Livro 2
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VITÓRIA DO MEARIM
Redescobrindo nossa história
Autores: Revisão:
Guilherme W. Tavares Janina Pinheiro da Silva
Nathália Cristielle M. de Oliveira Supervisão Gráfica:
Hamilton Ferreira de Sousa Neto Danilo Palavra Cruz de Carvalho
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ESTUDOS REGIONAIS - 3º, 4º E 5º ANO
VITÓRIA DO MEARIM
Redescobrindo nossa história
2
Apresentação
3
Sumário
Unidade 1 – A Cultura do nosso povo
Capítulo 1 – A Religião de um povo de fé
HORA DE PRATICAR
Capítulo 2 – Artesanato: a expressão das mãos
HORA DE PRATICAR
Capítulo 3 – Literatura: o conhecimento em forma de arte
HORA DE PRATICAR
Capítulo 4 – Manifestações Artísticas em _________
HORA DE PRATICAR
PARA SABER MAIS
HORA DE PRATICAR
Capítulo 3 – Filhos Ilustres da área artística e do social)
HORA DE PRATICAR
Capítulo 4 – Heranças na história atual de ________
HORA DE PRATICAR
PARA SABER MAIS
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Unidade 3 – Meio Ambiente de Vitória do
Mearim em foco
Capítulo 1 – A riqueza de nossa Fauna
HORA DE PRATICAR
Capítulo 2 – Nossa Flora e sua beleza natural
HORA DE PRATICAR
Capítulo 3 – Sustentabilidade e ações de preservação
HORA DE PRATICAR
Capítulo 4 – Desastres ambientais: naturais e antrópicos
HORA DE PRATICAR
PARA SABER MAIS
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UNIDADE 1
A CULTURA DO NOSSO POVO
Nesta unidade abordaremos algumas manifestações artísticas e
religiosas, bem como tradições, costumes e a própria literatura regional,
que influenciaram culturalmente na formação da identidade de nosso
povo.
No capítulo 1 conheceremos algumas das religiões presentes
no município de Vitória do Mearim. São elas: Católica, Evangélica,
Espírita e Afro-Brasileiras (Umbanda, Candomblé, entre outras). Assim,
conheceremos as manifestações religiosas de nosso município, destacando
nossa diversidade e o respeito em todas as religiões.
No capítulo 2 estudaremos o nosso artesanato e seus produtos,
revelando as possibilidades artísticas exploradas por nossos artesãos
e artistas vitorienses. Desta maneira, não poderíamos esquecer da
representação que temos da Associação dos Artesãos de Vitória do Mearim!
No capítulo 3 leremos um pouco sobre as manifestações culturais
literárias, dando destaque para os nossos literários vitorienses, como o
compositor Dhean Britto, Paulo Tarso Barros, Washington Luiz Maciel
Cantanhede e Bartolomeu dos Santos ou Mestre Coxinho.
Já no capítulo 4, observaremos as manifestações culturais
vivenciadas pelos vitorienses, através dos diversos grupos que representam
nossa cultura, podemos citar: o Bumba meu boi Rosa Bobagem, Boizinho
Tucum, Boi do Pindaré e Unidos de Vitória, Dança Indígena Tapuios do
Mearim e Guerreiros do Mearim, Quadrilha Coqueluxo do Povoado Coque
e Mandacaru de Vitória do Mearim.
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Capítulo 1 - A Religião de um povo de fé
Religião é um conjunto de crenças, práticas e ensinamentos que
se relacionam com a adoração de uma ou várias divindades consideradas
sagradas por um grupo de pessoas.
Existem diversas religiões em todo o mundo e no Brasil,
algumas delas são mais populares, com inúmeros seguidores. Os fiéis
dessas religiões costumam compartilhar entre si seus ensinamentos
e pensamentos, além de celebrar as datas especiais relacionadas a sua
crença, sempre que possível.
1.1 Catolicismo
O catolicismo é uma ramificação do Cristianismo, que se caracteriza
por ser uma religião monoteísta, ou seja, crença em um único Deus.
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica admitiu algumas pessoas como
especiais, reconhecendo-as como sagradas.
Essas pessoas contribuíram para o fortalecimento da fé e por
vezes, lutaram pelas causas sociais. Em algumas situações, até realizaram
milagres, segundo relatos de seguidores católicos. Tais pessoas, passaram
a ser vistas como santos, tendo lugar de destaque na religião católica.
São muitos os santos da Igreja Católica e, em especial, destacaremos
a Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da cidade. O festejo, que acontece
em homenagem à Santa, ocorre entre os dias 29 de agosto a 08 de setembro.
Sendo em seu último dia, a comemoração ao Dia de Nossa Senhora de
Nazaré, considerado feriado municipal na cidade.
Durante o festejo, um de seus pontos altos é a procissão de abertura,
que especialmente no ano de 2022, ocorreu fluvialmente, onde os devotos
acompanharam o cortejo a Nossa Senhora de Nazaré por meio de barcos,
nas águas do Rio Mearim. Nesse mesmo ano, o tema do festejo foi: “Cristo
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ontem, hoje e sempre: gratidão e missão”, seguido do lema: “Ide pelo
mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura (Marcos, 16,15)”.
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1.2 Protestantismo
Como uma das principais vertentes do cristianismo, o protestantismo
teve origem no século XVI, durante a Reforma Protestante. O movimento
religioso defende que a salvação é alcançada somente pela fé em Jesus
Cristo como único e suficiente salvador, e não apenas por meio de obras
ou ações.
Em nossa cidade, podemos encontrar diferentes igrejas
evangélicas. Apesar de algumas diferenças entre elas, todas seguem
um direcionamento semelhante na ideia do protestantismo. Em Vitória
do Mearim, existem as igrejas protestantes: Assembleia, Presbiteriana,
Universal, Batista, Adventista, entre outras.
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Em 2022, ela comemorou 50 anos do Círculo de Oração e sediou o
38º Congresso Estadual das Missionárias e Dirigentes de Círculo de Oração
da Convenção Estadual das Assembleias do Maranhão (CEADEMA), com a
presença do então presidente da república.
Vale lembrar que, em nosso município, também existe um dia de
grande animação para os protestantes da cidade, no dia 14 de outubro,
comemora-se o Dia do Evangélico. Na ocasião, são convidados cantores e
bandas gospel de fora da cidade para entoar louvores e falar sobre as suas
crenças e ensinamentos com base bíblica.
1.3 Espiritismo
Outra religião que segue a mesma vertente, tendo como base os
ensinamentos transmitidos pelo evangelho de Jesus Cristo, é o Espiritismo.
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O Espiritismo foi desenvolvido principalmente por Allan Kardec,
através do chamado Pentateuco Espírita Kardequiano. Essa obra, composta
por cinco livros, apresenta os princípios básicos da religião espírita,
incluindo a existência de Deus, a imortalidade da alma, a reencarnação e
a lei de causa e efeito.
Em Vitória do Mearim, como templo religioso, temos o Centro
Espírita Recanto da Paz, que fica próximo ao Estádio do Lourão. O foco
principal da religião espírita é sempre a relação de amor e caridade com
as pessoas, com atividades e direcionamentos sociais muito claros e
condizentes com o que os seguidores acreditam.
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Esta diversidade religiosa pode ser percebida nas diversas vertentes,
como exemplo temos: Tambor de Mina, Terecô, Candomblé, dentre outros.
Infelizmente, essas religiões ainda sofrem muita discriminação em nosso
país, devido às diferentes histórias criadas com o passar dos anos e aos
preconceitos existentes com relação aos seguidores dessas religiões.
É fundamental compreender que todas as religiões merecem
respeito, independentemente de não compartilharmos das crenças e
práticas dos seus seguidores. Na cidade de Vitória do Mearim, uma das
manifestações religiosas com mais seguidores é o Tambor de Mina.
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cada uma tem de bom para nos ensinar, além de fazer com que sejamos
pessoas melhores em nossa sociedade.
