÇÃO
Enquanto a janela da Biblioteca está aberta, você também Clique com o botão direito na aba fixa e selecione Desafixar
pode arrastar favoritos para outras pastas como a “Menu aba no menu.
Favoritos”, que exibe seus favoritos no menu aberto pelo botão Como abas fixas são diferentes de abas normais?
Favoritos. Se você adicionar favoritos à pasta “Barra de favoritos”, Abas fixas são pequenas - apenas mostram o ícone do site,
eles aparecerão nela (embaixo da Barra de navegação). não o título - e ficam no lado esquerdo da barra de abas.
Abas fixas não têm um botão para fechar, assim não podem
ser fechadas acidentalmente.
Você ainda pode fechá-las clicando com o botão direito nelas
e selecionando Fechar abano menu.
Abas fixas o notificam com um destaque azul quando são
alteradas.
Se você tem o Gmail como um aba fixa, por exemplo, e está
usando outra aba quando recebe um e-mail, sua aba do Gmail
irá brilhar.
Todas as abas fixas que você tem quando fecha o Firefox irão
abrir como abas fixas quando abrir o Firefox novamente.
Links para outros sites abrem numa nova aba, para que sua
aba fixa não mude.
Muitos aplicativos web, como o Facebook, já fazem isso,
mas uma aba fixa sempre se comportará dessa forma, mesmo
quando o site não for configurado para isso.
Abas fixas em grupos de abas
Como eu ativo a Barra de favoritos?
Grupos de abas (também conhecidos como Panorama) são
Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o seginte:
uma ótima forma de organizar e agrupar suas abas. Na janela de
1. Clique no botão e escolhe Personalizar.
grupos de abas, suas abas fixas são representadas pelo ícone do
2. Clique na lista Exibir/ocultar barras e no final
site no lado direito de cada grupo de abas.
selecione Barra dos favoritos.
Nova aba - mostre, esconda, e personalize os sites mais
3. Clique no botão verde Sair da personalização.
acessados
IMPORTE FAVORITOS E OUTROS DADOS DE OUTROS
Quando você abre uma nova aba, o comportamento padrão
NAVEGADORES
do Firefox é mostrar seus sites mais visitados ou sugeridos.
O Firefox permite que você importe facilmente seus favoritos
Aprenda a customizar esta página para suas necessidades
e outras informações de outros navegadores instalados em seu
fixando-as ou removendo sites, reorganizando o seu layout
computador.
ou desligando completamente a página de novas abas se você
Para importar os favoritos e outras informações:
desejar.
Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir todos
Como eu organizo meus sites na nova página de abas?
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Você pode facilmente fixar, deletar e reorganizar sites para
Na janela Biblioteca, clique no botão Importar e fazer backup
customizar sua página de nova aba da maneira que desejar.
dos favoritos e escolha Importar dados de outro navegador.... O
Fixar um site
assistente de importação abrirá.
Apenas clique no ícone de fixar na parte superior esquerda
Nota: Se o botão Importar dados de outro navegador... estiver
do site pra fixá-lo nessa posição da página.
desativado (cinza), pode ser que você esteja em modo
Adicionar um site
de Navegação Privativa. Desative este recurso e tente novamente.
Você também pode abrir a biblioteca de favoritos e arrastar
Selecione o navegador que contém os favoritos ou outras
os favoritos para a página nova aba.
informações que você deseja utilizar no Firefox, e avance
- Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir todos
para a próxima página para efetivar sua escolha e completar a
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
importação.
- Arraste um marcador para a posição que você quer.
Se o Assistente de Importação não listar seu outro navegador,
Remover um site
ainda é possível importar os favoritos dele, mas primeiro será
Clique em “X” na parte superior direita do site para deletá-lo
necessário exportar e salvar os favoritos como um arquivo em
da página.
formato HTML. Visite a página de ajuda de seu outro navegador
Se você, acidentalmente, remover um site, você pode
se precisar de ajuda.
desfazer isto clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos
Abas fixas
sites foram removidos clique em Restaurar Tudo.
As abas fixas permitem-lhe manter seus aplicativos web
Reorganizar os sites
favoritos como Facebook, Gmail e Twitter, abertos e a apenas
Clique e arraste o site para a posição que você deseja. Ele
um clique de distância. Abas fixas são pequenas, não podem
será “fixado” a esta nova posição.
ser fechadas acidentalmente e abrem de forma automática ao
iniciar o Firefox. Este artigo mostra as funções das abas fixas e
Como eu desativo a página de nova aba?
como usá-las.
Se você não quer ver seus sites mais acessados quando cria
uma nova aba, você pode escondê-la facilmente.
Por que devo usar abas fixas?
Para ocultar a página de nova aba, clique no ícone de
A internet está cheia de sites que usamos mais como
engrenagem no canto superior direito da página e escolha Em
programas do que como páginas estáticas. Sites populares como
branco no menu.
Facebook e Gmail são assim - usados para cumprir tarefas (ou
Você também pode desabilitar completamente se quiseres
evitar o cumprimento), se atualizam sozinhos e o notificam
previnir que outras pessoas possam reexibir suas abas:
quando são alterados. Abas fixas permitem fixar qualquer site
- Na Barra de endereços, digite about:config e pressione Enter.
no lado esquerdo da barra de abas, para que esteja sempre
- O aviso “As modificações destas configurações avançadas
disponível.
pode prejudicar a estabilidade, a segurança e o desempenho
Como fazer para criar uma aba fixa?
deste aplicativo” da página about:config poderá aparecer. Clique
O jeito mais fácil de ver como abas fixa podem ser úteis é
em Serei cuidadoso, prometo! para continuar.
criar uma.
- Digite browser.newtab.url na caixa de pesquisa
Clique com o botão direito na aba que deseja fixar e
acima Localizar:
selecione Fixar aba no menu.
- Dê um clique duplo em browser.newtab.url para mudar a
url de about:newtab para about:blank
Como remover uma aba fixa?
- Clique em OK e feche a aba about:config.
Transformar uma aba fixa em uma aba normal é simples.
Informática Básica 25
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APOSTILAS OPÇÃO
O que são Sugestões?
Quando você abre uma aba no Firefox, você pode ver várias
miniaturas de diferentes sites. Eles são chamados Sugestões.
(B)
Eles incluem sites visitados recentemente ou frequentemente,
juntamente com informações da Mozilla e conteúdo patrocinado.
Diretório de Sugestões
Inicialmente os usuários do novo Firefox recebem um (C)
conjunto de sugestões de sites. Depois eles são substituídas
por Histórico de Sugestões.
Histórico de Sugestões
Histórico de Sugestões são escolhidos com base nos sites
recentemente e frequentemente visitados em seu histórico de (D)
navegação.
Sugestões aprimoradas
Para usuários com sugestões existentes (Histórico de
Sugestões) em uma nova página, o Firefox substitui a imagem (E)
padrão por uma imagem melhor. A Sugestão Aprimorada é
exibida apenas para sites que aparecem na nova página do
usuário com base em seu histórico de navegação. A melhor
imagem é fornecida pelo site ou parceiro e pode incluir um 02. (Prefeitura de Carlos Barbosa - RS - Agente
logotipo mais uma imagem de rolagem. Administrativo - OBJETIVA/2015). Destaca-se abaixo o menu
Sugestões Patrocinados de opções disponíveis no navegador Mozilla Firefox em sua
Qualquer Sugestão incluída por conta de uma relação última versão. O menu que permite bloquear janelas de pop-up
comercial com a Mozilla foram claramente designadas está na opção:
por Patrocinadores:
Quais dados estão sendo coletados e por quê?
Apenas informações sobre Diretório de Sugestões
Aprimoradas em uma nova página do usuário estão sendo
coletados para ajudar a oferecer os locais mais interessantes
para novos usuários do Firefox e melhorar recomendações
para os usuários do Firefox já existentes. Toda a informação é (A) Geral.
agregada e não inclui uma maneira de distinguir entre usuários (B) Conteúdo.
únicos. (C) Privacidade.
Estamos coletando dados para certificar se as Sugestões (D) Segurança.
estão sendo entregues para nossos usuários e parceiros de
publicidade, e se estão coletando os dados que precisamos para 03. (MPCM - Técnico em Informática - Desenvolvimento -
determinar isso. CETAP/2015). Considerando a utilização do navegador Mozilla
Para onde vão os meus dados / Onde são compartilhados? Firefox, qual das ações a seguir voce tomaria para tornar a sua
Os dados são transmitidos diretamente para Mozilla e apenas navegação mais segura?
dados agregados são armazenado nos servidores da Mozilla. (A) Marcar a opção de ativar a telemetria do Firefox.
Tanto para Diretório de Sugestões, quanto para Sugestões (B) Assinalar a opção de “Limpar dados pessoais ao sair do
Aprimoradas a Mozilla compartilha números agregados com os Firefox”, disponivel na caixa “Privacidade”, que e acessivel no
parceiros sobre o número de impressões, cliques, e esconde seu menu “Ferramentas → Opções” do navegador.
próprio conteúdo recebido. (C) Assinalar a opção de completar automaticamente os
Como faço para Ativar / Desativar? formulários usados.
Você pode desativar Sugestões abrindo uma nova aba e (D) Marcar a opção de memorizarohistoricode navegação.
clicando no ícone da engrenagem no canto superior direito (E) Reiniciar o Firefox para retornar a configuração inicial ao
página. Selecione {Clássico} para mostrar apenas o Histórico de fechar o programa.
Sugestões, ou {Em branco}, para desativar as Sugestões.
04. (UFRJ - Assistente em Administração - PR4 -
Concursos). Janelas pop-up, ou simplesmente pop-ups, são
janelas que aparecem automaticamente sem serem solicitadas.
O Mozilla Firefox permite você controlar pop-ups, que já são
bloqueados por padrão. O desbloqueio desta opção é feita por
meio do painel:
(A) de controle do sistema operacional
(B) avançado na janela de Preferências
(C) de configurações Geral na janela de Preferências
(D) configurações de Conteúdo na janela de Preferências
Questões (E) configurações de Segurança na janela de Preferências
01. (CRC-RO - Assistente Administrativo - FUNCAB/2015). 05. (IF-SC - Técnico de Laboratório - Eletroeletrônica
Um usuário do Mozilla Firefox, em português, V 37.0, ao - IF-SC/2014). Abaixo estão alguns exemplos de programas
encontrar uma página que procurava, deseja salvar essa página de computador. Marque V de verdadeiro para os que são
no seu computador usando o próprio Mozilla. Para isso, ele deve navegadores de Internet e F de falso para os que não são:
acessar o ícone:
( ) Mozilla Firefox
( ) Skype
( ) Calc
(A) ( ) Google Chrome
( ) Internet Explorer
( ) Writer
( ) Opera
Informática Básica 26
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APOSTILAS OPÇÃO
(A) V, F, F, V, V, F, V falso. Por sua vez, um malware é um software instalado na sua
(B) F, V, V, F, F, V, F máquina, normalmente sem seu conhecimento, que é projetado
(C) F, F, V, V, F, F, V para danificar seu computador ou roubar informações da sua
(D) V, V, V, F, F, V, V máquina.
(E) V, V, F, F, F, V, V Validação de autenticidade
A tecnologia de validação de autenticidade ajuda a impedir
Respostas que um malware se instale em seu computador ou use aquilo
01. C\02. B\03. B\04. D\05. A que acontece em uma guia do navegador para afetar o que
acontece na outra. O processo de validação de autenticidade
Google Chrome adiciona uma camada complementar de segurança contra
páginas da web maliciosas que tentam instalar programas em
Visão geral14 seu computador, monitorar suas atividades na web ou roubar
O Google Chrome é um navegador da web rápido, simples informações confidenciais de seu disco rígido.
e seguro, desenvolvido para a web moderna. É iniciado da sua Atualizações automáticas
área de trabalho em segundos quando você clica duas vezes em Para garantir que você tenha a mais recente atualização
seu ícone. de segurança, o Google Chrome verifica regularmente se há
O Google Chrome é adaptado ao mecanismo V8, um atualizações, de modo a assegurar que o navegador esteja
mecanismo poderoso de JavaScript desenvolvido para executar sempre atualizado. A verificação de atualização garante que
aplicativos complexos da web com bastante rapidez. sua versão do Google Chrome seja automaticamente atualizada
Você pode digitar pesquisas e endereços da web na barra com os últimos recursos de segurança e correções, sem que seja
combinada de pesquisas e endereços do Google Chrome, necessária qualquer ação de sua parte.
chamada Omnibox. Privacidade
Modo de navegação anônima
Quando não quiser que suas visitas a websites ou downloads
sejam gravados em seus históricos de navegação e download,
você poderá navegar no modo de navegação anônima. Além
disso, todos os cookies criados durante a navegação no modo
de navegação anônima são excluídos depois que todas as janelas
anônimas abertas são fechadas.
Abrindo uma janela anônima
Omnibox do Google Chrome 1. No canto superior direito da janela do navegador,
clique no botão relativo ao usuário atual. Pode aparecer seu
A omnibox fornece sugestões para pesquisas e endereços nome, e-mail ou um ícone como este .
da web enquanto você digita, bem como uma funcionalidade de 2. Selecione Anonimato.
preenchimento automático para ajudar a obter aquilo que você Você também pode pressionar Ctrl + Shift + N (Windows,
procura com apenas alguns toques de tecla. Linux e Chrome OS) e ⌘-Shift-N (Mac).
O Google Chrome conta com a tecnologia de mecanismo de Quando você estiver navegando no modo de navegação
renderização de código aberto WebKit e carrega páginas da web anônima, poderá ver o ícone do modo de navegação anônima
rapidamente. no canto da página. A navegação em modo anônimo é útil
Gerenciamento de guias eficiente principalmente quando você precisa navegar na web de forma
As guias dinâmicas do Google Chrome são fáceis de arrastar, privada, sem a necessidade de alterar suas configurações de
soltar e reorganizar. Graças à arquitetura de processos múltiplos, privacidade novamente entre as sessões de navegação. Por
é possível abrir centenas de guias sem deixar o Chrome mais exemplo, você pode ter uma sessão normal e uma sessão em
lento. modo anônimo em janelas separadas ao mesmo tempo.
Você também pode fixar suas guias favoritas (como e-mail) Preferências de privacidade
na barra de guias, para que apareçam no mesmo lugar toda vez Você pode controlar todas as suas preferências de privacidade
que você iniciar o Google Chrome. no menu do Google Chrome. Basta selecionar “Configurações”,
Tab para pesquisa clicar em “Mostrar configurações avançadas” e ajustar a seção
Por que acessar primeiro o YouTube.com para depois procurar “Privacidade”.
um vídeo? Basta digitar youtube.com na omnibox e pressionar a Como limpar dados de navegação
tecla tab para pesquisar diretamente no YouTube. Você também Com o Google Chrome, você pode limpar seus dados de
pode configurar palavras-chave personalizadas para seus sites navegação a qualquer momento, de forma que essas informações
favoritos. não fiquem armazenadas em seu navegador, incluindo os
Leitor de PDF integrado históricos de navegação e de downloads, cookies, senhas salvas
O Google Chrome tem um leitor de PDF integrado. Portanto, e dados de formulários salvos.
é possível carregar PDFs em instantes, sem a necessidade de Excluir cache e outros dados do navegador
instalar qualquer software ou plug-in. É fácil redimensionar, Você tem controle total sobre seus dados de navegação.
salvar e imprimir PDFs com apenas um clique. Esses dados incluem coisas como seu histórico de navegação
Comece exatamente de onde parou e de download e dados de formulários salvos. Use a caixa de
Quando você fechar o Google Chrome, ele irá lembrar das diálogo “Limpar dados de navegação” para excluir todos os seus
guias que você abriu, para que você possa retomar exatamente dados ou apenas uma parte deles, coletados durante um período
de onde parou. específico.
Navegação segura - Excluir todos os seus dados
O Google Chrome mostrará uma mensagem de aviso antes 1. Clique no menu do Google Chrome, na barra de
de você visitar um site suspeito que possa conter malware ou ferramentas do navegador.
phishing. 2. Selecione Mais ferramentas.
Com a tecnologia Navegação segura ativada no Google 3. Selecione Limpar dados de navegação.
Chrome, caso encontre um site suspeito de conter phishing ou 4. Na caixa de diálogo exibida, marque as caixas de
malware durante sua navegação na web, você receberá uma seleção referentes aos tipos de informação que você deseja
página de aviso, como a página acima. remover.
Um ataque de phishing acontece quando alguém se passa por 5. Use o menu localizado na parte superior para selecionar
outra pessoa para persuadir você a compartilhar informações a quantidade de dados que deseja excluir. Selecione desde o
pessoais ou sigilosas, especialmente usando um site da web começo para excluir tudo.
14 Fonte: https://www.google.com/chrome/browser/features. 6. Clique em Limpar dados de navegação.
html#speed - Excluir itens específicos de seus dados de navegação.
Informática Básica 27
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APOSTILAS OPÇÃO
Em vez de excluir categorias inteiras de seus dados de Página “Nova guia”15
navegação, você pode escolher itens específicos para exclusão.
Personalizar preferências de privacidade por website
Nas configurações de conteúdo do Google Chrome é possível
controlar, site por site, as preferências de privacidade para
cookies, imagens, JavaScript e plug-ins. Por exemplo, você
pode definir regras de cookies para permitir automaticamente
cookies de uma lista específica de sites nos quais você confia e
gerenciar manualmente o bloqueio e a configuração para todos
os outros sites.
Como desativar a personalização de anúncios
Os anunciantes personalizam seus anúncios, para que você
veja anúncios de seu interesse. As empresas de publicidade que
são membros da Network Advertising Initiative (NAI, na sigla
em inglês) e de outras atividades autorreguladoras permitem
que você desative essa personalização. No Google Chrome,
você pode manter seu status de desativação no navegador
permanentemente, mesmo quando todos os cookies são limpos,
instalando a extensão “Manter minhas desativações” do Google
Chrome. 1- Pesquisa
Aplicativos Comece a digitar sua consulta de pesquisa na caixa de
Os aplicativos da Chrome Web Store utilizam novas e pesquisa e você verá sua consulta na omnibox (barra de
poderosas tecnologias da web para oferecer a você as melhores endereço localizada na parte superior da janela do navegador).
experiências de produtividade, educação e jogos, sempre com Você também pode digitar um URL para navegar em uma página
apenas um clique na página “Nova guia”. da Web.
Como adicionar novos usuários Obs: Você também pode pesquisar diretamente na omnibox.
E se você compartilhar um computador com outras pessoas? Seu provedor de pesquisa padrão tem a opção de personalizar
Você não quer que seus favoritos, aplicativos e extensões se a página “Nova guia”. Se o Google for seu provedor de pesquisa
misturem com os de todas as outras pessoas, assim como não padrão, você verá um logotipo e uma caixa de pesquisa como em
quer que suas coisas do Chrome sejam sincronizadas com todos www.google.com.br. Se seu provedor de pesquisa padrão não for
os dispositivos. o Google, você poderá ver um layout diferente na página “Nova
Agora, é possível adicionar novos usuários ao Google guia”.
Chrome. A adição de novos usuários permite que cada um tenha 2- Mais visitados
sua própria experiência com o Google Chrome e faça login no Miniaturas dos websites que você visita com frequência
navegador para sincronizar suas coisas. aparecem abaixo da caixa de pesquisa. Basta clicar em uma
Basta ir para “Opções” (“Preferências” no Mac), clicar em miniatura para visitar o site.
“Coisas pessoais” e em “Adicionar novo usuário”. Para remover um site visitado com frequência, passe o
Extensões mouse sobre a miniatura e clique no ícone X, no canto superior
Extensões são ferramentas personalizadas que permitem direito da miniatura.
fazer mais com o Google Chrome, como, por exemplo, controlar 3- Aplicativos
suas músicas, fazer capturas de tela e compartilhar sites com Windows, Mac e Linux
amigos, não importa onde você esteja na web. Os ícones dos aplicativos que você instalou pela Chrome
Temas Web Store podem ser acessados clicando no favorito Aplicativos
É fácil deixar o Google Chrome mais atraente. Você pode na barra de favoritos. Na página “Aplicativos do Google Chrome”,
instalar temas criados pelos principais artistas da Chrome Web basta clicar em um ícone para abrir o aplicativo. Caso você não
Store ou pode criar seu próprio tema no mychrometheme.com e veja o favorito do aplicativo, clique com o botão direito do mouse
compartilhá-lo com amigos. na barra de favoritos e clique em Mostrar atalho para aplicativos.
Personalização Se você instalou aplicativos do Google Chrome em outro
O login no Google Chrome leva seus favoritos, aplicativos, computador, pode Fazer login no Google Chrome e ativar a
histórico e outras configurações para todos os seus dispositivos. sincronização para adicionar automaticamente esses aplicativos
Tudo o que você atualiza em um dispositivo é atualizado à página “Aplicativos do Google Chrome” no computador que
instantaneamente nos outros, e seus dados do Chrome ficam está usando.
seguros se alguma coisa acontece com seu computador. Acesse Para modificar a forma com que o aplicativo deve ser aberto,
o menu de chave inglesa e selecione “Fazer login no Chrome…” clique com o botão direito do mouse no ícone do aplicativo
Aplicativos e selecione “Abrir como guia normal”, “Abrir como guia
Adicione um aplicativo em um computador. Acesse-o em fixada”, “Abrir como janela” ou “Abrir tela cheia”. Para realizar
todos os seus computadores. configurações adicionais, clique com o botão direito do mouse
Preenchimento automático no aplicativo e selecione “Opções”.
Preencha formulários mais rapidamente em todos os seus Para desinstalar um aplicativo do Google Chrome, clique
computadores. com o botão direito do mouse no aplicativo e selecione Remover
Temas do Google Chrome.
Adicione cores a seu Google Chrome e leve-as com você. 4- Barra de favoritos
Senhas Por padrão, suas páginas da Web favoritas são exibidas no
Recupere suas senhas salvas sempre que precisar. topo da página “Nova guia”.
Extensões 5- Reabrir uma guia fechada recentemente
Use seus recursos personalizados em todos os computadores. Se, acidentalmente, você fechou uma guia e precisa reabri-la
Favoritos rapidamente, use o atalho do teclado Crtl+Shift+T ou siga estas
Acesse rapidamente seus sites favoritos, onde quer que você etapas:
esteja. 1. Clique no menu do Google Chrome na barra de
ferramentas do navegador.
2. Selecione Guias recentes.
3. Selecione a guia desejada na lista em “Recentemente
fechadas”.
15 Fonte: https://support.google.com/chrome/
topic/14678?hl=pt-BR&ref_topic=3434340
Informática Básica 28
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APOSTILAS OPÇÃO
Repita essas etapas para recuperar mais guias fechadas Abrir separadores, janelas e ficheiros
recentemente. Abrir um novo separador
Se você está conectado ao Google Chrome, pode acessar todo - Clique no ícone junto ao último separador, que abre
o seu histórico e abrir guias de outros dispositivos que estejam a página Novo separador.
conectados ao Google Chrome. Para fazer isso, clique em Guias - Para abrir um link num novo separador, prima Ctrl (Windows
recentes > Mais. e Linux) ou ⌘ (Mac) no teclado ao clicar no link. Os separadores
Quando clica numa sugestão, o Chrome abre a página relacionados são agrupados.
selecionada. - Pretende que a mesma página Web seja aberta em vários
Sugestões para facilitar a pesquisa separadores? Clique com o botão direito do mouse no separador
Se pretender pesquisar de forma mais rápida e fácil, siga que contém a página Web em questão e selecione Duplicar.
algumas das sugestões de pesquisa disponíveis abaixo. - Experimente estes atalhos de teclado: Ctrl+T (Windows e
- Pesquisar palavras ou imagens Linux); ⌘-T (Mac)
1. Realce uma palavra, uma expressão ou uma imagem e Abrir uma nova janela
clique com o botão direito do mouse na mesma no computador. Experimente estes atalhos de teclado: Ctrl+N (Windows e
Num Mac, clique com a tecla Control pressionada. Linux); ⌘-N (Mac)
2. Clique na opção para pesquisar através do motor de
pesquisa predefinido. Por exemplo, pode ser apresentado algo Fechar guias, janelas e o Google Chrome
como “Pesquisar «pinguim imperador» no Google” ou “Pesquisar Fechar guias e janelas
esta imagem no Bing”. - Guias: clique no ícone x da guia ou use os atalhos do teclado
- Colar e pesquisar Ctrl+W (Windows e Linux) e ⌘-W (Mac) para fechar a guia.
1. Realce uma palavra ou uma expressão e copie-a. - Janelas: clique no ícone x no canto da janela ou use os
2. Clique com o botão direito do mouse na barra de atalhos do teclado Alt+F4 (Windows e Linux) e ⌘-Shift-W(Mac)
endereço no ecrã. Num Mac, clique na barra de endereço com a para fechar uma janela. Se você fechar a última guia em uma
tecla Control premida. janela, a janela também será automaticamente fechada.
3. Clique em Colar e pesquisar. Se você acidentalmente fechar uma guia ou uma janela, pode
- Pesquisar por voz facilmente recuperá-la usando o atalho do teclado Crtl+Shift+T
Pode iniciar uma pesquisa ou outros comandos de voz no (Mac: ⌘-Shift-T). Ou, como alternativa, ou siga as etapas abaixo:
Chrome ao dizer “Ok Google” numa página da Pesquisa Google 1. Clique no menu do Google Chrome na barra de
ou numa página novo separador. Quando diz “Ok Google”, o ferramentas do navegador.
Chrome envia uma gravação de áudio da sua pesquisa por voz 2. Selecione Guias recentes.
para o Google. 3. Selecione a guia desejada na lista em “Recentemente
- Pesquisar ao realçar e arrastar fechadas”.
Realce uma palavra ou uma expressão e arraste-a para a Repita essas etapas para recuperar mais guias fechadas
barra de endereço. O Chrome apresenta automaticamente os recentemente.
resultados da pesquisa para o texto realçado. Fechar o Google Chrome
Organizar guias Clique no menu do Google Chrome na barra de ferramentas
É possível reorganizar as guias com facilidade na parte do navegador e selecione Sair para fechar todas as guias e
superior da janela do navegador ou em uma nova janela. janelas abertas.
Reordenar as guias Se você estiver usando o Google Chrome em um Mac, também
Clique em uma guia e arraste-a para uma posição diferente poderá configurar o navegador para mostrar um aviso antes de
na parte superior da janela do navegador. fechar o navegador. Por padrão, esse aviso está desativado. Siga
Mover uma guia para uma nova janela estas etapas para ativá-lo:
Clique na guia e arraste-a para fora da barra de endereço Clique em Chrome na barra de menus superior.
e para uma nova janela. A guia deve abrir automaticamente. Selecione Avisar antes de encerrar (⌘Q).
Também é possível empurrar a guia para uma janela própria Forçar o fechamento de uma página da Web ou de um
nova. aplicativo
Fixar uma guia em um lugar Clique no menu do Google Chrome na barra de ferramentas
Para que uma determinada guia não se mova, clique nela do navegador.
com o botão direito do mouse (ou pressione Ctrl e clique em um Selecione Ferramentas.
Mac) e selecione Fixar guia. Selecione Gerenciador de tarefas.
Uma guia fixada aparecerá do lado esquerdo da janela do Selecione a página da web que deseja fechar.
navegador. Diferentemente das outras guias, ela será menor em Clique em Encerrar processo.
tamanho e mostrará apenas o ícone do site. Se você encerrar um processo no Windows, no Linux ou no
Redimensionar a janela do navegador Chrome OS, verá a mensagem “Ele está morto, Jim!” nas guias
Para redimensionar rapidamente a janela do navegador, afetadas. Em um Mac, aparecerá a mensagem “Ah, não!”. .
arraste a janela ou a guia para uma posição de encaixe no
monitor ou no navegador do computador. Quando o ícone de Questões
encaixe aparecer, solte o mouse sobre o ícone para que a guia se
encaixe no lugar. 01. (TRE-RS - Conhecimentos Básicos para os Cargos 6
Veja as diferentes posições de encaixe: a 8 - CESP/2015). No que diz respeito aos programas Internet
- Parte superior do monitor: a guia aparece maximizada em Explorer 11, Mozilla Firefox, Google Chrome e Thunderbird,
uma nova janela, quando liberada. assinale a opção correta.
- Parte inferior do monitor: a guia aparece em uma nova (A) Um navegador é um programa de computador criado
janela que preenche a metade inferior do monitor. para fazer requisições de páginas na Web, receber e processar
- Lados direito e esquerdo do monitor: a guia é aberta em essas páginas. Quando é digitado o endereço de um sítio na
uma nova janela, que preenche o lado direito ou esquerdo do barra de endereços e pressionada a tecla ENTER , o navegador
monitor. envia uma chamada à procura da página solicitada. Se houver
- Parte inferior da janela do navegador: a guia aparece em uma resposta positiva, ou seja, se a página for encontrada, então
uma nova janela, abaixo da janela do navegador já existente. As o navegador faz a leitura do conteúdo da página e mostra-o para
duas janelas dividem o monitor ao meio. o usuário.
- Lados direito e esquerdo da janela do navegador: a guia (B) O Thunderbird é o navegador líder de mercado e
é aberta em uma nova janela, que preenche o lado direito ou concorrente direto do Internet Explorer, com interface simples
esquerdo do monitor. A janela do navegador já existente toma a e objetiva que facilita a navegação principalmente em páginas
outra metade do monitor, de forma que as duas janelas aparecem seguras.
lado a lado. (C) A escolha do navegador depende necessariamente do
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APOSTILAS OPÇÃO
tipo do sistema operacional instalado no computador. Por Torne-o seu: Personalize o Outlook. Escolha entre cores
exemplo, o Internet Explorer 11 permite maior velocidade que de esquema e fundos diferentes e sincronize-os com outros
o Chrome quando instalado em computadores com o Windows computadores que possui.
7 ou superior. 1- Procurar: Você pode procurar uma pasta, subpastas e até
(D) O Mozilla Firefox é um navegador ideal para se trabalhar outras caixas de correio.
com softwares livres, pois possui código aberto. 2- Faça gestão de tarefas de mensagem na Lista de
(E) A grande vantagem do Google Chrome é a possibilidade Mensagens: Categorize, Sinalize ou Elimine mensagens onde
de, com ele, se poder buscar informações rápidas de diversos residem – na Lista de Mensagens.
assuntos, pois a página inicial é um sítio de busca. 3- Faça mais na Barra de Ações a Fazer: A Barra de Ações
a Fazer apresenta o navegador de data, os seus compromissos,
02. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em Administração pessoas e a sua lista de tarefas.
Escolar - FGV/2015). Analise a lista de aplicativos a seguir. 4- Painel Pessoas: Consulte detalhes sobre todos nas linhas
Para, De ou Cc de cada mensagem.
I. Google Chrome 5- Vista Backstage: Clique no separador Ficheiro para abrir a
II. Mozilla Firefox vista Backstage, onde pode adicionar contas e alterar definições.
III. Internet Explorer 6- Responda a partir do painel de leitura: Pode Responder
IV. Windows Explorer e Reencaminhar diretamente a partir do painel de leitura.
V. Windows Media Player Também pode escrever uma resposta no painel de leitura.
7- Pré-visualize: Veja uma vista rápida do seu Calendário,
Assinale a opção que indica os aplicativos que podem ser Pessoas e Tarefas. Veja também compromissos futuros.
utilizados como navegadores (browsers) na Internet.
(A) I e IV, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I, II e III, apenas.
(D) I, II, III e IV, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.
Respostas
01. A\02. C\03. B\04. B
Correio Eletrônico;
OUTLOOK 201316
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APOSTILAS OPÇÃO
Partilhar um Base A partir da vista de
calendário Calendário, no grupo
Partilhar, clique em
Enviar Calendário
por E-mail > Partilhar
Calendário (esta
funcionalidade necessita
de uma conta do
Microsoft Exchange
Server) ou em Publicar
Online.
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APOSTILAS OPÇÃO
Conceitos de segurança da
informação;
Segurança17
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APOSTILAS OPÇÃO
Políticas de Segurança número muito mais expressivo de computadores. Para isso,
Uma política de segurança consiste num conjunto de regras podem explorar vários meios, entre eles:
que devem ser seguidas por quem se utiliza dos recursos de uma - Falhas de segurança (bugs): sistemas operacionais e outros
organização (RFC 2196 (The Site Security Handbook)). programas não são softwares perfeitos e podem conter falhas.
Filosofias de qualquer política de segurança: Estas, quando descobertas por pessoas com fins maliciosos,
- Filosofia Proibitiva (tudo que não é expressamente podem ser exploradas por vírus, permitindo a contaminação do
permitido é proibido); sistema, muitas vezes sem o usuário perceber;
- Filosofia Permissiva (tudo que não é proibido é permitido). - E-mails: essa é uma das práticas mais exploradas. O usuário
Para diminuir os problemas com senhas, a regra básica é a recebe mensagens que tentam convencê-lo a executar um
conscientização dos colaboradores quanto ao uso e manutenção arquivo anexado ou presente em um link. Se o usuário o fizer
das mesmas. sem perceber que está sendo enganado, certamente terá seu
O bem mais importante que as empresas possuem, são as computador contaminado;
informações gerenciais, sendo muito importantes para a tomada - Downloads: o usuário pode baixar um arquivo de um
de decisões. Com o crescimento da Internet e o uso de dispositivos determinado site sem perceber que este pode estar infectado.
móveis nas empresas é inevitável a ocorrência de problemas de Os vírus também podem se propagar através de uma
segurança, e para isso é preciso muito planejamento e trabalho combinação de meios. Por exemplo, uma pessoa em um escritório
da equipe técnica de informática. É importante criar normas pode executar o anexo de um e-mail e, com isso, contaminar
rígidas e treinar toda a equipe interna e externa. o seu computador. Em seguida, este mesmo vírus pode tentar
18
Tipos de Vírus19 explorar falhas de segurança de outros computadores da rede
Vírus de computador são pequenos programas capazes de para infectá-los.
causar grandes transtornos a indivíduos, empresas e outras Outros tipos de malwares
instituições: podem apagar dados, capturar informações, alterar Como você já sabe, os vírus não são os únicos malwares
ou impedir o funcionamento do sistema operacional e assim por que existem. A definição do que a praga é ou não é depende,
diante. É comum pessoas chamarem de vírus todo e qualquer essencialmente, de suas ações e formas de propagação. Eis os
programa com fins maliciosos. Mas, há vários tipos de “pragas tipos mais comuns:
digitais”, sendo os vírus apenas uma categoria delas. Existem Cavalo de troia (trojan)
ainda outros softwares parecidos, como cavalos de troia, worms, São um tipo de malware que permitem alguma maneira
hijackers, spywares e ransomwares. de acesso remoto ao computador após a infecção. Esse tipo de
O que é um malware? praga pode ter outras funcionalidades, como capturar dados do
Malicious e software tem o significado de “programa usuário para transmiti-los a outra máquina.
malicioso”. Portanto, malware nada mais é do que um nome Para conseguir ingressar no computador, o cavalo de troia
criado para quando necessitamos fazer alusão a um software geralmente se passa por outro programa ou arquivo. O usuário
malicioso, seja ele um vírus, um worm, um spyware, etc. pode, por exemplo, fazer um download pensando se tratar de
É importante frisar que a palavra “computador” é utilizada uma ferramenta para um determinado fim quando, na verdade,
neste texto considerando os vários tipos de dispositivos se trata de um trojan.
computacionais que existem: desktops, servidores, smartphones, Esse tipo de malware não é desenvolvido para se replicar.
tablets e assim por diante. Quando isso acontece, geralmente trata-se de uma ação conjunta
É válido destacar também que os malwares não se limitam com um vírus.
a uma única plataforma. Há quem pense, por exemplo, que só Worm (verme)
há pragas digitais para Windows, mas isso não é verdade. O que Os worms (ou vermes, nome pouco usado) podem ser
acontece é que a família de sistemas operacionais da Microsoft é interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os
mais popular e, portanto, mais visada. Como não existe software demais. A principal diferença está na forma de propagação:
100% seguro, malwares também podem ser desenvolvidos para os worms podem se espalhar rapidamente para outros
atacar qualquer outra plataforma, afinal, sempre há alguém computadores - seja pela internet, seja por meio de uma rede
disposto a descobrir e explorar suas deficiências. local - de maneira automática.
O que é vírus de computador? Explicação: para agir, o vírus precisa contar com o “apoio”
Como você já sabe, um vírus é um programa com fins do usuário. Isso ocorre, por exemplo, quando uma pessoa baixa
maliciosos, capaz de causar transtornos com os mais diversos um anexo contaminado de um e-mail e o executa. Os worms, por
tipos de ações: há vírus que apagam ou alteram arquivos sua vez, podem infectar o computador de maneira totalmente
dos usuários, que prejudicam o funcionamento do sistema discreta, explorando falhas em aplicativos ou no próprio
operacional danificando ou alterando suas funcionalidades, que sistema operacional. É claro que um worm também pode contar
causam excesso de tráfego em redes, entre outros. com a ação de um usuário para se propagar, pois geralmente
Os vírus, tal como qualquer outro tipo de malware, podem esse tipo de malware é criado para contaminar o máximo de
ser criados de várias formas. Os primeiros foram desenvolvidos computadores possível, fazendo com que qualquer meio que
em linguagens de programação como C e Assembly. Hoje, é permita isso seja aceitável.
possível encontrar inclusive ferramentas que auxiliam na sua Spyware
criação. São programas que “espionam” as atividades dos usuários
Como os vírus agem? ou capturam informações sobre eles. Para contaminar um
Os vírus recebem esse nome porque possuem características computador, os spywares geralmente são “embutidos” em
de propagação que lembram os vírus reais, isto é, biológicos: softwares de procedência duvidosa, quase sempre oferecidos
quando um vírus contamina um computador, além de executar como freeware ou shareware.
a ação para o qual foi programado, tenta também se espalhar Os dados capturados são posteriormente transmitidos
para outras máquinas, tal como fazem os vírus biológicos nos pela internet. Estas informações podem ser desde hábitos de
organismos que invadem. navegação do usuário até senhas.
Antigamente, os vírus tinham um raio de ação muito Keylogger
limitado: se propagavam, por exemplo, toda vez que um disquete São pequenos aplicativos que podem vir embutidos em
contaminado era lido no computador. Com o surgimento da vírus, spywares ou softwares de procedência duvidosa. Sua
internet, no entanto, essa situação mudou drasticamente, para função é a de capturar tudo o que é digitado pelo usuário. É uma
pior. das formas utilizadas para a captura de senhas.
Isso acontece porque, com a internet, os vírus podem Hijacker
se espalhar de maneira muito mais rápida e contaminar um São programas ou scripts que “sequestram” navegadores
18 Fonte: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/ de internet. As principais vítimas eram as versões mais antigas
seguran%C3%A7a-de-informa%C3%A7%C3%A3o do Internet Explorer. Um hijacker pode, por exemplo, alterar a
19 Fonte: http://cfjl.com.br/blogs2/26-tecnologia-da- página inicial do browser e impedir o usuário de mudá-la, exibir
-informacao/1898-oquesaovirusecomoagem propagandas em janelas novas, instalar barras de ferramentas
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APOSTILAS OPÇÃO
e impedir o acesso a determinados sites (páginas de empresas Algumas versões de antivírus são gratuitas para uso pessoal
de antivírus, por exemplo). Felizmente, os navegadores e podem ser obtidas pela Internet. Mas antes de obter um
atuais contam com mais recursos de segurança, limitando antivírus pela Internet, verifique sua procedência e certifique-se
consideravelmente a ação desse tipo de praga digital. que o fabricante é confiável.
Rootkit
Esse é um dos tipos de malwares mais perigosos. Podem O mercado conta com antivírus pagos e gratuitos (estes,
ser utilizados para várias finalidades, como capturar dados geralmente com menos recursos). Alguns programas, na
do usuário. Até aí, nenhuma novidade. O que torna os rootkits verdade, consistem em pacotes de segurança, já que incluem
tão ameaçadores é a capacidade que possuem para dificultar a firewall e outras ferramentas que complementam a proteção
sua detecção por antivírus ou outros softwares de segurança. oferecida pelo antivírus. Eis uma lista com as soluções mais
Em outras palavras, os rootkits conseguem se “camuflar” no conhecidas:
sistema. Para isso, desenvolvedores de rootkits podem fazer - AVG: mais conhecida por suas versões gratuitas, mas
uso de várias técnicas avançadas, como infiltrar o malware em também possui edições paga com mais recursos - www.avg.com;
processos ativos na memória, por exemplo. - Avast: conta com versões pagas e gratuitas - www.avast.
Além de difícil detecção, os rootkits também são de difícil com;
remoção. Felizmente, sua complexidade de desenvolvimento faz - Microsoft Security Essentials: gratuito para usuários
com que não sejam muito numerosos. domésticos de licenças legítimas do Windows - www.microsoft.
Ransomware com/security_essentials;
É um tipo de malware com uma “proposta” mais ousada: - Norton: popular antivírus da Symantec. Possui versões de
uma vez ativo, a praga pode bloquear ou limitar (ou permitir testes, mas não gratuitas - www.norton.com;
que seu criador o faça remotamente) o acesso a arquivos, - Panda: possui versões de testes, mas não gratuitas - www.
pastas, aplicativos, unidades de armazenamento inteiras ou até pandasecurity.com;
mesmo impedir o uso do sistema operacional. Para liberar estes - Kaspersky: possui versões de testes, mas não gratuitas -
recursos, o ransomware costuma mostrar mensagens exigindo www.kaspersky.com;
pagamentos. É como se o computador tivesse sido sequestrado. - Avira AntiVir: mais conhecida por suas versões gratuitas,
Para convencer o usuário a desembolsar o valor exigido, mas também possui edições pagas com mais recursos - www.
a mensagem pode conter ameaças ou chantagens, dizendo, avira.com;
por exemplo, que dados importantes serão apagados ou que - NOD32: possui versões de testes, mas não gratuitas - www.
imagens particulares da pessoa serão publicadas na internet eset.com;
caso o pagamento não seja efetuado. - McAfee: uma das soluções mais tradicionais do mercado.
O usuário que tiver seu computador infectado por um Possui versões de testes, mas não gratuitas - www.mcafee.com;
ransomware não deve ceder à pressão e pagar, mesmo porque, - F-Secure: pouco conhecida no Brasil, mas bastante utilizada
não raramente, nada acontece quando isso é feito. O ideal é que a em outros países. Possui versões de testes, mas não gratuitas -
pessoa utilize um software de segurança (antivírus) para tentar www.f-secure.com;
remover a praga ou, se não tiver sucesso, procure alguém de - BitDefender: conta com versões pagas e gratuitas - www.
confiança para fazê-lo. bitdefender.com.
Falsos antivírus Firewall
Não é novidade para ninguém que o meio mais utilizado O firewall é um sistema que visa proteger o computador de
como proteção contra vírus e outros malwares são os antivírus. ameaças vindas da internet.
Cientes disso, “delinquentes virtuais” passaram a explorar essa Existem 2 tipos de ameaças: Os vírus e os malwares.
característica a seu favor: criaram falsos antivírus. Vírus atacam e danificam arquivos do seu sistema. São
A propagação desse tipo de software é feita de várias combatidos pelo antivírus.
maneiras. Nas mais comuns, sites de conteúdo duvidoso Malwares são programas que visam roubar suas informações
exibem propagandas que se passam por alertas de segurança. e o Firewall é a primeira linha de defesa.
Se o usuário clicar na mensagem, será convidado a baixar O Windows conta com um firewall. É importante manter-lo
um programa ou acessar uma página que supostamente faz ativado.
varreduras em seu computador. Para verificar se está ativado:
A suposta ferramenta, que inclusive costuma ter interface Vá em Painel de Controle -> Sistema e Segurança -> Verificar
que lembra os antivírus mais conhecidos do mercado, simula o status do Firewall.
uma varredura que aponta a existência de um ou mais malwares Se estiver tudo certo, deve estar igual a figura abaixo:
no computador e se oferece para limpar o sistema mediante Atualizações
pagamento. Mas tudo não passa de simulação. O Windows apresenta muitas falhas em seu sistema. Falhas
A dica mais recomendada, neste caso, é a de utilizar sempre imperceptíveis que os usuários comuns não se dão conta, porem,
antivírus de empresas de segurança reconhecidas. não passam despercebidas pelos Hackers que exploram estas
Antivírus falhas para danificar o sistema de outras pessoas.
Os antivírus são programas que procuram detectar e, então, Em virtude disso, a Microsoft esta continuamente lançando
anular ou remover os vírus de computador. Atualmente, novas atualizações que servem para corrigir estas falhas.
funcionalidades têm sido adicionadas aos programas antivírus, É muito importante manter o sistema atualizado e uma
de modo que alguns procuram detectar e remover cavalos de vantagem do Windows é que ele se atualiza automaticamente,
tróia e outros tipos de códigos maliciosos, barrar programas basta uma conexão com a internet.
hostis e verificar e-mails. Segurança na Internet
Como faço bom uso do meu antivírus? Computadores domésticos são utilizados para realizar
As dicas para o bom uso do antivírus são simples: inúmeras tarefas, tais como:
- mantenha o antivírus e suas assinaturas sempre atualizados; - transações financeiras, sejam elas bancárias ou mesmo
- configure-o para verificar automaticamente arquivos compra de produtos e serviços;
anexados aos e-mails e arquivos obtidos pela Internet; - comunicação através de e-mails, por exemplo;
- configure-o para verificar automaticamente mídias - armazenamento de dados, sejam eles pessoais ou
removíveis (CDs, DVDs, pendrives, disquetes, discos para Zip, comerciais, etc.
etc); É importante que você se preocupe com a segurança de seu
- configure-o para verificar todo e qualquer formato de computador, pois você, provavelmente, não gostaria que:
arquivo (qualquer tipo de extensão de arquivo); - suas senhas e números de cartões de crédito fossem
- se for possível, crie o disquete de verificação e utilize-o furtados e utilizados por terceiros;
esporadicamente, ou quando seu computador estiver - sua conta de acesso a Internet fosse utilizada por alguém
apresentando um comportamento anormal (mais lento, não autorizado;
gravando ou lendo o disco rígido fora de hora, etc); - seus dados pessoais, ou até mesmo comerciais, fossem
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alterados, destruídos ou visualizados por terceiros; como percebê-la;
- seu computador deixasse de funcionar, por ter sido d) assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento
comprometido e arquivos essenciais do sistema terem sido eletrônico, uma vez que, a princípio, o emitente é a única pessoa
apagados, etc. que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura.
Por que alguém iria querer invadir meu computador? A assinatura digital garante ao destinatário que o documento
A resposta para esta pergunta não é simples. Os motivos não foi alterado ao ser enviado (integridade) e ainda comprova a
pelos quais alguém tentaria invadir seu computador são autoria do emitente (autenticidade), enfim, confere maior grau
inúmeros. Alguns destes motivos podem ser: de segurança, pois os documentos eletrônicos não assinados
- utilizar seu computador em alguma atividade ilícita, para digitalmente têm as características de alterabilidade e fácil
esconder a real identidade e localização do invasor; falsificação.20
- utilizar seu computador para lançar ataques contra outros
computadores; Criptografia21
- utilizar seu disco rígido como repositório de dados; A criptografi a utiliza um outro conceito que é o de modifi
- destruir informações (vandalismo); car a mensagem de forma que somente o destinatário possa
- disseminar mensagens alarmantes e falsas; entendê-la.
- ler e enviar e-mails em seu nome; Para que isso aconteça, a mensagem é embaralhada de certa
- propagar vírus de computador; maneira, usando alguma técnica combinada entre o emissor e o
- furtar números de cartões de crédito e senhas bancárias; receptor, de forma que o segundo, e apenas ele, saiba arrumar,
- furtar a senha da conta de seu provedor, para acessar a retornar ao texto original e à mensagem que o primeiro
Internet se fazendo passar por você; embaralhou.
- furtar dados do seu computador, como por exemplo, Assim, a interceptação da mensagem em trânsito não
informações do seu Imposto de Renda. permite, em princípio, que seu conteúdo seja revelado.
Certificado digital
O certificado digital é um documento eletrônico assinado Dicas de proteção22
digitalmente por uma autoridade certificadora, e que contém Muita gente pensa que basta ter um antivírus no computador
diversos dados sobre o emissor e o seu titular. A função precípua e estará livre de malwares. De fato, esse tipo de software tem um
do certificado digital é a de vincular uma pessoa ou uma entidade papel importante, mas nem mesmo a melhor solução consegue
a uma chave pública. ser 100% eficiente. A arma mais poderosa, portanto, é a
Para adquirir um certificado digital, o interessado deve prevenção. Eis algumas dicas simples, mas essenciais para isso:
dirigir-se a uma Autoridade de Registro, onde será identificado - Aplique as atualizações do sistema operacional e sempre
mediante a apresentação de documentos pessoais (dentre use versões mais recentes dos programas instalados nele;
outros: cédula de identidade ou passaporte, se estrangeiro; - Tome cuidado com anexos e link em e-mails, mesmo
CPF; título de eleitor; comprovante de residência e PIS/PASEP, quando a mensagem vier de pessoas conhecidas;
se for o caso). É importante salientar que é indispensável a - O mesmo cuidado deve ser dado a redes sociais (Facebook,
presença física do futuro titular do certificado, uma vez que este orkut, Twitter, etc) e a serviços como o Windows Live Messenger;
documento eletrônico será a sua “carteira de identidade” no - Antes de baixar programas desconhecidos, busque mais
mundo virtual. informações sobre ele em mecanismos de buscas ou em sites
A emissão de certificado para pessoa jurídica requer a especializados em downloads;
apresentação dos seguintes documentos: registro comercial, - Tome cuidado com os sites que visita. É muito comum, por
no caso de empresa individual; ato constitutivo, estatuto ou exemplo, a propagação de malwares em páginas de conteúdo
contrato social; CNPJ e documentos pessoais da pessoa física adulto;
responsável. - Ao instalar um antivírus, certifique-se de que este é
As principais informações que constam em um certificado atualizado regularmente, do contrário, o programa não será
digital são: capaz de identificar novos vírus ou variações de pragas já
- chave pública do titular; existentes;
- nome e endereço de e-mail; - Faça uma varredura com o antivírus periodicamente no
- período de validade do certificado; computador todo. Também utilize o programa para verificar
- nome da AC que emitiu o certificado; arquivos baixados pela internet;
- número de série do certificado digital; - Vírus também podem ser espalhar por cartões SD, pendrives
- assinatura digital da AC. e aparelhos semelhantes, portanto, sempre verifique o conteúdo
Assinatura digital dos dispositivos removíveis e, se possível, não utilize-os em
A assinatura digital é uma modalidade de assinatura computadores públicos (faculdade, escola, lan house, etc).
eletrônica, resultado de uma operação matemática que utiliza Vírus e afins não podem danificar o hardware do computador.
algoritmos de criptografia assimétrica e permite aferir, com Malwares são softwares, portanto, não podem queimar ou fazer
segurança, a origem e a integridade do documento. com que um componente exploda, por exemplo.
A assinatura digital fica de tal modo vinculada ao documento O que pode acontecer é de uma praga conseguir danificar
eletrônico “subscrito” que, ante a menor alteração neste, a o firmware de algum dispositivo, isto é, o software que o faz
assinatura se torna inválida. A técnica permite não só verificar funcionar. Mas esse é um procedimento bastante complexo e,
a autoria do documento, como estabelece também uma consequentemente, muito difícil de ocorrer.
“imutabilidade lógica” de seu conteúdo, pois qualquer alteração É importante esclarecer também que o simples ato de
do documento, como por exemplo a inserção de mais um espaço baixar um vírus não contamina imediatamente o computador. É
entre duas palavras, invalida a assinatura. necessário que alguma ação - um clique do usuário, por exemplo
Necessário distinguir assinatura digital da assinatura - o faça entrar em ação.
digitalizada. A assinatura digitalizada é a reprodução da
assinatura autógrafa como imagem por um equipamento tipo Questões
scanner. Ela não garante a autoria e integridade do documento
eletrônico, porquanto não existe uma associação inequívoca 20 Fonte: http://www.trt4.jus.br/content-portlet/downlo-
entre o subscritor e o texto digitalizado, uma vez que ela pode ad/68/certificado_digital_ins.pdf
ser facilmente copiada e inserida em outro documento. 21 Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc
Os atributos da assinatura digital são: =s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiP0J6riIjQAh
a) ser única para cada documento, mesmo que seja o mesmo VGlJAKHagzDxUQFggsMAM&url=https%3A%2F%2Ffanyv88.com%3A443%2Fhttp%2Fteca.cecierj.edu.
signatário; br%2FpopUpVisualizar.php%3Fid%3D45691%26urlArquivo%3D..%2Fa
rquivo%2Fdocumento%2F45691.pdf&usg=AFQjCNEZKjJxkdXsj6jZO1-
b) comprovar a autoria do documento eletrônico; -dZVa6I3IajQ&sig2=wrPdMTWe1WkernZ_lvYA-Q&bvm=bv.137132246,d.Y2I
c) possibilitar a verificação da integridade do documento, ou 22 Fonte: http://cfjl.com.br/blogs2/26-tecnologia-da-
seja, sempre que houver qualquer alteração, o destinatário terá -informacao/1898-oquesaovirusecomoagem
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APOSTILAS OPÇÃO
01. (TRE-AP - Técnico Judiciário - Administrativa - Respostas
FCC/2015). Um usuário de computador observou que, ao 01. D\02. A\03. C\04. E\05. A
conectar um pendrive no computador, os arquivos do pendrive
foram transformados em atalhos, não conseguindo acessar Conceitos de organização e de
os arquivos originalmente armazenados. Esse sintoma é
característico de um malware do tipo:
gerenciamento de informações,
(A) Spyware. arquivos, pastas e programas.
(B) Keylogger.
(C) Worm.
(D) Vírus. Gerênciamento de arquivos e pastas23
(E) Adware.
Ícones
02. (TRE-SE - Técnico Judiciário - Área Administrativa Os ícones são representações de arquivos, atalhos ou pastas.
- FCC/2015). Existe uma série de recomendações para fazer Podem ser visualizados na Área de Trabalho ou dentro de pastas.
uso seguro do webmail, como a criação de uma senha de acesso
adequada, a não abertura de links suspeitos e a utilização
de conexões de acesso ao webmail seguras. Uma conexão é
considerada segura se o endereço da página do provedor de
webmail, utilizada no acesso ao e-mail, for iniciada por
(A) HTTPS.
(B) TCPS.
(C) FTPS.
(D) SNMP.
(E) HTTP.
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APOSTILAS OPÇÃO
Estas opções são padrão para qualquer ícone. As outras
opções que aparecem na figura acima são especificas de um
determinado arquivo, no exemplo foi utilizado um documento
do Word.
Janelas
O sistema operacional Windows ganhou este nome por
utilizar o conceito de “janelas”. Uma janela acessa as informações
do arquivo, pasta ou programa e as exibe em um modelo padrão.
As opções de cada janela mudam de acordo com o programa
que a utiliza.
Atalho
Atalhos são muito utilizados no Windows 7. Eles fazem a
nossa interação com a interface algo mais pratico e rápido. Nós
podemos criar nossos próprios atalhos para suprirem nossas
necessidades.
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APOSTILAS OPÇÃO
Unidades de Medida:
Byte = o tamanho de uma letra.
Kilobyte ou Kb = 1.000 bytes.
Megabyte ou Mb = 1.000.000 bytes.
Gygabyte ou Gb = 1.000.000.000 bytes.
Quando o disco rígido esta muito cheio, recomenda-se
esvaziá-lo para evitar lentidão.
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APOSTILAS OPÇÃO
- Não estar sendo usado (aberto) pelo usuário no momento Favoritos: Local para inserir atalhos de arquivos e pastas
da exclusão. para acesso rápido.
- Não estar sendo usado por um programa no momento da - Bibliotecas: Pastas separadas por categoria.
exclusão. - Grupo Doméstico: Grupo de rede do qual este computador
- Não estar protegido pelo sistema. faz parte.
Um arquivo pode ser excluído, ou deletado utilizando o menu - Computador: Acesso imediato a raiz das unidades de disco.
do arquivo ou selecionando o ícone e pressionando a tecla Del. - Rede: Acesso rápido aos computadores da rede.
Pesquisar, exibição e organização de itens:
Pastas
Pastas são delimitações do espaço virtual para organizar
arquivos e por isso, uma pasta vazia não tem tamanho, ou seja,
não ocupa espaço.
Informática Básica 39
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APOSTILAS OPÇÃO
precisa manter informações armazenadas para uso posterior,
como programas, bibliotecas e configurações. Geralmente essas
informações devem ser armazenadas em um dispositivo não-
volátil, que preserve seu conteúdo mesmo quando o computador
estiver desligado. Para simplificar o armazenamento e busca de
informações, surgiu o conceito de arquivo, que será discutido a
seguir.
O conceito de arquivo
Um arquivo é basicamente um conjunto de dados
armazenados em um dispositivo físico não-volátil, com um
nome ou outra referência que permita sua localização posterior.
Do ponto de vista do usuário e das aplicações, o arquivo é
a unidade básica de armazenamento de informação em um
dispositivo não-volátil, pois para eles não há forma mais
simples de armazenamento persistente de dados. Arquivos são
extremamente versáteis em conteúdo e capacidade: podem
conter desde um texto ASCII com alguns bytes até sequências de
vídeo com dezenas de gigabytes, ou mesmo mais.
Como um dispositivo de armazenamento pode conter
milhões de arquivos, estes são organizados em estruturas
hierárquicas denominadas diretórios (conforme ilustrado
na Figura 1 e discutido mais detalhadamente na Seção 3.1). A
organização física e lógica dos arquivos e diretórios dentro de
um dispositivo é denominada sistema de arquivos. Um sistema
de arquivos pode ser visto como uma imensa estrutura de dados
armazenada de forma persistente em um dispositivo físico.
