COL - Fundamentos de Matematica
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Matemática
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Todos os direitos dos autores deste módulo estão reservados. A reprodução, a locação, a
fotocópia e venda deste manual, sem autorização prévia da UCM-CED, são passíveis a
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Fax: 23326406
E-mail: [email protected]
i Índi
Agradecimentos
Agradecimentos
Por ter financiado a revisão deste Módulo Ao Centro de Ensino à Distância da UCM.
Índice
Visão geral 1
Bem-vindo a Fundamentos de Matemática.........................................................................1
Objectivos do curso.............................................................................................................1
Quem deveria estudar este módulo......................................................................................2
Como está estruturado este módulo....................................................................................2
Habilidades de estudo..........................................................................................................3
Precisa de apoio?.................................................................................................................3
Unidade 01 5
Introdução - Teoria de Conjuntos........................................................................................5
Introdução..................................................................................................................5
Unidade 02 38
Elementos de Teoria da Dedução......................................................................................38
Introdução................................................................................................................38
Unidade 03 45
Lógica Proposicional.........................................................................................................46
Introdução................................................................................................................46
Unidade 04 59
Tautologias e contradições................................................................................................59
Introdução................................................................................................................59
Unidade 05 79
Lógica com quantificadores..............................................................................................79
Introdução................................................................................................................79
Exercícios – lógica 85
Unidade 06 94
Relações e Aplicações.......................................................................................................94
Introdução................................................................................................................94
Unidade 07 112
Equações Lineares...........................................................................................................112
Introdução..............................................................................................................112
Unidade 08 134
Funções Lineares.............................................................................................................134
Introdução..............................................................................................................134
Exercícios 146
Unidade 09 147
Equações Quadráticas......................................................................................................147
Introdução..............................................................................................................147
Unidade 10 179
Função Quadrática..........................................................................................................179
Introdução..............................................................................................................179
Unidade 11 193
Equação exponencial.......................................................................................................193
Introdução..............................................................................................................193
Unidade 12 211
Inequações Exponenciais.................................................................................................211
Introdução..............................................................................................................211
Unidade 13 217
Função exponencial.........................................................................................................217
Introdução..............................................................................................................218
13.1. Função exponencial 218
FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA v
Unidade 14 234
Equações Logaritmicas....................................................................................................234
Introdução..............................................................................................................234
Unidade 15 246
Funções Logaritmicas......................................................................................................246
Introdução..............................................................................................................246
Unidade 16 252
Funções explícitas e implícitas........................................................................................252
Introdução..............................................................................................................252
Unidade 17 255
Trigonometria..................................................................................................................255
Introdução..............................................................................................................255
Unidade 12 295
Equações Trigonometricas..............................................................................................295
Introdução..............................................................................................................295
Unidade 18 301
Funções Trigonometricas................................................................................................301
Introdução..............................................................................................................301
Bibliografia.....................................................................................................................310
FUNDAMENTOS DE 1
Visão geral
Bem-vindo a Fundamentos de
Matemática
Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de Fundamentos de Matemática será capaz de:
Páginas
introdutórias Um
índice completo.
Conteúdo do módulo
Outros recursos
Comentários e sugestões
Habilidades de estudo
Para suceder-se bem neste módulo precisará de um pouco mais da sua
dedicação e concentração. A maior dica para alcançar o sucesso é não
ignorar os textos que são apresentados como descrição para obter as
figuras assim como, tentar sempre que resolver uma tarefa apresentar a
descrição de todo o processo. Não ignore as actividades auxiliares pois
as restantes actividades podem depender delas!
Precisa de apoio?
Em caso de dúvidas ou mesmo dificuldades na percepção dos conteúdos
ou resolução das tarefas procure contactar o seu professor/tutor da
cadeira ou ainda a coordenação do curso acessando a plataforma da
UCM-CED Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática.
FUNDAMENTOS DE 5
Unidade 01
Introdução
Um conjunto pode ser escrito em extensão (quando o número dos seus elementos for finito
e suficientemente pequeno) enumerando explicitamente todos os seus elementos colocados
entre chavetas e separados por vírgulas ou em compreensão, enunciando uma propriedade
caracterizadora dos seus elementos (isto é, uma propriedade que só os seus elementos
possuam).
Exemplo 1
Se se adoptar a concepção intuitiva de conjunto então pode dizer-se que alguns conjuntos
são membros de si próprios enquanto outros não o são. Um conjunto de elefantes, por
exemplo, não é um elefante e, portanto, não é um elemento de si próprio; no entanto, o
conjunto de todas as ideias abstractas é, ele próprio, uma ideia abstracta, pelo que pertence
a si próprio. As propriedades “ser membro de si próprio” e “não ser membro de si próprio”
parecem ser propriedades perfeitamente adequadas para definir conjuntos. Mas, como se
verá estas propriedades conduzem à criação de um paradoxo.
Suponha-se que se define o conjunto A como sendo o conjunto de todos os conjuntos que
não são membros de si próprio, isto é,
A = {Χ : Χ∈Χ}.
FUNDAMENTOS DE 7
Para eliminar possibilidades deste tipo supor-se-á, de ora em diante, que os conjuntos
considerados são todos constituídos por elementos de um conjunto U suficientemente
grande, chamado conjunto universal ou universo do discurso.
ℕ = {0, 1, 2, 3…}
Um conjunto diz-se finito se for possível contar os seus elementos, ou seja, se for o
conjunto vazio ou se for possível estabelecer uma correspondência bijectiva entre os seus
elementos e os elementos de um conjunto da forma {1, 2, 3, …, n} para algum n ∈ℕ.
Dir-se-á infinito caso contrário. O conjunto dos números inteiros positivos inferiores a 100
é um conjunto finito enquanto o conjunto de todos os números inteiros positivos é um
conjunto infinito.
Por vezes para definir certos conjuntos infinitos usa-se uma notação parecida com a
definição de um conjunto em extensão: é o caso de
= {0,1, 2, 3, …}
se-á que o conjunto A está contido no conjunto B, o que se conjuntos A e B forem iguais
então ter-se-á A ⊆ B e, simultaneamente B⊆ A; reciprocamente, se A ⊆ B e B ⊆ A se
verificarem simultaneamente então tem-se A = B.
Considere-se a prova de, por exemplo, ∅ ⊆ A qualquer que seja o conjunto A. A única
forma de mostrar que esta inclusão é falsa é verificar que ∅ possui um elemento que não
pertence a A; ora como ∅ não possui elementos então esta relação verifica-se sempre.
Sendo A e B dois conjuntos, denota-se por A∪B a união (ou reunião) de A com B, que é o
conjunto cujos elementos são os elementos de A e os elementos de B. Mais geralmente, se
A1, A2, …, An forem conjuntos então a sua união
𝑛
∪ 𝐴i = 𝐴1 𝖴 𝐴2 𝖴 … 𝖴 𝐴𝑛
i=1
é o conjunto constituído pelos elementos que pertencem pelo menos a um dos conjuntos
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
A1, i =1, 2, …, n.
A𝖴 B
Dados conjuntos Ai , i ∈I , dizemos que eles são disjuntos dois a dois se quaisquer i, j ∈I ,
com i ≠ j , se tem Ai ∩ Aj =
Exemplo:
A \ B = {x : x∈ A e x B}
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
A-B
Diferença Simétrica
1)
A \ (B C) ( A \ C) ( A \ C)
2) A \ (B LeisdeMORGAN
3) A B A \ B {}
4)( A \ B) B A
B 5)( A \ B) B {};
1) A A U
2) A A {}
3)A A
4) A \ B A B
5)U {}
6){} U
Reunião
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
1) A B B A
2) A (B C) ( A B) C
3) A (B C) A B A C
Intersecção
1) A B B A.
2) A (B C) ( A B)
3)( A B) C A C B C
Podem construir-se conjuntos cujos elementos são eles próprios, no todo ou em parte,
Dado um conjunto arbitrário, é possível construir novos conjuntos cujos elementos são
partes do conjunto inicial. Em particular, sendo A um conjunto qualquer, denota-se por P
(A) o conjunto constituído por todos os subconjuntos (próprios ou impróprios) de A, isto é,
P (A) = {Χ : Χ ⊆A}.
Exemplo:
a) A∩ (B∪C)
b) A∪(B∩C)
(A) Universal afirmativa, "Todos os são " , quer dizer que o conjunto dos
que não está incluso em é um conjunto vazio. Nos diagramas, o conjunto vazio
FUNDAMENTOS DE 1
(E) Universal negativa, "Nenhum é ", quer dizer que o conjunto constituído pelos
elementos comuns de e , o produto lógico entre ambos é um conjunto vazio, que se
simboliza por uma coloração rosada:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
(I) Particular positiva, "Algum “ é ", quer dizer que o conjunto formado pelos
elementos comuns a e a não é vazio, seu produto lógico não é um conjunto vazio. Ao
conjunto não vazio se simboliza por uma cruz cor de rosa, como se mostra a baixo:
(O) Particular negativa, "Algum não é ", afirma que o conjunto dos que não
pertencem a não é um conjunto vazio; portanto também se simboliza com uma cruz cor-de-
rosa, como se mostra abaixo:
felinos.
=
animais.
=
leões.
= Os que brincam
Agora vamos expressar as premissas utilizando a inclusão para poder aplicar a lei da
transitividade:
Para terminar a discussão sobre Lógica e Teoria de Conjuntos, veja a seguir um texto de
Bertrand Russel sobre a compressão e a extensão dos conjuntos. Alerta-se que o texto é um
tanto ou quanto difícil, mas interessante:
“Explicar claramente o que se entende por “conjunto”, ou destinguir esta noção de todas as
outras com as quais esteja relacionada, é um dos problemas duplamente mais importantes e
difíceis da Filosofia matemática.
Para além de que “conjunto” é um conceito muito fundamental, são necessários um cuidado
e diligência máximos…
Foi assim que M. Couturat*, no seu admirável trabalho sobre Leibniz, disse rotundamente
que “a Lógica simbólica só pode se construir assándo-se na extensão e se só existissem
estes dois pontos de vista, sua afirmação estaria justificada”.
Está claro que não podemos tentar uma definição de conjuntos por compressão como a de
conjunto dos predicados que se unem aos termos em questão e a nenhum outro, porque tal
conduzir -no ia um círculo vicioso.
Ao que tudo indica, definição de conjunto por extensão é, até certo ponto, inevitável. Por
outra lado, considerar uma extensão pura, o conjunto fica definido por uma enumeração
dos termos, método este que nos não permitiria trabalhar, como na Lógica simbólica,
quando os conjuntos forem infinitos.
Exemplo:
Numa certa cidade são consumida dois produtos, S e P, sendo S um tipo de sabonete e P
um tipo de perfume.
Feita uma pesquisa de mercado sobre o consumo desses produtos, foram levantados os
seguintes dados:
Resolução:
Dados:
FUNDAMENTOS DE 2
#S = 210
#P = 180
# S # P 50
Assim:
Logo:
y x# S # P# nenhum U 130 169 50 40 U 389 U
Exercícios
a) 1∈A;
b) {1}∈A;
c) {1}⊆ A;
d) 3∈A;
e) {3}∈A;
f) {3}⊆A;
g) {{3}}⊆A ;
h) ∈A;
i) ⊆A;
A = {5,10,15,20, …}
B = {7,17,27,37, …}
D = {1,4,9,16,25,36,49, …}
E = {1, 1 , 1 , 1 , 1
,…}
2 4 8 16
A = {−1,1,2}
FUNDAMENTOS DE 2
B = {−1, 2,1}
C = {0,1,2}0
D = {2,1,−1,−2}
E = {x: x2 = 4 ou x2 =1}
A = {x2 − x: x ∈{0,1,2,3}}
C {x ∈IN0 : x2 + 22 =13x}
7. Diga quais dos seguintes conjuntos que se seguem são finitos e quais são infinitos:
a) O conjunto das linhas do plano que são paralelas ao eixo dos xx' .
A = {− n +1: n ∈Z}
B = {2m+ 2: m ∈Z}
C=Z
D = {−2 p + 2: p ∈Z}
E = {5q: q ∈Z}
F = {2r: r ∈Z}
G = {5-S+1 : s ∈Z}
p
S= : p, q IN p, q 10
(A∩B)∪C, A ∪ , A ∩C, A .
FUNDAMENTOS DE 2
a) A∪ A =U
b) A∩ A =
c) A∩B ⊆A
d) A∪B ⊇A
e) A = A
f) A \ B = A∩ B .
A∪B =
A∩B A∩ B
= A A∩B =
(A∪B)∩ B = A
14. O facto de ser A∪B = D implica que seja D \ B = A? Se não, o que pode concluir-se do
facto de ser A∪B = D e D \ B = A?
Determine A, B e B \ A.
b) Se C ⊆A e C ⊆B então C ⊆A∩B.
c) Se A ⊆B e B ⊆C então A ⊆C.
d) Se A B e B ⊆C então A C.
