Resumo Do Resumo - NR 18

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NR 18:

1) CANTEIRO DE OBRAS

EPI é o termo utilizado para designar os dispositivos de uso pessoal empregados na


proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Óculos de
segurança, capacete, luvas e protetor auricular são exemplos de EPIs comumente
utilizados no setor da construção.

São exemplos de atividades que tragam riscos de segurança ou de saúde ao trabalhador:

• Atividades que geram ruído devem ser executadas com protetores auriculares
adequados;
• Tarefas que gerem poeira devem ser executadas com o uso de máscaras apropriadas
(protetor respiratório);
• O processo de soldagem requer o uso de luvas e máscaras de solda.

Deve a empresa oferecer gratuitamente aos trabalhadores os EPIs adequados aos


riscos envolvidos nas atividades a serem realizadas nas seguintes situações:

• Quando as medidas de ordem geral não forem suficientes para oferecer proteção
completa contra risco de acidentes do trabalho ou doenças profissionais do trabalho;
• Enquanto as medidas de proteção coletivas ainda estiverem sendo implementadas.

Uma situação que requer atenção especial é o trabalho em altura, ou seja, aquelas
atividades realizadas acima de 2,00 m do nível inferior em que haja risco de queda. Os
trabalhos em altura possuem diretrizes de segurança específicas apresentadas na NR-35,
havendo também diretrizes específicas na NR-18 sobre o setor da construção civil.

Um conceito que recebe destaque na NR-18 e na NR-35 é o Sistema de Proteção


Individual Contra Quedas (SPIQ), o qual consiste em um conjunto de elementos
utilizados para proteção individual do trabalhador com o intuito de eliminar o risco de
queda ou minimizar as consequências da queda caso ela ocorra. Importante saber que o
SPIQ não é formado apenas por um EPI, sendo composto por um conjunto de
equipamentos (daí o nome “sistema”):

• Sistema de ancoragem: Conjunto de vários pontos de ancoragem em que um


elemento de ligação ou EPI é conectado;
• Elemento de ligação ou União: Este item do SPIQ conecta o cinturão de segurança ao
sistema de ancoragem e pode apresentar um elemento absorvedor de energia;
• EPI: Equipamento de proteção individual propriamente dito, que no caso de sistema
de retenção de quedas ou sistema de acesso por cordas deve ser o cinturão de
segurança do tipo paraquedista.

O cinturão de segurança tipo paraquedista é um cinturão de segurança composto por


várias tiras que envolvem a região inferior do peitoral, acima dos ombros e contorna as
coxas do usuário. Esse EPI deve ser empregado em atividades executadas a mais de 2
m de altura do piso, caso haja risco de queda do trabalhador;

• Ilhós é um anel metálico que contorna o furo do cinto por onde passará o pino do cinto
no momento da regulagem da circunferência do cinto que envolve o trabalhador;
• Mosquetão é um gancho de travamento do cinto;
• Sistema de ancoragem: sistema que conecta o equipamento de proteção individual e
resistindo no caso de queda do trabalhador, ou restringindo o movimento do
trabalhador.
• Talabarte: é o elemento de ligação entre o Cinto de Segurança do trabalhador e o
ponto de ancoragem em que ele ficará conectado para realizar suas tarefas, tendo como
função sustentar, posicionar e/ou limitar a movimentação do trabalhador.

2) CAPACITAÇÃO

Para garantir que as diretrizes de segurança no ambiente do canteiro de obras sejam


seguidas pelos trabalhadores, não basta simplesmente estabelecer os procedimentos de
realização das atividades, sendo também necessário realizar a capacitação dos
trabalhadores a respeito das práticas ligadas a saúde e segurança do trabalho.
Por isso, todos os empregados devem receber treinamento sobre segurança do trabalho
no canteiro de obras. Um aspecto importante é que o tempo despendido em
treinamentos definidos por normas regulamentadoras de segurança do trabalho (NRs)
deve ser considerado como de trabalho efetivo.

De acordo com a NR-01, a capacitação deve incluir o treinamento inicial, periódico e


eventual:

• Treinamento inicial: deve ocorrer antes de o trabalhador iniciar as atividades;


• Treinamento periódico: deve ser realizado com base na periodicidade definida por
norma ou, na ausência desta definição, com base em prazo determinado pelo
empregador;
• Treinamento eventual: deve ser ministrado quando:
o Ocorrer alteração em procedimentos, condições ou operações de trabalho, que
resultem em mudança nos riscos ocupacionais;
o Houver um acidente grave ou fatal indicativo da necessidade de realização de
treinamento;
o Um trabalhador retornar ao trabalho após estar afastado por um período superior a
180 dias.

Dessa forma, a NR-18 deixa claro que os treinamentos eventuais devem ser realizados
sempre que surgirem alterações ou novos processos no canteiro de obras. De fato, à
medida que a construção evolui, alteram-se as operações e atividades na obra e,
consequentemente, mudam-se os procedimentos de prevenção de acidentes e muitas
vezes mudam os próprios operários da construtora.

É necessário que o treinamento inicial tenha carga horária mínima de 4 horas sobre
conteúdo básico de segurança do trabalho. O treinamento básico de segurança do
trabalho deve ser ministrado na modalidade presencial e precisa abordar os seguintes
temas:

• Informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho;


• Riscos inerentes à função do trabalhador;
• O PGR (Plano de Gerenciamento de Riscos) do canteiro de obras;
• Uso adequado dos equipamentos de proteção individual - EPI;
• Informações sobre os equipamentos de proteção coletiva – EPC utilizados no
canteiro de obra.
o Os equipamentos de proteção coletiva são aqueles que protegem mais de uma pessoa
ao mesmo tempo, sendo exemplos as placas de sinalização, ventilação, corrimão,
iluminação, piso antiderrapante, chuveiro e lava olhos de emergência, etc.

No caso de operação de guindaste e grua, o trabalhador precisa fazer treinamento


teórico e prático, além de um estágio supervisionado de no mínimo 90 dias. O
requisito de estágio pode ser dispensado caso o trabalhador apresente comprovação de
experiência nesta função de no mínimo 6 meses.

3) PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

O PGR consiste em um conjunto de documentos que agrupa as informações sobre


riscos ocupacionais e doenças de trabalho, bem como as medidas preventivas
adotadas no canteiro de obras para preservar a saúde e segurança do trabalhador. Para
tanto, o PGR deve considerar as frentes de trabalho e deve ser atualizado de acordo com
a etapa do canteiro de obras1, pois o processo de construção é dinâmico, havendo
alterações nos riscos a que o trabalhador está exposto em função das atividades que
estão sendo executadas e que mudam à medida que a obra avança.

Importante saber que o PCMAT era obrigatório apenas para canteiros de obras com 20
ou mais trabalhadores. Já o PGR é obrigatório para todos os canteiros de obras,
independentemente do número de trabalhadores.

1 A NR-18 diz: “O PGR deve estar atualizado de acordo com a etapa em que se
encontra o canteiro de obras.” Por “etapa em que se encontra o canteiro de obras”,
entende-se o avanço da obra.

A implementação do PGR é de responsabilidade da organização, a qual é


considerada pela NR-18 como pessoa ou grupo com determinadas funções,
responsabilidades, autoridades e relações voltadas ao alcance dos objetivos. Sendo
assim, o termo organização inclui, por exemplo: o empregador, empresa, empreendedor,
instituição, etc.