A opção “Abrir com”, nesse contexto, permite Existe um grande número de sistemas de arquivos, dentre os
(A) usar o comando como um atalho para a compactação de quais podem ser citados o NTFS (nos sistemas Windows), Ext2/
um arquivo. Ext3/Ext4 (Linux), HPFS (MacOS), FFS (Solaris) e FAT (usado em
(B) abrir o arquivo com um aplicativo diferente daquele que pendrives USB, máquinas fotográficas digitais e leitores MP3). A
é o padrão no Windows. organização dos sistemas de arquivos será discutida na Seção 4.
(C) enviar um arquivo para o pen-drive, criando ali uma nova
cópia. Atributos
(D) utilizar uma versão mais antiga do Windows para abrir Conforme apresentado, um arquivo é uma unidade de
o arquivo. armazenamento de informações que podem ser dados, código
(E) especificar modos de segurança especiais na manipulação executável, etc. Cada arquivo é caracterizado por um conjunto
do arquivo depois de aberto. de atributos, que podem variar de acordo com o sistema de
arquivos utilizado. Os atributos mais usuais são:
04. (TRE-PB - Técnico Judiciário - Área Administrativa –
FCC/2015). Em um computador com o Windows 7 Professional,
em português, um técnico clicou no botão Iniciar e na opção
Computador para visualizar as unidades de disco disponíveis.
Após conectar um pen drive em uma das portas USB, percebeu
que a unidade deste dispositivo foi identificada pela letra E.
Ao clicar sobre esta unidade, foram exibidos arquivos na raiz
e pastas contidas neste pen drive. Ao arrastar um arquivo,
utilizando o mouse, da raiz do pen drive para uma das pastas, o
técnico percebeu que:
(A) o arquivo foi copiado para a pasta.
(B) ocorreu um erro, pois este procedimento não é permitido.
(C) o arquivo foi movido para a pasta.
(D) o arquivo foi aberto pelo software no qual foi criado.
(E) o arquivo foi apagado.
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APOSTILAS OPÇÃO
Localização: indicação do dispositivo físico onde o arquivo adoção de um formato proprietário ou exclusivo dificulta a
se encontra e da posição do arquivo dentro do mesmo; ampla utilização das informações armazenadas, pois somente
Outros atributos: vários outros atributos podem ser aplicações que reconheçam aquele formato conseguem ler
associados a um arquivo, por exemplo para indicar se é um corretamente as informações contidas no arquivo.
arquivo de sistema, se está visível aos usuários, se tem conteúdo
binário ou textual, etc. Cada sistema de arquivos normalmente Arquivos de registros
define seus próprios atributos específicos, além dos atributos Alguns núcleos de sistemas operacionais oferecem arquivos
usuais. com estruturas internas que vão além da simples sequência de
Nem sempre os atributos oferecidos por um sistema de bytes. Por exemplo, o sistema OpenVMS [Rice, 2000] proporciona
arquivos são suficientes para exprimir todas as informações a arquivos baseados em registros, cujo conteúdo é visto pelas
respeito de um arquivo. Nesse caso, a “solução” encontrada pelos aplicações como uma sequência linear de registros de tamanho
usuários é usar o nome do arquivo para exprimir a informação fixo ou variável, e também arquivos indexados, nos quais podem
desejada. Por exemplo, em muitos sistemas a parte final do nome ser armazenados pares {chave/valor}, de forma similar a um
do arquivo (sua extensão) é usada para identificar o formato de banco de dados relacional. A Figura 2 ilustra a estrutura interna
seu conteúdo. Outra situação frequente é usar parte do nome do desses dois tipos de arquivos.
arquivo para identificar diferentes versões do mesmo conteúdo:
relat-v1.txt, relat-v2.txt, etc.
Operações
As aplicações e o sistema operacional usam arquivos para
armazenar e recuperar dados. O uso dos arquivos é feito através
de um conjunto de operações, geralmente implementadas sob
a forma de chamadas de sistema e funções de bibliotecas. As
operações básicas envolvendo arquivos são:
Criar: a criação de um novo arquivo implica em alocar Figura 2: Arquivos estruturados: registros em sequência e
espaço para ele no dispositivo de armazenamento e definir registros indexados.
seus atributos (nome, localização, proprietário, permissões de Nos sistemas operacionais cujo núcleo não suporta arquivos
acesso, etc.); estruturados como registros, essa funcionalidade pode ser
Abrir: antes que uma aplicação possa ler ou escrever dados facilmente obtida através de bibliotecas específicas ou do
em um arquivo, ela deve solicitar ao sistema operacional a suporte de execução de algumas linguagens de programação. Por
“abertura” desse arquivo. O sistema irá então verificar se o exemplo, a biblioteca Berkeley DB disponível em plataformas
arquivo existe, verificar se as permissões associadas ao arquivo UNIX oferece suporte à indexação de registros sobre arquivos
permitem aquele acesso, localizar seu conteúdo no dispositivo UNIX convencionais.
de armazenamento e criar uma referência para ele na memória
da aplicação; Arquivos de texto
Ler: permite transferir dados presentes no arquivo para uma Um tipo de arquivo de uso muito frequente é o arquivo de
área de memória da aplicação; texto puro (ou plain text). Esse tipo de arquivo é muito usado
Escrever: permite transferir dados na memória da aplicação para armazenar informações textuais simples, como códigos-
para o arquivo no dispositivo físico; os novos dados podem fonte de programas, arquivos de configuração, páginas HTML,
ser adicionados no final do arquivo ou sobrescrever dados já dados em XML, etc. Um arquivo de texto é formado por linhas de
existentes; caracteres ASCII de tamanho variável, separadas por caracteres
Mudar atributos: para modificar outras características do de controle. Nos sistemas UNIX, as linhas são separadas por
arquivo, como nome, localização, proprietário, permissões, etc. um caractere New Line (ASCII 10 ou “\n”). Já nos sistemas
Fechar: ao concluir o uso do arquivo, a aplicação deve DOS/Windows, as linhas de um arquivo de texto são separadas
informar ao sistema operacional que o mesmo não é mais por dois caracteres: o caractere Carriage Return (ASCII 13 ou
necessário, a fim de liberar as estruturas de gerência do arquivo “\r”) seguido do caractere New Line. Por exemplo, considere o
na memória do núcleo; seguinte programa em C armazenado em um arquivo hello.c (os
Remover: para eliminar o arquivo do dispositivo, descartando caracteres “” indicam espaços em branco):
seus dados e liberando o espaço ocupado por ele.
Além dessas operações básicas, outras operações podem ser
definidas, como truncar, copiar, mover ou renomear arquivos.
Todavia, essas operações geralmente podem ser construídas
usando as operações básicas.
Formatos
Em sua forma mais simples, um arquivo contém basicamente O arquivo de texto hello.c seria armazenado da seguinte
uma sequência de bytes, que pode estar estruturada de diversas forma em um ambiente UNIX:
formas para representar diferentes tipos de informação. O
formato ou estrutura interna de um arquivo pode ser definido –
e reconhecido – pelo núcleo do sistema operacional ou somente
pelas aplicações. O núcleo do sistema geralmente reconhece
apenas alguns poucos formatos de arquivos, como binários
executáveis e bibliotecas. Os demais formatos de arquivos são
vistos pelo núcleo apenas como sequências de bytes sem um
significado específico, cabendo às aplicações interpretá-los.
Os arquivos de dados convencionais são estruturados Por outro lado, o mesmo arquivo hello.c seria armazenado
pelas aplicações para armazenar os mais diversos tipos de da seguinte forma em um sistema DOS/Windows:
informações, como imagens, sons e documentos. Uma aplicação
pode definir um formato próprio de armazenamento ou seguir
formatos padronizados. Por exemplo, há um grande número
de formatos públicos padronizados para o armazenamento
de imagens, como JPEG, GIF, PNG e TIFF, mas também existem
formatos de arquivos proprietários, definidos por algumas
aplicações específicas, como o formato PSD (do editor Adobe
Photoshop) e o formato XCF (do editor gráfico GIMP). A
Informática Básica 41
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APOSTILAS OPÇÃO
Essa diferença na forma de representação da separação
entre linhas pode provocar problemas em arquivos de texto
transferidos entre sistemas Windows e UNIX, caso não seja feita
a devida conversão.
Arquivos executáveis
Um arquivo executável é dividido internamente em várias
seções, para conter código, tabelas de símbolos (variáveis e Nos sistema UNIX, o utilitário file permite identificar o tipo
funções), listas de dependências (bibliotecas necessárias) e de arquivo através da análise de seus bytes iniciais e do restante
outras informações de configuração. A organização interna de sua estrutura interna, sem levar em conta o nome do arquivo.
de um arquivo executável ou biblioteca depende do sistema Por isso, constitui uma ferramenta importante para identificar
operacional para o qual foi definido. Os formatos de executáveis arquivos desconhecidos ou com extensão errada.
mais populares atualmente são [Levine, 2000]: Além do uso de extensões no nome do arquivo e de números
ELF (Executable and Linking Format): formato de de arquivo mágicos, alguns sistemas operacionais definem atributos
usado para programas executáveis e bibliotecas na maior parte adicionais no sistema de arquivos para indicar o conteúdo de
das plataformas UNIX modernas. É composto por um cabeçalho cada arquivo. Por exemplo, o sistema operacional MacOS 9
e várias seções de dados, contendo código executável, tabelas de definia um atributo com 4 bytes para identificar o tipo de cada
símbolos e informações de relocação de código. arquivo (file type), e outro atributo com 4 bytes para indicar a
PE (Portable Executable): é o formato usado para executáveis aplicação que o criou (creator application). Os tipos de arquivos e
e bibliotecas na plataforma Windows. Consiste basicamente em aplicações são definidos em uma tabela mantida pelo fabricante
uma adaptação do antigo formato COFF usado em plataformas do sistema. Assim, quando o usuário solicitar a abertura de um
UNIX. determinado arquivo, o sistema irá escolher a aplicação que o
A Figura 3 ilustra a estrutura interna de um arquivo criou, se ela estiver presente. Caso contrário, pode indicar ao
executável no formato ELF, usado tipicamente em sistemas usuário uma relação de aplicações aptas a abrir aquele tipo de
UNIX (Linux, Solaris, etc.). Esse arquivo é dividido em seções, arquivo.
que representam trechos de código e dados sujeitos a ligação Recentemente, a necessidade de transferir arquivos através
dinâmica e relocação; as seções são agrupadas em segmentos, de de e-mail e de páginas Web levou à definição de um padrão
forma a facilitar a carga em memória do código e o lançamento de tipagem de arquivos conhecido como Tipos MIME (da sigla
do processo. Multipurpose Internet Mail Extensions) [Freed and Borenstein,
1996]. O padrão MIME define tipos de arquivos através de uma
notação uniformizada na forma “tipo/subtipo”. Alguns exemplos
de tipos de arquivos definidos segundo o padrão MIME são
apresentados na Tabela 2.
O padrão MIME é usado para identificar arquivos transferidos
como anexos de e-mail e conteúdos recuperados de páginas
Web. Alguns sistemas operacionais, como o BeOS e o MacOS X,
definem atributos de acordo com esse padrão para identificar o
conteúdo de cada arquivo dentro do sistema de arquivos.
Informática Básica 42
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APOSTILAS OPÇÃO
Canais de comunicação: na família de protocolos de rede pointer). Essa variável dinâmica é alocada no momento da
TCP/IP, a metáfora de arquivo é usada como interface para os abertura do arquivo e serve como uma referência ao mesmo nas
canais de comunicação: uma conexão TCP é apresentada aos operações de acesso subsequentes. Já em Java, as referências a
dois processos envolvidos como um arquivo, sobre o qual eles arquivos abertos são objetos instanciados a partir da classe File.
podem escrever (enviar) e ler (receber) dados entre si. Vários Na linguagem Python existem os file objects, criados a partir da
mecanismos de comunicação local entre processos de um chamada open.
sistema também usam a metáfora do arquivo, como é o caso dos Por outro lado, cada sistema operacional tem sua própria
pipes em UNIX. convenção para a representação de arquivos abertos. Por
Em alguns sistemas operacionais experimentais, como o exemplo, em sistemas Windows os arquivos abertos por um
Plan 9 [Pike et al., 1993, Pike et al., 1995] e o Inferno [Dorward processo são representados pelo núcleo por referências de
et al., 1997], todos os recursos e entidades físicas e lógicas do arquivos (filehandles), que são estruturas de dados criadas pelo
sistema são mapeadas sob a forma de arquivos: processos, núcleo para representar cada arquivo aberto. Por outro lado,
threads, conexões de rede, usuários, sessões de usuários, em sistemas UNIX os arquivos abertos por um processo são
janelas gráficas, áreas de memória alocadas, etc. Assim, para representados por descritores de arquivos (file descriptors). Um
finalizar um determinado processo, encerrar uma conexão descritor de arquivo aberto é um número inteiro não-negativo,
de rede ou desconectar um usuário, basta remover o arquivo usado como índice em uma tabela que relaciona os arquivos
correspondente. abertos por aquele processo, mantida pelo núcleo. Dessa forma,
Embora o foco deste texto esteja concentrado em arquivos cabe às bibliotecas e ao suporte de execução de cada linguagem
convencionais, que visam o armazenamento de informações de programação mapear a representação de arquivo aberto
(bytes ou registros), muitos dos conceitos aqui expostos são fornecida pelo núcleo do sistema operacional subjacente na
igualmente aplicáveis aos arquivos não-convencionais descritos referência de arquivo aberto usada por aquela linguagem. Esse
nesta seção. mapeamento é necessário para garantir que as aplicações que
usam arquivos (ou seja, quase todas elas) sejam portáveis entre
Uso de arquivos sistemas operacionais distintos.
Arquivos são usados por processos para ler e escrever dados
de forma não-volátil. Para usar arquivos, um processo tem à sua Formas de acesso
disposição uma interface de acesso, que depende da linguagem Uma vez aberto um arquivo, a aplicação pode ler os
utilizada e do sistema operacional subjacente. Essa interface dados contidos nele, modificá-los ou escrever novos dados.
normalmente é composta por uma representação lógica de cada Há várias formas de se ler ou escrever dados em um arquivo,
arquivo usado pelo processo (uma referência ao arquivo) e por que dependem da estrutura interna do mesmo. Considerando
um conjunto de funções (ou métodos) para realizar operações apenas arquivos simples, vistos como uma sequência de bytes,
sobre esses arquivos. Através dessa interface, os processos duas formas de acesso são usuais: o acesso sequencial e o acesso
podem localizar arquivos no disco, ler e modificar seu conteúdo, direto (ou acesso aleatório).
entre outras operações. No acesso sequencial, os dados são sempre lidos e/ou
Na sequência desta seção serão discutidos aspectos relativos escritos em sequência, do início ao final do arquivo. Para cada
ao uso de arquivos, como a abertura do arquivo, as formas arquivo aberto por uma aplicação é definido um ponteiro de
de acesso aos seus dados, o controle de acesso e problemas acesso, que inicialmente aponta para a primeira posição do
associados ao compartilhamento de arquivos entre vários arquivo. A cada leitura ou escrita, esse ponteiro é incrementado
processos. e passa a indicar a posição da próxima
: Formas
Abertura de um arquivo leitura ou escrita. Quando esse ponteiro atinge o final do
Para poder ler ou escrever dados em um arquivo, cada arquivo, as leituras não são mais permitidas, mas as escritas
aplicação precisa antes “abri-lo”. A abertura de um arquivo ainda o são, permitindo acrescentar dados ao final do mesmo.
consiste basicamente em preparar as estruturas de memória A chegada do ponteiro ao final do arquivo é normalmente
necessárias para acessar os dados do arquivo em questão. sinalizada ao processo através de um flag de fim de arquivo (EoF
Assim, para abrir um arquivo, o núcleo do sistema operacional - End-of-File).
deve realizar as seguintes operações: A Figura 4 traz um exemplo de acesso sequencial em leitura
1. Localizar o arquivo no dispositivo físico, usando seu a um arquivo, mostrando a evolução do ponteiro do arquivo
nome e caminho de acesso (vide Seção 3.2); durante uma sequência de leituras. A primeira leitura no arquivo
2. Verificar se a aplicação tem permissão para usar aque- traz a string “Qui scribit bis”, a segunda leitura traz “legit. ”, e
le arquivo da forma desejada (leitura e/ou escrita); assim sucessivamente. O acesso sequencial é implementado
3. Criar uma estrutura na memória do núcleo para repre- em praticamente todos os sistemas operacionais de mercado e
sentar o arquivo aberto; constitui a forma mais usual de acesso a arquivos, usada pela
4. Inserir uma referência a essa estrutura na lista de ar- maioria das aplicações.
quivos abertos mantida pelo sistema, para fins de gerência;
Devolver à aplicação uma referência a essa estrutura, para
ser usada nos acessos subsequentes ao arquivo recém-aberto.
Concluída a abertura do arquivo, o processo solicitante
recebe do núcleo uma referência para o arquivo recém-aberto,
Figura 4: Leituras sequenciais em um arquivo de texto.
que deve ser informada pelo processo em suas operações
subsequentes envolvendo aquele arquivo. Assim que o processo
Por outro lado, no método de acesso direto (ou aleatório),
tiver terminado de usar um arquivo, ele deve solicitar ao núcleo
pode-se indicar a posição no arquivo onde cada leitura ou escrita
o fechamento do arquivo, que implica em concluir as operações
deve ocorrer, sem a necessidade de um ponteiro. Assim, caso se
de escrita eventualmente pendentes e remover da memória do
conheça previamente a posição de um determinado dado no
núcleo as estruturas de gerência criadas durante sua abertura.
arquivo, não há necessidade de percorrê-lo sequencialmente
Normalmente, os arquivos abertos são automaticamente
até encontrar o dado desejado. Essa forma de acesso é muito
fechados quando do encerramento do processo, mas pode ser
importante em gerenciadores de bancos de dados e aplicações
necessário fechá-los antes disso, caso seja um processo com vida
congêneres, que precisam acessar rapidamente as posições
longa, como um daemon servidor de páginas Web, ou que abra
do arquivo correspondentes ao registros desejados em uma
muitos arquivos, como um compilador.
operação.
As referências a arquivos abertos usadas pelas aplicações
Na prática, a maioria dos sistemas operacionais usa o
dependem da linguagem de programação utilizada para construí-
acesso sequencial como modo básico de operação, mas oferece
las. Por exemplo, em um programa escrito na linguagem C, cada
operações para mudar a posição do ponteiro do arquivo caso
arquivo aberto é representado por uma variável dinâmica do
necessário, o que permite então o acesso direto a qualquer
tipo FILE*, que é denominada um ponteiro de arquivo (file
Informática Básica 43
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APOSTILAS OPÇÃO
registro do arquivo. Nos sistemas POSIX, o reposicionamento No entanto, essa abordagem se mostra pouco prática caso
do ponteiro do arquivo é efetuado através das chamadas lseek o sistema tenha muitos usuários e/ou arquivos, pois as listas
e fseek. podem ficar muito extensas e difíceis de gerenciar. O UNIX usa
Uma forma particular de acesso direto ao conteúdo de um uma abordagem bem mais simplificada para controle de acesso,
arquivo é o mapeamento em memória do mesmo, que faz uso dos que considera basicamente três tipos de usuários e três tipos de
mecanismos de memória virtual (paginação). Nessa modalidade permissões:
de acesso, um arquivo é associado a um vetor de bytes (ou de Usuários: o proprietário do arquivo (User), um grupo de
registros) de mesmo tamanho na memória principal, de forma usuários associado ao arquivo (Group) e os demais usuários
que cada posição do vetor corresponda à sua posição equivalente (Others).
no arquivo. Quando uma posição específica do vetor ainda não Permissões: ler (Read), escrever (Write) e executar
acessada é lida, é gerada uma falta de página. Nesse momento, (eXecute).
o mecanismo de paginação da memória virtual intercepta o Dessa forma, no UNIX são necessários apenas 9 bits para
acesso à memória, lê o conteúdo correspondente no arquivo e definir as permissões de acesso a cada arquivo ou diretório. Por
o deposita no vetor, de forma transparente à aplicação. Escritas exemplo, considerando a seguinte listagem de diretório em um
no vetor são transferidas para o arquivo por um procedimento sistema UNIX (editada para facilitar sua leitura):
similar. Caso o arquivo seja muito grande, pode-se mapear em
memória apenas partes dele. A Figura 5 ilustra essa forma de
acesso.
Finalmente, alguns sistemas operacionais oferecem
também a possibilidade de acesso indexado aos dados de um
arquivo, como é o caso do OpenVMS [Rice, 2000]. Esse sistema
implementa arquivos cuja estrutura interna pode ser vista
como um conjunto de pares chave/valor. Os dados do arquivo
Nessa listagem, o arquivo hello-unix.c (linha 4) pode ser
são armazenados e recuperados de acordo com suas chaves
acessado em leitura e escrita por seu proprietário (o usuário
correspondentes, como em um banco de dados relacional.
maziero, com permissões rw-), em leitura pelos usuários do
Como o próprio núcleo do sistema implementa os mecanismos
grupo prof (permissões r--) e em leitura pelos demais usuários
de acesso e indexação do arquivo, o armazenamento e busca
do sistema (permissões r--). Já o arquivo hello-unix (linha 3) pode
de dados nesse tipo de arquivo costuma ser muito rápido,
ser acessado em leitura, escrita e execução por seu proprietário
dispensando bancos de dados para a construção de aplicações
(permissões rwx), em leitura e execução pelos usuários do grupo
mais simples.
prof (permissões r-x) e não pode ser acessado pelos demais
usuários (permissões ---). No caso de diretórios, a permissão de
leitura autoriza a listagem do diretório, a permissão de escrita
autoriza sua modificação (criação, remoção ou renomeação de
arquivos ou sub-diretórios) e a permissão de execução autoriza
usar aquele diretório como diretório de trabalho ou parte de um
caminho.
No mundo Windows, o sistema de arquivos NTFS implementa
um controle de acesso bem mais flexível que o do UNIX, que
define permissões aos proprietários de forma similar, mas no
qual permissões complementares a usuários individuais podem
ser associadas a qualquer arquivo.
É importante destacar que o controle de acesso é
normalmente realizado somente durante a abertura do arquivo,
para a criação de sua referência em memória. Isso significa que,
uma vez aberto um arquivo por um processo, este terá acesso ao
Figura 5: Arquivo mapeado em memória. arquivo enquanto o mantiver aberto, mesmo que as permissões
do arquivo sejam alteradas para impedir esse acesso. O controle
Controle de acesso contínuo de acesso aos arquivos é pouco frequentemente
Como arquivos são entidades que sobrevivem à existência implementado em sistemas operacionais, porque verificar as
do processo que as criou, é importante definir claramente permissões de acesso a cada operação de leitura ou escrita em
o proprietário de cada arquivo e que operações ele e outros um arquivo teria um impacto negativo significativo sobre o
usuários do sistema podem efetuar sobre o mesmo. A forma desempenho do sistema.
mais usual de controle de acesso a arquivos consiste em associar
os seguintes atributos a cada arquivo e diretório do sistema de
Conhecimento sobre
arquivos:
Proprietário: identifica o usuário dono do arquivo, Processador de Texto
geralmente aquele que o criou; muitos sistemas permitem (LibreOffice Writer versão 5),
definir também um grupo proprietário do arquivo, ou seja, um Planilha eletrônica (LibreOffice
grupo de usuários com acesso diferenciado sobre o mesmo; Calc versão 5), Editor de
Permissões de acesso: define que operações cada usuário do
Apresentações (Impress versão
sistema pode efetuar sobre o arquivo.
Existem muitas formas de se definir permissões de acesso 5).
a recursos em um sistema computacional; no caso de arquivos,
a mais difundida emprega listas de controle de acesso (ACL
- Access Control Lists) associadas a cada arquivo. Uma lista Writer (editor de textos)25
de controle de acesso é basicamente uma lista indicando que
usuários estão autorizados a acessar o arquivo, e como cada um
pode acessá-lo. Um exemplo conceitual de listas de controle de
acesso a arquivos seria:
25 Fonte: https://help.libreoffice.org/Writer/Welcome_to_the_
Writer_Help/pt-BR
Informática Básica 44
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APOSTILAS OPÇÃO
Writer é o componente de processamento de textos do
LibreOffice. Além dos recursos usuais de um processador
de textos (verificação ortográfica, dicionário de sinônimos,
hifenização, autocorreção, localizar e substituir, geração
automática de sumários e índices, mala direta e outros), o Writer
fornece essas características importantes:
- Modelos e estilos
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas
e tabelas
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros
objetos
- Ferramentas de desenho incluídas
- Documentos mestre para agrupar uma coleção de
documentos em um único documento
- Controle de alterações durante as revisões
- Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados
bibliográficos
- Exportação para PDF, incluindo marcadores Tela Inicial do Libre Office 5
- E muito mais
Menu
Com o LibreOffice Writer você pode:
- produzir documentos de texto contendo figuras, tabelas ou A janela contendo o documento que você deseja trabalhar
gráficos. Você pode então salvar o documento em uma variedade deve estar selecionada para que seja possível utilizar os
de formatos, incluindo o padrão OpenDocument (ODF), o comandos de menu. Da mesma forma, será necessário selecionar
formato .doc do Microsoft Word ou HTML. Você também pode um objeto no documento para poder utilizar os comandos de
exportar seu documento para o formato Portable Document menu associados ao objeto.
Format (PDF) Os menus são contextuais, o que significa que os itens de
- criar documentos básicos, como memorandos, faxes, menu disponíveis são aqueles que são relevantes ao trabalho que
cartas, currículos e malas diretas, bem como documentos está sendo realizado no momento. Se o cursor estiver localizado
longos, complexos ou divididos em várias partes, acrescidos de em um texto, todos os itens de menu necessários à edição do
bibliografia, tabelas de referência e índices. texto estarão disponíveis. Se houver figuras selecionadas em um
- utilizar recursos úteis como um verificador ortográfico, documento, você verá todos os itens de menu que podem ser
um dicionário de sinônimos, a Autocorreção, e a hifenização utilizados para a edição de figuras.
bem como uma variedade de modelos para quase todas as
finalidades. Você também pode criar seu próprios modelos Arquivo
utilizando os assistentes. Esses comandos se aplicam ao documento atual, abre um
- acessar diversas opções para criar documentos. Utilize a novo documento ou fecha o aplicativo.
janela Estilos e formatação para criar, atribuir e modificar estilos
para parágrafos, caracteres individuais, quadros e páginas. Além
disso, o Navegador lhe ajudará a mover-se rapidamente pelos
documentos, permitirá ver o documento em uma exibição de
estrutura de tópicos e acompanhar os objetos inseridos no
documento.
Você também pode criar vários índices e sumários em
documentos de texto. Você pode definir a estrutura e a aparência
dos índices e sumários de acordo com suas necessidades. Os
hiperlinks e marcadores ativos permitem saltar diretamente
para os itens correspondentes no texto.
- a realização da função de cálculo integrada que o ajudará
a executar cálculos sofisticados ou vínculos lógicos. Você pode
facilmente criar uma tabela em um documento de texto para
executar cálculos.
- criar desenhos, figuras, legendas e outros tipos de desenhos
diretamente em documentos de texto.
- inserir figuras de diferentes formatos em seu documento
de texto, incluindo figuras em formato JPG ou GIF. Além disso, a
Galeria fornece uma coleção de cliparts e a Galeria do Fontwork
permite criar efeitos de fontes notáveis.
- configurá-la de acordo com as suas preferências, incluindo
a personalização de ícones e de menus. Você pode posicionar
várias janelas de programas, como por exemplo, Estilos e
formatação ou Navegador, como janelas flutuantes em qualquer
ponto da tela. Você também pode encaixar algumas janelas na
borda do espaço de trabalho.
- utilizando o recurso arrastar e soltar lhe permite trabalhar
de forma rápida e eficiente com documentos de texto no
LibreOffice. Por exemplo, você pode arrastar e soltar objetos,
como figuras da Galeria, de um local para o outro no mesmo
documento ou entre documentos abertos do LibreOffice. Editar
- utilizar sistema de Ajuda on-line como uma referência Este menu contém comandos para editar o conteúdo do
completa para os aplicativos do LibreOffice incluindo as documento atual.
instruções para tarefas simples e complexas.
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APOSTILAS OPÇÃO
Exibir Formatar
Este menu contém comandos para controlar a exibição do Contém comandos para formatar o layout e o conteúdo de
documento na tela. seu documento.
Inserir
O menu Inserir contém os comandos necessários para inserir
novos elementos no seu documento. Isso inclui seções, notas
de rodapé, anotações, caracteres especiais, figuras e objetos de
outros aplicativos.
Estilos
Contém comandos para definir, criar, editar, atualizar,
carregar e gerenciar os estilos em um documento de texto.
Informática Básica 46
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APOSTILAS OPÇÃO
Janela
Contém comandos para manipulação e exibição de janelas
de documentos.
Tabela
Mostra comandos para inserir, editar e excluir uma tabela
dentro de um documento de texto.
Ajuda
O menu da Ajuda permite iniciar e controlar o sistema de
Ajuda do LibreOffice.
Questões
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APOSTILAS OPÇÃO
02. (SSP-AM - Assistente Operacional – FGV/2015 -
Adaptado). João abriu um novo documento no LibreOffice
Writer 4.5, instalado de modo padronizado, e digitou uma
sequência de teclas de tal forma que a parte superior esquerda
da região do texto na tela exibida mostrou-se como na figura
abaixo.
Informática Básica 48
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APOSTILAS OPÇÃO
Os menus são contextuais, o que significa que os itens de Exibir
menu disponíveis são aqueles que são relevantes ao trabalho que Este menu contém comandos para controlar a exibição do
está sendo realizado no momento. Se o cursor estiver localizado documento na tela.
em um texto, todos os itens de menu necessários à edição do
texto estarão disponíveis. Se houver figuras selecionadas em um
documento, você verá todos os itens de menu que podem ser
utilizados para a edição de figuras.
Arquivo
Esses comandos se aplicam ao documento atual, abre um
novo documento ou fecha o aplicativo.
Inserir
O menu Inserir contém comandos para inserir novos
elementos na planilha atual, por exemplo, figuras, gráficos,
desenhos ....
Editar
Este menu contém comandos para editar o conteúdo do
documento atual.
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APOSTILAS OPÇÃO
Formatar Dados
O menu Formatar contém comandos para a formatação das Utilize os comandos do menu Dados para editar os dados
células selecionadas, dos objetos e do conteúdo das células do na planilha atual. Você pode definir intervalos, ordenar e filtrar
documento. dados, calcular resultados, esquematizar dados e criar tabelas
dinâmicas.
Planilhas
Permite configurar célular da planilha.
Ferramentas
O menu Ferramentas contém comandos para verificação
ortográfica, rastrear referências da planilha, localizar erros e
definir cenários.
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APOSTILAS OPÇÃO
Janela caixa de diálogo Formatar células, na qual você poderá escolher
Contém comandos para manipular e exibir janelas do diferentes atributos de texto na guia Fonte.
documento.
Formatar números em um documento de planilha
Selecione as células contendo os números que você deseja
formatar.
Para formatar números no formato monetário padrão ou
como porcentagens, use os ícones da barra Formatação. No
caso de outros formatos, escolha Formatar - Células. Você pode
escolher entre os formatos predefinidos ou definir seu próprio
formato na página da guia Números.
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números permanecerão normais. Eles não serão convertidos. Se selecionar uma ou mais células adjacentes contendo
Apenas números inseridos posteriormente ou números que são números diferentes, e então arrastar, as células remanescentes
editados se tornarão números de texto. serão preenchidas com o padrão aritmético reconhecido
Se você decidir inserir um número diretamente como nos números. A função Autopreenchimento também
texto, insira um apóstrofo (‘) antes. Por exemplo, por anos em reconhece listas personalizadas definidas em LibreOffice -
cabeçalhos de colunas, você podia inserir ‘1999, ‘2000 e ‘2001. PreferênciasFerramentas - Opções - LibreOffice Calc - Listas de
O apóstrofo não é visível na célula, indicando apenas que a classificação.
entrada deverá ser reconhecida como texto. Isso é útil se, por Você pode dar dois cliques na alça de preenchimento para
exemplo, você inserir um número de telefone ou um código preencher automaticamente todas as colunas vazias do bloco de
postal que comece com zero (0), porque o zero (0) no início de dados atual. Por exemplo, primeiro insira Jan em A1 e arraste
uma sequência de dígitos é removido em formatos normais de a alça de preenchimento para baixo até A12 para ter os doze
números. meses na primeira coluna. Em seguida, insira alguns valores em
B1 e C1. Selecione as duas células e clique duas vezes na alça
Para entrar valores em um intervalo de células de preenchimento. O bloco de dados B1:C12 será preenchido
manualmente automaticamente.
Há duas facilidades para assisti-lo ao entrar com um bloco
de dados manualmente. Barra de fórmulas
Em uma planilha, clique em uma célula e digite um número. =A1+10 - Exibe o conteúdo da célula A1 mais 10.
Clique em outra célula e, em seguida, clique novamente na =A1*16% - Exibe 16% do conteúdo de A1.
célula na qual o número foi digitado. =A1 * A2 - Exibe o resultado da multiplicação de A1 e A2.
Arraste a alça de preenchimento, localizada no canto inferior =ARREDONDAR(A1;1) - Exibe o conteúdo da célula A1
direito da célula, pelas células a serem preenchidas e solte o arredondada para uma casa decimal.
botão do mouse. =TAXA.EFETIVA(5%;12) - Calcula o juro efetivo para um juro
As células são preenchidas com números em ordem nominal anual de 5% com 12 pagamentos por ano.
crescente. =B8-SOMA(B10:B14) - Calcula B8 menos a soma das células
Para criar rapidamente uma lista de dias consecutivos, digite B10 a B14.
Segunda-feira em uma célula e arraste a alça de preenchimento. =SOMA(B8;SOMA(B10:B14)) - Calcula a soma das células
Mantenha pressionada a tecla Ctrl se não pretende preencher B10 a B14 e adiciona o valor a B8.
as células com diferentes valores.
Informática Básica 52
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Também é possível aninhar funções em fórmulas, como texto, desenhos e apresentações.
mostrado no exemplo. Você também pode aninhar funções
dentro de funções. O Assistente de funções ajuda a usar funções Dados do gráfico
aninhadas. Gráficos podem ser baseados nos seguintes dados:
Você pode inserir fórmulas de várias maneiras: utilizando - Valores oriundos de intervalos de células de planilhas do
ícones, digitando no teclado ou com uma combinação dos dois Calc
métodos. - Valores de células de uma tabela do Writer
- Clique na célula em que você deseja inserir a fórmula. - Valores a inserir na caixa de diálogo Tabela de dados do
- Clique no ícone Função na barra de fórmulas. gráfico (pode-se criar estes gráficos no Writer, Draw ou Impress,
e também copiá-los e colá-los no Calc)
Você verá agora um sinal de igual na linha de entrada e
poderá começar a inserir a fórmula. Para inserir um gráfico
Depois que inserir os valores necessários, pressione Enter - Inserir gráficos
ou clique em Aceitar para inserir o resultado na célula ativa. - Escolha de um tipo de gráfico
Para limpar a entrada na linha de entrada, pressione Esc ou
clique em Cancelar.
Você também pode inserir os valores e as fórmulas
diretamente nas células, mesmo que um cursor de entrada não
possa ser visto. As fórmulas devem sempre começar com sinais
de igual.
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Questões 04. (AL-GO - Analista Legislativo - Analista de Sistemas
- CS-UFG/2015). Observe a planilha de notas a seguir. Uma
01. (SSP-AM - Assistente Operacional – FGV/2015). escola de samba é sempre avaliada por quatro jurados para cada
Analise o trecho de uma planilha LibreOffice Calc 4.2 mostrado critério. Após a atribuição das quatro notas de um critério, a
a seguir. menor nota não é computada no total de pontos desse critério.
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Dentre os recursos e exemplos descritos anteriormente,
os que precisam ser usados para, a partir da figura 1, ter como
resultado a figura 2, acima, são
(A) II e III apenas
(B) I, II e III apenas.
(C) I e IV apenas.
(D) II e IV apenas.
(E) I, II, III e IV.
Respostas
01. D\02. D\03. C\04. D\05. A
Área de trabalho
Barra de títulos
Menu
Barra de Status
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Arquivo Exibir
Esses comandos se aplicam ao documento atual, abrir um Este menu contém comandos para controlar a exibição do
novo documento ou fechar o aplicativo. documento na tela.
Inserir
Este menu contém os comandos usados para inserir
Editar novos elementos no documento, por exemplo, figuras, objetos,
Esse menu contém comandos para editar o conteúdo do caracteres especiais e outros arquivos.
documento atual.
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Formatar Apresentação de Slides
Contém comandos para formatar o layout e o conteúdo do Contém comandos e opções para executar uma apresentação.
seu documento.
Ferramentas
Contém ferramentas de verificação ortográfica, uma galeria
de objetos artísticos que podem ser adicionados ao documento,
bem como ferramentas para configurar menus e definir
preferências do programa.
Slide
Permite adicionar, excluir a acessar as principais opções de
configuração de um slide.
Janela
Contém comandos para manipular e exibir janelas de
documentos.
Ajuda
O menu da Ajuda permite iniciar e controlar o sistema de
Ajuda do LibreOffice.
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Teclas de função para o LibreOffice Impress
Questões
Informática Básica 58
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Considerando que a Exibição 1 do slide é a Normal, as sinale
a alternativa que contém o nome da Exibição 2.
(A) Rascunhos
(B) Estrutura de tópicos
(C) Folheto.
(D) Notas
(E) Classificador de slides
Respostas
01. E\02. E\03. D\04. E
Anotações
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FUNDAMENTOS EM
EDUCAÇÃO E LEGISLAÇÃO
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presentes nas experiências camponesas. A troca de produtos frutas e verduras em laboratórios e muitos produtos já sejam
de consumo básico, as atividades do tipo mutirão, a cultivados em estufas, embora estas façam parte da atividade
solidariedade no momento da colheita de determinado produtiva no campo. Com a alimentação, discute-se o
produto agrícola. desenvolvimento sustentável, pois cada vez mais a saúde
Portanto, valorizar a cultura dos povos do campo significa humana é preocupação internacional e, com ela, as
criar vínculos com a comunidade e gerar um sentimento de manifestações favoráveis à produção agroecológica.
pertença ao lugar e ao grupo social. Isso possibilita criar uma Quando se discute campo, é possível pensar ainda o
identidade sociocultural que leva o aluno a compreender o deserto verde – grandes áreas de pastagem, soja, cana-de-
mundo e transformá-lo. açúcar entre outros produtos, com uso de mecanização
Cultura e identidade são dois conceitos que podem ser moderna e de pouca mão-de-obra. Ampliam-se os desertos
problematizados a partir da identificação da trajetória de vida verdes, ao mesmo tempo em que se tornam frágeis as
dos alunos, da caracterização das práticas socioculturais condições de trabalho e de sobrevivência na terra por parte
vividas na comunidade onde a escola está localizada, da dos povos do campo.
análise das relações sociais vividas nos ambientes familiar, A interdependência campocidade pode ser
comunitário e de trabalho. É importante que os aspectos da problematizada a partir das atividades cotidianas e das
realidade constituam apenas o ponto de partida, pois o ponto necessidades sociais básicas, como alimentação e água
de chegada depende da inserção de conteúdos devidamente potável. O desenvolvimento sustentável requer um projeto
selecionados, que junto a uma seleção de outros materiais, político de sociedade que contemple a dimensão
sejam livros, jornais, documentários etc., possam auxiliar os socioambiental do ser humano, da sociedade e do planeta.
alunos no exercício na reflexão e produção de conhecimentos.
O ponto de chegada é síntese que permite compreender a Fonte:
Disponível:
diversidade social, étnica, racial e sexual que compõe a http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/diretrizesc
sociedade brasileira e dos aspectos culturais diversos. urricularesestaduaisdaeducacaodocampo.pdf
Reconhecer a identidade dos povos latino-americanos é
essencial para superar a visão de que a cultura europeia ou
norte-americana é superior à brasileira. Reconhecer as
particularidades do próprio país leva à superação da ideia de
subordinação a que o povo brasileiro foi submetido no
Educação e inclusão social.
processo de colonização e que ainda se reproduz nos dias
atuais.
Uma crise de paradigma é uma crise de concepção, de visão O pensamento subdividido em áreas específicas é uma
de mundo e, quando as mudanças são mais radicais, temos as grande barreira para os que pretendem, como nós, inovar a
chamadas revoluções científicas. escola. Nesse sentido, é imprescindível questionar esse
O período em que se estabelecem as novas bases teóricas modelo de compreensão que nos é imposto desde os primeiros
suscitadas pela mudança de paradigmas é bastante difícil, pois passos de nossa formação escolar e que prossegue nos níveis
caem por terra os fundamentos sobre os quais a ciência se de ensino mais graduados. Toda trajetória escolar precisa ser
assentava sem que se fincassem de todo os pilares que a repensada, considerando-se os efeitos cada vez mais nefastos
sustentarão, daqui para frente. das hiper-especializações dos saberes, que nos dificultam a
Sendo ou não uma mudança radical, toda crise de articulação de uns com os outros e de termos igualmente uma
paradigma é cercada de muita incerteza, insegurança, mas visão do essencial e do global.
também de muita liberdade e de ousadia, para buscar outras O ensino curricular de nossas escolas, organizado em
alternativas, outras formas de interpretação e de disciplinas, isola, separa os conhecimentos, ao invés de
conhecimento que nos sustente e nos norteie para realizar a reconhecer as suas inter-relações. Contrariamente, o
mudança. conhecimento evolui por recomposição, contextualização e
É o que estamos vivendo no momento. integração de saberes, em redes de entendimento, não reduz o
A escola se entupiu do formalismo da racionalidade e complexo ao simples, tornando maior a capacidade de
cindiu-se em modalidades de ensino, tipos de serviços, grades reconhecer o caráter multidimensional dos problemas e de
curriculares, burocracia. Uma ruptura de base em sua suas soluções.
estrutura organizacional, como propõe a inclusão, é uma saída Os sistemas escolares também estão montados a partir de
para que ela possa fluir, novamente, espalhando sua ação um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir
formadora por todos os que dela participam. os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino
A inclusão, portanto, implica em mudança desse atual em regular e especial, os professores em especialistas, nesta e
paradigma educacional para que se encaixe no mapa da naquela manifestação das diferenças. A lógica dessa
educação escolar que estamos retraçando. organização é marcada por uma visão determinista,
É inegável que os velhos paradigmas da modernidade mecanicista, formalista, reducionista própria do pensamento
estão sendo contestados e que o conhecimento, matéria prima científico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador,
da educação escolar, está passando por uma reinterpretação. sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo
As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de escolar, para produzir a reviravolta que a inclusão impõe.
gênero, enfim, a diversidade humana está sendo cada vez mais Essa reviravolta exige, em nível institucional, a extinção
desvelada e destacada e é condição imprescindível para se das categorizações e das oposições excludentes –
entender como aprendemos, e como entendemos o mundo e a iguais/diferentes, normais/deficientes – e em nível pessoal,
nós mesmos. que busquemos articulação, flexibilidade, interdependência
Um novo paradigma do conhecimento está surgindo das entre as partes que se conflitavam nos nossos pensamentos,
interfaces e das novas conexões que se formam entre saberes ações, sentimentos. Essas atitudes diferem muito das que são
outrora isolados e partidos e dos encontros da subjetividade típicas das escolas tradicionais em que ainda atuamos e em
humana com o cotidiano, o social, o cultural. Redes cada vez que fomos formados para ensinar.
mais complexas de relações, geradas pela velocidade das Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é
comunicações e informações estão rompendo as fronteiras das urgente que seus planos se redefinam para uma educação
disciplinas e estabelecendo novos marcos de compreensão voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e
entre as pessoas e do mundo em que vivemos. que reconhece e valoriza as diferenças.
Diante dessas novidades, a escola não pode continuar Chegamos a um impasse, como nos afirma Morin (2001),
ignorando o que acontece ao seu redor, anulando e pois para se reformar a instituição temos de reformar as
marginalizando as diferenças nos processos por meio dos mentes, mas não se pode reformar as mentes sem uma prévia
quais forma e instrui os alunos. E muito menos desconhecer reforma das instituições.
que aprender implica em saber expressar, dos mais variados
modos, o que sabemos, implica em representar o mundo, a Integração ou inclusão?
partir de nossas origens, valores, sentimentos. Tendemos, pela distorção/redução de uma ideia, a nos
O tecido da compreensão não se trama apenas com os fios desviar dos desafios de uma mudança efetiva de nossos
do conhecimento científico. Como Santos nos aponta, a propósitos e práticas. A indiferenciação entre os processos de
comunidade acadêmica, não pode continuar a pensar que só integração e inclusão escolar é prova dessa tendência na
há um único modelo de cientificidade e uma única educação e está reforçando a vigência do paradigma
epistemologia, e que, no fundo, todo o resto é um saber vulgar, tradicional de serviços educacionais. Muitos, no entanto,
um senso comum que ela contesta em todos os níveis de ensino continuam mantendo-o ao defender a inclusão!
e de produção do conhecimento. A ideia de que o nosso campo A discussão em torno da integração e da inclusão cria ainda
de conhecimento é muito mais amplo do que aquele que cabe inúmeras e infindáveis polêmicas, provocando as corporações
no paradigma da ciência moderna traz a ciência para um de professores e de profissionais da área de saúde que atuam
campo de luta mais igual, em que ela tem de reconhecer e se no atendimento às pessoas com deficiência - os paramédicos e
aproximar de outras formas de entendimento e perder a outros, que tratam clinicamente de crianças e jovens com
posição hegemônica em que se mantém, ignorando o que foge problemas escolares e de adaptação social. A inclusão também
aos seus domínios. “mexe” com as associações de pais que adotam paradigmas
A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e tradicionais de assistência às suas clientelas. Afeta, e muito, os
perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a professores da educação especial temerosos de perder o
ignorância do aluno, diante dos padrões de cientificidade do espaço que conquistaram nas escolas e redes de ensino e
saber escolar. Ocorre que a escola se democratizou abrindo-se envolvem grupos de pesquisa das Universidades (Mantoan,
a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos. 2002; Doré, Wagner e Brunet, 1996).
Exclui, então, os que ignoram o conhecimento que ela valoriza Os professores do ensino regular consideram-se
e, assim, entende que a democratização é massificação de incompetentes para atender às diferenças nas salas de aula,
ensino, e não cria a possibilidade de diálogo entre diferentes especialmente aos alunos com deficiência, pois seus colegas
lugares epistemológicos, não se abre a novos conhecimentos especializados sempre se distinguiram por realizar
que não couberam, até então, dentro dela.
unicamente esse atendimento e exageraram essa capacidade educacional que considera as necessidades de todos os alunos
de fazê-lo aos olhos de todos (Mittler, 2000). e que é estruturado em função dessas necessidades.
Há também um movimento contrário de pais de alunos Por tudo isso, a inclusão implica uma mudança de
sem deficiências, que não admitem a inclusão, por acharem perspectiva educacional, pois não se limita aos alunos com
que as escolas vão baixar e/ou piorar ainda mais a qualidade deficiência e aos que apresentam dificuldades de aprender,
de ensino se tiverem de receber esses novos alunos. mas a todos os demais, para que obtenham sucesso na
Os dois vocábulos - integração e inclusão - conquanto corrente educativa geral. Os alunos com deficiência
tenham significados semelhantes, são empregados para constituem uma grande preocupação para os educadores
expressar situações de inserção diferentes e se fundamentam inclusivos, mas todos sabemos que a maioria dos que
em posicionamentos teórico-metodológicos divergentes. fracassam na escola são alunos que não vêm do ensino
Grifei os termos, porque acho ainda necessário frisá-los, especial, mas que possivelmente acabarão nele!
embora admita que essa distinção já poderia estar bem A radicalidade da inclusão vem do fato de exigir uma
definida no contexto educacional. mudança de paradigma educacional, como já nos referimos
O processo de integração escolar tem sido entendido de anteriormente. Na perspectiva inclusiva, suprime-se a
diversas maneiras. O uso do vocábulo “integração” refere-se subdivisão dos sistemas escolares em modalidades de ensino
mais especificamente à inserção escolar de alunos com especial e regular. As escolas atendem às diferenças, sem
deficiência nas escolas comuns, mas seu emprego é discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem
encontrado até mesmo para designar alunos agrupados em estabelecer regras específicas para se planejar, para aprender,
escolas especiais para pessoas com deficiência, ou mesmo em para avaliar (currículos, atividades, avaliação da
classes especiais, grupos de lazer, residências para deficientes. aprendizagem para alunos com deficiência e com necessidades
Os movimentos em favor da integração de crianças e educacionais especiais).
jovens com deficiência surgiram nos países nórdicos em 1969, Pode-se, pois, imaginar o impacto da inclusão nos sistemas
quando se questionaram as práticas sociais e escolares de de ensino ao supor a abolição completa dos serviços
segregação. Sua noção de base é o princípio de normalização, segregados da educação especial, os programas de reforço
que não sendo específico da vida escolar, atinge o conjunto de escolar, salas de aceleração, turmas especiais e outros.
manifestações e atividades humanas e todas as etapas da vida Na perspectiva de o especial da educação, a inclusão é uma
das pessoas, sejam elas afetadas ou não por uma incapacidade, provocação, cuja intenção é melhorar a qualidade do ensino
dificuldade ou inadaptação. das escolas, atingindo todos os alunos que fracassam em suas
Pela integração escolar, o aluno tem acesso às escolas por salas de aula.
meio de um leque de possibilidades educacionais, que vai da A metáfora da inclusão é o caleidoscópio. Esta imagem foi
inserção às salas de aula do ensino regular ao ensino em bem descrita pelas palavras de uma de suas grandes
escolas especiais. defensoras: Marsha Forest.
O processo de integração ocorre dentro de uma estrutura Tive o privilégio de conhecê-la, em Toronto, no Canadá, em
educacional, que oferece ao aluno a oportunidade de transitar 1996, quando a visitei em sua casa. Infelizmente, ela faleceu
no sistema escolar, da classe regular ao ensino especial, em em 2001, quando estava de malas prontas para vir ao Brasil,
todos os seus tipos de atendimento: escolas especiais, classes para participar de um grande evento educacional e para
especiais em escolas comuns, ensino itinerante, salas de conhecer os trabalhos orientados para a inclusão em nossas
recursos, classes hospitalares, ensino domiciliar e outros. redes públicas e escolas particulares.
Trata-se de uma concepção de inserção parcial, porque o Em sua homenagem, destaco como Marsha se refere ao
sistema prevê serviços educacionais segregados. caleidoscópio educacional: “O caleidoscópio precisa de todos
É sabido (e alguns de nós têm experiência própria no os pedaços que o compõem. Quando se retiram pedaços dele,
assunto), que os alunos que migram das escolas comuns para o desenho se torna menos complexo, menos rico. As crianças,
serviços da educação especial muito raramente se deslocam jovens se desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um
para os menos segregados e, raramente, retornam/ingressam ambiente rico e variado”.
às salas de aula do ensino regular. A distinção entre integração e inclusão é um bom começo
Nas situações de integração escolar, nem todos os alunos para esclarecermos o processo de transformação das escolas,
com deficiência cabem nas turmas de ensino regular, pois há de modo que possam acolher, indistintamente todos os alunos,
uma seleção prévia dos que estão aptos à inserção. Para esses nos diferentes níveis de ensino.
casos, são indicados: a individualização dos programas Temos já um bom número de ideias para analisar,
escolares, currículos adaptados, avaliações especiais, redução comparar, reinterpretar. Elas serão certamente retomadas,
dos objetivos educacionais para compensar as dificuldades de revisadas e ampliadas, no que trataremos a seguir.
aprender. Em uma palavra, a escola não muda como um todo,
mas os alunos têm de mudar para se adaptarem às suas Inclusão escolar - Por quê?
exigências. A escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão
A integração escolar pode ser entendida como o especial de uma parte significativa dos seus alunos, que são
na educação, ou seja, a justaposição do ensino especial ao marginalizados pelo insucesso e privações constantes e pela
regular, ocasionando um inchaço desta modalidade, pelo baixa autoestima resultante da exclusão escolar e social.
deslocamento de profissionais, recursos, métodos, técnicas da Alunos que são vítimas de seus pais, de seus professores e,
educação especial às escolas regulares. sobretudo, por viverem em condições de pobreza em todos os
Quanto à inclusão, esta questiona não somente as políticas seus sentidos. Esses alunos são sobejamente conhecidos das
e a organização da educação especial e regular, mas também o escolas, pois repetem as suas séries várias vezes, são expulsos,
próprio conceito de integração. Ela é incompatível com a evadem e ainda são rotulados como mal nascidos e com
integração, pois prevê a inserção escolar de forma radical, hábitos que fogem ao protótipo da educação formal.
completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceções, devem As soluções sugeridas para se reverter esse quadro
frequentar as salas de aula do ensino regular. parecem reprisar as mesmas medidas que o criaram. Em
O objetivo da integração é inserir um aluno ou um grupo outras palavras, pretende-se resolver a situação a partir de
de alunos que já foram anteriormente excluídos e o mote da ações que não recorrem a outros meios, que não buscam novas
inclusão, ao contrário, é o de não deixar ninguém no exterior saídas e que não vão a fundo nas causas geradoras do fracasso
do ensino regular, desde o começo da vida escolar. As escolas escolar. Esse fracasso continua sendo do aluno, pois a escola
inclusivas propõem um modo de organização do sistema reluta em admiti-lo como sendo o seu.
A inclusão total e irrestrita é uma oportunidade que temos A Ética em sua dimensão crítica e transformadora é a que
para reverter a situação da maioria de nossas escolas, as quais referenda a nossa luta pela inclusão escolar. A posição é oposta
atribuem aos alunos as deficiências que são do próprio ensino à anterior, porque entende que as diferenças estão sendo
ministrado por elas – sempre se avalia o que o aluno aprendeu, constantemente feitas e refeitas; pois elas vão diferindo. Elas
o que ele não sabe, mas raramente se analisa o que e como a são produzidas e não podem ser naturalizadas, como
escola ensina, de modo que os alunos não sejam penalizados pensamos, habitualmente. Essa produção merece ser
pela repetência, a evasão, a discriminação, a exclusão, enfim. compreendida e não apenas respeitada e tolerada
Estou convicta de que todos nós, professores, sabemos que Nossas ações educativas têm como eixos o convívio com as
é preciso excluir a exclusão em nossas escolas e fora delas e diferenças, a aprendizagem como experiência relacional,
que os desafios são necessários a fim de que possamos participativa, que produz sentido para o aluno, pois contempla
avançar, progredir, evoluir em nossos empreendimentos. É a sua subjetividade, embora construída no coletivo das salas
fácil receber os “alunos que aprendem apesar da escola” e é de aula.
mais fácil ainda encaminhar os que têm dificuldades de É certo que relações de poder presidem a produção das
aprendizagem para as classes e escolas especiais, sendo ou não diferenças na escola, mas a partir de uma lógica que não mais
deficientes, aos programas de reforço e aceleração. Por meio se baseia na igualdade, como categoria assegurada por
dessas válvulas de escape continuamos a discriminar os alunos princípios liberais, inventada e decretada, a priori e que trata
que não damos conta de ensinar. Estamos habituados a a realidade escolar com a ilusão da homogeneidade,
repassar nossos problemas para outros colegas, os promovendo e justificando a fragmentação do ensino em
“especializados” e, assim, não recai sobre nossos ombros o disciplinas, modalidades de ensino regular, especial, as
peso de nossas limitações profissionais. seriações, classificações, hierarquias de conhecimentos.