I. A = {1}
II. B = {1,2}
III.C = {1,2,3}
20. Seja:
A B 2,4,6,8e C 3,4,5,6
1,2,3,4
A
B A
Achar:
C
B
B
A (B C)
Achar.
a. A
b. B
c. A C
d. A B
e. B \ C
a) A A c) B \ d) A B
B A
b)
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
a) A B
b) A B C
a) A∩ B
FUNDAMENTOS DE 3
b) A∪B
d) B∩P (A)
25. Determinar o conjunto das partes do conjunto das partes do conjunto {a}.
a) (A∩B)∪(A∩ B ) = A
b) ( A \ B) = A ∪B
28. Sendo P, Q, R três conjuntos, indicar quais das afirmações que se seguem são
verdadeiras.
a) (P \Q) | R = P \ (Q∪R)
b) ( P \Q) | R = (P \ R) \Q
c) (P \Q)| R = (P \ R)\ (Q \ R)
c) Se a diferença simétrica entre dois conjuntos quaisquer A e B for igual ao conjunto A que
poderá dizer a respeito de A e B?
I. A A = A
II. A (A A) = A
31. Numa prova constituída de dois problemas, 300 alunos acertaram somente um dos
problemas, 260 acertaram o segundo, 100 alunos acertaram os dois e 210 erraram o
primeiro. Quantos alunos fizeram a prova?
FUNDAMENTOS DE 3
32. Uma cidade de 10.000habitantes possui dois clubes de futebol: A e B. Numa pesquisa
feita com a população, constatou-se que 1.200 pessoas não apreciam nenhum dos clubes,
1.300 pessoas apreciam os dois clubes e4.500 pessoas apreciam o clube A. Quantas pessoas
apreciam:
a) Apenas o clube A ?
b) Apenas o clube B ?
c) O clube B ?
33. Um grupo de alunos de uma escola deveria visitar o museu de ciências e o museu de
história da cidade. Quarenta e oito alunos foram visitar pelo menos um desses museus. 20%
dos que foram ao de ciência visitaram o de historia e 25% dos que foram ao de historia
visitaram também o de ciência. Calcule o número de alunos que visitaram os dois museus.
35. Uma pequena cidade do interior possuía dois candidatos a prefeito: Ricardinho,
concorrendo pelo PD (partido da direita) e André, concorrendo pelo PE (partido de
esquerda). Foi feita uma pesquisa, uma semana antes da eleição, com 500 eleitores, que
deveriam indicar em uma cédula em quem votariam. Os pesquisadores poderiam votar nos
dois candidatos se assim desejassem, em apenas um deles ou então votar em branco. Não
era permitido anular o voto. Os resultados foram os seguintes: 200 eleitores votaram em
branco· 320 eleitores não votaram no PD· 330 eleitores não votaram no PEO numero de
pesquisadores que votou em ambos os candidatos é:
a) 25
b) 35
c) 50
d) 350
37. Numa escola de 630 alunos, 350 deles estudam Português, 210 estudam Espanhol e 90
estudam as duas matérias (Português e Espanhol). Pergunta – se:
a) Quantos alunos estudam apenas Português.
b) Quantos alunos estudam apenas Espanhol.
c) Quantos alunos estudam Português ou Espanhol.
d) Quantos alunos não estudam nenhuma das matérias.
38. Um grupo de alunos de uma escola deveria visitar o museu de ciências e o museu de
história da cidade. 48 Alunos foram visitar pelo menos um destes museus. 20% dos que
foram ao de ciência visitaram o de história. E 25% dos que foram ao de história visitaram
também o de ciência. Calcule o número de alunos que visitaram os dois museus.
39. Numa escola secundária, no agrupamento quatro da 10ª classe, os alunos estudam
Inglês, Francês, e Alemão.
Constatou-se que numa das turmas todos alunos estudam pelo menos uma destas línguas, 5
estudam as três línguas, 10 estudam Inglês e Alemão, 11 estudam Inglês e Francês e 9
estudam Francês.
Sabendo que 20 alunos estudam Inglês, 16 estudam Alemão e 21 estudam francês,
determine quantos alunos tem a turma.
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Unidade 02
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer os elementos de Teoria
da Dedução.Conjectura e demonstração e Principios de não contradição
e principio do terceiro excluido.
proposicões;
Demonstrar conjecturas;
(3) a pesquisa das relações que são verdadeiras, ou seja, a demonstração de teoremas.
A matemática, como qualquer outra ciência, utiliza a sua linguagem própria constituída por
termos – palavras ou símbolos – e proposições que são combinações de termos de acordo
com determinadas regras. Numa teoria matemática qualquer podem distinguir - se dois
tipos de termos:
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
(1) Termos lógicos, que não são específicos daquela teoria e fazem parte da
linguagem matemática geral, e
Termos lógicos como, por exemplo, “variável”, “relação”, etc. são comuns a todas as
teorias matemáticas. Pelo contrário, “ponto”, “recta” e “ângulo” são termos específicos da
geometria, enquanto que “número”, “<”, “adição” são termos específicos da teoria dos
números, etc.
Chama-se demonstração formal a uma sequência finita p1, p2 ,…, pn de proposições cada
uma das quais ou é um axioma (proposição cuja veracidade se admite à priori) ou resulta
de proposições anteriores por regras de inferência (que são formas muito simples e
frequentes de argumentação válida, tradicionalmente designadas por silogismos). Cada uma
das proposições pj, 1≤ j ≤ n é designada por passo da demonstração. Neste sentido,
teorema será o último passo de uma dada demonstração, isto é, demonstrar um teorema
consiste na realização de uma demonstração cujo último passo é o teorema em questão.
Fora da Lógica raramente se fazem demonstrações formais rigorosas: o que em geral se faz
é estabelecer os passos fundamentais da demonstração suprimindo todos os detalhes
lógicos que, muitas vezes, não ajudam a esclarecer a verdadeira natureza da proposição sob
FUNDAMENTOS DE 4
Exemplo
Na tabela que se segue, para cada número natural n de 2 a 10, calculou-se o número
n é primo? 2n – 1 é primo?
2 Sim 3 Sim
3 Sim 7 Sim
4 Não 15 Não
5 Sim 31 Sim
6 Não 63 Não
Em matemática dá-se o nome de conjectura a este tipo de afirmações cujo valor lógico de
verdade ou falsidade necessita de ser provado. Assim, esta tabela suscita as duas conjecturas
seguintes:
Conjectura I
Conjectura II
Dado um número inteiro n superior a 1, se n não for primo o número 2n −1 também não é
primo.
Destas duas conjecturas a primeira pode refutar-se imediatamente: para tal é suficiente
continuar a desenvolver a tabela para valores de n superiores a 10. Assim, para n =11 vem
Considere-se agora a segunda conjectura: estendendo a tabela a outros números inteiros não
primos superiores a 10 não se encontra nenhum contra-exemplo. Isto, contudo, não nos
permite concluir que a conjectura é verdadeira pois por muito que se prolongue a tabela
nunca será possível experimentar todos os números compostos possíveis: eles são em
número infinito! Poderá haver contra-exemplos que sejam tão grandes que nem com os
FUNDAMENTOS DE 4
Demonstração
Visto que n não é primo então existem inteiros positivos a e b maiores que 1 tais que
xy = (2b-1).(1+2b+22b+…+2(a-1)b)
=2b(1+2b+33b+…+2ab)-(1+2b+22b+…+2(a-1)b)
=(2b+22b+33b+…+2ab)-(1+2b+22b+…+2(a-1)b)
=2ab-1
=2n - 1
Visto que b <n pode concluir-se que x = 2b −1 <2n −1; por outro lado, como b> 1 então
x = 2n −1> 21 −1=1 donde se segue que y < xy = 2n −1. Então 2n −1 pode decompor-se
num produto de dois números inteiros positivos x e y maiores que 1 e menores que 2n −1
o que prova que 2n −1 não é primo.
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Uma vez que se provou que a conjectura II é verdadeira, esta passou a adquirir o estatuto de
teorema, podendo então escrever-se:
Teorema
Dado um número inteiro n superior a 1, se n não for primo então o número 2n −1 também
não é primo
FUNDAMENTOS DE 4
Unidade 03
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Lógica Proposicional
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas da
Lógica Proposicional.Cocnectivos logicos.
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as proposições formando novas
sentenças.
Os principais conectivos lógicos são:
FUNDAMENTOS DE 4
Lógica Proposicional
Proposições ou sentenças são os elementos básicos da lógica que são afirmações precisas
(verdadeiras ou falsas, mas não ambas as coisas). Por exemplo, “2 é maior que 3” é uma
proposição cujo valor lógico é o de “falsidade” enquanto “todos os triângulos têm três
lados e três ângulos” é uma proposição cujo valor lógico é o de “verdade”. Por outro lado “
x <3 ” não é uma proposição (depende do valor que venha a ser atribuído à variável x).
Representar-se-ão por letras (geralmente minúsculas) as proposições genéricas (ou
variáveis proposicionais) e por 1 e 0 os valores lógicos de “verdade” e “falsidade”,
respectivamente.
Exemplo
As afirmações
2. (eπ)2 = e 2π
3. 6 é um número primo.
Por vezes combinam-se várias proposições para obter proposições compostas: neste caso,
em geral, pretende-se obter os valores lógicos das proposições compostas em função dos
valores lógicos conhecidos das proposições mais simples que as compõem.
Exemplo
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
p = 2 é par
q = o céu é rosa
p=9<6
q = 3 é par
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par
p = O número 17 é primo
q = Brasília é a capital do Brasil
Exemplo:
p = 7 é ímpar
~p = 7 não é ímpar
q = 24 é múltiplo de 5
~q = 24 não é múltiplo de 5
O conectivo ou e a disjunção.
O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é outra proposição que tem como
valor lógico V se alguma das proposições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O
símbolo p ∨ q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-verdade:
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Exemplo:
p = 2 é par
q = o céu é rosa
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa
p=9<6
q = 3 é par
p ν q: = 9 < 6 ou 3 é par
p = O número 17 é primo
q = Brasília é a capital do Brasil
p ν q = O número 17 é primo ou Brasília é a capital do Brasil
FUNDAMENTOS DE 5
p = O número 9 é par
q = O dobro de 50 é 100
p ν q: O número 9 é par ou o dobro de 50 é 100
Ou
Uma conectiva lógica que modifica o valor de uma dada proposição “ p ” é a sua negação
“não p ”, denotada geralmente por “~p ”, que é uma proposição falsa quando “ p ” é
verdadeira e verdadeira quando “ p ” é falsa. Isto pode expressar-se à custa da chamada
tabela de verdade da negação:
P ~p
1 0
0 1
Existem várias formas pelas quais se podem combinar duas proposições. Em particular, as
conectivas “e” e “ou”, conjunção e disjunção, denotadas geralmente por “ ∧ ” e “ ∨ ”,
respectivamente, são definidas pelas seguintes tabelas de verdade:
P Q p∧q p∨q
1 1 1 1
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
0 0 0 1
0 1 0 1
1 0 0 0
Equivalência lógica
p Q p⇒q
0 1 1
1 0 0
0 1 1
1 0 1
Exemplo
p = 24 é múltiplo de 3
q = 6 é ímpar
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.
p = 25 é quadrado perfeito
q=8>3
= 25 é quadrado perfeito se, e somente se, 8 > 3
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
p = 27 é par
q = 6 é primo
= 27 é par se, e somente se, 6 é primo
Considere-se, por fim, a conectiva lógica “ p se e só se q ”, por vezes abreviada para “ p sse q ”,
e geralmente denotada por “ p ⇔q ”. A sua tabela de verdade é dada por
Exemplo·
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será:
Veja a representação:
FUNDAMENTOS DE 5
(p → q) ⇔ (~q →
~p) Implicação
lógica.
Definição
Exemplo
1 0 0 1 0
0 1 1 0 0
0 0 0 1 1
Na prática usa-se frequentemente esta relação: para mostrar que uma proposição da forma “
p ⇔ q ” é verdadeira decompõe-se essa proposição nas duas partes “ p ⇒ q ” e “ q ⇒ p ” e
mostra-se separadamente que cada uma delas é verdadeiro.
FUNDAMENTOS DE 5
Unidade 04
Tautologias e contradições
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções de Tautolias e
Contradições.Regras de inferência. A mais usada, conhecida por modus
ponens.Elementos extremais de um conjunto ordenado.
Difinir Tautologia e
de verdade;
Chama-se tautologia a uma proposição que é sempre verdadeiras quaisquer que sejam os
valores atribuídos às variáveis proposicionais que a compõem. Dito de outra forma, chama-
se tautologia a uma proposição cuja tabela de verdade possui apenas 1s na última coluna.
Exemplo
p ¬p p∨(¬p)
1 0 1
0 1 1
primitiva de”.
Chama-se contradição à negação de uma tautologia: trata-se de uma proposição cuja tabela
de verdade apenas possui 0s na última coluna.
