Direito Penal Parte Geral

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DIREITO PENAL

PARTE GERAL
SUMÁRIO

DIREITO PENAL – PARTE GERAL����������������������������������������������������������������������������� 3


1. LEGALIDADE PENAL������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1. REFLEXOS JURÍDICOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE���������������������������������������������������������������������������������������������3
Direito Penal – Parte Geral 3

DIREITO PENAL – PARTE GERAL


1. LEGALIDADE PENAL
Um dos pilares do Direito Penal, desde os primórdios, consiste no princípio da legalidade.
Isso porque ele se reveste de um pilar sob o qual toda a disciplina irá se irradiar.
Tamanha relevância que o mesmo aparece no art. 1º do Código Penal, e também ostenta
matriz constitucional, conforme art. 5º, XXXIX, CF.
Art. 1º, CP c/c art. 5º, XXXIX, CF.
Não há crime sem lei anterior que o defina e não há pena sem prévia cominação legal.
Em resumo, conseguimos extrair, portanto, que somente a lei é quem pode constituir uma
infração penal e a respectiva pena.
Esta lei deve respeitar o processo material e formal de sua elaboração.
O princípio da legalidade, ponto importante e tema de prova, é a soma do princípio da
reserva legal (somente a lei pode criar crimes e prever penas) + princípio da anterioridade
da lei penal (a lei deve ser anterior ao fato).

1.1. REFLEXOS JURÍDICOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


Deste princípio matriz e balizador do Direito Penal, extraímos algumas regras:
a) a primeira, de que proíbe-se a retroatividade de uma lei penal incriminadora (princípio
da irretroatividade da Lei Penal). Entretanto, excepcionalmente, permite-se a retroatividade da
lei penal que beneficie o agente (art. 5º, XL, CF). Em resumo, a lei penal não retroagirá, salvo em
benefício do réu.
ͫ A esta movimentação de leis no tempo, damos o nome de extratividade.
A extratividade pode ser compreendida como um gênero, do qual são espécies: a retroatividade (lei aplicada
a período anterior à sua vigência – o que só ocorre in bonam partem); e a ultratividade (quando a lei é aplicada
após o seu período de revogação, em homenagem ao tempus regit actum).
b) a segunda regra que se extrai, é a de que proíbe-se, via de regra o uso da analogia, dos
princípios gerais de direito ou costumes para incriminar determinadas condutas.
Permite-se, contudo, a aplicação da analogia in bonam partem. A analogia consiste numa
ferramenta de integração, que permite ao aplicador do direito aplicar uma disposição
expressa no texto da lei a outra disposição semelhante sem a mesma previsão (Ex.:
Aplicação do art. 121, §5º do CP ao crime do art. 302 do CTB). Em suma, onde existir a
mesma razão, que exista o mesmo direito.
ͫ A lei penal, para produzir seus efeitos na prática, precisa ser: anterior ao fato, escrita,
elaborada no seu sentido estrito e certa/determinada.
c) a terceira, consolida a ideia de proibição à criação a tipos penais vagos, abstratos, indeter-
minados, o que consolida o chamado princípio da taxatividade ou determinação, que prega que os
tipos penais devem ser construídos sem abstrações, da maneira mais restrita possível.

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