Focalizei o porquê da inclusão, a partir de três questões Por tudo isso, a inclusão é produto de uma educação plural,
que são o alvo das iniciativas inclusivas, nas suas pretensões democrática e transgressora. Ela provoca uma crise escolar, ou
de “revitalizar” a educação escolar. Abordaremos cada uma melhor, uma crise de identidade institucional, que, por sua vez,
delas a seguir. abala a identidade dos professores e faz com que seja
ressignificada a identidade do aluno. O aluno da escola
A questão da identidade X diferença inclusiva é outro sujeito, que não tem uma identidade fixada
Embora a inclusão seja uma prática recente e ainda em modelos ideais, permanentes, essenciais.
incipiente nas nossas escolas para que possamos entendê-la O direito à diferença nas escolas desconstrói, portanto, o
com maior rigor e precisão, considero-a suficiente para sistema atual de significação escolar excludente, normativo,
questionar que Ética ilumina as nossas ações, na direção de elitista, com suas medidas e mecanismos de produção da
uma escola para todos. Ou, mais precisamente, as propostas e identidade e da diferença.
políticas educacionais que proclamam a inclusão estão Se a igualdade é referência, podemos inventar o que
realmente considerando as diferenças na escola, ou seja, quisermos para agrupar e rotular os alunos como PNEE, como
alunos com deficiências e todas os demais excluídos e que são deficientes. Se a diferença é tomada como parâmetro, não
as sementes da sua transformação? Essas propostas fixamos mais a igualdade como norma e fazemos cair toda uma
reconhecem e valorizam as diferenças, como condição para hierarquia das igualdades e diferenças que sustentam a
que haja avanço, mudanças, desenvolvimento e “normalização”. Esse processo, a normalização, pelo qual a
aperfeiçoamento da educação escolar? Educação Especial tem proclamado o seu poder, propõe
Ao avaliarmos propostas de ação educacional, visando à sutilmente, com base em características devidamente
inclusão, encontramos habitualmente, na orientação dessas selecionadas como positivas, a eleição arbitrária de uma
ações, dimensões éticas conservadoras. Essas orientações, no identidade “normal”, como um padrão de hierarquização e de
geral, expressam-se pela tolerância e pelo respeito ao outro, avaliação de alunos, de pessoas. Contrariar a perspectiva de
que são sentimentos que precisamos analisar com mais uma escola que se pauta pela igualdade de oportunidades é
cuidado para entender o que podem esconder nas suas fazer a diferença, reconhecê-la e valorizá-la.
entranhas. Temos, então, que reconhecer as diferentes culturas, a
A tolerância, como um sentimento aparentemente pluralidade das manifestações intelectuais, sociais, afetivas,
generoso, pode marcar uma certa superioridade de quem enfim, precisamos construir uma nova ética escolar, que
tolera. O respeito, como conceito, implica um certo advém de uma consciência ao mesmo tempo individual, social
essencialismo, uma generalização, que vem da compreensão e, por que não, planetária!
de que as diferenças são fixas, definitivamente estabelecidas, No desejo da homogeneidade, que tem muito em comum
de tal modo que só nos resta respeitá-las. com a democracia de massas, destruíram-se muitas diferenças
Nessas orientações entendem-se as deficiências como que nós hoje consideramos valiosas e importantes.
fixadas no indivíduo, como se fossem marcas indeléveis, a Ao nos referirmos, hoje, a uma cultura global e
partir das quais só nos cabe aceitá-las, passivamente, pois globalização, parece contraditória a luta de grupos
nada poderá evoluir, além do previsto no quadro geral das minoritários por uma política identitária, pelo
suas especificações estáticas: os níveis de comprometimento, reconhecimento de suas raízes, como fazem os surdos, os
as categorias educacionais, os quocientes de inteligência, deficientes, os hispânicos, os negros, as mulheres, os
predisposições para o trabalho e outras tantas mais. homossexuais. Há, pois um sentimento de busca das raízes e
Consoante a esses pressupostos é que criamos espaços de afirmação das diferenças. Devido a isso, contesta-se hoje a
educacionais protegidos, à parte, restritos a determinadas modernidade nessa sua aversão pela diferença.
pessoas, ou seja, aquelas que eufemisticamente denominamos Nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as
Portadoras de Necessidades Educacionais Especiais – PNEE. pessoas. Há diferenças e há igualdades, e nem tudo deve ser
A diferença, nesses espaços, é o que o outro é, - ele é igual e nem tudo deve ser diferente. Então, como conclui
branco, ele é religioso, ele é deficiente, como nos afirma Silva Santos (1995), é preciso que tenhamos o direito de sermos
(2000), é o que está sempre no outro, que está separado de nós diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito
para ser protegido ou para nos protegermos dele. Em ambos de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza.
os casos, nós somos impedidos de realizar e de conhecer a
riqueza da experiência da diversidade e da inclusão. A A questão legal
identidade é o que se é, como afirma o mesmo autor - eu sou Mesmo sob a garantia da lei, podemos encaminhar o
brasileiro, sou negro, eu sou estudante... conceito de diferença para a vala dos preconceitos, da
discriminação, da exclusão, como tem acontecido com a portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
maioria de nossas políticas educacionais. Temos de ficar de ensino”.
atentos! O preferencialmente refere-se a atendimento educacional
A maioria dos alunos das classes especiais é constituída especializado, ou seja, o que é necessariamente diferente no
daqueles que não conseguem acompanhar os seus colegas de ensino para melhor atender às especificidades dos alunos com
turma, ou os indisciplinados, os filhos de lares pobres, de deficiência, abrangendo principalmente instrumentos
negros e outros. Pela ausência de laudos periciais competentes necessários à eliminação das barreiras que as pessoas com
e de queixas escolares bem fundamentadas, esses alunos deficiência naturalmente têm para relacionar-se com o
correm o risco de serem admitidos e considerados como PNEE. ambiente externo, como por exemplo: ensino da Língua
As indefinições da clientela justificam todos os desmandos Brasileira de Sinais - LIBRAS, do código “Braille”, uso de
e transgressões ao direito à educação e à não discriminação recursos de informática, e outras ferramentas e linguagens
que algumas escolas e redes de ensino estão praticando, por que precisam estar disponíveis nas escolas ditas regulares.
falta de um controle efetivo dos pais, das autoridades de Na concepção inclusiva e na lei, esse atendimento
ensino e da justiça em geral. O caráter dúbio da educação especializado deve estar disponível em todos os níveis de
especial é acentuado pela imprecisão dos textos legais que ensino, de preferência na rede regular desde a educação
fundamentam nossos planos e propostas educacionais e, ainda infantil à Universidade. De fato, pois este é o ambiente escolar
hoje, fica patente a dificuldade de se distinguir o modelo que nos parece o mais adequado para se garantir o
médio/pedagógico do modelo educacional/escolar dessa relacionamento dos alunos deficientes com seus pares de
modalidade de ensino. Essa falta de clareza faz retroceder mesma idade cronológica. A quebra de qualquer ação
todas as iniciativas que visam à adoção de posições inovadoras discriminatória e todo tipo de interação que possa beneficiar o
para a educação de alunos com deficiência. desenvolvimento cognitivo, social, motor, afetivo dos alunos,
Problemas conceituais, desrespeito a preceitos em geral.
constitucionais, interpretações tendenciosas de nossa Na interpretação evolutiva de nossas normas educacionais
legislação educacional, preconceitos distorcem o sentido da há, portanto, que se entender e ultrapassar as controvérsias
inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos entre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -
com deficiência no ensino regular. Essas são, do nosso ponto LDB/1996 e a Constituição/1988.
de vista, as maiores barreiras a serem enfrentadas pelos que Aqui há mais uma razão para que a inclusão seja um mote
defendem a inclusão escolar, fazendo retroceder as iniciativas em nossa educação escolar, ultrapassando-se os impasses de
que visam à adoção de posições inovadoras para a educação de nossa legislação.
alunos em geral. Estamos diante de avanços, mas de muitos A Constituição admite que o atendimento educacional
impasses da legislação. especializado também pode ser oferecido fora da rede regular
A nossa Constituição Federal de 1988, respalda os que de ensino, em qualquer instituição, já que seria apenas um
propõem avanços significativos para a educação escolar de complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na
pessoas com deficiência, quando elege como fundamentos da rede regular para todos os alunos. Mas, na LDB/1996 (art. 58
República a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, e seguintes) consta que a substituição do ensino regular pelo
incisos II e III), e, como um dos seus objetivos fundamentais, a ensino especial é possível.
promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, Segundo a opinião de juristas brasileiros ligados ao
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação Ministério Público Federal, (Fávero e Ramos, 2002), essa
(art. 3º, inciso IV). Ela garante ainda o direito à igualdade (art. substituição não está de acordo com a Constituição, que prevê
5º) e trata, no art. 205 e seguintes, do direito de todos à atendimento educacional especializado, e não educação
educação. Esse direito deve visar ao pleno desenvolvimento da especial e somente prevê esse atendimento para os portadores
pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o de deficiência, justamente por este atendimento referir-se ao
trabalho. oferecimento de instrumentos de acessibilidade à educação.
Além disso, a Constituição elege como um dos princípios A utilização de métodos que contemplem as mais diversas
para o ensino, a igualdade de condições de acesso e necessidades dos estudantes, inclusive eventuais
permanência na escola (art. 206, inciso I), acrescentando que necessidades especiais, deve ser regra no ensino regular e nas
o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a demais modalidades de ensino, como a Educação de Jovens e
garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da Adultos, a Educação Profissional, não se justificando a
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada manutenção de um ensino especial, apartado.
um (art. 208, V). Além do mais, após a LDB/1996, surgiu uma nova
Quando garante a todos o direito à educação e ao acesso à legislação, que revoga as disposições anteriores que lhe são
escola, a Constituição Federal não usa adjetivos e assim sendo, contrárias. Trata-se da Convenção Interamericana para a
toda escola deve atender aos princípios constitucionais, não Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a
podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua origem, Pessoa Portadora de Deficiência, celebrada na Guatemala, em
raça, sexo, cor, idade ou deficiência. maio de 1999.
Apenas esses dispositivos bastariam para que não se O Brasil é signatário desse documento, que foi aprovado
negasse a qualquer pessoa, com e sem deficiência, o acesso à pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº
mesma sala de aula que qualquer outro aluno. Um dos 198, de 13 de junho de 2001, e promulgado pelo Decreto nº
argumentos sobre a impossibilidade prática da inclusão total 3.956, de 08 de outubro de 2001, da Presidência da República.
aponta os casos de alunos com deficiências severas, múltiplas, Este documento, portanto, tem valor de norma constitucional,
notadamente a deficiência mental, os casos de autismo. já que se refere a direitos e garantias fundamentais da pessoa
A Constituição, contudo, garante a educação para todos e humana.
isso significa que é para todos mesmo e, para atingir o pleno A importância dessa Convenção está no fato de que deixa
desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania, clara a impossibilidade de diferenciação com base na
entende-se que essa educação não pode realizar-se em deficiência, definindo a discriminação como [...] “toda
ambientes segregados. diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência,
No Capítulo III, Da Educação, da Cultura e do Desporto, antecedente de deficiência, consequência de deficiência
artigo 205 a Constituição prescreve em seu art. 208, que o anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que
dever do Estado com a educação será efetivado mediante a tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o
garantia de: [...]” atendimento educacional especializado aos reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas
portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas Os serviços de apoio especializado, tais como os de
liberdades fundamentais (art. I, nº 2“a”). intérpretes de língua de sinais, aprendizagem do sistema
A mesma Convenção esclarece, no entanto, que não “Braille” e outros recursos especiais de ensino e de
constitui discriminação [...]” a diferenciação ou preferência aprendizagem, não substituiriam, como ainda ocorre hoje, as
adotada para promover a integração social ou o funções do professor responsável pela sala de aula da escola
desenvolvimento pessoal dos portadores de deficiência, desde regular.
que a diferenciação ou preferência não limite em si mesma o As creches e escolas de educação infantil dentro de sua
direito à igualdade dessas pessoas e que elas não sejam atual e reconhecida função de cuidar e educar, não podem mais
obrigadas a aceitar tal diferenciação ou preferência” (art. I, nº deixar de receber crianças PNEE, a partir de zero anos (art. 58,
2, “b”). § 3º, LDB c.c. o art. 2º, inciso I, alínea “a”, da Lei 7.853/89),
Como em nossa Constituição consta que educação visa ao oferecendo-lhes cuidados diários que favoreçam sua
pleno desenvolvimento humano e ao seu preparo para o estimulação precoce, sem prejuízo dos atendimentos clínicos
exercício da cidadania (art. 205), qualquer restrição ao acesso individualizados que, se não forem oferecidos no mesmo
a um ambiente marcado pela diversidade, que reflita a ambiente, devem ser realizados convênios para facilitação do
sociedade como ela é, como forma efetiva de preparar a pessoa atendimento da criança.
para a cidadania, seria uma “diferenciação ou preferência” que Como se estes motivos não bastassem para que a inclusão
estaria limitando “em si mesma o direito à igualdade dessas escolar revirasse o nosso quadro educacional de cabeça para
pessoas”. baixo, a fim de que o conhecêssemos pelo avesso, temos ainda
Essa norma, portanto, não se coaduna com a LDB/1996, de considerar a organização pedagógica de nossas escolas.
que diferencia a educação com base em condições pessoais do
ser humano, no caso a deficiência, admitindo a substituição do A questão das mudanças
direito de acesso à educação pelo atendimento ministrado Os caminhos propostos por nossas políticas
apenas em ambientes “especiais”. (equivocadas?) de educação continuam insistindo em “apagar
Ademais, a LDB/1996 não contempla o direito de opção incêndios”. Elas não avançam como deveriam, acompanhando
das pessoas com deficiência e de seus pais ou responsáveis, as inovações e não questionam a produção da identidade e da
limitando-se a prever as situações em que se dará a educação diferença nas escolas. Continuam mantendo um
especial, normalmente, na prática, por imposição da escola ou distanciamento das verdadeiras questões que levam à
rede. exclusão escolar.
Para esta nova corrente de interpretação jurídica da Na verdade, estamos acompanhando par e passo os países
educação para pessoas com deficiência, as escolas atualmente mais desenvolvidos em educação escolar, no que diz respeito
inscritas como “especiais” devem, então, por força desta lei, ao conhecimento das inovações educacionais e temos clareza
rever seus estatutos, pois, pelos termos da Convenção da de seus benefícios, quando devidamente adotadas pelas
Guatemala, a escola não pode se intitular de “especial”, com escolas. Afinal, vivemos em um mundo globalizado, onde as
base em diferenciações fundadas na deficiência das pessoas novidades correm, as notícias chegam rápido para todos.
que pretende receber. A Convenção da Guatemala não está Mas, mas, mas... Por que não constatamos a presença
sendo cumprida, e para esse fim, não há necessidade de dessas inovações em nosso cotidiano escolar? Onde estariam
revogação expressa da LDB/96, pois a sua revogação, no que sendo bloqueadas? O que impede que essas novidades sejam
se refere à Educação Especial, já ocorreu com a internalização bem recebidas pelos professores? Que razões existem para
da Convenção à nossa Constituição. que elas não estejam provocando modificações no modo de
Segundo os nossos juristas, nada impede, portanto, que os planejar, de executar, de avaliar os processos educativos e
órgãos responsáveis pela emissão de atos normativos quais os motivos pelos quais não estão ensejando a busca de
infralegais e administrativos relacionados à Educação alternativas de reestruturação dos currículos acadêmicos e de
(Conselhos de Educação de todos os níveis, Ministério da toda a organização do trabalho pedagógico nas escolas?
Educação e Secretarias), emitam diretrizes para a educação Penso que não levamos a sério os nossos compromissos
básica, em seus respectivos âmbitos, considerando os termos educacionais, como os outros povos, neste e em outros
da Convenção da Guatemala no Brasil, com orientações momentos de nossa história educacional. Desrespeitamos o
adequadas e suficientes para que as escolas em geral recebam que nós mesmos nos dispusemos a realizar, quando definimos
com qualidade a todas as crianças e adolescentes. nossos planos escolares, nosso planejamento pedagógico,
Em resumo, para os defensores da inclusão escolar é quando escolhemos as atividades que desenvolveremos com
indispensável que os nossos estabelecimentos de ensino nossas turmas e avaliamos o desempenho de nossos alunos e
eliminem barreiras arquitetônicas e adotem métodos e o nosso, como professores. Uma coisa é o que está escrito e
práticas de ensino adequados às diferenças dos alunos em outra coisa é o que acontece, verdadeiramente, nas salas de
geral, oferecendo alternativas que contemplem a diversidade, aula, no dia-a-dia, nas nossas rotinas de trabalho. Somos,
além de recursos de ensino e equipamentos especializados, certamente, bem pouco sinceros conosco mesmos, com a
que atendam a todas as necessidades educacionais dos comunidade escolar, com os pais e com os nossos alunos,
educandos, com e sem deficiências, mas sem discriminações principalmente!
(Mantoan, 1999, 2001; Forest, 1985). Por isso podemos ter propostas educacionais avançadas,
Todos os níveis dos cursos de formação de professores, sem precisar “suar a camisa” para colocá-las em ação.
devem sofrer modificações nos seus currículos, de modo que Uma das maiores barreiras para se mudar a educação é a
os futuros professores aprendam práticas de ensino ausência de desafios, ou melhor, a neutralização de todos os
adequadas às diferenças. desequilíbrios que eles podem provocar na nossa velha forma
O acesso a todas as séries do ensino fundamental de ensinar. E, por incrível que pareça, essa neutralização vem
(obrigatório) deve ser incondicionalmente garantido a todos. do próprio sistema que se dispõe a se modificar, que está
Para tanto, os critérios de avaliação e de promoção, com base investindo na inovação, nas reformas do ensino para melhorar
no aproveitamento escolar e previstos na LDB/1996 (art. 24), a sua qualidade.
devem ser reorganizados, de forma a cumprir os princípios Se o momento é o de enfrentar as mudanças provocadas
constitucionais da igualdade de direito ao acesso e pela inclusão escolar, logo distorcemos o sentido dessa
permanência na escola, bem como do acesso aos níveis mais inovação, até mesmo no discurso pedagógico, reduzindo-a a
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo um grupo de alunos (no caso, as pessoas com deficiência), e
a capacidade de cada um. continuamos a excluir tantos outros alunos e mesmo a
restringir a inserção dos alunos com deficiência aos que pensamentos e intenções... Temos, sim, a capacidade silenciosa
conseguem “acompanhar” as suas turmas escolares! e decisiva de enfrentar o dia-a-dia das imposições e de toda
Logo, tratamos de encontrar meios para facilitar a regulamentação e controle que nos aprisionam e
introdução de uma inovação, fazendo o mesmo que se fazia descaracterizam nossa maneira de ser e de fazer frente às
antes, mas sob uma outra designação ou em um local diferente, nossa tarefas e responsabilidades. Mas precisamos identificar
como é o caso de se incluir crianças e jovens nas salas de aula e tirar proveito dessa possibilidade.
comuns, mas com todo o staff do ensino especial por detrás, Conhecemos os argumentos pelos quais a escola
sem que com isso seja necessário rever as práticas excludentes tradicional resiste à inclusão; eles refletem a sua incapacidade
do ensino regular. Válvulas de escape como o reforço paralelo, de atuar diante da complexidade, da diversidade, da variedade,
o reforço continuado, os currículos adaptados etc, continuam do que é real nos seres e nos grupos humanos. Os alunos não
sendo modos de discriminar alunos que não damos conta de são virtuais, objetos categorizáveis. Eles existem de fato, são
ensinar e de nos escondermos de nossas próprias pessoas que provêm de contextos culturais os mais variados;
incompetências. representam diferentes segmentos sociais. Produzem e
ampliam conhecimentos e têm desejos, aspirações, valores,
A inclusão pegou as escolas de calças curtas. Esse é um sentimentos e costumes com os quais se identificam. Em uma
dado irrefutável. E o nível de escolaridade que mais parece ter palavra, esses grupos de pessoas não são criações da nossa
sido atingido por essa inovação é o ensino fundamental. razão, mas existem em lugares e tempos não ficcionais,
Uma análise desse contexto escolar é importante, se evoluem, são compostos de seres vivos, encarnados!
quisermos entender a razão de tanta dificuldade e O aluno abstrato justifica a maneira excludente de a escola
perplexidade diante da inclusão, especialmente quando o tratar as diferenças. Assim é que se estabelecem as categorias
inserido é um aluno com deficiência. É também mais uma de alunos: deficientes, carentes, comportados, inteligentes,
possibilidade de apontarmos, a razão de se propor inclusão hiperativos, agressivos e tantos mais.
escolar, com urgência e determinação, como objetivo Por essas classificações é que se perpetuam as injustiças na
primordial dos sistemas educativos. escola. Por detrás delas é que a escola se protege do aluno, na
Os alunos do ensino fundamental estão organizados por sua singularidade. Tais especificações reforçam a necessidade
séries nas escolas, o currículo é estruturado por disciplinas e o de se criarem modalidades de ensino, espaços, e programas
seu conteúdo é selecionado pelas coordenações pedagógicas, segregados, para que alguns alunos possam aprender.
pelos livros didáticos, enfim, por uma “inteligência”, que define Sem dúvida, é mais fácil gerenciar as diferenças, formando
os saberes úteis e a sequência em que devem ser ensinados, classes especiais de objetos, de seres vivos, acontecimentos,
nas escolas. fenômenos, pessoas...
Sabemos que o ensino básico como um todo, é prisioneiro Mas, como não há mal que sempre dure, o desafio da
da transmissão dos conhecimentos acadêmicos e os alunos de inclusão está desestabilizando as cabeças dos que sempre
sua reprodução, nas aulas e nas provas. A divisão do currículo defenderam a seleção, a dicotomização do ensino nas
em disciplinas como a Matemática, a Língua Portuguesa etc. modalidades especial e regular, as especializações e
fragmenta e especializa os saberes e faz de cada matéria especialistas, o poder das avaliações, da visão clínica do ensino
escolar um fim em si mesmo e não um dos meios de que e da aprendizagem. E como não há bem que sempre ature, está
dispomos para esclarecer o mundo em que vivemos e para sendo difícil manter resguardados e imunes às mudanças
entender melhor a nós mesmos. todos aqueles que colocam nos ombros dos alunos,
O tempo de aprender é o das séries escolares, porque é exclusivamente, a incapacidade de aprender.
necessário hierarquizar a complexidade do conhecimento, Os subterfúgios teóricos que distorcem propositadamente
sequenciar as etapas de sua aprendizagem, mesmo sendo este o conceito de inclusão, condicionada à capacidade intelectual,
o básico, o elementar do saber. Uma escala de valores também social e cultural dos alunos, para atender às expectativas e
é atribuída às disciplinas, em que a Matemática reina absoluta, exigências da escola precisam cair por terra com urgência
como a mais importante e poderosa, enquanto as Artes, a Porque sabemos que podemos refazer a educação escolar,
Educação Física quase sempre estão lá para trás. segundo novos paradigmas, preceitos, ferramentas,
O erro tem de ser banido, pois o que é “passado” aos alunos tecnologias educacionais.
pelo professor é uma verdade pronta, absoluta e imutável. As condições de que dispomos, hoje, para transformar a
Reprovam-se, então, os que tentam transformá-la ou estão escola nos autorizam a propor uma escola única e para todos,
processando a sua construção, autonomamente. em que a cooperação substituirá a competição, pois o que se
Com esse perfil organizacional, podemos imaginar o pretende é que as diferenças se articulem e se componham e
impacto da inclusão na maioria das escolas, especialmente que os talentos de cada um sobressaiam.
quando se entende que incluir é não deixar ninguém de fora da Nós, professores, temos de retomar o poder da escola que
escolar regular, ou seja, ensinar a todos os alunos, deve ser exercido pelas mãos dos que fazem, efetivamente,
indistintamente! acontecer a educação. Combater a descrença e o pessimismo
É como se o espaço escolar fosse de repente invadido e dos acomodados e mostrar que a inclusão é uma grande
todos os seus domínios tomados de assalto. A escola se sente oportunidade para que alunos, pais e educadores demonstrem
ameaçada por tudo o que ela criou para se proteger da vida que as suas competências, poderes e responsabilidades
existe para além de seus muros e paredes – novos saberes, educacionais.
novos alunos, outras maneiras de resolver problemas, de É inegável que as ferramentas estão aí, para que as
avaliar a aprendizagem, outras “artes de fazer”, como nos diria mudanças aconteçam e para que reinventemos a escola,
Michel de Certeau, um autor que todos nós, professores, “desconstruindo” a máquina obsoleta que a dinamiza, os
deveríamos de conhecer a fundo. Este pensador francês, não conceitos sobre os quais ela se fundamenta, os pilares teórico-
conformista, nos deixou uma obra original, em que destacou a metodológicos em que ela se sustenta.
criatividade das pessoas em geral, oculta em um emaranhado Os pais podem ser nossos grandes aliados na reconstrução
de táticas e astúcias, que inventam para si mesmos, com a da nova escola brasileira. Eles são uma força estimuladora e
finalidade de reagir, de uma maneira própria e sutil ao reivindicadora dessa tão almejada recriação da escola,
cotidiano de suas vidas. A invenção do cotidiano, como ele exigindo o melhor para seus filhos, com e sem deficiências, e
nomeou um de seus livros, é o que fazemos para sair da não se contentando com projetos e programas que continuem
passividade, da rotina costumeira e das estratégias que vêm de batendo nas mesmas teclas e/ou maquiam o que sempre
cima para disciplinar o nosso comportamento, os nossos existiu.
As razões para se justificar a inclusão escolar, no nosso educacionais que se especializam em todos os alunos, não
cenário educacional não se esgotam nas questões que apenas em alguns deles, os alunos com deficiência.
levantamos e comentamos neste capítulo.
A inclusão também se legitima, porque a escola para A inclusão é uma inovação que implica em um esforço de
muitos alunos é o único espaço de acesso aos conhecimentos. modernização e de reestruturação das condições atuais da
É o lugar que vai lhes proporcionar condições de se maioria de nossas escolas, especialmente as de nível básico, a
desenvolver e de se tornar um cidadão, alguém com identidade que se chegar, quando a escola comum assume que as
social e cultural que lhes confere oportunidades de ser e de dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas
viver dignamente. resultam em grande parte do modo como o ensino é
Incluir é necessário, primordialmente, para melhorar as ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada.
condições da escola de modo que nela se possam formar Para mudar as condições excludentes de ensino de nossas
gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, escolas enfrentam-se inúmeros desafios. Eu, particularmente,
livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos sou muito criticada pelo meu radicalismo, ao condenar as
contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de medidas pelas quais as escolas têm reagido às diferenças.
pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate Conheço a escola por dentro e aprendi a entendê-la,
de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança vivenciando o seu cotidiano. Falo da escola e não sobre a escola
estigmatizada, sem motivos. e, assim sendo, sou bastante segura ao denunciar o velho e ao
Confirma-se, ainda, mais uma razão de ser da inclusão - um sugerir a sua revitalização.
motivo a mais para que a educação se atualize e para que os Recentemente, ao proferir uma palestra para um grupo de
professores aperfeiçoem as suas práticas e para que escolas professores, quiseram me apertar contra a parede! No
públicas e particulares se obriguem a um esforço de momento das perguntas, senti que não seria fácil conter a “ira”
modernização e de reestruturação de suas condições atuais a dos que se aproveitam desse espaço para colocar em apuros os
fim de responderem às necessidades de cada um de seus palestrantes e ganhar a plateia com posições contrárias à
alunos, em suas especificidades, sem cair nas malhas da mesa.
educação especial e suas modalidades de exclusão. Um jovem professor tomou a palavra e me disse: “A escola
a que a professora está se referindo não é uma utopia? Uma
Inclusão: como fazer? fantasia, ou melhor, a escola ideal? Nós enfrentamos todos os
Neste parte, vamos tratar das condições que contribuem dias a realidade das nossas escolas e acho que estamos falando
para que as escolas se tornem espaços vivos de acolhimento e de escolas muito diferentes, não acha?”
de formação para todos os alunos e de como transformá-las em Eu respondi-lhe assim: “Professor, penso que é exatamente
ambientes educacionais verdadeiramente inclusivos. A o contrário. Quem está sempre falando e imaginando a escola
intenção é ressaltar o que é típico de uma escola em que todas ideal me parece que é o senhor e tantos outros que me julgam
os alunos são bem-vindas, indiscriminadamente. utópica, idealista! Eu falo de um aluno que existe,
Não adianta, contudo, admitir o acesso de todos às escolas, concretamente, que se chama Pedro, Ana, André... Eu trabalho
sem garantir o prosseguimento da escolaridade, até o nível que com as peculiaridades de cada um e considerando a
cada aluno for capaz de atingir. Ao contrário do que alguns singularidade de todas as suas manifestações intelectuais,
ainda pensam, não há inclusão, quando a inserção de um aluno sociais, culturais, físicas. Trabalho com alunos de carne e osso.
é condicionada à matrícula em uma escola ou classe especial. Não tenho alunos ideais, tenho, simplesmente, alunos e não
A inclusão deriva de sistemas educativos que não são almejo uma escola ideal, mas a escola, tal como se apresenta,
recortados nas modalidades regular e especial, pois essas se em suas infinitas formas de ser. Não me surpreende a criança,
destinam a receber alunos aos quais impomos uma identidade, o jovem e o adulto nas suas diferenças, pois não conto com
uma capacidade de aprender, de acordo com suas padrões e modelos de alunos “normais “que aprendemos a
características pessoais. definir, nas teorias que estudamos. Se eu estivesse me
Infelizmente, não estamos caminhando decisivamente na baseando nessa escola idealizada, não teria a resistência de
direção da inclusão, por falta de políticas públicas de educação tantos, pois estaria continuando a falar de uma escola
apontadas para esses novos rumos, ou por outros motivos imaginada pela maioria, em que, certamente, não cabem todos
menos abrangentes, mas relevantes, como pressões os alunos, só os que se encaixam em nossos pretensos modelos
corporativas, ignorância dos pais, acomodação dos e estereótipos!
professores. A escola real, ou seja, aquela que não queremos encarar,
Por isso, sou clara ao afirmar que falta muita vontade de coloca-nos, entre muitas outras, estas questões de base, que
virar a mesa, ou melhor, de virar a escola do avesso e já faz insisto em colocar: muda a escola ou mudam os alunos, para se
tempo que estamos retendo essa possibilidade de ajustarem às suas velhas exigências? Ensino especializado em
revolucionar os nossos sistemas educacionais, em favor de todos os alunos ou ensino especial para algumas? Professores
uma educação mais humana, mais democrática. que se aperfeiçoam para exercer suas funções, atendendo às
Inovar não tem necessariamente o sentido do inusitado. As peculiaridades de todos os alunos, ou professores
grandes inovações são muitas vezes a concretização do óbvio, especializados para ensinar aos que não aprendem e aos que
do simples, do que é possível fazer, mas que precisa ser não sabem ensinar?
desvelado, para que possa ser compreendido por todos e Do meu ponto de vista, é preciso mudar a escola e mais
aceito sem muitas resistências, senão aquelas que dão brilho e precisamente o ensino nelas ministrado. A escola aberta a
vigor ao debate das novidades. todos é o grande alvo e, ao mesmo tempo, o grande problema
Nas redes de ensino público e particular que resolveram da educação nestes novos tempos.
adotar medidas includentes de organização escolar, as Mudar a escola é enfrentar muitas frentes de trabalho,
mudanças podem ser observadas sob três ângulos: o dos cujas tarefas fundamentais, do meu ponto de vista, são:
desafios provocados por essa inovação, o das ações no sentido
de efetivá-la nas turmas escolares, incluindo o trabalho de • recriar o modelo educativo escolar, tendo como eixo o
formação de professores; e, finalmente, o das perspectivas que ensino para todos;
se abrem à educação escolar, a partir de sua implementação. • reorganizar pedagogicamente as escolas, abrindo espaços
No começo de tudo está o princípio democrático da para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade
educação para todos. E ele só se evidencia nos sistemas e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por
professores, administradores, funcionários e alunos, porque são são capazes de aprender hoje e o que podemos lhes oferecer
habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania; de melhor para que se desenvolvam em um ambiente rico e
• garantir aos alunos tempo e liberdade para aprender e um verdadeiramente estimulador de suas potencialidades.
ensino que não segrega e reprova a repetência; Em uma palavra, as escolas de qualidade são espaços
• formar, aprimorar continuamente e valorizar o professor educativos de construção de personalidades humanas
para que tenha condições e estímulo para ensinar a turma toda, autônomas, críticas, nos quais os alunos aprendem a ser
sem exclusões e exceções; pessoas. Nesses ambientes educativos ensinam-se os alunos a
valorizar a diferença pela convivência com seus pares, pelo
Essas tarefas serão comentadas a seguir. exemplo dos professores, pelo ensino ministrado nas salas de
aula, pelo clima socioafetivo das relações estabelecidas em
Recriar o modelo educativo toda a comunidade escolar - sem tensões competitivas,
Não se pode encaixar um projeto novo, como é o caso da solidário, participativo. Escolas assim concebidas não excluem
inclusão, em uma velha matriz de concepção escolar; daí a nenhum aluno de suas classes, de seus programas, de suas
necessidade de se recriar o modelo educacional vigente. aulas, das atividades e do convívio escolar mais amplo. São
As escolas que reconhecem e valorizam as diferenças têm contextos educacionais em que todos os alunos têm
projetos inclusivos de educação e o ensino que ministram possibilidade de aprender, frequentando uma mesma e única
difere radicalmente do proposto para atender às turma.
especificidades dos educandos que não conseguem Essas escolas são, realmente abertas às diferenças e
acompanhar seus colegas de turma, por problemas que vão capazes de ensinar a turma toda. A possibilidade de se ensinar
desde as deficiências até outras dificuldades de natureza todos os alunos, sem discriminações e sem métodos e práticas
relacional, motivacional, cultural dos alunos. Nesse sentido, do ensino especializado deriva de uma reestruturação do
elas contestam e não adotam o que é tradicionalmente projeto pedagógico-escolar como um todo e das reformulações
utilizado para dar conta das diferenças nas escolas: as que esse projeto exige da escola, para que esta se ajuste a
adaptações de currículos, a facilitação das atividades, além dos novos parâmetros de ação educativa.
programas para reforçar aprendizagens, ou mesmo para
acelerá-las, em casos de defasagem idade/séries escolares. Reorganizar as escolas – aspectos pedagógicos e
Superar o sistema tradicional de ensinar é um propósito administrativos
que temos de efetivar com toda a urgência, nas salas de aula. Para universalizar o acesso, ou seja, a inclusão de todos,
Essa superação refere-se ao que ensinamos aos nossos alunos incondicionalmente, nas turmas escolares e democratizar a
e ao como ensinamos para que eles cresçam e se desenvolvam, educação, muitas mudanças já estão acontecendo em algumas
sendo seres éticos, justos e revolucionários, pessoas que têm escolas e redes públicas de ensino - vitrines que expõem o
de reverter uma situação que não conseguimos resolver sucesso da inclusão.
inteiramente: mudar o mundo e torná-lo mais humano. Recriar A reorganização das escolas depende de um encadeamento
esse modelo tem a ver com o que entendemos como qualidade de ações que estão centradas no projeto político-pedagógico.
de ensino. Esse projeto, que já se chamou de plano de curso e de outros
Infelizmente ainda vigora a visão conservadora de que as nomes parecidos, é uma ferramenta de vital importância para
escolas de qualidade são as que enchem as cabeças dos alunos que as diretrizes gerais da escola sejam traçadas com realismo
com datas, fórmulas, conceitos justapostos, fragmentados. A e responsabilidade. Não faz parte da cultura escolar a
qualidade desse ensino resulta do primado e da proposição de um documento de tal natureza e extensão,
supervalorização do conteúdo acadêmico em todos os seus elaborado com autonomia e participação de todos os
níveis. Persiste a ideia de que as escolas consideradas de segmentos que a compõem. Ele parte do diagnóstico da
qualidade são as que centram a aprendizagem no racional, no demanda, penetra fundo nos pontos positivos e fracos dos
aspecto cognitivo do desenvolvimento e que avaliam os trabalhos desenvolvidos, define prioridades de atuação,
alunos, quantificando respostas-padrão. Seus métodos e objetivos, propõe iniciativas, ações, com metas e responsáveis
práticas preconizam a exposição oral, a repetição, a para coordená-las.
memorização, os treinamentos, o livresco, a negação do valor Os dados do projeto-político pedagógico esclarecem o
do erro. São aquelas escolas que estão sempre preparando o diretor, os professores, coordenadores, funcionários e pais
aluno para o futuro: seja este a próxima série a ser cursada, o sobre a clientela, os recursos, humanos e materiais, de que a
nível de escolaridade posterior, os exames vestibulares para a escola dispõe.
Universidade! Os currículos, a formação das turmas, as práticas de ensino,
Uma escola se distingue por um ensino de qualidade, capaz a avaliação são aspectos da organização pedagógica das
de formar pessoas, nos padrões requeridos por uma sociedade escolas e serão revistos e modificados com base no que for
mais evoluída e humanitária, quando consegue aproximar os definido pelo projeto político pedagógico de cada escola. Sem
alunos entre si, tratar as disciplinas como meios de conhecer os conhecimentos levantados por esse projeto é impossível
melhor o mundo e as pessoas que nos rodeiam e ter como elaborar currículos que reflitam o meio social e cultural do
parceiras as famílias e a comunidade na elaboração e alunado.
cumprimento do projeto escolar. Para se integrar áreas do conhecimento e se atingir a
Tem-se um ensino de qualidade a partir de condições de concepção transversal de novas propostas não disciplinares de
trabalho pedagógico que implicam em formação de redes de organização curricular, o sentido das disciplinas acadêmicas
saberes e de relações, que se enredam por caminhos muda – elas passam a ser meios e não fins em si mesmas. O
imprevisíveis para chegar ao conhecimento; existe ensino de estudo das disciplinas partirá das experiências de vida dos
qualidade quando as ações educativas se pautam por alunos, os seus saberes e fazeres, significados, vivências para
solidariedade, colaboração, compartilhamento do processo chegar à sistematização dos conhecimentos.
educativo com todos os que estão direta ou indiretamente nele Como essas experiências variam entre os alunos, mesmo
envolvidos. sendo membros de uma mesma comunidade, a implantação
A aprendizagem nessas circunstâncias é acentrada, ora dos ciclos de formação é uma solução justa e muito adequada
sobressaindo o lógico, o intuitivo, o sensorial, ora os aspectos para se mudar os critérios de agrupamento escolar atuais.
social e afetivo dos alunos. Nas práticas e métodos Embora ainda pouco compreendidos pelos professores e pais,
pedagógicos predominam a experimentação, a criação, a por ser uma novidade e por não ter sido bem explicado em
descoberta, a coautoria do conhecimento. Vale o que os alunos seus fins, os ciclos tiveram seus objetivos esvaziados e
distorcidos. Foram confundidos com junção de séries Ao serem modificados os rumos da administração escolar,
escolares, como exemplo: 1º ciclo compreendendo a junção da os papéis e a atuação do diretor, coordenadores, supervisores
1ª e 2ª séries e assim por diante. e funcionários perdem o caráter controlador, fiscalizador e
Os ciclos de formação provocam mudanças na avaliação do burocrático de suas funções e readquirem teor pedagógico,
desempenho escolar dos alunos, ao concederem-lhes mais deixando de existir os motivos pelos quais esses profissionais
tempo para aprender, eliminando a seriação e articulando o ficam confinados em seus gabinetes, sem tempo para conhecer
processo de aprendizagem com o ritmo e condições de e participar mais intensiva e diretamente do que acontece nas
desenvolvimento dos aprendizes. salas de aula e demais ambientes educativos das escolas.
O ensino individualizado/diferenciado para os alunos que
apresentam déficits intelectuais, problemas de aprendizagem Ensinar a turma toda – sem exceções e exclusões
é uma solução que não corresponde aos princípios inclusivos, Para ensinar a turma toda, parte-se do fato de que os
pois não podemos diferenciar um aluno pela sua deficiência, alunos sempre sabem alguma coisa, de que todo educando
como já nos referimos no capítulo em que tratamos das pode aprender, mas no tempo e do jeito que lhe são próprios.
questões legais da inclusão e nos remetemos à Convenção da Além do mais, é fundamental que o professor nutra uma
Guatemala. Na visão inclusiva, o ensino diferenciado continua elevada expectativa em relação à capacidade dos alunos de
segregando e discriminando os alunos dentro e fora das salas progredir e não desista nunca de buscar meios que possam
de aula. ajudá-los a vencer os obstáculos escolares.
A inclusão não prevê a utilização de métodos e técnicas de O sucesso da aprendizagem está em explorar talentos,
ensino específicas para esta ou aquela deficiência e/ou atualizar possibilidades, desenvolver predisposições naturais
dificuldade de aprender. Os alunos aprendem nos seus limites de cada aluno. As dificuldades e limitações são reconhecidas,
e se o ensino for, de fato, de boa qualidade, o professor levará mas não conduzem/restringem o processo de ensino, como
em conta essa condição e explorará convenientemente as comumente acontece.
possibilidades de cada um. Não se trata de uma aceitação Como não me canso de dizer, ensinar, atendendo às
passiva do desempenho escolar, mas de agirmos com realismo diferenças dos alunos, mas sem diferenciar o ensino para cada
e coerência e admitirmos que as escolas existem para formar um, depende, entre outras condições, de se abandonar um
as novas gerações, e não apenas alguns de seus futuros ensino transmissivo e de se adotar uma pedagogia ativa,
membros, os mais capacitados e privilegiados. dialógica, interativa, integradora, que se contrapõe a toda e
Eis aí um grande desafio a ser enfrentado quando nos qualquer visão unidirecional, de transferência unitária,
propomos a reorganizar as escolas, cujo paradigma é individualizada e hierárquica do saber.
meritocrático, elitista, condutista, e baseado na transmissão
dos conhecimentos, não importa o quanto estes possam ser A educação não disciplinar (Gallo, 1999), reúne essas
acessíveis ou não aos alunos. condições, ao propor:
É certo que não se consegue predeterminar a extensão e a - rompimento das fronteiras entre as disciplinas
profundidade dos conteúdos a serem construídos pelos curriculares;
alunos, nem facilitar/adaptar as atividades escolares para - formação de redes de conhecimento e de significações, em
alguns, porque somos incapazes de prever, de antemão, as contraposição a currículos conteudistas, a verdades prontas e
dificuldades/ facilidades que cada um poderá encontrar para acabadas, listadas em programas escolares seriados;
realizá-las. Porque é o aluno que se adapta ao novo - integração de saberes, decorrente da transversalidade
conhecimento e só ele pode regular o processo de construção curricular e que se contrapõe ao consumo passivo de
intelectual. A maioria dos professores não pensa assim e nem informações e de conhecimentos sem sentido.
é alertada para esse fato e se apavora, com razão, ao receber - policompreensões da realidade;
alunos com deficiência ou com problemas de aprendizagem - descoberta, inventividade e autonomia do sujeito, na
em suas turmas, pois prevê como será difícil dar conta das conquista do conhecimento;
diferenciações que um pretenso ensino inclusivo lhes exigirá. - ambientes polissêmicos, favorecidos por temas de estudo
Uma outra situação, que implica em recriação dos espaços que partem da realidade, da identidade social e cultural dos
educativos de trabalho escolar é a que diz respeito ao trabalho alunos, contra toda a ênfase no primado do enunciado
em sala de aula, ainda muito marcado pela individualização desencarnado e no conhecimento pelo conhecimento.
das tarefas, neste caso, pelo próprio aluno, que trabalha na
maior parte do tempo sozinho e solitário, em sua carteira, O ponto de partida para se ensinar a turma toda, sem
mesmo que as atividades sejam comuns a todos. Ao propiciar diferenciar o ensino para cada aluno ou grupo de alunos é
uma reviravolta nesse sentido, por meio de experiências de entender que a diferenciação é feita pelo aluno, ao aprender e
trabalho coletivo, em pequenos grupos e diversificados, não pelo professor, ao ensinar! Essa inversão é fundamental
exercitamos: (1) a capacidade de decisão dos alunos diante da para que se possa ensinar a turma toda, naturalmente, sem
escolha de tarefas; (2) a divisão e o compartilhamento das sobrecarregar inutilmente o professor (para produzir
responsabilidades com seus pares; (3) o desenvolvimento da atividades e acompanhar grupos diferentes de alunos) e
cooperação; (4) o sentido e a riqueza da produção em grupo; alguns alunos (para que consigam se “igualar” aos colegas de
(5) o reconhecimento da diversidade dos talentos humanos e turma).
a valorização do trabalho de cada pessoa para a consecução de Buscar essa igualdade como produto final da
metas que lhes são comuns. aprendizagem é fazer educação compensatória, em que se
Um hábito extremamente útil e natural, e que tem sido acredita na superioridade de alguns, inclusive a do professor;
muito pouco promovido nas escolas, é o de os alunos se e na inferioridade de outros alunos, que são menos dotados,
apoiarem mutuamente, nas atividades de sala de aula. menos informados e esclarecidos, desde o início do processo
A reorganização administrativa e os papéis de aprendizagem curricular.
desempenhados pelos membros da organização escolar são O mito de que o professor é o que tem a chave do saber
outros alvos a serem alcançados. para melhor explicar e dosar os conhecimentos que o aluno
A descentralização da gestão administrativa parece ser vai/deve aprender precisa cair. Defendemos um ensino que
uma questão central, pois é condição para que se promova emancipa e não submete os alunos intelectualmente.
uma maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira Debates, pesquisas, registros escritos/falados, observação,
de recursos materiais e humanos das escolas, por meio dos vivências são alguns processos pedagógicos indicados para a
Conselhos, Colegiados, Assembleias de pais e de alunos. realização das atividades escolares. Tais processos dependem
dos conteúdos curriculares para esclarecer os assuntos em escolhido. Aumenta as diferenças, acentua as desigualdades,
estudo, mas os conteúdos são sempre considerados como justificando o fracasso escolar, como problema do aluno.
meios e não como fins do ensino escolar.
Suprimir o caráter classificatório de notas, provas e E a atuação do professor?
substituí-lo por uma visão diagnóstica da avaliação escolar é A maioria dos professores têm uma visão funcional do
indispensável, quando se ensina a turma toda. Para ser ensino e tudo o que ameaça romper o esquema de trabalho
coerente com essa novidade, o professor priorizará a avaliação prático que aprenderam a aplicar em suas salas de aula é
do desenvolvimento das competências dos alunos, diante de inicialmente rejeitado. Também reconhecemos que inovações
situações–problema em detrimento da memorização de educacionais como a inclusão abalam a identidade profissional
informações e da reprodução de conhecimentos, sem e o lugar conquistado pelos professores em uma dada
compreensão, cujo objetivo é tirar boas notas e ser promovido. estrutura ou sistema de ensino, atentando contra a
O tempo de construção de uma competência varia de aluno experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para
para aluno e sua evolução é percebida por meio da mobilização adquiri-los.
e aplicação do que o aluno aprendeu ou já sabia para chegar à O professor que ensina a turma toda não tem o falar, o
soluções pretendidas. copiar e o ditar como recursos didático-pedagógicos básicos.
A avaliação é também um instrumento de aperfeiçoamento Ele não é um professor palestrante, identificado com a lógica
e depuração do ensino e, quando a tornarmos mais adequada de distribuição do ensino e que pratica a pedagogia
e eficiente, diminuiremos substancialmente o número de unidirecional do ‘A’ para ‘B’ e do ‘A ‘sobre ‘B’, como afirmou
alunos excluídos das escolas. Paulo Freire, nos idos de 1978, mas aquele que partilha com
seus alunos a construção/autoria dos conhecimentos
Para se ensinar a turma toda vamos contra certas práticas produzidos em uma aula.
consagradas nas escolas: O ensino expositivo foi banido da sua sala de aula, onde
todos interagem e constroem ativamente conceitos, valores,
- propor trabalhos coletivos, que nada mais são do que atitudes. Esse professor explora os espaços educacionais com
atividades individuais realizadas ao mesmo tempo pela turma; seus alunos, buscando perceber o que cada um deles consegue
- ensinar com ênfase nos conteúdos programáticos da série; apreender do que está sendo estudado e como procedem ao
- adotar o livro didático, como ferramenta exclusiva de avançar nessa exploração.
orientação dos programas de ensino; Certamente um professor que engendra e participa da
- servir-se da folha mimeografada ou xerocada para que caminhada do saber com seus alunos consegue entender
todos os alunos as preencham ao mesmo tempo, respondendo às melhor as dificuldades e as possibilidades de cada um e
mesmas perguntas, com as mesmas respostas; provocar a construção do conhecimento com maior
- propor projetos de trabalho totalmente desvinculados das adequação.
experiências e do interesse dos alunos, que só servem para Ensinar a turma toda reafirma a necessidade de se
demonstrar a pseudo adesão do professor às inovações; promoverem situações de aprendizagem que formem um
- organizar de modo fragmentado o emprego do tempo do tecido colorido de conhecimento, cujos fios expressam
dia letivo para apresentar o conteúdo estanque desta ou diferentes possibilidades de interpretação e de entendimento
daquela disciplina e outros expedientes de rotina das salas de de um grupo de pessoas que atua cooperativamente.
aula; Os diferentes significados que os alunos atribuem a um
- considerar a prova final, como decisiva na avaliação do dado objeto de estudo e as suas representações vão se
rendimento escolar do aluno. expandindo e se relacionando e revelam, pouco a pouco, uma
construção original de ideias que integra as contribuições de
Essas práticas configuram o velho e conhecido ensino para cada um, antes.
alguns alunos - e para alguns, em alguns momentos, algumas Sem estabelecer uma referência, sem buscar o consenso,
disciplinas, atividades e situações de sala de aula. mas investindo nas diferenças e na riqueza de um ambiente
É assim que a exclusão se alastra e se perpetua, atingindo que confronta significados, desejos, experiências, o professor
a todos os alunos, não apenas os que apresentam uma deve garantir a liberdade e a diversidade das opiniões dos
dificuldade maior de aprender ou uma deficiência específica. alunos.
Há alunos que rejeitam propostas descontextualizadas de O professor, da mesma forma, não procurará eliminar as
trabalho escolar, sem sentido e atrativos intelectuais; eles diferenças em favor de uma suposta igualdade do alunado, que
protestam a seu modo, contra um ensino que não os desafia e é tão almejada pelos que apregoam a (falsa) homogeneidade
não atende às suas motivações e interesses pessoais. das salas de aula. Antes, estará atento à singularidade das
O ensino seletivo é ideal para gerar indisciplina, vozes que compõem a turma, promovendo o diálogo entre elas,
competição, discriminação, preconceitos e para categorizar os contrapondo-as, complementando-as.
bons e os maus alunos, por critérios que são, no geral,
infundados. Preparar-se para ser um professor inclusivo?
As desigualdades tendem a se agravar quanto mais O argumento mais frequente dos professores, quando
especializamos o ensino para alguns alunos. Essa resistem à inclusão é não estarem/não terem sido preparados
desigualdade, que no geral se inicia no âmbito escolar, para esse trabalho. Tentarei discutir essa preparação na
expande-se para outros domínios e áreas, marcando formação inicial e em serviço, sempre baseada em minha
indelevelmente as pessoas atingidas. experiência de formadora, nessas duas opções.
Não se pode imaginar uma educação para todos, quando Há uma cisão entre o que os professores aprendem e o que
caímos na tentação de constituir grupos de alunos por séries, colocam em prática nas suas salas de aula.
por níveis de desempenho escolar e determinamos para cada Na formação em serviço, os professores reagem
nível objetivos... E, mais ainda, quando encaminhamos os que inicialmente à metodologia que tenho adotado, porque estão
não cabem em nenhuma dessas determinações para classes e habituados a aprender de maneira fragmentada e
escolas especiais, argumentando que o ensino para todos não essencialmente instrucional. Eles esperam uma preparação
sofreria distorções de sentido em casos como esses! para ensinar os alunos com deficiência e/ou dificuldades de
Essa compreensão equivocada da escola inclusiva acaba aprendizagem e de indisciplina, ou melhor, uma formação que
instalando cada criança em um locus escolar, arbitrariamente lhes permita aplicar esquemas de trabalho pedagógico pré-
definidos às suas salas de aula, garantindo-lhes a solução dos
problemas que presumem encontrar nas escolas ditas para transformar a escola, na perspectiva de uma abertura
inclusivas. Grande parte desses profissionais concebem a incondicional às diferenças e de um ensino de qualidade.
formação como sendo mais um curso de extensão, de Idealizei, em 1991, um projeto de formação em serviço que
especialização com uma terminalidade e com um certificado tem sido adotado por redes de ensino públicas e escolas
que lhes convalide a capacidade de ser um professor inclusivo. particulares brasileiras até então.
Não se trata de uma visão ingênua do que significa ser um A cooperação, a autonomia intelectual e social, a
professor qualificado para o ensino inclusivo, mas uma aprendizagem ativa são condições que propiciam o
concepção equivocada do que é uma formação em serviço e do desenvolvimento global de todos os professores, no processo
que significa a inclusão escolar. Mais uma vez a imprecisão de de aprimoramento profissional.
conceitos distorce a finalidade de ações que precisam ser Como se considera o professor uma referência para o aluno
concretizadas com urgência e muita clareza de propósitos, e não apenas um mero instrutor, a formação enfatiza a
retardando a inclusão. importância de seu papel tanto na construção do
Por que os professores reagem, inicialmente à formação conhecimento, como na formação de atitudes e valores do
em serviço, aos meus moldes de trabalho? cidadão. Assim sendo, a formação vai além dos aspectos
instrumentais de ensino.
Tenho algumas hipóteses: Assim como qualquer aluno, os professores não aprendem
a) por terem internalizado o papel de praticantes, eles no vazio. Por isso a proposta de formação parte do “saber
esperam que os formadores lhes ensinem a trabalhar, na fazer” desses profissionais, que já possuem conhecimentos,
prática, com turmas de alunos heterogêneas, a partir de aulas, experiências, crenças, esquemas de trabalho, ao entrar em
manuais, regras, transmitidas e conduzidas por formadores, do contato com a inclusão ou qualquer outra inovação
mesmo modo como ensinam, nas salas de aula; educacional.
b) acreditam que os conhecimentos que lhes faltam para O exercício constante de reflexão e o compartilhamento de
ensinar alunos com deficiência ou dificuldade de aprender ideias, sentimentos, ações entre os professores, diretores,
referem-se primordialmente à conceituação, etiologia, coordenadores da escola é um dos pontos chave do
prognósticos das deficiências/problemas de aprendizagem e aprimoramento em serviço Esse exercício é feito sobre as
que precisam conhecer e saber aplicar métodos e técnicas experiências concretas, os problemas reais, as situações do
específicas para a aprendizagem escolar desses alunos, se dia-a-dia que desequilibram o trabalho, nas salas de aula. Eles
tiverem de “aceitá-los” em suas salas de aula; constituem a matéria-prima das mudanças pretendidas pela
c) querem obter, o mais rápido possível, conhecimentos que formação.
resolvam problemas pontuais a partir de regras gerais. No questionamento da própria prática, nas comparações,
na análise das circunstâncias e dos fatos que provocam
Os dirigentes das redes de ensino têm expectativas perturbações e/ou respondem pelo sucesso escolar, os
semelhantes quando nos solicitam essa formação, pois estão professores vão definindo, pouco a pouco, as suas “teorias
habituados a cursos que se realizam segundo outros moldes de pedagógicas”. A intenção é que os professores sejam capazes
trabalho. de explicar o que antes só sabiam reproduzir, a partir do que
Se, de um lado, é preciso continuar investindo aprendiam em cursos, oficinas, palestras, exclusivamente. A
maciçamente na direção da formação de profissionais proposta incentiva os professores a interagirem com seus
qualificados; de outro, não se pode descuidar da realização colegas regularmente, a estudarem juntos e que estejam
dessa formação e estar atento ao modo pelo qual os abertos a colaborar, com seus pares, na busca dos caminhos
professores aprendem para se profissionalizar e para pedagógicos da inclusão.
aperfeiçoar seus conhecimentos pedagógicos, assim como O fato de professores fundamentarem suas práticas e
reagem às novidades, aos novos possíveis educacionais. argumentos pedagógicos no senso comum dificulta a
No caso de uma formação inicial e continuada direcionada explicitação dos problemas de aprendizagem. Essa dificuldade
à inclusão escolar estamos diante de uma proposta de trabalho pode mudar o rumo da trajetória escolar de alunos que muitas
que não se encaixa em uma especialização, extensão, vezes são encaminhados indevidamente para as modalidades
atualização de conhecimentos pedagógicos. Ensinar, na do ensino especial e outras opções segregativas de
perspectiva inclusiva significa ressignificar o papel do atendimento educacional.
professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas Daí a necessidade de se formarem grupos de estudos nas
que são usuais, no contexto excludente do nosso ensino, em escolas, para a discussão e a compreensão dos problemas
todos os seus níveis. Como já nos referimos anteriormente, a educacionais, à luz do conhecimento científico e
inclusão escolar não cabe em um paradigma tradicional de interdisciplinarmente, se possível. Os grupos são organizados
educação e assim sendo, uma preparação do professor nessa espontaneamente pelos próprios professores, no horário em
direção requer um design diferente das propostas de que estão nas escolas. Essas reuniões têm como ponto de
profissionalização existentes e de uma formação em serviço partida, as necessidades e interesses comuns de alguns
que também muda, porque as escolas não serão mais as professores de esclarecer situações e de aperfeiçoar o modo
mesmas, se abraçarem esse novo projeto educacional. como trabalham nas salas de aula.