Nota
Não deve confundir-se contradição com proposição falsa, assim como não deve confundir-
se tautologia com proposição verdadeira. O facto de uma tautologia ser sempre verdadeira e
FUNDAMENTOS DE 6
uma contradição ser sempre falsa deve-se à sua forma lógica (sintaxe) e não ao significado
que se lhes pode atribuir (semântica).
A tabela de verdade
1 1 1 1 1 0 0 0
1 0 1 1 0 1 1 0
0 1 1 1 1 0 0 0
0 0 0 1 1 1 0 0
Mostra que p⇒(p∨q) é um tautologia, enquanto que (p⇒q) ∧[p∧(¬q)] é uma contradição.
1. p ∨¬p
2. ¬[ p ∧(¬p)]
3. p⇒p
4. a) p ⇔( p ∨p) idempotência
b) p ⇔( p ∧p) idempotência
9. a) ( p ∨0)⇔p identidade
b) ( p ∧0)⇔0 identidade
c) ( p ∨1)⇔1 identidade
d) ( p ∧1)⇔p identidade
Definição
tautologia.
6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Sejam p, q, r três proposições das quais se sabe seguramente que p e q são proposições
verdadeiras. Se for possível provar a implicação
( p ∧q)⇒r
Onde p1, p2 ,…, pn são designadas as premissas (ou hipóteses) e q a conclusão (ou tese).
Ao fazer a leitura desta implicação é costume inserir uma das loções “portanto”, “por
conseguinte”, “logo”, etc., lendo-se, por exemplo, “ p1, p2 ,…, pn portanto q ”. Para sugerir
esta leitura usa-se, frequentemente, a seguinte notação
P1
:
FUNDAMENTOS DE 6
Pn
ou p1,…, pn / q
q
Definição
Para demonstrar a veracidade desta implicação começa-se por supor que p é uma
proposição verdadeira para depois se concluir que então q também é verdadeira.
[Note-se que se p for falsa a implicação é sempre verdadeira quer q seja verdadeira quer
seja falsa.] Observe-se também que desta forma se prova a validade da implicação p⇒ q e
não a veracidade de q . Para provara a veracidade de q seria necessário para além de provar
a veracidade da implicação p⇒q que se afirmasse a veracidade de p : supor que p é
verdadeira não é a mesma coisa que afirmar que p é verdadeira.
6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Exemplo
Suponha-se que a e b são números reais. Provar que se 0 < a < b então a2 < b2 .
Os dados do problema são as afirmações a ∈ IR e b ∈ IR e o objectivo é o de obter uma
conclusão da forma p⇒ q onde p é a afirmação 0 < a < b e q é a afirmação a2 < b2 .
Supor que p é uma proposição verdadeira é equivalente a juntar p aos dados do problema.
Assim, equivalentemente, pode ter-se
hipóteses tese
a ∈ IR, b ∈ IR a2 < b2
A técnica de demonstração, neste caso, obtém-se por comparação das duas desigualdades
a < b e a2 < b2 . Multiplicando a primeira desigualdade por a (que é um número real
positivo!) vem
a2 < ab
Desta forma, obtém-se que a2 <ab <b2 e, portanto, por transitividade, a2 < b2 como se
pretendia mostra.
Mais formalmente, poder-se-ia apresentar este exemplo da seguinte forma:
Teorema
Suponha-se que a e b são dois números reais. Se 0 < a < b então a2 < b2 .
FUNDAMENTOS DE 6
Demonstração
Suponha-se que 0 < a < b . Multiplicando a desigualdade a < b pelo número positivo a
conclui-se que a2 < ab e, de modo semelhante, multiplicando-a por b obtém-se ab < b2 e,
portanto, a2 < b2 como se pretendia mostrar. Consequentemente, se 0 < a < b então a2 < b2 .
Para provar uma implicação da forma p⇒ q , muitas vezes, é mais fácil supor ¬q e provar
então que se verifica ¬p obtendo-se assim ¬q⇒¬p , o que, como se sabe, equivale
logicamente a p⇒ q .
Exemplo
Suponha-se que a, b e c são três números reais e que a > b . Mostrar que se ac ≤ bc então
c≤0.
A demonstração neste caso tem o seguinte esquema:
hipóteses tese
a ∈ IR, b ∈ IR, c ∈ IR ac ≤ bc ⇒ c ≤ 0
hipóteses tese
a ∈ IR, b ∈ IR, c ∈ IR ac > bc
a>b
a<0
A tese resulta agora imediatamente de se multiplicar a desigualdade a > b por c > 0 . Mais
formalmente,
Teorema
Demonstração
A prova será feita pela contra-recíproca. Suponha-se que c > 0 . Então, multiplicando
ambos os membros da desigualdade a > b por c obter-se-á ac > bc .
Consequentemente, ac ≤ bc⇒c ≤ 0 como se pretendia mostrar.
Modus operandi:
Enumeras premissas, de igual modo a cada um dos passos que se vão dando, indicando a
direita - em linguagem natural - a lei lógica que se aplica, até obter a conclusão.
1. ( primeira premissa )
2. ( segunda premissa )
(conclusão)
1 0 1
1 0 1
1 1 1
0 1 0
Do quadro acima vé-se que nenhum caso onde sendo verdadeiras ambas premissas, a
conclusão é falsa. Logo e racocínio é válido. Veja mais casos de racicínios.
1. ( primera premissa )
2. ( segunda premissa )
(conclusão)
1 1 0 1 1 1 1
1 0 1 1 1 0 0
0 1 0 0 1 1 0
0 0 1 1 0 1 0
Na terceira linha (3ª fila horizontal com 0 ou 1) observa-se que, sendo verdadeiras as duas
premissas, a conclusão é falsa, logo o raciocínio é inválido. Esta é uma maneira de
comprovar a validade de muitos raciocínios.
Alguns raciocínios válidos são leis lógicas, tal como foi dito anteriormente, e podem ser
usados para calcular a validade de outros raciocínios.
Lei conjuntiva
Lei simplificativa
,
FUNDAMENTOS DE 7
Por exemplo:
Lei de transposição
Lei de traslação
Dilema constructivo
,
7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Dilema destructivo
Exemplo 1
1.
2.
Solução:
3. ; Substituição do condicional em 1.
4. ; Lei de Morgan em 3.
5. ; Lei simplificativa em 4.
6. ; Substituição do condicional em 5.
Exemplo 2
FUNDAMENTOS DE 7
1.
2.
Solução:
3. ; Lei de Morgan em 1.
4. ; Substituir o condicional em 3.
5. ; Lei de transposição em 2.
Exemplo 3
Passar para linguagem formal e demonstrar pelo método de validade formal o seguinte
raciocínio, formulados pelos irmãos Karamazov de Fedor Dostoievsky:
1.
2.
3.
Solução:
Exemplo 4
1.
2.
Solução:
3. ; Substituição do condicional em 1.
4. Transposição em 2.
5. Lei de transitividade em 3 e 4.
Exemplo 5
Solução:
3. ; Lei de Morgan em 1.
4. ; Substitução do condicional em 3.
5. ; Transposição em 2.
7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Exemplo 6
Solução:
3. ; Substitução do condicional em 1.
4. ; Lei de transposição em 2.
5. ; Lei transitiva em 3 e 4.
Quando nota que não pode chegar a conclusão de um raciocínio com as premissas dadas,
tem que resolver o exercício via redução ao absurdo. Esta forma chama-se forma directa.
NOTA: quando se está a resolver um exercício pelo método de redução ao absurdo, não
tem que necessariamente chegar a conclusão, mas sim chegar apenas a uma contradição
no exercício.
Unidade 05
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções da Logica
com quantificadores;Os quantificadores universais e existencial
Objectivos proposições;
A = {x : p (x)}
e lê-se A é o conjunto cujos elementos satisfazem p (x) ou para os quais p (x) é verdadeira.
A {x : px}0 {x ∪ : p(x)}
B {x : qx}0 {x ∪ : q(x)}
De modo semelhante,
Uma fórmula p (x), contendo uma variável x, pode ser verdadeira para alguns valores de x
pertencentes ao universo do discurso e falsa para outros. Por vezes, pretende-se dizer que
uma dada fórmula p (x) se verifica para todos os elementos de x (do universo). Escreve-se
então
“para todo o x, p (x) ” ou “qualquer que seja x, p (x) ”
∀x ∈ D p (x) ou ∀x [x ∈ D⇒ p (x)]
afirma que p (x) se verifica para todo o x∈ D .
Se, por exemplo, D = {a1, a2,…, an} a fórmula anterior é (logicamente) equivalente à
conjunção p (a1) 𝖠 p (a2 ) 𝖠…𝖠 p (an ).
Exemplo
8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Suponha que p (x) é a fórmula x2 +1> 0. Então, ∀x [ x ∈IR ⇒ p (x)] é uma proposição
verdadeira, enquanto que ∀x [x∈ ℂ ⇒ p (x)] é uma proposição falsa.
Escreve-se
∃x p (x)
Para significar que existe (no universo do discurso) pelo menos um elemento x para o qual
p (x) se verifica, o que pode ler-se da seguinte forma
Se D for um subconjunto de 𝖴 e p (x) for uma fórmula com uma variável cujo domínio é D,
então ∃x p (x) ou ∃x [x∈ D 𝖠 p (x)] é uma fórmula com o quantificador existencial.
Se, por exemplo, D = {a1, a2 ,…, an} a fórmula anterior é (logicamente) equivalente à
disjunção p (a1)∨ p (a2 ) ∨…∨ p (an ) .
∀x [ x ∈ℚ ⇒x2 -2 = 0 ]
∃x [ x ∈ℚ 𝖠 x2 - 2 =
∀x [ x ∈ℚ ⇒x2 -2 = 0 ]
∃x [ x ∈ℚ 𝖠 x2 - 2 = 0
Visto que x ∈ ∅ é sempre falso, então a primeira expressão é uma proposição sempre
verdadeira. Quanto à segunda proposição ela tem a forma de uma conjunção de
proposições, das quais uma é sempre falsa, logo a proposição é sempre falsa.
Uma fórmula matemática pode ter mais do que uma variável. Considere-se, por exemplo, a
afirmação
8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
que significa
“existe um número real y tal que para todo o número real x se tem x + y = 5 ”.
Esta proposição é falsa, pois não existe nenhum número real y , sempre o mesmo, para o
qual todo o número real x satisfaz a equação dada.
Estes exemplos ilustram a não comutatividade de dois quantificadores universal, ∀ , e
existencial, ∃ .
Dois quantificadores da mesma espécie são sempre comutativos enquanto que dois
quantificadores de espécie diferente são geralmente não comutativos, isto é, a sua permuta
conduz a proposições de conteúdo distinto.
Exercícios – lógica
a) [( p⇒ q) 𝖠 p] ⇒ q
b) p ⇔(q⇒ r )
c) [ p 𝖠(¬p)]⇒q
4. O operador lógico conhecido por “ou exclusivo” pode ser representado por ∨ , tal que
p ∨ q é uma proposição verdadeira quando e só quando p e q tiverem valores lógicos
contrários.
c) ¬[ p 𝖠(¬q)]
11. Por vezes usa-se o símbolo ↓ para denotar a proposição composta por duas proposições
p e q que é verdadeira quando e só quando p e q são (simultaneamente) falsas e é falsa em
todos os outros casos. A proposição p ↓ q lê – se “nem p nem q ”.
a) Traduza através de uma proposição lógica a seguinte afirmação “Não vou ao Porto se
não apanhar o comboio ou se chover”.
FUNDAMENTOS DE 8
b) Admitindo que r assume o valor lógico falso diga, justificando, qual o valor lógico da
proposição ( p 𝖠 q)⇒ [(¬q ∨ r )⇒¬p] .
c) Obtenha uma proposição logicamente equivalente à proposição da alínea anterior, mas
que contenha a penas os operadores de negação e disjunção.
3
19. Suponha-se que x é um número real tal que x ≠ 0. Mostrar que se x 5 1 então
x 6 x
2
x≠8.
20. Sejam a, b, c, d números reais tais que 0 < a < b e d > 0 . Provar que se a c > b d então
c>d.
25. Escreva as frases que se seguem usando notação lógica na qual x designa um gato e p(x)
significa “ x gosta de creme”.
a) Todos os gatos gostam de creme.
b) Nenhum gato gosta de creme.
c) Um gato gosta de creme.
d) Alguns gatos não gostam de creme.
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
tal que, t (x) ≡ ' x >1', v ( y, x) ≡ ' y = x +1', p(x, y) ≡ ' x divide y ' e o domínio de
quantificação é o conjunto dos naturais IN1.
30. Considere j (x) e t (x) os predicados “ x ouve o jogo de futebol” e “ x vai à aula de
Mat I”, respectivamente.
31. Sendo IN0 o domínio da quantificação, indique quais das proposições que se seguem
são verdadeiras e quais são falsas.
a) ∀x∃y (2x − y = 0)
b) ∃y∀x (2x − y = 0)
c) ∀x[[x <10⇒∀y [ y < x⇒ y < 9]]
d) ∃y∃z ( y + z =100)
e) ∀x∃y [ y > x 𝖠 ( y + x =100)]
32. Negue a proposição “toda a gente tem um parente de quem não gosta” usando a
simbologia lógica.