HORA DE PRATICAR
1 Religião é um conjunto de crenças, práticas e ensinamentos que se
relacionam com a adoração de uma ou várias divindades consideradas
sagradas por um grupo de pessoas. Com base nesse conceito e no
que abordamos no capítulo 1, quais das religiões existentes são
conhecidas como mais populares? Encontre-as no caça palavra:
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Capítulo 2 – Artes visuais e artesanato: a expressão das mãos
Existem diferentes formas de expressões artísticas. Desde os nossos
primórdios, sempre utilizamos a arte como uma forma de demonstrar
nossas habilidades humanas, sendo produzida por meio de materiais
naturais que conseguem ser transformados em diferentes peças e usados
em diferentes lugares do meio em que vivemos.
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Esse mestre cantava as toadas do Boi Pindaré e do Boi Rosa
Bobagem (Bumba meu boi), se tornando um filho ilustre de Vitória do
Mearim. Foi empossado na cadeira de n.º 50 da Academia Vitoriense de
Letras (AVL) e sempre é lembrado pelas pessoas como uma referência
cultural de Vitória do Mearim.
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Outro local que faz referência artística, por meio da apresentação
e divulgação da cultura local, em particular das obras dos artistas da
cidade, é o Beco Cultural ou Beco da Cultura de Vitória do Mearim.
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José Mário Silva. Um jovem de Vitória do Mearim que ficou conhecido ao
participar de uma reportagem no Domingo Espetacular da Rede Record,
emissora nacional de televisão.
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Airton Marinho representa, a partir da sua arte: o Bumba meu
boi, as particularidades do sertão nordestino, as bandeiras das festas
juninas, as roupas representativas das diferentes danças locais e muito
mais. O artista também relaciona a xilogravura com outra arte conhecida,
a policromia, caracterizada pela mistura de diferentes cores em uma
mesma obra.
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Primeiro, precisamos saber que a palha é o conceito aplicado aos
fios secos de folhas de algumas plantas, como as bananeiras, as palmeiras
ou outras árvores, já se encontram secas por algum tempo. Tais folhas
são retiradas das árvores e utilizadas como matéria-prima. Por muitos
anos, essa matéria-prima foi usada para a produção de diversos materiais,
como o cofo de palha, que se faz útil até os dias atuais, principalmente
nas zonas rurais.
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O coco babaçu não é matéria-prima apenas para as confecções
artísticas, mas também para a produção de alimentos, como o óleo de
coco babaçu, a farinha, o azeite, entre outros. Para entendermos como
tantas coisas podem ser produzidas a partir do coco, precisamos saber que
ele possui várias partes, chamadas de:Mesocarpo, Endocarpo, Epicarpo e
Amêndoa, sendo cada uma direcionada para um tipo de produção.
No artesanato é utilizado, principalmente, o endocarpo do coco
babaçu, por ser a parte mais seca e firme. A partir dele, podem ser criados
colares, chaveiros, artigos de decoração, brincos, entre outros diferentes
produtos.
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2.4 Associação dos Artesãos de Vitória do Mearim
O nosso município conta com a representação da Associação
dos Artesãos de Vitória do Mearim, presidida pela senhora Iraci, mais
conhecida como dona Lala. Os associados desenvolvem uma variedade
expressiva de peças, vendidas diariamente para toda a comunidade local.
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HORA DE PRATICAR
1 Sabemos que, os indígenas foram os primeiros a utilizarem matérias-
primas naturais para fazerem arte com as mãos. Com base no que
você aprendeu nesse capítulo, quais são os materiais mais utilizados
pelos povos indígenas na produção de seus objetos artesanais?
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Capítulo 3 – Literatura e música:
o conhecimento em forma de arte
A literatura de um lugar se torna marca registrada de uma população
ao fazer com que nomes desconhecidos, porém com grande talento, se
tornem referência no Município. Muitas vezes, esses nomes ampliam
as fronteiras da cidade onde moram e conseguem ficar conhecidos até
mesmo nacionalmente, ou seja, em todo o país.
A literatura se refere a
toda forma de arte produzida
em um lugar por meio de
palavras. Portanto, ela pode
ser representada por meio
de poesias, poemas, contos,
crônicas, fábulas, composição
de músicas, cordel, entre
outras.
Uma das relações mais
antigas que existem, quando
falamos sobre a arte da
literatura, é a relação dela com
a música, sendo uma forma
de expressão escrita com uma
melodia. É muito comum as
letras de músicas se tornarem
poemas ou, ao contrário,
poemas com alguma melodia
se tornarem uma música.
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3.1 Literários Vitorienses
Em Vitória do Mearim, as músicas em homenagem à cidade são
um ponto alto das manifestações culturais literárias. Dentre aquelas sobre
Vitória do Mearim, podemos citar a que leva o nome da cidade, que tem
como compositor Dhean Britto.
Além desta, temos a música
“És belo meu Mearim”, de Ana
Maria Franco, e até mesmo, uma
homenagem a um dos povoados
de Vitória do Mearim, chamado
de “Jaguari”, na qual Toninho
do Correio compôs uma música
especialmente para eles. A seguir,
temos os vídeos que registram um
pouco sobre como essas músicas
são cantadas, além de ressaltar o
orgulho do povo vitoriense.
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Arariense-Vitoriense de Letras (AVL), e também já foi membro titular do
Conselho Estadual de Cultura do Amapá, onde foi radicado como cidadão
macapaense, em 1980.
Nascido em 29 de agosto de 1961, começou a escrever com 13 anos,
publicando em jornais locais os seus poemas. Durante todo o percurso
da sua vida, dirigiu peças de teatro, foi locutor de rádio e trabalhou em
diferentes campanhas políticas ao longo dos anos vitorienses.
Em 1979, com 18 anos, Paulo Tarso Barros viaja para o Amapá e
começa a trabalhar. Alguns anos depois, ele se casa e aos 27 anos, volta a
Vitória do Mearim, onde funda um jornal de pequeno porte e nasce sua
primeira filha. Dois anos depois, em 1990, retorna à Macapá, lugar onde
continua seus trabalhos e sua paixão pela escrita e literatura.
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Poesia? Vivo-a em mim No subterrâneo da alma:
No mundo Intensamente sozinho.
No silêncio denso e quieto (Paulo Tarso Silva Barros)
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3.4 Bartolomeu dos Santos — Mestre Coxinho
Outro nome representativo, quando tratamos sobre a literatura
musical de Vitória do Mearim, é o de Bartolomeu dos Santos. Muitos podem
não conhecer esse nome, ou não saber o porquê dele ser considerado um
artista vitoriense, e isso é justificado pelo fato de Bartolomeu ser muito
mais conhecido por seu apelido, que é Mestre Coxinho.
Bartolomeu dos Santos, nasceu no dia 24 de agosto de 1910, no
Povoado de Lapela, que hoje é conhecido como o município de Conceição
do Lago-Açu. Ele também é conhecido como Beto Coxo, ou como Coxinho.
De família simples, nunca imaginou que seu nome ficaria eternizado na
memória dos Vitorienses.
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A sua marca na história se dá
pelo fato de Coxinho ser um cantador
de Bumba meu boi, particularmente
no Boi de Pindaré, na Baixada
Maranhense, onde o nosso município
de Vitória do Mearim se encontra.
Amigos de muitos cantadores, como
Apolônio Melônio, fundador do Boi
da Floresta, e José Apolônio, que mais
tarde se juntou ao Boi de Viana.
Em 1940, Coxinho passou a se
destacar nas rodas de Bumba meu boi,
em São Luís. Tornando-se amo do Boi
de Pindaré, em 1977, onde gravou a
toada que mais tarde ficaria conhecida
como “Urrou do Boi”, considerada Hino
Cultural e Folclórico do Maranhão, por
meio da Lei n.º 5.299 de 1991.
Em 03 de abril de 1991, aos 80
anos, Coxinho faleceu na casa em que
residia, localizada no Bairro de Fátima,
em São Luís. Com o intuito de prestigiar
o poeta popular e cantador de toadas
eternizadas na memória do povo de
nossa Vitória do Mearim , a Academia
Arariense-Vitoriense de Letras (AVL)
o reconhece como patrono, com a
cadeira de n.º 7.