Essa reviravolta, que é bem mais complexa do que se pensa O foco da formação é o desenvolvimento da competência
na preparação de professores para a inclusão, ainda não foi de resolver problemas pedagógicos. Analisa-se, então, como o
bem assimilada pelos que elaboram políticas públicas de ensino está sendo ministrado e a construção do conhecimento
educação, pelos que planejam ações para concretizá-las e é por pelos alunos, pois esses processos interagem e esses dois lados
essas e outras razões que estão sendo oferecidos cursos de - ensino e aprendizagem - devem ser avaliados sempre que se
especialização lato sensu, sobre educação inclusiva e que se quiser esclarecê-los.
sugere a inserção da disciplina Educação Inclusiva em cursos Participam regularmente dos grupos de formação de cada
de formação de professores e profissionais de áreas afins: escola os professores, o seu diretor, coordenador, mas há
Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional também os grupos que se formam entre professores de
e outras. Falta apenas ser criada uma habilitação específica nos diversas escolas, que estejam interessados em um mesmo
Cursos de Pedagogia! tema de estudo, como, por exemplo, a indisciplina, a
Por tudo isso temos de ficar cada vez mais atentos, sexualidade, a ética e a violência, a avaliação e outros assuntos
questionando o que existe mas, ao mesmo tempo, pertinentes.
apresentando outras maneiras de se preparar profissionais
A equipe responsável pela coordenação da formação nas Os coordenadores da escola diferem muito dos
escolas é constituída por professores, coordenadores sediados coordenadores dos centros de formação. Estes são
nas redes de ensino e por parceiros de Secretarias afins: Saúde, profissionais que existem para que todas as situações
Esportes, Cultura e outras. problemáticas sejam enfrentadas e para que, de fato, as
Algumas redes de ensino criaram centros de gestão da mudanças no ensino se concretizem com mais facilidade e com
proposta educacional da rede e de apoio e atualização dos maior isenção de vieses pessoais, como os já citados.
professores. Esses núcleos representam um avanço na nova Quero deixar claro que cursos, oficinas e outros eventos de
direção de formação em serviço, pois além de sediar ações de atualização e de aperfeiçoamento são indicados, mas quando
aprimoramento da rede, promovendo eventos de pequeno, correspondem a uma necessidade de grupos de professores,
médio e grande porte, como workshops, seminários, que têm necessidade de certos conhecimentos, para melhorar
entrevistas, com especialistas, fóruns e outras atividades. Eles sua atuação, diante de assuntos muito particularizados. Nesses
reúnem os profissionais que atendem (individualmente ou em casos, parcerias das redes de ensino com grupos de
pequenos e grandes grupos) os professores, nas suas pesquisa/professores das Universidades e com profissionais
respectivas escolas, os pais e a comunidade. A criação desses especializados são indicadas. Mas não se pode excluir a
centros é uma maneira de nortear as ações educativas possibilidade de esses cursos serem oferecidos também por
propostas pelas escolas através de seus projetos político- professores da própria rede de ensino, que são convidados
pedagógicos. pelo núcleo/centro, por reconhecimento do valor da
Os profissionais que fazem parte do quadro dos centros contribuição a ser propiciada aos colegas interessados.
são supervisores de ensino, e coordenadores pedagógicos O sucesso desta proposta nas escolas aponta como
externos às escolas, que dão sustentação aos professores e às indicadores: (1) o reconhecimento e a valorização das
equipes das unidades escolares, para que possam alcançar diferenças, como elemento enriquecedor do processo de
seus objetivos, ultrapassando as barreiras que os impedem de ensino e aprendizagem; (2) professores conscientes do modo
realizar o que definiram em seus projetos de trabalho. Eles como atuam, para promover a aprendizagem de todos os
visitam as escolas semanalmente e atendem a três ou quatro alunos; (3) cooperação entre os implicados no processo
delas, no máximo. educativo - dentro e fora da escola; (4) valorização do processo
Tenho verificado com frequência que os cursos e demais sobre o produto da aprendizagem; (5) enfoques curriculares,
atividades de formação em serviço, habitualmente oferecidos metodológicos e estratégias pedagógicas que possibilitam a
aos professores pelas redes de ensino, nos moldes construção coletiva do conhecimento.
costumeiros, não estão obtendo o retorno que o investimento A avaliação dos seus efeitos não se mede, portanto, pelo
propõe, o que justifica a minha insistência na criação desses aproveitamento de alguns alunos, os que apresentam
centros, porque a existência de seus serviços redireciona o que dificuldade de aprender ou os alunos com deficiência,
já é usual nas redes de ensino, ou seja, o apoio ao professor, incluídos nas classes do ensino regular. Embora esses casos
pelos professores itinerantes ou também pelos coordenadores mereçam toda atenção, o que se almeja, acima de tudo, é saber
pedagógicos sediados nas escolas. se os professores e demais integrantes das unidades escolares
Nunca concordei com a existência de professores progridem pedagogicamente, atualizando a maneira de
itinerantes, pois eles atuam sobre os sintomas, oferecem ensinar, a partir de novas concepções e práticas educacionais;
soluções particularizadas, locais, mas não vão a fundo nos se as escolas estão se transformando; se os alunos estão sendo
problemas e suas causas. Trata-se de mais um serviço da respeitados nas suas possibilidades de avançar,
Educação Especial que neutraliza os desafios da inclusão. Na autonomamente, ao construírem conhecimentos; se estes
maioria das vezes esse serviço impede que o professor se conhecimentos e outros são produzidos coletivamente, nas
defronte diretamente com a responsabilidade de ensinar salas de aula, em clima solidário e com responsabilidade; se a
todos os seus alunos, pois existe um especialista para atender as relações entre os alunos, pais, professores e toda a
aos casos mais difíceis, que são justamente aqueles que comunidade escolar se estreitaram, em laços de cooperação,
provocam o professor para que mude a maneira de proceder de diálogo, que são frutos de um exercício diário de
com a turma toda. O professor itinerante/ especialista tende a compartilhamento de seus deveres, problemas, sucessos.
acomodar o professor comum, tirando-lhe a oportunidade de
crescer, de sentir a necessidade de buscar soluções e não E, finalmente...
aguardar que alguém de fora venha, regularmente, para Embora possa assustar pelo grande número de mudanças
resolver seus problemas. Esse serviço reforça a ideia de que os e pelo teor de cada uma delas, a inclusão é como muitos a
problemas de aprendizagem são sempre do aluno e que só o apregoam “um caminho sem volta”.
especialista consegue removê-los, com adequação e eficiência. Nunca é demais, contudo, reafirmar as condições em que
Se um aluno não vai bem, seja ele uma pessoa com ou sem essa inovação acontece, marcando, grifando na nossa
deficiência, o problema precisa ser analisado com relação ao consciência de educadores o seu valor para que nossas escolas
ensino que está sendo ministrado para todos os demais da atendam à expectativa dos alunos de nossas escolas, do ensino
turma. Ele é um indicador importante da qualidade do infantil à Universidade.
trabalho pedagógico porque, o fato de a maioria dos alunos A escola prepara o futuro e de certo que, se os alunos
estarem se saindo bem, não significa que o ensino ministrado aprenderem a valorizar e a conviver com as diferenças nas
atenda às necessidades e possibilidades de todos. salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós que temos
A existência de um coordenador pedagógico em cada de nos empenhar tanto para entender e viver a experiência da
unidade escolar, no meu ponto de vista, não tem propiciado inclusão!
um bom acompanhamento/andamento do projeto-político- O movimento inclusivo, nas escolas, por mais que seja
pedagógico da escola, seja porque esse projeto não foi ainda ainda muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e
bem compreendido e valorizado, seja porque muitos atuam em qualquer mudança, especialmente no meio educacional,
cumplicidade com os demais integrantes da unidade. Eles têm convence a todos pela sua lógica e pela ética de seu
dificuldade de se distanciar dos problemas de sua unidade, posicionamento social.
sentem-se muito envolvidos e misturados com os seus colegas Ao denunciar o abismo existente entre o velho e o novo na
e com os alunos, para que possam tomar certas atitudes mais instituição escolar brasileira, a inclusão é reveladora dos
ousadas e corajosas em relação aos professores, aos pais, à males que o conservadorismo escolar tem espalhado pela
comunidade escolar como um todo. nossa infância e juventude estudantil.
Penso que o futuro da escola inclusiva depende de uma A didática não pode ser vista como redentora, capaz de ser
expansão rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do uma ferramenta infalível, que solucione todos os problemas
compromisso de transformar a escola, para se adequar aos relacionados ao processo de ensino aprendizagem. No entanto,
novos tempos. Se hoje ainda esses projetos se resumem a por seu intermédio pode-se levantar questionamentos e
experiências locais, estas estão demonstrando a viabilidade da análises em torno dos elementos relevantes para a melhoria
inclusão, em escolas e redes de ensino brasileiras, porque têm da prática pedagógica. A didática é um ramo da pedagogia que
a força do óbvio e a clareza da simplicidade. pretende organizar as práticas educativas, para que elas não
A aparente fragilidade das pequenas iniciativas tem sido se deem de maneira espontânea e nem sem fins próprios. É um
suficiente para enfrentar, com segurança e otimismo, o poder elo mediador entre o que se pretende ensinar, como se
da velha e enferrujada máquina escolar. pretende ensinar e para quem se pretende ensinar.
A inclusão é um sonho possível. Nota-se aqui que desde o seu surgimento a didática torna-
se fundamento da prática educativa constituindo-se num
conjunto de conhecimentos que interliga a teoria e prática
A Didática e as Tendências Pedagógicas: educativa.
Segundo Libâneo, a didática é uma ponte mediadora entre
contribuições para a a teoria e a prática docente, é ela que interliga as bases teóricas
formação de professores. a ação prática evitando o espontaneísmo e fornecendo aos
profissionais da educação uma práxis educativa sólida.
A didática tem como objeto de estudo o processo de
aprendizagem na sua globalidade, sendo assim está
As contribuições da didática na formação do
inteiramente ligada a teoria da educação, as teorias da
profissional da educação2
organização escolar, as teorias do conhecimento e a psicologia
Anteriormente convém ressaltar o conceito atual de
da educação. Esse suporte teórico é a base da prática
didática segundo a análise etimológica, o contexto histórico em
educativa. Neste sentido a didática torna-se o principal ramo
que prevaleceram determinados conceitos, a problemática
de estudos da pedagogia, pois é necessário dominar bem todas
educacional e sua relevância para o ensino.
as teorias para que haja uma boa prática educativa, assim o
Etimologicamente a palavra ‘didática’ se origina do termo
educador dispõe de recursos teóricos para organizar e
grego διδασκω (que significa ‘expor claramente’, ‘demonstrar’,
articular o processo de ensino e aprendizagem.
‘ensinar’, ‘instruir’). Em primeira instância, este sentido mais
Por sua vez, a didática investiga os fundamentos, condições
originário corresponde aproximadamente a tudo aquilo que é
e modos de realização do ensino, ocupa-se dos métodos,
‘próprio para o ensino’.
conteúdos e organização da aula, assim ela oferece
Levando em consideração o seu significado etimológico
embasamento para a relação ensino-aprendizagem,
percebemos que a didática está intimamente ligada ao
eliminando a dicotomia entre teoria e prática.
processo de ensino-aprendizagem, e a tudo que se refere ao
Nota-se que a problemática que permeia a educação em
ato de ensinar e aprender. A didática, tem como objeto de
torno da didática, consiste na dificuldade de mediar
estudo, o processo de ensino aprendizagem, pois este está
conhecimento prático e teórico, na medida em que muitos
inserido em todas as práticas educacionais, em todos os níveis
educadores apresentam uma concepção fragmentada e
de ensino, e cada prática educacional evidencia uma intenção,
ambígua desta interação, chegando ao ponto de dissociá-las.
ideologia, objetivos e meios para serem atingidos. Desta forma
Essa separação entre teoria e prática impossibilita os
ocorre o processo de ensino aprendizagem, que em momento
profissionais da educação de articular a teoria em proveito da
algum é neutro, apolítico ou isolado de sua realidade político
prática, pois uma subsidia a outra. Como resultado dessa
social.
separação a prática educativa tende a reduzir-se ao extremo
Assim, a didática aborda claramente todos os fatores e
do praticismo. Nesse sentido a didática visa contribuir para a
elementos inerentes do ensinar aprender, independentemente
superação dessa dificuldade proporcionando ao profissional
do nível de ensino. Porém, não podemos nos limitar a uma
da educação embasamento teórico-prático.
visão reducionista da didática, essa primeira noção
Os profissionais da educação precisam ter um pleno
etimológica nos abre caminho para estudar e aprofundar no
“domínio das bases teóricas científicas e tecnológicas, e sua
conceito de didática, mas não diz tudo, pois, a didática
articulação com as exigências concretas do ensino”, pois é
enquanto parte integrante do processo formador do homem
através desse domínio que ele poderá estar revendo,
não esvazia nem se limita a breve explicação, como afirma
analisando e aprimorando sua prática educativa.
Menegolla e Sant‘Anna, a didática:
A prática educativa não pode ocorrer de maneira
Não pode ser entendida simplesmente como um rol de
espontânea, sem planejamento, metas e instrumentos,
princípios, de teorias e ensino ou de teorias de aprendizagem.
baseando-se no puro praticismo como foi mencionado
Não pode ser concebida somente como uma ciência que
anteriormente, ela deve estabelecer objetivos, os quais devem
somente estabelece uma série de métodos e técnicas de ensino
ser atingidos utilizando-se da didática, que certamente
a ser apresentada como solução para todos os problemas no
facilitará o caminho a ser trilhado segundo meios viáveis e de
processo de ensino-aprendizagem.
acordo com cada realidade educacional, em proveito da ideia
A didática foi concebida como base de uma reforma
de homem que se deseja formar, de acordo com a sociedade
educacional importante pela primeira vez no século XVII, com
em que este homem está inserido, pois “a didática não se limita
João Amós Comenius, em sua obra Didática Magna. Nesta
só ao fazer, só ação prática, mas também se vincula as demais
época, ele havia observado que a educação se dava de maneira
instâncias e aspectos da educação formal”.
muito espontânea, permeada de puro praticismo, não havia
Partindo dessa linha de raciocínio, percebe-se que a
sistematização, organização ou planejamento. Com o objetivo
didática contribui de maneira significativa para a
de organizar e sistematizar a educação, Comenius escreveu a
fundamentação da prática educativa, é ela que fornece aos
Didática Magna, que pretendia estabelecer os fundamentos da
profissionais da educação a necessidade inescapável de fazer
‘arte universal de ensinar tudo a todos’, privilegiando
convergir a teoria em proveito da prática. No processo de
sobretudo o professor, o método e o conteúdo.
formação a didática opera entre conhecimento teórico-
em http://www.ceped.ueg.br/
cientifico e técnico-prático, é como uma ponte que interliga a apresenta algo realmente inovador. Possíveis “novidades” no
prática e a teoria, sendo assim o profissional da educação no chamado “curso de pedagogia” seriam, por exemplo, a
plano da sua formação estuda disciplinas que se articulam e se atribuição, ao lado de outras, da formação em nível superior de
organizam entre si, para que os educadores possam sustentar professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental,
sua práxis na constante reflexão acerca de suas práticas e de supressão das habilitações (administração escolar, orientação
seus conhecimentos teóricos. educacional, supervisão escolar etc.) e alterações na
Portanto, conclui-se que as contribuições da didática para denominação de algumas disciplinas. Alterações geralmente
os profissionais de educação, constitui-se em eliminar a inócuas, pois na maior parte dos casos foi mantida a prática da
dicotomia que há entre a teoria e a prática e para eliminar tal grade curricular e os mesmos conteúdos das antigas
separação a didática se converte numa base teórico-prática disciplinas, por exemplo, Organização do trabalho pedagógico
que permite aos profissionais da educação sustentar uma manteve o conteúdo da anterior Administração escolar.
compreensão mais substancial dos princípios, condições e Em relação aos cursos de licenciatura, também não houve
meios de direção e organização do ensino pelos quais se nenhuma mudança substantiva desde a Resolução no 292/62
asseguram a mediação docente de objetivos, conteúdos, do CFE, que dispunha sobre as matérias pedagógicas para a
métodos, em vista da efetivação da assimilação consciente de licenciatura. O que se tentou foram diferentes formas de
conhecimentos. organização do percurso da formação, umas mantendo o 3+1
Portanto é a didática que fundamenta a ação docente, é já presente em 1939, outras distribuindo as disciplinas
através da didática que a teoria e a prática se consolidam de pedagógicas ao longo do curso específico. Quanto ao local da
forma viável e eficaz, pois ela se ocupa do processo de ensino formação pedagógica, em alguns lugares ela foi mantida nas
nas várias dimensões, não se restringindo apenas a educação faculdades de educação, em outros, foi deslocada, total ou
escolar, mas investiga e orienta a formação do educador na sua parcialmente, aos institutos/departamentos/cursos.
totalidade. Atualmente, a atuação do Ministério da Educação e do CNE
na regulamentação da LDB no 9.394/96 tem provocado a
Formação de profissionais da educação: Visão crítica e mobilização dos educadores de todos os níveis de ensino para
perspectiva de mudança3 rediscutir a formação de profissionais da educação. A nosso
Há cerca de 20 anos, por iniciativa de movimentos de ver, não bastam iniciativas de formulação de reformas
educadores e, em paralelo, no âmbito do Ministério da curriculares, princípios norteadores de formação, novas
Educação, iniciava-se um debate nacional sobre a formação de competências profissionais, novos eixos curriculares, base
pedagogos e professores, com base na crítica da legislação comum nacional etc. Faz-se necessária e urgente a definição
vigente e na realidade constatada nas instituições formadoras. explícita de uma estrutura organizacional para um sistema
O marco histórico de detonação do movimento pela nacional de formação de profissionais da educação, incluindo
reformulação dos cursos de formação do educador foi a I a definição dos locais institucionais do processo formativo. Na
Conferência Brasileira de Educação realizada em São Paulo em verdade, reivindicamos o ordenamento legal e funcional de
1980, abrindo-se o debate nacional sobre o curso de pedagogia todo o conteúdo do Título VI da nova LDB.
e os cursos de licenciatura. A trajetória desse movimento Resumidamente, o disposto no Título VI da nova LDB é o
destaca-se pela densidade das discussões e pelo êxito na seguinte:
mobilização dos educadores, mas o resultado prático foi a) Cursos de licenciatura plena para formar professores de
modesto, não se tendo chegado até hoje a uma solução educação básica, em universidades e Institutos Superiores de
razoável para os problemas da formação dos educadores, nem Educação:
no âmbito oficial nem no âmbito das instituições - Curso Normal Superior (licenciatura para formar docentes
universitárias. de educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental) e
A discussão sobre a identidade do curso de pedagogia, que licenciaturas para formar professores de 5a a 8a e Ensino
remonta aos pareceres de Valnir Chagas na condição de Médio);
membro do antigo Conselho Federal de Educação, é retomada - programas de formação pedagógica para portadores de
nos encontros do Comitê Nacional Pró-formação do Educador, diplomas de educação superior;
mais tarde transformada em Associação Nacional pela - programas de educação continuada.
Formação dos Profissionais da Educação, e é bastante b) Cursos de graduação e pós-graduação em pedagogia para
recorrente para pesquisadores da área. Estes já apontavam, formar profissionais da educação para administração,
em meados dos anos 80, a necessidade de se superar a planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional.
fragmentação das habilitações no espaço escolar, propondo a c) Cursos de preparação para o magistério de Ensino
superação das habilitações e especializações pela valorização Superior.
do pedagogo escolar:
(...) a posição que temos assumido é a de que a escola Pelo Edital no 4, de 3/12/97, a SESu/MEC designou
pública necessita de um profissional denominado pedagogo, comissões de especialistas para elaboração de diretrizes
pois entendemos que o fazer pedagógico, que ultrapassa a sala curriculares dos cursos superiores, incluindo as licenciaturas
de aula e a determina, configura-se como essencial na busca de onde coubesse. Em 6/5/99, a Comissão de Especialistas de
novas formas de organizar a escola para que esta seja ensino de Pedagogia (designada pela Portaria SESu/MEC no
efetivamente democrática. A tentativa que temos feito é a de 146, de março de 1998) tornou pública sua proposta de
avançar da defesa corporativista dos especialistas para a diretrizes curriculares para o curso de pedagogia. O mesmo
necessidade política do pedagogo, no processo de órgão, por meio da Portaria no 808, de 8/6/99, designou um
democratização da escolaridade. Grupo de Trabalho para elaboração das diretrizes curriculares
O curso de pedagogia – sem entrar agora no mérito de sua para todas as licenciaturas, reconhecendo a necessidade de
função, isto é, de formar professores ou especialistas ou ambos orientações normativas gerais para a parte curricular
– pouco se alterou em relação à Resolução no 252/69. referente à formação pedagógica. Os debates ocorridos nesse
Experiências alternativas foram tentadas em algumas GT resultaram no Documento Norteador para a Elaboração de
instituições e o antigo CFE expediu alguns pareceres sobre Diretrizes Curriculares para os Cursos de Formação de
“currículos experimentais”, mas nenhum deles, a rigor, Professores, já encaminhado à SESu. Todavia, foram
disponível em http://www.scielo.br/
manifestadas nas reuniões de trabalho diferentes posições a promulgação da LDB de 1996. A resolução normativa que
sobre a formação dos profissionais da educação, não incluídas acompanha o parecer estabelece com mais precisão a função
no corpo do referido documento. O objetivo deste texto é desse curso: formar professores para o ensino Normal e
apresentar uma dessas posições, que expressa a proposta de especialistas para as atividades de orientação, administração,
um sistema nacional de formação dos profissionais da supervisão e inspeção no âmbito das escolas e dos sistemas
educação. escolares. Permite também ao licenciado exercer o magistério
A proposta básica é a de que a formação dos profissionais nas séries iniciais, dentro da habilitação para o ensino Normal
da educação para atuação na educação básica far-se-á, (isto é, não se previu uma habilitação específica para se
predominantemente, nas atuais faculdades de educação, que lecionar nas séries iniciais). O currículo mínimo compreendia
oferecerão curso de pedagogia, cursos de formação de uma parte comum a todas as habilitações e outra diversificada,
professores para toda a educação básica, programa especial de em função da habilitação específica escolhida pelo aluno. A
formação pedagógica, programas de educação continuada e de lista de habilitações incluía, pelo menos, oito tipos de
pós-graduação. As faculdades de educação terão sob sua atividades, em função das quais se ofereciam as opções
responsabilidade a formulação e a coordenação de políticas e curriculares. Consolidava-se, assim, a ideia de formação
planos de formação de professores, em articulação com as pró- específica de técnicos em educação, definindo o exercício
reitorias ou vice-reitorias de graduação das universidades ou profissional do pedagogo não-docente. Uma das justificativas
órgãos similares nas demais Instituições de Ensino Superior, para a oferta das habilitações (administração escolar,
com os institutos/faculdades/departamentos das áreas supervisão escolar,6 orientação educacional, entre outras) e
específicas e com as redes pública e privada de ensino. para a profissionalização do pedagogo era a ampliação do
O curso de pedagogia destinar-se-á à formação de atendimento às necessidades de escolarização básica, que
profissionais interessados em estudos do campo teórico- tinha um forte apelo na política educacional da época.
investigativo da educação e no exercício técnico-profissional O Parecer no 252, justamente por explicitar melhor a
como pedagogos no sistema de ensino, nas escolas e em outras natureza de um curso de pedagogia – e, não por acaso, no
instituições educacionais, inclusive as não-escolares. contexto da ditadura militar – recebeu inúmeras críticas no
Os cursos de formação de professores e os programas final da década de 1970 e no período seguinte. O conteúdo
mencionados, abrangendo todos os níveis da educação básica, dessas críticas é amplamente conhecido e não precisa ser
serão realizados num Centro de Formação, Pesquisa e reproduzido aqui. Em virtude das finalidades e dos limites
Desenvolvimento Profissional de Professores – CFPD, que deste texto, queremos apenas destacar algumas delas.
integrará a estrutura organizacional das faculdades de A crítica de que o curso de pedagogia de 1969 era
educação e destinar-se-á à formação de professores para a “tecnicista” parece pertinente, a levar em conta o discurso
educação básica, da educação infantil ao Ensino Médio. oficial da época. Essa crítica é sintetizada por Silva nos
Distinguindo o curso de pedagogia (stricto sensu) e o curso seguintes termos:
de formação de professores para as séries iniciais do Ensino Com a aprovação da (...) Lei da Reforma Universitária,
Fundamental. triunfam os princípios de racionalidade, eficiência e
Tornou-se lugar-comum no discurso de educadores, produtividade no trato do Ensino Superior. A tradição liberal
especialmente os que atuam em faculdades de educação, a de nossa universidade fica interrompida e nasce o que alguns
identificação dos cursos de pedagogia com os cursos de irão passar a chamar de universidade tecnocrática, ainda que
formação de professores das séries iniciais do Ensino mesclada de nuanças do pensamento liberal.
Fundamental, ainda que boa parte deles também se destine a A esses aspectos foram agregadas as críticas à
formar docentes para as disciplinas pedagógicas da fragmentação da formação do pedagogo, à divisão técnica do
habilitação ao magistério em nível de 2° grau. trabalho na escola, à separação entre teoria e prática, à
Para tornar essa problemática mais clara convém, separação entre o pedagogo especialista e o trabalho docente.
primeiramente, rememorar as ambiguidades que vem Não nos parece problemática hoje a ênfase que o Parecer
acompanhando o curso de pedagogia e cursos de licenciatura. deu à necessidade de se formarem técnicos de educação nem
Quando foi criado o curso de pedagogia, em 1939, ele se ao reconhecimento de tarefas específicas a serem realizadas
destinava a formar bacharéis (técnicos de educação) e nas escolas para acompanhamento do ensino. Sem deixar de
licenciados em pedagogia, inaugurando o que veio a reconhecer que, de fato, houve uma fragmentação muito
denominar-se esquema 3+1, com blocos separados para o grande das tarefas, isso não poderia ter comprometido a
bacharelado e a licenciatura. Os professores dos antigos existência de especialistas na escola. A nosso ver, a divisão de
primário e pré-primário eram formados em Curso Normal nos funções corresponde a uma lógica da organização escolar e,
institutos de educação, ao passo que o professores para os mais ainda, essas funções implicariam uma formação
antigos cursos ginasial e colegial eram formados nas específica, dada a complexidade envolvida no desempenho
faculdades de Filosofia, Ciências e Letras. dessas funções. Dessa forma, o que nos parecem
O Parecer no 251/62 estabelece para o curso de pedagogia problemáticos são os seguintes aspectos:
o encargo de formar professores para os cursos normais e a) o caráter “tecnicista” do curso e o consequente
“profissionais destinados às funções não-docentes do setor esvaziamento teórico da formação, excluindo o caráter da
educacional”, os técnicos de educação ou especialistas de pedagogia como investigação do fenômeno educativo;
educação”, e anuncia a possibilidade de, no futuro, formar o b) o agigantamento da estrutura curricular que leva ao
“mestre primário em nível superior”. Nesse mesmo ano, o mesmo tempo a um currículo fragmentado e aligeirado;
Parecer no 292/62 fixa as matérias pedagógicas dos cursos de c) a fragmentação excessiva de tarefas no âmbito das
licenciatura para o magistério em escolas de nível médio escolas;
(ginasial e colegial), mantendo, na prática, a separação entre d) a separação no currículo entre os dois blocos, a formação
bacharelado e licenciatura ou, ao menos, as disciplinas “de pedagógica de base e os estudos correspondentes às
conteúdo” e as disciplinas “pedagógicas”. Embora algumas habilitações.
análises apontem para a impropriedade de formar, nessa
época, técnicos de educação para um campo de trabalho A questão mais relevante, todavia, é o esvaziamento dos
inexistente, talvez o que tenha faltado fosse a regulamentação estudos sistemáticos de educação e a descaracterização
da profissão de pedagogo. profissional do pedagogo. Quanto ao esvaziamento da teoria
O Parecer no 252, de 1969, definiu a estrutura curricular pedagógica, Pimenta (1998) faz a seguinte constatação:
do curso de pedagogia que vigorou até pouco tempo atrás, com
(...) há um contingente maciço de egressos dos cursos de propostas mais recentes da Anfope – é esta: o curso de
pedagogia que, curiosamente, não estudaram pedagogia (sua pedagogia destina-se à formação do professor de 1a a 4a (que
teoria e sua prática), pois esses cursos, de modo geral, muitos chamam de professor normalista de nível superior). Ou
oferecem estudos disciplinares das ciências da educação que, seja, acabou aquele curso de pedagogia concebido em 1939 e
na maioria das vezes, ao partirem dos campos disciplinares parcialmente mantido em 1962 e 1969. Como se sabe, aquelas
das ciências-mãe para falar sobre educação, o fazem sem dar propostas giram em torno do lema: a formação de todo
conta da especificidade do fenômeno educativo e, tampouco, educador deve ter como base a docência. A defesa desse lema
sem tomá-lo nas suas realidades histórico-sociais e na sua e as propostas de formação que dele decorrem têm dificultado
multiplicidade – o que apontaria para uma perspectiva uma discussão mais aberta da questão, colocando o debate na
interdisciplinar e multirreferencial. contramão das necessárias mudanças na formação de
Quanto à descaracterização profissional do pedagogo, professores. A nosso ver, as propostas atuais da Anfope trazem
subsumido ao “professor”, sua formação passa a ser dominada como consequências:
pelos estudos disciplinares das áreas das metodologias. Estas, - a identificação de estudos sistemáticos de pedagogia com
ao voltarem seus estudos diretamente à sala de aula, espaço a licenciatura (formação de professores para as séries iniciais
fundamental da docência, ignoram os determinantes do Ensino Fundamental) e, por conseguinte, redução da
institucionais, históricos e sociais (objeto de estudo da formação de qualquer tipo de educador à formação do
pedagogia). Desse modo, a pedagogia, ciência que tem a prática docente;
social da educação como objeto de investigação e de exercício - a descaracterização do campo teórico-investigativo da
profissional – no qual se inclui a docência, embora nele se pedagogia e das ciências da educação, eliminando da
incluam outras atividades de educar – não tem sido tematizada universidade os estudos sistemáticos do campo científico da
nos cursos de formação de pedagogos. educação e a possibilidade de pesquisa específica e de
Por essas razões, por volta dos anos 1983-84, com base na exercício profissional do pedagogo; o que leva ao
crítica à fragmentação e à divisão técnica do trabalho na escola, esvaziamento da teoria pedagógica, acentuando o desprestígio
algumas faculdades de educação suprimiram do currículo as acadêmico da pedagogia como campo cientifico;
habilitações, passando a ter apenas duas habilitações – - eliminação/descaracterização do processo de formação
professor das séries iniciais do 1º grau e professor de cursos do especialista em pedagogia (pedagogo stricto sensu),
de habilitação ao magistério –, descartando boa parte da subsumindo o especialista (diretor de escola, coordenador
fundamentação pedagógica do curso. Fora das faculdades, em pedagógico, planejador educacional, pesquisador em educação
decorrência dessas mudanças curriculares e da difusão das etc.) no docente;
propostas do movimento pela reformulação da formação do - identificação entre o campo epistemológico e o campo
educador, as Secretarias de Educação retiraram das escolas ou profissional, como se as dificuldades naquele campo levassem
deixaram de contratar profissionais pedagogos, prejudicando ipso facto à crise do outro;
o atendimento pedagógico-didático às escolas e - segregação do processo de formação de professores da 1a
comprometendo o exercício profissional do pedagogo. Além à 4a em relação às demais licenciaturas.
disso, com a descaracterização dos pedagogos-especialistas O documento ora concluído pela Comissão de Especialistas
como profissionais, as associações de pedagogos (por de ensino de pedagogia – Diretrizes Curriculares para o curso
exemplo, Associação Nacional de Orientadores Educacionais, de Pedagogia – reforça esses problemas. Com efeito, o
Associação Nacional de Supervisores Educacionais) se documento define o pedagogo como:
autodissolveram, resultando na perda do espaço de discussão Profissional habilitado a atuar no ensino, na organização e
teórico-prática da pedagogia e do exercício profissional do na gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e na
pedagogo existente nessas associações. produção e difusão do conhecimento, em diversas áreas da
Essa análise mostra como se chegou a uma descentralidade educação, tendo à docência como base obrigatória de sua
do enfoque da pedagogia como estudo da ciência da educação. formação e identidade profissionais.
Entretanto, não se pode dizer que a desvalorização social e Define como áreas de atuação profissional: à docência na
acadêmica desse campo de conhecimentos tenha sido educação infantil, nas séries iniciais do Ensino Fundamental e
resultado apenas da legislação tecnicista do período 1962-80 nas disciplinas da formação pedagógica do nível médio,
e do movimento pela reformulação dos cursos de formação do podendo atuar, ainda, na organização de sistemas, unidades,
educador. Na verdade, já nos anos 20, com o movimento da projetos de experiências educacionais escolares e não
Educação Nova, os estudos pedagógicos sistemáticos escolares; na produção e difusão do conhecimento cientifico e
começaram a perder espaço, com base em um reducionismo tecnológico do campo educacional; nas áreas emergentes do
psicológico. A pedagogia vai adquirindo a conotação de campo educacional.
operacionalização metodológica do ensino, com base no que se Como se vê, nada muito diferente do que sempre existiu na
propõe a formação dos técnicos de educação e a formação de legislação anterior, a não ser o destaque que se dá à formação
professores, consolidando o privilégio das dimensões de professores de educação infantil e das séries iniciais do 1°
metodológica e organizacional em detrimento das dimensões grau (já prevista no Parecer 252/69). O documento não utiliza
filosófica, epistemológica e científica. Sobre isso escreveu o termo “habilitações” (embora refira-se ao pedagogo como
Libâneo: profissional “habilitado”), mas menciona a diversificação na
Ainda que o Parecer 252/69 mantenha a denominação formação do pedagogo para atender às diferentes demandas
“curso de pedagogia”, seu conteúdo deixa entrever que o sociais por intermédio da “formação diferenciada, composta
termo “pedagógico” tem o sentido de metodológico, técnico, pelas diferentes opções oferecidas aos alunos”. Ou seja, são
administrativo, no mesmo tom da linguagem dos previstas áreas de atuação do pedagogo não-docente (outras
“profissionais da educação” da década de 20. Além disso, pesa- habilitações?), tendo à docência como base comum da
lhe a herança do passado em que estudos pedagógicos formação.
referem-se quase sempre à preparação de professores, o que Verifica-se que a proposta de diretrizes curriculares para o
explica, ainda hoje, em algumas faculdades de educação, a curso de pedagogia, tal como aparece no documento da
identificação do termo “pedagogia” com a formação de Comissão de Especialistas, reincide nos mesmos problemas já
professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental, tão criticados: o “inchaço” do currículo, pretensões ambiciosas
com o que a pedagogia tende a reduzir-se à prática do ensino. quanto à diversidade de profissionais a serem formados,
A tendência que parece ser dominante hoje entre os aligeiramento da formação (dada a impossibilidade real, no
educadores – ao menos no que diz respeito aos seguidores das percurso curricular, de conciliar formação de profissionais
docentes e não-docentes), empobrecimento na oferta de justificar sua nova proposta, Chagas afirma: “O caminho é
disciplinas (já que, para atender ao menos seis das áreas de sempre o mesmo, de restabelecer em novo plano a linha
atuação previstas, será necessário reduzir o número de tradicional, hoje tão nítida como há um século, e habilitar o
disciplinas, a fim de respeitar o total de 3.200h do curso). Além especialista no professor”. O raciocínio inscrito no
do mais, fica evidente a impossibilidade de se dar ao curso o mencionado parecer deixa entrever a identificação do termo
caráter de aprofundamento da ciência da educação para pedagógico com o termo metodológico, e da expressão
formar o pesquisador e o especialista em educação. formação pedagógica com formação docente. Entendemos,
Por que discordamos das posições defendidas hoje pela assim, que a tese de que a formação de todo educador deve ter
Anfope e da proposta de diretrizes curriculares da Comissão por base a docência precisa ser entendida dentro de
de Especialistas posicionamentos localizados de intelectuais, em momentos
Há temas de grande relevância na pauta de discussões da históricos específicos da educação brasileira. Com isso
Anfope, como a exigência de formação em nível superior dos queremos dizer que tudo o que é histórico é mutável e que
professores da 1a à 4a série, a valorização profissional do conquistas históricas, por mais aguerridas que tenham sido,
professor, a postulação da base comum nacional, a gestão não podem ser cristalizadas. A redução do trabalho
democrática na escola. Todavia, temos discordâncias bastante pedagógico à docência não pode, portanto, constituir-se em
explícitas em relação à tese principal defendida atualmente algo imutável. Nem mesmo chega a ser uma questão de cunho
por essa entidade – à docência como base da formação de todo epistemológico ou conceitual. As novas realidades estão
educador. exigindo um entendimento ampliado das práticas educativas
Com efeito, o princípio que se tornou o lema e o apelo e, por consequência, da pedagogia. Além disso, no mundo
político da Anfope é conhecido: à docência constitui a base da inteiro existem cursos específicos de pedagogia (em alguns
identidade profissional de todo educador, todos os cursos de lugares denominados “ciências da educação”) distintos dos
formação do educador deverão ter uma base comum: são cursos de formação de professores.
todos professores. Conforme já afirmamos, esse princípio O desdobramento das vicissitudes do curso de pedagogia
levou à redução da formação do pedagogo à docência, à nestes últimos 20 anos pode ser explicado a partir de fatos
supressão em alguns lugares da formação de especialistas (ou notórios. O Brasil viveu 21 anos de ditadura militar, cujo
do pedagogo não diretamente docente), ao esvaziamento da impacto político e social afetou vários campos, mormente o da
teoria pedagógica em virtude da descaracterização do campo educação. A contestação do regime se fazia necessária, e contra
teórico-investigativo da pedagogia e das demais ciências da ele mobilizaram-se muitos militantes políticos, profissionais,
educação, à retirada da universidade dos estudos sistemáticos intelectuais, organizações de esquerda. A grande luta nesses
do campo científico da educação e, em consequência, da anos precisou ser muito mais política do que técnica, a fim de
formação do pedagogo para a pesquisa específica na área e desenvolver a consciência política das pessoas, criar espaços
para o exercício profissional. democráticos, incentivar a prática de assembleias, reuniões,
Certamente não estamos sozinhos, ao menos em relação movimentos e desenvolver formas participativas de gestão.
aos estudiosos que não gravitam no âmbito de influência da Ora, os que ocupavam esses espaços eram sobretudo os
Anfope, ao afirmar que as modificações curriculares sociólogos, filósofos e militantes políticos. Também os
decorrentes das teses do movimento de reformulação dos pedagogos se engajaram na resistência à ditadura militar. No
cursos de formação dos profissionais da educação acabaram entanto, muitos deles deixaram de lado seu trabalho específico
por comprometer características positivas do curso de – ligado aos aspectos internos das práticas escolares e dos
pedagogia regido pela Resolução CFE no 252/69. A sobrecarga processos de ensino e aprendizagem –, incorporando o
no currículo de disciplinas ligadas à formação de professores discurso sociológico, mas distanciando-se da problemática
das séries iniciais do antigo 1o grau levou à diminuição do peso teórico-prática de sua área. Não que os pedagogos não
das disciplinas teóricas (fundamentos da educação, currículo, devessem ter um ideário político e se alinhar aos demais
avaliação, teorias da educação) e, especificamente, das intelectuais na luta política maior. O problema foi o fato de
disciplinas que identificavam mais o exercício profissional do muitos deles não terem compreendido que a própria ação
pedagogo. Muitos pedagogos se perguntam hoje: onde estão os pedagógica dentro das escolas e das salas de aula era também
especialistas de planejamento da educação, de administração uma prática política, sem prejuízo da sua inserção nas lutas
de sistemas, gestão escolar, formulação de políticas públicas políticas mais amplas.
para a educação, avaliação educacional e avaliação da A nosso ver, a abordagem sociologizada da formação do
aprendizagem, pesquisa pedagógica específica etc.? Os atuais educador, assumida pelo movimento pela formação de
cursos estão formando profissionais competentes nessas educadores, gerou uma visão “militante” do profissional da
áreas? É viável formar num mesmo curso, com duração de educação. De acordo com essa abordagem, bastaria ao
quatro anos, o professor profissionalmente competente de 1a professor ter uma visão política, globalizante, das relações
a 4a série e, ao mesmo tempo, o pedagogo stricto sensu, entre educação e sociedade, compromisso político etc., que o
também profissionalmente competente naqueles campos resto viria por acréscimo. É verdade que essa ênfase no
profissionais mencionados? Essas perguntas podem ser compromisso político correspondia às características daquele
dirigidas tanto à Anfope quanto à Comissão de Especialistas da momento histórico, mas é necessário reconhecer que esse
pedagogia que, grosso modo, encamparam as teses da Anfope. empenho na construção de um projeto nacional democrático
Nosso entendimento é de que a tese da identificação do precisava ter correspondência com práticas pedagógico-
curso de pedagogia com a formação de professores – ou seja, didáticas, curriculares, no interior do processo de ensino e
uma licenciatura – foi gestada em razão de circunstâncias aprendizagem, nas práticas de ensino. Foi um grande equívoco
históricas peculiares da história da educação deste país. Os dissolver o específico da prática educativa nas salas de aula (a
legisladores, em todos esses anos desde 1939, tentaram aprendizagem, o crescimento cognitivo dos alunos etc.) na
equacionar a formação do pedagogo stricto sensu e a formação prática política. Faltou entender que um trabalho bem feito
de professores num curso só, o curso de pedagogia, mas que, com as crianças no interior das salas de aula também é um ato
na verdade, teria como suporte a formação de professores político, e dos mais nobres. O discurso especificamente
para as séries iniciais do sistema de ensino. Após a legislação pedagógico foi, assim, afastado das discussões, e em alguns
de 1962 e 1969, o conselheiro Valnir Chagas, que deixou sua casos chegou a ser rechaçado, em decorrência do preconceito
marca no pensamento sobre formação de professores nesse que sempre se alimentou contra a pedagogia como campo de
período, formulou a indicação no 70/76 sobre a preparação conhecimento e contra os pedagogos de profissão. Na prática,
em nível de graduação dos especialistas em educação. Para essa tendência resultou, em vários lugares, na negação
explícita do campo próprio de estudos da pedagogia (e por assistência pedagógico-didática a professores e alunos,
decorrência, da didática). É em boa parte por isso que a avaliação educacional, pedagogia empresarial, animação
licenciatura para a formação de professores de 1a a 4a passou cultural, produção e comunicação nas mídias, movimentos
a ser chamada inadequadamente de pedagogia. sociais e outros campos de atividade educacional, inclusive as
Para além de razões históricas, pensamos que a não-escolares. A nosso ver, a ruptura da herança da
identificação do pedagogo com o docente incorre num identificação de um currículo de estudos sistemáticos de
equívoco lógico-conceitual. A pedagogia é uma reflexão teórica pedagogia com um currículo de licenciatura para formar
baseada nas práticas educativas e sobre elas. Investiga os professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental
objetivos sociopolíticos e os meios organizacionais e corrige o esvaziamento da teoria pedagógica no Brasil,
metodológicos de viabilizar os processos formativos em decorrente da histórica ambiguidade produzida pelos
contextos socioculturais específicos. Todo educador sabe, legisladores, desde o final dos anos 30 até hoje, entre a
hoje, que as práticas educativas ocorrem em muitos lugares, formação do pedagogo stricto sensu e a formação do professor
em muitas instâncias formais, não-formais, informais. Elas das séries iniciais do Ensino Fundamental.
acontecem nas famílias, nos locais de trabalho, na cidade e na Desejamos destacar a importância da formação de
rua, nos meios de comunicação e, também, nas escolas. Não é profissionais da educação para atuar em contextos não-
possível mais afirmar que o trabalho pedagógico se reduz ao escolares. É acentuada a consciência atual da importância e da
trabalho docente nas escolas. A ação pedagógica não se resume necessidade da intervenção participante e eficaz desses
a ações docentes, de modo que, se todo trabalho docente é profissionais no âmbito das práticas socioculturais, tendo em
trabalho pedagógico, nem todo trabalho pedagógico é trabalho vista que processos pedagógicos informais estão sempre
docente. Por exemplo, o MST faz um trabalho pedagógico mas implícitos nas práticas, efetivadas no plano coletivo e
não necessariamente um trabalho docente, a não ser quando comunitário. Assim, tanto nas iniciativas de programas de
reúne suas crianças nas salas de aula para a escolarização educação popular, dirigidos aos mais heterogêneos segmentos
formal ou os militantes para estudar o aprimoramento de da população não formalmente escolarizada, quanto nas
práticas agrícolas, os direitos trabalhistas de lavradores etc.). propostas de intervenção pedagógica nas atividades de cunho
O pedagógico e o docente são termos inter-relacionados mas cultural, desenvolvidas pelos novos e sofisticados meios de
conceitualmente distintos. Portanto, reduzir a ação comunicação de massa, passando pela necessária liderança
pedagógica à docência é produzir um reducionismo conceitual, nos diversos movimentos sociais, a presença e a participação
um estreitamento do conceito de pedagogia. A não ser que os de profissionais da educação se fazem relevantes e
defensores da identificação pedagogia-docência entendam o imprescindíveis. Até hoje pouco se cuidou da preparação
termo pedagogia como metodologia, isto é, como formal e sistematizada de agentes e lideranças culturais que se
procedimentos de ensino, prática do ensino, que é o especializassem no exercício de funções pedagógicas nesses
entendimento vulgarizado do termo. Mas pensar assim ambientes não-escolares, levando-se em conta sua
significa desconhecer os conceitos mais elementares da teoria importância como mediadores da educabilidade, necessária e
educacional. A pedagogia é mais ampla que a docência, capilarmente presente mesmo no processo informal de
educação abrange outras instâncias além da sala de aula, consolidação de uma cultura que seja articulada com uma
profissional da educação é uma expressão mais ampla que proposta de construção da cidadania. Assim, reivindica-se,
profissional da docência, sem pretender com isso diminuir a com toda a legitimidade, a presença atuante de profissionais
importância da docência. E não existe suporte teórico, dotados de capacitação pedagógica para atuarem nas mais
conceitual, para justificar essa ideia de “docência ampliada”, diversas instituições e ambientes da comunidade: nos
argumento usado por muitos colegas para justificar essa movimentos sociais, nos meios de comunicação de massa, nas
identificação reducionista de faculdade de educação com empresas, nos hospitais, nos presídios, nos projetos culturais
formação de professores. e nos programas comunitários de melhoria da qualidade de
É claro que esse reducionismo, descaracterizando a vida. Essa participação pedagógica também exige preparação
pedagogia como campo teórico-investigativo e identificando-a prévia, sistemática e qualificada.
com uma licenciatura, teve consequências na discussão sobre Reiteramos, pois, o entendimento de que os profissionais
o papel das faculdades de educação. Muitos não aceitam essa da educação formados pelo curso de pedagogia atuarão nos
ligação, mas creio que nossa argumentação ajuda a entender a vários campos sociais da educação, decorrentes de novas
questão. Uma vez dispensadas as habilitações e reduzindo-se necessidades e demandas sociais a serem reguladas
o papel das faculdades de educação a proporcionar profissionalmente. Tais campos são: as escolas e os sistemas
licenciatura para formar professores para as séries iniciais e escolares; os movimentos sociais; as diversas mídias,
para o curso Normal, não se teria mais o curso de pedagogia incluindo o campo editorial; a área da saúde; as empresas; os
(stricto sensu). Ou seja, já não teria sentido a existência das sindicatos e outros que se fizerem necessários. Em todos esses
faculdades de educação, bastando transformá-las em centros campos de exercício profissional, desenvolverá funções de
de formação de professores. Não estaria aí a origem da criação gestão e formulação de políticas educacionais; organização e
dos Institutos Superiores de Educação? gestão de sistemas e de unidades escolares; de projetos e
A proposta de curso de pedagogia (diferenciado do curso experiências educacionais; de planejamento, coordenação,
de licenciatura para formação de professores de 1a a 4a) execução e avaliação de programas e projetos educacionais,
atribui a denominação “pedagogia” ao campo teórico- relativos às diferentes faixas etárias (criança, jovens, adultos,
investigativo da educação (em conexão com as demais ciências terceira idade); na produção e difusão do conhecimento
da educação) e ao campo técnico-profissional de formação do científico e tecnológico do campo educacional e outras.
profissional não diretamente docente, e de “pedagogo” ao
profissional formado nesse curso. Dissolve-se, assim, a A favor de um curso específico de pedagogia
designação “pedagogia” para identificar o curso de formação Conforme vimos considerando, as faculdades de educação
de professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental, sediariam, de forma articulada, o curso de pedagogia e a
postulando-se a regulamentação do curso de pedagogia formação inicial e continuada de professores. O que é esse
destinado a oferecer formação teórica, científica e técnica para curso de pedagogia? Trata-se de curso para a realização da
interessados em aprofundamento na teoria pedagógica, na investigação em estudos pedagógicos, tomando a pedagogia
pesquisa pedagógica e no exercício de atividades pedagógicas como campo teórico e como campo de atuação profissional.
específicas – planejamento de políticas educacionais, gestão Como campo teórico, destina-se à formação de profissionais
do sistema de ensino e das escolas, formação de professores, que desejem aprimorar a reflexão e a pesquisa sobre a
educação e o ensino da pedagogia, propriamente dita. Como Frequentando o curso de ciências da educação, os futuros
campo de atuação profissional, destina-se à preparação de práticos poderão adquirir saberes sobre a educação e sobre a
pesquisadores, planejadores, especialistas em avaliação, pedagogia, mas não estarão aptos a falarem sobre saberes
gestores do sistema e da escola, coordenadores pedagógicos pedagógicos”.
ou de ensino, comunicadores especializados para atividades Defendemos, pois, a criação do curso de pedagogia, um
escolares e extraescolares, animadores culturais, de curso que oferece formação teórica, científica e técnica para
especialistas em educação a distância, de educadores de interessados no aprofundamento da teoria e da pesquisa
adultos no campo da formação continuada etc. pedagógica e no exercício de atividades pedagógicas
específicas (planejamento de políticas educacionais, gestão do
A ampliação do campo educacional e, por consequência, da sistema de ensino e das escolas, assistência pedagógico-
atuação pedagógica é uma realidade constatada por muitos didática a professores e alunos, avaliação educacional,
autores. Já argumentamos anteriormente sobre a ideia de que pedagogia empresarial, animação cultural, produção e
a atividade pedagógica perpassa, hoje, toda a sociedade, comunicação nas mídias etc.).
extrapolando o âmbito escolar formal, abrangendo esferas
mais amplas de educação informal e não-formal. Não faz A existência desse curso tem como suporte algumas
sentido, pois, o reducionismo da ação pedagógica à docência, premissas:
ainda que esta seja também uma genuína prática pedagógica. – O fenômeno educativo sujeita-se à pluralidade de
O curso de pedagogia proposto tem correlatos em abordagens, à medida que a educação é objeto de várias
praticamente todos os países do mundo, embora em alguns ciências que o abordam de seu enfoque específico. O estudo da
lugares, especialmente na Europa, receba a designação de educação tem um caráter de multirreferencialidade – abarca
“ciências da educação”. Poder-se-ia perguntar: por que não tanto modalidades educativas escolares quanto
chamar esse curso de ciências da educação e não de extraescolares, como os movimentos sociais, a educação
pedagogia? Libâneo aponta, em publicação recente, quatro ambiental, educação comunitária, educação de grupos sociais
posições a respeito desse assunto e sobre a denominação marginalizados e de minorias sociais. Não é que se descarte o
“ciências da educação” escreve: fato de que a educação escolar seja, ainda hoje, a forma
(..) tal denominação (...) é criticada por provocar dispersão histórica predominante de prática educativa. Mas, mesmo em
no estudo da problemática educativa, levando a uma postura benefício de uma educação escolar mais aberta e mais
pluridisciplinar ao invés de interdisciplinar. Ou seja, a articulada com outras instâncias educativas fora de seu marco
autonomia dada a cada uma das ciências da educação levaria a próprio, a ideia é a de que o educativo não se restrinja ao
enfoques parciais da realidade educativa, comprometendo a escolar, uma vez que abrange as relações mais amplas entre o
unidade temática e abrindo espaço para os vários indivíduo e o meio humano, social, físico, ecológico, cultural,
reducionismos (sociológico, psicológico, econômico...), como econômico.
aliás a experiência brasileira tem confirmado. – Se, por um lado, a compreensão ampliada da educação
Em concordância com vários autores, Libâneo assume que fortalece as ciências da educação pelo fato de a pedagogia não
a pedagogia se apoia nas ciências da educação, mas não perde ser a única área científica que tem a educação como objeto de
com isso sua autonomia epistemológica e não se reduz ao estudo, por outro, não descaracteriza a especificidade da
campo conceitual de uma ou outra, nem ao conjunto dessas pedagogia como uma das ciências da educação. Com efeito,
ciências. cada uma das chamadas ciências da educação (sociologia da
A pluridimensionalidade do fenômeno educativo não educação, psicologia da educação, linguística aplicada à
elimina sua unicidade, que permite “estabelecer um corpo educação, economia da educação etc.) aborda o fenômeno
cientifico que tem o fenômeno educativo em seu conjunto educativo da perspectiva de seus próprios conceitos e
como objeto de estudo, com a finalidade expressa de dar métodos de investigação, ao passo que a pedagogia se
coerência à multiplicidade de ações parcializadas”. Nessa distingue por estudar o fenômeno educativo em sua
concepção, a pedagogia promove a síntese integradora dos totalidade, inclusive para integrar os enfoques parciais
diferentes processos analíticos que correspondem a cada uma daquelas ciências em função de uma aproximação global e
das ciências da educação em seu objeto específico de estudo. intencionalmente dirigida aos problemas educativos.
Também Pimenta discute detidamente a questão – Um currículo de pedagogia, além de contemplar como
recorrendo a vários autores, argumentando pela necessidade objeto de investigação a pluralidade das práticas educativas,
de a pedagogia postular sua especificidade epistemológica, de concentra sua temática investigativa nos saberes pedagógicos,
modo a não se conformar com uma mera posição de campo com a contribuição das ciências da educação, na forma de
aplicado de outras ciências que também estudam a educação. inter-relação entre os saberes científicos. Ou seja, assume-se o
Com base nisso, firma sua posição de que a pedagogia tem sua entendimento de pedagogia como ciência da prática social da
significação epistemológica assumindo-se como ciência da educação para daí se definirem saberes pedagógicos. A
prática social da educação. integração de conhecimentos pela inter-relação entre saberes
decorre não apenas da pluralidade que caracteriza o fenômeno
Diferentemente das demais ciências da educação, a educativo, mas também de uma tendência irrefreável das
pedagogia é ciência da prática. (...) Ela não se constrói como ciências no mundo contemporâneo buscarem a integração
discurso sobre a educação, mas a partir da prática dos entre os saberes, sem perder de vista a especificidade
educadores tomada como referência para a construção de disciplinar.
saberes, no confronto com os saberes teóricos. (...) O O currículo terá uma forte orientação para a pesquisa, seja
objeto/problema da pedagogia é a educação enquanto prática como prática acadêmica, seja como atitude. Ressaltem-se, aí,
social. Daí seu caráter específico que a diferencia das demais os vínculos entre o ensino e a pesquisa, a pesquisa como forma
(ciências da educação), que é o de uma ciência prática – parte básica de construção do saber, em confronto, em
da prática e a ela se dirige. A problemática educativa e sua questionamento, com os saberes já estabelecidos e como
superação constituem o ponto central de referência para a instrumento para desenvolvimento das competências do
investigação. pensar.
Ainda desenvolvendo o assunto, Pimenta recorre a Jean –Tal concepção de pedagogia deveria transpassar toda a
Houssaye que nega que a pedagogia possa ter sua origem nas formação pedagógica nos cursos de formação de professores,
ciências da educação, “porque estas não podem fornecer a da educação infantil ao Ensino Médio.
prática, indispensável à elaboração pedagógica. (...)