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Unidade 06
Relações e Aplicações
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as Relações e
Aplicações. Produto cartesiano de conjuntos;Partições e relações de
equivalêcia;
restrita.
Definição
Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Chama-se produto cartesiano de A por B, e
representa-se por A× B, ao conjunto de todos os pares ordenados (a, b) tais que a ∈ A e
b∈B, ou seja,
A× B = { (a, b) : a∈ A𝖠 b∈ B}.
Exemplo
Sejam dados os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {r, s} . Então
R = {(1, r ), (2, s), (3, r )}
é uma relação de A para B .
Exemplo
Exemplo
Seja dado o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5} = B. Definindo a relação ∡ (menor que) em A:
aRb se e só se a < b
então R = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5), (4, 5)} .
Dada uma relação ∡ do conjunto A para o conjunto B chama-se domínio e
contradomínio de ∡, respectivamente, aos conjuntos assim definidos:
Exemplo
Seja dado o seguinte conjunto A = {a, b, c, d, e, f, g, h} e considerem-se os seguintes
subconjuntos de A:
A1 = {a, b, c, d}, A2 = {a, c, e, f, g, h}
A3 = {a, c, e, g}, A4 = {b, d}, A5 = {f, h}
Então {A1, A2} não é uma partição de A visto que A1∩ A2 ≠ ∅ ; {A1, A5} também não é
uma partição visto que e ∉ A1 e e ∉ Ae . A família PA = {A3 , A4 , A5} é uma partição de A .
Definição
Seja A um conjunto não vazio e ∡ uma relação binária definida em A. A relação R ⊆ A2 dir-
se-á uma relação de equivalência em A se satisfazer as seguintes propriedades:
a) Reflexividade: ∀a [a∈ A⇒ aRa]
b) Simetria: ∀a, b∈ A [aRb⇒bRa]
c) Transitividade: ∀a, b, c∈ A [[aRb 𝖠 bRc]⇒ aRc]
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Teorema
Seja ∡ uma relação de equivalência definida num conjunto A. Então:
(1) Cada elemento de A pertence à sua classe de equivalência, isto é, a ∈[a], qualquer que
seja a ∈ A;
(2) A reunião de todas as classes de equivalência é o conjunto A, isto é, aA [a] = A;
Definição
Seja || uma partição de um conjunto não vazio de A e ∡a relação definida em A por aRb ⇔
a e b pertencem ao mesmo bloco de P . Então ∡ é uma relação de equivalência.
Exemplo
R = {(1,1), (1, 2), (1, 3), (2,1), (2, 2), (2, 3), (3,1), (3, 2), (3, 3), (4, 4)}
Exemplo
≤ = {(0,0 ), (0,1 ), (0,2 ), (0,3 ), (0,4 ),(0,5 ), (1,1 ), (1,2 ), (1,3 ), (1,4 ), (1,5 )
( 2,2), (2,3 ), (2,4 ), (2,5 ), (3,3 ), (3,4 ), (3,5 ), (4,4 ), (4,5 ), (5,5 )}
Definição
dir-se-á uma relação de ordem total. Se ∡ não for uma relação de ordem total também se
designa, por vezes, relação de ordem parcial.
Exemplo
1. Seja a família de conjuntos. A relação em definida por “ A é um subconjunto de B ”
é uma ordem parcial.
2. Seja A um subconjunto qualquer de números reais. A relação ≤ em A é uma relação de
ordem total – é a chamada ordem natural.
3. A relação ∡ definida em IN por “ xRy se e só se x é múltiplo de y ” é uma
relação de ordem parcial em IN .
FUNDAMENTOS DE
1
Definição
Seja ∡uma relação de ordem definida em A ; a relação R* ⊂ A2 definida por ∀a, b∈
A[aR*b⇔[aRb 𝖠 a ≠ b]]
diz-se uma relação de ordem estrita definida em A .
Definição
Chama-se conjunto ordenado a um par ordenado ( A,R) onde A é um conjunto não vazio e
∡uma relação de ordem (parcial ou total) em A .
Note-se que se a ordem ≤ não for total pode acontecer que não exista um elemento a∈ A
comparável com todos os elementos x ∈ A nos termos acima indicados: neste caso A não
possuirá máximo.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
∀x∈ A[a ≤ x⇒ x = a]
ou equivalentemente,
¬∃x∈ A[a ≤ x 𝖠 x ≠ a] .
∀x [x ∈ A⇒b ≤ x]
∀x∈ A[x ≤ b⇒ x = b]
ou equivalentemente,
¬∃x∈ A[x ≤ b⇒ x ≠ b] .
Exemplo
O conjunto A = {x ∈ IR : 0 < x <1} não possui máximo nem mínimo nem possui elementos
maximais nem minimais.
Teorema
Seja A um conjunto ordenado pela relação de ordem (parcial ou total) ≤ . Se a∈ A é
máximo então a é um elemento maximal e é o único elemento maximal de A . Se b∈ A é
mínimo então b é um elemento minimal e é único elemento minimal de A .
Definição
Definição
Seja A um conjunto totalmente ordenado pela relação ≤ . Dir-se-á que ≤ é uma boa ordem
ou que A é bem ordenado por ≤ se todo o subconjunto não vazio de A possuir mínimo.
Funções
Definições
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
f : A→ B
o que significa que elementos distintos de A têm necessariamente imagens por f diferentes
em f ( A) ⊂ B . Se a aplicação f : A→ B for simultaneamente injectiva e sobrejectiva diz-se
que f é uma aplicação bijectiva.
(1) Df = Dg ≡ D;
(2) ∀x [x ∈ D⇒ f (x) = g (x) ]
FUNDAMENTOS DE
1
gof : A→C
Teorema
Teorema
A aplicação f -1
: B → A é chamada aplicação inversa ou recíproca de f : A→ B .
1. Seja A = {1,2,3}. Para cada uma das relações ∡ indicadas a seguir, determine os
elementos de ∡ , o domínio e o contradomínio de ∡ e, finalmente, as propriedades
(de reflexividade, simetria, anti-simetria, transitividade e dicotomia) que possui ∡ :
FUNDAMENTOS DE
1
a) ∡ é a relação < em A .
b) ∡ é a relação ≥ em A .
c) ∡ é a relação ⊂ em P ( A) .
3. Seja ∡ uma relação num conjunto não vazio A . Sendo x ∈ A define-se a classe ∡ de
x , denotada por [x]R , por [x]R = {y ∈ A: y R x}.
Sendo A = {1,2,3,4} e R = {(1,2),(1,3),(2,1),(1,1),(2,3),(4,2)} determinar [1]R , [2]R , [3]R
e [4]R .
8. Diga quais das relações que se seguem são equivalências e, nesses casos, indique o
correspondente conjunto quociente.
a) {(1, 1),(2,2),(3,3),(4,4),(1,3),(3,1)}
b) {(1, 2),(2,2),(3,3),(4,4)}
c) {(1,1),(2,2),(1,2),(2,1),(3,3),(4,4)}
(x1, y2)R(x1 , y2 )⇔ x1 + y1 = x2 + y2
10. Considere a relação R ⊆ Z2 , tal que, ∀a, b∈ Z , aRb se (a − b) é um número inteiro não
negativo par.
a) Verifique que ∡ define uma relação de ordem em Z .
b) ∡ é uma relação de ordem total? Justifique.
f (x) x1sex0
1sex6
12. Mostrar que a função f : IR →IR dada por f (x) = x3 é injectiva e sobrejectiva enquanto
que a função g : IR →IR dada por g (x) = x2 −1 não é injectiva nem sobrejectiva.
13. Sendo IR o conjunto dos números naturais e f : IN →IN a função definida por
f (n) = 2n + 5 , mostre que f é injectiva e determinar a função inversa. Será f sobrejectiva? E
a função inversa será sobrejectiva?
15. Se f (x) = ax + b e g (x) = cx + d e fog = gof , determine uma equação que relacione a
constantes a, b, c, d .
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
II –
FUNDAMENTOS DE
1
Álgebra e
Funções
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Unidade 07
Equações Lineares
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
Equações Lineares.
Linear;
EQUAÇÃO DO 1º GRAU
Equação igualdade
As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser representadas sob a forma ax+b=0,
em que a e b são constantes reais, com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse
FUNDAMENTOS DE
1
tipo de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descritas a seguir.
Exemplo:
Seja a equação:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Seja a equação:
Seja a equação:
Exemplo: - 3x + 12 = 2x - 9
1º membro 2º membro
Cada uma das parcelas que compõem um membro de uma equação é chamada termo da
equação.
4x – 9 = 1 – 2x
FUNDAMENTOS DE
1
Exemplos:
Cada um dos valores que, colocados no lugar da incógnita, transformam a equação em uma
sentença verdadeira é chamado de raiz da equação. Para verificarmos se um dado número é
ou não raiz de uma equação, basta substituirmos a incógnita por esse número e observarmos
se a sentença obtida é ou não verdadeira.
Resolver a equação 5x – 8 = 12 + x
5x – 8 = 12 + x
5x – x = 12 + 8
4.x = 20
Quando se passa de um membro para o outro usa-se a operação inversa, ou seja, o que está
multiplicando passa dividindo e o que está dividindo passa multiplicando. O que está
adicionando passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando. O número 4 no
primeiro membro está multiplicando o x então ele passará dividindo no segundo membro.
FUNDAMENTOS DE
1
Exercícios resolvidos:
1) Resolver a equação:
2( x + 5 ) - 3( 5 – x ) = 5
2) Resolução da equação:
m.m.c ( 3, 2, 6 ) = 6
3, 2, 6 2
3, 1, 3 3
1, 1, 1 2 . 3 = 6
4) Resolver a equação:
m.m.c ( 2, 3, 4 ) = 12
Efetuando as multiplicações:
FUNDAMENTOS DE
1
5) Resolver a equação:
6) Resolver a equação:
m.m.c ( 2, 3, 4, 5, 7 ) = 420
FUNDAMENTOS DE
1
( k – 3 ).3 + ( 2k – 5 ).4 + 4k = 0
3k – 9 + 8k – 20 + 4k = 0
3k + 8k + 4k = 9 + 20
15k = 29
a) ax + bx + c = 2a + 2b + c
ax + bx = 2a + 2b + c – c
x( a + b ) = 2a + 2b
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
se a ≠ -b e b ≠ -a
b) ( a + x )² = ( a + 3 + x )( a – 2 + x )
a² + 2ax + x² = a² – 2a + ax + 3a – 6 + 3x + ax – 2x + x²
2ax + x² – ax – 3x – ax + 2x – x² = - a² + a² – 2a + 3a – 6
x(2a – a – 3 – a + 2) = a – 6
x(-1) = a – 6
Às vezes, uma equação não tem solução para um certo universo de números. Nesse caso,
dizemos que ela é impossível ou que a solução é vazia.
Há casos em que todos os números do universo considerado são raízes da equação. Dizemos
que ela tem infinitas soluções.
Como qualquer número multiplicado por zero é igual a zero, a equação tem infinitas
soluções
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
a) 2x 123 9x (12 x)
x 1 3x 15
b) 3 12 2
6x
c) 3x 8
4
d) 24 (7x 1) 36 x
Unidade 08
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas da geometria projectiva
assim como o problema da geometria projectiva a partir da noção euclidiana.
Função afim (afim, vem do latin, affinis , que significa conectado com) .
Uma função afim (vem da álgebra linear):
1. preserva a colinearidade ( alinhamento) entre pontos, isto é, três pontos que se
encontram em uma linha continuam a ser colineares após a transformação;
2. Preserva relações das distâncias ao longo de uma linha, isto é, para os pontos colineares
distintosp1,p2,p3, | |p2 −p1 | | / | |p3 −p2 | |.
Entendemos que f: R→R, ao preservar a colinearidade entre três pontos do eixo x ou do eixo
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
1. DEFINIÇÃO
Chama-se função do 1.° grau toda função definida de IR IR por f(x) = ax + b com
a, b IR e a 0 .
Exemplos:
Para x = 0 y = 3
Para x = – 2 y = -1
Para x = – 1 y = 1
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Conclusão:
Chama-se zero ou raiz da função do 1.º grau f(x) = ax + b o valor de x para o qual f(x) = 0.
FUNDAMENTOS DE
1
x-2=0 x=2
Entendemos que f: R→R, ao preservar a colinearidade entre três pontos do eixo x ou do eixo
y, quaisquer, e os correspondentes do gráfico e preservar a mesma razão entre três pontos,
quaisquer, no eixo das abcissas ou ordenadas e a mesma razão entre os correspondentes no
gráfico, será definida como função afim.
Vamos ver a propriedade 1.