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HORA DE PRATICAR
1 Analise as afirmações abaixo e responda (V) para verdadeiro e (F)
para falso:
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Capítulo 4 – Manifestações artísticas: festas e danças
As manifestações artísticas são parte importante da expressão
das artes em um determinado lugar, e podem chamar a atenção para
características próprias da cultura local, ou seja, possuem um relevante
espaço na vida dos moradores da região.
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Temos ainda a Noite do Hawaí de Vitória do Mearim, o Arraiá
Bem-me-quer, o Bloco da Juçareira, a Dança Portuguesa Luso Brasileira
de Vitória do Mearim (união dos grupos Estrela de Portugal, Império do
Povoado Japão, Encanto Lusitano e Sonhos de Lisboa), entre outros. Além
de representações literárias e musicais já abordadas no capítulo anterior.
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Outra característica típica do Bumba meu boi é a distinção entre
seus sotaques. Estes são definidos pelas diferenças que um boi tem do
outro, a partir dos instrumentos usados para entoar as canções, como o
boi de matraca, de zabumba, de orquestra, de baixada, entre outros.
Em Vitória do Mearim, temos três grupos mais conhecidos, sendo
eles: o Boi Tucum, Boi Pindaré e o Boi Rosa Bobagem. Estes últimos ficaram
muito conhecidos, pois seu Maestro era Rosaldo Simplicio Moreno, como
citamos anteriormente.
33
4.3 Carnaval de Vitória do Mearim
Além do Bumba meu boi, o Carnaval de Vitória do Mearim pode ser
considerado uma manifestação artística muito forte na cidade. Durante o
carnaval, encontramos o bloco mais antigo que a cidade possui, chamado
Bloco Juçareira. Esse nome foi dado em homenagem à árvore que produz
o fruto “juçara”, um fruto parecido com o açaí, muito apreciado em todo
o Maranhão.
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Ainda no carnaval, houve por
alguns anos apresentações de escolas
de samba em Vitória do Mearim. Em
particular na década de 1980, quando
ocorreu o desfile de escolas de samba
no município, com vista para as escolas
Asa branca e Unidos de Vitória, que
deixaram a noite mais divertida,
colorida e agitada, ao som de diferentes
marchinhas e sambas locais.
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Agora, ao falar sobre a dança Indígena, lembramos do grupo
“Guerreiros do Mearim” e “Indígenas de Tapuios”. Todos caracterizados
com trajes que remetem à cultura indígena e toda a sua força. Os
participantes abrilhantam a noite com animação e alegria em cada
apresentação.
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A dança portuguesa é uma herança dos portugueses. Estes
trouxeram várias coisas, que foram adaptadas e se tornaram parte da
cultura brasileira, refletindo-se tanto na cultura maranhense, como na
cultura vitoriense. Essa manifestação artística mistura a dança com o
teatro, sendo comum suas apresentações nos municípios pertencentes à
Baixada Maranhense, como em nossa cidade de Vitória do Mearim. As
roupas dos integrantes dessa dança, chamados de dançarinos, são cheias
de brilho, veludo, capas, lenços, leques e luvas, todos integrados de forma
bem elegante.
Por ser parte da nossa cultura, com o passar dos anos, a dança
portuguesa se misturou com a cultura local do nosso Maranhão. A ela se
juntaram outras expressões culturais, como o cacuriá, a dança do caroço
e a dança do boiadeiro, utilizando ainda elementos do Vira e do Malhão de
Portugal, que são expressões da cultura portuguesa.
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Um exemplo disso é a dança do Jacundá, uma prática cultural com
origem nos povos indígenas da Amazônia. Nessa dança, homens e mulheres
se juntam em uma roda, segurando as mãos uns dos outros. Uma pessoa fica
no centro da roda e tenta escapar, enquanto todos na roda cantam uma música
tradicional. Se a pessoa no centro consegue escapar, a pessoa que permitiu
isso deve assumir o lugar no centro da roda, e a dança continua. É uma prática
comum em muitas comunidades indígenas e é uma forma importante de
celebrar e preservar a cultura e a tradição desses povos.
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HORA DE PRATICAR
1 Uma das características mais marcantes do nosso multiculturalismo
são as diversas formas que nosso povo tem de expressar sua arte,
uma delas são as manifestações culturais. Segundo o que estudamos
neste capítulo, o que é uma manifestação cultural?
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UNIDADE 2
A HISTÓRIA DE VITÓRIA DO MEARIM: ONDE TUDO
COMEÇOU
Conhecer a história que deu origem ao município de Vitória do
Mearim é mergulhar na pesquisa em torno dos primeiros povos que nele
habitaram e nos processos de ocupação que ocorreram. Isso significa
dizer que, antes do processo de colonização, já havia em nossa região
povos diversos com suas crenças, valores e hábitos.
Para conchemos isto de perto, inicialmente, no Capítulo 1,
falaremos a respeito das relações entre povos indígenas, religiosos e
colonizadores, e como se deu esse processo de disputa nas margens do
Rio Mearim.
41
E ao longo do Capítulo 3,
vamos falar sobre as principais
personalidades que desenvolveram
trajetórias que marcaram nosso
município, como: Bernardo
Berredo, Trajano Galvão, entre
outros.
Por fima, finalizaremos
com o Capítulo 4, onde trataremos
sobre as nossas heranças: valores
históricos e culturais deixados por
aqueles que antecederam a atual geração dos vitorienses.
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Os engenhos
Em 1622, foi estabelecida a capitania do Mearim. Nela se acomodava
três engenhos de açúcar que se caracterizavam como unifamiliares e
latifundiários, produzindo o açúcar em grande escala, a partir do uso da
mão-de-obra de escravizados.
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As Famílias e personalidades
Segundo historiadores, a família Cárceres era quem possuía o
maior engenho na região do Mearim. João Cáceres estava no Brasil desde
1639, era o capitão responsável pelo forte Gurupá, no estado do Pará, e
havia desenvolvido papel relevante no enfrentamento e na resistência aos
invasores holandeses, durante a década de 1640.
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Manuel Beckman sempre esteve ligado aos negócios públicos
relacionados à terra, tornou-se vereador em São Luís e ganhou destaque
por suas atitudes de coragem. Logo seu irmão, Thomaz Beckman, casou-
se com Helena de Cáceres, irmã de Maria Almeida Cáceres.
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A terra foi então concedida por carta de data e sesmaria, que era
pedaço de terra vaga/desocupada, a qual foi cedida para que houvesse
cultivo ali. Também foram cedidas umas poucas vacas, cria do curral
de Manuel Beckman. Somaram-se, por caridade, 25 cabeças de gado,
recebidas do cuidador do curral, Antônio da Costa.
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O então, Rei de Portugal, Dom João, comunica ao ouvidor geral
da Capitania de São Luís do Maranhão, em 1747, que aprovava a sua
solicitação de criação do Julgado do Mearim, dando o marco inicial da
emancipação político-administrativa e jurídica das terras da Ribeira do
Mearim.
Assim, ao final da década
de 1770, as terras da Ribeira
do Mearim foram divididas em
dois pequenos povoamentos.
Sendo o primeiro, o Julgado do
Mearim, localizado no ponto
mais alto. E o outro, tratava-se da
sede da freguesia, local que ao
longo do tempo se demonstrou
desfavorável, já que estava situado
em terreno baixo e alagadiço,
portanto, não resistindo às
enchentes, resultando na queda de barreiras e destruição das ruas.
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Por consequência do solo impróprio, o local da freguesia acabou
sendo abandonado, incluindo a igreja e o povoado. Ressaltamos que, em
1728, o padre fez uma tentativa de mudança do povoado para outro local,
porém não obteve êxito.
Esse acontecimento, permitiu à igreja ser transferida, em 1750,
para o Novo Sítio. Ela foi construída pela Coroa Portuguesa, com o auxílio
dos moradores, no local onde surgiria a atual Vitória do Mearim. Neste
local, firme e sem inundações, também foram construídas casas e a atual
igreja de Nossa Senhora de Nazaré.
O lugar da antiga freguesia passou a ser chamado de Sítio Velho, em
seguida, nomeado somente de Sítio. É nessa área, que hoje está localizado
o então município Arari, desmembrado de Vitória do Mearim e fundado
em 1864.