Os cursos de formação de professores da educação básica: incidem com bastante força na escola, aumentando os desafios
A defesa de um local institucional específico para formar para torná-la uma conquista democrática efetiva. Não é tarefa
professores simples nem para poucos. Transformar as escolas em suas
A atividade docente vem se modificando em decorrência práticas e culturas tradicionais e burocráticas – as quais, por
de transformações nas concepções de escola e nas formas de meio da retenção e da evasão, acentuam a exclusão social – em
construção do saber, resultando na necessidade de se repensar escolas que eduquem as crianças e os jovens, propiciando-lhes
a intervenção pedagógico-didática na prática escolar. Um dos um desenvolvimento cultural, científico e tecnológico que lhes
aspectos cruciais dessas transformações, os quais têm se assegure condições para fazerem frente às exigências do
evidenciado em avaliações educacionais como o Saresp, é o mundo contemporâneo, exige esforço do coletivo da escola –
investimento na qualidade da formação dos docentes e no professores, funcionários, diretores e pais de alunos –, dos
aperfeiçoamento das condições de trabalho nas escolas, para sindicatos, dos governantes e de outros grupos sociais
que estas favoreçam a construção coletiva de projetos organizados.
pedagógicos capazes de alterar os quadros de reprovação, Não se ignora que esse desafio precisa ser
retenção e da qualidade social e humana dos resultados da prioritariamente enfrentado no campo das políticas públicas.
escolarização. Todavia, não é menos certo que os professores são
Tem sido unânime a insatisfação de gestores, profissionais essenciais na construção dessa nova escola.
pesquisadores e professores com as formas convencionais de Entendendo que a democratização do ensino passa pela sua
se formar professores em nosso país. Realizados em dois formação, sua valorização profissional, suas condições de
níveis de ensino – Médio e Superior –, os atuais cursos não dão trabalho, pesquisas e experiências inovadoras têm apontado
conta de preparar o professor com a qualidade que se exige para a importância do investimento no desenvolvimento
hoje desse profissional. No nível médio, realiza-se a formação profissional dos professores. O desenvolvimento profissional
dos professores das quatro séries iniciais do Ensino envolve formação inicial e contínua articuladas a um processo
Fundamental e, em alguns casos, a formação dos professores de valorização identitária e profissional dos professores.
para a educação infantil. Às vezes esses profissionais são Identidade que é epistemológica, ou seja, que reconhece a
formados no nível superior (nos atualmente chamados cursos docência como um campo de conhecimentos específicos
de pedagogia). Os professores para as séries seguintes do configurados em quatro grandes conjuntos, a saber: conteúdos
Ensino Fundamental e para o Ensino Médio são formados no das diversas áreas do saber e do ensino, ou seja, das ciências
nível superior, recorrendo ao velho esquema dos cursos de humanas e naturais, da cultura e das artes; conteúdos didático-
bacharelado e licenciatura. Conforme mencionamos pedagógicos (diretamente relacionados ao campo da prática
anteriormente, essas modalidades de formação já profissional); conteúdos relacionados a saberes pedagógicos
demonstraram historicamente seu esgotamento (em nosso mais amplos (do campo teórico da prática educacional) e
país e em vários outros). Dentro desse quadro, o conteúdos ligados à explicitação do sentido da existência
aprimoramento do processo de formação de professores humana (individual, sensibilidade pessoal e social). E
requer muita ousadia e criatividade para que se construam identidade que é profissional. Ou seja, a docência constituiu
novos e mais promissores modelos educacionais necessários à um campo específico de intervenção profissional na prática
urgente e fundamental tarefa de melhoria da qualidade do social – não é qualquer um que pode ser professor.
ensino no país. Uma visão progressista de desenvolvimento profissional
A LDB no 9.394/96, em seu art. 62, estabelece como regra exclui uma concepção de formação baseada na racionalidade
que a formação dos docentes para a educação fundamental e técnica (em que os professores são considerados mero
para a educação infantil far-se-á em nível superior. A elevação executores de decisões alheias) e assume a perspectiva de
da formação docente em nível superior, reivindicação antiga considerá-los em sua capacidade de decidir e de rever suas
dos educadores em nosso país e já consolidada em grande práticas e as teorias que as informam, pelo confronto de suas
parte dos países desenvolvidos, fica assim contemplada. No ações cotidianas com as produções teóricas, pela pesquisa da
mesmo art. 62, no entanto, admite-se como formação mínima prática e a produção de novos conhecimentos para a teoria e a
para as séries iniciais e para a educação infantil, “a oferecida prática de ensinar. Considera, assim, que as transformações
em nível médio, na modalidade Normal”. Nesse caso, em nada das práticas docentes só se efetivam na medida em que o
superaria a situação historicamente vivida em relação à professor amplia sua consciência sobre a própria prática, a da
habilitação específica do magistério. Por outro lado, as sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupõe
disposições transitórias da referida lei (Título IX, art. 87, conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. Dessa
parágrafo 4º) determinam que, até o final da Década da forma, os professores contribuem para a criação, o
Educação, “somente serão admitidos professores habilitados desenvolvimento e a transformação nos processos de gestão,
em nível superior ou formados por treinamento em serviço”. nos currículos, na dinâmica organizacional, nos projetos
Incorpora-se, dessa forma, avanço mundialmente consolidado educacionais e em outras formas de trabalho pedagógico. Por
de formação docente em nível superior. A LDB institui, esse raciocínio, reformas gestadas nas instituições, sem tomar
também, a possibilidade de que a formação dos professores os professores como parceiros/autores, não transformam a
para todos os níveis de escolaridade ocorra nos Institutos escola na direção da qualidade social. Em consequência,
Superiores de Educação, não necessariamente universitários. valorizar o trabalho docente significa dotar os professores de
A partir de então, aceleram-se algumas alterações no cenário perspectivas de análise que os ajudem a compreender os
da formação de professores, o que aponta para a urgência de contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais nos
um posicionamento quanto à formação dos professores como quais se dá sua atividade docente.
profissionais da educação. As inovações curriculares – Nas últimas décadas assistimos a uma ampliação das
interdisciplinaridade, sala-ambiente, ciclos de aprendizagem e oportunidades de acesso à escola, em que pesem as diferenças
outras – requerem dos professores novas exigências de entre as regiões. Poder-se-ia concluir que o país tem uma
atuação profissional e, em consequência, novos saberes escola que realizou a inclusão social de todos? Não nos parece,
pedagógicos, que nem sempre tiveram lugar em sua formação. pois a essa ampliação quantitativa, em grande parte resultante
da reivindicação dos educadores e da população, não
Que professor queremos formar? correspondeu a melhoria das condições de trabalho, de
Na sociedade contemporânea, as rápidas transformações jornada, de organização e funcionamento, de formação e
no mundo do trabalho, o avanço tecnológico configurando a valorização do professor, fatores essenciais para a qualidade
sociedade virtual e os meios de informação e comunicação do ensino. Sem isso, a escola quantitativamente ampliada
respectivas instituições, por tratarem de área - valoriza a atividade intelectual, crítica e reflexiva da
tradicionalmente menos prestigiada na comunidade científica docência como elemento de melhoria da qualidade da
nacional e internacional. Já há um consenso em algumas formação profissional dos professores;
universidades, faculdades de educação, institutos, - apresenta currículo e percursos de formação abertos,
comunidades científicas e nas áreas de ensino e entidades de permitindo um vai-e-vem entre as várias instituições da
educadores, de que a formação de professores precisa se universidade que desenvolvem conteúdos formativos para a
constituir em um projeto pedagógico próprio, articulado entre docência.
diferentes instâncias de formação de professor. O que - O CFPD assegurará ainda:
favoreceria, inclusive, a valorização dessa área na comunidade - um sólido curso de graduação em que estará presente a
científica, em termos de verbas para projetos, pesquisas, unidade ensino/pesquisa/extensão, elevando o estatuto da
experiências inovadoras e até articulação entre as instâncias formação de professores e assegurando a valorização
de formação inicial e os locais sociais de exercício da profissão profissional, situando todos os professores no mesmo nível de
docente. formação e salários;
Um centro específico de formação, pesquisa e - a ampliação da responsabilidade das faculdades de
desenvolvimento profissional de professores possibilitaria a educação e o reconhecimento da importância do seu papel na
superação da hoje dicotômica visão da docência. O exercício formação de professores, assim como a redefinição das
profissional em um dado nível do ensino configura uma responsabilidades dos institutos/faculdades/departamentos
dimensão de uma totalidade que é a docência. Em qualquer das áreas do conhecimento, na formação dos professores
nível (e local: escolar e não-escolar) em que ocorra, à docência dentro de um projeto mais explícito de formação profissional
configura uma visão de conjunto, de totalidade (à semelhança do professorado;
do médico que, em qualquer campo de ação que atue, é - a eleição da prática como elemento integrante de todo o
médico!) e um processo contínuo. Os atuais cursos de percurso de formação, constituindo um princípio
formação não lidam com essa categoria. Os professores que epistemológico da formação (e não um apêndice);
atuam nas séries finais do Ensino Fundamental ignoram a - a incorporação de contribuições de experiências bem-
problemática e as questões essenciais da docência nos demais sucedidas de formação em nosso país.
segmentos, o que traz problemas insuperáveis nos resultados A formação de professores para qualquer um dos níveis de
do ensino e do processo formativo, pois seus profissionais ensino no CFPD estará assentada na compreensão de que a
operam à docência como um conjunto de “gavetas escolaridade constitui um processo contínuo e uma totalidade,
fragmentadas e justapostas”, negando a característica de superando a atual fragmentação. Além disso, possibilitará que
complexidade do fenômeno ensino. os graduados complementem e ampliem sua formação para
atuar em diferentes níveis de ensino.
Em que o CFPD avança na discussão sobre a formação de Com base em diagnósticos de necessidades e demandas, o
professores CFPD oferecerá programas para atendimento específico, por
A institucionalização do CFPD possibilita a incorporação exemplo, na formação inicial para professores leigos, para a
dos princípios que os educadores construíram ao longo dos população indígena; desenvolvimento profissional de
últimos anos (explicitados nas pesquisas, nas experiências, na professores que já atuam nos sistemas escolares e outros. Tais
vivência profissional, nos movimento de educadores pela programas poderão ser objeto de convênios com Secretarias
formação profissional e em diversos fóruns de debates): de Educação, sindicatos etc. Por seu potencial formativo,
- introduz o conceito de desenvolvimento profissional, integrarão o projeto pedagógico de formação inicial do CFPD.
superando uma visão dicotômica da formação inicial e da
formação contínua; Formação teórico-prática articulada na formação
- toma a pesquisa como componente essencial da/na inicial e contínua
formação. Incorpora as recentes contribuições da formação do As investigações recentes sobre formação de professores
professor/pesquisador baseadas na epistemologia da prática, apontam como questão essencial o fato de que os professores
propondo percursos de formação teórico/práticos, nos quais a desempenham uma atividade teórico-prática. É difícil pensar
pesquisa é tanto formação do docente como este também se na possibilidade de educar fora de uma situação concreta e de
forma como pesquisador (ver o item IV.c. experiência e prática uma realidade definida. A profissão de professor precisa
profissionais: uma formação integrada, Documento combinar sistematicamente elementos teóricos com situações
Norteador); práticas reais. Por essa razão, ao se pensar um currículo de
- a formação é especialmente voltada para a formação, a ênfase na prática como atividade formadora
profissionalidade docente e para a construção da identidade aparece, à primeira vista, como exercício formativo para o
do professor. Experiências bem-sucedidas (especialmente as futuro professor. Entretanto, em termos mais amplos, é um
realizadas em alguns cursos de pedagogia) mostram que os dos aspectos centrais na formação do professor, em razão do
cursos que se voltaram para tematizar a formação e o exercício que traz consequências decisivas para a formação profissional.
da docência como objeto de formação e pesquisa podem se Atualmente, em boa parte dos cursos de licenciatura, a
constituir em espaços mais férteis na produção de aproximação do futuro professor à realidade escolar acontece
conhecimento e mais compromissados com a prática social da após ele ter passado pela formação “teórica”, tanto na
docência; disciplina especifica como nas disciplinas pedagógicas. O
- investe em sólida formação teórica nos quatro campos caminho deve ser outro. Desde o ingresso dos alunos no curso,
que constituem os saberes da docência; é preciso integrar os conteúdos das disciplinas em situações
- considera a prática social concreta da educação como da prática que coloquem problemas aos futuros professores e
objeto de reflexão/formação; lhes possibilitem experimentar soluções. Isso significa ter a
- considera a visão de totalidade do processo prática, ao longo do curso, como referente direto para
escolar/educacional; contrastar seus estudos e formar seus próprios conhecimentos
- constitui um projeto pedagógico coletivo e e convicções a respeito. Ou seja, os alunos precisam conhecer
interdisciplinar para a formação, desenvolvendo em igualdade o mais cedo possível os sujeitos e as situações com que irão
de importância os quatro campos dos saberes da docência trabalhar. Significa tomar a prática profissional como instância
(conteúdos formativos, conforme o Documento Norteador); permanente e sistemática na aprendizagem do futuro
- eleva a formação de todos os professores ao Ensino professor e como referência para a organização curricular.
Superior;
Significa, também, a articulação entre formação inicial e educação infantil e as séries iniciais do Ensino Fundamental,
formação continuada. Por um lado, a formação inicial estaria não nos pareceu oportuna a designação de Escola Normal
estreitamente vinculada aos contextos de trabalho, Superior dada a esses cursos na legislação mais recente do
possibilitando pensar as disciplinas com base no que pede a Conselho Nacional de Educação. A argumentação que
prática; cai por terra aquela ideia de que o estágio é aplicação desenvolvemos até aqui acentua nossa posição contrária à
da teoria. Por outro, a formação continuada, a par de ser feita extinção do curso de pedagogia, como também contrária à
na escola a partir dos saberes e experiências dos professores autonomização de uma Escola Normal Superior. A nosso ver, a
adquiridos na situação de trabalho, articula-se com a formação institucionalização da Escola Normal Superior significa a
inicial, indo os professores à universidade para uma reflexão reedição da antiga Escola Normal cuja concepção está
mais apurada sobre a prática. Em ambos os casos, estamos ultrapassada. A legislação recente do CNE não só não
diante de modalidades de formação em que há interação entre acrescenta nada de novo, como também não incorpora
as práticas formativas e os contextos de trabalho. Com isso, inovações e funções já bastante difundidas na produção de
institui-se uma concepção de formação centrada na ideia de conhecimento na área, como a interligação entre formação
escola como unidade básica da mudança educativa, em que as inicial e continuada, o desenvolvimento profissional dos
escolas são consideradas “espaços institucionais para a professores, a pesquisa-ação, a unidade do processo formativo
inovação e a melhoria e, simultaneamente, como contextos dos professores de todos os níveis e modalidades de ensino.
privilegiados para a formação contínua de professores” Desse modo, é lastimável que o CNE esteja legislando aos
(Escudero e Botia 1994). pedaços, levando à fragmentação da legislação e dos próprios
cursos, desconsiderando a ideia de um sistema integrado e
Sobre formar professores no curso de pedagogia articulado de formação dos profissionais da educação e a rica
A tendência predominante hoje no Brasil e expressa na investigação teórica produzida na universidade e nas escolas.
LDB, de formação de professores para a educação infantil e as
séries iniciais do Ensino Fundamental em nível superior, Concluindo
representa uma conquista dos educadores brasileiros, Entendendo que a análise crítica da realidade existente é
amplamente tematizada nas Conferências Brasileiras de imprescindível para sua transformação, pretendemos, com o
Educação (CBEs), a partir de 1981. presente artigo, colaborar para essa análise, oferecendo
Desde então a formação desses professores no Ensino perspectivas e alternativas até então pouco exploradas na
Superior tem sido experimentada em cursos de pedagogia. literatura sobre os cursos de pedagogia e de formação de
Alguns desses cursos implantaram propostas inovadoras de professores. Em decorrência, entendemos que “modelos
formação com importantes resultados sociais e profissionais, únicos” não apenas não respondem à diversidade e à
principalmente quando sua clientela é composta de desigualdade de nosso país, como representam autoritarismos
professores que já atuam nos sistemas de ensino. Tem sido que ferem a capacidade e a competência dos educadores
frequente nesses cursos tomar a prática docente como objeto brasileiros de apresentarem propostas efetivamente
de formação teórico-prática, contribuindo para ampliar o compromissadas com a qualidade social da educação para
conhecimento no campo da formação de professores. Outros nosso país. Assim, este artigo traz contribuições para o
cursos mantiveram a formação dos professores de 1a a 4a alargamento da consciência dos educadores, de modo que em
série apenas como uma habilitação ao lado de outras. Estes, à suas práticas institucionais concretamente situadas gestem
guisa de pretenderem formar especialistas e professores, propostas que confiram à pedagogia e à formação de
acabam por não dar conta de uma formação de qualidade em professores o estatuto de importância científica, social e
nenhum caso, conforme procuramos demonstrar. Outros, cultural, num país em que é comum serem jogadas fora
ainda, muito poucos, formam pedagogos para a educação conquistas duramente conseguidas na construção da
escolar (em geral, coordenadores pedagógicos) e, aqui e ali, democracia escolar e educacional.
preparam os pedagogos para atuar em outros espaços sociais
da educação, como os movimentos sociais, a educação de
jovens e adultos, os meios de comunicação etc. Esses
profissionais, em grau maior ou menor, desenvolvem a Legislação nacional para a
pesquisa em áreas diversas da prática educativa. educação profissional.
Dados de pesquisa têm mostrado que, no primeiro caso, os
cursos de pedagogia se transformaram em ótimos cursos de
formação de professores. Entendemos que essas experiências
bem-sucedidas não apenas devem continuar, como devem ser Caro(a) candidato(a), por não citar uma legislação
apoiadas financeira e institucionalmente, pelos setores específica, segue resumidamente abaixo os itens disposto no
públicos e governamentais, pelas agências de fomento e de próprio site do IF Tocantins, caso queira estudar as Leis
financiamento de pesquisas para que sistematizem o separadas, só acessar o link e subsequente as Leis. Além do
conhecimento produzido com base na experiência praticada e mais, será visto algumas Leis específicas no decorrer do
desenvolvam mais pesquisas sobre formação de professores, material. Bons estudos.
fortalecendo assim teórica, científica e politicamente a área.
Há razões suficientes para afirmar que esses cursos, do ponto 4Legislação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
de vista curricular e metodológico, mobilizam os saberes Técnico e Emprego (PRONATEC)
pedagógicos e os saberes das áreas específicas para, na
confluência com a experiência dos professores-alunos, Lei N° 12.513, de 26 de Outubro de 2011
contribuírem à formação teórico-prática dos mesmos. São,
pois, excelentes cursos de formação de professores, embora, a Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico
nosso ver, não sejam cursos de formação de pedagogos stricto e Emprego – PRONATEC – altera as Leis n. 7.998, de 11 de
sensu. janeiro de 1990, n. 8.121, de 24 de julho de 1991 e n. 10.260,
Por outro lado, do mesmo modo que rejeitamos a redução de 12 de julho de 2001.
do curso de pedagogia à formação de professores para a
4 Disponível em:
<http://www.ifto.edu.br/pronatec/portonacional/legislacao-do-pronatec/>.
Acesso em abril de 2017.
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade Mostra para o aluno a complexidade do aprender, a nossa
espaço temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e ignorância, as nossas dificuldades. Ensina, aprendendo a
processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório.
das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que
variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses.
compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Os grandes educadores atraem não só pelas suas ideias,
Temos informações demais e dificuldade em escolher quais mas pelo contato pessoal. Dentro ou fora da aula chamam a
são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da atenção. Há sempre algo surpreendente, diferente no que
nossa mente e da nossa vida. dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na
forma de comunicar-se, de agir. São um poço inesgotável de
A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez descobertas.
menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, Enquanto isso, boa parte dos professores é previsível, não
imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do nos surpreende; repete fórmulas, sínteses. São docentes
professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar “papagaios”, que repetem o que leem e ouvem, que se deixam
esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. levar pela última moda intelectual, sem questioná-la.
Aprender depende também do aluno, de que ele esteja É importante termos educadores/pais com um
pronto, maduro, para incorporar a real significação que essa amadurecimento intelectual, emocional, comunicacional e
informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, ético, que facilite todo o processo de organizar a
emocionalmente. Enquanto a informação não fizer parte do aprendizagem. Pessoas abertas, sensíveis, humanas, que
contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará valorizem mais a busca que o resultado pronto, o estímulo que
verdadeiramente significativa, não será aprendida a repreensão, o apoio que a crítica, capazes de estabelecer
verdadeiramente. formas democráticas de pesquisa e de comunicação.
As mudanças na educação dependem também de termos
Avançaremos mais pela educação positiva do que pela administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que
repressiva. É importante não começar pelos problemas, pelos entendam todas as dimensões que estão envolvidas no
erros, não começar pelo negativo, pelos limites. E sim começar processo pedagógico, além das empresariais ligadas ao lucro;
pelo positivo, pelo incentivo, pela esperança, pelo apoio na que apoiem os professores inovadores, que equilibrem o
nossa capacidade de aprender e de mudar. gerenciamento empresarial, tecnológico e o humano,
Ajudar o aluno a que acredite em si, que se sinta seguro, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação,
que se valorize como pessoa, que se aceite plenamente em intercâmbio e comunicação.
todas as dimensões da sua vida. Se o aluno acredita em si, será As mudanças na educação dependem também dos alunos.
mais fácil trabalhar os limites, a disciplina, o equilíbrio entre Alunos curiosos, motivados, facilitam enormemente o
direitos e deveres, a dimensão grupal e social. processo, estimulam as melhores qualidades do professor,
tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do
As dificuldades para mudar na educação professor-educador.
As mudanças demorarão mais do que alguns pensam, Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais,
porque nos encontramos em processos desiguais de ajudam o professor a ajuda-los melhor. Alunos que provêm de
aprendizagem e evolução pessoal e social. Não temos muitas famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam
instituições e pessoas que desenvolvam formas avançadas de afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes
compreensão e integração, que possam servir como culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem
referência. Predomina a média, a ênfase no intelectual, a mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas.
separação entre a teoria e a prática.
Temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, Integrar os meios de comunicação na escola
tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o Antes da criança chegar à escola, já passou por processos
aprendizado rápido. São poucos os modelos vivos de de educação importantes: pelo familiar e pela mídia eletrônica.
aprendizagem integradora, que junta teoria e prática, que No ambiente familiar, mais ou menos rico cultural e
aproxima o pensar do viver. emocionalmente, a criança vai desenvolvendo as suas
A ética permanece contraditória entre a teoria e a prática. conexões cerebrais, os seus roteiros mentais, emocionais e
Os meios de comunicação mostram com frequência como suas linguagens. Os pais, principalmente a mãe, facilitam ou
alguns governantes, empresários, políticos e outros grupos de complicam, com suas atitudes e formas de comunicação mais
elite agem impunemente. Muitos adultos falam uma coisa – ou menos maduras, o processo de aprender a aprender dos
respeitar as leis - e praticam outra, deixando confusos os seus filhos.
alunos e levando-os a imitar mais tarde esses modelos. A criança também é educada pela mídia, principalmente
pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer - os outros,
O autoritarismo da maior parte das relações humanas o mundo, a si mesmo - a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo,
interpessoais, grupais e organizacionais espelha o estágio ouvindo, “tocando” as pessoas na tela, que lhe mostram como
atrasado em que nos encontramos individual e coletivamente viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação com a mídia
de desenvolvimento humano, de equilíbrio pessoal, de eletrônica é prazerosa - ninguém obriga - é feita através da
amadurecimento social. E somente podemos educar para a sedução, da emoção, da exploração sensorial, da narrativa -
autonomia, para a liberdade com processos aprendemos vendo as estórias dos outros e as estórias que os
fundamentalmente participativos, interativos, libertadores, outros nos contam. Mesmo durante o período escolar a mídia
que respeitem as diferenças, que incentivem, que apoiem, mostra o mundo de outra forma - mais fácil, agradável,
orientados por pessoas e organizações livres. compacta - sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano,
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, dos sentimentos, das novidades. A mídia continua educando
de termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, como contraponto à educação convencional, educa enquanto
pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar estamos entretidos.
e dialogar. Pessoas com as quais valha a pena entrar em
contato, porque dele saímos enriquecidos. Os Meios de Comunicação, principalmente a televisão,
O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que desenvolvem formas sofisticadas multidimensionais de
sabe e, ao mesmo tempo está atento ao que não sabe, ao novo. comunicação sensorial, emocional e racional, superpondo
linguagens e mensagens, que facilitam a interação, com o em dias sucessivos - como se fossem capítulos de uma novela
público. A TV fala primeiro do "sentimento" - o que você sentiu", -, sobre o assassinato de uma atriz, o de várias crianças e
não o que você conheceu; as ideias estão embutidas na outros crimes semelhantes, acontecidos no Brasil e em outros
roupagem sensorial, intuitiva e afetiva. países, multiplica-se a reação de indignação da população, o
Os Meios de Comunicação operam imediatamente com o seu desejo de vingança. Isto favorece os defensores da pena de
sensível, o concreto, principalmente, a imagem em movimento. morte; o que não estava explícito em cada reportagem e nem
Combinam a dimensão espacial com a cinestésica, onde o ritmo tal vez fosse a intenção dos produtores.
torna-se cada vez mais alucinante (como nos videoclipes). Ao
mesmo tempo utilizam a linguagem conceitual, falada e escrita, A televisão estabelece uma conexão aparentemente lógica
mais formalizada e racional. Imagem, palavra e música se entre mostrar e demonstrar. Mostrar é igual a demonstrar, a
integram dentro de um contexto comunicacional afetivo, de provar, a comprovar. A força da imagem é tão evidente que
forte impacto emocional, que facilita e predispõe a aceitar mais torna-se difícil não fazer essa associação comprovatória ("se
facilmente as mensagens. uma imagem me impressiona, é verdadeira"). Também é muito
comum a lógica de generalizar a partir de uma situação
A eficácia de comunicação dos meios eletrônicos, em concreta. Do individual, tendemos ao geral. Uma situação
particular da televisão, se deve também à capacidade de isolada converte-se em situação paradigmática, padrão. A
articulação, de superposição e de combinação de linguagens televisão, principalmente, transita continuamente entre as
totalmente diferentes - imagens, falas, música, escrita - com situações concretas e a generalização. Mostra dois ou três
uma narrativa fluida, uma lógica pouco delimitada, gêneros, escândalos na família real inglesa e tira conclusões sobre o
conteúdos e limites éticos pouco precisos, o que lhe permite valor e a ética da realeza como um todo.
alto grau de entropia, de interferências por parte de Ao mesmo tempo, o não mostrar equivale a não existir, a
concessionários, produtores e consumidores. não acontecer. O que não se vê, perde existência. Um fato
A televisão combina imagens estáticas e dinâmicas, mostrado com imagem e palavra tem mais força que se
imagens ao vivo e gravadas, imagens de captação imediata, somente é mostrado com palavra. Muitas situações
imagens referenciais (registradas diretamente com a câmara) importantes do cotidiano perdem força, por não ter sido
com imagens criadas por um artista no computador. Junta valorizadas pela imagem-palavra televisiva.
imagens sem ligação referencial (não relacionadas com o real)
com imagens "reais" do passado (arquivo, documentários) e as A educação escolar precisa compreender e incorporar
mistura com imagens "reais" do presente e imagens do mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar
passado não “reais”. as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É
importante educar para usos democráticos, mais progressistas
A imagem na televisão, cinema e vídeo é sensorial, e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos
sensacional e tem um grande componente subliminar, isto é, indivíduos. O poder público pode propiciar o acesso de todos
passa muitas informações que não captamos claramente. os alunos às tecnologias de comunicação como uma forma
O olho nunca consegue captar toda a informação. Então paliativa, mas necessária de oferecer melhores oportunidades
escolhe um nível que dê conta do essencial, do suficiente para aos pobres, e também para contrabalançar o poder dos grupos
dar um sentido ao caos, de organizar a multiplicidade de empresariais e neutralizar tentativas ou projetos autoritários.
sensações e dados. Foca a atenção, em alguns aspectos Se a educação fundamental é feita pelos pais e pela mídia,
analógicos, nas figuras destacadas, nas que se movem e com urgem ações de apoio aos pais para que incentivem a
isso conseguimos acompanhar uma estória. Mas deixamos de aprendizagem dos filhos desde o começo das vidas deles,
lado, inúmeras informações visuais e sensoriais, que não são através do estímulo, das interações, do afeto. Quando a criança
percebidas conscientemente. A força da linguagem audiovisual chega à escola, os processos fundamentais de aprendizagem já
está em que consegue dizer muito mais do que captamos, estão desenvolvidos de forma significativa. Urge também a
chegar simultaneamente por muitos mais caminhos do que educação para as mídias, para compreendê-las, criticá-las e
conscientemente percebemos e encontra dentro de nós uma utilizá-las da forma mais abrangente possível.
repercussão em imagens básicas, centrais, simbólicas, Preparar os professores para a utilização do computador e
arquetípicas, com as quais nos identificamos ou que se da Internet
relacionam conosco de alguma forma
É uma comunicação poderosa, como nunca antes a tivemos - O primeiro passo é facilitar o acesso dos professores e dos
na história da humanidade e as novas tecnologias de alunos ao computador e à Internet. Procurar de todas as formas
multimídia e realidade virtual só estão tornando esse processo possíveis que todos possam ter o acesso mais fácil, frequente e
de simulação muito mais exacerbado, explorando-o até limites personalizado possível às novas tecnologias. Ter salas de aula
inimagináveis. conectadas, salas ambiente para pesquisa, laboratórios bem
equipados. Facilitar que os professores possam ter seus próprios
A organização da narrativa televisiva, principalmente a computadores. Facilitar que cada aluno possa ter um
visual, não se baseia somente - e muitas vezes, não computador pessoal portátil. Sabemos que esta situação no
primordialmente- na lógica convencional, na coerência interna, Brasil é atualmente uma utopia, mas hoje o ensino de qualidade
na relação causa-efeito, no princípio de não-contradição, mas passa também necessariamente pelo acesso rápido, contínuo e
numa lógica mais intuitiva, mais conectiva. Imagens, palavras e abrangente a todas as tecnologias, principalmente às
música vão se agrupando segundo critérios menos rígidos, mais telemáticas.
livres e subjetivos dos produtores que pressupõem um tipo de Um dos projetos políticos mais importantes é que a
lógica da recepção também menos racional, mais intuitiva. sociedade encontre formas de diminuir a distância que separa
no acesso à informação entre os que podem e os que não podem
Um dos critérios principais é a contiguidade a justaposição pagar por ela. As escolas públicas, comunidades carentes
por algum tipo de analogia, de associação por semelhança ou precisam ter esse acesso garantido para não ficarem
por oposição, por contraste. Ao colocar pedaços de imagens ou condenadas à segregação definitiva, ao analfabetismo
cenas juntas, em sequência, criam-se novas relações, novos tecnológico, ao ensino de quinta classe.
significados, que antes não existiam e que passam a ser - O segundo passo é ajudar na familiarização com o
considerados aceitáveis, "naturais", "normais". Colocando, por computador, com seus aplicativos e com a Internet. Aprender a
exemplo, várias matérias em sequência, num mesmo bloco e utilizá-lo no nível básico, como ferramenta. No nível mais
avançado: dominar as ferramentas da WEB, do e-mail. Aprender somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para
a pesquisar nos search, a participar de listas de discussão, a controlar, para aumentar o nosso poder. O poder de interação
construir páginas. não está fundamentalmente nas tecnologias mas nas nossas
- O nível seguinte é auxiliar os professores na utilização mentes.
pedagógica da Internet e dos programas multimídia. Ensiná-los Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se
a fazer pesquisa. mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do
Começar pela pesquisa aberta, onde há liberdade de escolha ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso
do lugar (tema pesquisado livremente) e pesquisa dirigida, contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem
focada para um endereço específico ou um site determinado. mexer no essencial. A Internet é um novo meio de
Pesquisa nos sites de busca, nos bancos de dados, nas bibliotecas comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a
virtuais, nos centros de referência. Pesquisa dos temas mais rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de
gerais para os mais específicos, pesquisa grupal e pessoal. ensinar e de aprender.
- A internet pode ser utilizada em um projeto isolado de uma
classe, como algo complementar ou um projeto voluntário, com
alunos se inscrevendo. A Internet pode ser um projeto entre
vários colégios ou grupos, na mesma cidade, de várias cidades Planejamento, currículo e
ou países. O projeto pode evoluir para a interdisciplinaridade,
integrando várias áreas e professores. A Internet pode fazer
avaliação do processo
parte de um projeto institucional, que envolve toda a escola de ensino-aprendizagem.
forma mais colaborativa.
e implementação de projeto socioeducacional, principalmente mundo e de realidade), política (a que possibilita pensar a
quando se trata de uma unidade pública de educação. educação como ato político, promovendo situações que
Tendo em vista as diversas possibilidades de construção propiciem a vivência na tomada de decisões da própria
de um ambiente educacional voltado para o desenvolvimento sociedade).
de relações mais efetivas de aprendizagem dos alunos, o
Orientador Educacional, assim como os demais envolvidos no Projeto Político Pedagógico - Conjunto articulado de ações
processo educativo, deve ser visto em sua identidade pessoal propostas de acordo com objetivos norteados da organização do
e profissional: “trata-se de compreendê-lo enquanto indivíduo trabalho da escola.
que possui uma historicidade, com visões de mundo, escalas
de valores, sentimentos, emoções, desejos e projetos, com Na dimensão social, a Orientação Educacional busca
lógicas de comportamentos e hábitos que lhe são próprios”, até desvendar o contexto social da realidade dos envolvidos no
porque o estabelecimento de relações compartilhadas entre os processo ensinoaprendizagem e de onde a escola está inserida
atores constitui o significado dialógico do discurso como diz de modo que se pensem os princípios adequados a esse
Bakhtin: contexto. Nessa perspectiva, o Orientador Educacional pode
contribuir fazendo o diagnóstico da realidade por meio de
As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios pesquisa da comunidade e observação do aluno. A observação
ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em do aluno e a escuta são instrumentos de trabalho que levam o
todos os domínios (...) marcadas pelo horizonte social de uma Orientador Educacional a conhecer sua comunidade de
época e de um grupo social determinado. trabalho.
A Orientação Educacional, quanto à dimensão pedagógica,
Seu papel na perspectiva e desafio em face da organização deve valorizar os aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores
da escola do alunado, promovendo atividades que sirvam de apoio nas
Partindo do pressuposto de que a organização educacional diversas abordagens do processo ensinoaprendizagem. Nessa
é vista, na atualidade, como lugar de interação social, dotada dimensão o Orientador Educacional poderá contribuir com o
de cultura e caracterizada por valores, crenças e ideologias, professor, auxiliando-o, conjuntamente com o Coordenador
afirma Lima que a escola é simultaneamente locus de Pedagógico, na reflexão sobre metodologias e estratégias de
reprodução e locus de produção de políticas, orientações e ensino adequadas ao aluno de determinada faixa etária.
regras (...) porque, finalmente as organizações são sempre as Em síntese, a Orientação Educacional tem funções a serem
pessoas em interação social, e porque os atores escolares desempenhadas no contexto pedagógico que são construídas
dispõem sempre de margens de autonomia relativa”. dinamicamente, no processo e sobretudo de modo interativo.
Olhar a unidade educacional como organização é vê-la Sob a perspectiva da circularidade de relacionamento
contextualizada em suas várias dimensões. Há de atentar-se entre as diversas dimensões do trabalho de Orientação
sobre a natureza do trabalho em educação, “na escola, as Educacional, o planejamento adquire papel preponderante
relações de produção e transmissão de conhecimento se dão para organização da prática do Orientador Educacional.
entre sujeitos que interagem e se transformam através desta A Orientação Educacional como parte integrante do
interação”, bem como com o âmbito da categoria de trabalho processo gestor da escola delega ao Orientador Educacional
não material, esclarecido por Saviani, “ao relacioná-la à sua participação, assistindo à direção, na elaboração e
produção de ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, implementação do Projeto Pedagógico da escola.
atitudes, ou seja, à produção do saber, que não se separa do É condição sine qua non ao iniciar o planejamento que
produtor”, o que é distinto da natureza de produção de uma todos os envolvidos no processo tenham conhecimento dos
mercadoria, ou seja, um trabalho material. princípios filosóficos e objetivos que norteiam a política
Nesse prisma, minimamente duas perspectivas são educacional, para poder explicitar os objetivos educacionais
observáveis para o trabalho do Orientador Educacional. Por gerais e específicos da escola e dos diversos serviços que
um lado, os princípios pautam-se, no mercado, pelos ideais integram o Plano Escolar e Projeto Pedagógico da escola.
capitalistas, e por outro, os princípios podem corroborar para
garantia do processo de tomada de decisões coletivas, A prática educativa: como ensinar
encarando o direito à educação para todos. Conforme Cardoso7, o livro de Antoni Zabala objetiva
“oferecer determinados instrumentos que ajudem (os
Assim, partindo-se da natureza coletiva do trabalho professores) a interpretar o que acontece na aula, conhecer
realizado pelo Orientador Educacional, podem ser melhor o que pode se fazer e o que foge às suas possibilidades;
identificadas algumas possibilidades desse trabalho na escola: saber que medidas podem tomar para recuperar o que
funciona e generalizá-lo, assim como para revisar o que não
a) orientação escolar; está tão claro”.
b) relação família-escola-comunidade;
c) orientação psicopedagógica e em relação à saúde do A Prática Educativa: unidades de análise
escolar; O autor inicia o primeiro capítulo afirmando que “um dos
d) relações humanas; objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada
e) orientação para o lazer, orientação vocacional e para o vez mais competente em seu ofício”. Esta competência é
trabalho; adquirida mediante o conhecimento e a experiência. Para
f) acompanhamento pós-escolar. Zabala a melhora de qualquer das atuações humanas passa
pelo conhecimento e pelo controle das variáveis que intervêm
Para melhor compreender a participação do Pedagogo, nelas. Conhecer essas variáveis permitirá ao professor,
Orientador Educacional, na construção do projeto político previamente, planejar o processo educativo, e,
pedagógico da escola, cabe vê-lo como participante ativo, posteriormente, realizar a avaliação do que aconteceu.
questionando, discutindo, refletindo e buscando soluções para Portanto, em um modelo de percepção da realidade da aula
a realidade existente diante das dimensões filosófica (aquela estão estreitamente vinculados o planejamento, a aplicação e
que possibilita a reflexão sobre a concepção de homem, de a avaliação. Para analisar a prática educativa, Zabala elege
como unidade de análise básica a atividade ou tarefa – estabelecer o nível de aprendizagem serão as capacidades e os
exposição, debate, leitura, pesquisa bibliográfica, observação, conhecimentos prévios de cada aluno/a.
exercícios, estudo, etc. – pois ela possui, em seu conjunto, todas Esta proposição marcará também a forma de ensinar.
as variáveis que incidem nos processos de Zabala defende a concepção construtivista como aquela que
ensino/aprendizagem. A outra unidade eleita são as permite compreender a complexidade dos processos de
sequências de atividades ou sequências didáticas: “conjunto ensino/aprendizagem. Para esta concepção “o ensino tem que
de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a ajudar a estabelecer tantos vínculos essenciais e não-
realização de certos objetivos educacionais, que tem um arbitrários entre os novos conteúdos e os conhecimentos
princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como prévios quanto permita a situação”. Na concepção
pelos alunos”. Ou seja, a sequência didática engloba as construtivista, o papel ativo e protagonista do aluno não se
atividades. Apoiando em Joyce e Weil, em Tann e em Hans contrapõe à necessidade de um papel também ativo do
Aebli Zabala determina as variáveis que utilizará para a análise educador. A natureza da intervenção pedagógica estabelece os
da prática educativa, quais sejam: as sequências de atividades parâmetros em que pode se mover a atividade mental do
de ensino/aprendizagem ou sequências didáticas; o papel do aluno, passando por momentos sucessivos de equilíbrio,
professor e dos alunos; a organização social da aula; a maneira desequilíbrio e reequilíbrio. Nesse processo intervêm, junto à
de organizar os conteúdos; a existência, as características e uso capacidade cognitiva, fatores vinculados às capacidades de
dos materiais curriculares e outros recursos didáticos; o equilíbrio pessoal, de relação interpessoal e de inserção social.
sentido e o papel da avaliação. Considerando a função social do Após expor, em condições gerais, o processo de aprendizagem
ensino e o conhecimento do como se aprende como os segundo a concepção construtivista, o autor passa a expor
instrumentos teóricos que fazem com que a análise da prática sobre a aprendizagem dos conteúdos conforme sua tipologia.
seja realmente reflexiva, Zabala utiliza dois grandes Os conteúdos factuais englobam o conhecimento de fatos,
referenciais: o primeiro está ligado ao sentido e o papel da situações, dados, fenômenos concretos e singulares. São
educação. As fontes utilizadas são a socioantropológica, que conhecimentos indispensáveis para a compreensão da maioria
está determinada pela concepção ideológica da resposta à das informações e problemas que surgem na vida cotidiana e
pergunta “para que educar?”; e a fonte epistemológica, que profissional. Considera-se que o aluno/a aprendeu um
define a função do saber, dos conhecimentos e das disciplinas. conteúdo factual quando é capaz de reproduzi-lo, portanto, a
Este referencial busca o sentido e a função social que se atribui compreensão não é necessária. Diz-se que o aluno/a aprendeu
ao ensino. O outro referencial engloba as fontes psicológica e quando é capaz de recordar e expressar de maneira exata o
didática. Dificilmente pode se responder à pergunta “como original. Quando se referem a acontecimentos pede-se uma
ensinar?”, objeto da didática, se não se sabe sobre os níveis de lembrança o mais fiel possível. Se já se tem uma boa
desenvolvimento, os estilos cognitivos, os ritmos e as compreensão dos conceitos a que se referem os dados, fatos ou
estratégias de aprendizagem. Este busca a concepção dos acontecimentos, a atividade fundamental para sua
processos de ensino/aprendizagem. aprendizagem é a cópia. Este caráter reprodutivo comporta
exercícios de repetição verbal, listas e agrupadas segundo
A Função Social do Ensino e a Concepção sobre os ideias significativas, relações com esquemas e representações
Processos de Aprendizagem: instrumentos de análise gráficas, associações, etc. Para fazer estes exercícios de caráter
Com base no ensino público da Espanha, Zabala afirma que, rotineiro é imprescindível uma atitude ou predisposição
além das grandes declarações de princípios, sua função social favorável.
“tem sido selecionar os melhores em relação à sua capacidade Os conteúdos conceituais abrangem os conceitos e
para seguir uma carreira universitária ou para obter qualquer princípios. Os conceitos se referem ao conjunto de fatos,
outro título de prestígio reconhecido”, subvalorando o valor objetos ou símbolos que tem características comuns, e os
informativo dos processos que os alunos/as seguem ao longo princípios se referem às mudanças que se produzem num fato,
da escolarização. objeto ou situação em relação a outros fatos, objetos ou
Uma forma de determinar os objetivos da educação é situações e que, normalmente, descrevem relações de causa-
analisar as capacidades que se pretende desenvolver nos efeito ou de correlação. Considera-se que o aluno/a aprendeu
alunos. Contudo, existem diferentes formas de classificar as quando este é capaz não apenas repetir sua definição, mas
capacidades do ser humano. Zabala utiliza a classificação também utilizá-la para a interpretação, compreensão ou
proposta por Coll – capacidades cognitivas ou intelectuais, exposição de um fenômeno ou situação; quando é capaz de
motoras, de equilíbrio e autonomia pessoal (afetivas), de situar os fatos, objetos ou situações concretas naquele
relação interpessoal e de inserção e atuação social. Mas quais conceito que os inclui. Um conteúdo procedimental é um
os tipos de capacidade que o sistema educativo deve levar em conjunto de ações coordenadas dirigidas para a realização de
conta? Diretamente relacionados aos objetivos da educação um objetivo. São conteúdos procedimentais: ler, desenhar,
estão os conteúdos de aprendizagem. Coll os agrupa em observar, calcular, classificar, traduzir, recortado, saltar,
conteúdos conceituais – fatos, conceitos e princípios – inferir, espetar, etc. Em termos gerais aprendem-se os
procedimentais – procedimentos, técnicas e métodos – ou conteúdos procedimentais a partir de modelos especializados.
atitudinais – valores, atitudes e normas. Classificação que A realização das ações que compõem o procedimento ou a
corresponde, respectivamente, às perguntas: “O que se deve estratégia é o ponto de partida. O segundo passo é que a
saber?”, “O que se deve saber fazer?” e “Como se deve ser?”. exercitação múltipla – fazê-lo tantas vezes quantas forem
Assim, no ensino que propõe a formação integral a presença necessárias – é o elemento imprescindível para o domínio
dos diferentes tipos de conteúdo estará equilibrada; por outro competente do conteúdo. A reflexão sobre a própria atividade
lado, um ensino que defende a função propedêutica e é o terceiro passo e permite que se tome consciência da
universitária priorizará os conceituais. Quanto ao segundo atuação. O quarto e último passo é a aplicação em contextos
referencial de análise – a concepção dos processos da diferenciados que se baseia no fato de que aquilo que se
aprendizagem – Zabala afirma que não é possível ensinar nada aprende será mais útil na medida em que se pode utilizá-lo em
sem partir de uma ideia de como as aprendizagens se situações nem sempre previsíveis. O termo conteúdo
produzem. As aprendizagens dependem das características atitudinal engloba valores, atitudes e normas. Cada grupo
singulares de cada um dos aprendizes. Daí decorre que um apresentando uma natureza suficientemente diferenciada.
enfoque pedagógico deve observar a atenção à diversidade dos Considera-se que o aluno adquiriu um valor quando este foi
alunos como eixo estruturador. Assim, o critério para interiorizado e foram elaborados critérios para tomar posição
frente àquilo que deve se considerar positivo ou negativo. Que
aprendeu uma atitude quando pensa, sente e atua de uma - Atualização do plano periodicamente;
forma mais ou menos constante frente ao objeto concreto para - Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
quem dirige esta atitude. E que aprendeu uma norma, - Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre
considerando três graus: o primeiro quando se trata de uma o conteúdo abordado;
simples aceitação; o segundo quando existe uma - Articulação entre a teoria e a prática;
conformidade que implica certa reflexão sobre o que significa - Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e
a norma; e o último grau quando interioriza a norma e aceita que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem;
como regra básica de funcionamento da coletividade que a - Sistematização das atividades com o tempo;
rege. - Flexibilidade frente a situações imprevistas;
Concluindo, Zabala identifica e diferencia a concepção - Realização de pesquisas buscando diferentes referências,
tradicional da concepção construtivista, a partir dos dois como revistas, jornais, filmes entre outros;
referenciais básicos para a análise da prática. Na concepção - Elaboração de aulas de acordo com a realidade
tradicional a sequência de ensino/aprendizagem deve ser a sociocultural dos estudantes.
aula magistral, que corresponde aos objetivos de caráter Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utilização
cognitivo, aos conteúdos conceituais e à concepção da de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, músicas,
aprendizagem como um processo acumulativo através de computador, jogos, aulas práticas, atividades dinâmicas, etc.)
propostas didáticas transmissoras e uniformizadoras. As contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os
relações interativas são de caráter diretivo: professor → aluno; estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o
os tipos de agrupamentos se circunscrevem às atividades de conteúdo mais agradável com vistas a facilitar a compreensão.
grande grupo. A distribuição do espaço reduz-se ao
convencional. Quanto ao tempo, estabelece-se um módulo fixo As Sequências Didáticas e as Sequências de Conteúdo
para cada área com uma duração de uma hora. O caráter Neste capítulo o autor apresenta o estudo da primeira
propedêutico do ensino faz com que a organização dos variável que incide sobre as práticas educativas: a sequência
conteúdos respeite unicamente a lógica das matérias. O livro didática. Ele apresenta quatro unidades didáticas como
didático é o melhor meio para resumir os conhecimentos e, exemplo e as analisa sob os aspectos do conteúdo, da
finalmente, a avaliação tem um caráter sancionador centrado aprendizagem, da atenção à diversidade e da sequência e
exclusivamente nos resultados. A concepção construtivista tipologia dos conteúdos. O autor conclui que nestas propostas
apresenta uma proposta de compreensividade e de formação de trabalho aparecem para os alunos diferentes oportunidades
integral, impulsionando a observar todas as capacidades e os de aprender diversas coisas, e para os professores, uma
diferentes tipos de conteúdo. O ensino atende à diversidade diversidade de meios para captar os processos de construção
dos alunos, portanto a forma de ensino não pode se limitar a que eles edificam, de possibilidades de neles incidir e avaliar.
um único modelo. Conforme Zabala “é preciso introduzir, em Que os diferentes conteúdos que os professores apresentam
cada momento, as ações que se adaptem às novas aos alunos exigem esforços de aprendizagem e ajudas
necessidades informativas que surge constantemente”. O específicas. Refletir sobre o processo ensino/aprendizagem
objetivo será a melhoria da prática. Nesta concepção, o implica apreender o que está sendo proposto de maneira
conhecimento e o uso de alguns marcos teóricos levarão a uma significativa.
verdadeira reflexão sobre a prática, fazendo com que a Discernir o que pode ser objeto de uma unidade didática,
intervenção pedagógica seja o menos rotineira possível. como conteúdo prioritário do que exige um trabalho mais
continuado pode nos conduzir a estabelecer propostas mais
Planejamento de aula8 fundamentadas, suscetíveis de ajudar mais os alunos e a nós
O planejamento está presente em quase todas as nossas mesmos. As diferentes propostas didáticas analisadas tem
ações, pois ele norteia a realização das atividades. Portanto, o diferentes potencialidades quanto à organização do ensino.
mesmo é essencial em diferentes setores da vida social, Portanto, “mais do que nos movermos pelo apoio acrítico a um
tornando-se imprescindível também na atividade docente. outro modo de organizar o ensino devemos dispor de critérios
O planejamento de aula é de fundamental importância para que nos permitem considerar o que é mais conveniente num
que se atinja êxito no processo de ensino-aprendizagem. A sua dado momento para determinados objetivos a partir da
ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e convicção de que nem tudo tem o mesmo valor, nem vale para
desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos satisfazer as mesmas finalidade. Utilizar esses critérios para
pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes. analisar nossa prática e, se convém, para reorientá-la”.
De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma
tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades As Relações Interativas em Sala de Aula: o papel dos
didáticas em termos de organização e coordenação em face professores e dos alunos
dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no Para Zabala as relações de que se estabelecem entre os
decorrer do processo de ensino”. Portanto, o planejamento de professores, os alunos e os conteúdos de aprendizagem
aula é um instrumento essencial para o professor elaborar sua constituem a chave de todo o ensino e definem os diferentes
metodologia conforme o objetivo a ser alcançado, tendo que papéis dos professores e dos alunos. A concepção tradicional
ser criteriosamente adequado para as diferentes turmas, atribui ao professor o papel de transmissor de conhecimentos
havendo flexibilidade caso necessite de alterações. e controlador dos resultados obtidos. Ao aluno cabe
Porém, apesar da grande importância do planejamento de interiorizar o conhecimento que lhe é apresentado. A
aula, muitos professores optam por aulas improvisadas, o que aprendizagem consiste na reprodução da informação. Esta
é extremamente prejudicial no ambiente de sala de aula, pois maneira de entender a aprendizagem configura uma
muitas vezes as atividades são desenvolvidas de forma determinada forma que relacionar-se em classe. Na concepção
desorganizada, não havendo assim, compatibilidade com o construtivista ensinar envolve estabelecer uma série de
tempo disponível. relações que devem conduzir à elaboração, por parte do
Entre os elementos que devem compor um plano de aula aprendiz, de representações pessoais sobre o conteúdo. Trata-
estão: se de um ensino adaptativo, isto é, um ensino com capacidade
- clareza e objetividade; para se adaptar às diversas necessidades das pessoas que o
protagonizam. Portanto, os professores podem assumir desde atividades que toda escola realiza. O grupos/classe fixos é a
uma posição de intermediário entre o aluno e a cultura, a maneira convencional de organizar os grupos de alunos nas
atenção para a diversidade dos alunos e de situações à posição escolas. Além de sua facilidade organizativa, oferece aos
de desafiar, dirigir, propor, comparar. Tudo isso sugere uma alunos um grupo de colegas estável, favorecendo as relações
interação direta entre alunos e professores, favorecendo a interpessoais e a segurança efetiva. A terceira configuração, os
possibilidade de observar e de intervir de forma diferenciada grupos/classes móveis ou flexíveis são agrupamentos em que
e contingente nas necessidades dos alunos/as. Do conjunto de os componentes do grupo/classe são diferentes conforme as
relações necessárias para facilitar a aprendizagem se deduz atividades, áreas ou matérias. As vantagens são, por um lado,
uma série de funções dos professores, que Zabala caracteriza a capacidade de ampliar a resposta à diversidade de interesses
da seguinte maneira: e competências dos alunos e, por outro, que em cada grupo
a) Planejar a atuação docente de uma maneira existe uma homogeneidade que favorece a tarefa dos
suficientemente flexível para permitir adaptação às professores. Na organização da classe como grande grupo todo
necessidades dos alunos em todo o processo de o grupo faz o mesmo ao mesmo tempo. É uma forma de
ensino/aprendizagem. Por um lado, uma proposta de organização apropriada para o ensino de fatos; no caso dos
intervenção suficientemente elaborada; e por outro, com uma conceitos e princípios aparecem muitos problemas. Para os
aplicação extremamente plástica e livre de rigidez, mas que conteúdos procedimentais é impossível atender a diversidade;
nunca pode ser o resultado da improvisação. no caso dos conteúdos atitudinais o grande grupo é
b) Contar com as contribuições e os conhecimentos dos especialmente adequado para a assembleia, mas é insuficiente.
alunos, tanto no início das atividades como durante sua A organização da classe em equipes fixas consiste em
realização. distribuir os alunos em grupos de 5 a 8 componentes, durante
c) Ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo para um período de tempo. As equipes fixas oferecem numerosas
que conheçam o que têm que fazer, sintam que podem fazê-lo oportunidades para trabalhar conteúdos atitudinais. A sexta
e que é interessante fazê-lo. configuração é a organização da classe em equipes móveis ou
d) Estabelecer metas ao alcance dos alunos para que flexíveis. Implica o conjunto de dois ou mais alunos com a
possam ser superadas com o esforço e a ajuda necessários. finalidade de desenvolver uma tarefa determinada. São
e) Oferecer ajudas adequadas, no processo de construção adequadas para o trabalho de conteúdos procedimentais.
do aluno, para os progressos que experimenta e para enfrentar Também será apropriada para o trabalho dos conteúdos
os obstáculos com os quais se depara. atitudinais no âmbito das relações interpessoais. O trabalho
f) Promover atividade mental auto estruturante que individual é especialmente útil para memorização de fatos,
permita estabelecer o máximo de relações com novo conteúdo, para o profundamente da memorização posterior de conceitos
atribuindo-lhe significado no maior grau possível e e, especialmente, para a maioria dos conteúdos
fomentando os processos de meta-cognição que lhe permitam procedimentais.
assegurar o controle pessoal sobre os próprios conhecimentos Uma forma de trabalho individual especialmente útil é o
e processos durante a aprendizagem. denominado por Freinet de “contrato de trabalho”. Nos
g) Estabelecer um ambiente e determinadas relações “contratos de trabalho” cada aluno estabelece um acordo com
presididos pelo respeito mútuo e pelo sentimento de o professor sobre as atividades que deve realizar durante um
confiança, que promovam a autoestima e o autoconceito. período de tempo determinado. Essa forma trabalho é
h) Promover canais de comunicação que regulem os interessante só para aqueles conteúdos que permitem
processos de negociação, participação e construção. estabelecer uma sequência mais ou menos ordenada, ou seja,
i) Potencializar progressivamente a autonomia dos alunos alguns conteúdos factuais e muitos conteúdos procedimentais.
na definição de objetivos, no planejamento das ações que os Concluindo: a forma de agrupar os alunos não é uma decisão
conduzirão aos objetivos e em sua realização e controle, técnica prévia ou independente do que se quer ensinar e de
possibilitando que aprendam a aprender. que aluno se quer formar; os trabalhos em grupo não excluem
j) Avaliar os alunos conforme suas capacidades e seus o trabalho e o esforço individuais; os contratos de trabalho
esforços, levando em conta o ponto pessoal de partida e o podem constituir-se num instrumento eficaz para articulara
processo através do qual adquirem conhecimentos e um trabalho personalizado interessante e pelo qual o aluno
incentivando a auto avaliação das competências como meio sinta responsável; o papel formativo do grupo/escola
para favorecer as estratégias de controle e regulação da condiciona o que pode se fazer nos diferentes níveis da escola,
própria atividade. Concluindo, Zabala afirma que os princípios educativamente falando, ao mesmo tempo que constitui um
da concepção construtivista do ensino e da aprendizagem bom indicador da coerência entre as intenções formativas e os
escolar proporcionam alguns parâmetros que permitem meios para alcançá-las.
orientar a ação didática e que, de maneira específica ajuda a Quanto à distribuição do espaço: na estrutura física das
caracterizar as interações educativas que estrutura a vida de escolas, os espaços de que dispõe e como são utilizados
uma classe, estabelecendo as bases de um ensino que possa corresponde a uma ideia muito clara do que deve ser o ensino.
ajudar os alunos a se formarem como pessoas no contexto da Parece lógica que a distribuição atual das escolas continue a
instituição escolar. ser um conjunto de salas de aula com um conjunto de cadeiras
e mesas enfileiradas e alinhadas de frente para o quadro-negro
A Organização Social da Classe e para a mesa do professor. Trata-se de uma disposição
Neste capítulo Zabala analisa a organização social da espacial criada em função do protagonista da educação, o
classe. As diversas formas de agrupamento dos alunos são professor. A utilização do espaço começa a ser problematizada
úteis para diversos objetivos e para o trabalho de diferentes quando o protagonismo do ensino se desloca do professor
conteúdos. Historicamente a forma mais habitual de preparar para o aluno. Criar um clima e um ambiente de convivência que
as pessoas mais jovens para sua integração na coletividade favoreçam as aprendizagens se converte numa necessidade da
eram os processos individuais. Atualmente são diversas as aprendizagem e num objetivo do ensino. Ao mesmo tempo, as
formas de agrupamento dos alunos e de organização das características dos conteúdos a serem trabalhados
atividades às quais o professor pode recorrer. A primeira determinam novas necessidades espaciais. Para a aplicação
configuração considerada pelo autor é o grupo/escola em que dos conteúdos procedimentais torna-se necessário revisar o
toda escola tem uma forma de estrutura social determinada. tratamento do espaço já que é necessária uma atenção às
As características desta organização grupal são determinadas diferenças. Quanto aos conteúdos atitudinais, excetuando-se o
pela organização e pela estrutura de gestão da escola e pelas papel da assembleia e das necessidades de espaço dessa
atividade, sua relação com a variável espaço está associada à Zabala conclui que, embora todos priorizem o aluno e o
série de manifestações que constituem a maneira de entender como se aprende, o aspecto que enfatizam na função social é
os valores por parte da escola. diferente. No centro de interesse a função social consiste em
Quanto à distribuição do tempo: o tempo teve, e ainda tem, formar cidadãos preparados para conhecer e interagir com o
um papel decisivo na configuração das propostas meio; o método de projetos de Kilpatrick considera que sua
metodológicas. Muitas das boas intenções podem fracassar se finalidade é a preparação para a vida de pessoas solidárias que
o tempo não for considerado como uma autêntica variável nas sabem fazer; para o método de estudo do meio a formação de
mãos dos professores. A estruturação horária em períodos cidadãos democráticos e com espírito científico; e, finalmente,
rígidos é o resultado lógico de uma escola fundamentalmente os projetos de trabalho globais entendem que o objetivo é a
transmissora. A ampliação dos conteúdos educativos e, formação de cidadãos e cidadãs capazes de aprender a
sobretudo, uma atuação consequente com a maneira como se aprender. Contudo, apesar das diferenças, o objetivo básico
produzem as aprendizagens leva os professores a desses métodos consiste em conhecer a realidade e saber se
reconsiderar que estes modelos inflexíveis. No entanto, é desenvolver nela.
evidente que o ritmo da escola, de toda uma coletividade, não Concluindo, o autor afirma que inclinar-se por um enfoque
pode se deixar levar pela aparente improvisação. O globalizador como instrumento de ajuda para a aprendizagem
planejamento torna-se necessário para que se estabeleça um e o desenvolvimento dos alunos não supõe a rejeição das
horário que pode variar conforme as atividades previstas no disciplinas e dos conteúdos escolares. Pelo contrário, implica
transcurso de uma semana. atribuir-lhes seu verdadeiro e fundamental lugar no ensino,
que vai além dos limites estreitos do conhecimento
A Organização dos Conteúdos enciclopédico, para alcançar sua característica de um
As relações e a forma de vincular os diferentes conteúdos instrumento de análise, compreensão e participação social.
de aprendizagem que formam as unidades didáticas é o que se Esta característica é que os tornam suscetíveis de contribuir
denomina organização de conteúdos. Existem duas de forma valiosa para o crescimento pessoal, uma vez que
proposições acerca das formas de organizá-los: uma baseada fazem parte da bagagem que determina o que somos, o que
nas disciplinas ou matérias; e a outra, oferecida pelos métodos sabemos e o que sabemos fazer.
globalizados, onde os conteúdos das unidades didáticas
passam de uma matéria para outra sem perder a continuidade. Os Materiais Curriculares e os outros Recursos
A diferença básica entre os dois modelos está no fato de que Didáticos
para os métodos globalizados as disciplinas não são a Os materiais curriculares são todos aqueles instrumentos
finalidade básica do ensino, senão que tem a função de que proporcionam ao educador referências e critérios para
proporcionar os meios ou instrumentos que deve favorecer a tomar decisões, tanto no planejamento como na intervenção
realização dos objetivos educacionais; o referencial direta no processo de ensino/aprendizagem e de sua
organizador fundamental é o aluno e suas necessidades avaliação. Por suas características eles podem ser classificados
educativas. No caso dos modelos disciplinares a prioridade conforme o âmbito de intervenção a que se referem, conforme
básica são as matérias e sua aprendizagem. Tomando as sua intencionalidade ou função, conforme os conteúdos que
disciplinas como organizadoras dos conteúdos tem-se, na desenvolvem e conforme o tipo de suporte que utiliza. Na
escola, as diversas formas de relação e colaboração entre as sequência o autor analisa o uso dos materiais didáticos
diferentes disciplinas que foram consideradas matéria de conforme a tipologia dos conteúdos, o suporte dos diferentes
estudo possibilitando estabelecer três graus de relações recursos – sua utilização, vantagens e inconvenientes, elabora
disciplinares: propostas de materiais curriculares para a escola e indica
1) Multidisciplinaridade: é a mais tradicional. Os alguns critérios para análise e seleção dos materiais, quais
conteúdos escolares são apresentados por matérias sejam: detectar os objetivos educativos subjacente a um
independentes umas das outras. determinado material; verificar que conteúdos são
2) Interdisciplinaridade: é a interação entre duas ou mais trabalhados; verificar a sequência de atividades propostas
disciplinas que pode ir desde a simples comunicação de ideias para cada um dos conteúdos; analisar cada uma das sequência
até a integração recíproca dos conceitos fundamentais, da de atividades propostas para comprovar se cumprem os
teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados da requisitos da aprendizagem significativa; e estabelecer o grau
pesquisa. de adaptação ao contexto em que serão utilizados.
