Sociologia Do Turismo

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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA COM HABILITAÇÕES EM


TURISMO

LUIS MASSEMO SUADE

LAURINDO ARNALDO COSTA

LUÍS MUANDO

TÓNICA BAPTISTA

WEQUITO MENDES IMPUHAR

FOLCLORE (HÁBITOS E TRADIÇÕES) RELAÇÃO DA


CULTURA COM O TURISMO

QUELIMANE

2023
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LUIS MASSEMO SUADE

LAURINDO ARNALDO COSTA

LUÍS MUANDO

TÓNICA BAPTISTA

WEQUITO MENDES IMPUHAR

FOLCLORE (HÁBITOS E TRADIÇÕES) RELAÇÃO DA


CULTURA COM O TURISMO

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado


no curso de Ensino de Geografia na faculdade de
Ciências e Tecnologia na disciplina de Sociologia
do Turismo.

Orientador: Doutor: Camacho

QUELIMANE

2023
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Sumário

Introdução..................................................................................................................................4

Objectivos..................................................................................................................................4

Gerais:........................................................................................................................................4

Específico:..................................................................................................................................5

Metodologias..............................................................................................................................5

1.1 Folclore (hábitos e tradições) Relação da Cultura com o Turismo..................................5

1.1.1 Qual é a sua origem?.....................................................................................................5

1.1.2 Conceito.........................................................................................................................5

1.1.3 Características dos folclores..........................................................................................6

1.1. Folclore verbal.............................................................................................................7

1.2 Relação da Cultura com o Turismo..................................................................................8

2. Conclusão......................................................................................................................10

3. Referências bibliográficas.............................................................................................11
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Introdução
Falar do Folclore, mesmo sucintamente, é rastrear a trajectória dos estudos sobre ele.
Folclore é visto como um conjunto de mitos, crenças, histórias populares, lendas, tradições e
costumes que são transmitidos de geração em geração e integram a cultura popular. As
manifestações folclóricas ajudam a ler a história e caracterizam a cultura de um povo. O
Brasil tem um folclore rico e diversificado, que pode se manifestar em música, dança, festas e
de diversas outras formas. Pertencem ao folclore, por exemplo, a religiosidade popular, a
linguagem e a culinária típicas de uma região, a medicina popular e o artesanato. Portanto,
este estudo procura apresentar a cultura folclore (hábitos e tradições) e falar da Relação da
cultura com o Turismo. A cultura e o turismo actualmente estão ganhando destaque, devido a
grande demanda de pessoas que estão viajando e consumindo de alguma forma a cultura do
local, gerando preocupação dos profissionais e das cidades com a preservação dos
patrimónios, da identidade e valorização das comunidades nos destinos.

Objectivos

Gerais:
 Compreender a história de folclore (hábitos e tradições) relação da cultura com o
turismo.

Específicos:
 Definir folclore e explicar a sua origem;
 Apresentar características dos folclores;
 Explicar a Relação existente entre cultura e o Turismo.

Metodologias
Em termos metodológicos do estudo, para sustentar a presente pesquisa recorreu-se ao
levantamento de informações já publicadas através de obras bibliográficas referentes e
relacionadas ao tema em estudo nas diferentes fontes. O estudo bibliográfico ajudará na
obtenção de informações com base nas leituras de diferentes obras bibliográficas e artigos
científicos disponíveis em várias plataformas electrónicas para sustentar o teor do trabalho.
Este tornará um elemento chave sobre o tema visando trazer informações que garantiram o
embasamento teórico do trabalho.
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1.1 Folclore (hábitos e tradições) Relação da Cultura com o Turismo


1.1.1 Qual é a sua origem?

A etimologia da palavra folclore nos leva a dois termos em inglês: Folk e lore, cujos


significados são respectivamente: povo e conhecimento. Traduzindo seria algo como
conhecimento de um povo ou conhecimento popular. Esse saber do povo ou Folclore vem
armazenado nas crenças, usos e costumes, nas lendas, contos, apólogos, provérbios e cantos,
nos divertimentos e comemorações.

Segundo (Dicionário do folclore brasileiro1954) O termo folclore teve origem em


meados do século XIX. Cunhado pelo arqueólogo inglês William John Thoms, que viveu
entre 1803 e 1885, o termo foi usado pela primeira vez pelo cientista no dia 22 de Agosto de
1846 em um artigo publicado “na revista The Athenaeumʼʼ William John Thoms estendeu a
aplicabilidade do termo, fazendo referências aos costumes, lendas, superstições dos tempos
antigos”

1.1.2 Conceito
Todos os povos do mundo possuem sua ciência, sua arte, sua literatura e sua religião.
Assim, os homens, mesmo inconscientemente, possuem uma alma colectiva, na qual,
misturam-se superstições, crendices, formas elementares de arte e ciência. Nesse conjunto de
tradições que constituem a alma popular, tudo recolhido pela tradição oral, é que constitui o
folclore. (ALMEIDA, 1957)

Foi o conjunto das diferentes contribuições culturais de cada grupo, com suas
características, costumes e necessidades de alimentação e trabalho em contacto com o meio
físico-geográfico que fez com que cada região fosse adquirindo sua diversidade.