Veja a função definida por f: R→R tal que f(x) = 2x + 4:
Ao levarmos os três pontos ( -4,0), (-2,0) e (1,0) que estão sobre a reta x, portanto colineares,
aos pontos correspondentes sobre o gráfico y = 2x +4, (-4,-4), (-2,0) e (1,6), continuam
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
x1 , x2 A : x1 x 2 f (x) f (x)
x1 , x2 A : x1 x2 f (x) f (x)
Vamos ver três pontos sobre o eixo x:·A (-2,0), B (0,0) e C (1,0).
Vejamos:
A distância entre A e B são2u e a distância entre B e C é1u.
A razão entre AB e BC é2.
Agora , na parábola a distância entre ( -5, 2) e (0,0) vale 29u.
A distância entre (0,0) e (1,2 ) vale 5u.
A razão entre as distâncias é 29/
5, que não é igual a 2.
FUNDAMENTOS DE
1
Logo a função f(x) = x2 + x não é afim.
Aditividade:
f(x+ x') = f(x) + f(x'); para todo x , x’ pertencentes ao Domínio da função.
Homogeneidade:
f(ax) = af(x); para todo x pertencente ao Domínio da função.
As funções lineares são funções cujo gráfico é uma recta e passam sempre pela origem
do sistema cartesiano.
Vejam:
1 ) f(x) = kx , para todo k pertencente ao Real.
a) f ( a + b) = f(a) + f(b).
k( a + b) = k a + k b.
b) f(a x) = a f(x).
kax = akx
Assim podemos ter f(x) = 2x; f(x) = 1x ; f(x) = 0 x.
2) f(x) = 0x ou f(x) = 0.
Esta função representa o eixo x ( passa pela origem do sistema).
É uma função linear pois tem as propriedades acima satisfeitas.
Função constante
Uma função definida por f: R→R chama-se constante quando existe uma constante b R tal
que f(x) = b para todo x ∈ R. A lei que define uma função constante é:
O gráfico de uma função constante, é uma reta paralela ou coincidente ao eixo Ox q que
cruza o eixo Oy no ponto de ordenada b.
FUNDAMENTOS DE
1
Coeficientes numéricos
Cada coeficiente numérico de uma função caracteriza um elemento do gráfico dessa função.
• Coeficiente a: coeficiente angular de uma reta. A é igual à tangente do ângulo que a reta
faz com o eixo x.
Unidade 08
Funções Lineares
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
Funções Lineares.
Uma função é uma aplicação entre conjuntos numéricos. Para indicar que entre dois
conjuntos A e B há uma função utilizaremos a notação:
f:A B
y=a
+x + b
f (x) = ax + b
entre outras.
Se f for uma função e f(x) = y, diremos que y é a imagem de x pela função e que x é o
original, anti-imagem ou objecto de y pela função.
f:N Z
f(x) = 5x + 2
Uma função real de variável real é uma função em que tanto os elementos do conjunto
de partida ou conjunto dos objectos como os do conjunto de chegada ou conjunto imagem
são números reais, isto é, pertencem ao conjunto R, e representa-se por:
f:R R
f:A R
Dado que o conjunto dos números reais se pode representar sobre uma recta, o método
de coordenadas cartesianas serve para representar funções.
O produto é uma nova função, de forma que a cada valor de x corresponde k vezes o
valor de f.
Exemplo:
f:R R
f(x) = 3x + 2
5f : R R
(5f)(x) = 5 * f(x) =
= 5 * (3x + 2) = 15x + 10
(f + g) (x) = x + 1
FUNDAMENTOS DE
1
f(1) = 2 * 1 + 2 = 4
g(1) = - (1) - 1 = -1 - 1 = -2
(f + g) (1) = (1) + 1 = 2
(f * g) (x) = -x2 + 2x
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Verificamos
que:
f(1) = 1
g(1) = - (1) +
2 = -1 + 2 = 1
f(1) * g(1) =
1*1=1
(f * g) (1) = -
(1)2 + 2 * 1 =
-1 + 2 = 1
Vemos
que, de forma
análoga ao
que ocorre
com a soma
de duas
funções, para
cada objecto
x,
multiplicando
as respectivas
imagens de
f(x) e de g(x)
obtemos
exactamente
o mesmo
valor que
obtemos ao
calcular (f *
g) (x).
Em geral, escrevemos:
A composição de uma função f com outra função g é uma nova função, representada por
g º f, definida por:
(g ° f) (x) = g [f(x)]
Quando temos uma função f, tal que para qualquer x do domínio verificamos que f(x)
0, podemos dizer que existe o inverso da função de f, e representamo-la por 1/f.
Podemos ver um exemplo representado na figura seguinte:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Se f for uma função injectiva, a função inversa de f é uma nova função, que se
representa por , em que os objectos são as imagens dadas por f.
logo vem:
Damos o nome de função par à que é simétrica em relação ao eixo das ordenadas, ou
seja, que verifica:
f(-x) = f(x)
O gráfico de uma função par fica determinado se conhecermos a forma que assume para
os números positivos. Para visualizar este facto vejamos as seguintes figuras:
Damos o nome de função ímpar à função que é simétrica em relação à origem das coordenadas,
ou seja, quando se verifica que:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
f(-x) = - f(x)
O gráfico de uma função ímpar fica determinado se conhecermos a forma que assume
para valores positivos. Vejamos as figuras:
Exemplos:
1. Verifique a paridade das seguintes funções:
a) f (x) x5
b) f (x) x2 1
c) f (x) x2 2x 1
Resolução:
Exercícios
f) Que passa pelos pontos de intersecção entre a recta e o eixo dos xx, e que é paralela
a recta 5x 2 y 8.
2. Construa a recta de inclinação a e que passa pelo ponto P nos seguintes casos:
1
a) a ;
P(1,1) 2
1
b) a 1
3; ,1)
P( 3
4
c) a ; P(4,1)
5
d) a 2; P(2,3)
- Explique o processo de construção desses gráficos?
- É possível obter o gráfico sem determinar a expressão analítica? Como?
3. Um carro movimenta-se segundo a lei s 40t 60, onde s é a sua posição ( em Km) no
instante t ( em horas)
a) faça o gráfico de s em função de t.
b) Determine a posição do carro no instante t 1,5h através da lei dada e, também, através do
gráfico.
c) Este carro movimenta-se com uma velocidade constante? Justifique a sua resposta.
e E determine:
a) O valor do parâmetro b para que f contenha o ponto (2, 1).
b) O valor do parâmetro a para que a função g admita zeros.
c) O valor do parâmetro b para que a função f seja positiva no intervalo 4,.
d) O valor do parâmetro a para que g seja crescente em IR.
Unidade 09
Equações Quadráticas
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
equações Quadraticas. Formula Resolvente;
ax2 + bx + c = 0
onde x é uma variável, e a, b e c são constantes, das quais a ≠ 0 (caso contrário, a equação
torna-se linear). As constantes a, b e c, são chamadas respectivamente de coeficiente
quadrático, coeficiente linear e coeficiente constante ou termo livre. A variável x representa
um valor a ser determinado, e também é chamada de incógnita. O termo "quadrático" vem
de quadratus, que em latim significa quadrado. Equações quadráticas podem ser resolvidas
através da fatoração, do completamento de quadrados, do uso de gráficos, da aplicação do
método de Newton ou do uso de uma fórmula (apresentada abaixo). Um uso frequente das
equações do segundo grau é no cálculo das trajectórias de projécteis em movimento.
A equação quadrática é, antes de tudo, um polinômio e que pertence ao segundo grau, isto
é, tem como termo de maior grau (valor do expoente mais alto) um termo de expoente 2. A
definição "a diferente de zero" é o que caracteriza a equação de segundo grau, visto que, a
incógnita x é directamente multiplicada pelo coeficiente a, levando-nos a crer que se a
fosse igual a zero, anularia-se o x² e assim, a equação passaria a ser linear, de primeiro
grau.
Paralela à evolução dos estudos matemáticos da equação de segundo grau, cresceu também
sua representação gráfica a chamada função quadrática. Nela, foi possível nitidamente,
observar que há sempre um cume, valor máximo que a incógnita pode ter (chamada de
Vértice), assim como a direcção para a qual os valores crescem, etc. O conhecimento já
guardado das funções, quando aplicados na equação quadrática, facilitou demasiadamente
os estudos de matemáticos ao longo da história.
Uma equação do segundo grau cujos coeficientes sejam números reais ou complexos possui
duas soluções, chamadas de raízes da equação. As raízes são dadas pela seguinte fórmula:
A fórmula acima é utilizada para determinar as raízes de uma equação quadrática, isto é, os
valores que x pode assumir. No Brasil, a fórmula é conhecida como Fórmula de Bhaskara,
mas em outros países é conhecida simplesmente como a fórmula geral para resolução da
equação polinomial do segundo grau, sem qualquer referência a Bhaskara, que foi um
matemático e astrônomo indiano do século XII, e autor do livro Lilavat. A descoberta da
fórmula costuma ser atribuída aos babilónios antigos, e sua formalização ao matemático
persa Al-Khwarizmi.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
9.2. Demonstração
Por muitos tempos, muitos estudiosos tentaram achar uma solução para x dentro desta
equação, visto ter sido complicado, já que havia um termo ao quadrado e o mesmo de
primeiro grau, na mesma equação. Assim, a fórmula de Bhaskara utiliza um método
inteligente, unindo pura e simplesmente, uma factoração de um polinómio para conseguir
pôr apenas uma incógnita x no caso e assim, achar um valor definitivo:
Se a 0 então:
Se Se
FUNDAMENTOS DE
1
Portanto,
9.3. Discriminante
Δ = b2 − 4ac.
Uma equação quadrática com coeficientes reais tem duas raízes reais, ou então duas raízes
complexas. O discriminante da equação determina o número e a natureza das raízes. Há
apenas três possibilidades: (Lembrando que todo polinómio de grau n, tem n raízes; Como
uma equação do 2º grau é de grau 2, logo ela possui duas raízes.)
Se Δ = 0 , a equação tem duas raízes reais e iguais, ou popularmente "uma única raiz",
algumas vezes chamada de raiz dupla:
.
Se Δ < 0, a equação não possui qualquer raiz real. Em vez disso, ela possui duas raízes
complexas distintas, que são conjugadas uma da outra:
Assim as raízes são distintas se e somente se o discriminante é não nulo, e são reais se e
somente se o discriminante é não - negativo.
Disto segue que, se o discriminante é positivo, o gráfico toca o eixo x em dois pontos, se
for zero o gráfico toca em apenas um ponto e se for negativo, o gráfico não encosta no eixo
x.
O termo
é um factor do polinómio
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
No caso especial em que a quadrática possui apenas uma raiz (b2 = 4ac, isto é,
discriminante nulo), o polinômio quadrático pode ser factorado como
As fórmulas de Viète fornecem uma relação simples entre as raízes de um polinômio e seus
coeficientes. No caso do polinômio quadrático, elas tomam a seguinte forma
A partir de fórmula de Bhaskara, pode-se deduzir expressões bastante simples para a soma
e para o produto das raízes r1 e r2 da equação:
e
FUNDAMENTOS DE
1
Em alguns casos simples, o uso dessas propriedades permite que se deduza quais são as
raízes, pela simples inspecção visual e tentativa de composição de dois números que
satisfaçam as relações dadas para a soma e para o produto das raízes.
A primeira das duas fórmulas fornece também uma expressão conveniente ao traçar o
gráfico de uma função quadrática. Uma vez que o gráfico é simétrico com relação a uma
recta vertical passando pelo vértice da parábola, quando há duas raízes reais a abscissa do
vértice está localizada na média aritmética das duas raízes, isto é, seu valor é dado pela
expressão:
Assim, o gráfico da função f(x) = ax2 + bx + c será sempre uma parábola com vértice em
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Em termos práticos, as fórmulas de Viète fornecem um método útil para a busca de raízes
de uma quadrática no caso em que uma raiz é bem menor do que a outra. Se |x 1| < |x 2|,
então x 1 + x 2 ≈ x 1, e tem-se a estimativa:
Estas fórmulas são mais fáceis de avaliar do que a fórmula de Bhaskara sob a condição de
que uma raiz é grande e uma pequena, porque a fórmula de resolução de equações
quadráticas avalia a raiz menor como a diferença entre dois números praticamente iguais
(no caso em que b é grande), o que causa erros de arredondamento em avaliações
numéricas. A figura ao lado mostra a diferença entre (i) um cálculo directo usando a
fórmula de Bhaskara (preciso quando as raízes têm valores próximos) e (ii) uma avaliação
baseada na aproximação das fórmulas de Viète dadas acima (precisa quando as raízes estão
bem separadas). Conforme o coeficiente linear b aumenta, inicialmente a fórmula
quadrática é precisa, e a a fórmula aproximada melhora sua precisão, levando a pequenas
diferenças entre os métodos ao aumentar b. No entanto, em algum ponto a fórmula de
Bhaskara começa a perder precisão devido aos erros de arredondamento, enquanto o
método aproximado continua a melhorar. Consequentemente a diferença entre os métodos
começa a aumentar ao paço que a fórmula de Bhaskara fica cada vez pior.