3) Transdisciplinaridade: supõe uma integração global A conclusão do autor: de nenhum modo os materiais
dentro de um sistema totalizador. Este sistema favorece uma curriculares podem substituir a atividade construtiva do
unidade interpretativa, com objetivo de constituir uma ciência professor, nem a dos alunos, na aquisição das aprendizagens.
que explique a realidade sem parcelamento. Nesta concepção Mas é um recurso importantíssimo que, se bem utilizado, não
pode se situar o papel das áreas na educação infantil e nas apenas potencializa o processo como oferece ideias, propostas
séries iniciais do ensino fundamental, onde uma aproximação e sugestões que enriquecem o trabalho profissional.
global de caráter psicopedagógico determina certas relações
de conteúdos com pretensões integradoras. A Avaliação
Quanto aos métodos globalizados, sua perspectiva se Porque avaliar, como avaliar, quem são os sujeitos e quais
centra exclusivamente no aluno e suas necessidades são os objetos da avaliação são analisados nesse último
educacionais. Os conteúdos que são trabalhados procedem de capítulo. A avaliação é o processo-chave de todo o processo de
diferentes disciplinas, apesar de que o nexo que há entre elas ensinar e aprender, sua função se encontra estreitamente
não segue nenhuma lógica disciplinar. Esse método nasce a ligada à função que se atribui a todo o processo. Nesse sentido
partir do termo sincretismo introduzido por Claparède e, suas possibilidades e potencialidades se vinculam para a
posteriormente, Decroly com termo globalismo. Existem forma que as próprias situações didáticas adotam. Quando as
vários métodos que podem ser considerados globalizados, avaliações são homogeneizadoras, duras, fechadas, rotineiras,
dentre eles quatro, por sua vigência atual, são analisados no elas tem pouca margem para se transformar num fato habitual
livro: os centros de interesse de Decroly, o sistema de projetos e cotidiano. Contrariamente, as propostas abertas favorecem a
de Kilpatrick, o estudo do meio do MCE e os projetos de participação dos alunos e a possibilidade de observar, por
trabalho globais. O autor os analisa indicando seus pontos de parte dos professores; oferece a oportunidade para
partida, suas sequências de ensino/aprendizagem e suas acompanhar todo o processo e, portanto, assegurar a sua
justificativas. idoneidade. A presença de opções claras sobre a função do
9 http://www.udemo.org.br/RevistaPP_01_11PlanodeEnsino.htm
fenômenos e pessoas: observar, representar, imaginar, vista à consecução de objetivos específicos" ou "Arte de
reconstruir, comparar, classificar, ordenar, memorizar, explorar condições favoráveis com o fim de alcançar objetivos
interpretar, inferir, criticar, supor, levantar hipóteses, específicos. "Ambos os significados sugerem que trata-se de
escolher, decidir, identificar, planejar, dentre outras tantas. mecanismos para a consecução de determinados objetivos
previamente estabelecidos. Assim, antes de determinarmos
B - Tipologia dos conteúdos como será realizado o ensino, por exemplo, é importante que
Conteúdos Conceituais - o que é preciso saber, conteúdos determinemos por quê e para que queremos ensinar. Em
Procedimentais - o que é preciso saber fazer e conteúdos outras palavras, é importante que determinemos nossos
Atitudinais - os que admitem ser. objetivos e, depois, escolhamos as estratégias necessárias para
que esses objetivos sejam alcançados. Ao perguntarmos por
Conceituais - O que é preciso "saber" quê e para quê ensinar, por exemplo, estamos levantando
Entre outros requisitos, o que permite que os alunos questões essencialmente filosóficas e cujas respostas revelam
aprendam conceitos de maneira significativa na escola é: muito sobre nossas idiossincrasias, pontos de vista,
a) Possuir uma série de saberes pessoais. concepções; revelam, enfim, toda nossa visão de mundo.
b) Contar com professores dispostos a trabalhar Expõem, mesmo sem querer, o mais profundo de nosso
considerando os alunos como centro de sua intervenção. pensamento e nossas posturas educacionais.
O conhecimento em qualquer área requer informação.
Para aprender um conceito, é necessário estabelecer relações Seleção de instrumentos e técnicas de avaliação
significativas com outros conceitos. A seleção dos instrumentos e técnicas deve considerar as
Os objetivos referentes a fatos, conceitos e princípios competências e padrões desejados, bem como a natureza da
frequentemente são formulados mediante os seguintes instituição. É interessante pensar numa conjugação de
verbos: Identificar, Reconhecer, Classificar, Descrever, instrumentos que permitam captar melhor as diversas
Comparar, Conhecer, Explicar, Relacionar, Situar (no espaço ou dimensões dos domínios das competências (conhecimentos
no tempo), Lembrar, Analisar, Inferir, Generalizar, Comentar, gerais, habilidades, atitudes e conhecimentos técnicos
Interpretar, Tirar Conclusões, Esboçar, Indicar, Enumerar, específicos).
Assinalar, Resumir, Distinguir, Aplicar, etc.
Algumas técnicas e instrumentos poderiam ser pensados,
Procedimentais - "saber fazer" a saber:
O que implica aprender um conteúdo procedimental - desenvolvimento de projetos;
provém de seu caráter de "saber fazer". A característica do - observação da resolução de problemas em situações
saber fazer se refere à realização de ações e de exercícios de simuladas a partir da realidade;
reflexão sobre a própria atividade e de aplicação em contextos - estudos de casos;
diferenciados. Torna claro o caráter necessariamente - provas operatórias;
significativo e funcional que deve ter a contribuição desse - portfólios.
conteúdo.
Os objetivos referentes a procedimentos frequentemente Os projetos são instrumentos úteis para avaliar a
são formulados mediante os seguintes verbos: Manejar, aprendizagem na educação escolar, uma vez que permitem
Confeccionar, Utilizar, Construir, Aplicar, Coletar, Representar, verificar as capacidades de:
Observar, Experimentar, Testar, Elaborar, Simular, Demonstrar, - representar objetivos a alcançar;
Reconstruir, Planejar, Executar, Compor, etc. - caracterizar propriedades daquilo que será trabalhado;
- antecipar resultados intermediários e finais;
Atitudinais - "ser" - escolher estratégias mais adequadas para a resolução de
Tendências ou disposições adquiridas e relativamente um Problema;
duradouras para avaliar de um modo determinado, um objeto, - executar ações para alcançar processos e resultados
uma pessoa, um acontecimento ou situação e atuar de acordo específicos;
com essa avaliação. - avaliar condições para a resolução do problema;
A formação e a mudança de atitudes opera sempre com - seguir critérios preestabelecidos.
três componentes:
- Componente cognitivo (conhecimentos e crenças); O projeto pode ser proposto para ser realizado
- Componente afetivo (sentimentos e preferências); individualmente e em equipes. Nos projetos em equipe, além
- Componente de conduta (ações manifestas e declaração das capacidades já descritas, pode-se verificar, ainda, a
de intenções); presença de algumas atitudes tais como: respeito, capacidade
Os objetivos referentes a valores, normas e atitudes de ouvir, de tomar decisões em conjunto e de solidariedade. O
frequentemente são formulados mediante os seguintes projeto prevê que o aluno se transforme em agente
verbos: Comportar-Se (De Acordo Com), Respeitar, Tolerar, multiplicador, disseminando informações, agindo em conjunto
Apreciar, Ponderar (Positiva Ou Negativamente), Aceitar, com outras pessoas da comunidade, auxiliando na resolução
Praticar, Ser Consciente de, Reagir a, Conformar-se Com, Agir, de problemas comuns.
Conhecer, Perceber, Estar Sensibilizado, Sentir, Prestar Atenção Além de técnicas diversificadas para a avaliação deverão
à, Interessar por, Obedecer, Permitir, Preocupar-se com, ser utilizados no mínimo três instrumentos diferentes por
Deleitar-se com, Recrear-se, Preferir, Inclinar-se a, Ter bimestre, caracterizando o desempenho dos alunos em
Autonomia, Pesquisar, Estudar, etc. diferentes etapas de seu desenvolvimento. O portfólio é um
instrumento que contempla registros diversos, em momentos
Orientação Didático-metodológica significativos de aprendizagem, proporcionando assim a
As orientações didático-metodológicas se constituem na visualização do processo contínuo do desenvolvimento, tanto
análise das diferentes relações que ocorrem entre alunos- para o professor quanto para o aluno.
professores e diferentes variáveis didáticas presentes no
processo de ensino-aprendizagem. Não são receitas de "como Bibliografia (do plano)
ensinar" mas reflexos que orientam a prática. - Básica - é referente à área específica do professor.
Estratégia, segundo o dicionário eletrônico, é, dentre - Complementar - refere-se aos conhecimentos pedagógicos
outros significados, "Arte de aplicar os meios disponíveis com gerais do docente.
- " sobre esse objetivo e, portanto, também sobre os valores Essa transferência geralmente é muito limitada, em razão
que eles subtendem (recusa do fracasso e das desigualdades, do temor da administração de perder o controle, de sua
democratização do acesso aos saberes escolares); preocupação em não criar desigualdades de tratamento, de
- " sobre o interesse potencial que apresentam os ciclos sua sensibilidade às expectativas dos pais. Tudo isso costuma
plurianuais nessa perspectiva. conduzir as autoridades escolares a impor percursos-tipo e
Os sistemas educacionais que impõem os ciclos balizas anuais, a regulamentar a divisão do trabalho entre
plurianuais aos professores, como qualquer reforma de professores e a normalizar os modos de agrupamento dos
estrutura, criam ciclos no papel, sem interferir nos alunos. Isso é lastimável, e é de se esperar que os professores
funcionamentos tradicionais, sendo logo reconstituídos sob detenham um poder de organização do trabalho, não mais
um novo rótulo. Lamentavelmente, os que decidem as apenas em escala da sala de aula, mas de conjuntos mais
reformas sempre subestimam o trabalho prévio sem o qual os amplos e por tempos mais longos que um ano letivo.
professores não se posicionam. Ora, se eles não são os É preciso ainda que eles tenham esse desejo e que
primeiros a se empenhar ativamente em construir ciclos construam competências correspondentes. Os professores
plurianuais dignos desse nome, ninguém fará em seu lugar, ainda necessitam de competências pontuais de cooperação, de
mesmo que o sistema colocasse à disposição enormes recursos negociação, de regulação conjunta de dispositivos complexos,
de pesquisa, de formação ou de controle... de resolução de problemas de justiça, como eles colocam
desde o momento em que os professores já não fazem todos
Novas competências de organização do trabalho exatamente o mesmo trabalho. Faltam-lhes igualmente
Os professores que trabalharem em ciclos não porque competências de gestão, maiores espaços-tempos de
receberam ordens para isso, mas porque julgam que estes formação, de organização do trabalho, de gestão de
serão mais eficazes, em pouco tempo perceberão que agrupamentos de alunos nessa escala. Ou seja, uma cultura no
trabalhar desse modo só terá um real interesse se um ciclo for âmbito das pedagogias de grupos e do acompanhamento
confiado a uma equipe pedagógica preparada para personalizado dos percursos, com essa parte de engenharia
desenvolver novas competências de planejamento e de gestão que evoca toda pedagogia diferenciada.
de progressões.
Logo, essas competências serão ao mesmo tempo Novas competências em didática e em avaliação
individuais e coletivas. Os ciclos requerem uma outra Não se pode reduzir os ciclos a uma nova organização do
organização do trabalho, virtualmente mais poderosa, porém trabalho ou a uma maior cooperação profissional. O essencial
mais complexa. Quando se confia um ciclo a uma equipe de é que a organização e a cooperação favoreçam intervenções
professores, solidariamente responsáveis por todos os alunos didáticas mais eficazes, um melhor acompanhamento dos
durante vários anos, essa equipe disporá de várias salas de alunos, uma individualização diferenciada de seus percursos,
aula e de um pool de competências e de interesse que nenhum uma avaliação realmente formativa.
professor reúne em si. Se a instauração de ciclos de aprendizagens não é
A primeira preocupação de tal equipe será otimizar o uso acompanhada de competências mais pontuais e amplas em
desses recursos. Não para aumentar o conforto dos pedagogia, em didática e em avaliação, é de se temer que as
professores, e sim para otimizar as aprendizagens dos alunos, virtudes de tal estrutura sejam apenas virtuais. A regulação
em particular daqueles que têm dificuldades no sistema de dos processos de aprendizagem, dos dispositivos de
graus anuais. A equipe imaginará uma divisão do trabalho diferenciação, dos agrupamentos, e dos percursos dos alunos
entre seus membros, em função não apenas de suas supõe particularmente um excelente conhecimento dos
competências, mas também de um conjunto de dispositivos objetivos de formação, que é o fundamento de balanços
que deve funcionar paralelamente ou em sequência no espírito lúdicos, passando eles próprios por uma avaliação criteriosa,
de uma pedagogia diferenciada: aulas convencionais, sem como também pela observação fina do trabalho pelos alunos.
dúvida, para uma parte do tempo escolar, além de grupos mais Contudo, essas competências permanecerão estéreis sem
efêmeros e específicos, grupos de níveis, de necessidades de uma formação ampla em didática ou nas disciplinas ensinadas,
projetos, de apoio ou módulos temáticos trabalhando certos combinada com um bom conhecimento das práticas sociais de
componentes do programa de forma intensiva. referência, assim como dos saberes eruditos, que são a fonte
da transposição didática. O desafio dos ciclos plurianuais vai
Desde o século XIX, o sistema educacional atribui a cada muito além, portanto, da organização do tempo e do espaço. O
professor do ensino fundamental uma turma, uma sala de aula que está em jogo nessa reforma, assim como em outras, é
e um programa anual. No ensino médio, um professor trabalha elevar o nível de qualificação pedagógica e didática dos
com várias turmas, mas intervém apenas algumas horas por professores.
semana, de acordo com uma distribuição que varia em função
da disciplina que leciona. Dentro do espaço-tempo de uma aula Avaliação da aprendizagem11
e de um ano letivo, os professores organizam-se, em larga A avaliação ainda é concebida e vivenciada nas escolas
medida, à sua maneira. Portanto eles construíram como um mecanismo de sustentação da lógica de organização
competências de gestão de aula, de planejamento de do trabalho escolar e, portanto, quase sempre, legitimador do
atividades, de orientação dos percursos durante um ano letivo fracasso, ocupando este mesmo papel nas relações que
ou, ainda, de administração do espaço que lhe é atribuído. profissionais da educação, alunos e pais estabelecem entre si.
No âmbito dos ciclos plurianuais, a autoridade escolar A concepção que predomina nas escolas hoje, é de manutenção
atribui um conjunto de locais para uma equipe, confia-lhe um da avaliação como forma de classificação por meio de provas e
conjunto de alunos com idades diversas - até quatro anos de notas, mesmo que muitas vezes, o ônus pelo fracasso seja
diferença - e designa-lhes a tarefa de conduzi-los aos objetivos debitado exclusivamente ao aluno.
de fim de ciclo. Em uma situação de completa Essa concepção permeia todo contexto social escolar e
profissionalização do ofício de professor, uma equipe assim,
pedagógica encarregada de um ciclo deveria ter o direito, (...) não se restringe aos educadores em geral. É idêntica a
nesse contexto, de se organizar como bem entendesse. Isso visão dos alunos a respeito desse tema, das famílias e da
modificaria a partilha do poder de organizar o trabalho que é sociedade. O significado da avaliação na escola alcança um
transferido em parte aos professores. significado próprio e universal, muito diferente do sentido que
se atribui a essa palavra no nosso dia a dia. Percebe-se o aluno envolvidas no processo educacional. Significa dizer que há que
sendo observado apenas em situações programadas se abrir espaço para que os professores, alunos, famílias e
(HOFFMANN, 2009). funcionários possam discutir analisando e propondo ações a
Não se trata de fazer a defesa da abolição da avaliação partir de seus olhares, trazendo suas ideias para a discussão
formal, mas de fazer a crítica às formas de avaliar segundo uma coletiva e também propondo alternativas de ação. Conforme
lógica seletiva e excludente, apenas baseada em provas e notas sustenta Loch (2000), será preciso compreender [...] que
com fim em si mesmas. avaliar não é dar notas, fazer médias, reprovar ou aprovar os
Os métodos de avaliação, sem dúvida são elementos alunos. Avaliar, numa nova ética, é sim avaliar
relevantes no conjunto das práticas pedagógicas realizadas no participativamente no sentido da construção, da
processo de ensino e aprendizagem. Porém avaliar, neste conscientização, busca da auto crítica, autoconhecimento de
sentido, não se resume apenas ao ato formal e estatístico; não todos os envolvidos no ato educativo, investindo na
é simplesmente atribuir notas que indicarão uma decisão de autonomia, envolvimento, compromisso e emancipação dos
avanço ou retenção nesta ou naquela disciplina. É necessário sujeitos.
que haja, por parte dos envolvidos no processo avaliativo, a Para que uma proposta de avaliação qualitativa se efetive
compreensão de que a concepção de conhecimento determina na prática a autora argumenta que é necessário “qualificar os
o direcionamento da prática pedagógica. Questionar o objetivo meios, instrumentos, técnicas, metodologias, ou processos,
da avaliação, isto é, qual é o sentido desse ato, leva à resposta recriando-os, pois a garantia de aprendizagem requer a
de qual é o sentido atribuído ao conhecimento. qualidade da avaliação e dos seus processos formais”,
No processo pedagógico pode-se dizer que a figura do A avaliação qualitativa aparece na prática de alguns
professor detém um dos papéis mais relevantes, o de avaliador professores, como modelo em transição, porque ela tem como
que, de acordo com suas experiências, seus conhecimentos, foco a compreensão do processo e das ações de todos os
crenças e valores – coerentes com um método e determinadas sujeitos envolvidos. Os estudos sobre avaliação da
por suas objetividades - dá sentido à avaliação na escola. aprendizagem, sobretudo a partir da década de 90, trazem
Sobre isso, é oportuna a afirmação de Sordi (apud severas críticas ao caráter autoritário e tecnicista, embora
CHUEIRI, 2008): “uma avaliação espelha um juízo de valor, ainda esteja muito presente hoje a avaliação convencional
uma dada concepção de mundo e de educação, e por isso vem (além de práticas espontaneístas). Diante disso, é pertinente a
impregnada de um olhar absolutamente intencional que revela afirmativa de Saul (2010) de que: “Não se trata exclusivamente
quem é o educador quando interpreta os eventos da cena de adotar novos conceitos, mudar procedimentos,
pedagógica”. instrumentos, definir novas escalas, mudar regulamentos, ou
Neste sentido, julga-se necessário discutir as concepções de uma forma mais ampla, assumir novos paradigmas”. A
sobre a prática avaliativa, que estão presentes no interior da reação de desconforto de muitos professores diante das
escola, não descolando a avaliação do processo de ensino- provocações a respeito da mudança na prática avaliativa
aprendizagem. Assim sendo, o professor tem papel revela o quanto é complexo efetuar mudanças profundas na
fundamental no processo de avaliação porque tem esta mesma avaliação. Na verdade, o que se faz são pequenas adaptações
importância no ensino-aprendizagem. no entorno das práticas, que não representam uma
O presente texto, discorremos sobre a concepção transformação ou mudança da concepção de educação do
qualitativa da avaliação. professor.
A prática pedagógica realizada a partir do modelo
Concepção qualitativa da avaliação tradicional de avaliação, proporciona segurança ao professor
A característica marcante desta concepção está na busca diante de um programa definido, previsto no encaminhamento
de se compreender o significado dos resultados metodológico à medida que permite que ele avance e cumpra,
imediatamente e durante todo o processo de ensino e portanto, sua tarefa de ministrar o ensino. Saul (2010) ainda
aprendizagem, os quais se expressam de diferentes formas, se refere a este aspecto enfatizando que este sistema “oferece
não só no desempenho quantitativo do aluno, mas também em uma via, um encosto, um fio condutor; estrutura o tempo
fenômenos perceptíveis ou não. Isso exige outra postura escolar, pontua o ano, fornece pontos de referência, permite
profissional de todos envolvidos no processo ensino saber se avançamos na tarefa e, consequentemente,
aprendizagem. cumprimos nossa missão”.
Segundo Saul, a avaliação qualitativa tem outra Dentre as argumentações dos professores quando se
característica que é o “delineamento flexível que permite um discute a avaliação, a mais recorrente se reporta ao sistema de
enfoque progressivo, isto é, a avaliação centrada em processos ensino, o qual não permite que os resultados sejam expressos
é em si mesma um processo que evolui em virtude de de outra forma, além das notas e, assim, atribuem a este a
descobertas sucessivas e de transformações do contexto” impossibilidade de realizar uma avaliação justa,
Ao defender uma avaliação de caráter qualitativo, essa transformando os resultados apresentados pelos alunos em
autora apresenta a modalidade denominada de “avaliação números,
emancipatória”, baseada em três vertentes teórico Uma nova sistemática de avaliação poderá gerar tensões
metodológicas: Avaliação democrática, Crítica institucional e por vezes difíceis de suportar, e os professores poderão sentir-
Criação Coletiva, e Pesquisa participante. se privados das satisfações que o sistema tradicional lhes
A proposta de avaliação qualitativa foi concebida dentro de proporcionava. Associa-se ao prazer gerado por aquela
um contexto que necessita ser superado. Sobre isso Demo segurança a satisfação gerada pelo poder da avaliação. Será
(2004) afirma: preciso, ao tratar da nova perspectiva de avaliação, trabalhar
A avaliação qualitativa pretende ultrapassar a avaliação estes aspectos pessoais e coletivos no contexto da escola.
quantitativa, sem dispensar esta. Entende que no espaço A avaliação qualitativa não é concebida fora do contexto do
educativo os processos são mais relevantes que os produtos, trabalho de ensino e aprendizagem e não pode ser pensada
não fazendo jus à realidade, se reduzida apenas às fora da organização curricular. Ela se constitui como ação
manifestações empiricamente mensuráveis. (…) A avaliação inerente à organização desse trabalho.
qualitativa gostaria de chegar até à face qualitativa da É evidente a necessidade de romper com as concepções
realidade, ou pelo menos de se aproximar dela. que restringem o processo avaliativo, e se construa uma teoria
Compreende-se, com essa concepção, que para transpor a de avaliação que avance para além das teorias de medida e a
avaliação de uma prática de provas e exames para uma prática pedagogia do exame, e sejam implementadas práticas
democrática, requer novas relações entre as pessoas pedagógicas que propiciem novo sentido à avaliação escolar,
entendendo-a como parte do processo de ensino- (anotações pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais,
aprendizagem e não com um fim em si mesma. controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora
Quando a escola classifica e aparta aqueles com maior da escola, representações visuais, etc.) que proporciona
desempenho acadêmico, para permanecerem nela, exclui evidências do conhecimento que foram sendo construídos, as
aqueles que realmente necessitam dela – os meninos e estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o
meninas oriundos dos extratos sociais mais fragilizados e que elabora para continuar aprendendo”.
não terão acesso, em outro espaço, às ferramentas e bens que Portfólios são trabalhos ilustrativos dos alunos.
propiciam conhecimentos formais, ou seja, ao saber escolar. Representam o seu pensamento, sentimento, a sua maneira de
Nesse sentido, ainda reproduz a divisão da sociedade em agir; as suas competências e habilidades e a maneira como
extratos sociais distintos, a qual é percebida com maior colocou em prática o seu trabalho acadêmico. Essa ferramenta
evidência e intensifica a distância entre os que estão mais a serviço da educação tem como finalidade primordial
acima e os que estão mais abaixo na “pirâmide social”, criada proporcionar uma visão integral do conhecimento formal do
também no contexto do capitalismo. educando e sua atuação na aprendizagem das diferentes áreas
Avaliar no sentido qualitativo significa ter clareza das curriculares, assim como o seu desenvolvimento no campo
necessidades, fragilidades do contexto no qual se encontram comportamental e sua evolução na área pessoal e educacional.
alunos e professores para que haja o empenho em estabelecer Os portfólios permitem uma avaliação de cooperação e
estratégias que possibilitem sair da posição desfavorável e participação, havendo interação do professor e aluno. Ambos
seguir para outra mais favorável, isto é oportunizar aos alunos escolhem os trabalhos mais expressivos do educando, através
que não aprendem a garantia do seu direito de aprender. da criticidade e reflexão, estabelecendo padrões em busca da
A avaliação vista como medida administrativa representa qualidade e assertividade. Há também um processo
a caça ao responsável pelos erros, contravenção, infração ou interdisciplinar com professores de outras áreas, que opinam
irregularidades, para punição, enquanto que a avaliação vista em relação ao trabalho do aluno, fornecendo opiniões e
como medida pedagógica visa à reorientação do trabalho e depoimentos relativos à melhoria e qualidade do
“focaliza os diversos aspectos relacionados ao processo ensino/aprendizagem.
ensino-aprendizado para a compreensão do desenvolvimento Existe uma gama enorme de registros em portfólios, tais
do educando”. como: desenhos; fotos, artes, exposição de documentos;
avaliação acadêmica de desempenho; registro de entrevistas;
Portfólio de aprendizagem comentários e documentários de eventos musicais, de dança,
De acordo com Hamze12, o portfólio é uma modalidade de de canto; lista de livros lidos; registro de leituras;
avaliação retirada do campo das artes e que aparece com o correspondências; atuações gravadas em vídeo e áudio, etc.
objetivo de criar novas formas de avaliação para o Os portfólios são registros produzidos em períodos de
desenvolvimento das inteligências artísticas. aprendizagem, e para isso podemos usar a fotografia como
O portfólio começou a difundir-se em espaço escolar na documento desse momento, não como cristalização, mas como
década de 90, com ênfase nos Estados Unidos. O portfólio vem comentários abertos, através de uma evolução histórica do
sendo evidenciado como um dos mais novos subsídios para acontecimento, completados e avaliados sempre, procurando
uma avaliação dinâmica e eficiente do ensino. O portfólio com buscar de maneira metódica e ordenada a melhor atuação do
variada terminologia distingue-se de acordo com sua intenção, aluno dentro do seu desenvolvimento acadêmico.
como: porta-fólios, processo-fólios, diários de bordo, dossiê.
“Reflete a crença de que os estudantes aprendem melhor, e de 13A importância dos registros escolares
uma forma mais integral, a partir de um compromisso com as Existem várias definições para nos referirmos à técnica de
atividades que acontecem durante um período de tempo documentação: registros de aulas, histórias, diários, relatórios,
significativo e que se constrói sobre conexões naturais com os observações, etc. Apesar de não terem o mesmo processo e de
conhecimentos escolares”. não serem técnicas iguais, elas descrevem pontos relevantes
A construção dos portfólios, através dos CD ROOMS, feitos através da observação e do registro do processo
caracteriza os Webfólios, que podem guardar toda a história educacional.
escolar de um indivíduo desde a Educação Básica até a Para que entendamos a definição dos registros escolares,
Educação Superior, e servirá como processo de ressignificação algumas observações são feitas:
de suas aprendizagens e colaboração no processo de avaliação - Os registros não têm obrigatoriedade de serem feitos
tanto formativa, como somativa dos procedimentos escolares. diariamente;
Esse portfólio construído ao longo da vida escolar, pode ser - Devem ser feitos pelos próprios professores, em forma de
utilizado para ilustrar o desempenho no desenrolar de sua narração;
trajetória escolar. O portfólio é usado como ferramenta de - O conteúdo da narração é de forma livre e espontânea.
acompanhamento, desenvolvimento e qualidade do Assim, o registro deve ser uma reflexão da própria prática
ensino/aprendizagem. Os conhecimentos são registrados, de ensino, tendo como principal foco a abordagem biográfica.
enfatizando a finalidade, as competências e práticas Para que esta reflexão aconteça, deve-se ter em mente que o
adquiridas no processo de ensinagem. autor precisa de uma base teórica em fundamentos e que
Na Educação Infantil a utilização do portfólio é feita com a continue atualizando-se em meio às novas tecnologias. Rosa
finalidade de documentar ações e reflexões. O portfólio é (2005, p.76) destaca: "Muitos indivíduos vão para o mercado
usado como ferramenta que facilita a ressignificação do de trabalho e permanecem bastante distanciados dos
processo de ensinagem e aprendizagem ao longo de um programas de atualização, ficando a troca nos locais de
momento de ensino. Sua preparação apresenta a propriedade trabalho, e os livros didáticos como fonte exclusiva para
de ponderar sobre a melhoria e qualidade da aprendizagem adquirir novos conhecimentos". Para Mizukami (2004, p. 290)
dos estudantes, e concomitantemente propicia inserir a base de conhecimento para o ensino é abrangente, consiste
reelaborações de ações indispensáveis para o sucesso do de um corpo de compreensões, conhecimentos, habilidades e
processo de ensinagem. disposições necessárias" para que o professor possa exercer
De acordo com HERNÁNDEZ, Fernando (2000) o portfólio sua profissão, promovendo aprendizagens significativas, deve-
é ...” um continente de diferentes tipos de documentos
14 Disponível em:
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. aos diferentes níveis de ensino, independentemente da
escolarização anterior.
TÍTULO III
Do Direito à Educação e do Dever de Educar Art. 6° É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula
das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública de idade.
será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte seguintes condições:
forma: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e
a) pré-escola; do respectivo sistema de ensino;
b) ensino fundamental; II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade
c) ensino médio; pelo Poder Público;
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o
anos de idade; previsto no art. 213 da Constituição Federal.
III - atendimento educacional especializado gratuito aos
educandos com deficiência, transtornos globais do Comentário: É dever do Estado garantir escola pública na
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, (dezessete) anos de idade de modo que o acesso à essa
preferencialmente na rede regular de ensino; educação é direito público subjetivo, ou seja, todo e qualquer
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e cidadão tem direito à ela e caso não consiga tem, também, o
médio para todos os que não os concluíram na idade própria; direito de acionar o poder público para exigi-la. Por outro lado,
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa a matrícula nas escolas é dever dos pais ou responsáveis a
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; partir dos 4 anos.
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
condições do educando; TÍTULO IV
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e Da Organização da Educação Nacional
adultos, com características e modalidades adequadas às suas
necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
trabalhadores as condições de acesso e permanência na Municípios organizarão, em regime de colaboração, os
escola; respectivos sistemas de ensino.
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de
educação básica, por meio de programas suplementares de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
material didático-escolar, transporte, alimentação e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em
assistência à saúde; relação às demais instâncias educacionais.
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de nos termos desta Lei.
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem. Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
Art. 5° O acesso à educação básica obrigatória é direito instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de Territórios;
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à
§ 1o O poder público, na esfera de sua competência escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva
federativa, deverá: e supletiva;
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito
idade escolar, bem como os jovens e adultos que não Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a
concluíram a educação básica; educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que
II - fazer-lhes a chamada pública; nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à assegurar formação básica comum;
escola. IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos
assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, para identificação, cadastramento e atendimento, na educação
nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades
níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
constitucionais e legais. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste educação;
artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na VI - assegurar processo nacional de avaliação do
hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior,
gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente. em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e
ser imputada por crime de responsabilidade. pós-graduação;
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de VIII - assegurar processo nacional de avaliação das
ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso instituições de educação superior, com a cooperação dos
sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
ensino; estabelecidas;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de docente;
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor
ensino. rendimento;
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando
Nacional de Educação, com funções normativas e de processos de integração da sociedade com a escola;
supervisão e atividade permanente, criado por lei. VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
União terá acesso a todos os dados e informações necessários frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a
de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. execução da proposta pedagógica da escola;
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz
delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que competente da Comarca e ao respectivo representante do
mantenham instituições de educação superior. Ministério Público a relação dos alunos que apresentem
quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: percentual permitido em lei.
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
oficiais dos seus sistemas de ensino; Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na I - participar da elaboração da proposta pedagógica do
oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a estabelecimento de ensino;
distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
com a população a ser atendida e os recursos financeiros proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, de menor rendimento;
integrando e coordenando as suas ações e as dos seus V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos,
Municípios; além de participar integralmente dos períodos dedicados ao
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de VI - colaborar com as atividades de articulação da escola
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de com as famílias e a comunidade.
ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da
ensino; gestão democrática do ensino público na educação básica, de
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, princípios:
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; I - participação dos profissionais da educação na
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede elaboração do projeto pedagógico da escola;
estadual. II - participação das comunidades escolar e local em
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as conselhos escolares ou equivalentes.
competências referentes aos Estados e aos Municípios.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: escolares públicas de educação básica que os integram
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
e planos educacionais da União e dos Estados; financeiro público.
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de Art. 16. O sistema federal de ensino
ensino; compreende:(Regulamento)
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os I - as instituições de ensino mantidas pela União;
estabelecimentos do seu sistema de ensino; II - as instituições de educação superior criadas e mantidas
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, pela iniciativa privada;
com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em III - os órgãos federais de educação.
outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas
plenamente as necessidades de sua área de competência e com Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Federal compreendem:
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente,
ensino. pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede II - as instituições de educação superior mantidas pelo
municipal. Poder Público municipal;
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas
se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele e mantidas pela iniciativa privada;
um sistema único de educação básica. IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
respectivamente.
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada,
incumbência de: integram seu sistema de ensino.
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
financeiros;
alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais de homologação pelo Ministro de Estado da Educação.
do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à
vista das condições disponíveis e das características regionais Art. 26.A- Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o
neste artigo. estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino incluirá diversos aspectos da história e da cultura que
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional caracterizam a formação da população brasileira, a partir
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o
cultura, da economia e dos educandos. índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, contribuições nas áreas social, econômica e política,
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da pertinentes à história do Brasil.
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-
realidade social e política, especialmente da República brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados
Federativa do Brasil, observado, na educação infantil, o no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
disposto no art. 31, no ensino fundamental, o disposto no art. educação artística e de literatura e história brasileiras.
32, e no ensino médio, o disposto no art. 36. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 746, de 2016) Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
regionais, constituirá componente curricular obrigatório da I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social,
educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da comum e à ordem democrática;
escola, é componente curricular obrigatório da educação II - consideração das condições de escolaridade dos alunos
infantil e do ensino fundamental, sendo sua prática facultativa em cada estabelecimento;
ao aluno: (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de III - orientação para o trabalho;
2016) IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis desportivas não-formais.
horas;
II – maior de trinta anos de idade; Art. 28. Na oferta de educação básica para a população
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de cada região, especialmente:
de 1969; I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
V – (Vetado) reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
VI – que tenha prole. II - organização escolar própria, incluindo adequação do
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação climáticas;
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
africana e europeia. Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo,
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do
ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação dada pela Lei nº órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que
13.415, de 2017) considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de
§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a
linguagens que constituirão o componente curricular de que manifestação da comunidade escolar. (Incluído pela Lei nº
trata o § 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de 12.960, de 2014)
2016).
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério Comentário: Quando se fala em educação, mais
dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os especificamente em educação básica deve-se considerar não
temas transversais de que trata o caput. (Redação dada pela apenas os conteúdos administrados em sala de aula, mas
Lei nº 13.415, de 2017) também, o desenvolvimento integral do aluno de modo a
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá possibilitar seu desenvolvimento enquanto cidadão inserido
componente curricular complementar integrado à proposta em um contexto social favorecendo seu desenvolvimento para
pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no o trabalho e também para seus estudos posteriores servindo,
mínimo, 2 (duas) horas mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, assim, como base para o seu desenvolvimento enquanto
de 2014) sujeito e autor do seu futuro.
§ 9o Conteúdos relativos aos direitos humanos e à
prevenção de todas as formas de violência contra a criança e Seção II
ao adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos Da Educação Infantil
currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação
da Criança e do Adolescente), observada a produção e básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
distribuição de material didático adequado. (Incluído pela Lei criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
nº 13.010, de 2014) psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
§ 10. A inclusão de novos componentes curriculares de família e da comunidade.
caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curricular
dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base formação for estruturada e organizada em etapas com
Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de § 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao
acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela inciso V do caput, em áreas que não constem do Catálogo
Lei nº 13.415, de 2017) Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho
esperados para o ensino médio, que serão referência nos Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no
processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a Lei nº 13.415, de 2017)
formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho § 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se
voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua refere o inciso V do caput, realizada na própria instituição ou
formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. em parceria com outras instituições, deverá ser aprovada
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) previamente pelo Conselho Estadual de Educação,
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de homologada pelo Secretário Estadual de Educação e
avaliação processual e formativa serão organizados nas redes certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº
de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas 13.415, de 2017)
orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de § 9º As instituições de ensino emitirão certificado com
tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino médio
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou em
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que outros cursos ou formações para os quais a conclusão do
presidem a produção moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº
de 2017) 13.415, de 2017)
II - conhecimento das formas contemporâneas de § 10. Além das formas de organização previstas no art. 23,
linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) o ensino médio poderá ser organizado em módulos e adotar o
sistema de créditos com terminalidade específica. (Incluído
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela pela Lei nº 13.415, de 2017)
Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, § 11. Para efeito de cumprimento das exigências
que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão
arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto reconhecer competências e firmar convênios com instituições
local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: de educação a distância com notório reconhecimento,
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) mediante as seguintes formas de comprovação: (Incluído pela
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº Lei nº 13.415, de 2017)
13.415, de 2017) I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei 2017)
nº 13.415, de 2017) II - experiência de trabalho supervisionado ou outra
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada experiência adquirida fora do ambiente escolar; (Incluído pela
pela Lei nº 13.415, de 2017) Lei nº 13.415, de 2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada III - atividades de educação técnica oferecidas em outras
pela Lei nº 13.415, de 2017) instituições de ensino credenciadas; (Incluído pela Lei nº
V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
13.415, de 2017) IV - cursos oferecidos por centros ou programas
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
respectivas competências e habilidades será feita de acordo V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais
com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino. ou estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) educação presencial mediada por tecnologias. (Incluído pela
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) Lei nº 13.415, de 2017)
§ 2º Revogado pela Lei nº 11.741/08 § 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser escolha das áreas de conhecimento ou de atuação profissional
composto itinerário formativo integrado, que se traduz na previstas no caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
composição de componentes curriculares da Base Nacional
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos, Seção IV-A
considerando os incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
nº 13.415, de 2017)
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) Art. 36.A- Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do
vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do ensino educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões
médio cursar mais um itinerário formativo de que trata o técnicas.
caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação facultativamente, a habilitação profissional poderão ser
com ênfase técnica e profissional considerará: (Incluído pela desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio
Lei nº 13.415, de 2017) ou em cooperação com instituições especializadas em
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor educação profissional.
produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo
parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos Art. 36.B- A educação profissional técnica de nível médio
estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem será desenvolvida nas seguintes formas:
profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) I - articulada com o ensino médio;
II - a possibilidade de concessão de certificados II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha
intermediários de qualificação para o trabalho, quando a concluído o ensino médio.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos
médio deverá observar: educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes mediante exames.
curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional
de Educação; Comentário: A educação infantil (até os 5 anos de idade)
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de deve ser complementar à ação da família e da comunidade
ensino; desde então possibilitando o desenvolvimento da criança
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos enquanto um ser bio-psico-social.
de seu projeto pedagógico. O ensino fundamental, por sua vez, com duração de 9 anos
e tento início aos 6 anos de idade visa a formação básica do
Art. 36.C- A educação profissional técnica de nível médio cidadão, ou seja, - o desenvolvimento da capacidade de
articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, aprender através do domínio da leitura, da escrita e do cálculo,
será desenvolvida de forma: a compreensão do ambiente natural e social, do sistema
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se
o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a fundamenta a sociedade, a aquisição de conhecimentos e
conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível habilidades e a formação de atitudes e valores e o
médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
matrícula única para cada aluno; solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino assenta a vida social.
médio ou já o estejam cursando, efetuando-se matrículas O ensino médio com duração mínima de 3 anos tem como
distintas para cada curso, e podendo ocorrer: finalidade o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as anteriormente, a preparação para o trabalho, o
oportunidades educacionais disponíveis; aprofundamento do desenvolvimento enquanto ser humano e
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as a integração da teoria à pratica profissional.
oportunidades educacionais disponíveis; A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, que tem
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios por princípios os mesmos pressupostos do ensino médio além
de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao de preparar o educando para o exercício de profissões
desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. técnicas.
A Educação de Jovens e Adultos, diz respeito àqueles que
Art. 36.D- Os diplomas de cursos de educação profissional não deram continuidade no ensino fundamental e médio na
técnica de nível médio, quando registrados, terão validade idade prevista e que têm o direito de prossegui-la na idade
nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na adulta.
educação superior.
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional CAPÍTULO III
técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
subsequente, quando estruturados e organizados em etapas Da Educação Profissional e Tecnológica
com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados
de qualificação para o trabalho após a conclusão, com Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se
qualificação para o trabalho. aos diferentes níveis e modalidades de educação e às
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.
Seção V § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica
Da Educação de Jovens e Adultos poderão ser organizados por eixos tecnológicos,
possibilitando a construção de diferentes itinerários
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada formativos, observadas as normas do respectivo sistema e
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no nível de ensino.
ensino fundamental e médio na idade própria. § 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos seguintes cursos:
jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na I – de formação inicial e continuada ou qualificação
idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, profissional;
consideradas as características do alunado, seus interesses, II – de educação profissional técnica de nível médio;
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. III – de educação profissional tecnológica de graduação e
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a pós-graduação.
permanência do trabalhador na escola, mediante ações § 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de
integradas e complementares entre si. graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, a objetivos, características e duração, de acordo com as
preferencialmente, com a educação profissional, na forma do diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
regulamento. Nacional de Educação.
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em
supletivos, que compreenderão a base nacional comum do articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias
currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em de educação continuada, em instituições especializadas ou no
caráter regular. ambiente de trabalho. (Regulamento)
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os Art. 41. O conhecimento adquirido na educação
maiores de quinze anos; profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para
de dezoito anos. prosseguimento ou conclusão de estudos.
Art. 42. As instituições de educação profissional e 11.331, de 2006) (Renumerado do parágrafo único para § 1º
tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos pela Lei nº 13.184, de 2015).
especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à § 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições
capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula ao
de escolaridade. candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez
salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais
CAPÍTULO IV de um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei
Da Educação Superior nº 13.184, de 2015)
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II considerará
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: as competências e as habilidades definidas na Base Nacional
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)
espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de Art. 45. A educação superior será ministrada em
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com
e para a participação no desenvolvimento da sociedade variados graus de abrangência ou especialização.
brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem
científica, visando o desenvolvimento da ciência e da como o credenciamento de instituições de educação superior,
tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente,
desenvolver o entendimento do homem e do meio em que após processo regular de avaliação. (Regulamento)
vive; § 1º Após um prazo para saneamento de deficiências
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este
científicos e técnicos que constituem patrimônio da artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o
humanidade e comunicar o saber através do ensino, de caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção
publicações ou de outras formas de comunicação; na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento autonomia, ou em descredenciamento.
cultural e profissional e possibilitar a correspondente § 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de
adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários,
conhecimento de cada geração; para a superação das deficiências.
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular,
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de
uma relação de reciprocidade; trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos
VII - promover a extensão, aberta à participação da exames finais, quando houver.
população, visando à difusão das conquistas e benefícios § 1º As instituições informarão aos interessados, antes de
resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e cada período letivo, os programas dos cursos e demais
tecnológica geradas na instituição. componentes curriculares, sua duração, requisitos,
VIII - atuar em favor da universalização e do qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios
aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições,
capacitação de profissionais, a realização de pesquisas e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras
pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão formas concomitantemente: (Redação dada pela lei nº 13.168,
que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº de 2015).
13.174, de 2015) I - em página específica na internet no sítio eletrônico
oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte:
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
e programas: a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de
níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos 2015)
requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde b) a página principal da instituição de ensino superior, bem
que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica
classificados em processo seletivo; prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
III - de pós-graduação, compreendendo programas de c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio
mestrado e doutorado, cursos de especialização, eletrônico, deve criar página específica para divulgação das
aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168,
em cursos de graduação e que atendam às exigências das de 2015)
instituições de ensino; d) a página específica deve conter a data completa de sua
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos última atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino
ensino. superior, por meio de ligação para a página referida no inciso
§ 1º Os resultados do processo seletivo referido no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas III - em local visível da instituição de ensino superior e de
instituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de
classificação, bem como do cronograma das chamadas para acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido,
matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei nº
a) caso o curso mantenha disciplinas com duração Art. 52. As universidades são instituições
diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída pela pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de
lei nº 13.168, de 2015) nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento)
das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) I - produção intelectual institucionalizada mediante o
c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes,
docente até o início das aulas, os alunos devem ser tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e
comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, nacional;
de 2015) II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação
V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei acadêmica de mestrado ou doutorado;
nº 13.168, de 2015) III - um terço do corpo docente em regime de tempo
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de integral.
ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) Parágrafo único. É facultada a criação de universidades
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular especializadas por campo do saber. (Regulamento)
de cada curso e as respectivas cargas horárias; (Incluída pela
lei nº 13.168, de 2015) Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às
c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes
cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele atribuições:
curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e
profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma programas de educação superior previstos nesta Lei,
total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do
de 2015) respectivo sistema de ensino; (Regulamento)
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento II - fixar os currículos dos seus cursos e programas,
nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros observadas as diretrizes gerais pertinentes;
instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa
examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos científica, produção artística e atividades de extensão;
seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, institucional e as exigências do seu meio;
salvo nos programas de educação a distância. V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no consonância com as normas gerais atinentes;
período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a VII - firmar contratos, acordos e convênios;
oferta noturna nas instituições públicas, garantida a VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de
necessária previsão orçamentária. investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
geral, bem como administrar rendimentos conforme
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, dispositivos institucionais;
quando registrados, terão validade nacional como prova da IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma
formação recebida por seu titular. prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por estatutos;
elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições X - receber subvenções, doações, heranças, legados e
não-universitárias serão registrados em universidades cooperação financeira resultante de convênios com entidades
indicadas pelo Conselho Nacional de Educação. públicas e privadas.
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-
universidades estrangeiras serão revalidados por científica das universidades, caberá aos seus colegiados de
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários
área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais disponíveis, sobre:
de reciprocidade ou equiparação. I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos II - ampliação e diminuição de vagas;
por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos III - elaboração da programação dos cursos;
por universidades que possuam cursos de pós-graduação IV - programação das pesquisas e das atividades de
reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e extensão;
em nível equivalente ou superior. V - contratação e dispensa de professores;
VI - planos de carreira docente.
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a
transferência de alunos regulares, para cursos afins, na Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo. gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e
forma da lei. (Regulamento) financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos
de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições
ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas
cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade poderão:
de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio. I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e
administrativo, assim como um plano de cargos e salários,
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos
como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de disponíveis;
seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos II - elaborar o regulamento de seu pessoal em
desses critérios sobre a orientação do ensino médio, conformidade com as normas gerais concernentes;
articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de III - aprovar e executar planos, programas e projetos de
ensino. investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção
Poder mantenedor; no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
peculiaridades de organização e funcionamento; psicomotora;
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
aprovação do Poder competente, para aquisição de bens suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
imóveis, instalações e equipamentos; regular.
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras
providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro
necessárias ao seu bom desempenho. nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser matriculados na educação básica e na educação superior, a fim
estendidas a instituições que comprovem alta qualificação de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao
para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.
realizada pelo Poder Público. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e estabelecerão critérios de caracterização das instituições
desenvolvimento das instituições de educação superior por ela privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação
mantidas. exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro pelo Poder Público.
Art. 56. As instituições públicas de educação superior Parágrafo único. O poder público adotará, como
obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos
existência de órgãos colegiados deliberativos, de que educandos com deficiência, transtornos globais do
participarão os segmentos da comunidade institucional, local desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na
e regional. própria rede pública regular de ensino, independentemente
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão do apoio às instituições previstas neste artigo.
setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e
comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e Comentário: A Educação especial diz respeito ao direito à
modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha Educação, preferencialmente na rede regular aos educandos
de dirigentes. com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação, que possuem necessidades
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o especiais e que requerem, em alguns casos, atenção especial. À
professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de essas crianças o direito à educação deve ser garantido visando
aulas. (Regulamento) o maior desenvolvimento possível desse educando.
CAPÍTULO V TÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Dos Profissionais da Educação
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos formados em cursos reconhecidos, são:
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e I – professores habilitados em nível médio ou superior
altas habilidades ou superdotação. para a docência na educação infantil e nos ensinos
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio fundamental e médio;
especializado, na escola regular, para atender às II – trabalhadores em educação portadores de diploma de
peculiaridades da clientela de educação especial. pedagogia, com habilitação em administração, planejamento,
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
condições específicas dos alunos, não for possível a sua III - trabalhadores em educação, portadores de diploma de
integração nas classes comuns de ensino regular. curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim; e
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos
educação infantil. respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de
áreas afins à sua formação ou experiência profissional,
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos atestados por titulação específica ou prática de ensino em
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e unidades educacionais da rede pública ou privada ou das
altas habilidades ou superdotação: corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei
organização específicos, para atender às suas necessidades; nº 13.415, de 2017)
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem V - profissionais graduados que tenham feito
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, complementação pedagógica, conforme disposto pelo
em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415,
menor tempo o programa escolar para os superdotados; de 2017)
III - professores com especialização adequada em nível
médio ou superior, para atendimento especializado, bem como Parágrafo único. A formação dos profissionais da
professores do ensino regular capacitados para a integração educação, de modo a atender às especificidades do exercício
desses educandos nas classes comuns; de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua etapas e modalidades da educação básica, terá como
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas formação, a base comum nacional.
competências de trabalho;
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios Art. 65. A formação docente, exceto para a educação
supervisionados e capacitação em serviço; superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas
III – o aproveitamento da formação e experiências horas.
anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério
Art. 62 A formação de docentes para atuar na educação superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente
básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura em programas de mestrado e doutorado.
plena, admitida, como formação mínima para o exercício do Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por
magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do universidade com curso de doutorado em área afim, poderá
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na suprir a exigência de título acadêmico.
modalidade normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de
2017) Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
em regime de colaboração, deverão promover a formação termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de público:
magistério. I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos e títulos;
profissionais de magistério poderão utilizar recursos e II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
tecnologias de educação a distância. com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará III - piso salarial profissional;
preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo IV - progressão funcional baseada na titulação ou
uso de recursos e tecnologias de educação a distância. habilitação, e na avaliação do desempenho;
§ 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência incluído na carga de trabalho;
em cursos de formação de docentes em nível superior para VI - condições adequadas de trabalho.
atuar na educação básica pública. § 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos
incentivarão a formação de profissionais do magistério para termos das normas de cada sistema de ensino.
atuar na educação básica pública mediante programa § 2o Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no §
institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes 8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas
matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, funções de magistério as exercidas por professores e
nas instituições de educação superior. especialistas em educação no desempenho de atividades
§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota educativas, quando exercidas em estabelecimento de
mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino educação básica em seus diversos níveis e modalidades,
médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de incluídas, além do exercício da docência, as de direção de
graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho unidade escolar e as de coordenação e assessoramento
Nacional de Educação - CNE. pedagógico.
§ 7o (Vetado). § 3o A União prestará assistência técnica aos Estados, ao
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de concursos
terão por referência a Base Nacional Comum públicos para provimento de cargos dos profissionais da
Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) (Vide Lei nº educação.
13.415, de 2017)
Art. 62. A- A formação dos profissionais a que se refere o TÍTULO VII
inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo Dos Recursos financeiros
técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo
habilitações tecnológicas. Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para originários de:
os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do
em instituições de educação básica e superior, incluindo Distrito Federal e dos Municípios;
cursos de educação profissional, cursos superiores de II - receita de transferências constitucionais e outras
graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. transferências;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: sociais;
I - cursos formadores de profissionais para a educação IV - receita de incentivos fiscais;
básica, inclusive o curso normal superior, destinado à V - outros recursos previstos em lei.
formação de docentes para a educação infantil e para as
primeiras séries do ensino fundamental; Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
II - programas de formação pedagógica para portadores de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte
diplomas de educação superior que queiram se dedicar à e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas
educação básica; Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de
III - programas de educação continuada para os impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na
profissionais de educação dos diversos níveis. manutenção e desenvolvimento do ensino público.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela
Art. 64. A formação de profissionais de educação para União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou
administração, planejamento, inspeção, supervisão e pelos Estados aos respectivos Municípios, não será
orientação educacional para a educação básica, será feita em considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós- receita do governo que a transferir.
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se
mencionadas neste artigo as operações de crédito por refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.
antecipação de receita orçamentária de impostos. Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão,
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos,
mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição
estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, Transitórias e na legislação concernente.
com base no eventual excesso de arrecadação.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito
efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de
percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas oportunidades educacionais para o ensino fundamental,
a cada trimestre do exercício financeiro. baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa assegurar ensino de qualidade.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo
ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, será calculado pela União ao final de cada ano, com validade
observados os seguintes prazos: para o ano subsequente, considerando variações regionais no
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino.
mês, até o vigésimo dia;
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos
dia de cada mês, até o trigésimo dia; Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente,
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de
de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente. qualidade de ensino.
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção § 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula
monetária e à responsabilização civil e criminal das de domínio público que inclua a capacidade de atendimento e
autoridades competentes. a medida do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito
Federal ou do Município em favor da manutenção e do
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino.
desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas § 2º A capacidade de atendimento de cada governo será
à consecução dos objetivos básicos das instituições definida pela razão entre os recursos de uso
educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se constitucionalmente obrigatório na manutenção e
destinam a: desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e ao padrão mínimo de qualidade.
demais profissionais da educação; § 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de União poderá fazer a transferência direta de recursos a cada
instalações e equipamentos necessários ao ensino; estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao que efetivamente frequentam a escola.
ensino; § 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos
visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua
expansão do ensino; responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V
V - realização de atividades-meio necessárias ao do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade de
funcionamento dos sistemas de ensino; atendimento.
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas
públicas e privadas; Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo
VII - amortização e custeio de operações de crédito anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos
destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei,
VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção sem prejuízo de outras prescrições legais.
de programas de transporte escolar.
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com: confessionais ou filantrópicas que:
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam
ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela
não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
ou à sua expansão; II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
caráter assistencial, desportivo ou cultural; escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
III - formação de quadros especiais para a administração Público, no caso de encerramento de suas atividades;
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos
IV - programas suplementares de alimentação, assistência recebidos.
médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser
formas de assistência social; destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público
quando em desvio de função ou em atividade alheia à obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede
manutenção e desenvolvimento do ensino. local.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive
desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos mediante bolsas de estudo.
TÍTULO VIII III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
Das Disposições Gerais Público, pelos concessionários de canais comerciais.
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições
das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos de ensino experimentais, desde que obedecidas as disposições
índios, desenvolverá programas integrados de ensino e desta Lei.
pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e
intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal
recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de sobre a matéria.
suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e
ciências; Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica,
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas
às informações, conhecimentos técnicos e científicos da fixadas pelos sistemas de ensino.
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-
índias. Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser
aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de
sistemas de ensino no provimento da educação intercultural acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.
às comunidades indígenas, desenvolvendo programas
integrados de ensino e pesquisa. Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das própria poderá exigir a abertura de concurso público de
comunidades indígenas. provas e títulos para cargo de docente de instituição pública
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos de ensino que estiver sendo ocupado por professor não
Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos: concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos
I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato
de cada comunidade indígena; das Disposições Constitucionais Transitórias.
II - manter programas de formação de pessoal
especializado, destinado à educação escolar nas comunidades Art. 86. As instituições de educação superior constituídas
indígenas; como universidades integrar-se-ão, também, na sua condição
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e
incluindo os conteúdos culturais correspondentes às Tecnologia, nos termos da legislação específica.
respectivas comunidades;
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático TÍTULO IX
específico e diferenciado. Das Disposições Transitórias
§ 3o No que se refere à educação superior, sem prejuízo de
outras ações, o atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á, Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um
nas universidades públicas e privadas, mediante a oferta de ano a partir da publicação desta Lei.
ensino e de assistência estudantil, assim como de estímulo à § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação
pesquisa e desenvolvimento de programas especiais. desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano
Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos
Art. 79-A. (Vetado) seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre
Educação para Todos.