Conjunto de tradições, conhecimentos, crenças populares, lendas, músicas, danças,


adivinhações, provérbios, superstições, brinquedos, jogos, poesias, artesanatos, contos, enfim
é o estudo da mentalidade popular. Ciência que cuida das tradições, usos e costumes dos
povos. Saber do povo. Nasce e se desenvolve no meio do povo. Caracteriza os costumes de
cada terra. É transmitido de pai para filho, oralmente ou por ensinamentos práticos, chegando
a ser definido como a história não escrita de um povo. (CABRAL, 1978)

Assim, o folclore parte do povo e para ele volta de novo. Em nossas vidas não estão
presentes apenas as informações passadas pelos livros, pelas revistas, pelos filmes, pelas
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escolas. As pessoas do povo também passam informações por meio das histórias que contam
e inventam.

1.1.3 Características dos folclores


As principais características do folclore são:
 É popular,
 Origina-se do saber cultural,
 É uma tradição,
 É transmissível pela oralidade e pela prática,
 Faz parte do conhecimento colectivo,
 É anónimo, pois seus criadores não são conhecidos,
 É manifestação livre e espontânea de um povo.
Diante da nova conceituação, várias características que haviam sido atribuídas ao folclore
desaparecem, ou são relativizadas:

a) O anonimato - isto é, o fato folclórico não teria autor conhecido. Esta característica
colocada em termos absolutos tem sido progressivamente relativizada. Deixava de
fora o artesanato e a poesia dos repentistas, cujos autores são identificados no ato da
sua criação.
b) Aceitação colectiva - isto é, que seja do gosto, do agrado colectivo, de prática
generalizada. Esta característica tem sido usada na reinterpretação do anonimato. sem
ela nada se torna folclórico. Essa aceitação faz com que o autor fique anónimo, e a
obra passa a ser património de todos.
c) Transmissão oral - o aprendizado no folclore ocorreria, exclusivamente, por esta
forma de transmissão. Tomada em termos absolutos, esta característica também
exclui o artesanato e as técnicas populares. Exclui ainda a literatura de cordel e outras
manifestações escritas.
d) Antiguidade- ser antiga foi condição do fato folclórico, para folcloristas mais
tradicionalistas.
e) Tradicionalidade e dinamicidade - é talvez a característica básica dos fatos
folclóricos, é a linha divisória que se coloca entre o popular urbano, como as canções
populares que tocam no rádio, e o folclórico.
f) Espontaneidade - os fatos e manifestações folclóricos nascem da comunidade, não
são institucionalizados, não surgem de decretos e portarias; não se aprende nas
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escolas através de um exercício sistemático, mas com a convivência, de forma quase


inconsciente e progressiva.
g) Funcionalidade - os fatos folclóricos integram sistemas culturais, exercendo funções
e, portanto, não se constituindo em traços isolados. O fato folclórico deve ser
entendido na configuração do social, do económico, do político etc.
h) Regionalidade- a manifestação folclórica é localizada, é própria de uma
comunidade, de uma localidade, de uma vila, de um povoado. Às vezes, o mesmo
tipo de manifestação pode ser encontrado em localidades diferentes e distanciadas,
mas a documentação e análise do fato vai mostrar que se trata de uma variante, isto é,
manifestações que tiveram origens comuns, mas que foram sendo recriadas e/ou
reinterpretadas em cada lugar e se diferenciaram.

1.1. Folclore verbal

Actualmente, mais do que nunca, a língua tornou-se um elemento vivo, dinâmico,


sujeita, portanto, às influências internas e externas que ocorrem em seu processo evolutivo. A
fala, comunicação oral, sempre aparece antes da língua, comunicação escrita e normativa. Por
isso, recebe, directamente, a marca do seu usuário. Nesse sentido, explica-se o fato de muitos
desses falantes criarem um código próprio para sua comunicação.

Nos anos 60, até os dias de hoje, assistimos a uma renovação em defesa de uma
comunicação mais livre. Sem fala dos códigos não verbais, como senhas e gestos de profundo
valor semiótico, contamos com um vocabulário próprio, constituído de interessantíssimas
palavras. Estas pertencem a determinado grupo e como tal funciona comunicativamente entre
os indivíduos que ao grupo pertencem. (CASCUDO, 1955)

Reconhecemos na explosão dos visuais colocados nos pára-brisas e pára-choques dos


carros, o nosso folclore urbano. Essencialmente, estamos diante de linguagem, se
compararmos com aquelas dos pára-choques de caminhões. A única diferença se dá por uma
questão de espaço: no pára-choques ou no pára-brisa a mesma filosofia, o mesmo desejo de
explicar as coisas e o mundo.