FUNDAMENTOS DE
1
Esta situação aparece com frequência em design de amplificadores, onde raízes são
desejáveis raízes bastante separadas para garantir uma operação estável.
Denotando-se as raízes de uma equação do segundo grau por r1 e r2, sua soma por S = r1 +
c=0
b=0
. Por isso, , ou a
equação não terá raízes reais. No caso de elas serem reais, as raízes serão simétricas.
Exemplo – 1
Resolver em R a equação x² - 4x = 0
x(x – 4) = 0
Quando o produto de dois números reais é igual à zero, então pelo menos um dos factores é
igual a zero.
Portanto: x = 0 ou x–4=0
FUNDAMENTOS DE
1
x=4
Verificação:
Exemplo - 2
Resolver em R a equação:
(2x + 5)² + 3x = 25
4x² + 23x = 0
x(4x + 23) = 0
x=0 ou 4x + 23 = 0
4x = -23
x = -23/4
Exemplo - 3
Resolver em R a equação:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Multiplicando os dois membros da equação por 2x, para eliminar os denominadores vem:
A partir do enunciado o número zero foi excluído da solução dessa equação (x ≠ 0), então:
x = -2/3 é solução única.
FUNDAMENTOS DE
1
Exemplo - 4
Resolver em R a equação:
Exemplo 5
2x² - 18 + 18 = 0 + 18
2x² = 18
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Exemplo - 6
Resolver em R a equação:
2x² + 4 = 0
Exemplo - 7
FUNDAMENTOS DE
1
Resolver em R a equação 2x² = 0
Exercícios:
Resolva as equações em R:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Qualquer equação do 2º grau pode ser resolvida através da fórmula de Bháskara , o método
usado anteriormente serve para facilitar a resolução de equações incompletas em b e em c,
principalmente as incompletas em b que são muito mais fáceis de serem resolvidas daquela
forma, pois o uso da fórmula de Bháskara naquele caso tornaria a solução mais complicada.
FUNDAMENTOS DE
1
Exemplos
ax² + bx + c = a(x-r1)(x-r2)
5x² - 3x – 2
Resolver em R a equação:
a) 2 e 3
(x – 2)(x – 3) = x² - 3x – 2x + 6 = x² - 5x + 6
x² - 5x + 6 = 0
FUNDAMENTOS DE
1
b)-1 e -2
(x + 1)(x + 2) = x² + 2x + x + 2 = x² + 3x + 2
x² + 3x + 2 = 0
Resolver em R a equação:
Condição de existência: x ≠ 0
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Resolver em R a equação:
FUNDAMENTOS DE
1
Exercícios resolvidos:
Resolva em R as equações:
FUNDAMENTOS DE
1
A = x(x + 2)
440 = x² + 2x
x² + 2x – 440 = 0
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
EXERCICIOS:
a) x2+ 6x = 0
b) 2x2 = 0
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
c) 3x2+ 7 = 0
d) 2x2+ 5 = 0
e) 10 x2 = 0
f) 9 x2 - 18 = 0
g) x2 + 9 x + 8 = 0
h) 9 x2 - 24 x + 16 = 0
i) x2 - 2 x + 4 = 0
j) 3 x2 - 15 x + 12 = 0
k) 10 x2 + 72 x - 64 = 0
2. Resolva as equações:
a) x2+ 6 x + 9 = 0
b) 3 x2- x + 3 = 0
c) 2 x2- 2 x - 12 = 0
d) 3 x2- 10 x + 3 = 0
x6
a) 7
x
(x 2) 2x
b)
(x 1) (x 4)
(x 1)
3
c) x 1
x2 x
FUNDAMENTOS DE
1
(x 2) (x 2)
d) 1
(x 1) (x 2)
Unidade 10
Função Quadrática
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas
de Funções quadraticas. Contrução do grafico de uma função;
quadráticas.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Objectivos
No fim desta unidade deves ser capaz de:
Definição
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em
IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:
10.2. Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma
curva chamada parábola.
Exemplo:
FUNDAMENTOS DE
1
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e,
em seguida, ligamos os pontos assim obtidos.
X Y
-3 6
-2 2
-1 0
0 0
1 2
2 6
Observação:
Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:
Se a> 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
Se a <0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;
Temos:
Observação
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o
Da função ax2 bx c 0
Se a 0
Domínio: IR
Contradomínio: c;
Vértice em (0, c)
Se c 0 , a função não tem zeros, sendo f (x) 0, xIR.
c
Se c 0 ,a função anula-se para x a .
Crescente em 0,
Decrescente em ,0
Se a 0
Domínio: IR
Contradomínio: c;
FUNDAMENTOS DE
1
Vértice em (0, c)
Se c 0 , a função não tem zeros, sendo f (x) 0, xIR.
c
Se c 0 ,a função anula-se para x a .
Crescente em ,0
Decrescente em 0,
b b2 4ac
f (x) a(x h)2 k , com h e k
2a 4a
Com efeito:
b c 2
b
b c b
f (x) ax bx c a x x a x x
2 2 2
a a a 2a a 2a
b 2
4ac b2 b b 4ac
2 2
a x 2a 4a2 a x 2a 4a
b
Fazendo b2 4ac
2a h e k , temos:
4a
f (x) a(x h)2 k...(1)
Usando a substituição:
yk y
xhx
simetria a recta
x 0,
x b
Mas
x0
y0
xh0
yk 0
yk
xh
2a
b 4ac
2
k 4a
x b
2a
k (Fazendo b2 4ac)
Ou 4a
Portanto:
Uma equação do tipo
y ax2 bx c, a 0, tem por imagem uma parábola de
b b2 4ac
vértice em( , ) e é simétrica em relação à recta de equação
2a 4a
b
x .
2a
- Sejam b2 4ac
e x1 e x2 são raízes da f : x ax2 bx c, (a 0),
função
2 b c
f (x) a x x ...(1)
a a
Então: a(x x )(x x ) a[x2 (x x )x x x ]...(2)
1 2 1 2 1 2
b c
x x ;x x
1 2 1 2
a a
FUNDAMENTOS DE
1
b c
S ;P
a a
Portanto, é possível relacionar a soma e o produto das raízes com os coeficientes dos
termos dos diferentes graus.
Inversamente, o conhecimento da soma e o produto das raízes de uma equação do 2º grau
permite escrever a equação: x2 Sx P 0
Obs.: Qualquer equação do tipo a(x 2 Sx P) 0, com a 0, também admite as mesmas
raízes.
P ( produto: P c )
a
b
S ( soma: S )
a
e do seguinte modo:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
0 - Não há raízes
FUNDAMENbT2OS4aDE
MATEMÁTICA
187 Obs.: P 0 então 0 , uma vez que b2 4ac a2 a2 (S 2 4P).
a
Se P 0 , vem p 0, e portanto, 0 .
f (x) 2x 2 7 x 4
Determine:
e) As coordenadas do vértice da parábola que representa a função;
f) O contradomínio;
g) Os pontos de intersecção com o eixo dos xx;
h) Os intervalos onde é positiva e o intervalo onde é negativa;
i) Os intervalo de números reais onde f é crescente;
j) O esboço do gráfico.
Resolução:
a) As coordenadas do vértice são: b ,
4
2a
a
b 7
Portanto: 7
2a 2 4
2
72 4 2 (4) 81
4a 42 8
7 81
v ,
4 8
Exercícios:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
(A)
(B)
(C)
FUNDAMENTOS DE
1
(D)
(E)
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
(A) 6,25 m, 5 s
(B) 250 m, 0s
(C) 250 m, 5s
(D) 250 m, 200s
(E) 10.000 m , 5s
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
8) A solução de é
(A) (0, 1)
(B) (-∞, 0)U(1, +∞)
(C) (-1, 1)
(D) (-∞, -1)U(1,+∞)
(E) R
FUNDAMENTOS DE
1
(A) e
(B) e
(C) e
(D) e
(E) e
11) A figura abaixo ilustra uma ponte suspensa por estruturas metálicas em forma de arco
de parábola.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
(A) 17,5m
(B) 15,0m
(C) 12,5m
(D) 10,0m
(E) 7,5m
FUNDAMENTOS DE
1
Unidade 11
Equação exponencial
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas
de Equaçõe Exponenciais. Resolução de Equações Exponenciais.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Objectivos
Por experiência própria sabemos que 8 é igual a 2 elevado a 3, então podemos escrever:
FUNDAMENTOS DE
1
Donde podemos concluir que o valor de x é 3, pois:
Caso você não se lembre, podemos identificar que 8 é igual a 23, o decompondo em
factores primos:
A técnica utilizada para solucionarmos esta equação foi escrever ambos os seus membros
na forma de potências de mesma base, no caso a base 2.
Já que as bases são iguais, no conjunto dos números reais as potências serão iguais se e
somente se os expoentes também o forem. Mas note que isto só é válido se a base for
positiva e diferente de 1. Estudamos sobre o porque desta condição no tópico sobre
funções exponenciais.
Das propriedades da potenciação sabemos que é igual a , que nos leva ao seguinte:
A partir daqui podemos concluir o valor de x da mesma forma que concluímos no exemplo
anterior, pois chegamos nos dois membros a potências de mesma base e como a base é
maior que zero e diferente de um, podemos concluir que:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Vamos agora solucionar o terceiro exemplo, que como veremos, também é bastante
simples:
Novamente chegamos em uma situação onde os dois membros da equação são potências de
mesma base, portanto a resolveremos como nos casos anteriores, já que 7 é maior que 0 e
diferente de 1:
Resolvendo temos:
Neste caso de nada adiantará decompormos o número 82 em factores primos, pois os seus
factores 2 e 41 não nos ajudarão a chegar em uma potência de base 3 como nos termos do
FUNDAMENTOS DE
1
primeiro membro, além disto ainda temos uma operação de adição neste membro, que
ajuda a complicar um pouco mais a resolução da equação da maneira que vimos até aqui.
Note que nesta equação temos dois termos com a incógnita no expoente. Nosso próximo
passo é escrever estes termos na forma de um produto no qual um dos factores seja uma
potência com o expoente x, esta potência deverá ser a mesma em ambos os termos.
Então se invertermos este raciocínio podemos concluir que a potência pode ser escrita
como , pois ao somarmos x com 2 iremos obter o expoente x + 2:
Em vez de trabalharmos com 3x, podemos trabalhar com y. Então a equação será:
Como chegamos a uma equação do primeiro grau, vamos obter o valor de y solucionando-
a:
Como y = 3x temos:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Agora não tem mais segredo, já que a base é positiva e diferente de 1, basta procedermos
como nos casos anteriores:
Note que o primeiro termo pode ser escrito como , ou como nos convém, escrevê-
lo como .
Já que temos uma equação do segundo grau, vamos obter as suas raízes. Para isto
podemos recorrer à fórmula geral de resolução, mas neste caso é mais conveniente
recorrermos às relações de Albert Girard.
Quais são os dois números reais que somados totalizam 6 e que multiplicados produzem 5?
Exemplos:
Esta é a nossa equação exponencial. Temos uma igualdade e veja que sua variável (X) está como
FUNDAMENTOS DE
1
Vejam agora um
O nosso objetivo é sempre o mesmo, igualar as exemplo um
bases. Vamos fatorar ambos os lados. pouquinho mais
Temos agora que utilizar as propriedade de difícil:
potenciação
Pronto, estamos com as bases iguais. Vamos
cortar e resolver a equação do primeiro grau
novamente.
Este exemplo é um pouco mais difícil pois tem um expoento no expoente. Note que teremos qu
Agora podemos cortar as bases. Sobram os expoentes.
x=2-1
x=1
Esta parece ser bem mais difícil, né?? Mas a dificuldade é a mesma, v
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Última agora
Faça agora alguns exercícios que utilizam este mesmo método para resolução. Após isso
veja mais exemplos resolvidos com outros métodos de resolução.
Para resolver esta questão temos que usar uma nova técnica. Esta técnica consiste em trocar
a variável (calma lá, vou explicar direirtinho).
Esta equação pode ser escrita da seguinte forma sem perder seu valor:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
2·(2x)2-6·2x-8=0
Agora que entra a nova técnica. Vamos substituir o valor de "2x" pela variável "y" criada
por nós. Veja como fica:
2x = y
2y2 - 6y - 8 = 0
Atenção: aqui temos um pega-ratão, tem que ficar esperto! Estes valores (4 e -1) não são
as respostas do problema, pois são os valores de "y", a variável que nós criamos.
O problema pede os valores de "x". Para acharmos os valores de "x" devemos calcular a
igualdade 2x=y com os valores de "y" que calculamos:
y = 2x y = 2x
4 = 2x -1 = 2x
(A) 10
(B) 8
(C) 4
(D) 2
(E) 1
Primeiro vamos organizar a equação de modo que fique mais fácil fazer a troca de variável:
Agora está pronta para trocar. Vamos dizer que 4x=y , trocando:
Aí está a equação do segundo grau que devemos calcular, mas antes vamos arrumá-la: tirar
m.m.c. ...
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Aplicando Bhaskara achamos as raízes {2 e 8} , olha o pega ratão!!! Estes são os valores de
"y" , e o problema pede a soma dos valores de "x" , não vá marcar letra "A" . Para achar os
valores de "x" devemos substituir o "y" na equação 4x=y que criamos no início:
4x=y
4x=y
4x=2
4x=8
22x=2
4x=23
2x=1 2x 3
2 =2
2x=3
x=1/2
x=3/2
EXERCICIOS
(A) {0; 1}
(B) {0; 1/2}
(C) {0; 3/2}
(D) {1/2; 1}
(E) {1/2; 3/2}
(A) -2
(B) -1
FUNDAMENTOS DE
2
(C) 0
(D) 1
(E) 2
(A) 2
(B) 3
(C) 9
(D) 12
(E) 27
22x+y = 42x-y
e = 2-1/2
8x/216y-1=15x/4-4y
e = 1/5
22x+1 - 2x+4 - 2x + 8 = 0
4 (R[3])x+1 = 9 (R[2])x+1
FUNDAMENTOS DE
2
(A) [0; 1)
(B) (0; 2)
(C) (1; 2)
(D) (1; 3)
(E) (2; 3)
2) (UNISINOS) Se , então x é:
(A) -1
(B) 2
(C) 4
(D) 6
(E) 8
(A) 1
(B) 2
(C) 3
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
(D) 36
(E) 42
(A) 3
(B) 4
(C) 2401
(D) 350
(E) 1
(A) 40
(B) 50
(C) 75
(D) 98
(E) 100
8) A solução da equação é:
(A) -5
(B) -4
(C) -3
(D) -2
(E) -1
FUNDAMENTOS DE
2
Unidade 12
Inequações Exponenciais
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções de
Inequações Exponenciais. Resolução de Inequações Exponenciais.
É uma inequação porque não é uma equação (hehehe, até parece brincadeira), ou seja, pois
na expressão não há uma IGUALDADE ou um sinal de igual (=).
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
3x x 4x2 3x
2 >4 5 < 25
Note que nestas expressões não aparece o sinal de igualdade (=), e sim outros sinais. São
eles:
Devemos lembrar que, em uma inequação, quando trocarmos o lado direito da desigualdade
pelo lado esquerdo da mesma, o sinal deve também inverter. Ou seja:
O 2o tipo tem uma pequena diferença, mas nada que dê para assustar. Faz de conta que
não sabemos que existe tal diferença e vamos resolver o problema abaixo:
igual a .
FUNDAMENTOS DE
2
OBSERVAÇÃO Isto sempre irá acontecer quando
tivermos como base um número que seja
menor que 1 e maior que 0 (0<base<1). Repare que esta é a mesma restrição para se ter
uma função exponencial DECRESCENTE. Veja o gráfico abaixo de uma função
exponencial decrescente:
Note que se
aumentarmos o valor
de x, iremos diminuir o
valor de y (x2>x1 <=>
ax2<ax1). Isto nos indica
que quando
"cortarmos" as bases de
uma inequação com
0<base<1 devemos
inverter a desigualdade.
Exercícios:
(A) {x R | x > 1}
(B) {x R | x < 1}
(C) {x R | x > 0}
(D) {x R | x < 0}
(E) R
Unidade 13
Função exponencial
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas
de Funções exponenciais. Contrução grafica de uma função
Exponencial.
A função pode ser crescente ou decrescente a depender do valor da base. Se a base a for >
1, a função é crescente; Se a base a for um número real entre 1 e 0, (0<a< 1) a função é
decrescente.
FUNDAMENTOS DE
2
Existem dois tipos de curvas para o gráfico de uma função exponencial: crescente e
decrescente.
Xn
f(x) =
ax y =
ax
A diferença é que antes o expoente era um número. Agora, o expoente será uma função de
x.
Os nome continuam os mesmos: "a" é a base e "x" é o expoente. São exemplos de funções
exponenciais:
FUNDAMENTOS DE
2
Note que a base de uma função exponencial pode ser qualquer número real, mas para os
estudos do vestibular iremos restringir o valor da base somente aos reais positivos. Veja
por quê:
Ok, vamos traçar o gráfico das funções f(x)=2x e f(x)=(1/2)x , para isso vamos dar valore
para "x" e achar seu correspondente em "y":
y=2x f(x)=(1/2)x
X Y X y
-1 2 =1/2
-1
-2 (1/2)-2 =4
0 20=1 -1 (1/2)-1 =2
1 21=2 0 (1/2)0 =1
2 22=4 1 (1/2)1 =1/2
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
- Uma função exponencial será crescente se sua base for maior que 1 (a>1) ;
- Uma função exponencial será decrescente se sua base for menor que 1, mas sempre
positiva (0<a<1).
CURIOSIDADE
Qualquer gráfico de função exponencial do tipo f(x)=ax passa pelo ponto (0,1), pois qualquer número elevado na potência
a0=1
A função exponencial é uma das mais importantes funções da matemática. Descrita como
ex (onde e é a constante matemática neperiana, base do logarítmo neperiano), pode ser
FUNDAMENTOS DE
2
definida de duas maneiras equivalentes: a primeira, como uma série infinita; a segunda,
como limite de uma sequência:
x xlna
a =e
A função exponencial também gera funções trigonométricas (como pode ser visto na
equação de Euler para análises complexas), e as funções hiperbólicas. Então, tem-se que
qualquer função elementar, excepto as polinomiais é criada a partir da função exponencial.
a0 = 1
a1 = a
ax + y = axay
axbx = (ab)x
Estas são válidas para todos os números positivos reais a e b e todos os números reais x.
Expressões envolvendo fracções e raízes podem frequentemente serem simplificadas usando-
se a notação exponencial porque:
Exercícios:
(a) Se a variável x é positiva e assume valores crescentes muito grandes, a função f(x)=2x
admite valores: Muito próximos de zero ou Muito grandes.
f(x) = os
ix. Construir 7x, g(x) = 7-x
gráficos das funções
exponenciais:
x.f(x)
Em= 5relação
, g(x) =ao
(1,01) e h(x) = (3/4)
-x x x
crescimento de funções,
identifique cada função exponencial
apresentada abaixo como crescente ou
decrescente.
(A) (B)
(C) (D)
(E)
PROBLEMAS
M = M0 e-kt
② Juros Compostos
b) à taxa semestral de 8%, mostra que Q1, quantia total acumulada em t anos, é Q1 =
C 1,082t (juro composto).
④ A pressão atmosférica
P (h) = 30 x 10-0,09h
Calcule:
b) com erro inferior a 0,1 milhas , determine a altura de uma montanha sabendo que no
cume a pressão atmosférica é de 505 mm de mercúrio.
P= P0 e kt ,
Suponhamos então uma situação concreta em que o número P de mosquitos é dado pela
expressão:
0,01t
P = P0 e ,
Determine a população inicial P0, sabendo que depois de 30 dias a população é de 400
000 mosquitos.
C = C0 e tn ,
0,0001t
Q(t) = Q0 e ,
⑧ Ruídos
Um som de nível A de decibéis está relacionado com a sua intensidade i pela equação
c) Exprima i em função de A.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Unidade 14
Equações Logaritmicas
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
Equações Logaritmicas. Resolução de equações Logaritmicas.
14.1. LOGARITMOS
INTRODUÇÃO
O conceito de logaritmo foi introduzido pelo matemático escocês John Napier (1550-1617)
e aperfeiçoado pelo inglês Henry Briggs (1561-1630). A descoberta dos logaritmos deveu-
se sobretudo à grande necessidade de simplificar os cálculos excessivamente trabalhosos
para a época, principalmente na área da astronomia, entre outras. Através dos logaritmos,
pode-se transformar as operações de multiplicação em soma, de divisão em subtracção,
entre outras transformações possíveis, facilitando sobremaneira os cálculos. Na verdade, a
idéia de logaritmo é muito simples, e pode-se dizer que o nome logaritmo é uma nova
denominação para expoente, conforme veremos a seguir.
e é definido como sendo aquele expoente ao qual b deve ser elevado para produzir x. Por
exemplo,
Outros exemplos:
152 = 225, logo: log15225 = 2
63 = 216, logo: log6216 = 3
54 = 625, logo: log5625 = 4
70 = 1, logo: log71 = 0
em homenagem ao matemático suíço Leonard Euler, que primeiro sugeriu sua aplicação
aos logaritmos no artigo não - publicado, escrito em 1728. Esta constante, cujo valor está
em seis casas decimais, é
e 2, 718282
1. DEFINIÇÃO·
Sejam a e b números reais positivos diferentes de zero e b 1. Chama-se logaritmo de a na base
b o expoente x tal que bx =
a: logb a = x bx = az
a) a é o logaritmando;
b) b é a base do logaritmo;
c) x é o logaritmo de a na base b.
Exemplos:
FUNDAMENTOS DE
2
Observação 1: Quando a base não vier expressa, fica subentendido que esta vale 10.
Exemplos:
a) log 3 = log 10 3
b) log 20 = log10 20
logb b = 1.
Exemplo:
log8 8 = 1.·
b) O logaritmo de 1 em qualquer base é sempre igual a 0.
logb 1 = 0
Exemplo:
log9 1 = 0·
c) Logaritmo de uma potência·
logb ay = y. logb a
Exemplo:
Log2 34 = 4. log2 3
logb bx = x
Exemplo:
Log3 37 = 7
log a
b b =a
FUNDAMENTOS DE
2
Exemplo:
log 13
7 7 = 13
f) Logaritmo do produto:
Exemplo:
log2 (4 . 3) = log2 4 + log2 3
f) Logaritmo do quociente:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Solução:
Condições de existência:
Logo: S = {2}
Exercícios
PARTE - I
e) log4 (1/a) ;
c) log√2 4 ; d) log0,5 4 ;
e) log√2 4√2 ;
③ Simplifique as expressões:
④ Resolva as equações em x:
e) 32x-1 = 1;
h) eln(x) = x.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
a) 0
b) 1
c) 4
d) 5
e) 6
02. Considere a sentença a2x + 3 > a8, na qual x é uma variável real e a é uma constante real
positiva. Essa sentença é verdadeira se, por exemplo:
a) x=3ea=1
b) x = -3 e a > 1
c) x=3ea<1
d) x = -2 e a < 1
e) x=2ea>1
03. As funções y = ax e y = bx com a > 0 e b > 0 e a b têm gráficos que se interceptam em:
a) nenhum ponto;
b) 2 pontos;
c) 4 pontos;
d) 1 ponto;
e) infinitos pontos.
FUNDAMENTOS DE
2
05. A produção de uma indústria vem diminuindo ano a ano. Num certo ano, ela produziu mil
unidades de seu principal produto. A partir daí, a produção anual passou a seguir a lei y = 1000 .
(0,9)x. O número de unidades produzidas no segundo ano desse período recessivo foi de:
a) 900
b) 1000
c) 180
d) 810
e) 90
0,0209
b) 0,09
c) 0,209
d) 1,09
e) 1,209
a) 9 e -4
b) 9e4
c) -4
d) 9
e) 5 e -4
Unidade 15
Funções Logaritmicas
Introdução
É toda função f:
IR IR que associa a cada x o logaritmo, na base
b, de x:
f(x) = logb x
Exemplos:
a) f(x) = log3 x
b) g(x) = log1/3 x
Observações:
b) O gráfico nunca toca o eixo y e não ocupa pontos dos quadrantes II e III.
c) Quando a > 1, a função logarítmica é crescente (x1 > x2 loga x1 > loga x2).
d) Quando 0 < a <1, a função logarítmica é decrescente (x1 > x2 loga x1 < loga x2).
Exercicios:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
d. f (x) log 1 (x 3)
4
b) f ( x) log (x 2 5x 7)
3
d) f (x) log2
x1
( x 1)
e) f (x) log5 ( x2 9)
x2 2x 5
f) f (x) log10 2
2x x 1
FUNDAMENTOS DE
2
c) Indique os zeros de f.
Unidade 16
Funções explícitas e implícitas.
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções de funções
explicitas e implicitas.
Sabias que:
Como um termo matemático, função foi introduzido por Gottfried Leibniz em 1694, para
designar qualquer das várias variáveis geométricas associadas com uma dada curva; tais
como a inclinação da curva ou um ponto específico da dita curva. Funções relacionadas às
curvas são actualmente chamadas funções diferenciáveis e são ainda o tipo de funções mais
encontrado por não - matemáticos. Para este tipo de funções, pode-se falar em limites e
derivadas; ambos sendo medida da mudança nos valores de saída associados à variação dos
valores de entrada, formando a base do cálculo infinitesimal.
A palavra função foi, posteriormente, usada por Euler em meados do século XVIII para
descrever uma expressão envolvendo vários argumentos. Com o tempo foi-se ampliando a
FUNDAMENTOS DE
2
definição de funções. Os matemáticos foram capazes de estudar "estranhos" objectos
matemáticos tais como funções que não são diferenciáveis em qualquer de seus pontos.
Tais funções, inicialmente tidas como puramente imaginárias e chamadas genericamente de
Unidade 17
Trigonometria
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas da
trigonometria.
Difinir a trigonometria;
Objectivos Definir as razões trigonometricas;
Resolver problemas envolvendo trigonometria.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
17.1. Trigonometria
Trigonometria (do grego trigōnon "triângulo" + metron "medida") é um ramo da
matemática que estuda as relações entre os comprimentos de 2 lados de um triângulo
rectângulo (triângulo onde um dos ângulos mede 90 graus), para diferentes valores de um
dos seus ângulos agudos. A abordagem da trigonometria penetra outros campos da
geometria, como o estudo de esferas usando a trigonometria esférica.
Cos c
a
tag b
c
cot g c
a
Resolução:
b c b c
Sen ; Cos ; tag ; cot gÂ
então: a . sen  = b; a . cos  = c
a a c a
a2 . sen2 Â + a2 . cos2 Â = a2
Portanto: vem
Sen2 Â +cos2 Â =
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Considerando a razão
cos Â
sen .
c
cos  a c a c
cot g ; Isto é
sen b a b b cotg  = cos Â
a senÂ
-
Sen  = cos C
-
Sen C = cos Â
- tg  = cotg C ou tg  =1
tgC
FUNDAMENTOS DE
261 tgC = cotg  = 1 tg  =1
tgC
- ou
Aplicação
Um foguete é lançado a 200m/s, segundo um ângulo de inclinação de 60º (ver figura).
Determinar a altura do foguete após 4s, supondo a trajectória rectilínea e a velocidade
constante.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
ARCOS
símbolo .
FUNDAMENTOS DE
2
As fórmulas acima são verdadeiras para arcos positivos, cujo a soma pertence ao primeiro
quadrante.
Observações:
a) cotg x = co-tangente de x
b) sec x = secante de x
c) cosec x = co-ssecante de x
07) 08)
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
09) 10)
12)
11)
13)
14)
15) 16)
21) 22)
23) 24)
25) 26)
27) 28)
29) 30)
31) 32)
33)
FUNDAMENTOS DE
2
17.8. Aplicação
Simplificar a expressão:
1 – sen x . cos x . tg
Aplicação
Solução:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Podemos observar que 75º = 30º + 45º; logo sen 75º = sen (30º + 45º). A partir da fórmula,
temos:
sen (30º + 45º) = sen 30º. cos 45º + sen 45º . cos 30º =
até o lado terminal do ângulo correspondente ao arco; e o sentido negativo, ou horário, que
se dá no sentido contrário ao anterior.
Seno
Dado um triângulo rectângulo, o seno de um dos seus 2 ângulos agudos é a proporção entre
o comprimento do cateto oposto a este ângulo e o comprimento da hipotenusa, calculada,
como toda proporção, pela divisão de um valor pelo outro, a referência da proporção.
Cosseno
Dado um triângulo rectângulo, o cosseno de um dos seus 2 ângulos agudos é a proporção
entre o comprimento do cateto adjacente a este ângulo e o comprimento da hipotenusa,
calculada, como toda proporção, pela divisão de um valor pelo outro, a referência da
proporção.
Como o cosseno é esta projecção, e o raio do ciclo trigonométrico é igual a 1, segue que,
[ − 1,1].
FUNDAMENTOS DE
2
Tangente
Algumas relações
O círculo unitário
FUNDAMENTOS DE
2
Estas são as mais importantes funções trigonométricas; outras funções podem ser definidas
tomando as razões dos outros lados de um triângulo rectângulo, mas podem ser expressas
em termos de seno e cosseno. São elas a tangente, secante, cotangente, e cossecante.
Até então, as funções trigonométricas têm sido definidas por ângulos entre 0 e 90 graus (0 e
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
π/2 radianos) apenas. Usando um círculo unitário, pode-se estendê-los para todos
argumentos positivos e negativos (veja função trigonométrica).
Relógio de sol
Uma vez que as funções seno e cosseno tenham sido tabuladas (ou computadas por uma
calculadora), pode-se responder virtualmente todas questões sobre triângulos arbitrários,
usando a lei dos senos e a lei dos cossenos. Estas leis podem ser usadas para calcular os
ângulos restantes e lados de qualquer triângulo bem como dois lados e um ângulo ou dois
ângulos e um lado ou três lados conhecidos.
17.10. Aplicações
da trigonometria
Existem diversas aplicações da trigonometria e das funções trigonométricas. Por exemplo,
a técnica da triangulação é usada em astronomia para estimar a distância das estrelas
próximas; em geografia para estimar distâncias entre divisas e em sistemas de navegação
por satélite. As funções seno e cosseno são fundamentais para a teoria das funções
periódicas, as quais descrevem as ondas sonoras e luminosas.
17.11. Identidade
s
Trigonométricas
Algumas equações envolvendo funções trigonométricas são verdade para todos os ângulos
e são conhecidas como "identidades trigonométricas". Muitas expressam relações
geométricas importantes. Por exemplo, as identidades Pitagoreanas são uma expressão do
Teorema de Pitágoras. Aqui há algumas das identidades mais comumente utilizadas, assim
como as fórmulas mais importantes conectando ângulos e lados de um triângulo arbitrário.
Note que significa que pode haver qualquer dos dois sinais, dependendo do valor de A /
2.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
Identidades triangulares
ou equivalentemente:
A lei dos cossenos (também conhecida como fórmula dos cossenos) é uma extensão do
teorema de Pitágoras para triângulos arbitrários:
FUNDAMENTOS DE
2
ou equivalentemente:
Sendo:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
em que:
A tangente inversa:
tan − 1
(A)
ou:
é o ângulo interno.
Exercícios Resolvidos
xii. Para que serve a trigonometria? Por exemplo, a trigonometria serve para resolver o seguinte
problema: O teodolito, é um instrumento capaz de medir ângulos, muito usado por
agrimensores, engenheiros e topógrafos no cálculo de distâncias inacessíveis. Este
instrumento ótico mede ângulos horizontais e verticais com suas duas escalas circulares
graduadas em graus.
Para calcular a altura de um prédio, o topógrafo colocou seu teodolito na praça em frente. Ele
mediu a distância do prédio ao teodolito com uma trena e encontrou 27 m. Mirando o alto do
FUNDAMENTOS DE
2
prédio, ele verificou, na escala do teodolito, que o ângulo formado por essa linha visual com
a horizontal é de 58 graus. Se a luneta do teodolito está a 1,55 m do chão, qual é a altura do
prédio? (Considere os valores aproximados: sen 58o = 0,85 e cos 58o = 0,53)
Daí, vem que: x = 27 × 1,6 = 43,2. Logo a altura do prédio é : 43,2 + 1,55 = 44,75 m..
Uma torre vertical, construída sobre um plano horizontal tem 25 metros de altura. Um cabo de aço,
esticado, liga o topo da torre até o plano, formando com o mesmo, um ângulo de 60°. Qual é o
comprimento do cabo?
Solução: Temos um triângulo rectângulo de hipotenusa x e cateto de medida 25m oposto ao ângulo
de 60°.
xiv. Um barco navega na direcção AB, próximo a um farol P, conforme a figura abaixo.
(Adaptado de
BONGIOVANNI, Vincenzo
et alli. Matemática e Vida.
São Paulo, editora Ática,
1990).
No ponto A, o navegador verifica que a recta AP, da embarcação ao farol, forma um ângulo
de 30 o com a direcção AB. Após a embarcação percorrer 1.000 m, no ponto B, o navegador
verifica que a recta BP, da embarcação ao farol, forma um ângulo de 60 o
com a mesma
FUNDAMENTOS DE
2
direcção AB. Seguindo sempre a direcção AB, a menor distância entre a embarcação e o
farol será equivalente,
(A) 500 (B) 5003 (C) 1.000 (D) 1.0003
em metros, a:
(A) 0,0007 (B) 0,007 (C) 0.07 (D) 0,7 (E) 7,0
Solução: Seja x a medida do segmento PF. Pela lei dos cossenos: x2 = 82 + 32 - 2(8)(3)cos 60o = 64
+ 9 - 48×½ = 73 - 24 = 49. Como a raiz quadrada de 49 é 7 , vem que, x = 7 m = 0,007 km. Logo,
(B) é a alternativa correta.
xvi. Uma indústria que está se instalando às margens de uma rodovia precisa trazer energia
eléctrica para as suas dependências. O local mais próximo onde há rede eléctrica é um ponto
inacessível momentaneamente por meio terrestre; mas visível de onde se instalará a indústria.
A indústria contrata uma firma especializada para elaborar o projecto da linha de transmissão
de energia e essa firma, equipada com instrumentos, que possibilitam a medição de ângulos, e
com uma trena, efectua as medições constantes da figura abaixo, em que A é o ponto onde se
localizará a indústria e C é o ponto de ligação à rede elétrica já existente.
Solução: Sendo y o cateto oposto ao ângulo e x o cateto adjacente ao ângulo, temos que:
sen = y /20 = k + 1/2 e cos = x/20 = k
Então: y = 20k + 10 e x = 20k
Usando o Teorema de Pitágoras , ficamos com: sen2 + cos2 = 1 , ou seja, (k + 1/2)2 + k2 = 1
O que implica em: 8k2 + 4k - 3 = 0
Resolvendo esta equação encontramos:
k = -1/4 - (7)/4 (não serve)
ou
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
k = -1/4 + (7)/4
Logo: x = (-5 + 57) cm e y = (5 + 57) cm
Assim, a Área = xy/2 = 150/2 = 75 cm2.
Calcule:
Como radianos (3,14 radianos aproximadamente) = 180 graus, fazendo uma regra de
três, segue que:
Exercícios:
A 180
B 360
amplitude ?
A 1º quadrante
2º quadrante
B 3º quadrante
D 4º quadrante
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
A
FUNDAMENTOS DE
2
A
B
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
é impossível?
A
B
C
D
A
B
C
D
é equivalente a:
C
D
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
FUNDAMENTOS DE
2
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
FUNDAMENTOS DE
2
Unidade 12
Equações Trigonometricas.
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
equações trigonometricas. Resolução de equações Trigonometricas.
trigonometricas;
Equações Trigonométricas
INTRODUÇÃO
Quando encontramos função trigonométrica da incógnita
ou função trigonométrica de alguma função da incógnita em
pelo menos um dos membros de uma equação, dizemos que esta
equação é trigonométrica.
Exemplos:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
sen x = sen a
cos x = cos ax =a +
EXERCÍCIOS:
EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS:
COSSENO
22) cos2x - 2 cos x = 0
23) - 1/2 + cos2x = 0
24) 2 cos2x - cos x = 0
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
25) 4 cos2x - 2 = 0
26) cos x = -1
27) cos2x = 1
28) 1 - 2cos x = 0
29) 2 cos2x + cos x - 1 = 0
30) 2 cos2x - cos x - 1 = 0
31) cos2x - 4 cos x + 3 = 0
TANGENTE
32) tg2x = 1
33) 3tg x + 33 = 0
38) tg x = -3/3
39) tg x = - 3
40) 4 tg2x -12 =
0
41) tg x = 3/3
42) tg2x + tg x = 0
43) 1 / tg x = - 3
45) tg2x = tg x
FUNDAMENTOS DE
3
Unidade 18
Funções Trigonometricas.
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
função trigonometricas. Representação gráficas de funções
trigonometricas.
y = sen x
y = cos x
y = tg x
y = 1/sen x = cosec x
y = 1/tg x = cotg x
0° 0 rad
360° 2 rad
1. Função y = sen x:
sen (x + 2 ) = sen x
2. Função y = cos x:
cos (x + 2 ) = cos x
e o período da função é T = 2 ;
3. Função y = tg x:
tg (x + ) = tg x
tg (-x) = - tg x
4. Função y = cosec x:
cosec (x + 2 ) = cosec x
5. Função y = sec x:
sec (x + 2 ) = sec x
6. Função y = cotg x:
cotg (x + ) = cotg x
e) A função é ímpar.
Exercícios:
FUNDAMENTOS DE
3
1. Represente os gráficos das seguintes funções:
Bibliografia
MURAKAMI, Gelson Iezzi Carlos. "Fundamentos da Matemática Elementar -
Volume 1". 8ª Edição. São Paulo: Actual, 2004. ISBN 85-357-0455-8
Refatti, Liliane Rose; Bisognin, Eleni.
Christopher M. Linton (2004). From Eudoxus to Einstein: A History of Mathematical
Astronomy . Cambridge University Press.
Weisstein, Eric W. "Trigonometric Addition Formulas". Wolfram
MathWorld.
Christopher Mark Linton (2006) "The Trigonometric... and His Live.
Ávila, Geraldo Severo de Souza. (2005). Análise matemática para
licenciatura. São
Paulo. Edgard Blücher. ISBN 85-212-0371-3.
Barboni, Ayrton; Paulette, Walter. (2007). Fundamentos de Matemática:
Cálculo e Análise. Editora LTC. ISBN 978-85-216-1546-0.
FUNDAMENTOS DE
3