Caso a empresa não providencie o PGR, ela pode sofrer penalidades como o pagamento
de multas ou o embargo da obra.

Com relação à elaboração do PGR, deve ser realizada apenas por profissional
legalmente habilitado na área de segurança do trabalho, o que corresponde a um
trabalhador que seja não somente qualificado em segurança do trabalho, como também
que tenha registro no conselho de classe. Para ser considerado qualificado, o trabalhador
deve comprovar a conclusão de curso na área de segurança do trabalho reconhecido
pelo sistema oficial de ensino. Isso significa que um profissional com graduação apenas
em engenharia civil não pode elaborar o PGR. Assim, o engenheiro civil precisa fazer
um curso de pós-graduação na área de segurança do trabalho.

Contudo, a NR 18 flexibiliza a exigência de PGR para obras menores. É o caso dos


canteiros com até 7 m de altura e com até 10 trabalhadores, em que o PGR pode ser
elaborado por profissional qualificado em segurança do trabalho. Portanto, neste caso
é dispensada a necessidade de registro do profissional em Conselho de Classe.

Contrariamente à sua elaboração, a implantação do PGR não precisa ser realizada por
profissional da área de segurança do trabalho. Sendo assim, o engenheiro civil sem
pós-graduação na área não pode elaborar o PGR, mas pode executá-lo na obra com base
nos documentos que o compõem. O PGR é formado por um conjunto de documentos,
dentre os quais deve obrigatoriamente constar:

• Inventário de riscos;
• Plano de ação;
• O projeto das áreas de vivência e das frentes de trabalho;
• O projeto elétrico das instalações temporárias;
• O projeto dos sistemas de proteções coletivas;
• A relação de EPIs e sua especificação técnica;
• O projeto de sistemas de proteção individual contra quedas (SPIQ) quando necessário,
ou seja, quando há atividades em altura.
Além disso, a documentação do PGR deve contemplar também o conteúdo que
antigamente fazia parte do Programa de Prevenção e Riscos Ambientais – PPRA. De
acordo com a atual NR-09, o PGR deve apresentar a avaliação e controle das
exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, o que antes era
descrito no PPRA.

Sendo assim, o PPRA deixou de existir, mas o seu conteúdo foi incorporado ao PGR.
De fato, no PGR deve constar o levantamento dos riscos à saúde e à segurança do
trabalhador relativos às atividades realizadas no canteiro de obras, bem como a
apresentação das medidas de controle e prevenção destes riscos. O inventário de
riscos do PGR deve conter as informações levantadas pela avaliação de exposições
ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. Já no plano ação do PGR devem
ser descritas as medidas de prevenção e controle das exposições ocupacionais.

Os documentos que compõem o PGR devem estar à disposição aos trabalhadores ou de


seus representantes, bem como à disposição da Inspeção do trabalho.

Um outro aspecto importante é que as construtoras que estejam regularmente


registradas no CONFEA/CREA podem adotar, sob a responsabilidade de um
profissional de segurança do trabalho legalmente habilitado, soluções alternativas às
medidas de proteção coletiva definidas na NR-18, bem como a adoção de técnicas de
trabalho, equipamentos, dispositivos e tecnologias que permitam a realização dos
trabalhos de forma segura e saudável.

Os documentos relacionados ao uso de soluções alternativas fazem parte do PGR e


precisam ficar disponíveis no local de trabalho. Além disso, memórias de cálculo,
procedimentos de trabalho e especificações técnicas relativas às soluções alternativas
devem também estar disponíveis nos locais de trabalho.

4) ÁREAS DE VIVÊNCIA DE CANTEIRO DE OBRAS

As áreas de vivência correspondem às estruturas de apoio do canteiro de obras


necessárias à realização das necessidades humanas básicas dos trabalhadores, tais como:
alimentação, higiene, descanso e lazer. A NR-18 é a norma regulamentadora que
apresenta as diretrizes para as áreas de vivência no canteiro de obras. Os itens
obrigatórios das áreas de vivência em qualquer canteiro de obras são:

• Instalações sanitárias;
• Local de refeições;
• Vestiário;
• Alojamentos, se houver trabalhador alojado.

Caso existam alojamentos estes devem possuir as seguintes instalações: local para
refeições, lavanderias, áreas de lazer e, caso haja preparo de refeições, devem ser
previstas também cozinhas. Para a área de lazer é admitida a utilização do local de
realização das refeições como área de recreação para os trabalhadores.

Na versão antiga da NR-18 os ambulatórios eram obrigatórios para canteiros de obras


com 50 ou mais trabalhadores. Entretanto, na versão da NR-18 vigente a partir de
10/02/2021, este item foi retirado da norma e os ambulatórios deixaram de ser
obrigatórios.

Nas frentes de trabalho devem existir: instalações sanitárias e local para refeições, que
podem ser fornecidos por meio de convênio com estabelecimentos próximos ao local de
trabalho, desde que esteja assegurado conforto, higiene e segurança e que, caso
necessário, seja garantido o transporte dos trabalhadores até o local em questão.

A atual versão da NR-18 apresenta algumas características específicas para os


ambientes das áreas de vivência, mas para a maioria dos aspectos, ela indica que, no que
for cabível, as áreas de vivência devem atender à NR-24, que dispõe sobre condições
sanitárias e de conforto no ambiente de trabalho. Sendo assim, em termos gerais e de
acordo com a NR-24, os ambientes da área de vivência devem ser construídos seguindo
as diretrizes a seguir:

• Cobertura adequada e resistente e que proteja das intempéries;


• Piso de material compatível ao uso e à circulação de pessoas;
• Iluminação adequada para proporcionar segurança contra acidentes;
• Paredes de material resistente;
• Na ausência de código de obras local, o pé-direito mínimo deve ser de 2,5 m, com
exceção dos quartos com beliche cujo valor mínimo é de 3 m;
• As instalações elétricas precisam estar protegidas de modo a evitar choques elétricos;
• O dimensionamento deve ser realizado considerando o turno com maior número de
trabalhadores.

Outro aspecto importante é que a NR-18 não permite que contêineres que foram
originalmente utilizados no transporte de cargas sejam reutilizados nas áreas de
vivência.

Alojamentos, lavanderias e áreas de lazer são obrigatórios apenas se houver


trabalhadores alojados no canteiro de obras.

5) INSTALAÇÕES SANITÁRIAS – BANHEIROS

As instalações sanitárias ou banheiros em canteiros de obras devem possuir chuveiros,


lavatórios, vasos sanitários e mictórios, os quais devem ser independentes para homens
e mulheres, atendendo às seguintes diretrizes da NR-24:

• Ter pisos e paredes revestidos com material impermeável e lavável;


• Apresentar recipiente para descarte de papéis usados;
• Possuir peças sanitárias íntegras;
• Ter água canalizada e esgoto conectado à rede geral ou a um sistema que esteja em
conformidade com a legislação local e que não gere risco a saúde;
• Possuir ventilação para o exterior ou apresentar sistema de exaustão forçada;
• Ser mantida em perfeito estado de conservação, limpeza e higiene
• Na ausência de código de obra local, deve ser garantido pé direito mínimo de 2,50 m

✓ Esta referência na NR-24 é feita de forma geral aos locais de trabalho, incluindo os
alojamentos, sendo importante você conhecer sua literalidade:
▪ “Na ausência de código de obra local, deve ser garantido pé direito mínimo de 2,50 m
(dois metros e cinquenta centímetros), exceto nos quartos de dormitórios com beliche,
cuja medida mínima será de 3,00 m (três metros).”