Temas como: 20 ver, 100 destinos; 80 ção; 100 dinheiro; estou rezando 1/3 para
achar 1\2 de levar você a 1\4; e mais recentemente. São exemplos válidos, se entendermos
que os limites do regional, em seu nível mais profundo, tangencia o pensar de outros seres
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excluídos do contexto cultural civilizado. Ou, que nesses indivíduos predomina a função
imaginativa que reveste ou afasta o real, gerando a interpretação folclórica.

1.2 Relação da Cultura com o Turismo

Actualmente, segundo as recomendações da Organização Mundial de Turismo (OMT)


o turismo é definido como "as actividades que as pessoas realizam suas viagens e
permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano
consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros."

Para (Cascudo 1973 p.22) cultura é o “conjunto de técnicas de produção, doutrinas e


actos, transmissível pela convivência e ensino, de geração em geração”. A cultura identifica o
indivíduo como membro de uma sociedade, juntamente com sua identidade, hábitos,
costumes e outros aspectos.

De acordo com Peter Burke, até o século XVIII, o termo cultura se referia à arte,
literatura e música (...), porém hoje seguindo o exemplo dos antropólogos, os historiadores e
outros usam o termo "cultura" muito mais amplamente, para referir-se a quase tudo que pode
ser aprendido em uma dada sociedade, como comer, beber, andar, falar, silenciar e assim por
diante (BURKE, 1989:25).

A relação entre cultura e turismo é dada quando o turismo se apropria da cultura no


geral. A cultura também se apropria do turismo pelas expressões culturais que desenvolve o
turismo numa região. Dessa forma, surge o turismo cultural que é a conexão com o
patrimônio cultural e se caracteriza pela motivação do turista em conhecer regiões onde o seu
alicerce está baseado na história de um determinado povo, nas suas tradições e nas suas
manifestações culturais, históricas e religiosas (MOLETTA, 2001, 9-10).

Essa relação também é intrínseca. Desde os primeiros registos de deslocamentos


tendo a cultura como motivação principal, em meados do século XVIII, nas viagens
denominadas “grand tours” até a actualidade, as preferências e gostos dos turistas são
alterados. Foram colocadas novas formas de ocupação do tempo livre e de relacionamento
com a cultura dos visitados, levando à caracterização do segmento denominado turismo
cultural. (EMBRATUR, 2005).

A cultura como atractivo turístico é uma actividade económica fundamental que


envolve aspectos económicos, sociais, culturais e ambientais. É um dos fenómenos mais
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importantes dos últimos tempos, pois propicia o contacto entre diferentes culturas, a
experiência de diferentes situações, e passa por diferentes ambientes, e a observação de
diferentes paisagens. Isto possibilita a globalização da cultura. (SANTOS & ANTONINI,
2003, 101).

Por isso, deve-se ter a consciência de que o Turismo Cultural é uma oportunidade
para o desenvolvimento do turismo por motivações culturais, e que desta forma, pode trazer
benefícios para o destino, fortalecendo a própria cultura do local e valorizando-a ainda mais.

2. Conclusão
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Ficou claro pelos estudos feitos que, o folclore naturalmente é espontâneo são da vontade
livre do povo de se manifestar através de todos os canais de sua criatividade. Hoje, por toda
parte temos ainda vivas histórias e lendas pertencentes ao património oral dos povos.

Actualmente, o turismo vem se consolidando como uma das principais fontes


económicas de vários países sendo um gerador de renda e de empregos, que promove a
cultura, a natureza de vários locais. E assim, visando orientar melhor o planejamento e os
resultados advindos, foram definidos alguns segmentos para a actividade turística, e um deles
é o Turismo Cultural que tem o propósito de atrair visitantes com motivação de conhecer a
cultura de determinado lugar, seu património material e imaterial e ter experiência de
vivenciar costumes e hábitos, advindos pela história do lugar.  

3. Referências bibliográficas

ALMEIDA, Renato. Folclore. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1976.


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AVIGHI, C. Turismo, globalização e cultura, In: LAGE, B; MILONE, P. Turismo: teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2000.

ALMEIDA, Renato. 1957. A inteligência do Folclore. Rio de Janeiro: Livros de Portugal.

BARRETO, Luís António. 1994. Um novo entendimento do Folclore e outras abordagens.


Aracaju: Sociedade Editorial de Sergipe.

BENI, Mario Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 12. ed. São Paulo: Senac, (2007).

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. 1982. O que é o folclore. São Paulo: Brasiliense (Coleção
Primeiros Passos).

CARNEIRO, Edison. 1950. Dinâmica do Folclore. Rio de Janeiro: s. Ed., Carvalho-Neto,


Paulo de. 1977. Dicionário de Teoria Folklórica. Guatemala: Universidade San Carlos

CASCUDO, L.C. Civilização e Cultura. Rio de Janeiro: José Olympio, (1973).

CABRAL, Alfredo do Vale. Achegas ao estudo do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, MEC-
DAC-FUNARTE, (1978).

CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia do folclore brasileiro. 2ª ed. São Paulo, Livraria
Martins, (1954).

Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura / Instituto


Nacional do Livro, (1954)

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