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A proposta era que os indígenas, ao serem transferidos das matas
para as margens do Rio Mearim, vivessem sob a doutrina religiosa, agora
sem sofrerem nenhum tipo de violência por parte dos colonos.
Nesta missão, caberia ao padre Antônio Machado, para além da
doutrina religiosa, fossem inseridos o ensinamento da língua portuguesa,
o latim, arte, ofícios, administração da justiça e o próprio manejo da
agricultura, para recuperar a economia do Maranhão e da Metrópole.
A partir da leitura e pesquisa de fontes verídicas, identificamos
a pouca presença dos indígenas na documentação histórica. A falta da
perspectiva indígena nos relatos encontrados, se dava por eles serem
vistos como provocadores da desordem.
Podemos refletir sobre essa questão e sugerir que, essa percepção
sobre eles é fruto das constantes tentativas de defesa dos indígenas para
manter seus territórios daqueles que tentavam invadir suas terras.
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Por conta disso, os povos indígenas eram, por vezes, identificados
como os responsáveis pelos ataques às fazendas e engenhos, realizando
roubos e até mesmo matando aqueles que invadiam e principalmente
extraiam as madeiras das suas terras. Comportamento que, segundo os
colonos, dificultava o processo de catequização e exploração de riquezas
daquela região.
50
Portanto, a partir de 1776, em meio aos acontecimentos históricos
citados anteriormente, às margens desse extenso rio, que seu deu a manutenção
e crescimento do Arraial da Vitória, possível nome que foi resultante do êxito
da povoação do Novo Sítio. Ressalta-se que, o Novo Sítio ainda dependia da
igreja, já que a Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré também se encontrava
em nova sede, de frente para o Rio Mearim.
Outro importante acontecimento histórico do nosso município,
foi a resolução de 19 de abril de 1833, pelo Conselho Geral da Província do
Maranhão, que elevou o distrito de Mearim à categoria de vila e o emancipou
do município de Viana.
51
HORA DE PRATICAR
1 Conforme o abordado no capítulo 1 desta unidade, a história da
colonização e “descobrimento” do Brasil relata que os primeiros
habitantes do país foram os povos indígenas. Sendo assim, qual foi o
primeiro povo indígena a se estabelecer na região onde atualmente
se localiza o município de Vitória do Mearim?
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Capítulo 2 – Marcos Históricos Vitorienses
Neste capítulo, estudaremos os marcos históricos do nosso
município, com destaque para a construção da igreja católica, diretamente
ligada ao processo de formação do território de Vitória do Mearim.
Veremos também a Balaiada, dando importância à participação do seu
líder, o vaqueiro Raimundo Gomes, trabalhador da fazenda do padre
Inácio Mendes; e ainda, a Revolta de Beckman, trazendo como cenário as
reuniões e conflitos do engenho de Beckman, em Vitória do Mearim.
Os marcos históricos são definidos como acontecimentos de grande
importância para uma localidade, seja por meio da sua cultura, política,
economia ou modos de fazer de uma sociedade. O município de Vitória do
Mearim traz em sua formação histórica, diversos elementos que somam
como acontecimentos de destaque, o qual acompanharemos.
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Em 1776, a nova igreja foi solicitada por carta, junto ao Rei
de Portugal. D. Jose I, que apresentou requerimento dos moradores,
acompanhado pelo ouvidor-mor Henrique Guilhon, que havia examinado
presencialmente um lugar onde se poderia realizar a nova construção,
tendo em vista que os moradores já haviam se disponibilizado para
colaborar diretamente com a construção.
Assim, no local onde se situa o atual Município de Vitória do
Mearim, foi a Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Mearim. Com
a mudança da igreja, o povoamento começou a se instalar também em
seus arredores, já que os moradores não queriam mais ficar sem praticar
a sua religião por imprevistos causados pela força da ação da natureza,
resultando nas enchentes.
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Com o levantamento da igreja em local elevado e plano, erguia-se
uma construção representativa para Vitória do Mearim, pela riqueza do
seu estilo arquitetônico e também, por suas técnicas utilizadas. A nova
igreja possuía paredes mais grossas, com 1,30 metros de largura, tendo
suas divisões estruturadas com pedra rebocada e pintada.
Sua frente foi construída voltada para o Rio Mearim, em razão
daquela ser a única forma de entrada no município, para quem vinha de
São Luís. Levantou-se, ainda, uma torre de sino com cobertura em forma
de pirâmide, de modo que coubessem dois sinos produzidos de bronze e
ferro. A parte interna da igreja apresenta um arco cruzeiro, construído
entre 1828 e 1878, período em que a igreja esteve em reforma e ampliação,
após sofrer um incêndio em 1827.
Esse processo de reconstrução, se deu a partir de recursos doados
por moradores e Governo Provincial. A igreja possuía um altar principal
construído em madeira ainda em 1840, pelo português Miguel Francisco
da Costa Fernandes. Porém, entre os anos de 1945 e 1950, foi substituído
por granito e argamassa, pelos serviços do arquiteto italiano José Vita. A
estrutura do telhado ficou à mostra, já que o forro do arco da nave central
e da capela principal foram retirados. Já em meados de 1982, a fachada
da igreja sofreu nova alteração, e em 1991, houve nova mudança em seu
piso.
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Em seu acervo, é possível
encontrar materiais até hoje doados
por José da Cunha d’Eça, fundador
dessa igreja, que invocou o auxílio
de Nossa Senhora de Nazaré para
que essa construção se tornasse
possível. Essas peças passaram
por processo de inventário,
em 1999, realizado pelo então
Ministério de Cultura (MinC), pelo
Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (IPHAN) e
pela 3ª Superintendência Regional do MA/PI.
A igreja Nossa Senhora de Nazaré, apresenta-se como cenário
principal de momentos históricos e também do cotidiano de Vitória do
Mearim. Entre eles: o badalar dos sinos para anúncio de nascimento ou
falecimento de um vitoriense; área de realização das Santas Missões; das
novenas; de reviver a Semana Santa com a paixão e morte de Jesus Cristo
e as famosas procissões com os guardiões, ou seja, um grupo com mais de
50 homens que compunham o terço, dentre outras ações.
56
2.2 A Balaiada no contexto de Vitória do Mearim
Antes de entendermos os locais específicos onde ocorreu o
movimento da Balaiada no Maranhão, é importante saber que esse
movimento social aconteceu entre o final de 1838 e o final de 1841, nos
estados do Piauí, Maranhão e Ceará. No Maranhão, a Balaiada ocorreu
principalmente nas áreas rurais, mais especificamente na região do
Maranhão Oriental, na Vila da Manga, banhada pelos rios Munim e Iguará.
Também ocorreu na região do Baixo Sertão, na cidade de Caxias, e no Alto
Sertão, em Pastos Bons.
57
O movimento se iniciou durante grande instabilidade política nas
Províncias e pelo processo de afastamento de D. Pedro I, tendo ocorrido
no Período Regencial, marcado entre os anos de 1831 a 1840.
Dentre as lideranças que protagonizaram este movimento popular,
estava o piauiense Raimundo Gomes Vieira Jutaí, morador da ilha Jataí,
próximo à fazenda Buenos Aires. Filho de indígenas e negros, criado no
campo e foi o responsável pela Balaiada no Maranhão.
Ele passou por quase toda a província, organizando e mobilizando
grupos. Raimundo Gomes era vaqueiro, conhecido como Cara Preta, e
ainda administrador da Fazenda Buenos Aires, localizada em área do
município de Vitória do Mearim, fazendo parte também de Anajatuba
e Arari. A fazenda pertencia ao padre Inácio Mendes de Moraes e Silva,
sacerdote e político do século XIX.
58
No ano de 1838, Raimundo Gomes e outros vaqueiros, estavam
encarregados de vender uma grande boiada nas feiras e, precisando
passar pelas proximidades da Vila da Manga, atual município de Nina
Rodrigues. Logo foram presos e impedidos de continuar a viagem, já que
a boiada também havia sido apreendida pelo prefeito policial da Vila da
Manga, senhor José Egito Pereira da Silva Coqueiro.
Tendo o pedido de liberação dos vaqueiros negado, Raimundo
Gomes retornou à fazenda Buenos Aires, para comunicar ao seu patrão,
o padre Inácio, o que havia sofrido. Este solicitou que novamente se
tentasse a libertação dos seus vaqueiros, alegando que o gado pertencia
a um parente do seu cunhado e que se assim não fosse feito, usaria da
própria força para retirá-los da prisão.
59
O grupo da região dos municípios de Coroatá e Itapecuru-Mirim,
tinham como apoiador do movimento, Manuel Francisco dos Anjos
Ferreira (o Balaio), que trabalhava na fabricação e venda de balaios, e
acabou se tornando uma das lideranças que deu ao movimento o nome
de Balaiada. Representando ainda Itapecuru Mirim, Cosme Bento das
Chagas, o Preto Cosme.
60
2.3 A Revolta de Beckman
Como vimos no capítulo anterior, o português Manuel Beckman adentrou
à família Cáceres ao se casar com a filha do proprietário do engenho de Vera
Cruz, a senhora Maria Almeida Albuquerque Pereira de Cáceres, herdando
uma propriedade, localizada no atual município de Vitória do Mearim.
No engenho de Beckman, ocorreram tanto eventos sociais quanto prisões.
Entre os presos estavam Francisco de Barros, trabalhador da propriedade,
os irmãos Beckman (Manuel e Thomaz), o cunhado José de Cáceres e alguns
escravizados. A prisão foi resultado da acusação de assassinato de Manuel
Correa, filho do ex-sargento-mor Agostinho Correa, que ocorreu durante a
expansão dos jesuítas em 1662, nas lavouras de Beckman às margens do Rio
Mearim.
A prisão resultou na morte, em praça pública, de Jorge de Barros.
Francisco de Barros fora mandado para Angola, enquanto os irmãos Beckman
foram mantidos presos na fortaleza do Gurupá (Pará) e seus bens sequestrados,
penhorados e multados. Após serem soltos, anos depois, Beckman voltou
ao Maranhão e fora preso novamente no Gurupá, até ser solto a mando do
príncipe.
61
Entre 1684 e 1685, Manuel Beckman liderou uma revolta que durou
cinco meses e ficou conhecida como Revolta de Beckman. Antes mesmo
de a revolta começar, o engenho de Beckman era um lugar de encontro
para pessoas que eram contra o regime estabelecido pelos jesuítas. Essas
pessoas estavam particularmente revoltadas com o fato de não poderem
usar a mão de obra dos indígenas em suas terras, já que os jesuítas
cuidavam e orientavam esses indígenas.
As articulações dos Beckman resultaram na tomada de São Luís,
em 25 de fevereiro de 1684. Assim, Manuel Beckman estabeleceu a Junta
dos três Estados, da qual era formada pela nobreza, o clero e o povo. Logo,
em 1685, chega um novo governador que decreta a prisão e execução dos
líderes da revolta, assegurado pela força militar portuguesa.
62
Há registros de que o seu sobrinho de criação, Lázaro de Mello,
estaria envolvido na denúncia sobre o esconderijo do Beckman, visto haver
um prêmio de recompensa para quem denunciasse a sua localização.
Beckman foi preso e levado à São Luís, condenado à forca em praça
pública.
HORA DE PRATICAR
1 O município de Vitória do Mearim traz em sua formação histórica,
diversos elementos que somam como acontecimentos de destaque,
também conhecidos como marcos históricos. Com base no que você
leu, o que são marcos históricos?
63
Capítulo 3 – Filhos ilustres que teceram a nossa história
Neste capítulo, conheceremos os filhos ilustres do nosso município.
Com destaque para Bernardo Berredo, especialmente pela ocupação de
governador do Maranhão e pelos registros históricos feitos às margens
do Rio Mearim. Em seguida, faremos uma leitura em torno do trabalho
desempenhado por Trajano Galvão, por trazer uma reflexão acerca do
negro enquanto sujeito histórico e cultural maranhense, presente em
suas poesias.
64
3.1 Bernardo Pereira de Berredo e Castro
Os ilustres são pessoas que se destacaram por deixarem um legado
significativo nas áreas cultural, histórica, artística, política e social. Alguns
desses indivíduos são reconhecidos em nossa região, enquanto outros são
conhecidos nacional ou internacionalmente. Essas pessoas conseguiram
se destacar em suas carreiras profissionais, mas nunca deixaram de
representar e honrar o nome de sua cidade natal em todos os lugares por
onde passaram.
Nascido na cidade de Moura, em Portugal, Bernardo Pereira de
Berredo e Castro foi um militar, historiador e administrador. Ele apresenta,
em sua árvore genealógica, relação com a família Real. Sua trajetória é
registrada em 1710, quando foi oficial da cavalaria em combate na Guerra
da Catalunha, durante a Guerra da Sucessão da Coroa Espanhola.
Depois, tornou-se
governador do Maranhão
durante o século XVIII, entre
os anos de 1718 a 1722. Seu
governo se destacou pela
boa relação mantida entre os
poderes real e o eclesiástico, já
que sua gestão apoiava ações
do bispo, ao mesmo tempo
que atendia aos interesses da
Coroa Portuguesa. Berredo,
encantado pelas águas do
Rio Mearim, é quem conta os
primeiros registros acerca do
engenho de Vera Cruz.
65
Ele também retrata as primeiras povoações, ainda no final do século
XVII, como vimos nas páginas anteriores sobre a família Cáceres. Durante
seus escritos, teve como referência Tito Livio e Tacito (historiadores da
Antiguidade). Nesta época, porém, foi considerado apenas um literato
português, que escrevia uma pequena página das conquistas de Portugal,
o Maranhão.
66
3.2 Trajano Galvão
Trajano Galvão foi um homem de riquezas, por ser filho herdeiro.
Ele nasceu no sítio Barcelos, atual território de Vitória do Mearim, em
19 de janeiro de 1930, na fazenda Caravelos, às margens do Rio Mearim.
Parte da sua infância, esteve na fazenda Cachoeira Grande, próxima ao
município de Codó/MA.
Seu pai faleceu muito
cedo, permitindo que seu
padrasto participasse do início
da sua formação, levando-o
para estudar em Lisboa.
Mas foi em Pernambuco,
que Galvão se formou na
área de Ciências Jurídicas
e Sociais pela Faculdade de
Olinda. O campo, por sua vez,
influenciou significativamente
em sua formação como poeta,
influenciando-o a se apoiar
nos elementos culturais
do Maranhão — lendas e
costumes, para traduzir as
questões sociais e humanitárias.
Sua relevância está ao propor uma reflexão acerca do existir do
negro escravizado enquanto sujeito histórico e cultural maranhense, indo
contra o foco e protagonismo dado apenas aos europeus. Assim, a poesia
de Trajano tratava-se de um instrumento de denúncia, relatado na vida
das fazendas e, na economia do Maranhão.
67
Suas produções estão catalogadas em onze obras, segundo os
registros: “Casa da Caneleira”, romance ou novela publicado em 1866;
“Antologia Maranhense”, são poemas publicados em 1937; “Coleção
de Poesias”, refere-se a poemas publicados com Marques Rodrigues;
“Hugonianas” é uma coletânea de poesias traduzidas e publicadas em 1885;
“Juízo Crítico”, trata-se de uma autoria solo, publicada em 1852; “Lírica
Nacional”, são poemas de Trajano, publicados em meados do século XIX.
Ainda temos “Parnaso Maranhense”, sendo uma coleção de
poesias, publicada em 1861, das quais cinco textos pertenciam a Trajano,
a exemplo de “O Calhambola” e “A Creoula”. Já a obra “Três Lírias”, é uma
coleção de poesias publicada em 1862.
68
Integram ainda aos escritos do autor, a “Seleta Nacional”,
publicada no ano de 1873 e a literária “Parnaso brasileiro: século XVI —
XIX”, produzida com numerosos autores e publicada em 1885. Cito ainda,
“Sertanejas”, poemas publicados por Trajano em 1898, destacando-se por
apresentar uma descrição da vida do sertanejo e da escravidão. Segue,
69
3.3 Ana Leonor Bogea Gonçalves
Neta de sacerdotes, Ana Bogea nasceu em 20 de março de 1877,
no município de Arari. Era educadora e se tornou a primeira professora
normalista de Vitória do Mearim. Bisneta do português, sacerdote e
político Lourenço da Cruz Bogea, sendo considerado o fundador de
Arari, além de patrono da AVL. Esta ilustre foi casada com Severo Lopes
Gonçalves.
Anicota Bogea, como
era conhecida, é uma figura
importante na história do
Maranhão por sua contribuição
na área da educação. Como
professora da Escola Normal
do Estado do Maranhão,
ela desempenhou um papel
fundamental na formação de
novas professoras para o ensino
primário, em especial para as
estudantes do sexo feminino.
Além disso, sua atuação
como professora na escola mista
evidencia seu compromisso com a educação e com a comunidade em que
vivia. A aposentadoria como professora nessa mesma escola, após vários
anos de dedicação, é um reconhecimento da trajetória e do seu trabalho.
70
Ela ainda se dedicou à comunidade durante a prática da homeopatia,
que por sua vez, também demonstrou seu interesse pela saúde e bem-
estar das pessoas, algo que vai além do seu papel como educadora. De
modo geral, sua família sempre teve destaque nos registros de Vitória do
Mearim, como família tradicional vitoriense.
Para além dos seus avós, citados anteriormente, destaco: sua irmã
Zuleide Violeta Fernandes Bogea, também educadora e política, primeira
a exercer mandato de deputada da Assembleia Legislativa do Maranhão;
seu neto César do Egito Lopes Gonçalves, jornalista e fundador do Sistema
Difusora; bem como, Francisca da Graça Bastos Bogea, conhecida como
Chiquita Bogea, também educadora, prima de Anicota Bogea. Todos
patronos da AVL.
Ana Bogea, que teve um papel significativo na educação e na
comunidade em que viveu, contribuindo para a formação de novas
gerações e para o bem-estar das pessoas ao seu redor, faleceu em 16 de
abril de 1967, na cidade de São Luís.
71
Formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), sua veia artística familiar e sua admiração por cordéis
desde a infância contribuíram para que Airton Macêdo obtivesse sucesso
no meio artístico. Tornou-se professor do Centro de Comunicações Visuais
do Maranhão (CENARTE), espaço que lhe deu oportunidade de expor seus
primeiros trabalhos (gravuras).
Ao passo em que avançava profissionalmente, pintando telas e
fazendo esculturas, Airton Macêdo aprimorava suas técnicas e desenvolvia
um processo próprio de xilogravura em policromia. Suas produções, em
sua maioria, expressavam a estreita relação com a identidade das tradições
e a cultura popular da cidade de São Luís e também da sua cidade natal,
Vitória do Mearim.
72
Assim, o artista plástico imprime em seu trabalho o Bumba meu
boi, as danças, as brincadeiras e as festas populares. Produziu a obra
“Lendas e Mitos”, em 1984, publicando-a em 1988, por meio da Gráfica
Escolar. A criação retrata uma versão própria da Serpente Encantada,
lenda de Vitória do Mearim.
73
HORA DE PRATICAR
1 Ilustre significa ser digno, importante e possuir qualidades de
reconhecimento. Uma pessoa ilustre se destaca por sua importância
e notoriedade. Com base nisso, pense em alguém que pode ser
considerado um filho ilustre da cidade de Vitória do Mearim, que
desempenhou um papel significativo para o município. Com base
em nossos estudos, identifique duas pessoas ilustres e discorra sobre
cada um.
74
Capítulo 4 - Heranças na História atual de Vitória do Mearim
Neste capítulo, trataremos dos percursos da educação em Vitória
do Mearim, reconhecendo as instituições que tiveram importância na
escolarização dos nossos moradores. Assim, trataremos do Instituto
Nossa Senhora de Nazaré (INSN), fundado pelo padre Eliud e a Associação
Obras Sociais da Paróquia de Vitória do Mearim (OSPAVIME).
Desta forma, percebemos como as escolas de primeiras letras
tiveram o papel fundamental de formar os jovens vitorienses. Ao longo
dos anos, essas escolas evoluíram e ampliaram sua grade curricular,
incorporando disciplinas como ciências, geografia, história, línguas
estrangeiras, entre outras. Essa ampliação refletiu a necessidade de
formação de um cidadão mais completo e preparado para a vida.em
sociedade.
75
O padre Eliud chegou em Vitória do Mearim no período de festividade
em honra à padroeira Nossa Senhora de Nazaré, em 6 de setembro de
1922. Foi vigário responsável, não somente, por esse município, mas
cuidava também da freguesia de São Francisco Xavier, em Monção, e de
Nossa Senhora da Vitória, em Arari, até iniciar a construção da sua nova
igreja, no ano de 1932.
76
4.2 O Instituto Nossa Senhora de Nazaré
A instituição a que se refere é uma escola, que até hoje é privada
e tem como propósito promover a filantropia e o bem social. A ideia
de fundar a escola surgiu a partir de uma conversa entre três pessoas:
Eliud Arouche, a normalista Terezinha Pinto Muniz e o padre Francisco
das Chagas Vasconcelos. Eles concordaram em criar uma instituição de
ensino que oferecesse uma pedagogia cristã aos moradores da região. A
escola foi fundada em 6 de abril de 1953, tendo como objetivo oferecer
uma educação baseada nos valores cristãos para a comunidade local.
O INSN funcionava na varanda da Igreja Matriz, e para que
estudassem no instituto, os estudantes interessados deveriam realizar
uma prova. Estes eram, em sua maioria, jovens vitorienses de famílias que
possuíam mais condições financeiras comparados a outros moradores da
cidade.
77
O Instituto oferecia aulas em dois períodos: pela manhã, que era
chamado de matutino, e era dedicado exclusivamente ao ensino das meninas;
e à tarde, chamado de vespertino, que era voltado para o ensino dos meninos.
Essa divisão seguia as orientações da Lei Provincial de 1841, que estabelecia a
obrigatoriedade de se ter escolas separadas para meninos e meninas.
78
Para os meninos, era permitido aprofundar o currículo de matemática.
Este tipo de pensamento, que cumpria currículos escolares específicos para
meninos e meninos, hoje é percebido de maneira atualizada e justa, pois a
igualdade deve acontecer sem separação de oportunidades.
Para além do cumprimento de separação de turmas entre meninas
e meninos, fazia parte dos direcionamentos do INSN que os estudantes
participassem da Santa Missa, sempre aos domingos, uniformizados e tendo
suas presenças confirmadas por meio de chamada.
A cerimônia da Santa Missa só se dava por encerrada, depois que os
estudantes se deslocavam até o cruzeiro, localizado em frente à igreja matriz,
para professarem a sua fé por meio de frases direcionadas pelo padre.
Conforme o INSN crescia, aumentava também o reconhecimento da
instituição junto à sociedade. Assim, por meio do Decreto n.º 2.875 de 23 de
novembro de 1964, cerca de 41 anos
após a sua fundação, o Governo do
Estado concede igualdade do INSN
às Escolas Primárias Estaduais.
Cabe ressaltar que, o mesmo
legado da educação deixado pelo
padre Eliud Arouche no município
de Vitória do Mearim, também já
havia sido realizado pelo município
de Lago da Pedra. Em exemplo,
Lago da Pedra fundou a Campanha
Nacional da Escola da Comunidade,
o atual Centro Educacional
Cenecista e o Colégio Monsenhor
Arthur Lopes Gonçalves.
79
4.3 A Associação Obras Sociais da Paróquia de Vitória do Mearim
(OSPAVIME)
A partir do INSN, outra instituição também surgiu, em 1969, após o
falecimento do padre Eliud Arouche. Tratava-se de uma entidade civil, sem
fins lucrativos, a Associação Obras Sociais da Paróquia de Vitória do Mearim
(OSPAVIME), que acabou se tornando responsável por manter o INSN.
Durante o ano de 1969, o município de Vitória do Mearim recebe outro
padre, o Monsenhor Sérgio Ielmeti. Italiano e nascido em 13 de agosto de
1929, frequentou o curso de Sociologia e se formou em Bacharel de Filosofia.
Trouxe experiências como educador em alguns Liceus de Florença, na Itália,
e dedicava-se à educação dos vitorienses, tornando-se futuramente o diretor
da OSPAVIME.
Desde a sua fundação, até meados da década de 50, o INSN era conhecido
como a única escola privada no município. Os professores que lecionavam as
disciplinas não possuíam formação específica na área da educação, mas eram
jovens com responsabilidades.
Somente em 1959, a Câmara Municipal de Vitória do Mearim criou a
Lei n.º 02 de 18 de fevereiro de 1959, em apoio ao INSN, dando a ele o direito de
receber auxílio financeiro para ajudar nas despesas, bem como a garantia de
nomeação, ou seja, contratação de professores.
No ano de 2022, o INSN completou 99 anos de herança histórico-cultural
na educação do município de Vitória do Mearim. A fachada do Instituto leva o
nome de Obras Sociais da Paróquia de Vitória do Mearim, localizada no centro
de Vitória do Mearim.
80
HORA DE PRATICAR
1 Releia o tópico 4.1, onde estudamos a educação como herança
histórica do povo vitoriense e complete o texto abaixo com palavras
que façam sentido para você e que correspondam com o que você
leu.
81
UNIDADE 3
MEIO AMBIENTE DE VITÓRIA DO MEARIM EM FOCO
A natureza é composta pelo conjunto de seres vivos ou não vivos e
suas condições ambientais. Através dele temos acesso a todos os recursos
essenciais para a nossa sobrevivência, tais como, solo, água, ar, alimentos,
e também sobre a nossa fauna e flora, entre outros elementos que vamos
conhecendo ao decorrer dos capítulos.
83
1.1 O que é a fauna?
Este termo é usado para definir e caracterizar um grupo
de animais nativos e comuns de determinadas regiões como atributos
climáticos, vegetais e hidrográficos próprios. Por vezes, o termo pode ter
maior abrangência, incluindo animais não nativos; ou seja, a fauna pode
ser usada para se referir ao conjunto de todos os animais da região.
84
Por isso, é importante a classificação dos animais. Pois desta forma,
podemos entender melhor as características da fauna em estudo. Mas qual
classificação devemos usar ? Dentre as várias formas de classificação,
existe uma usada de forma recorrente, conforme as características
biológicas dos animais: os mamíferos, as aves, os répteis, os peixes, os
anfíbios e os invertebrados.
Vamos conhecer mais de perto nossa fauna, conforme essa
classificação!
1.2 Mamíferos
De modo geral, os mamíferos são caracterizados por serem
vertebrados, por possuírem pelos em seus corpos, e principalmente por
conseguirem produzir leite para alimentar seus filhotes. Quanto aos seus
habitats, embora existam mamíferos aquáticos, a grande maioria dos
mamíferos são terrestres.
Vejamos os mamíferos que são nativos da nossa região:
Capivara (Hydrochoerus hydrochae-
ris)
As capivaras têm hábitos
semiaquáticos, ou seja, vivem em solo
e em ambiente aquático. Por isso,
seus principais habitats naturais são
as beiras de rios e campos alagados.
As águas servem principalmente para
abrigo, proteção e procriação. As
capivaras se alimentam principalmente
de vegetação dos campos, como capins
e ervas, e da vegetação aquática.
85
Curiosidade! A capivara é o maior roedor do mundo, podendo
chegar até 130 cm de comprimento e 60 cm de altura.
86
para se alimentar. Outra curiosidade é que suas tocas são feitas com várias
saídas, e em suas entradas são postas folhagens e ciscos para que elas se
protejam do clima e de predadores
Tatus
Os tatus são uma família de subespécies muito parecidas. Ou seja,
na nossa região existem várias espécies de tatus de difícil diferenciação.
Vamos conhecer alguns:
87
Outros mamíferos regionais
Já deu para perceber que a nossa região é o habitat natural para uma
vasta diversidade de mamíferos! Animais com hábitos e comportamentos
em comum, mas também com peculiaridades muito específicas. Vejamos
mais alguns:
88
Finalizamos este tópico falando de animais típicos do nosso bioma.
No entanto, é cada vez mais difícil encontrar exemplares desta espécie
em decorrência do processo de extinção causado pelos homens. Por isso,
faça uma reflexão: qual desses mamíferos você já viu ou ouviu falar que
alguém avistou nesta região?
1.3 Aves
Além de enriquecerem o meio ambiente com suas cores, plumas,
asas, e estruturas exóticas, as aves têm uma função essencial na natureza:
transportar sementes e polens para a multiplicação da vegetação. Há uma
grande variedade de aves com características muito peculiares: aves que
vivem no alto das florestas, em mata baixa, em regiões secas, em beiras de
lagos, em regiões alagadas, em campos de plantação, e outros mais.
89
As aves desenvolveram, ao longo da sua evolução, hábitos
alimentares específicos, conforme a região onde “escolheram” como
habitat, ou seja, algumas se alimentam de grãos e insetos, outras que se
alimentam de peixes e mariscos, ou até mesmo de pequenos animais ou
de carcaças.
90
Assim como ocorre com os mamíferos, é cada vez mais difícil
encontrar exemplares desta espécie em decorrência do processo de
extinção causado pelos homens. Mas no caso das aves, os animais que
observamos com mais frequência, são as aqueles que se adaptaram aos
campos de plantações ou a regiões urbanas como bem-te-vis, andorinhas,
rolinhas entre outras.
1.4 Peixes
Outra diversidade de espécies encontrada em Vitória do Mearim,
representante presente no grupo dos animais aquáticos, são os peixes.
Estes possuem o corpo coberto de escamas, encontrados nas águas doces
do Rio Mearim, As principais espécies encontradas na região vitoriense
são:
91
Essas espécies, presentes na fauna aquática de Vitória do Mearim,
são de grande importância para o bioma da Região da Baixada e para a
economia local. Quanto a sua importância econômica, os peixes são base
da alimentação ribeirinhos e de colônia de pescadores, e também são
comercializados para a população local.
Os peixes também têm sofrido processo de extinção por ação do
homem. Os próprios ribeirinhas e pescadores já sentem na sua realidade
do dia-a-dia o quanto algumas espécies estão se tornando raras ou o
quanto não existe mais certa abundância na pesca.
92
93
Répteis
O nome réptil significa animal que rasteja. É um grupo de animais
bem diversos e diferentes. Quando falamos em répteis, estamos nos
referindo a tartarugas, cágados e jabutis, lagartos em geral, cobras,
serpentes e até os jacarés. Alguns répteis comuns da nossa região são:
94
Invertebrados
O grupo dos invertebrados, animais sem coluna vertebral, é o
maior e mais diverso grupo de seres vivos. Estudiosos acreditam que 99%
dos animais do mundo sejam invertebrados. Estamos falando de moscas,
abelhas, borboletas, moluscos, aranhas e insetos em geral. Estes animais
estão nos diversos habitats: em árvores, campos e pastos, regiões alagadas
como igarapés, rios e campos, além de vários outros.
Chegamos ao fim! Fizemos uma viagem por nossa fauna e
conhecemos os vários grupos de animais da nossa região.
95
96
HORA DE PRATICAR
1 Estudamos que fauna é um termo que pode ser usado para definir e
caracterizar um grupo de animais nativos e comuns de determinadas
regiões. Considerando os nossos estudos sobre a fauna vitoriense,
marque o animal que faz parte da nossa fauna e, usando suas
palavras, descreva-o.
( ) Capivara ( ) Tatus
( ) Socó-boi-baio ( ) Sapo-cururu
( ) Curimbatá
97
Capítulo 2 – Nossa flora e sua beleza natural
Aprendemos um pouco da fauna do nosso município, e de toda a
sua diversidade, agora veremos um pouco sobre a nossa flora. Você sabe
qual a diferença entre a fauna e a flora?
98
Tanto a fauna quanto a flora, juntas e se relacionando, fazem parte
do que chamamos de ecossistema. A partir da ligação entre essas duas
áreas, podemos definir quais animais são específicos de determinadas
localidades conforme as características de sua vegetação. Em nossa região
temos exemplos de animais, como os macacos, que precisam de árvores
de grande porte e os búfalos, que precisam da vegetação para servir de
alimento.
99
Além das plantas, temos também os frutos, isto é, sementes
formadas a partir das flores. Mas vale lembrar que o fruto não está
presente em todas as plantas, mas apenas quando a planta for fertilizada,
através do grão de pólen liberado pelas flores. Entre aquiles encontrados
em nossa região estão:
100
2.2 Nossos biomas e vegetações
Para entendermos um pouco mais sobre a diversidade de plantas
do nosso município, precisamos saber que ela pertence ao, que chamamos
de, bioma Amazônico, classificado como o bioma mais variado do Brasil,
por conter inúmeras espécies de animais e vegetais.
O bioma amazônico é conhecido também por ter um solo bastante
arenoso. Constituído de areias, pelas suas elevadas temperaturas, é
considerado o maior bioma, ocupando quase a metade do território
brasileiro e representando mais da metade das florestas tropicais,
localizadas na zona equatorial.
101
Em nosso município temos: a vegetação de Campo, sobre a qual
encontramos as gramíneas; a vegetação de Mangues, formadas por
árvores de médio porte, que podem variar entre 5,0 a 8,0 m de altura; e a
Mata dos Cocais, considerada uma transição entre os biomas do Cerrado,
Caatinga e Amazônico. Essa última funciona através do encontro desses
três domínios vegetais, tendo a presença de árvores de grande porte, que
podem crescer acima de 8,0 m de altura, e pode ser representada pela
vegetação em mosaico, sobre a qual encontramos plantações de eucalipto.
102
Já em relação à vegetação de espécies extrativas de uso alimentício
e artesanal temos principalmente: o açaí, o coco, babaçu, o pequi,
carnaúba, o buriti, o bacuri, a mangaba, a araticum, a macaúba, anajá,
puçá, murici, tucum, araçá, pitomba, mangabeira e muitas outras.
103
2.4 Os campos
Os campos são característicos da Baixada Maranhense, região onde
nosso município está inserido. Percebemos como características deste
bioma que: possuem principalmente vegetação rasteira, com presença
de algumas vegetações típicas da mata dos cascais em suas bordas.
104
No entanto, o ponto crítico para as vegetações e animais dos
campos ocorre quando se está nos períodos de seca: a vegetação rasteira
em alguns pontos podem se reduzir drasticamente, com exposição do
solo; e algumas vegetações médias ficam secas, o que as torna vulneráveis
a queimadas.
2.4 Os mangues
Os manguezais formam um bioma com características muito
próprias. É uma vegetação que ocorre em toda costa brasileira, e no
maranhão, além de estarem presentes no litoral, se encontram também
nas margens dos rios Pindaré, Mearim, Turiaçu e Pericumã.
105
E como você bem sabe, nosso município está situado em parte
da bacia hidrográfica do Marim. Por isso, os mangues das margens do
Rio Mearim compõem a nossa flora. Vejamos algumas características dos
manguezais:
Vegetação que varia de pequeno a grande porte, com árvores de
até 30 metros. Clareiras com areia e lama nos manguezais – áreas mais
procuradas para criação de camarão em cativeiro). O mangue abriga o
caranguejo, camarão, e inclusive é habitat natural do peixe-boi, que se
alimenta das folhas.
HORA DE PRATICAR
Com base no que aprendemos sobre a flora da nossa região e suas
1 características, preencha cada lacuna usando as palavras: POROROCA
• AMAZÔNICO • CHUVOSO • PARÁ • MAR • AMAPÁ • RIO • AUMENTO
• MARANHÃO • INVERNO
106
Capítulo 3 – Sustentabilidade e ações de preservação
A sustentabilidade está diretamente ligada às ações do homem sobre
o planeta, através das responsabilidades ecológicas, isto é, nossas práticas
relacionadas à proteção do meio ambiente. Vale lembrar que nosso bem-estar
depende da saúde do nosso planeta, então, para manter o equilíbrio ambiental
precisamos aprender práticas básicas para o dia a dia.
A discussão dessa temática é de grande importância, pois os problemas
ambientais, com o passar dos anos, podem afetar a qualidade de vida da
população, gerando uma possível falta de água e o racionamento de energia.
107
Ou seja, segundo o princípio da sustentabilidade ambiental, a satisfação
de necessidades humanas, por envolver o consumo e exploração da natureza,
não pode comprometer gerações futuras. Isso porque os recursos naturais são
finitos, portanto esgotáveis.
Como ficarão as futuras gerações sem recursos naturais? Para
respeitarmos o princípio da sustentabilidade, precisamos adotar ações
sustentáveis. Dentre essas ações, temos: reciclagem, separação de resíduos,
respeito aos ciclo de reprodução das amimias, reflorestamento, utilização de
energia sustentável, dentre vários outros.
Chegou a hora de conhecermos algumas ações sustentáveis na nossa
Vitória do Mearim!
108
Dessa forma, podemos afirmar que o seu objetivo é promover equilíbrio
entre as necessidades presentes e futuras da pesca, impedindo danos aos
ecossistemas marinhos e promovendo a segurança alimentar das comunidades
que dependem da pesca.
109
3.3 Reflorestamento
O reflorestamento é o processo de replantar árvores em áreas que
sofreram com desmatamento. É uma importante ação de sustentabilidade,
uma vez que visa restaurar e conservar os ecossistemas florestais.
O reflorestamento pode inclusive ser considerado a base do ciclo da
natureza, pois promove a biodiversidade, equilibra o clima e os rios.
110
3.4 Tratamento de esgoto
O saneamento de esgoto reúne conjunto de medidas e ações
destinadas a coletar e tratar adequadamente os esgotos domésticos e
industriais, a fim de proteger a saúde pública e o meio ambiente. É uma
parte essencial da infraestrutura básica de uma comunidade, pois a partir
do tratamento do esgoto é possível evitar a contaminação da água, ajudando
a prevenir doenças e a promover a qualidade de vida das pessoas.
111
No nosso município ainda é muito comum o uso de fossas sépticas.
Que são sistemas individuais de tratamento de esgoto utilizados em
áreas onde não há acesso a sistemas de esgoto centralizados. Embora as
fossas sépticas sejam eficazes na decomposição de resíduos domésticos,
elas também podem causar alguns danos e impactos negativos, como:
contaminação do solo e das águas subterrâneas.
Esta contaminação do solo e das águas subterrâneas ao longo do
tempo podem gerar doenças e problemas tais como ocorrem por poluição
de rios. Por isso, é importante de fato o nosso município migrar para o
uso de 100% do sistema de tratamento de esgotos e resíduos.
112
3.5 Tratamento de resíduos sólidos
Vitória do Mearim é a quarta cidade do Maranhão que deu início a nova
política de resíduos sólidos e acabou com os aterros sanitários abertos. Toda a
população urbana da nossa cidade possui coleta domiciliar e 93% da população
vitoriense é atendida pelo serviço de coleta de resíduos sólidos.
Lembrando que, resíduos sólidos são materiais que se encontram ainda
em estado sólido, que ainda não foram reutilizados, como, por exemplo, caixas
de papelão, latas de alumínio, peças de eletrodomésticos, garrafas de vidro,
etc.
113
Uma prática que devemos adotar é dos cinco “Rs”, que significa,
repensar nas nossas atitudes de consumo, reduzir o lixo e quantidade
de embalagens, recusar produtos que causam danos ao meio ambiente,
reciclar transformando algo usado em algo novo e reutilizar materiais
em desuso. Adotado estas práticas estaremos reduzindo drasticamente a
quantidade de resíduos sólidos.
114
HORA DE PRATICAR
1 Aprendemos que sustentabilidade é um conceito fundamental para o
desenvolvimento da nossa sociedade, uma vez que ela visa equilibrar
o uso dos recursos naturais com as necessidades presentes e futuras.
Considerando este contexto, complete os espaços abaixo com os
conceitos abordados no capítulo 3.
115
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