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de § 2º (Revogado)
novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. § 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e,
supletivamente, a União, devem:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a I - (Revogado)
veiculação de programas de ensino a distância, em todos os a) (Revogado)
níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. b) (Revogado)
(Regulamento) c) (Revogado)
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e
regime especiais, será oferecida por instituições adultos insuficientemente escolarizados;
especificamente credenciadas pela União. III - realizar programas de capacitação para todos os
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização professores em exercício, utilizando também, para isto, os
de exames e registro de diploma relativos a cursos de recursos da educação a distância;
educação a distância. IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação
programas de educação a distância e a autorização para sua do rendimento escolar.
implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, § 4º (Revogado)
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes § 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a
sistemas. (Regulamento) progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento fundamental para o regime de escolas de tempo integral.
diferenciado, que incluirá: § 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados aos
de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento do art.
de comunicação que sejam explorados mediante autorização, 212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes
concessão ou permissão do poder público; pelos governos beneficiados.
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
educativas; Art. 87.A- (Vetado).
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os O autor observa também, a necessidade de formação da
Municípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino ética e respeito dentro da sociedade capitalista, na qual
às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir estamos inseridos e globalizados.
da data de sua publicação. O livro em seu terceiro capítulo, nos mostra a importância
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos de buscarmos a qualidade social do ensino e quais os critérios
e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos a serem considerados nessa busca. Libâneo destaca ideias do
respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes sociólogo Pedro Demos, e nos apresenta o conceito de
estabelecidos. qualidade no ensino, os quais nos encaminha aos pensamento
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o de que a qualidade nas instituições educacionais deve
disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos. desenvolver seres humanos capazes de participarem
ativamente na sociedade.
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham Libâneo revela-nos que com os novos valores sociais, já
a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da não é suficiente preparar alunos para provas e exames. Escolas
publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de de qualidade deverão apresentar professores capacitados, que
ensino. atendam as necessidades do corpo discente, segundo as
exigências sociais em que está inserido. Portanto os conteúdos
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime aplicados deverão ir de encontro com a vida cultural e prática
anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo do aluno.
Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, No quarto capítulo, o autor argumenta sobre a construção
pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a da identidade profissional do professor, apresentando-nos
autonomia universitária. conceitos sobre a profissionalização e profissionalismo,
Libâneo desperta nos professores a importância da formação
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. continuada como condição de garantia da execução do
trabalho com qualidade, e nos deveres e responsabilidades da
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de profissão os quais devem refletir como dedicação, participação
20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, e desempenhos na atividade profissional.
não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de
1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs As concepções de organização e Gestão escolar
5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de O estudo da escola como organização de trabalho não é
1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e novo, há toda uma pesquisa sobre administração escolar que
quaisquer outras disposições em contrário. remonta aos pioneiros da educação nova, nos anos 30. Esses
estudos se deram no âmbito da Administração Escolar e,
frequentemente, estiveram marcados por uma concepção
burocrática, funcionalista, aproximando a organização escolar
da organização empresarial. Tais estudos eram identificados
com o campo de conhecimentos denominado Administração e
Organização e gestão do trabalho escolar. Organização Escolar ou, simplesmente Administração Escolar.
Nos anos 80, com as discussões sobre reforma curricular dos
cursos de Pedagogia e de Licenciaturas, a disciplina passou em
muitos lugares a ser denominada de Organização do Trabalho
Pedagógico ou Organização do Trabalho Escolar, adotando um
enfoque crítico, frequentemente restringido a uma análise
crítica da escola dentro da organização do trabalho no
O livro " Organização e Gestão da Escola - Teoria e Capitalismo. Houve pouca preocupação, com algumas
Prática"15 de José Carlos Libâneo, nos quatro primeiros exceções, com os aspectos propriamente organizacionais e
capítulos discute os objetivos, funções e critérios de técnico-administrativos da escola.
qualificação das escolas e da situação do professor quanto É sempre útil distinguir, no estudo desta questão, um
profissional. enfoque científico-racional e um enfoque crítico, de cunho
No primeiro capítulo, Libâneo destaca a escola como sócio-político. Não é difícil aos futuros professores fazerem
organização de trabalho e lugar para desenvolvimento do distinção entre essas duas concepções de organização e gestão
conhecimento do professor. Ressalta a importância do da escola. No primeiro enfoque, a organização escolar é
trabalho em equipe onde o docente deve participar ativamente tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que
na gestão e organização da escola, exercendo funciona racionalmente; portanto, pode ser planejada,
competentemente sua profissão de professor. organizada e controlada, de modo a alcançar maiores índices
O autor escreve sobre as mudanças, pelas quais as escolas de eficácia e eficiência. As escolas que operam nesse modelo
estão passando nos âmbitos econômico, político, cultural, dão muito peso à estrutura organizacional: organograma de
educacional, geográfico, e a postura que os professores devem cargos e funções, hierarquia de funções, normas e
ter diante destas novas perspectivas os quais terão de estar em regulamentos, centralização das decisões, baixo grau de
contínua aprendizagem e formação. participação das pessoas que trabalham na organização,
Libâneo no segundo capítulo nos faz ver como o ensino planos de ação feitos de cima para baixo. Este é o modelo mais
vem sendo afetado pelas alterações nos currículos, na comum de funcionamento da organização escolar.
organização escolar, alterações estas ocorridas pela O segundo enfoque vê a organização escolar
introdução de novas tecnologias, novas atitudes e valores basicamente como um sistema que agrega pessoas,
sociais e culturais. Frente a esta mudanças, a sociedade exige importando bastante a intencionalidade e as interações sociais
uma escola para novos tempos, a qual deve preparar cidadãos que acontecem entre elas, o contexto sócio-político etc. A
com perfil crítico e criativo. organização escolar não seria uma coisa totalmente objetiva e
funcional, um elemento neutro a ser observado, mas uma
construção social levada a efeito pelos professores, alunos, - Qualificação e competência profissional.
pais e integrantes da comunidade próxima. Além disso, não - Busca de objetividade no trato das questões da
seria caracterizado pelo seu papel no mercado mas pelo organização e gestão, mediante coleta de informações reais.
interesse público. A visão crítica da escola resulta em - Acompanhamento e avaliação sistemáticos com
diferentes formas de viabilização da gestão democrática, finalidade pedagógica: diagnóstico, acompanhamento dos
conforme veremos em seguida. trabalhos, reorientação dos rumos e ações, tomada de
Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a decisões.
organização e gestão escolar e nas experiências levadas a - Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são
efeito nos últimos anos, é possível apresentar, de forma avaliados.
esquemática, três das concepções de organização e gestão: a Atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido
técnico-científica (ou funcionalista), a autogestionária e a influenciado por uma corrente teórica que compreende a
democrático-participativa. organização escolar como cultura. Esta corrente afirma que a
A concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia escola não é uma estrutura totalmente objetiva, mensurável,
de cargos e funções visando a racionalização do trabalho, a independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito
eficiência dos serviços escolares. Tende a seguir princípios e das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações
métodos da administração empresarial. Algumas sociais, ou seja, dos significados que as pessoas dão às coisas
características desse modelo são: enquanto significados socialmente produzidos e mantidos. Em
- Prescrição detalhada de funções, acentuando-se a divisão outras palavras, dizer que a organização é uma cultura
técnica do trabalho escolar (tarefas especializadas). significa que ela é construída pelos seus próprios membros.
- Poder centralizado do diretor, destacando-se as relações Esta maneira de ver a organização escolar não exclui a
de subordinação em que uns têm mais autoridades do que presença de elementos objetivos, tais como as ferramentas de
outros. poder externas e internas, a estrutura organizacional, e os
- Ênfase na administração (sistema de normas, regras, próprios objetivos sociais e culturais definidos pela sociedade
procedimentos burocráticos de controle das atividades), às e pelo Estado. Uma visão sócio- crítica propõe considerar dois
vezes descuidando-se dos objetivos específicos da instituição aspectos interligados: por um lado, compreende que a
escolar. organização é uma construção social, a partir da Inteligência
- Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em subjetiva e cultural das pessoas, por outro, que essa
normas e regras. construção não é um processo livre e voluntário, mas
- Maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas. mediatizado pela realidade sociocultural e política mais ampla,
incluindo a influência de forças externas e internas marcadas
Atualmente, esta concepção também é conhecida como por interesses de grupos sociais, sempre contraditórios e às
gestão da qualidade total. vezes conflitivos. Busca relações solidárias, formas
A concepção autogestionária baseia-se na participativas, mas também valoriza os elementos internos do
responsabilidade coletiva, ausência de direção centralizada e processo organizacional- o planejamento, a organização e a
acentuação da participação direta e por igual de todos os gestão, a direção, a avaliação, as responsabilidades individuais
membros da instituição. Outras características: dos membros da equipe e a ação organizacional coordenada e
- Ênfase nas inter-relações mais do que nas tarefas. supervisionada, já que precisa atender a objetivos sociais e
- Decisões coletivas (assembleias, reuniões), eliminação de políticos muito claros, em relação à escolarização da
todas as formas de exercício de autoridade e poder. população.
- Vínculo das formas de gestão interna com as formas de As concepções de gestão escolar refletem portanto,
auto-gestão social (poder coletivo na escola para preparar posições políticas e concepções de homem e sociedade. O
formas de auto-gestão no plano político). modo como uma escola se organiza e se estrutura tem um
- Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos
instituição, por meio de eleições e alternância no exercício de sobre a relação da escola com a conservação ou a
funções. transformação social. A concepção funcionalista, por exemplo,
- Recusa a normas e sistemas de controle, acentuando-se a valoriza o poder e a autoridade, exercida unilateralmente.
responsabilidade coletiva. Enfatizando relações de subordinação, determinações rígidas
- Crença no poder instituinte da instituição (vivência da de funções, hipervalorizando a racionalização do trabalho,
experiência democrática no seio da instituição para expandi-la tende a retirar ou, ao menos, diminuir nas pessoas a faculdade
à sociedade) e recusa de todo o poder instituído. O caráter de pensar e decidir sobre seu trabalho. Com isso, o grau de
instituinte se dá pela prática da participação e auto-gestão, envolvimento profissional fica enfraquecido.
modos pelos quais se contesta o poder instituído. As duas outras valorizam o trabalho coletivo, implicando a
A concepção democrática-participativa baseia-se na participação de todos nas decisões. Embora ambas tenham
relação orgânica entre a direção e a participação do pessoal da entendimentos das relações de poder dentro da escola,
escola. Acentua a importância da busca de objetivos comuns concebem a participação de todos nas decisões como
assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de gestão importante ingrediente para a criação e desenvolvimento das
em que as decisões são tomadas coletivamente e discutidas relações democráticas e solidárias. Adotamos, neste livro, a
publicamente. Entretanto, uma vez tomadas as decisões concepção democrático-participativa.
coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma a Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de
sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e avaliação organização interna, geralmente prevista no Regimento
sistemática da operacionalização das decisões tomada dentro Escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O
de uma tal diferenciação de funções e saberes. Outras termo estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e
características desse modelo: disposição das funções que asseguram o funcionamento de um
- Definição explícita de objetos sócio-políticos e todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente
pedagógicos da escola, pela equipe escolar. representada graficamente num organograma - um tipo de
- Articulação entre a atividade de direção e a iniciativa e gráfico que mostra a inter-relações entre os vários setores e
participação das pessoas da escola e das que se relacionam funções de uma organização ou serviço. Evidentemente a
com ela. forma do organograma reflete a concepção de organização e
- A gestão é participativa mas espera-se, também, a gestão gestão. A estrutura organizacional de escolas se diferencia
da participação. conforme a legislação dos Estados e Municípios e, obviamente,
conforme as concepções de organização e gestão adotada, mas curricular e didático da escola e comunicação e interpretação
podemos apresentar a estrutura básica com todas as unidades da avaliação dos alunos.
e funções típicas de uma escola. O orientador educacional, onde essa função existe, cuida
O Conselho de Escola tem atribuições consultivas, do atendimento e do acompanhamento escolar dos alunos e
deliberativas e fiscais em questões definidas na legislação também do relacionamento escola-pais-comunidade.
estadual ou municipal e no Regimento Escolar. Essas questões, O Conselho de Classe ou Série é um órgão de natureza
geralmente, envolvem aspectos pedagógicos, administrativos deliberativa quanto à avaliação escolar dos alunos, decidindo
e financeiros. Em vários Estados o Conselho é eleito no início sobre ações preventivas e corretivas em relação ao
do ano letivo. Sua composição tem uma certa rendimento dos alunos, ao comportamento discente, às
proporcionalidade de participação dos docentes, dos promoções e reprovações e a outras medidas concernentes à
especialistas em educação, dos funcionários, dos pais e alunos, melhoria da qualidade da oferta dos serviços educacionais e ao
observando-se, em princípio, a paridade dos integrantes da melhor desempenho escolar dos alunos.
escola (50%) e usuários (50%). Em alguns lugares o Conselho Paralelamente à estrutura organizacional, muitas escolas
de Escola é chamado de “colegiado” e sua função básica é mantêm Instituições Auxiliares tais como: a APM (Associação
democratizar as relações de poder (Paro, 1998; Cizeski e de Pais e Mestres), o Grêmio Estudantil e outras como Caixa
Romão, 1997) Escolar, vinculadas ao Conselho de Escola (onde este existia)
O diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades ou ao Diretor.
da escola, auxiliado pelos demais componentes do corpo de A APM reúne os pais de alunos, o pessoal docente e técnico-
especialistas e técnicos-administrativos, atendendo às leis, administrativo e alunos maiores de 18 anos. Costuma
regulamentos e determinações dos órgãos superiores do funcionar mediante uma diretoria executiva e um conselho
sistema de ensino e às decisões no âmbito da escola e pela deliberativo.
comunidade. O assistente de diretor desempenha as mesmas O Grêmio Estudantil é uma entidade representativa dos
funções na condição de substituto eventual do diretor. alunos criada pela lei federal n.7.398/85, que lhe confere
O setor técnico-administrativo responde pelas atividades- autonomia para se organizarem em torno dos seus interesses,
meio que asseguram o atendimento dos objetivos e funções da com finalidades educacionais, culturais, cívicas e sociais.
escola. Ambas as instituições costumam ser regulamentadas no
A Secretaria Escolar cuida da documentação, escrituração Regime Escolar, variando sua composição e estrutura
e correspondência da escola, dos docentes, demais organizacional. Todavia, é recomendável que tenham
funcionários e dos alunos. Responde também pelo autonomia de organização e funcionamento, evitando-se
atendimento ao público. Para a realização desses serviços, a qualquer tutelamento por parte da Secretaria da Educação ou
escola conta com um secretário e escriturários ou auxiliares da da direção da escola.
secretaria. O setor técnico-administrativo responde, também, Em algumas escolas, funciona a Caixa Escolar, em outras
pelos serviços auxiliares (Zeladoria, Vigilância e Atendimento um setor de assistência ao estudante, que presta assistência
ao público) e Multimeios (biblioteca, laboratórios, videoteca social, econômica, alimentar, médica e odontológica aos alunos
etc.). carentes.
A Zeladoria, responsável pelos serventes, cuida da O Corpo docente é constituído pelo conjunto dos
manutenção, conservação e limpeza do prédio; da guarda das professores em exercício na escola, que tem como função
dependências, instalações e equipamentos; da cozinha e da básica realizar o objetivo prioritário da escola, o ensino. Os
preparação e distribuição da merenda escolar; da execução de professores de todas as disciplinas formam, junto com a
pequenos consertos e outros serviços rotineiros da escola. direção e os especialistas, a equipe escolar. Além do seu papel
A Vigilância cuida do acompanhamento dos alunos em específico de docência das disciplinas, os professores também
todas as dependências do edifício, menos na sala de aula, têm responsabilidades de participar na elaboração do plano
orientando-os quanto a normas disciplinares, atendendo-os escolar ou projeto pedagógico-curricular, na realização das
em caso de acidente ou enfermidade, como também do atividades da escola e nas decisões dos Conselhos de Escola e
atendimento às solicitações dos professores quanto a material de classe ou série, das reuniões com os pais (especialmente na
escolar, assistência e encaminhamento de alunos. comunicação e interpretação da avaliação), da APM e das
O serviço de Multimeios compreende a biblioteca, os demais atividades cívicas, culturais e recreativas da
laboratórios, os equipamentos audiovisuais, a videoteca e comunidade.
outros recursos didáticos. A gestão democrática-participativa valoriza a participação
O setor pedagógico compreende as atividades de da comunidade escolar no processo de tomada de decisão,
coordenação pedagógica e orientação educacional. As funções concebe a docência como trabalho interativo, aposta na
desses especialistas variam confirme a legislação estadual e construção coletiva dos objetivos e funcionamento da escola,
municipal, sendo que muitos lugares suas atribuições ora são por meio da dinâmica intersubjetiva, do diálogo, do consenso.
unificadas em apenas uma pessoa, ora são desempenhadas por Nos itens interiores mostramos que o processo de tomada
professores. Como são funções desses especializadas, de decisão inclui, também, as ações necessárias para colocá-la
envolvendo habilidades bastante especiais, recomenda-se e em prática. Em razão disso, faz-se necessário o emprego dos
seus ocupantes sejam formados em cursos de Pedagogia ou elementos ou processo organizacional, tal como veremos
adquiram formação pedagógico-didática específica. adiante.
O coordenador pedagógico ou professor coordenador De fato, a organização e gestão refere-se aos meios de
supervisiona, acompanha, assessora, avalia as atividades realização do trabalho escolar, isto é, à racionalização do
pedagógico-curriculares. trabalho e à coordenação do esforço coletivo do pessoal que
Sua atribuição prioritária é prestar assistência atua na escola, envolvendo os aspectos, físicos e materiais, os
pedagógico-didático aos professores em suas respectivas conhecimentos e qualificações práticas do educador, as
disciplinas, no que diz respeito ao trabalho ao trabalho relações humano-interacionais, o planejamento, a
interativo com os alunos. Há lugares em que a coordenação administração, a formação continuada, a avaliação do trabalho
restringe-se à disciplina em que o coordenador é especialista; escolar. Tudo em função de atingir os objetivos. Ou seja, como
em outros, a coordenação se faz em relação a todas as toda instituição as escolas buscam resultados, o que implica
disciplinas. Outra atribuição que cabe ao coordenador uma ação racional, estruturada e coordenada. Ao mesmo
pedagógico é o relacionamento com os pais e a comunidade, tempo, sendo uma atividade coletiva, não depende apenas das
especialmente no que se refere ao funcionamento pedagógico- capacidades e responsabilidades individuais, mas de objetivos
comuns e compartilhados e de ações coordenadas e A identidade do professor está cada vez mais centrada em
controladas dos agentes do processo. mudanças que ocorrem na sociedade, e a nova realidade que
O processo de organização educacional dispõe de ela apresenta.
elementos constitutivos5 que são, na verdade, instrumentos É preciso que o educador tenha uma formação e que essa
de ação mobilizados para atingi-los objetivos escolares. formação seja de forma continuada e que ele esteja aberto a
Esses elementos constitutivos da organização são novas realidades e novas maneiras de pensar. Novas práticas,
designados, também, na bibliografia especializada, de funções mudanças no papel docente, e novos modos de agir
administrativas ou etapas do processo administrativo. Os promoverão conhecimentos que irão contribuir para a sua
autores geralmente mencionam as quatro funções identidade profissional.
estabelecidas nas teorias clássicas da Administração Geral: A leitura deste livro faz como desperte nos professores o
planejamento, organização, direção, controle. senso crítico quanto a sua formação e prática na escola,
conscientizando-os para a necessidade de participação nos
Tais elementos ou instrumentos de ação são: processos de organização e gestão visando a qualidade e
Planejamento - processo de explicitação de objetivos e melhoria da aprendizagem dos alunos.
antecipação de decisões para orientar a instituição, prevendo-
se o que se deve fazer para atingi-los. Questões
Organização - Atividade através da qual se dá a
racionalização dos recursos, criando e viabilizando as 01. (SEAP/DF- Professor- IBFC/2013) De acordo com o
condições e modos para se realizar o que foi planejado. que disserta a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da
Direção/Coordenação - Atividade de coordenação do Educação Brasileira (LDB), julgue os itens a seguir:
esforço coletivo do pessoal da escola. I. A LDB reconhece que a educação abrange os processos
Formação continuada - Ações de capacitação e formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
aperfeiçoamento dos profissionais da escola para que realizem convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino,
com competência suas tarefas e se desenvolvam pessoal e nos movimentos sociais e nas manifestações culturais. Por
profissionalmente. isso, a lei disserta, expressamente, que a educação escolar
Avaliação - comprovação e avaliação do funcionamento da deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
escola. II. A educação básica é obrigatória e gratuita dos 6 anos aos
José Carlos Libâneo quando fala em profissionalização refere- 17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola,
se às condições ideais que venham garantir o exercício ensino fundamental e ensino médio. Sendo a educação infantil
profissional de qualidade. Quando ele fala em profissionalismo gratuita às crianças de até 6 anos de idade. III. O atendimento
refere-se ao desempenho competente e compromissado dos ao educando é previsto, em todas as etapas da educação básica,
deveres e responsabilidades que constituem a especificidade por meio de programas suplementares de material didático-
de ser professor e ao comportamento ético e político expresso escolar e alimentação. Transporte e assistência à saúde não
nas atitudes relacionadas à prática profissional. estão expressamente previstos na LDB 9394/96, sendo
As duas noções comentadas parecem ser indispensáveis deixados à lei ordinária.
para a formação de um bom profissional. Mas, não podemos III. O atendimento ao educando é previsto, em todas as
tratá-las como “indissociáveis”, porque muitas vezes o etapas da educação básica, por meio de programas
professor não teve ou não tem uma prática ideal devido à falta suplementares de material didático-escolar e alimentação.
de profissionalização, por motivos vários, até mesmo por falta Transporte e assistência à saúde não estão expressamente
de dinheiro, pois bem se sabe o professor não é valorizado previstos na LDB 9394/96, sendo deixados à lei ordinária.
como devia ser. Mas certamente com dedicação, empenho e IV. É garantida a vaga na escola pública de educação
respeito a sua profissão, o professor poderá mudar suas infantil ou de ensino fundamental mais próxima da residência
atitudes e suas convicções e buscar uma educação de forma a toda criança a partir do dia em que completar 4 anos de
continuada que contribuirá de forma mais abrangente e idade.
cooperativa na aprendizagem de seus alunos e no seu V. É garantido acesso público e gratuito aos ensinos
crescimento como profissional e de ser humano capaz e fundamental e médio para todos os que não os concluíram na
valorizado. idade própria, porém vedado acesso aos níveis mais elevados
do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
A FORMAÇÃO CONTINUADA capacidade de cada um.
Este é um assunto que vem sendo discutido É correto o que afirma em:
incansavelmente na educação. Sem dúvida, a formação (A) I, II e III, apenas.
continuada como já citamos acima, é muito importante para a (B) I e IV, apenas.
capacitação do professor. Ela contribui para que o educador (C) II, III e V, apenas.
seja capaz de aperfeiçoar sua prática e adotar boas (D) I, IV e V, apenas.
metodologias didático-pedagógicas, como também promover
o envolvimento desse profissional de uma maneira 02. É correto afirmar, conforme artigo 24, inciso V da LDB,
interdisciplinar que irá abranger sua autonomia reflexiva no que a verificação do rendimento escolar expressa uma ênfase
que se refere a todos os interesses da escola, do aluno e de si na
mesmo. (A) classificação dos estudantes de acordo com suas notas.
O educador não pode aceitar que lhe digam o que (B) reprovação e aprovação nos diferentes níveis de
fazer em sua sala de aula. Ele tem que atuar como sujeito ensino.
crítico, reflexivo, pesquisador e elaborador de conhecimentos (C) evasão e retenção dos estudantes nos diferentes anos
que contribuirão na sua formação profissional que refletirá em de escolaridade.
todo o contexto educacional. (D) promoção dos estudantes ao longo dos níveis de
ensino.
A IDENTIDADE PROFISSIONAL DOS PROFESSORES
Para ser professor é preciso amar essa profissão. É ter 03. (TJ/GO- Analista Judiciário- Pedagogia- FGV/2014)
atitudes, conhecimentos, habilidades e valores que irão A educação escolar, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases
acrescentar no seu trabalho como educador. da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, é dever da
família e do Estado.
Cabe ao Estado garantir, a partir da nova redação do Art. 07. (IF-SP- Professor- Biologia- IF-SP/2015) Segundo a
4º da LDB instituída pela Lei nº 12.796, de 2013: Lei nº 9394, de 1996, a respeito do tema “diplomas", é
(A) educação básica obrigatória e gratuita dos seis aos incorreto afirmar que:
quatorze anos de idade; (A) Os diplomas de cursos de educação profissional técnica
(B) educação infantil e ensino fundamental obrigatórios e de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e
gratuitos; habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação
(C) ensino fundamental e ensino médio obrigatórios e superior.
gratuitos; (B) Os diplomas de cursos superiores reconhecidos,
(D) educação básica obrigatória e gratuita a todos que quando registrados, terão validade nacional como prova da
desejarem cursá-la; formação recebida por seu titular.
(E) educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos (C) Os diplomas de graduação expedidos por
dezessete anos de idade. universidades estrangeiras serão revalidados por
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e
04. (Prefeitura de Campo Verde/MT- Professor- área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais
Ciências- Consulplan/2013) Com base na Lei de Diretrizes e de reciprocidade ou equiparação.
Bases da Educação Nacional, LDB nº. 9394/96, em relação às (D) Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos
escolas que oferecem a Educação Básica, analise: por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos
I. O calendário escolar deverá adequar-se às por universidades que possuam cursos de pós-graduação
peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e
critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir em nível equivalente ou superior.
o número de horas letivas previsto em lei. (E) Os diplomas expedidos pelas universidades e aqueles
II. A carga horária mínima anual será de oitocentas horas conferidos por instituições não-universitárias serão
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo registrados pelo Conselho Nacional de Educação.
trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames
finais, quando houver. 08. (INSS- Analista Pedagogia- FUNRIO/2014) Segundo
III. A classificação em qualquer série ou etapa pode ser o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
feita por promoção, para alunos que cursaram, com 9394 de 1996, em seu inciso VI, o controle de frequência dos
aproveitamento, a série ou a fase anterior, na própria escola: alunos ficará a cargo da
por transferência, para candidatos procedentes de outras (A) secretaria de ensino municipal, conforme o disposto no
escolas. seu regimento, e exigida a frequência mínima de setenta e
IV. O controle de frequência fica a cargo da escola, cinco por cento do total de horas letivas para aprovação.
conforme o disposto no seu regimento e nas normas do (B) secretaria de ensino estadual, conforme o disposto no
respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de seu regulamento, e exigida a frequência mínima de setenta e
setenta e cinco por cento do total de horas letivas para cinco por cento do total de horas letivas para aprovação.
aprovação. (C) escola, conforme o disposto no seu regimento e nas
Estão corretas apenas as afirmativas: normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência
(A) I, II, III mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas
(B) I, III, IV para aprovação.
(C) II, III, IV (D) escola, conforme o disposto no seu regimento, e exigida
(D) I, II, IV a frequência mínima de oitenta e cinco por cento do total de
(E) I, II, III, IV horas letivas para aprovação.
(E) secretaria de educação básica do MEC, conforme o
05. (TSE- Analista Judiciário- Pedagogia- disposto em regimento federal, e exigida a frequência mínima
Consulplan/2014) Segundo o art. 9º inciso IV da LDB de oitenta e cinco por cento do total de horas letivas para
9394/96, a incumbência de traçar um conjunto de diretrizes aprovação.
capaz de nortear os currículos e os seus conteúdos mínimos,
reforçando a necessidade de se propiciar a todos a formação 09. (UFT - Assistente em Administração - COPESE –
básica comum é UFT/2017) Quanto às normas da educação superior,
(A) dos Municípios em colaboração com o Conselho previstas na Lei 9.394/1996 (LDB), assinale a alternativa
Municipal de Educação. INCORRETA.
(B) da União em colaboração com os Estados, o Distrito (A) A educação superior será ministrada em instituições de
Federal e os Municípios. ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de
(C) dos Estados em colaboração com os Municípios. abrangência ou especialização.
(D) dos Conselhos de Educação em regime de colaboração (B) A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como
com os Estados e a União. o credenciamento de instituições de educação de nível médio
e superior terão prazos ilimitados.
06. (SEDUC –AM- Pedagogo- FGV/2014) As opções a (C) Na educação superior, o ano letivo regular,
seguir apresentam destaques da Lei nº 9394/96, à exceção de independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de
uma. Assinale-a. trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos
(A) Flexibilidade do currículo – permite a incorporação de exames finais, quando houver.
disciplinas considerando o contexto e a clientela. (D) As instituições informarão aos interessados, antes de
(B) Educação Artística e Ensino Religioso – disciplinas cada período letivo, os programas dos cursos e demais
obrigatórias no Ensino Básico. componentes curriculares, sua duração, requisitos,
(C) Jornada escolar no Ensino Fundamental – pelo menos qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios
quatro horas em sala de aula. de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições,
(D) Educação Profissional – constitui um curso assim como publicar as respectivas informações nos termos da
independente do Ensino Médio. lei.
(E) Educação organizada em dois níveis – Educação Básica
e Educação Superior.
10. (IFB - Professor – Português – IFB/2017) No que (C) aula expositiva dialogada.
concerne aos níveis e modalidades de educação e ensino, (D) trabalho de campo.
previstos na Lei nº 9394/96, pode-se afirmar que: (E) demonstração didática.
(A) A educação básica é formada pela educação infantil e
pelo ensino fundamental. 15. A elaboração dos cronogramas de cursos tem o
(B) A educação escolar compõe-se de educação básica, propósito de sistematizar a ação concreta docente, a fim de
média e superior. que seus objetivos sejam amplamente atingidos. Trata-se da
(C) A escola poderá reclassificar os alunos tendo como previsão dos conhecimentos e conteúdos que serão
base as normas curriculares gerais. desenvolvidos em sala de aula, assim como a seleção dos
(D) A educação básica tem a finalidade de desenvolver o procedimentos e técnicas de ensino mais adequadas aos
educando para o exercício da cidadania, sendo a educação conteúdos, como também dos recursos humanos e materiais
média e média técnica meios para progressão no trabalho e em que serão usados para garantir melhor desempenho no
estudos posteriores. processo de ensino e aprendizagem.
(E) O calendário escolar do ensino básico deve ser M. Menegolla, e I. Sant’ Anna. Por que planejar? Como
obedecido em todo o território nacional, com a previsão de planejar?
dois ciclos de férias escolares, em julho e em janeiro. São Paulo: vozes, 1999. (com adaptações).
11. (UFPE – Pedagogo - COVEST-COPSET/2010) Das No que concerne ao planejamento de ensino, julgue os
alternativas abaixo, assinale a compatível com a didática. itens subsequentes.
(A) Didática relaciona-se com o estudo dos elementos A relação objetivo-conteúdo determina os métodos a
substantivos ou nucleares do currículo. serem utilizados em situações didáticas específicas.
(B) Didática é reconhecida como um espaço próprio no ( ) Certo
domínio científico da educação. ( ) Errado
(C) Didática é caracterizada como um todo, organizada
em função de propósitos e de saberes educativos. Respostas
(D) Didática é ligada ao estudo dos processos e práticas 01. Resposta: B.
pedagógicas institucionalizadas. 02. Resposta: D.
(E) Didática está associada ao conteúdo, ao programa dos 03. Resposta: E.
processos de formação. 04. Resposta: D.
05. Resposta: B.
12. (TJ-RO - Analista Judiciário – Pedagogia – 06. Resposta B.
CESPE/2012) A sociedade contemporânea tem passado por 07. Resposta E.
rápidas transformações, exigindo do cidadão constantes 08. Resposta C.
movimentos de adaptação. No âmbito educacional, as 09. Resposta: B.
mudanças também chegaram alterando modos de pensar e de 10. Resposta: C.
ensinar. A interação entre duas ou mais disciplinas, podendo ir 11. Resposta: A
da simples comunicação à integração recíproca de conceitos 12. Resposta: A
fundamentais e princípios metodológicos é denominada 13. Resposta: Errada
(A) interdisciplinaridade. 14. Resposta: E
(B) transposição didática. 15. Resposta: Certo
(C) multidisciplinaridade.
(D) multiculturalismo.
(E) multirreferencialidade.
Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990:
13. (IFB - Cargos de Nível Superior – CESPE/2011) Na
esfera da educação e do ensino, há vários níveis de
Do provimento, Da vacância, Da remoção
planejamento, que variam em abrangência e complexidade: e Da redistribuição; Do regime
planejamento de um sistema educacional, planejamento geral disciplinar.
das atividades de uma escola, planejamento de currículo e
planejamento didático ou de ensino. Julgue os itens que seguem,
relacionados a esses planejamentos.
O planejamento de aula antecede hierarquicamente o
planejamento da unidade didática. DO PROVIMENTO, DA VACÂNCIA, DA REMOÇÃO E DA
( ) Certo REDISTRIBUIÇÃO
( ) Errado
O vocábulo, cargo, emprego e função pública está inserido
14. (IF-SP- Técnico em Assuntos Educacionais - IF- em vários dispositivos da Constituição Federal. Para que sejam
SP/2012) Observe o texto a seguir, que trata de uma das compreendidos os diferentes significados é preciso ter em
técnicas de ensino: mente que a Administração Pública possui competências
“O aluno não só vê o que está acontecendo, como também definidas em lei e distribuídas em alguns níveis diversos:
escuta o barulho feito pela serra, pela batida do martelo ou pela pessoas jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos
máquina em funcionamento; sente o cheiro das aparas de (Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e servidores
madeira e do óleo de corte e, pelo tato, percebe se uma superfície públicos, que ocupam cargos ou empregos, ou ainda que
está bem lisa ou se uma junta está bem certa. Mais ainda, a exerçam função pública.
atenção do aluno pode ser dirigida para os pontos mais
importantes a serem observados com mais cuidado.” Cargo público: é aquele ocupado por servidor público;
Essa técnica é chamada de: Função pública: é a atividade em si mesma, são as tarefas
(A) transposição didática. desenvolvidas pelos servidores. São espécies:
(B) estudo do meio. a) Funções de confiança,
b) Funções exercidas por contratados por tempo Para os cargos em comissão também não se exige concurso
determinado. público (art.37, inc. V), desde que as atribuições não sejam de
direção, chefia e assessoramento. Esses devem ser
Emprego Público: é aquele ocupado por empregado preenchidos nas condições e nos percentuais mínimos
público que pode atuar em entidade privada ou pública da previstos em lei.
Administração indireta. Para as funções de confiança não se impõe o concurso
público, no entanto a mesma norma acima mencionada
Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas: estabelece que tal função será exercida exclusivamente por
As hipóteses de acumulação constitucionalmente servidores ocupantes de cargo efetivo.
autorizadas são: Durante o prazo do concurso, o aprovado não tem direito
a) a de dois cargos de professor (art. 37, XVI, a); adquirido à contratação. Há apenas uma expectativa de direito
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou em relação a esta.
científico (art. 37, XVI, b); O art. 37, inc. IV, apenas assegura ao aprovado o direito
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais adquirido de não ser preterido por novos concursados.
de saúde, com profissões regulamentadas (art. 37, XVI, c);
d) a de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou Formas de Provimento:
função pública (art. 38, III); a) nomeação;
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério b) promoção;
(art. 95, parágrafo único, I); c) readaptação;
f) a de um cargo de membro do Ministério Público com d) reversão;
outro no magistério (art. 128, § 5º, II, d). e) aproveitamento;
f) reintegração;
Servidores Públicos e Empregados Públicos: g) recondução.
O servidor público é o agente público que está investido em
cargo público, que é um conjunto de atribuições e a. Nomeação: é a forma de provimento originário, de
responsabilidades conferidas pela lei. O Empregado Público é modo que não depende de prévia relação jurídica com o
o agente público que tem vínculo contratual, ou seja, sua servidor do Estado, irá depender de habilitação em concurso
relação com a Administração Pública decorre de contrato de público de provas ou de provas e títulos, desde que obedecidos
trabalho. Possui então, vínculo de natureza contratual celetista a ordem que foi classificado e a validade do concurso.
(CLT). Assim, o Empregado Público é regido pela CLT e o
Servidor Público é regido por lei específica, no caso do b. Promoção: é a forma de provimento derivado, que só
servidor público federal, será regido pela Lei 8.112/90. vai favorecer aqueles servidores públicos que ocupem cargos
públicos em caráter efetivo. Para tanto, é necessário ser
Contratados em caráter temporário são servidores aprovado em concurso público e obedecer os demais
contratados por um período certo e determinado, por força de requisitos próprios de seu cargo.
uma situação de excepcional interesse público. Não são
nomeados em caráter efetivo, que tem como qualidade a c. Readaptação: trata-se de provimento derivado, que
definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição Federal. consiste na investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades, que sejam compatíveis com a limitação que
Provimento: é o preenchimento do cargo público, com a tenha sofrido, tanto na sua capacidade física, quanto mental,
designação de seu titular. Pode ser: verificada em inspeção médica.
a) originário ou inicial Ex: motorista da ambulância da prefeitura, que após
b) derivado acidente, fica com debilidade nos movimentos da perna e é
readaptado para a função de auxiliar em outro setor.
Investidura é um ato complexo, exigindo, segundo Hely Caso o readaptando não consiga realizar seu serviço, em
Lopes Meirelles, a manifestação de vontade de mais de um virtude da limitação, ainda que colocado em outra função, ele
órgão administrativo – a nomeação é feita pelo Chefe do será considerado incapaz, e dessa maneira, aposentado.
Executivo; a posse e o exercício são dados pelo Chefe da
Repartição. d. Reversão: é uma espécie de provimento derivado
decorrente do retorno à atividade de servidor aposentado por
O art. 37, inc. I, da Constituição Federal dispõe que os invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes
brasileiros e estrangeiros que preencham os requisitos os motivos da aposentadoria; ou no interesse da
estabelecidos em lei terão acesso aos cargos, aos empregos e Administração, desde que: 16
às funções públicas. a) tenha solicitado a reversão;
O art. 37, inc. II, da Constituição Federal estabelece que b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
para a investidura em cargo ou emprego público é necessário c) estável quando na atividade;
a aprovação prévia em concurso público de provas ou de d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade anteriores à solicitação;
do cargo ou emprego. e) haja cargo vago
A exigência de concurso é válida apenas para os cargos de
provimento efetivo – aqueles preenchidos em caráter e. Aproveitamento: é o retorno do servidor que se
permanente. encontra em disponibilidade, sendo que seu regresso é
Os cargos preenchidos em caráter temporário não obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos, que seja
precisam ser precedidos de concurso, pois a situação compatível com os ocupados anteriormente.
excepcional e de temporariedade, que fundamenta sua Caso o servidor não entre em exercício no prazo legal, será
necessidade, é incompatível com a criação de um concurso tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a sua
público. disponibilidade, exceto se a junta médica oficial comprovar
doença.
f. Reintegração: trata-se da reinvestidura do servidor IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
estável no cargo anteriormente ocupado, ou ainda em cargo de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
sua transformação, se a sua demissão for invalidada por X – participar de gerência ou administração de sociedade
decisão judicial ou administrativa, permitindo o ressarcimento privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio,
de todas as suas vantagens. exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a
Caso o cargo venha a ser extinto, o servidor deve ficar em repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
disponibilidade, podendo ser aproveitado em outro cargo, previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau,
desde que respeitadas as regras sobre aproveitamento. e de cônjuge ou companheiro;
Se o seu cargo estiver provido, o eventual ocupante será XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, ou qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
aproveitado em outro cargo, ou ainda, posto em XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
disponibilidade. estrangeiro;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
g. Recondução: é o retorno do servidor estável ao cargo XV – proceder de forma desidiosa;
anteriormente ocupado, que decorrerá de inabilitação em XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
estágio probatório referente a outro cargo ou reintegração do serviços ou atividades particulares;
anterior ocupante. XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
Se estiver provido o cargo de origem, o servidor será cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
aproveitado em outro. Contudo, se o cargo for extinto durante transitórias;
o estágio probatório do servidor inexiste direito à recondução. XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
REGIME DISCIPLINAR horário de trabalho;
XIX – recusar -se a atualizar seus dados cadastrais quando
Primeiramente, atente-se aos deveres do servidor público solicitado.
(art. 116 da lei nº 8.112/90):
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; Caso o servidor infrinja os deveres e as proibições expostas
II – ser leal às instituições a que servir; nos arts. 116 e 117 da Lei nº 8.112/90, estará sujeito a
III – observar as normas legais e regulamentares; determinadas penalidades. Vejamos o seguinte quadro
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando esquemático:
manifestamente ilegais;
V – atender com presteza: ADVERTÊNCIA SUSPENSÃO DEMISSÃO
a) ao público em geral, prestando as informações Irregularidades: Irregularidades: Irregularidades:
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; Art. 117, I ao VIII Art. 117, XVII e Art. 117, IX ao XVI
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito e XIX XVIII e art. 132
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; Será feita por Será feita por
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; escrito nos escrito nos Sindicância (até
VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as assentos assentos 30 dias)
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; funcionais funcionais
VII – zelar pela economia do material e a conservação do Prazo Prazo Prazo
patrimônio público; prescricional: prescricional: 2 prescricional: 5
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição; 180 dias anos anos
IX – manter conduta compatível com a moralidade Cancelamento do Cancelamento do
administrativa; ____________________
registro: 3 anos registro: 5 anos
X – ser assíduo e pontual ao serviço; Procedimento:
XI – tratar com urbanidade as pessoas; -PAD: 60 dias + 60
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de dias
poder. Procedimento:
-Rito sumário
Procedimento: -sindicância: 30
(abandono de
Por outro lado, o art. 117, do mesmo instrumento legal, -sindicância (30 dias + 30 dias
cargos, acúmulo
elenca as proibições dos servidores públicos: dias + 30 dias) -PAD: 60 dias +
de cargos e
60 dias
inassiduidade
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia habitual): 30 dias
autorização do chefe imediato; + 15 dias
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, Observação: será
qualquer documento ou objeto da repartição; possível a
III – recusar fé a documentos públicos; conversão da
IV – opor resistência injustificada ao andamento de suspensão em
documento e processo ou execução de serviço; multa na base de
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no 50% sobre o
recinto da repartição; vencimento ou
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos remuneração
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua diária
responsabilidade ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem- Responsabilidade dos Agentes Públicos: Os servidores
se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; públicos ao exercerem suas funções não ficam dispensados de
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função serem responsabilizados. Enquanto houver exercício irregular
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo de direito ou de poder a responsabilidade deve estar presente,
grau civil; sendo uma forma de soberania e autenticidade perante os
órgãos públicos.
Caso o Estado repare o dano causado pelo servidor público 04. I - Reintegração é a reinvestidura do servidor estável
terá direito de regresso contra este, recuperando o valor da no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de
indenização, junto com o agente causador do dano. sua transformação, quando invalidada a sua demissão por
decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas
O agente público poderá ser responsabilizado nos âmbitos as vantagens.
civil, penal e administrativo. II - O servidor estável só perderá o cargo em virtude de
sentença judicial transitada em julgado ou de processo
a) Responsabilidade Civil: Neste caso, responsabilidade administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
civil se refere à responsabilidade patrimonial. O órgão público, defesa.
confirmada a responsabilidade de seus agentes, como III - Reversão é o retorno à atividade de servidor
preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto Maior, é aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declarar
"assegurado o direito de regresso contra o responsável nos insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou no interesse
casos de dolo ou culpa", descontará nos vencimentos do da administração, respeitadas as hipóteses legais.
servidor público, respeitando os limites mensais, a quantia IV - Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
exata para o ressarcimento do dano. anteriormente ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio
probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior
b) Responsabilidade Administrativa: A ocupante.
responsabilidade administrativa é apurada em processo
administrativo, assegurando-se ao servidor o contraditório e a Avalie as assertivas abaixo, classificando-as com “V”
ampla defesa. A penalidade deve sempre ser motivada pela quando verdadeiras, ou “F”, caso sejam falsas, de acordo com
autoridade competente para sua aplicação, sob pena de ser os termos da Lei nº 8.112/1990. A seguir, escolha a alternativa
nula. Se durante a apuração da responsabilidade que corresponda à sequência correta:
administrativa a autoridade competente verificar que o ilícito (A) V, V, F, F.
administrativo também está capitulada como ilícito penal, (B) V, F, F, V.
deve encaminhar cópia do processo administrativo ao (C) F, F, V, F.
Ministério Público, que irá mover ação penal contra o servidor (D) V, V, V, F.
(E) V, V, V, V.
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do
servidor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como 05. A vacância de um cargo público NÃO decorrerá de
infração penal. A responsabilidade penal abrange crimes e (A) reversão.
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. (B) falecimento.
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa (C) exoneração.
da responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na (D) readaptação.
responsabilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver (E) aposentadoria.
ocasionado prejuízo patrimonial (ilícito civil).
Respostas
Questões
01. E. / 02. C. / 03. B / 04. E. / 05. A
01. (IF Farroupilha – RS - Docente -
Administração/Gestão de Pessoas – FCM/2016) A
investidura do servidor, em cargo de atribuições e de
responsabilidades compatíveis com a limitação, que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em Constituição da República Federativa do
inspeção médica, é denominada de Brasil, de 5 de outubro de 1988: Da
(A) reversão.
(B) remoção.
educação (art. 205 ao 214);
(C) recondução.
(D) substituição.
(E) readaptação.
educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino. A União § 1º É facultado às universidades admitir professores,
deverá aplicar anualmente no mínimo 18% de sua receita dos técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de
Já aos Estados e Distrito Federal caberá a atuação no pesquisa científica e tecnológica.
desenvolvimento do ensino fundamental e médio, enquanto
que os Municípios atuaram no ensino fundamental e no Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado
ensino infantil (art. 211, §§ 2º e 3º). Estados, Distrito Federal e mediante a garantia de:
Municípios aplicarão no mínimo 25% da receita resultante I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
dos impostos. aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua
oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na
Universidades idade própria;
Conforme o art. 207, da CF/88, as universidades gozam de II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
autonomia didático-científica, administrativa e de gestão III - atendimento educacional especializado aos portadores
financeira e patrimonial, e obedecerão ao “Princípio de de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças
É facultado às universidades admitir professores, técnicos até 5 (cinco) anos de idade;
e cientistas estrangeiros, na forma da lei. V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa
Tais disposições também se aplicam às instituições de e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
pesquisa científica e tecnológica. VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
condições do educando;
É importante ressaltar que a União possui competência VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
para organizar o sistema federal de ensino e dos Territórios, já educação básica, por meio de programas suplementares de
os Estados e Distrito Federal atuam no ensino fundamental e material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência
médio e os Municípios atuarão no ensino fundamental e na à saúde.
educação básica (art. 211, CF). § 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo.
Veja os dispositivos constitucionais sobre o tema: § 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
CAPÍTULO III autoridade competente.
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO § 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos
SEÇÃO I no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
DA EDUCAÇÃO pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da seguintes condições:
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder
o trabalho. Público.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino
princípios: fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e
escola; regionais.
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o § 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa,
pensamento, a arte e o saber; constituirá disciplina dos horários normais das escolas
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e públicas de ensino fundamental.
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; § 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas
oficiais; também a utilização de suas línguas maternas e processos
V - valorização dos profissionais da educação escolar, próprios de aprendizagem.
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional Municípios organizarão em regime de colaboração seus
nº 53, de 2006) sistemas de ensino.
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
VII - garantia de padrão de qualidade. Territórios, financiará as instituições de ensino públicas
VIII - piso salarial profissional nacional para os federais e exercerá, em matéria educacional, função
profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de
federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados,
trabalhadores considerados profissionais da educação básica ao Distrito Federal e aos Municípios;
e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do fundamental e na educação infantil.
Distrito Federal e dos Municípios. § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão
prioritariamente no ensino fundamental e médio.
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático- § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de
e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
pesquisa e extensão. obrigatório.
(B) determina a gestão democrática do ensino público. Podem ser listadas como características: a pratica de atos
(C) estabelece a obrigatoriedade e a universalidade do tão somente de execução – estes atos são denominados atos
ensino médio. administrativos; quem pratica estes atos são os órgãos e seus
(D) veda o ensino religioso em escolas públicas. agentes, que são sempre públicos; o exercício de atividade
politicamente neutra; sua atividade é vinculada à Lei e não à
06. (FUNIVERSA) A respeito da educação na Constituição Política; conduta hierarquizada; dever de obediência -
Federal de 1988, é correto afirmar que escalona os poderes administrativos do mais alto escalão até a
(A) a educação é um direito político. mais humilde das funções; prática de atos com
(B) compete privativamente à União legislar sobre responsabilidade técnica e legal; busca a perfeição técnica de
diretrizes e bases da educação nacional. seus atos, que devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os
(C) a Constituição não prevê a implantação de política de preceitos legais; caráter instrumental – a Administração
educação para a segurança do trânsito. Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus
(D) compete aos municípios manter os programas de objetivos. A Administração serve ao Estado; competência
educação universitária. limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da
(E) é possível instituir imposto sobre o patrimônio das Administração Pública é delimitada pela área de atuação de
instituições de educação sem fins lucrativos. cada órgão.
07. (FCC) O dever do Poder Público com a educação está Disposições gerais
representado na garantia de vinculação de
(A) 30% da receita de impostos e contribuições no caso da Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e
União. agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da
(B) 30% da receita resultante da arrecadação com sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc.
impostos e contribuições no caso dos Estados e Municípios. Em outras palavras, administração pública é a gestão dos
(C) 25% da receita de impostos e taxas no caso da União. interesses públicos por meio da prestação de serviços
(D) 25% da receita de impostos no caso dos Estados. públicos, sendo dividida em administração direta e indireta.
(E) 18% da receita de impostos no caso dos Municípios. A Administração Pública direta se constitui dos serviços
prestados da estrutura administrativa da União, Estados,
08. (FCC) Contraria as normas constitucionais que Distrito Federal e Municípios. Já a Administração Pública
dispõem sobre educação, indireta compreende os serviços prestados pelas autarquias,
(A) a aplicação, pelos Estados, de trinta por cento da fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
receita resultante de impostos, compreendida a proveniente públicas. A Administração Pública direta e indireta de
de transferências, na manutenção e desenvolvimento do qualquer dos poderes obedecerá aos princípios
ensino. constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da
(B) a instituição de ensino municipal gratuito de nível moralidade, da publicidade e da eficiência.
superior. Podemos definir a Administração Pública como a atividade
(C) o atendimento educacional especializado aos mediante a qual as autoridades públicas tomam providências
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular para a satisfação das necessidades de interesse público,
de ensino. utilizando, quando necessário, as prerrogativas do Poder
(D) o ensino religioso, de matrícula obrigatória, nas escolas Público, para alcançar os fins que não sejam os próprios à
públicas de ensino fundamental. legislação ou à distribuição da justiça.
(E) a exigência de autorização e avaliação de qualidade das Sobre Administração Pública, o professor José Afonso da
instituições privadas de ensino pelo poder público. Silva assim explica: “...É o conjunto de meios institucionais,
material, financeiro e humano preordenado à execução das
Respostas decisões políticas. Essa é uma noção simples de Administração
Pública que destaca, em primeiro lugar, que é subordinada ao
01. A. / 02. C. / 03. C. / 04. A. Poder político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo
05. B / 06. B / 07. D. / 08. D de que se serve para atingir fins definidos e, em terceiro lugar,
denota os dois aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do
Poder político e as operações, as atividades administrativas”
(in Curso de Direito Constitucional Positivo).
Por sua vez, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo
administrativo no âmbito federal, mas irradia sua força
As disposições constitucionais aplicadas normativa para os demais entes da federação, traz uma série
aos servidores públicos (art. 37 ao 41). de princípios administrativos no seu art. 2º, senão vejamos:
Art. 2º “A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência”.
Administração Pública
Princípio da supremacia do interesse público
Podemos considerar administração pública como a
Este princípio consiste na sobreposição do interesse
atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o
público em face do interesse particular. Havendo conflito entre
regime de direito público, com fim de atendimento de modo
o interesse público e o interesse particular, aquele
direto e imediato as necessidades concretas da coletividade.
prevalecerá.
Conforme previsão constitucional, a administração pública
Podemos conceituar interesse público como o somatório
direta e indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da
dos interesses individuais desde que represente o interesse
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade.
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
O interesse público primário é o interesse direto do povo, Em decorrência deste princípio, a Administração somente
é o interesse da coletividade como um todo. Já o interesse pode atuar pautada em lei. A Administração somente poderá
público secundário é o interesse direto do estado como pessoa agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua
jurídica, titular de direitos e obrigações, em suma, é vontade atuação. A atuação da Administração deve, então, atender o
do estado. Assim, a vontade do povo (interesse público estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que
primário) e a vontade do estado (interesse público seja interesse público. Assim, o princípio da Indisponibilidade
secundário) não se confundem. do Interesse Público tem estreita relação com o princípio da
O interesse público secundário só será legítimo se não Legalidade, sendo que alguns autores utilizam essas
contrariar nenhum interesse público primário. E, ao menos expressões como sinônimas.
indiretamente, possibilite a concretização da realização de Este princípio também se encontra implícito em nosso
interesse público primário. Daremos um exemplo para que ordenamento, surgindo sempre que estiver em jogo o
você compreenda perfeitamente esta distinção. interesse público. Exemplos da utilização deste princípio na
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime prática:
jurídico-administrativo, fundamentando a existência das - os bens públicos não são alienados como os particulares,
prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à havendo uma série de restrições a sua venda.
administração pública para que esta esteja apta a atingir os - em regra, a Administração não pode contratar sem prévia
fins que lhe são impostos pela constituição e pelas leis. licitação, por estar em jogo o interesse público.
O ordenamento jurídico determina que o estado- - necessidade de realização de concurso público para
administração atinja uma gama de objetivos e fins e lhe admissão de cargo permanente.
confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se É importante frisar a Administração Pública deverá se
encaixa o princípio da supremacia do interesse público, pautar nos cinco princípios estabelecidos pelo “caput” do
fornecendo à administração as prerrogativas e os poderes artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de
especiais para obtenção dos fins estabelecidos na lei. 1988. Os princípios são os seguintes: legalidade,
O princípio comentado não está expresso em nosso impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, dele, porém
tal princípio encontra-se em diversos institutos do direito Princípio da legalidade
Administrativo. Vejamos alguns exemplos práticos:
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. O princípio da legalidade, um dos mais importantes
5º, XXII), mas com base no princípio da Supremacia do princípios consagrados no ordenamento jurídico brasileiro,
Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer
desapropriar uma propriedade, requisitá-la ou promover o o que a lei permite. É importante demonstrar a diferenciação
seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e
propriedade. ao administrador. Como já explicitado para o administrador, o
- a Administração e o particular podem celebrar contratos princípio da legalidade estabelece que ele somente poderá agir
administrativos, mas esses contratos preveem uma série de dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames
cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por estabelecidos pela lei. Já, o princípio da legalidade visto sob a
exemplo, modificar ou rescindir unilateralmente tal contrato. ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a
- o poder de polícia administrativa que confere à fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei.
Administração Pública a possibilidade, por exemplo, de Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 5º, II, da
determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir Constituição Federal de 1988.
de determinada hora da noite com o objetivo de diminuir a
violência. Princípio da impessoalidade
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades
cometidas em nome do aludido princípio, já existem vozes na Posteriormente, o artigo 37 da CF/88 estabelece que
doutrina proclamando a necessidade de se por fim a este, deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. Este
através da Teoria da Desconstrução do Princípio da princípio estabelece que a Administração Pública, através de
Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá seus órgãos, não poderá, na execução das atividades,
o problema da falta de probidade de nossos homens públicos. estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve
Como afirma a maioria da doutrina, o princípio da Supremacia imperar o interesse social e não o interesse particular. De
do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di
Administração, devendo ser aplicado de forma correta e Pietro, o princípio da impessoalidade estaria intimamente
efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora
ser provocado para corrigi-lo. “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o
Princípio da indisponibilidade do interesse público interesse público que deve nortear o seu comportamento”.17
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico- lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão perante a
administrativo, funcionando como contrapeso ao princípio da Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou
Supremacia do Interesse Público. perseguição, tratando a todos de modo igual, ou quando
Ao mesmo tempo em que a Administração tem necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar
prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus fins à igualdade real e material.
determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não Nesse sentido podemos destacar como um exemplo
existe para o particular. Essas limitações decorrem do fato de decorrente deste princípio a regra do concurso público, onde
que a Administração Pública não é proprietária da coisa a investidura em cargo ou emprego público depende de
pública, não é proprietária do interesse público, mas sim, mera aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao povo. e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo
ou emprego.
18 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: 20 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas,
Malheiros, 2005. 2005.
19 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo:
Malheiros, 2005.
Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados,
vinculação do reajuste de vencimentos de servidores do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
estaduais ou municipais a índices federais de correção funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras
monetária. específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, forma da lei ou convênio.
funções e empregos públicos da administração direta, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, pessoal de autoridades ou servidores públicos.
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal responsável, nos termos da lei.
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal na administração pública direta e indireta, regulando
do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos especialmente:
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo interna, da qualidade dos serviços;
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e informações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
aos Defensores Públicos; 5º, X e XXXIII;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do III - a disciplina da representação contra o exercício
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
Poder Executivo; administração pública.