As instalações sanitárias obrigatoriamente devem estar posicionadas de maneira a evitar


um deslocamento superior a 150 m do posto de trabalho até a instalação sanitária mais
próxima.

Importante destacar que a norma fala de deslocamento e não de distância. A distância


é apenas a extensão espacial que separa um ponto a outro, podendo ser representada por
uma linha reta. Já o deslocamento contabiliza o percurso do empregado, considerando
o trajeto que, de fato, será percorrido até o banheiro. O objetivo dessa diretriz é evitar
que o trabalhador percorra um caminho muito longo de sua área de trabalho até o
banheiro mais próximo.

Com relação ao dimensionamento do número de peças sanitárias, a instalação


sanitária dos canteiros de obras deve possuir lavatório, bacia sanitária sifonada com
assento e tampo, e mictório, na proporção de 1 conjunto para cada grupo de 20
trabalhadores ou fração. Para os chuveiros, a proporção é de 1 unidade para cada grupo
de 10 trabalhadores ou fração.

Perceba que trabalhamos com mais chuveiros (1 para cada 10 trabalhadores) do que
bacias sanitárias (1 para cada 20 trabalhadores), conhecidas como “vasos”, pois, embora
os chuveiros sejam geralmente utilizados apenas 1 ou 2 vezes ao dia por um empregado,
sua utilização ocorre em momentos pontuais de chegada ou saída da equipe de trabalho,
quando a demanda de uso é muito grande e concentrada. Diferentemente, a demanda
por bacia sanitária se distribui ao longo do dia e cada uso da bacia requer menos tempo
de uso pelos empregados do que o chuveiro.

Quanto às frentes de trabalho, estas devem possuir instalação sanitária com lavatório,
bacia sanitária sifonada com assento e tampo na proporção de 1 conjunto para cada
grupo de 20 trabalhadores ou fração. As instalações sanitárias das frentes de trabalho
devem dispor ainda de material para lavar e enxugar as mãos, sendo proibido o uso de
toalhas coletivas. Nas frentes de trabalho podem ser utilizados banheiros químicos,
desde que eles possuam sistema de descarga ou de isolamento de dejetos.

Já os compartimentos das bacias sanitárias devem ser individuais. O gabinete do vaso


sanitário deve:

• Possuir divisória com altura que garanta que seu interior esteja indevassável e com
vão inferior que permita a limpeza e ventilação;
• Apresentar portas independentes com fecho que evite o devassamento;
• Possuir papel higiênico com suporte e recipiente para a destinação de papel usado. No
caso de banheiro feminino, os recipientes devem possuir tampa;
• As dimensões do gabinete da bacia sanitária devem estar em conformidade com o
código de obras local ou, na ausência deste, devem ter dimensões livres mínimas de 60
cm de diâmetro entre a borda frontal da bacia sanitária e a porta na posição fechada.

Os chuveiros também devem ser individuais e também precisam possuir água quente
e fria. Além disso, os gabinetes dos chuveiros devem atender às seguintes diretrizes:

• Ser mantido em condição de conservação, higiene e limpeza;


• Apresentar portas que evitem o devassamento;
• Possuir piso e paredes revestidos de material lavável e impermeável;
• Ter suportes para sabonete e toalha;
• As dimensões do gabinete do chuveiro devem estar em conformidade com o código de
obras local ou, na sua ausência deste, devem ter dimensões mínimas de 80 cm de
largura por 80 cm de comprimento.

A NR-18 e a NR-24 não apresentam um valor fixo para a altura dos lavatórios das
instalações sanitárias de canteiros de obras.

Não há altura mínima definida por norma, sendo que a NR-24 apenas indica que as
dimensões da divisória devem impedir o devassamento.

Os pisos e paredes das instalações sanitárias devem ser revestidos com material
impermeável e lavável.
O material das paredes das instalações sanitárias pode ser a madeira, desde que
resistente e lavável.

A NR-18 segue as diretrizes construtivas da NR-24 sobre as instalações sanitárias.


Sendo assim, a NR-24 não impede que as paredes das instalações sanitárias sejam de
madeira, sendo que ela apenas exige que as paredes devem ser revestidas de material
impermeável e lavável.

6) VESTIÁRIOS

Os vestiários devem ser instalados em todos os canteiros de obras para permitir a troca
de roupa dos trabalhadores.

Os vestiários devem atender aos seguintes requisitos, conforme a NR-24:

• Ser mantidos em condição de conservação, higiene e limpeza;


• Ter piso e parede revestidos de material lavável e impermeável;
• Possuir ventilação para o exterior ou sistema de exaustão forçada;

Os vestiários devem apresentam ainda assentos em material lavável e impermeável em


quantidade adequada ao número de trabalhadores. Além disso, os vestiários devem
possuir armários individuais simples ou duplos com sistema de fechamento.

7) LOCAL DE REFEIÇÕES E COZINHA

Conforme já informado, todo canteiro de obras deve obrigatoriamente possuir um local


para os trabalhadores realizarem suas refeições. Note que a norma indica que em
todo canteiro é obrigatória a existência de um local de refeições, e não de uma cozinha,
nem de uma lanchonete! Conforme já apresentado, as cozinhas são obrigatórias apenas
se houver preparo de refeições.

O empregador pode definir a divisão de trabalhadores do mesmo turno em grupos com


diferentes horários para refeições de modo a limitar o fluxo de pessoas no local de
refeições, garantido o conforto dos trabalhadores. Essa diretriz permite que sejam
construídos locais de refeições de menor capacidade do que se eles tivessem que atender
ao mesmo tempo todos os trabalhadores fazendo refeições em um único turno.

Com relação à infraestrutura interna, esta depende da capacidade do local de refeições.


Os ambientes que atendem até 30 trabalhadores devem seguir os seguintes critérios:

• Ser destinado ou estar adaptado para a realização de refeições;


• Ser um local arejado e com boas condições de conservação, higiene e limpeza;
• Apresente assentos, mesas, balcões ou itens similares em quantidade adequada para
atender a todos os usuários;
• Deve apresentar em sua proximidade:
o Acesso a água potável;
o Local para conservar e aquecer as refeições;
o Local e estrutura para realizar a lavagem dos utensílios utilizados nas refeições.

Já os locais para refeições que atendem mais de 30 trabalhadores, apresentam mais


exigências por se tratar de uma estrutura de maior porte, sendo elas:

• Ser destinado à realização de refeições, devendo estar fora da área de trabalho;


• Apresentar assentos e mesas com superfícies ou coberturas que sejam laváveis ou
descartáveis. As mesas e assentos devem estar em quantidade compatível com o número
de pessoas que o local de refeições atende;
• Possuir pisos revestidos de material impermeável e lavável;
• Apresentar paredes pintadas ou revestidas em material lavável e impermeável;
• Ter espaços para circulação;
• Apresentar ventilação para o exterior, exaustão forçada ou ser climatizado
artificialmente;
• Ter lavatórios no local ou nas proximidades;
• Possuir água potável disponível;
• Estar em condições de conservação, higiene e limpeza;
• Apresentar meios para aquecimento das refeições;
• Ter recipientes de detritos com tampa, para descarte de resíduos de alimentos e
descartáveis.
Em todos os casos os locais de refeições devem apresentar também assentos em
número suficiente para atender aos usuários de modo que estes possam realizar suas
refeições sentados. O pé direito dos refeitórios, quando não houver código de obras,
deve ser de, no mínimo, 2,5 m.

Apesar da não obrigatoriedade de haver cozinha, no canteiro de obras deve haver local
para o aquecimento de refeições.

8) ALOJAMENTO

Os alojamentos de canteiros de obras são os locais utilizados para descanso e pernoite


dos trabalhadores alojados no local. De acordo com a NR-24, as seguintes espaços
fazem parte dos alojamentos: dormitório, instalações sanitárias, refeitório, áreas de
vivência e local para lavagem e secagem de roupas.

Os alojamentos são de responsabilidade do empregador e têm a função de servir como


hospedagem temporária aos trabalhadores.

Os dormitórios precisam ser mantidos em condições de conservação, higiene e limpeza,


devendo serem separados por sexo e possuir quartos com armários. Cada quarto
pode receber, no máximo, 8 trabalhadores.

Os dormitórios dos alojamentos podem ter camas simples ou camas duplas (beliches),
porém são proibidas camas triplas (“treliches”). Um dos itens mais importantes das
diretrizes para alojamentos de canteiros de obra é a proibição do uso de 3 ou mais camas
na mesma vertical (“treliches”).

As camas devem atender aos seguintes requisitos:

• Apresentar quantidade compatível com o número de trabalhadores alojados;


• Ter espaço horizontal e vertical que possibilite a movimentação do trabalhador com
segurança;
• Possuir colchão certificado pelo INMETRO, cobertor, fronha, lençol e travesseiro
limpos e higienizados, compatíveis com o clima local;
• No caso de beliches, a cama superior deve possuir proteção lateral e escada de
acesso fixas à estrutura.

Em termos de conforto térmico, os quartos devem possuir ventilação natural que pode
ser complementada por ventilação artificial em função das características climáticas da
região. Quanto ao conforto acústico, os quartos devem atender às diretrizes da NR-17.
Deve-se fazer a distribuição dos trabalhadores nos quartos, buscando preferencialmente
colocar num mesmo quarto aqueles trabalhadores que pertencem a um mesmo turno de
trabalho.

Com relação a requisitos de área, os quartos devem ser dimensionados considerando 3


m² de área por cada cama simples e 4,5 m² de área para cada beliche existente,
sendo que estes valores já incluem o espaço necessário para armários e circulação.

O uso de três camas na mesma vertical (“treliches”) é proibido em dormitórios de


alojamentos.

Soluções como redes e colchonetes não são admitidas em substituição às camas, pois
estas não atendem as dimensões mínimas de camas e nem de espessura de colchões
apresentadas acima.

Com relação ao uso, por questões de segurança é proibido o preparo de qualquer tipo
de alimento dentro dos quartos. Sendo assim, não podem existir fogões, fogareiros ou
similares nos quartos. Por fim, não se pode aproveitar em alojamentos ou áreas de
vivência contêineres que tenham sido utilizados transporte de carga.

O alojamento não poderia possuir micro-ondas, visto que é proibido cozinhar e aquecer
refeições no alojamento.

9) BEBEDOUROS
O fornecimento de água potável, filtrada e fresca por meio de bebedouros ou
equipamento similar é obrigatório em canteiros de obras, frentes de trabalho e
alojamentos, sendo proibida a utilização de copos coletivos.

Com relação à quantidade de bebedouros, deve existir 1 unidade para cada grupo de
25 trabalhadores ou fração. Além disso, é necessário que os bebedouros sejam
distribuídos de modo que o deslocamento de qualquer posto de trabalho ao bebedouro
ou ao dispositivo equivalente não seja superior a 100 m no plano horizontal nem
superior a 15 m no plano vertical.

O deslocamento vertical máximo é uma diretriz da norma para assegurar que em prédios
altos existam bebedouros próximos às frentes de trabalho.

Caso não seja possível instalar bebedouros atendendo à distância máxima de 100 m, as
empresas devem garantir que nos locais de trabalho não atendidos por bebedouros haja
recipientes portáteis hermeticamente fechados com água potável, filtrada e fresca.

10) PROCEDIMENTOS NO CANTEIRO DE OBRAS

a) MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

Primeiramente, antes de utilizar qualquer ferramenta, os trabalhadores precisam ser


instruídos e capacitados a respeito de como utilizá-la seguindo as diretrizes de
segurança da NR-18 e dos manuais de fabricantes. Além isso, durante o uso de
ferramentas, deve-se evitar roupas soltas e adornos (pulseiras, colares, etc), visto que
podem gerar acidentes e colocar em risco a segurança dos trabalhadores.

Com relação às ferramentas manuais, é responsabilidade do empregador providenciá-las


e fornecê-las de forma gratuita aos trabalhadores que vão realizar as atividades. O
trabalhador, por sua vez, deve ter zelo no uso das ferramentas manuais e precisa
devolvê-las quando o empregador solicitar.
O transporte das ferramentas manuais deve ser realizado em recipientes próprios, ou
seja, para serem deslocadas, as ferramentas devem estar adequadamente acondicionadas
de modo a se evitar acidentes durante o seu deslocamento.

Outro aspecto importante é que as ferramentas manuais, quando não estiverem sendo
utilizadas, devem ser guardadas em local adequado quando não estiverem em uso.
Inclusive, a NR-18 proíbe que as ferramentas manuais sejam deixadas sobre andaimes,
escadas, passagens e demais superfícies de trabalho ou de circulação, pois isso poderia
gerar acidentes como quedas e tropeços de trabalhadores que transitam nestas áreas.

Quanto às ferramentas pneumáticas portáteis, essas necessariamente precisam ter


sistema de partida para minimizar o risco de funcionamento acidental, ou seja, de ser
ligada involuntariamente e causar um acidente com graves consequências.

Máquinas Autopropelidas (máquinas que possuem propulsão própria)

Uma diretriz importante da NR-18 para máquinas autopropelidas refere-se ao


procedimento para encher ou esvaziar pneus. Esse procedimento deve ser realizado
gradativamente com a realização de medições de pressão sucessivas de modo a se ter
controle do processo. O esvaziamento e enchimento de pneus deve ser realizado em
local adequado para resguardar a segurança do trabalhador, exigindo por esse motivo a
NR-18 que este procedimento seja realizado dentro de gaiolas de proteção, projetadas
para este tipo de atividade. O objetivo é evitar que o trabalhador receba um impacto
frontal caso haja um estouro do pneu.

Em atividades de manutenção de máquinas autopropelidas, é proibido sustentá-las


apenas pelos cilindros hidráulicos, devendo serem utilizadas medidas adicionais para
suportá-los, a fim de se evitar acidentes.

Para máquinas autopropelidas com motor a explosão, o abastecimento de combustível


não pode ser realizado por qualquer pessoa. Apenas pode executar essa operação um
trabalhador capacitado, em local apropriado e com o uso de procedimentos e
dispositivos que permitam garantir a segurança desta atividade.
No caso de equipamentos que operam em marcha à ré, é necessário que estes possuam
retrovisores e alarme sonoro associado ao sistema de câmbio. A existência de
retrovisores é importante para evitar acidentes, pois trata-se do principal elemento de
orientação do condutor quando operando o equipamento em marcha à ré. Já o sinal
sonoro serve como advertência para pessoas próximas ao local dos trabalhos, indicando
que há um equipamento se aproximando.

Além disso, as máquinas auto propelidas precisam possuir estruturas que ofereçam
proteção adequada contra a incidência de raios solares e intempéries e também
proteção contra queda e projeção de objetos para o operador em seu posto de
trabalho. Para isso, podem ser adotadas, por exemplo, as seguintes soluções: existência
de cabines fechadas, parabrisas com proteção UV, cortinas e bloqueadores de sol.
Adicionalmente, se a máquina autopropelida possuir massa superior a 4500 kg, ela deve
ter ainda cabine climatizada.

Atividades de carpintaria

A estrutura do local em que serão realizadas as atividades de carpintaria deve ter piso
resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura que proteja os trabalhadores
de quedas de materiais e de intempéries. A iluminação da carpintaria deve ser realizada
com lâmpadas protegidas contra impactos da projeção de partículas. Os resíduos
gerados nas atividades de carpintaria devem ser coletados e removidos todos os dias.

Especial atenção deve ser dada nas carpintarias ao uso da serra circular devido ao
alto risco de acidentes caso esta não seja operada seguindo as medidas preventivas.

De acordo com a NR-18, a serra circular deve possuir:

• Estrutura metálica estável;


• Coifa ou outro dispositivo que evite a projeção do disco de corte. Esse elemento é
importante para evitar cortes acidentais do operador da serra circular ou de
trabalhadores no entorno;
• Coletor de serragem, para que o material não se disperse pela área;
• Disco afiado e travado;
• Dispositivo para impedir que o disco fique aprisionado e que a madeira retroceda;
• Mecanismo que permite regular a altura do disco;
• Dispositivo empurrador e guia de alinhamento, se necessário.

A serra circular deve ser projetada por profissional legalmente habilitado.

Trabalhos a quente

Trabalhos a quente são aquelas atividades que podem gerar fontes de ignição, já que tais
serviços envolvem aquecimento, geração de centelha ou uso de chamas. Exemplo disso
é a realização de soldas e corte de metais por processo a quente, que é uma atividade do
canteiro de obras que requer medidas específicas, pois envolve uso de energia elétrica,
material inflamável, a liberação intensa de calor e de gases.

No caso de trabalho a quente é obrigatória a realização de análise de risco específica


quando nas proximidades ou na área de realização da atividade existirem materiais
combustíveis ou inflamáveis e quando os trabalhos a quente forem executados em locais
sem prévio isolamento e não destinados a estas atividades.

A análise de risco pode indicar a necessidade de um trabalhador observador que


ficará responsável por fazer a vigilância da execução do trabalho a quente até a
finalização do serviço. O trabalhador observador deve ser capacitado em prevenção de
combate a incêndio, pois caso ocorra um incidente deste tipo, ele poderá agir
adequadamente de acordo com o treinamento recebido.

Durante a realização de trabalhos a quente, podem ser gerados fumos e outros


contaminantes. Sendo assim, para o controle dessas emissões, deve-se:

• Previamente ao início das atividades, limpar as superfícies e remover os produtos de


limpeza empregados;
• Garantir a renovação de ar em ambientes fechados de modo a eliminar gases, fumos
ou vapores que possam ser utilizados ou produzidos pelo processo a quente que está
sendo realizado.
b) MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS

Os principais equipamentos utilizados para o transporte vertical de materiais em um


canteiro de obras são:

• Elevador de materiais: cabine para transporte vertical de materiais;


• Elevador de passageiros: cabine fechada para transporte vertical de pessoas;
• Guincho de coluna: guincho fixado na edificação ou em estrutura independente ,
destinado ao içamento de pequenas cargas;
✓ Caso você nunca tenha visto esse guincho, é um equipamento pequeno que
acoplamos na estrutura de um prédio em construção para transporte vertical de cargas
de pequeno peso como, por exemplo, conjuntos de blocos de alvenaria.
• Guindaste: equipamento de guindar empregado na elevação e movimentação de
materiais e cargas pesadas;
• Grua: equipamento de guindar utilizado no transporte horizontal e vertical de
materiais, formado por uma torre vertical e um braço (lança) de giro horizontal que
pode se estender ou recolher e que possui em sua extremidade cabos de aço que
permitem deslocar verticalmente as cargas a serem transportadas.

Elevadores

Os elevadores de materiais e/ou passageiros devem possuir alguns itens mínimos, sendo
eles:

• Cabine metálica com porta;


• Horímetro;
• Iluminação e ventilação natural ou artificial enquanto estiver sendo utilizado;
• Indicação do número máximo de passageiros que pode transportar, bem como o peso
máximo equivalente em kg.
✓ Este item é importante para informar aos trabalhadores a capacidade do elevador,
evitando que ele seja utilizado com lotação e carga fora de suas especificações;
• Botão em cada pavimento, de modo que seja garantida comunicação única por meio
do painel interno de controle.
Importante saber também que existem dois tipos de elevadores: por cabos e tipo
cremalheira. O elevador por cabos, como o próprio nome diz, é suportado por cabos de
aço ligados a um guincho, enquanto que o elevador por cremalheira é sustentado por um
sistema de engrenagens.

O elevador de passageiros é obrigatório nas construções que possuem 24 m ou mais


de altura, sendo necessário que ele alcance toda a extensão vertical da obra,
inclusive o subsolo. Quanto à instalação do elevador de passageiros, esta deve ocorrer a
partir de 15 m de deslocamento vertical na obra. A NR-18 ressalta que o uso do
elevador por passageiros é prioritário em relação ao transporte de cargas.

Os elevadores de materiais são dedicados ao transporte vertical de cargas da obra.


Existem algumas restrições relativas ao uso deste equipamento, não sendo permitido o
transporte de materiais juntamente a pessoas em nenhum dos elevadores, exceto quanto
ao operador e ao responsável pelo material a ser transportado2:

• Com dimensões superiores às dimensões da cabine do elevador;


• Apoiados nas portas da cabine do elevador;
• Do lado externo da cabine, com exceção das atividades de montagem e
desmontagem do elevador;
• A granel sem acondicionamento adequado, ou seja, é proibido transportar material
solto disposto diretamente no piso do elevador sem estar contido em nenhum recipiente
ou saco;
• Por meio de adaptação do elevador para içamento do material.

2 Neste caso, é necessário que o operador seja isolado da carga por uma barreira física,
com altura mínima de 1,8 m (um metro e oitenta centímetros), instalada com dispositivo
de intertravamento com duplo canal e ruptura positiva, monitorado por interface de
segurança.

Não é permitido o transporte de pessoas nos elevadores juntamente com materiais.


É permitido apenas que o operador do elevador e o responsável pelo material
transportado sejam transportados ao mesmo tempo que os materiais, mas eles devem
estar isolados da carga por meio de uma barreira física que precisa ter altura mínima de
1,8 m.

Gruas

As gruas são utilizadas para o transporte vertical e horizontal de materiais de grandes


dimensões e de peso elevado. Um detalhe importante é que, como a grua é um
equipamento esbelto de altura elevada, ela pode ter problemas de estabilidade no caso
da ocorrência de ventos muito fortes. Sendo assim, a utilização da grua em situações
com vento com velocidade superior a 42 km/h deve ser precedida de análise de risco
específica e precisa ser autorizada por meio de permissão de trabalho. Além disso, a
operação das gruas é proibida se ocorrerem ventos com velocidade superior a
72km/h.

Transporte coletivo de trabalhadores

O transporte coletivo de trabalhadores no interior do canteiro de obras pode ser


necessário quando este ocupa grandes áreas, havendo frentes de trabalho distantes.
Entretanto, o transporte coletivo de trabalhadores deve atender às normas nacionais em
vigor e deve ser realizado por meio de transporte normatizado pelas instituições
competentes e compatível com as características do percurso. Além disso, a condução
do veículo de transporte coletivo de passageiros deve ser realizada por condutor
habilitado.

O elevador de passageiros pode ser utilizado para o transporte de cargas, desde que o
elevador não seja utilizado simultaneamente para transportar pessoas e cargas, com
exceção do operador do elevador e do responsável pelos materiais.

c) ESCAVAÇÃO

Nos locais de realização de atividades de áreas de escavação, fundação e desmonte de


rochas, caso existam riscos de desmoronamento, devem ser implementadas medidas de
sinalização de advertência diurna e noturna, bem como o isolamento da área com
barreiras em todo o perímetro em que se realizam estas atividades, a fim de evitar a
entrada de veículos e pessoas não autorizados. Essas diretrizes de sinalização e
isolamento da área são essenciais para reduzir o risco de acidentes por pessoas que não
estejam diretamente envolvidas nestas atividades.

Um aspecto importante é que, quanto mais profunda a escavação, maior o risco de


acidentes e maior a probabilidade de ser um acidente grave, pois se terá também um
maior volume de terra passível de desmoronamento, além de ser provavelmente mais
demorada a fuga do local em caso de emergência. Sendo assim, as prescrições da NR-
18 são definidas tendo por base a profundidade da escavação.

Assim, em escavações com profundidade menor ou igual a 1,25 m é necessário que


sejam avaliados os riscos ocupacionais do local e, com base nesta análise, devem ser
implementadas as medidas de proteção cabíveis.

Nas escavações com mais de 1,25m de profundidade é necessária à instalação de


escadas ou rampas próximas aos postos de trabalho, de modo a agilizar a fuga dos
trabalhadores da escavação em caso de emergência. Além disso, escavações que se
encontram nesta faixa de profundidades (superior a 1,25 m) devem apresentar proteção
por meio de taludes ou de escoramentos, os quais devem seguir um projeto elaborado
por profissional legalmente habilitado.

Caso o projeto indique a adoção de taludes na escavação, estes precisam ser protegidos
de erosão interna e superficial durante a execução da obra. Com relação aos
escoramentos utilizados como medida preventiva, estes devem ser submetidos a
inspeção diária.

Outro detalhe importante é que se deve manter uma faixa de proteção nas bordas da
escavação, devendo esta faixa possuir uma largura de no mínimo 1 m livre de cargas e
com proteção para evitar que águas escoadas superficialmente possam atingir a cava.
Essa distância mínima busca evitar que materiais sejam depositados muito próximos a
borda, provocando instabilidade do talude por excesso de sobrecarga.

Com relação ao trânsito de pessoas e veículos, o ideal é que o tráfego de veículos


próximo à área de escavações seja desviado, mas caso isso não seja possível, é
necessário criar meios que garantam a redução da velocidade dos veículos. Com
relação à movimentação de pessoas, se necessário o trânsito de indivíduos sobre as
escavações, deverão ser instaladas passarelas que atendam às diretrizes da NR-18.

Os materiais retirados da escavação não podem ser depositados imediatamente ao lado


da borda da escavação, sendo necessário respeitar a faixa livre de cargas com largura de
1 m da borda da escavação.

d) DEMOLIÇÃO

A demolição consiste no desmonte e remoção de material de parte ou de toda uma


edificação existente. Como a demolição envolve atividades de remoção, quebra e
separação dos elementos que compõem um edifício, alguns cuidados devem ser
tomados antes e durante as atividades de demolição. A NR-18 atual não apresenta
diretrizes específicas para os procedimentos de demolição, mas exige que seja elaborado
e implementado um Plano de Demolição.

A elaboração e implementação do plano de demolição deve ser realizada por


profissional legalmente habilitado.

Em termos de abrangência, o plano de demolição deve considerar os riscos


ocupacionais existentes ao longo de todas as etapas da demolição e deve apresentar as
medidas de prevenção a serem tomadas para a preservação da saúde e segurança dos
trabalhadores. Sendo assim, o plano de demolição deve apresentar diretrizes que
considerem os seguintes aspectos:

• Redes existentes: O plano de demolição deve considerar a existência das linhas de


energia elétrica, água, inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas,
canalizações de esgoto e de escoamento de água e demais sistemas.
• Construções vizinhas à obra: o risco das atividades de demolição sobre as edificações
vizinhas deve ser avaliado e os procedimentos de segurança adequados devem ser
realizados para evitar danos às construções próximas;
• Remoção de materiais e entulhos: este item refere-se à remoção de resíduos gerados
durante o processo de demolição;
• Aberturas existentes no piso: O fechamento das aberturas existentes no piso pode
ser necessário para evitar queda de trabalhadores ou de materiais;
• Áreas para a circulação de emergência: o planejamento dos procedimentos de
demolição deve sempre considerar os possíveis trajetos de fuga em caso de emergência;
• Disposição dos materiais retirados: a disposição final dos materiais retirados deve ser
realizada de maneira adequada e em conformidade com a legislação;
• Propagação e o controle de poeira: É necessário adotar medidas que permitam
controlar a poeira na área de demolição de modo a manter a limpeza do canteiro de
obras e não prejudicar a saúde dos trabalhadores pela inalação excessiva de poeira.
• Trânsito de veículos e pessoas: o controle do acesso de veículos e pessoas nas áreas
de demolição deve fazer parte do projeto de demolição.

e) ARMADURAS DE AÇO

As atividades relacionadas com a manipulação das armaduras (ou armações) de aço para
estruturas de concreto armado, tais como o dobramento e o corte de vergalhões, devem
ser realizadas atendendo também aos critérios da NR-18. Afinal, essas atividades
envolvem a manipulação de um material de elevada resistência, densidade e que é
condutor elétrico.

Sendo assim, a estrutura do local em que serão realizadas as atividades de armação, ou


seja, serviços de corte e dobra de vergalhões de aço, deve ter piso resistente, nivelado e
antiderrapante, com cobertura que proteja os trabalhadores de quedas de materiais e
de intempéries. Além disso, no local de manipulação das armaduras de aço, as
lâmpadas devem ser protegidas contra impactos devido à projeção de partículas. Os
resíduos gerados nas atividades de carpintaria devem ser coletados e removidos todos os
dias.

Com relação aos procedimentos operacionais, a área de movimentação de vergalhões


de aço deve ser isolada, de modo a evitar a circulação de pessoas que não estejam
participando desta atividade. Esta medida busca prevenir a ocorrência de acidentes
ligados ao choque de barras de aço contra pessoas que por ventura estivessem
transitando nesta região.
Caso os feixes de vergalhões sejam movimentados por equipamentos de guindar, é
necessário amarrá-los de modo a evitar acidentes devido ao escorregamento destes
durante o transporte.

Após a montagem das armaduras, cuidados também devem ser tomados, dentre os quais
destacam-se:

• A obrigatoriedade do apoio e escoramento de armações de pilares, vigas e outras


estruturas, a fim de evitar tombamento e desmoronamento;
• A obrigatoriedade de colocação de pranchas de material resistente firmemente
apoiadas sobre as armações, para permitir a circulação de trabalhadores;
• A proteção das extremidades de vergalhões que ofereçam risco aos trabalhadores.

No caso de concreto protendido, ou seja, aquele que possui parte da armadura formada
de cabos de aço tensionados, existem prescrições referentes ao processo de aplicação de
tensão ou protensão dos cabos. Durante esse procedimento, não é permitida a
permanência de trabalhadores atrás ou sobre os dispositivos de protensão
responsáveis pela aplicação de tensão nos cabos, pois um movimento brusco deste
equipamento pode ferir gravemente uma pessoa devido à elevada magnitude do esforço
envolvido. Além disso, durante as atividades de protensão e desprotensão, a área deve
ser isolada e sinalizada de modo a evitar que uma pessoa não informada se aproxime.

A proteção de extremidades de vergalhões é obrigatória caso estas ofereçam risco aos


trabalhadores, não havendo exceções relacionadas ao tempo de espera entre execução da
armação e concretagem.

11) TRABALHOS EM ALTURA E SEGURANÇA NO CANTEIRO DE OBRAS

a) ANDAIMES, CADEIRAS SUSPENSAS E TELHADOS

Utilização de Andaimes

Ao passarmos em frente a uma obra é muito comum nos depararmos com estruturas
metálicas ou de madeira instaladas no entorno da edificação em construção; estas
estruturas são os andaimes, utilizados para dar acesso aos trabalhadores a locais em
altura, sendo muito importante para atividades relacionadas ao acabamento de
fachadas, incluindo instalação de revestimento externo e pintura.

Os andaimes consistem em uma estrutura provisória utilizada para realizar trabalhos


em altura no canteiro de obras. Há alguns tipos específicos de andaimes, que são:

• Andaime simplesmente apoiado: sua estrutura está simplesmente apoiada, podendo


ser fixo ou deslocar-se no sentido horizontal;
o Andaimes móveis: possui rodízios (rodas) em sua base, o que permite seu
deslocamento horizontal.
• Andaime em balanço: sua estrutura é fixa e suportada por vigamento em balanço;
• Andaime suspenso ou balancim: possui estrutura sustentada por travessas suspensas
por cabos de aço, sendo movimentado por meio de guinchos;
• Andaime fachadeiro: estrutura metálica simplesmente apoiada fixada à estrutura da
edificação na extensão da fachada.

Para garantir a qualidade dos andaimes e dos seus componentes, sua fabricação deve
ser realizada apenas por empresas regularmente inscritas no CREA, com profissional
legalmente habilitado.

Contudo há um caso em que se dispensa o projeto de montagem: quando o andaime está


instalado em torre única com altura inferior a 4 vezes a maior dimensão da base3. Nessa
situação, basta a montagem de acordo com o manual de instrução.

Os andaimes devem possuir sistema de proteção contra quedas em todo seu perímetro,
exceto lodo da face de trabalho. Essa proteção é formada por anteparos, que podem ser
de fechamento total do vão, ou com sistema de guarda-corpo e rodapé.

Quanto às características dos pisos, os andaimes devem possuir piso antiderrapante


com forração completa, devendo estar nivelado e adequadamente fixado ou travado.
Além disso, os andaimes devem possuir estrutura metálica, podendo serem feitos em
madeira somente quando for inviável tecnicamente a utilização de andaimes
metálicos.
Com relação à etapa de montagem e desmontagem de andaimes, devem ser obedecidas
as seguintes diretrizes:

• Os trabalhadores que farão esta atividade devem ser qualificados e receber


treinamento específico para o tipo de andaime que será adotado;
• Os trabalhadores devem utilizar as ferramentas com amarração que impeça sua queda
acidental;
• O local de montagem de andaime deve ser isolado e sinalizado.
• Os trabalhadores devem obrigatoriamente utilizar SPIQ (Sistema de Proteção com
Quedas).
✓ A NR 35 define que o SPIQ é formado por cinto de segurança tipo paraquedista e
com duplo talabarte que possua ganchos de abertura mínima de 50 mm e dupla trava.

A utilização dos andaimes no canteiro deve obedecer a algumas prescrições. No caso de


andaimes simplesmente apoiados, não é permitido o deslocamento dos andaimes
com trabalhadores sobre essas estruturas. Não se pode também utilizar escadas sobre o
piso de trabalho do andaime buscando-se atingir lugares mais altos.

Os andaimes devem ainda possuir registro formal de liberação de uso assinado por
profissional qualificado em segurança do trabalho ou pelo responsável pela frente de
trabalho ou da obra.

Para a utilização de andaimes suspensos, uma restrição importante é que os cabos de


sustentação devem ser de aço, não podendo ser de fibras naturais ou artificiais.
Afinal, é necessário um material de grande resistência e qualidade nessas cordas, sob o
risco de ocorrerem sérios acidentes na obra.

Utiliza-se sistema de contrapeso como forma de fixação da estrutura de sustentação


dos andaimes suspensos, devendo o sistema de fixação atender às especificações
mínimas da NR-18. Esse contrapeso é uma estrutura que deve garantir a estabilidade do
andaime suspenso, equilibrando seu peso com a estrutura do andaime. É como se fosse
uma balança, em que de um lado está o andaime suspenso e do outro, o contrapeso. O
contrapeso deve ser contraventado na horizontal, a fim de se evitar deslocamentos
provocados, por exemplo, pelo vento.

Saiba também que andaimes suspensos não podem ser utilizados como elevadores, ou
seja, não podem ser empregados para transporte de pessoas ou materiais que não
estejam relacionados ao serviço em execução.

Utilização de cadeira suspensa

Nas situações de trabalho em altura em que não é possível a instalação de andaimes,


permite-se a utilização de cadeira suspensa, também denominada balancim
individual. Isso ocorre, por exemplo, quando não há espaço suficiente para instalação
da estrutura do andaime, ou quando não há local de apoio que suporte o peso dos
elementos que o compõem.

A cadeira suspensa possui uma estrutura que permite que o operário trabalhe sentado
sendo sustentado por um cabo capaz de suportar uma pessoa e o material necessário
para se realizar o serviço. Sendo assim, as cadeiras suspensas são utilizadas para
trabalhos em altura que não exijam o uso de grandes equipamentos.
Para o uso da cadeira suspensa, deve-se atender algumas prescrições da NR-18, sendo a
principal delas a relativa ao SPIQ; logo deve-se utilizar o cinto de segurança tipo
paraquedista, ligado ao trava-quedas em cabo-guia independente do cabo de
sustentação da cadeira. Isso é requerido para se garantir que, no caso de rompimento
do cabo da cadeira suspensa, o operário possa ser sustentado pelo cabo-guia
independente. Com relação ao material do cabo de sustentação da cadeira suspensa,
este deve ser de aço ou de fibra sintética.

Atividades em telhados e coberturas

No caso de trabalhos em telhados e coberturas, cuidados relacionados à segurança dos


trabalhadores referem-se principalmente a medidas de prevenção contra quedas, tendo
em vista que se trata de trabalho em altura.

Sendo assim, a primeira medida preventiva é a proibição de trabalhos em telhados em


caso de chuvas, ventos fortes ou se as superfícies estiverem escorregadias. Ao
molhar o telhado, a chuva pode deixá-lo muito escorregadio, enquanto que os ventos
fortes podem desequilibrar o trabalhador, ou seja, ambos aumentam o risco de queda.
Telhados ou coberturas podem se tornar superfícies escorregadias pelo simples
derramamento de substâncias ou mesmo por uma chuva ocorrida recentemente, casos
em que esse tipo de trabalho também deve ser proibido.

Com relação aos equipamentos de proteção individual (EPIs), os operários que vão
executar os trabalhos em telhados com mais de 2 m de altura com risco de queda devem
obrigatoriamente utilizar SPIQ, o que inclui cinto de segurança tipo paraquedista
fixado por meio de talabarte em cabo guia ou cabo de segurança. Além disso, para
evitar que a queda de materiais utilizados nas atividades em altura possa atingir pessoas
próximas, é necessário isolar a área e colocar sinalização de advertência.

O fato do trabalhador estar utilizando os EPIs adequados não permite que ele realize
trabalhos em telhados e coberturas se estiver chovendo, ventando forte ou se houver
superfícies escorregadias.
Tanto as condições climáticas e de superfície, quanto aquelas sobre EPIs adequados
devem ser atendidas para que as atividades nestas áreas possam ser realizadas.

Os andaimes de madeira somente podem ser utilizados em obras de até 3 pavimentos ou


altura equivalente e devem ser projetados por profissional legalmente habilitado.

Os andaimes de madeira são permitidos somente em obras em que é inviável


tecnicamente o emprego de andaimes metálicos.

A grua é um equipamento adequado para transportar materiais de peso elevado e


grandes dimensões em edifícios de altura elevada.

É obrigatório o uso de cinto de segurança tipo paraquedista, mas deve existir duplo
talabarte que possua ganchos de abertura mínima de cinquenta milímetros e dupla
trava.

As ferramentas de montagem de andaimes devem possuir amarração que impeça sua


queda acidental.

O uso dos andaimes requer a aprovação formal do responsável pela frente de obra ou
por profissional qualificado em segurança do trabalho.
12) MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA

As medidas de proteção contra quedas nos canteiros de obra buscam evitar a queda
de pessoas ou de materiais, sendo obrigatória a utilização de proteção coletiva onde
houver risco de ocorrência destes tipos de acidentes. As principais medidas de proteção
coletiva contra queda de pessoas e projeção de materiais são as plataformas de
proteção, redes de segurança e anteparos do tipo guarda corpo com rodapé. Outro
dispositivo de proteção coletiva são as telas, cujo objetivo é evitar a projeção de
materiais.

Com relação às aberturas no piso da edificação em construção, essas devem ser


fechadas de maneira provisória utilizando material resistente e dotadas de sistema de
proteção contra quedas, com anteparos rígidos em fechamento total ou em sistema de
guarda-corpo e rodapé. As aberturas dos vãos de acesso à caixa de elevadores também
devem receber fechamento provisório resistente e adequadamente travado ou fixado à
estrutura, devendo ser mantido até a instalação definitiva das portas do elevador.

Os sistemas de proteção contra queda e projeção de materiais devem


necessariamente ser instalados a partir da concretagem da primeira laje.

A proteção por meio de anteparos pode ser feita por meio de 2 sistemas:

✓ Sistema de fechamento total do vão: deve ter no mínimo 1,20m de altura.


✓ Sistema de guarda-corpo e rodapé, que deve ter as seguintes dimensões: rodapé
com altura mínima de 0,15m, altura de 1,20m para o travessão superior e de 0,70m para
o travessão intermediário. Os vãos entre travessas devem ser cobertos com tela ou outro
elemento que assegure o seu fechamento adequado e seguro.

No caso de edifícios altos, pode ser instalada uma plataforma principal de proteção
na altura da primeira laje, devendo essa plataforma estar, no mínimo, um pé-direito
acima do nível do terreno. A instalação dessa plataforma precisa ser executada logo
após a concretagem da laje em questão e só poderá ser removida quando o
revestimento externo da parte da edificação que está acima dessa plataforma estiver
finalizado. A plataforma principal de proteção geralmente tem 2,50m de projeção
horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80m com inclinação
de 45º.

Há também a necessidade de instalação de plataformas secundárias de proteção, as


quais devem ser posicionadas de 3 em 3 lajes contadas a partir da plataforma principal
de proteção em direção ao último pavimento. Admite-se que essas plataformas, como
são apenas secundárias, tenham 1,40m ou mais de balanço e um complemento de
0,80m com inclinação de 45º. As plataformas secundárias devem ser instaladas logo
após a concretagem da laje a que se referem e só podem ser removidas após a conclusão
das paredes de vedação localizadas entre a laje e a plataforma imediatamente superior.

Importante saber que as plataformas secundárias podem ser substituídas por redes de
segurança. Essas redes exercem o mesmo papel das plataformas secundárias, atuando
como barreiras à queda de pessoas ou de objetos.

Além disso, se a edificação possuir pavimentos no subsolo, deve-se instalar também


plataformas terciárias de proteção de 2 em 2 lajes, contadas em relação à laje da
plataforma principal de proteção em direção ao subsolo. Esse tipo de plataforma em
geral também tem 2,20m de projeção horizontal da face externa da construção e um
complemento de 0,80m de extensão com inclinação de 45º.

Portanto, perceba a localização das plataformas:

• Principais: na primeira laje;


• Secundárias: da primeira laje indo em direção ao último pavimento;
• Terciárias: da primeira laje indo até o subsolo.
Outra medida de proteção coletiva importante é a tela de proteção que deve ser
utilizada para evitar a projeção de materiais. As telas de proteção são obrigatórias a
partir dos serviços de concretagem da primeira laje, preenchendo os vãos no
sistema de proteção com guarda-corpo e rodapé e também no caso de andaimes
simplesmente apoiados montado na fachada das edificações. Em geral, o entelamento
deve fechar todo o perímetro do edifício a partir da plataforma principal.

As galerias sobre o passeio (ou calçada) são outra estrutura muito utilizada para evitar
que a projeção de materiais atinja os pedestres. Essas galerias são necessárias nas obras
que envolvam edificações com mais de 2 pavimentos a partir do nível do meio-fio e
que são executadas no alinhamento do logradouro. Lembrando que o alinhamento do
logradouro é a divisa entre terreno (lote) e o espaço público urbano. Pode-se ainda
substituir o uso de galerias por outra medida de proteção que garanta a segurança dos
operários e pedestres.

Por mais que o nome seja imponente, galerias são simplesmente a cobertura do passeio
com um material que evite a queda de detritos nos pedestres, bem como um corrimão de
proteção no limite do passeio com a via. Geralmente, essas galerias são em madeira,
sendo uma intervenção provisória.
Galeria sobre passeio

A tela de proteção não pode substituir o cinto de segurança, visto que eles apresentam
funções diferentes: o cinto de segurança protege o trabalhador contra queda; a tela de
proteção evita a queda de matérias ou ferramentas.
É obrigatória a instalação de proteção contra projeção de materiais, como por exemplo,
a tela de proteção, a partir do início dos serviços necessários à concretagem.

A plataforma principal deve ser instalada logo após a concretagem da laje do primeiro
pavimento.

Devem ser instaladas redes de segurança contra riscos de queda de materiais, além de
sistema de proteção contra queda de trabalhadores.

Em uma obra de construção civil, o fechamento provisório dos vãos de acesso às caixas
dos elevadores deve ser constituído de material resistente e fixado de forma segura à
estrutura, até o momento da colocação definitiva das portas. A altura desse fechamento
deve ser de, no caso de anteparo rígido com fechamento total do vão, 1,20 m.

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