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
pessoal do serviço público; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
público não serão computados nem acumulados para fins de § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
concessão de acréscimos ulteriores; praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos ressarcimento.
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
153, § 2º, I; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: de dolo ou culpa.
a) a de dois cargos de professor; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
científico; indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
de saúde, com profissões regulamentadas; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, administradores e o poder público, que tenha por objeto a
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; cabendo à lei dispor sobre:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais I - o prazo de duração do contrato;
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
da lei; III - a remuneração do pessoal."
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a custeio em geral.
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
anterior, assim como a participação de qualquer delas em aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com
empresa privada; a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição,
obras, serviços, compras e alienações serão contratados os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade livre nomeação e exoneração.
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
à garantia do cumprimento das obrigações. artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos componentes do sistema remuneratório observará:
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio dos cargos componentes de cada carreira;
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se II - os requisitos para a investidura;
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos III - as peculiaridades dos cargos.
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Significa dizer que quanto maior o grau de dificuldade,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, tanto para ingressar no cargo, quanto para desenvolver as
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, funções inerentes a ele, melhor deverá ser a remuneração
aplicam-se as seguintes disposições: correspondente.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos
remuneração; um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para
III - investido no mandato de Vereador, havendo isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu federados.
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a Essas escolas possuem como objetivo a atualização e a
norma do inciso anterior; formação dos servidores públicos, melhorando os níveis de
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o desempenho e eficiência dos ocupantes de cargos e funções do
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado serviço público, estimulando e promovendo a especialização
para todos os efeitos legais, exceto para promoção por profissional, preparando servidores para o exercício de
merecimento; funções superiores e para a intervenção ativa nos projetos
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de voltados para a elevação constante dos padrões de eficácia e
afastamento, os valores serão determinados como se no eficiência do setor público.
exercício estivesse.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
Servidores públicos disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
Podemos conceituar agentes públicos como todos aqueles diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
que têm uma vinculação profissional com o Estado, mesmo
que em caráter temporário ou sem remuneração, comportado Vamos conferir o que diz os referidos incisos, do artigo 7º da
diversas espécies, a saber: Constituição Federal:
a) agentes políticos; - Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
b) ocupantes de cargos em comissão; capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
c) contratados temporários; família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
d) agentes militares; vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
e) servidores públicos estatutários; reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
f) empregados públicos; sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
g) particulares em colaboração com a Administração - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
(agentes honoríficos). percebem remuneração variável;
A Constituição Federal de 1988 tem duas seções - Décimo terceiro salário com base na remuneração
especificamente dedicadas ao tema dos agentes públicos: integral ou no valor da aposentadoria;
Seções I e II do Capítulo VII do Título III, tratando - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
respectivamente dos “servidores públicos civis” (arts. 37 e 38) - Salário-família pago em razão do dependente do
e dos “militares dos Estados, do Distrito Federal e dos trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
Territórios” (art. 42). - Duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação
SEÇÃO II de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
DOS SERVIDORES PÚBLICOS convenção coletiva de trabalho;
- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os domingos;
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime - Remuneração do serviço extraordinário superior, no
jurídico único e planos de carreira para os servidores da mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
administração pública direta, das autarquias e das fundações - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
públicas. 21 terço a mais do que o salário normal;
- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
Com base nesse parâmetro foi promulgada a Lei nº com a duração de cento e vinte dias;
8.112/90, que demarcou a opção da União pelo regime - Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
estatutário, no qual os servidores são admitidos sob regime de
Direito Público, podem alcançar estabilidade e possuem Observação: A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa
direitos e deveres estabelecidos por lei (e que podem, empresa Cidadã, que permite que seja prorrogada a licença à
portanto, ser alterados unilateralmente pelo Estado- gestante por mais 60 (sessenta) dias, ampliando, com isso o
Legislador).
21 O Plenário do STF deferiu medida cautelar na ADI 2.135-MC, em agosto integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.), sendo mantida a
de 2007, para suspender a eficácia do caput do art. 39 da CF, na redação dada redação anterior até julgamento em definitivo e solução sobre a regularidade
pela EC 19/1998 (Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios quanto a elaboração da emenda.
instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal,
prazo de 120 (cento e vinte) para 180 (cento e oitenta) dias. § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Contudo, não é obrigatória a adesão a este programa. Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
Assim, a prorrogação é uma faculdade para as empresas provenientes da economia com despesas correntes em cada
privadas (que ao aderirem o programa recebem incentivos órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
fiscais) e para a Administração Pública direita, indireta e desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
fundacional. treinamento e desenvolvimento, modernização,
Cabe destacar, ainda, que esta lei foi recentemente reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive
alterada pela lei nº 13.257/2016, sendo instituída a sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
possibilidade de prorrogação da licença-paternidade por
mais 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) já assegurados Esses cursos são importantes para obter o envolvimento e
constitucionalmente as empresas que fazem parte do o comprometimento de todos os agentes públicos com a
programa. Contudo, para isso, o empregado tem que requerer qualidade e produtividade, quaisquer que sejam os cargos,
o benefício no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e funções ou empregos ocupados, minimizar os desperdícios e
comprovar a participação em programa ou atividade de os erros, inovar nas maneiras de atender as necessidades do
orientação sobre paternidade responsável. cidadão, simplificar procedimentos, inclusive de gestão, e
proceder às transformações essenciais à qualidade com
produtividade.
- Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
normas de saúde, higiene e segurança;
- Proibição de diferença de salários, de exercício de funções Ou seja, por subsídio fixado em parcela única, vedado o
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
estado civil; verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, os tetos remuneratórios
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os dispostos no art. 37, X da Constituição Federal.
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
no art. 37, X e XI. respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
Ao falar em parcela única, fica clara a intenção de vedar a financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
fixação dos subsídios em duas partes, uma fixa e outra variável,
tal como ocorria com os agentes políticos na vigência da Para o regime previdenciário ter equilíbrio financeiro,
Constituição de 1967. E, ao vedar expressamente o acréscimo basta ter no exercício atual um fluxo de caixa de entrada
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de superior ao fluxo de caixa de saída, gerado basicamente
representação ou outra espécie remuneratória, também fica quando as receitas previdenciárias superam as despesas com
clara a intenção de extinguir, para as mesmas categorias de pagamento de benefícios.
agentes públicos, o sistema remuneratório que compreende o Já para se ter equilibro atuarial, deve estar assegurado que
padrão fixado em lei mais as vantagens pecuniárias de variada o plano de custeio gera receitas não só atuais, como também
natureza previstas na legislação estatutária. futuras e contínuas por tempo indeterminado, em um
montante suficiente para cobrir as respectivas despesas
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos previdenciárias.
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a Para se manter o equilíbrio financeiro e atuarial é
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em imprescindível que o regime mantenha um fundo
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. previdenciário que capitalize as sobras de caixa atuais que
garantirão o pagamento de benefícios futuros.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
dos cargos e empregos públicos. que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
O inciso XI do artigo 37 da Constituição refere-se aos tetos I - por invalidez permanente, sendo os proventos
remuneratórios, quais sejam: proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de
- Teto máximo: Subsídio dos Ministros do Supremo acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
Tribunal Federal; contagiosa ou incurável, na forma da lei;
- Teto nos municípios: O subsídio do Prefeito; II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
- Teto nos Estados e no Distrito Federal: O subsídio mensal tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75
do Governador; (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
- Teto no âmbito do Poder Executivo: O subsídio dos (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
Legislativo;
- Teto no judiciário: O subsídio dos Desembargadores do Com relação a aposentadoria por idade cabe ainda
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco destacar recente alteração no texto Constitucional pela
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Emenda nº 88/2015, onde os servidores titulares de
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicável este limite cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, serão
Defensores Públicos. aposentados compulsoriamente, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
forma de lei complementar (art.40, § 1°, II, da CF). até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
A Lei Complementar nº 152/2015 foi instituída para geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
regulamentar o novo dispositivo constitucional, vejamos: setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
aposentado à data do óbito; ou
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo
75 (setenta e cinco) anos de idade: estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do
incluídas suas autarquias e fundações; óbito.
II - os membros do Poder Judiciário; § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
III - os membros do Ministério Público; preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
IV - os membros das Defensorias Públicas; critérios estabelecidos em lei.
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de
Contas. O valor real refere-se ao poder aquisitivo, em outros temos,
se no início do recebimento do benefício, o beneficiário
conseguia suprir suas necessidades com alimentação, saúde,
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de lazer, educação... Após alguns anos, o mesmo benefício deveria,
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no em tese, propiciar o mesmo poder aquisitivo.
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
contribuição, se mulher; § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos contagem de tempo de contribuição fictício.
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
contribuição. proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a previdência social, e ao montante resultante da adição de
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da proventos de inatividade com remuneração de cargo
pensão. acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações eletivo.
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no
forma da lei. que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados de previdência social.
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem
leis complementares, os casos de servidores: como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-
I- portadores de deficiência; se o regime geral de previdência social.
II- que exerçam atividades de risco; § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais desde que instituam regime de previdência complementar para
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
exercício das funções de magistério na educação infantil e no social de que trata o art. 201
ensino fundamental e médio. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder
A redução só é permitida nos casos em que o tempo de Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos,
contribuição é exclusivamente no magistério. Ou seja, não é no que couber, por intermédio de entidades fechadas de
possível somar o tempo de magistério com o tempo em outra previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão
atividade e ainda reduzir 5 (cinco) anos. A soma é possível, no aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
entanto, sem a redução de 5 (cinco) anos. modalidade de contribuição definida.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência instituição do correspondente regime de previdência
previsto neste artigo. complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
Os cargos acumuláveis são: Dois de professor; um de cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
professor com outro técnico ou científico; dois cargos ou atualizados, na forma da lei.
empregos privativos de profissionais de saúde, com § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
profissões regulamentadas. aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
morte, que será igual
art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
servidores titulares de cargos efetivos. obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha instituída para essa finalidade.
completado as exigências para aposentadoria voluntária
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao de Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise
valor da sua contribuição previdenciária até completar as sistemática do desempenho do profissional em função das
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos resultados
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio alcançados e do seu potencial de desenvolvimento.
de previdência social para os servidores titulares de cargos
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime Militares dos estados, do Distrito Federal e dos
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. territórios.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
para os benefícios do regime geral de previdência social de que Federal e dos Territórios.
trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
forma da lei, for portador de doença incapacitante. Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas
virtude de concurso público. pelos respectivos governadores.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei
II - mediante processo administrativo em que lhe seja específica do respectivo ente estatal.
assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias
defesa. civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal.
Referido instituto corresponde à proteção ao ocupante do
cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no
Serviço Público, o que permite a execução regular de suas Seção IV
atividades, visando exclusivamente o alcance do interesse DAS REGIÕES
coletivo.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a desigualdades regionais.
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em § 1º - Lei complementar disporá sobre:
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de I - as condições para integração de regiões em
serviço. desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão,
Reintegração é o instituto jurídico que ocorre quando o na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos
servidor retorna a seu cargo após ter sido reconhecida a nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados
ilegalidade de sua demissão. juntamente com estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o outros, na forma da lei:
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
aproveitamento em outro cargo. II - juros favorecidos para financiamento de atividades
prioritárias;
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
estável, que teve o seu cargo extinto ou declarado tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social
proporcional ao tempo de serviço, à espera de um eventual dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas
aproveitamento. regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
Desde já, cumpre-nos ressaltar: o servidor estável que teve § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará
seu cargo extinto ou declarado desnecessário não será nem a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e
exonerado, nem, muito menos, demitido. Será ele posto em médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas
disponibilidade! glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
Segundo a doutrina majoritária, o instituto da
disponibilidade não protege o servidor não estável quanto a Questões
uma possível extinção de seu cargo ou declaração de
desnecessidade. Caso o servidor não tenha, ainda, adquirido 01. (IF Sudeste/MG - Auxiliar de Biblioteca -
estabilidade, será ele exonerado ex officio. FCM/2016) NÃO é um princípio constitucional previsto de
forma expressa no caput do artigo 37 da Constituição Federal
de 1988:
(A) Legalidade.
(B) Moralidade.
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APOSTILAS OPÇÃO
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para (E) os Deputados e o Prefeito devem ser afastados do cargo
promoção por merecimento. público efetivo, mas o Vereador, havendo compatibilidade de
(E) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo- horários, perceberá as vantagens de seu cargo público efetivo,
lhe vedado optar pela sua remuneração, e seu tempo de sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
serviço não será contado durante o período do afastamento compatibilidade, será afastado do cargo público efetivo,
para nenhum efeito. podendo optar pela sua remuneração.
09. (TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa 12. (TRE-SP - Analista Judiciário - Assistência Social –
– FCC/2017) O ato de nomeação de irmão de ocupante de FCC/2017) Considere as seguintes situações:
cargo de direção em Secretaria de Estado para cargo em I. Deputado Estadual em exercício de segundo mandato
comissão de assessoramento do Governador que pretende candidatar-se à reeleição, em Estado cuja
(A) é compatível com a Constituição da República. Governadora, em exercício de primeiro mandato e igualmente
(B) viola a Constituição da República e pode ser objeto de candidata à reeleição, é sua irmã.
mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal. II. Ocupante de cargo público efetivo na Administração
(C) viola a Constituição da República e pode ser objeto de direta federal que, investido no mandato de Vereador,
reclamação perante o Supremo Tribunal Federal. pretende continuar no exercício do cargo, percebendo as
(D) viola a Constituição da República e pode ser objeto de vantagens deste, sem prejuízo da remuneração do mandato
ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo eletivo, diante da compatibilidade de horários.
Tribunal Federal. III. Ocupante de cargo de professor em Universidade
(E) viola a Constituição da República e pode ser objeto de pública estadual que, investido no mandato de Prefeito,
ação popular perante o Supremo Tribunal Federal. pretende continuar no exercício do cargo, optando pela
remuneração deste, diante da compatibilidade de horários.
10. (TRE-SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa IV. Vereador que tem sua naturalização cancelada, por
– FCC/2017) Em conformidade com a Constituição Federal, sentença judicial transitada em julgado, durante o segundo
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade ano de exercício do mandato.
responsável, nos termos da lei, a inobservância da regra
constitucional segundo a qual O exercício de mandato eletivo será compatível com a
(A) é vedado aos estrangeiros o acesso a cargos, empregos disciplina da matéria na Constituição Federal de 1988 APENAS
e funções públicas. nas situações referidas em
(B) o prazo de validade do concurso público será de até (A) I e II.
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. (B) III e IV.
(C) é vedada a acumulação remunerada de dois cargos ou (C) I, II e III.
empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões (D) II, III e IV.
regulamentadas. (E) I e IV.
(D) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
público deverão ser computados para fins de concessão de 13. (EBSERH - Advogado (HUGG-UNIRIO) – IBFC/2017)
acréscimos ulteriores. Assinale a alternativa correta com base nas previsões da
(E) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por Constituição Federal sobre a Administração Pública.
servidores ocupantes de cargo em comissão, destinam-se (A) Os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e do
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Legislativo
11. (TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa (B) São garantidas a vinculação e a equiparação de
– FCC/2017) Dois servidores públicos titulares de cargos quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
efetivos de médico foram eleitos Deputado Federal e Deputado remuneração de pessoal do serviço público
Estadual. Nas eleições municipais, foram eleitos Prefeito e (C) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
Vereador servidores públicos titulares de cargos efetivos de público não serão computados nem acumulados para fins de
professor universitário. No exercício dos respectivos concessão de acréscimos ulteriores
mandatos, (D) É vedado ao servidor público civil o direito qualquer
(A) todos devem exonerar-se dos respectivos cargos associação sindical
públicos, sob pena de perderem o mandato por decisão (E) A lei reservará percentual dos cargos e empregos
proferida pelas respectivas Casas Legislativas e, no caso do públicos para as pessoas portadoras de deficiência, mas não
Prefeito, por decisão proferida pelo Tribunal de Justiça. poderá definir critérios de sua admissão
(B) todos devem ser afastados dos respectivos cargos
públicos, sendo que seu tempo de serviço será contado para Respostas
todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento, enquanto durar o mandato. 01. E. / 02. B. / 03. B. / 04. A / 05. A
(C) os Deputados devem ser afastados dos cargos de 06. A / 07. E / 08. D / 09. C / 10. B
médico, ao passo que o Prefeito e o Vereador, havendo 11. E / 12. A / 13. B
compatibilidade de horários, perceberão as vantagens de seu
cargo público efetivo, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo, e, não havendo compatibilidade, serão afastados do
cargo público efetivo, podendo optar pela sua remuneração.
(D) o Prefeito deve ser afastado do cargo público efetivo
enquanto durar o mandato, mas os Deputados e o Vereador,
havendo compatibilidade de horários, perceberão as
vantagens de seu cargo público efetivo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, serão afastados do cargo público efetivo,
podendo optar pela sua remuneração.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente (D) Jamais retardar qualquer prestação de contas,
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa condição secundária da gestão dos bens, direitos e serviços da
humana; coletividade a seu cargo.
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome (E) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função
a empreendimentos de cunho duvidoso. ou emprego público de que seja titular.
(D) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente § 1º A Carreira de Magistério Superior é estruturada em
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa classes A, B, C, D e E e respectivos níveis de vencimento na
humana. forma do Anexo I. (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
(E) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do § 2º As classes da Carreira de Magistério Superior
atendimento em serviços públicos. receberão as seguintes denominações de acordo com a
titulação do ocupante do cargo: (Redação dada pela Lei no
Respostas 12.863, de 2013)
I - Classe A, com as denominações de: (Redação dada pela
01 A/ 02 C/ 03 E/ 04 C/ 05 A. Lei no 12.863, de 2013)
a) Professor Adjunto A, se portador do título de doutor;
(Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
b) Professor Assistente A, se portador do título de mestre;
ou (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
Lei n.º 12.772, de 28 de dezembro de c) Professor Auxiliar, se graduado ou portador de título de
2012: no que tange ao Plano de Carreira especialista; (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
de Magistério do Ensino Básico, Técnico e II - Classe B, com a denominação de Professor Assistente;
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
Tecnológico. III - Classe C, com a denominação de Professor Adjunto;
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
IV - Classe D, com a denominação de Professor Associado;
e (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
V - Classe E, com a denominação de Professor Titular.
LEI Nº 12.772, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2012.
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
§ 3º A Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e
Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e
Tecnológico é composta das seguintes classes, observado o
Cargos de Magistério Federal; sobre a Carreira do Magistério
Anexo I: (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
Superior, de que trata a Lei no 7.596, de 10 de abril de 1987;
I - D I; (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
sobre o Plano de Carreira e Cargos de Magistério do Ensino
II - D II; (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
Básico, Técnico e Tecnológico e sobre o Plano de Carreiras de
III - D III; (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
Magistério do Ensino Básico Federal, de que trata a Lei no
IV - D IV; e (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
11.784, de 22 de setembro de 2008; sobre a contratação de
V - Titular. (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
professores substitutos, visitantes e estrangeiros, de que
§ 4º Os Cargos Isolados do Plano de Carreiras e Cargos de
trata a Lei no 8.745 de 9 de dezembro de 1993; sobre a
Magistério Federal são estruturados em uma única classe e
remuneração das Carreiras e Planos Especiais do Instituto
nível de vencimento. (Redação dada pela Lei no 12.863, de
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
2013)
e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, de
§ 5º O regime jurídico dos cargos do Plano de Carreiras e
que trata a Lei no 11.357, de 19 de outubro de 2006; altera
Cargos de Magistério Federal é o instituído pela Lei no 8.112,
remuneração do Plano de Cargos Técnico-Administrativos em
de 11 de dezembro de 1990, observadas as disposições desta
Educação; altera as Leis nos 8.745, de 9 de dezembro de
Lei. (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
1993, 11.784, de 22 de setembro de 2008, 11.091, de 12 de
§ 6º Os cargos efetivos das Carreiras e Cargos Isolados de
janeiro de 2005, 11.892, de 29 de dezembro de 2008, 11.357,
que trata o caput integram os Quadros de Pessoal das
de 19 de outubro de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,
Instituições Federais de Ensino subordinadas ou vinculadas ao
12.702, de 7 de agosto de 2012, e 8.168, de 16 de janeiro de
Ministério da Educação e ao Ministério da Defesa que tenham
1991; revoga o art. 4º da Lei no 12.677, de 25 de junho de
por atividade-fim o desenvolvimento e aperfeiçoamento do
2012; e dá outras providências.
ensino, pesquisa e extensão, ressalvados os cargos de que trata
o § 11 do art. 108-A da Lei no 11.784, de 22 de setembro de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
2008, que integram o Quadro de Pessoal do Ministério do
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Planejamento, Orçamento e Gestão. (Incluído pela Lei no
12.863, de 2013)
CAPÍTULO I
DO PLANO DE CARREIRAS E CARGOS DE MAGISTÉRIO
Art. 2º São atividades das Carreiras e Cargos Isolados do
FEDERAL
Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal aquelas
relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão e as inerentes ao
Art. 1º Fica estruturado, a partir de 1º de março de 2013, o
exercício de direção, assessoramento, chefia, coordenação e
Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal, composto
assistência na própria instituição, além daquelas previstas em
pelas seguintes Carreiras e cargos:
legislação específica.
I - Carreira de Magistério Superior, composta pelos cargos,
§ 1º A Carreira de Magistério Superior destina-se a
de nível superior, de provimento efetivo de Professor do
profissionais habilitados em atividades acadêmicas próprias
Magistério Superior, de que trata a Lei no 7.596, de 10 de abril
do pessoal docente no âmbito da educação superior.
de 1987;
§ 2º A Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e
II - Cargo Isolado de provimento efetivo, de nível superior,
Tecnológico destina-se a profissionais habilitados em
de Professor Titular-Livre do Magistério Superior;
atividades acadêmicas próprias do pessoal docente no âmbito
III - Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e
da educação básica e da educação profissional e tecnológica,
Tecnológico, composta pelos cargos de provimento efetivo de
conforme disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, de que
1996, e na Lei no 11.892, de 29 de dezembro de 2008.
trata a Lei no 11.784, de 22 de setembro de 2008; e
§ 3º Os Cargos Isolados de provimento efetivo objetivam
IV - Cargo Isolado de provimento efetivo, de nível superior,
contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento de
de Professor Titular-Livre do Ensino Básico, Técnico e
competências e alcance da excelência no ensino e na pesquisa
Tecnológico.
nas Instituições Federais de Ensino - IFE.
Art. 3º A partir de 1º de março de 2013, a Carreira de mediante aprovação em concurso público de provas e títulos,
Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e o Cargo no qual serão exigidos:
Isolado de Professor Titular do Ensino Básico, Técnico e I - título de doutor; e
Tecnológico, de que tratam os incisos I e II do caput do art. 106 II - 10 (dez) anos de experiência ou de obtenção do título
da Lei no 11.784, de 2008, passam a pertencer ao Plano de de doutor, ambos na área de conhecimento exigida no
Carreiras e Cargos de Magistério Federal, na forma desta Lei, concurso, conforme disciplinado pelo Conselho Superior de
observada a Tabela de Correlação constante do Anexo II, cada IFE. (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
deixando de pertencer ao Plano de Carreiras de que trata o art. § 1º O concurso público referido no caput será organizado
105 da Lei no 11.784, de 2008. em etapas, conforme dispuser o edital de abertura do certame,
Parágrafo único. O Cargo Isolado de que trata o caput e consistirá de prova escrita, prova oral e defesa de memorial.
passa a denominar-se Professor Titular-Livre do Ensino § 2º O edital do concurso público de que trata este artigo
Básico, Técnico e Tecnológico. estabelecerá as características de cada etapa e os critérios
eliminatórios e classificatórios do certame.
Art. 4º A partir de 1º de março de 2013, a Carreira de § 3º O concurso para o cargo isolado de Titular-Livre será
Magistério Superior do Plano Único de Classificação e realizado por comissão especial composta, no mínimo, por
Retribuição de Cargos e Empregos - PUCRCE, de que trata a Lei 75% (setenta e cinco por cento) de profissionais externos à
no 7.596, de 1987, passa a pertencer ao Plano de Carreiras e IFE, nos termos de ato do Ministro de Estado da Educação.
Cargos de Magistério Federal de que trata esta Lei, observada (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
a Tabela de Correlação constante do Anexo II.
Parágrafo único. Os cargos vagos da Carreira de que trata Seção II
o caput passam a integrar o Plano de Carreiras e Cargos de Da Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e
Magistério Federal, e o ingresso nos cargos deverá ocorrer na Tecnológico e do Cargo Isolado de Professor Titular-Livre
forma e condições dispostas nesta Lei. (Incluído pela Lei no do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
12.863, de 2013)
Art. 10. O ingresso nos cargos de provimento efetivo de
Art. 5º A partir de 1º de março de 2013, os cargos de Professor da Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico
Professor Titular da Carreira de Magistério Superior do e Tecnológico e da Carreira do Magistério do Ensino Básico
PUCRCE passam a integrar a Classe de Professor Titular da Federal ocorrerá sempre no Nível 1 da Classe D I, mediante
Carreira de Magistério Superior do Plano de Carreiras e Cargos aprovação em concurso público de provas ou de provas e
de Magistério Federal de que trata esta Lei. títulos.
§ 1º No concurso público de que trata o caput, será exigido
Art. 6º O enquadramento no Plano de Carreiras e Cargos de diploma de curso superior em nível de graduação.
Magistério Federal não representa, para qualquer efeito legal, § 2º O concurso público referido no caput poderá ser
inclusive para efeito de aposentadoria, descontinuidade em organizado em etapas, conforme dispuser o edital de abertura
relação à Carreira, ao cargo e às atribuições atuais do certame.
desenvolvidas pelos seus ocupantes. § 3º O edital do concurso público de que trata este artigo
estabelecerá as características de cada etapa do concurso
Art. 7º O disposto neste Capítulo aplica-se, no que couber, público e os critérios eliminatórios e classificatórios do
aos aposentados e pensionistas. certame.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
CAPÍTULO II
DO INGRESSO NAS CARREIRAS E CARGOS ISOLADOS Art. 11. O ingresso no Cargo Isolado de Professor Titular-
DO PLANo DE CARREIRAS E CARGOS DE MAGISTÉRIO Livre do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico ocorrerá na
FEDERAL classe e nível únicos, mediante aprovação em concurso público
Seção I de provas e títulos, no qual serão exigidos:
Da Carreira de Magistério Superior e do cargo isolado I - título de doutor; e
de Professor Titular-Livre do Magistério Superior II - 10 (dez) anos de experiência ou de obtenção do título
de doutor, ambos na área de conhecimento exigida no
Art. 8º O ingresso na Carreira de Magistério Superior concurso, conforme disciplinado pelo Conselho Superior de
ocorrerá sempre no primeiro nível de vencimento da Classe A, cada IFE. (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
mediante aprovação em concurso público de provas e títulos. § 1º O concurso público referido no caput será organizado
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) em etapas, conforme dispuser o edital de abertura do certame,
§ 1º O concurso público de que trata o caput tem como e consistirá de prova escrita, prova oral e defesa de memorial.
requisito de ingresso o título de doutor na área exigida no § 2º O edital do concurso público de que trata este artigo
concurso. (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) estabelecerá as características de cada etapa e os critérios
§ 2º O concurso público referido no caput poderá ser eliminatórios e classificatórios do certame.
organizado em etapas, conforme dispuser o edital de abertura § 3º O concurso para o cargo isolado de Titular-Livre será
do certame, que estabelecerá as características de cada etapa realizado por comissão especial composta, no mínimo, por
e os critérios eliminatórios e classificatórios. 75% (setenta e cinco por cento) de profissionais externos à
§ 3º A IFE poderá dispensar, no edital do concurso, a IFE, nos termos de ato do Ministro de Estado da Educação.
exigência de título de doutor, substituindo-a pela de título de (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
mestre, de especialista ou por diploma de graduação, quando
se tratar de provimento para área de conhecimento ou em CAPÍTULO III
localidade com grave carência de detentores da titulação DO DESENVOLVIMENTO NAS CARREIRAS DO PLANo
acadêmica de doutor, conforme decisão fundamentada de seu DE CARREIRAS E CARGOS DE MAGISTÉRIO FEDERAL
Conselho Superior. (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013) Seção I
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013) Da Carreira de Magistério Superior
Art. 9º O ingresso no Cargo Isolado de Professor Titular- Art. 12. O desenvolvimento na Carreira de Magistério
Livre do Magistério Superior ocorrerá na classe e nível únicos, Superior ocorrerá mediante progressão funcional e promoção.
§ 1º Para os fins do disposto no caput, progressão é a Art. 13-A. O efeito financeiro da progressão e da promoção
passagem do servidor para o nível de vencimento a que se refere o caput do art. 12 ocorrerá a partir da data em
imediatamente superior dentro de uma mesma classe, e que o docente cumprir o interstício e os requisitos
promoção, a passagem do servidor de uma classe para outra estabelecidos em lei para o desenvolvimento na carreira.
subsequente, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei no 13.325, de 2016)
§ 2º A progressão na Carreira de Magistério Superior
ocorrerá com base nos critérios gerais estabelecidos nesta Lei Seção II
e observará, cumulativamente: Da Carreira do Magistério do Ensino Básico, Técnico e
I - o cumprimento do interstício de 24 (vinte e quatro) Tecnológico
meses de efetivo exercício em cada nível; e
II - aprovação em avaliação de desempenho. Art. 14. A partir da instituição do Plano de Carreiras e
§ 3º A promoção ocorrerá observados o interstício mínimo Cargos de Magistério Federal, o desenvolvimento na Carreira
de 24 (vinte e quatro) meses no último nível de cada Classe de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
antecedente àquela para a qual se dará a promoção e, ainda, as ocorrerá mediante progressão funcional e promoção, na forma
seguintes condições: disposta nesta Lei.
I - para a Classe B, com denominação de Professor § 1º Para os fins do disposto no caput, progressão é a
Assistente, ser aprovado em processo de avaliação de passagem do servidor para o nível de vencimento
desempenho; (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) imediatamente superior dentro de uma mesma classe, e
II - para a Classe C, com denominação de Professor promoção, a passagem do servidor de uma classe para outra
Adjunto, ser aprovado em processo de avaliação de subsequente, na forma desta Lei.
desempenho; (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) § 2º A progressão na Carreira de Magistério do Ensino
III - para a Classe D, com denominação de Professor Básico, Técnico e Tecnológico ocorrerá com base nos critérios
Associado: (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) gerais estabelecidos nesta Lei e observará, cumulativamente:
a) possuir o título de doutor; e I - o cumprimento do interstício de 24 (vinte e quatro)
b) ser aprovado em processo de avaliação de desempenho; meses de efetivo exercício em cada nível; e
e II - aprovação em avaliação de desempenho individual.
IV - para a Classe E, com denominação de Professor Titular: § 3º A promoção ocorrerá observados o interstício mínimo
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) de 24 (vinte e quatro) meses no último nível de cada Classe
a) possuir o título de doutor; antecedente àquela para a qual se dará a promoção e, ainda, as
b) ser aprovado em processo de avaliação de desempenho; seguintes condições:
e I - para a Classe D II: ser aprovado em processo de
c) lograr aprovação de memorial que deverá considerar as avaliação de desempenho;
atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão acadêmica e II - para a Classe D III: ser aprovado em processo de
produção profissional relevante, ou defesa de tese acadêmica avaliação de desempenho;
inédita. III - para a Classe D IV: ser aprovado em processo de
§ 4º As diretrizes gerais para o processo de avaliação de avaliação de desempenho;
desempenho para fins de progressão e de promoção serão IV - para a Classe Titular:
estabelecidas em ato do Ministério da Educação e do a) possuir o título de doutor;
Ministério da Defesa, conforme a subordinação ou vinculação b) ser aprovado em processo de avaliação de desempenho;
das respectivas IFE e deverão contemplar as atividades de e
ensino, pesquisa, extensão e gestão, cabendo aos conselhos c) lograr aprovação de memorial que deverá considerar as
competentes no âmbito de cada Instituição Federal de Ensino atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão acadêmica e
regulamentar os procedimentos do referido processo. produção profissional relevante, ou de defesa de tese
§ 5º O processo de avaliação para acesso à Classe E, com acadêmica inédita.
denominação de Titular, será realizado por comissão especial § 4º As diretrizes gerais para o processo de avaliação de
composta por, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) de desempenho para fins de progressão e de promoção serão
profissionais externos à IFE, nos termos de ato do Ministro de estabelecidas em ato do Ministério da Educação e do
Estado da Educação. (Redação dada pela Lei no 12.863, de Ministério da Defesa, conforme a subordinação ou vinculação
2013) das respectivas IFE e deverão contemplar as atividades de
§ 6º Os cursos de mestrado e doutorado, para os fins ensino, pesquisa, extensão e gestão, cabendo aos conselhos
previstos neste artigo, serão considerados somente se competentes no âmbito de cada Instituição Federal de Ensino
credenciados pelo Conselho Nacional de Educação e, quando regulamentar os procedimentos do referido processo.
realizados no exterior, revalidados por instituição nacional § 5º O processo de avaliação para acesso à Classe Titular
competente. será realizado por comissão especial composta, no mínimo,
por 75% (setenta e cinco por cento) de profissionais externos
Art. 13. Os docentes aprovados no estágio probatório do à IFE, e será objeto de regulamentação por ato do Ministro de
respectivo cargo que atenderem os seguintes requisitos de Estado da Educação.
titulação farão jus a processo de aceleração da promoção: § 6º Os cursos de mestrado e doutorado, para os fins
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) previstos neste artigo, serão considerados somente se
I - para o nível inicial da Classe B, com denominação de credenciados pelo Conselho Federal de Educação e, quando
Professor Assistente, pela apresentação de titulação de realizados no exterior, revalidados por instituição nacional
mestre; e (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) competente.
II - para o nível inicial da Classe C, com denominação de
Professor Adjunto, pela apresentação de titulação de doutor. Art. 15. Os docentes aprovados no estágio probatório do
(Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013) respectivo cargo que atenderem os seguintes requisitos de
Parágrafo único. Aos servidores ocupantes de cargos da titulação farão jus a processo de aceleração da promoção:
Carreira de Magistério Superior em 1º de março de 2013 ou na (Redação dada pela Lei no 12.863, de 2013)
data de publicação desta Lei, se posterior, é permitida a I - de qualquer nível da Classe D I para o nível 1 da classe D
aceleração da promoção de que trata este artigo ainda que se II, pela apresentação de título de especialista; e
encontrem em estágio probatório no cargo.
II - de qualquer nível das Classes D I e D II para o nível 1 da § 5º O Ministério da Defesa possuirá representação no
classe D III, pela apresentação de título de mestre ou doutor. Conselho de que trata o § 3º, na forma do ato previsto no § 4º.
Parágrafo único. Aos servidores ocupantes de cargos da
Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Art. 19. Em nenhuma hipótese, o RSC poderá ser utilizado
Tecnológico em 1º de março de 2013 ou na data de publicação para fins de equiparação de titulação para cumprimento de
desta Lei, se posterior, é permitida a aceleração da promoção requisitos para a promoção na Carreira.
de que trata este artigo ainda que se encontrem em estágio
probatório no cargo. CAPÍTULO V
DO REGIME DE TRABALHO DO PLANo DE CARREIRAS
Art. 15-A. O efeito financeiro da progressão e da promoção E CARGOS DE MAGISTÉRIO FEDERAL
a que se refere o caput do art. 14 ocorrerá a partir da data em
que o docente cumprir o interstício e os requisitos Art. 20. O Professor das IFE, ocupante de cargo efetivo do
estabelecidos em lei para o desenvolvimento na carreira. Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal, será
(Incluído pela Lei no 13.325, de 2016) submetido a um dos seguintes regimes de trabalho:
I - 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em tempo
CAPÍTULO IV integral, com dedicação exclusiva às atividades de ensino,
DA REMUNERAÇÃO DO PLANo DE CARREIRAS E pesquisa, extensão e gestão institucional; ou
CARGOS DE MAGISTÉRIO FEDERAL
II - tempo parcial de 20 (vinte) horas semanais de trabalho.
Art. 16. A estrutura remuneratória do Plano de Carreiras e § 1º Excepcionalmente, a IFE poderá, mediante aprovação
Cargos de Magistério Federal possui a seguinte composição: de órgão colegiado superior competente, admitir a adoção do
I - Vencimento Básico, conforme valores e vigências regime de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em
estabelecidos no Anexo III, para cada Carreira, cargo, classe e tempo integral, observando 2 (dois) turnos diários completos,
nível; e sem dedicação exclusiva, para áreas com características
II - Retribuição por Titulação - RT, conforme disposto no específicas.
art. 17. § 2º O regime de 40 (quarenta) horas com dedicação
Parágrafo único. Fica divulgada, na forma do Anexo III-A, exclusiva implica o impedimento do exercício de outra
a variação dos padrões de remuneração, estabelecidos em lei, atividade remunerada, pública ou privada, com as exceções
dos cargos do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério previstas nesta Lei.
Federal. (Incluído pela Lei no 13.325, de 2016) § 3º Os docentes em regime de 20 (vinte) horas poderão
ser temporariamente vinculados ao regime de 40 (quarenta)
Art. 17. Fica instituída a RT, devida ao docente integrante horas sem dedicação exclusiva após a verificação de
do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal em inexistência de acúmulo de cargos e da existência de recursos
conformidade com a Carreira, cargo, classe, nível e titulação orçamentários e financeiros para as despesas decorrentes da
comprovada, nos valores e vigência estabelecidos no Anexo IV. alteração do regime, considerando-se o caráter especial da
§ 1º A RT será considerada no cálculo dos proventos e das atribuição do regime de 40 (quarenta) horas sem dedicação
pensões, na forma dos regramentos de regime previdenciário exclusiva, conforme disposto no § 1º, nas seguintes hipóteses:
aplicável a cada caso, desde que o certificado ou o título I - ocupação de cargo de direção, função gratificada ou
tenham sido obtidos anteriormente à data da inativação. função de coordenação de cursos; ou
§ 2º Os valores referentes à RT não serão percebidos II - participação em outras ações de interesse institucional
cumulativamente para diferentes titulações ou com quaisquer definidas pelo conselho superior da IFE.
outras Retribuições por Titulação, adicionais ou gratificações § 4º professor, inclusive em regime de dedicação
de mesma natureza. exclusiva, desde que não investido em cargo em comissão ou
função de confiança, poderá: (Incluído pela Lei no 12.863, de
Art. 18. No caso dos ocupantes de cargos da Carreira de 2013)
Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, para fins I - participar dos órgãos de direção de fundação de apoio
de percepção da RT, será considerada a equivalência da de que trata a Lei no 8.958, de 20 de dezembro de 1994, nos
titulação exigida com o Reconhecimento de Saberes e termos definidos pelo Conselho Superior da IFE, observado o
Competências - RSC. cumprimento de sua jornada de trabalho e vedada a percepção
§ 1º O RSC de que trata o caput poderá ser concedido pela de remuneração paga pela fundação de apoio; e (Incluído
respectiva IFE de lotação do servidor em 3 (três) níveis: pela Lei no 12.863, de 2013)
I - RSC-I; II - ser cedido a título especial, mediante deliberação do
II - RSC-II; e Conselho Superior da IFE, para ocupar cargo de dirigente
III - RSC-III. máximo de fundação de apoio de que trata a Lei no 8.958, de
§ 2º A equivalência do RSC com a titulação acadêmica, 20 de dezembro de 1994, com ônus para o cessionário
exclusivamente para fins de percepção da RT, ocorrerá da (Incluído pela Lei no 12.863, de 2013)
seguinte forma: II - ocupar cargo de dirigente máximo de fundação de apoio
I - diploma de graduação somado ao RSC-I equivalerá à de que trata a Lei no 8.958, de 20 de dezembro de 1994,
titulação de especialização; mediante deliberação do Conselho Superior da IFE. (Redação
II - certificado de pós-graduação lato sensu somado ao dada pela Lei no 13.243, de 2016)
RSC-II equivalerá a mestrado; e
III - titulação de mestre somada ao RSC-III equivalerá a Art. 20-A. Sem prejuízo da isenção ou imunidade previstas
doutorado. na legislação vigente, as fundações de apoio às Instituições de
§ 3º Será criado o Conselho Permanente para Ensino Superior e as Instituições Científica, Tecnológica e de
Reconhecimento de Saberes e Competências no âmbito do Inovação (ICTs) poderão remunerar o seu dirigente máximo
Ministério da Educação, com a finalidade de estabelecer os que: (Incluído pela Lei no 13.243, de 2016)
procedimentos para a concessão do RSC. I - seja não estatutário e tenha vínculo empregatício com a
§ 4º A composição do Conselho e suas competências serão instituição; (Incluído pela Lei no 13.243, de 2016)
estabelecidas em ato do Ministro da Educação. II - seja estatutário, desde que receba remuneração
inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do
para formulação e acompanhamento da execução da política § 8º Excepcionalmente, no âmbito das Instituições da Rede
de pessoal docente, no que diz respeito a: Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,
I - dimensionamento da alocação de vagas docentes nas poderão ser contratados professor visitante ou professor
unidades acadêmicas; visitante estrangeiro, sem o título de doutor, desde que
II - contratação e admissão de professores efetivos e possuam comprovada competência em ensino, pesquisa e
substitutos; extensão tecnológicos ou reconhecimento da qualificação
III - alteração do regime de trabalho docente; profissional pelo mercado de trabalho, na forma prevista pelo
IV - avaliação do desempenho para fins de progressão e Conselho Superior da instituição contratante.
promoção funcional; § 9º A contratação de professores substitutos, professores
V - solicitação de afastamento de docentes para visitantes e professores visitantes estrangeiros poderá ser
aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado ou pós- autorizada pelo dirigente da instituição, condicionada à
doutorado; e existência de recursos orçamentários e financeiros para fazer
VI - liberação de professores para programas de frente às despesas decorrentes da contratação e ao
cooperação com outras instituições, universitárias ou não. quantitativo máximo de contratos estabelecido para a IFE.
§ 2º Demais atribuições e forma de funcionamento da § 10. A contratação dos professores substitutos fica
CPPD serão objeto de regulamentação pelo colegiado superior limitada ao regime de trabalho de 20 (vinte) horas ou 40
ou dirigente máximo das instituições de ensino, conforme o (quarenta) horas.” (NR)
caso.
§ 3º No caso das IFE subordinadas ao Ministério da Defesa, CAPÍTULO IX
a instituição da CPPD é opcional e ficará a critério do dirigente DOS AFASTAMENTOS
máximo de cada IFE.
Art. 30. O ocupante de cargos do Plano de Carreiras e
CAPÍTULO VIII Cargos do Magistério Federal, sem prejuízo dos afastamentos
DO CORPO DOCENTE previstos na Lei no 8.112, de 1990, poderá afastar-se de suas
funções, assegurados todos os direitos e vantagens a que fizer
Art. 27. O corpo docente das IFE será constituído pelos jus, para:
cargos efetivos integrantes do Plano de Carreiras e Cargos de I - participar de programa de pós-graduação stricto sensu
que trata esta Lei e pelos Professores Visitantes, Professores ou de pós-doutorado, independentemente do tempo ocupado
Visitantes Estrangeiros e Professores Substitutos. no cargo ou na instituição; (Redação dada pela Lei no 12.863,
de 2013)
Art. 28. A contratação temporária de Professores II - prestar colaboração a outra instituição federal de
Substitutos, de Professores Visitantes e de Professores ensino ou de pesquisa, por período de até 4 (quatro) anos, com
Visitantes Estrangeiros será feita de acordo com o que dispõe ônus para a instituição de origem; e
a Lei no 8.745, de 1993. III - prestar colaboração técnica ao Ministério da Educação,
por período não superior a 1 (um) ano e com ônus para a
Art. 29. O art. 2º da Lei no 8.745, de 1993, passa a vigorar instituição de origem, visando ao apoio ao desenvolvimento de
com a seguinte redação: programas e projetos de relevância.
§ 1º Os afastamentos de que tratam os incisos II e III do
“Art. 2º .......................................................................... caput somente serão concedidos a servidores aprovados no
estágio probatório do respectivo cargo e se autorizado pelo
.............................................................................................. dirigente máximo da IFE, devendo estar vinculados a projeto
§ 5º A contratação de professor visitante e de professor ou convênio com prazos e finalidades objetivamente definidos.
visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V do caput, § 2º Aos servidores de que trata o caput poderá ser
tem por objetivo: concedido o afastamento para realização de programas de
I - apoiar a execução dos programas de pós-graduação mestrado ou doutorado independentemente do tempo de
stricto sensu; ocupação do cargo.
II - contribuir para o aprimoramento de programas de § 3º Ato do dirigente máximo ou Conselho Superior da IFE
ensino, pesquisa e extensão; definirá, observada a legislação vigente, os programas de
III - contribuir para a execução de programas de capacitação e os critérios para participação em programas de
capacitação docente; ou pós-graduação, com ou sem afastamento do servidor de suas
IV - viabilizar o intercâmbio científico e tecnológico. funções.
§ 6º A contratação de professor visitante e o professor
visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V do caput, CAPÍTULO X
deverão: DO ENQUADRAMENTO DOS SERVIDORES DA
I - atender a requisitos de titulação e competência CARREIRA DE MAGISTÉRIO DO ENSINo BÁSICO FEDERAL
profissional; ou
II - ter reconhecido renome em sua área profissional, Art. 31. A partir de 1º de março de 2013 ou, se posterior, a
atestado por deliberação do Conselho Superior da instituição partir da data de publicação desta Lei, os servidores ocupantes
contratante. dos cargos da Carreira de Magistério do Ensino Básico Federal,
§ 7º São requisitos mínimos de titulação e competência de que trata o inciso I do art. 122 da Lei no 11.784, de 2008,
profissional para a contratação de professor visitante ou de poderão ser enquadrados na Carreira de Magistério do Ensino
professor visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V Básico, Técnico e Tecnológico, de que trata esta Lei, de acordo
do caput: com as respectivas atribuições, requisitos de formação
I - ser portador do título de doutor, no mínimo, há 2 (dois) profissional e posição relativa na Tabela de Correlação
anos; constante do Anexo V.
II - ser docente ou pesquisador de reconhecida § 1º Para fins do disposto no caput, os servidores
competência em sua área; e ocupantes dos cargos da Carreira de Magistério do Ensino
III - ter produção científica relevante, preferencialmente Básico Federal, de que trata a Lei no 11.784, de 2008, deverão
nos últimos 5 (cinco) anos. solicitar o enquadramento à respectiva IFE de lotação até 31
de julho de 2013 ou em até 90 (noventa) dias da publicação
§ 1º O interstício de que trata o caput não será utilizado Tecnológico, para provimento gradual condicionado à
para outras progressões ou promoções ou para servidores comprovação da disponibilidade orçamentária e autorização
ingressos na Carreira após a data de 1º de março de 2013. do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
(Redação dada pela Lei no 13.325, de 2016)
§ 2º As disposições de que tratam este artigo serão Art. 41. A Lei no 11.091, de 12 de janeiro de 2005, passa a
aplicadas uma única vez para cada servidor. (Incluído pela vigorar com as seguintes alterações:
Lei no 13.325, de 2016)
“Art. 10. .........................................................................
Art. 35. Anteriormente à aplicação da Tabela de Correlação
do Anexo II, o titular de cargo de provimento efetivo da ..............................................................................................
Carreira do Magistério Superior do PUCRCE, em 31 de § 4º No cumprimento dos critérios estabelecidos no Anexo
dezembro de 2012, posicionado na Classe de Professor III, é permitido o somatório de cargas horárias de cursos
Associado daquela Carreira, será reposicionado, satisfeitos os realizados pelo servidor durante a permanência no nível de
requisitos, da seguinte forma: capacitação em que se encontra e da carga horária que excedeu
I - ao Professor de que trata o caput que contar com no à exigência para progressão no interstício do nível anterior,
mínimo 17 (dezessete) anos de obtenção do título de doutor vedado o aproveitamento de cursos com carga horária inferior
será concedido reposicionamento para a Classe D, com a 20 (vinte) horas-aula.
denominação de Professor Associado, nível 2; (Redação dada
pela Lei no 12.863, de 2013) ...................................................................................” (NR)
II - ao Professor de que trata o caput que contar com no
mínimo 19 (dezenove) anos de obtenção do título de doutor “Art. 12. .......................................................................
será concedido reposicionamento para a Classe D, com
denominação de Professor Associado, nível 3; e (Redação dada ..............................................................................................
pela Lei no 12.863, de 2013) § 4º A partir de 1º de janeiro de 2013, o Incentivo à
III - ao Professor de que trata o caput que contar com no Qualificação de que trata o caput será concedido aos
mínimo 21 (vinte e um) anos de obtenção do título de doutor servidores que possuírem certificado, diploma ou titulação
será concedido reposicionamento para a Classe D, com que exceda a exigência de escolaridade mínima para ingresso
denominação de Professor Associado, nível 4. (Redação dada no cargo do qual é titular, independentemente do nível de
pela Lei no 12.863, de 2013) classificação em que esteja posicionado, na forma do Anexo
§ 1º O reposicionamento de que trata este artigo será IV.”(NR)
efetuado mediante requerimento do servidor à respectiva IFE,
no prazo de até 90 (noventa) dias a partir da publicação desta Art. 42. A Lei no 11.892, de 29 de dezembro de 2008, passa
Lei, com a apresentação da devida comprovação do tempo de a vigorar com as seguintes alterações:
obtenção do título de doutor.
§ 2º O reposicionamento de que trata o caput será “Art. 11. ........................................................................
supervisionado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério § 1º Poderão ser nomeados Pró-Reitores os servidores
da Defesa, conforme a vinculação ou subordinação da IFE. ocupantes de cargo efetivo da Carreira docente ou de cargo
§ 3º Os efeitos do reposicionamento de que trata este efetivo com nível superior da Carreira dos técnico-
artigo serão considerados por ocasião da aplicação da Tabela administrativos do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-
de Correlação do Anexo II. Administrativos em Educação, desde que possuam o mínimo
§ 4º O reposicionamento de que trata este artigo não gera de 5 (cinco) anos de efetivo exercício em instituição federal de
efeitos financeiros retroativos anteriores a 1º de março de educação profissional e tecnológica.
2013.
§ 5º O reposicionamento de que trata este artigo não se ...................................................................................” (NR)
aplica aos servidores que já se encontrem no respectivo nível
ou em nível superior ao qual fariam jus a serem Art. 43. A parcela complementar de que tratam os §§ 2º e
reposicionados. 3º do art. 15 da Lei no 11.091, de 2005, não será absorvida por
força dos aumentos remuneratórios com efeitos financeiros no
Art. 36. Aos servidores ocupantes de cargos efetivos período de 2013 a 2015.
pertencentes ao Plano de Carreiras e Cargos de Magistério
Federal serão concedidos 45 (quarenta e cinco) dias de férias Art. 43. A parcela complementar de que tratam os §§ 2º e
anuais que poderão ser gozadas parceladamente. 3º do art. 15 da Lei no 11.091, de 12 de janeiro de 2005, não
será absorvida por força dos aumentos remuneratórios com
Art. 37. Aos servidores de que trata esta Lei, pertencentes efeitos financeiros no período de 2013 a 2017. (Redação dada
ao Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal, não se pela Lei nº 13.325, de 2016)
aplicam as disposições do Decreto no 94.664, de 23 de julho de
1987. Art. 44. Os Anexos I-C, III e IV da Lei no 11.091, de 2005,
Art. 38. O quantitativo de cargos de que trata o art. 110 da passam a vigorar na forma dos Anexos XV, XVI e XVII desta Lei.
Lei no 11.784, de 2008, vagos na data de publicação desta Lei
ficam transformados em cargos de Professor Titular-Livre do Art. 45. O Anexo XLVII da Lei no 12.702, de 7 de agosto de
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. 2012, passa a vigorar na forma do Anexo XVIII desta Lei.
Art. 39. Ficam criados 1.200 (mil e duzentos) cargos de Art. 46. Os Anexos XX-A, XX-B, XXV-B e XXV-C da Lei no
Professor Titular-Livre do Magistério Superior, para 11.357, de 19 de outubro de 2006, passam a vigorar na forma
provimento gradual condicionado à comprovação da dos Anexos XIX, XX, XXI e XXII desta Lei.
disponibilidade orçamentária e autorização pelo Ministério do Art. 47. A Lei no 11.784, de 22 de setembro de 2008, passa
Planejamento, Orçamento e Gestão. a vigorar acrescida dos Anexos LXXIV-A, LXXX-A, LXXV-A,
LXXXI-A, LXXVII-A, LXXXIII-A, LXXIX-A e LXXXV-A,
Art. 40. Ficam criados 526 (quinhentos e vinte e seis) respectivamente na forma dos Anexos VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII
cargos de Professor Titular-Livre do Ensino Básico, Técnico e e XIV desta Lei.
Art. 48. O § 3º do art. 1º da Lei no 8.168, de 16 de janeiro I. Classe A, com denominações de:
de 1991, passa a vigorar com a seguinte redação: 1) Professor Adjunto A
2) Professor Assistente A
“Art. 1º .......................................................................... 3) Professor Auxiliar
Art. 49. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 03. (IF-GO - Administrador – CS-UFG/2014). De acordo
com a Lei n. 12.772/2012, a carreira de magistério do ensino
Art. 50. Ficam revogados, a partir de 1º de março de 2013, básico, técnico e tecnológico é composta de:
ou a partir da publicação desta Lei, se posterior àquela data: (A) 2 classes
I - os arts. 106, 107, 111, 112, 113, 114, 114-A, 115, 116, (B) 3 classes.
117, 120 e os Anexos LXVIII, LXXI, LXXII, LXXIII, LXXIV, LXXVII, (C) 4 classes.
LXXVIII, LXXIX, LXXX, LXXXIII, LXXXIV e LXXXV da Lei no (D) 5 classes.
11.784, de 22 de setembro de 2008;
II - os arts. 4º, 5º, 6º-A, 7º-A, 10 e os Anexos III, IV, IV-A, V.- 04. (IF-SP - Professor – Pedagogia – IF-SP/2015) No que
A e V-B da Lei no 11.344, de 8 de setembro de 2006; e diz respeito à Carreira do Magistério, Remuneração e Regime
III - o art. 4º da Lei no 12.677, de 25 de junho de 2012. de Trabalho do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, prevista
na Lei nº 12.772 de 28 de dezembro de 2012, analise as
Brasília, 28 de dezembro de 2012; 191º da Independência afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
e 124º da República. (A) A carreira do professor nos Institutos Federais ocorre
mediante progressão funcional e promoção, sendo a primeira
DILMA ROUSSEFF a passagem de um nível de vencimento para um superior e a
segunda é a passagem de uma classe para outra subsequente.
Questões (B) O RSC (Reconhecimento de Saberes e Competências)
possibilita ao servidor receber a retribuição por titulação
01. (IF/SP - Professor - Educação Física – IF-SP/2015). equivalente àqueles com titulação, bem como ocorre a
No que diz respeito à Carreira do Magistério, Remuneração e equiparação de titulação para cumprimento de requisitos para
Regime de Trabalho do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, a promoção na Carreira.
prevista na Lei nº 12.772 de 28 de dezembro de 2012, analise (C) O docente do Instituto Federal em regime de dedicação
as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. exclusiva, não pode receber valores pecuniários de bolsas de
(A) A carreira do professor nos Institutos Federais ocorre ensino, pesquisa, extensão ou de estímulo à inovação pagas
mediante progressão funcional e promoção, sendo a primeira por agências oficiais de fomento ou organismos internacionais.
a passagem de um nível de vencimento para um superior e a (D) Os docentes dos Institutos Federais poderão se
segunda é a passagem de uma classe para outra subsequente. submeter a um dos seguintes regimes de trabalho: quarenta
(B) O RSC (Reconhecimento de Saberes e Competências) horas semanais de trabalho, em tempo integral, com dedicação
possibilita ao servidor receber a retribuição por titulação exclusiva às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão
equivalente àqueles com titulação, bem como ocorre a institucional ou tempo parcial de vinte horas semanais de
equiparação de titulação para cumprimento de requisitos para trabalho. É permitida a mudança de regime de trabalho a
a promoção na Carreira. qualquer tempo.
(C) O docente do Instituto Federal em regime de dedicação (E) São requisitos para que o docente alcance a Classe
exclusiva, não pode receber valores pecuniários de bolsas de Titular: possuir o título de doutor e ser aprovado em processo
ensino, pesquisa, extensão ou de estímulo à inovação pagas de avaliação de desempenho.
por agências oficiais de fomento ou organismos internacionais.
(D) Os docentes dos Institutos Federais poderão se 05. (IF-GO - Assistente em Administração - CS-
submeter a um dos seguintes regimes de trabalho: quarenta UFG/2014) De acordo com a Lei n. 11.892/2008, modificada
horas semanais de trabalho, em tempo integral, com dedicação pela Lei n. 12.772/2012, poderão ser nomeados pró-reitores
exclusiva às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão os servidores ocupantes de cargo efetivo com nível superior da
institucional ou tempo parcial de vinte horas semanais de carreira dos técnicos-administrativos, desde que exerçam o
trabalho. É permitida a mudança de regime de trabalho a cargo de forma efetiva, em instituição federal de educação
qualquer tempo. profissional e tecnológica, pelo período mínimo de
(E) São requisitos para que o docente alcance a Classe (A) 2 anos.
Titular: possuir o título de doutor e ser aprovado em processo (B) 3 anos.
de avaliação de desempenho. (C) 4 anos.
(D) 5 anos.
02. (IFC/SC - Direito – IESES/2015). O Parágrafo 2º do
Art. 1º da Lei nº 12.772 de 28 de dezembro de 2012, estabelece Respostas
denominações às Classes de Carreira de Magistério Superior
de acordo com a titulação do ocupante do cargo. As 01. A / 02. B / 03. D / 04. A. / 05. D.
denominações são: