Resumos Prontos - Direito Processual Penal I
Resumos Prontos - Direito Processual Penal I
Resumos Prontos - Direito Processual Penal I
Professora:
o Inês Fernandes Godinho
o Ana Maria Gonçalves Gomes
Avaliação:
o 1 Comentário a um acórdão
o 5 de novembro - 10 valores
▪ 3 a 4 páginas
o 1 Frequência
o 19 de Janeiro
Manuais:
o Código de Processo Penal
o Direito Processual Penal – Dr. Germano Marques da Silva
o Direito Processual Penal – Paulo Sousa Mendes
o Direito Processual Penal - Maria João Antunes
16/09/2021
Sumário:
Apresentação.
17/09/2021
Sumário:
Apresentação.
1
23/09/2021
Sumário:
Aula:
(exposição nº4)
Artigo 2º - Entre o DP e o DPP existe uma unidade de sentido, mas não poe em
causa a autonomia quer de um quer de outro. Aqui temos a ideia do estado de direito.
2
É o reflexo da criminologia, que é uma ciência social autónoma com 200 anos,
digamos que é uma filha rebelde da sociologia, ela apenas quer estudar o crime, mas
não faz juízes de valor, explica alguns fenómenos quer no delinquente quer na vitima.
Sem ela nunca iriamos perceber uma distinção operatória do (parte II ponto 6 alínea a)).
Aqui reconhecemos a distinção pela criminologia e importa criar a distinção como
categoria operatória.
Artigo 1º CPP (j), l), i) – não estão definidos tipo de crime em concreto, mas em
categorias de criminalidade)
3
Fim do processo penal – Qualquer processo quer dizer o direito do caso, so que
o dizer o direito ao caso, na situação especifica, tem uma espécie de foco, que acaba por
iluminar, esse foco é a descoberta da verdade material. Aqui temos sujeitos, já que o
processo penal não é disponível, precisamente como está em causa a reconstrução do
tecido comunitário este processo tem de se afirmar, então o processo penal funciona
retrospetivamente, tendo que perceber o que aconteceu para so assim saber se tem
que cozer o tecido social.
Fonte formal:
• Lei ordinária – Código processo penal (principal fonte), mas não é a única,
temos o estatuto da vítima, lei da criminalidade organizada, etc.
4
Fontes materiais:
• Jurisprudência
o Nacional
o Internacional
5
Artigo 4º do CPP – Integração de lacunas – Teoria da logica dos círculos
concêntricos – Forma como conseguimos integrar essa mesma lacuna e isso é com o
instrumento da analogia, encontramos normas que possam servir para integrar aquela
lacuna. Caso não esteja no código do processo penal é utilizado o civil, mas há algo que
no artigo 4º não está, é a que a compreensão é totalmente diferente, então as normas
so podem servir a função da lacuna quando passaram o filtro de controlo dos princípios
gerais do processo penal, se for uma norma civil relativo a atos de secretaria não tem
problema em os ir buscar, mas se for uma norma prova já é mais difícil.
1º fase formal – Fase de inquérito – Esta fase é uma fase de investigação, dirigida
pelo ministério público, é aqui que ele decide se tem ou não indícios ou não suficientes,
caso sejam suficientes deve iniciar-se a acusação do arguido, caso contrario o
arquivamento.
6
Princípio da oportunidade – Se colaborares acontece X, e por vezes o ministério
publico pode brincar com a perseguição penal ou não, mas nós não funcionamos assim,
ele tem alguma margem de manobra, e ai surge a suspensão provisoria do processo,
arquivamento em caso de suspensa de pena, etc, isto acaba por dar outras alternativas,
mas em termos rígidos nesta fase ou acusa ou arquiva.
7
30/09/2021
Sumário:
Aula:
São estes dois valores conflituantes que fazem com que ou o modo como estes
dois valores são regulados na constituição que faça com que percebemos do que tem a
vir a ser o processo penal. O que é diferente no processo penal nos temos normas que
se aplicam diretamente e isso é a uma circunstância diferente que encontramos noutros
tipos processuais.
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Se o estado para investigar tem de entrar nas nossas casas, também é verdade
que a inviolabilidade do domicílio não podemos de aniquilar por completo o exercício
político do estado, ou seja, não podemos deixar que o estado faça de tabua rasa dos
direitos fundamentais.
Mas se nos admitirmos que o estado pode entrar, mas podemos limitar as
circunstâncias, ou seja, deixamos entrar com um mandato. Por outro lado, também à
uma limitação das horas, por regra geral em termos de buscas as autoridades só podem
entrar entre as 7h da manhã e das 21h da noite.
Normas constitucionais:
CRP:
• Princípios programáticos
• Normas de incidência direta
• Normas de Incidência necessária
(...)
O artigo 27ºnº3 aliena B) não é uma norma programática, faz com que a mesma
não precise da norma do processo para que seja diretamente aplicável, o que significa
que o código do processo penal, em termos de indícios, seria inconstitucional, mas com
esta norma já não era. Em termos de aplicação da norma em previsão preventiva – a
norma que se aplica é esta e não do processo.
O estado qualifica como abuso de poder todas as prevenções liberdade que não
tenham fundamentação. Artigo 31º habeas corpus.
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Em segundo lugar indo à segunda perna temos o artigo 32º CRP, são as garantias
do processo penal, em segundo lugar este artigo estabelece (nano código) o esqueleto
todo do processo. No nº2 é talvez a porta pela qual que devemos entrar no processo
penal, ou seja, este artigo tem definida a presunção de inocência. Este número 2 contem
também a garantia celebre. E significa que o arguido tem todas as garantias que este
precisa. Esta previsão do nº1 deste artigo diz-nos que se existir uma alteração ao
processo penal, esta alteração acaba por ser constitucional.
Neste artigo encontramos também normas distintas que nos diz 3 coisas
distintas, ou seja, diz-nos que o arguido tem o direito de ser assisto em todos os atos e
é obrigatória, e diz-nos que pode escolher o defensor e fazendo-se fazer acompanhado
por ele, mesmo que assistência não seja obrigatória. O código não pode distorcer esta
norma constitucional.
• nº1 - existindo uma lei ordinária que não consagre o direito ao recurso, esta
norma ainda que não seja detalhada consegue ter aplicação direta. Esta
previsão diz-nos também que se existir uma alteração ao código processual
penal que limite o direito ao recurso, esta alteração torna-se materialmente
constitucional.
• nº2 - presunção de inocência (“porta de entrada”)
• nº3 remete para o artigo 27 nº4 – diz-nos que o arguido tem direito a ser
assistido por defensor, diz-nos que a assistência por defensor é obrigatória e
diz-nos que o arguido pode escolher o defensor podendo-se fazer
acompanhar por ele sempre que queira, mesmo que a assistência não seja
obrigatória.
• nº4 - norma que nos vai dizer que direitos é que o arguido tem quando passa
a ser arguido.
• nº5 - a constituição não dá margem de manobra para conformar o tipo de
estrutura que o processo deve ter.
• nº7 - a própria constituição está mais preocupada com o arguido, liberdade,
processo mas também obriga o legislador ordinário a permitir a intervenção
do ofendido. Quando estamos em processo penal temos uma relação
triangular porque além do estado e do arguido temos também um terceiro
elemento que é aquilo que se chama o ofendido/a vítima/o assistente.
• nº8 - falamos na lógica da verdade e este artigo diz que existem limitações
quanto ao modo de se chegar a essa verdade.
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Os 3 e 4 do artigo 34º, remete para regulamentação ordinária, é uma projeção
de princípio, e temos uma norma direta que é o nº3 do artigo 34º CRP, não precisa de
uma norma ordinária para explicar os seus efeitos.
Alem destas normas temos outras que não estão naturalmente pensadas, tem
incidência necessária, naturalmente se aplicam, por exemplo, o artigo 20º da acesso
direito e tutela jurisdicional efetiva, temos outros exemplos 272º, 219º, 215º e 216º,
203º, 202º, 206º (refere as audiências dos tribunais) CRP, normas pensadas em termos
gerias e não no processo penal.
Segundo o artigo 12º nº2 da CRP, diz-nos que as pessoas coletivas são
reconhecíveis os direitos fundamentais que sejam compatíveis com a sua natureza.
Exemplo: da inviolabilidade do domicílio, em temos de pessoas coletivas pergunta-se
sobre o domicílio destas pessoas, será que esta tem este direito em termos de gerais ou
domiciliários? Temos a posição do tribunal constitucional que nos diz que o mesmo não
é extensível as pessoas coletivas, ou seja, não beneficiam do artigo 177º. Esta proteção
não é linear como nas pessoas singulares.
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Estrutura do processo penal
Se for sempre a mesma pessoa, não vai ser imparcial. Entendeu-se que era
necessário dividir a pessoa que acusa daquela que julga – Princípio da acusação. Em
termos liberais podemos discutir se faz muito sentido todas as novidades introduzidas
no processo penal na sua estrutura, ou seja, em termos de ser sempre a mesma
estrutura, ou a divisão da mesma.
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O código 1929 foi muito adaptado até 1987. A constituição já dava as grandes
linhas de como deveria ser o processo penal. Como por exemplo artigo 27ºnº3 aliena b)
CRP.
Há divisão entre entidade que acusa (MP) e a entidade que julga (juiz ou
tribunal).
Por outro lado, é importante perceber que existe a estrutura inquisitórias (ambas
as estruturas). Pensando na tutela de equilíbrios entre os interesses dos estados e os
direitos fundamentais, o modelo que temos e que o juiz não seja responsabilizado pelos
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fins do estado. O juiz não pode optar por exercer ou não esse direito da forma que lhe
apetece, tem de investigar.
Resumos complementares
Tem que ser compreendida como um novo percurso que começa no século XIII.
Objetivamente se não fosse o santo ofício da inquisição hoje dificilmente teríamos
processo. Quando o santo ofício nasce pretende-se legitimar o castigo daqueles que não
respeitavam a Igreja Católica.
Os inquisidores, e daí o processo que nasce daqui se designar ter uma estrutura
inquisitória, investigavam. Existindo confissão considera-se que todos os factos
alegados se consideravam provados.
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No fim do século XIX começa a verificar-se em termos políticos também um
crescimento dos estados autoritários. É um movimento que se verifica que começa em
finais do século XIX mas que se acentua em parte do século XX. Os regimes autoritários
não podiam aceitar uma estrutura acusatória do processo porque assentavam em ideias
opostas àquelas do Liberalismo.
Artigo 340º do CPP – este artigo vem dizer que o juiz investiga, ordena provas.
Atribui-se outra implicação em termos provatórios à presunção de inocência onde o
ónus da prova compete ao estado, este é que tem de reunir provas suficientes para o
arguido deixar de ter a presunção de inocência.
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07/10/2021
Sumário:
Aula:
16
Sistematização dos princípios é pensada de forma quadripartida:
Isto procura responder á pergunta de quem deve ter o impulso processual, como
deve ser a dinâmica processual, como deve ser produzida a prova e como se deve
orientar em termos de forma.
Artigo 219º nº1 da CRP (Ao Ministério Público compete representar o Estado e
defender os interesses que a lei determinar, bem como, com observância do disposto
no número seguinte e nos termos da lei, participar na execução da política criminal
definida pelos órgãos de soberania, exercer a acção penal orientada pelo princípio da
legalidade e defender a legalidade democrática)
‘’Se não passares a processo penal eu mato-te’’ ficamos cheios de medo, mas
com asar não passamos e a professora cumpre a sua promessa e mata, Rita irmã da Ana
também aluna de processo penal, Rita acaba por ter medo, como privados a professora
não seria punida, não faria sentido o inicio do processo ficar na indepencia do processo
penal.
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Artigo 53.º
b) Dirigir o inquérito;
Principio da oficialidade
Artigo 131º do CP (Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8
a 16 anos)
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Artigo 181º do CP (1 - Quem injuriar outra pessoa, imputando-lhe factos, mesmo
sob a forma de suspeita, ou dirigindo-lhe palavras, ofensivos da sua honra ou
consideração, é punido com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 120
dias. 2 - Tratando-se da imputação de factos, é correspondentemente aplicável o
disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo anterior)
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Princípio da legalidade
Nós não temos esse sistema, temos totalmente o oposto, o ministério publico
não tem margem de decisão quanto ao impulso inicial, a ideia deste principio é algo que
deve nos agradar a todos, todos os arguidos devem ser perseguidos criminalmente.
Artigo 262º nº2 do CPP – Não há margem de manobra para o ministério publico,
se ele sabe de um crime tem de abrir inquérito.
Em obediência á lei sempre que o ministério publico sabe de um crime ele deve
de abrir inquérito.
Artigo 283º nº1 do CPP (Se durante o inquérito tiverem sido recolhidos indícios
suficientes de se ter verificado o crime e de quem foi o seu agente, o Ministério Público,
no prazo de 10 dias, deduz acusação contra aquele).
Principio da legalidade
• Impulso inicial – 262º nº2 do CPP – o ministério não tem grande hipótese
• 280º do CPP
• 281º do CPP
Justiça permial ou negociada – vemos logo no impulso inicial dos EUA. Estão a
tentar abrir mas espaço para a negociação. Artigo 374º alínea b) do CP.
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Principio da acusação
Artigo 32º nº5 da CRP (O processo criminal tem estrutura acusatória, estando a
audiência de julgamento e os actos instrutórios que a lei determinar subordinados ao
princípio do contraditório)
O tribunal não pode por iniciativa própria investigar crimes, so pode intervir na
sequência do chamamento do ministério publico, implica também que o tribunal so
pode investigar dentro do objeto previamente dado pelo ministério público, significa
ainda que quem define o objeto do processo é o ministério públicos.
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Persecução Processual
Princípio da Investigação
• Inquérito – MP
• Instrução – JIC
• Julgamento – Tribunal
As escutas telefónicas têm que ser autorizadas pelo JIC. Não se pretende que o
JIC interfira a logica inquisitória do MP. Da mesma maneira quando o MP intervém nas
outras fases, não pode questionar a prova do tribunal, por exemplo.
Artigo 340º
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Princípio do Contraditório
• Em sentido amplo (Direito á audição ou defesa) – Artigo 32º nº5 da CRP – diz
que a pessoa tem o direito a ser ouvida relativamente a qualquer decisão que a
afeta
Como é evidente nem todos os princípios podem ter a mesma intensidade em todos
os momentos do processo penal.
Nós vemos que esta ideia de ser ouvido é fundamental para todos os sujeitos em
sentido geral, mas principalmente para o arguido. Em sentido amplo faz parte do
estatuto processual do arguido
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14/10/2021
Sumário:
Aula:
Princípio Suficiência
4 - O tribunal marca o prazo da suspensão, que pode ser prorrogado até um ano
se a demora na decisão não for imputável ao assistente ou ao arguido. O Ministério
Público pode sempre intervir no processo não penal para promover o seu rápido
andamento e informar o tribunal penal. Esgotado o prazo sem que a questão prejudicial
tenha sido resolvida, ou se a acção não tiver sido proposta no prazo máximo de um mês,
a questão é decidida no processo penal.
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Artigo 227º do CP (exemplo)
• Artigo 7º nº3 – tese que é falada pelo Prof. Figueiredo dias, tese do
conhecimento obrigatório que se traduz numa ideia de que no processo penal
não devem ser suscitados obstáculos à concentração e à continuidade do
processo penal ainda com a intenção da obtenção da verdade material.
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Princípio da celeridade e concentração:
Artigo 32º nº2 da CRP – justifica-se pelo interesse que as partes têm em termos
que a justiça não se arraste pelo tempo de forma demorosa. Dessa forma consegue
obter de forma não demorosa a realização dos fins do direito e as próprias sanções
penais.
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Prova processual:
No contexto do processo penal vigora a ideia da verdade material que visa apurar
a verdade histórica. Isto implica em primeiro lugar que a defesa, ou seja, o arguido não
tenha de produzir prova.
Em segundo lugar, a confissão não basta para que exista uma condenação e
neste sentido temos o artigo 344 do CPP.
Artigo 164 nº2 e 165 nº1 – existem prazos para se cumprir, o juiz oficiosamente
pode ordenar a junção desse documento porque considera que é relevante para a causa.
Neste sentido temos duas vertentes da verdade, a primeira que passa pela
reconstrução histórica das partes e depois uma segunda que vem consagrar os poderes
do juiz de investigar o facto que está naquele momento a ser sujeito a julgamento. no
âmbito do processo penal o ónus não existe, o arguido não tem que fazer prova que não
praticou o crime.
Assim, a verdade material tem um duplo sentido, por um lado é uma verdade
subtraída à influência do comportamento da acusação e da defesa e por outro lado
apesar de não ser uma verdade absoluta é uma verdade judicial prática e não uma
verdade obtida a qualquer custo. É a chamada verdade processualmente válida.
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Princípio da livre apreciação da prova:
Exceções ou limitações deste princípio – exemplo de que o juiz até pode ser filho
de uma pessoa que domine o assunto que se está a tratar, pode acontecer e não
acontecer e so perceber de direito. O que acontece é que o juiz como não tem
experiência para conhecer de um determinado assunto vai ter que estar obrigado
àquela que será a opinião dos outros. Na regra da livre apreciação da prova, a exceção
é a prova pericial, mas também a prova pericial tem uma exceção porque o juiz do
processo pode-se afastar daquele que é o entendimento do perito nas convicções
determinadas no artigo 163 nº2 com o 344º e 169º. Estes meios não fazem prova plena,
podem ser contrariados e por isso não bastam a si próprios.
Artigo 32 nº2 da CRP – todo e qualquer arguido é inocente até que exista uma
sentença transitada em julgado sendo que em caso de dúvida esta irá operar em
benefício do reu. O juiz pode não conseguir formular uma convicção, isto beneficia o
reu. Este princípio quer dizer que compete não ao arguido, mas sim ao estado produzir
prova que o arguido praticou efetivamente aquele crime. A prova é não dúbia, não deixa
dúvidas. Essa prova tem de ser suficiente para ilidir o princípio da presunção de
inocência. Este princípio constitui também um limite à livre apreciação do julgador. Este
princípio in dúbio pro reu vale em relação à prova da questão de facto e não quanto à
questão de direito.
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21/10/2021
Sumário:
Aula:
Forma processual:
Princípio da publicidade:
Por regra, as audiências acabam também por estar sob alçada desse mesmo
princípio e se existirem situações em que as audiências são fechadas isso tem a haver
com o artigo 18 nº2 da CRP. Estamos a discutir se a própria extensão do processo penal
deve ser publica.
Artigo 86 nº1 do CPP – vai para além do artigo 206º da CRP, artigo 86º nº6 do
CPP – ideia do direito da assistência: remete-nos para a ideia de se assistir aos atos
processuais que sejam considerados públicos.
Direito na razão – permite a quem assiste aos atos escrever sobre eles.
Princípio da oralidade:
Princípio que privilegia a forma oral sobre a forma escrita. Esta ideia tem a haver
que primeiro com o tipo de processo que é o processo penal.
No processo penal na vida real o artigo 96º nº1 do CPP indica o princípio da
oralidade dos atos, vem dizer que os atos devem ser orais. Este princípio prende-se com
outro princípio que é o princípio da livre apreciação da prova (artigo 127º do CPP).
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Princípio da imediação:
No fundo, o princípio da imediação significa que devo ter contacto direto que
servem como base à minha decisão. Significa que o juiz tem de ter acesso direto, tem de
conseguir relacionar-se com os elementos fundamentalmente de prova, mas que vão
servir à sua convicção.
O juiz tem de ter uma relação próxima com os participantes no processo. Tem de
ouvir os peritos por exemplo.
O artigo 357º nº1 do CPP tem duas situações – é o próprio arguido a pedir a
leitura dessas declarações; b) – sempre que o arguido preste declarações em frente a
alguma autoridade judiciária e saiba as implicações de prestar essas declarações, estas
declarações podem vir a ser lidas mais tarde em sede de audiência em julgamento. no
fundo, o que o legislador em 2013 fez foi precisamente por uma questão de eficácia do
processo penal abrir portas no sentido de serem aproveitadas declarações do arguido
prestadas em momento anterior, no entanto, impedindo que valham como confissões
por exemplo.
Artigo 127º do CPP – o nosso processo penal parte do pressuposto que o juiz é
uma pessoa com sensibilidade, é uma pessoa que sabe pensar, e portanto, só faz prova
aquilo que o juiz quiser que faça prova.
Artigo 139 do CPP – vem-nos dizer que se alguém pode dizer “o Alberto disse,
viu o Fernando a matar o Joaquim”, o tribunal não pode ouvir o Alberto, tem de ir ouvir
aquele que viu diretamente. Isto é o princípio da imediação.
Artigo 127º do CPP – problema da prova indireta – a prova indireta tem uma
característica que é muito usada na prática – sabemos que precisamente porque tem
contacto direto com a prova, o juiz tem ampla margem de discricionariedade, mas o juiz
pode também fazer uma coisa que é tem um facto e relativamente a esse facto tem
elementos provatórios. Este facto foi uma fotografia que mostra que no dia x estava a
chover. Ele pega neste facto e noutro facto que é x estava no sítio y na hora h, o juiz
infere através da conjugação do facto 1 e do facto 2 o terceiro facto e diz que x ficou
molhado (Facto 3), não tem elementos provatórios, não tem testemunhas não tem
nada. É um juízo de inferência que ele faz da conjugação de 1 ou mais factos para criar
outro facto. Ele pode fazer isto porque ele pode recorrer às regras da experiência.
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Os crimes têm uma parte subjetiva. A prova indireta é útil, mas pode ser perigosa
porque o facto não tem elementos provatórios.
Por vezes existem situações que podem ser vistas como manifestação de um
princípio e como limitação de outro.
31
28/10/2021
Sumário:
4.2. O Tribunal
Aula:
Sujeitos:
32
Todos os intervenientes são sujeitos processuais?
Tribunais
(Garantias e incompatibilidades)
33
Tipo de funções dos tribunais – artigo 211º da CRP, Lei (prof) e artigo 8º do CPP
– os tribunais competentes para julgar as causas penais são os tribunais judiciais
(comuns), não são tribunais especializados.
Princípio do juiz natural – Eu não posso criar tribunais ad hoc para julgar casos
penais, tem que estar determinado segundo as regras de atribuição de competências. É
uma espécie de uma imposição constitucional no sentido de existir regras de atribuição
de competências previamente exigidas.
Territorial
Funcional
Material
34
Competência territorial
(Regras gerais)
Artigo 20º, 21º e 22º do CPP – no casos destes crimes estamos perante situações
que a normalidade não se verificou, uma coisa que eles partilham é que diferentemente
do que acontece no artigo 19º do CPP, se olharmos para o nº3 do 20º (Para qualquer
caso não previsto nos números anteriores é competente o tribunal da área onde
primeiro tiver havido notícia do crime), o nº2 do 21º (Se for desconhecida a localização
do elemento relevante, é competente o tribunal da área onde primeiro tiver havido
notícia do crime) e o nº1 do 22º (Se o crime for cometido no estrangeiro, é competente
para dele conhecer o tribunal da área onde o agente tiver sido encontrado ou do seu
domicílio. Quando ainda assim não for possível determinar a competência, esta
pertence ao tribunal da área onde primeiro tiver havido notícia do crime), o legislador
prevê um critério de conexão principal, como também para ter certeza que cobre tudo
prevê o critério supletivo que é o lugar onde primeiro tiver havido notícia do crime.
A exceção é o artigo 23º do CPP (Se num processo for ofendido, pessoa com a
faculdade de se constituir assistente ou parte civil um magistrado, e para o processo
devesse ter competência, por força das disposições anteriores, o tribunal onde o
magistrado exerce funções, é competente o tribunal da mesma hierarquia ou espécie
com sede mais próxima, salvo tratando-se do Supremo Tribunal de Justiça)
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Exercício:
Porto Gaia
A B
TIC TJ TEC
3º instância - STJ
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Tribunal de Júri
1. O júri, nos casos e com a composição que a lei fixar, intervém no julgamento
dos crimes graves, salvo os de terrorismo e os de criminalidade altamente organizada,
designadamente quando a acusação ou a defesa o requeiram.
2 - Compete ainda ao tribunal do júri julgar os processos que, não devendo ser
julgados pelo Tribunal singular e tendo a intervenção do júri sido requerida pelo
Ministério Público, pelo assistente ou pelo arguido, respeitarem a crimes cuja pena
máxima, abstractamente aplicável, for superior a oito anos de prisão.
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Tribunal Coletivo
Artigo 14º nº1 do CPP - Este tribunal tem coincidência com o tribunal de júri na
matéria do objeto, não obstante este tribunal tem outra competência material própria
em razão do objeto – artigo 14º nº2 alínea a) do CPP, diz-nos que o TC é igualmente
competente para julgar crimes dolosos, agravados pelo resultado, quando o elemento
d tipo for a morte de uma pessoa (artigo 19º nº2 do CPP), há uma diferença nestes 2
artigos, aplica-se a crimes de sangue negligente (no artigo 19ºnº2 do CPP) o 14º nº2
alínea a) do CPP não se aplica estes crimes de sangue negligente, o âmbito de aplicação
não é o mesmo, não é por ser crime de sangue que é da competência do TC
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Tribunal singular
Este tribunal tem apenas 1 juiz, este tribunal tem competência material própria
estabelecida no artigo 16º nº2 alínea a) do CPP, são crimes contra a autoridade
publica, são crimes que pertencem ao tribunal singular. Este tribunal tem competência
em termos do processo (alínea b)), relativamente a todos os crimes sejam puníveis
igual ou até 5 anos.
Artigo 16.º
c) (Revogado.)
39
NOTA:
TJ
8 anos
TC
5 anos
TS
Voltando á matriz
40
Em termos de conexão
(Casos de conexão)
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Resumos complementares:
Artigo 8º e ss do CPP
A vítima e as partes civis – a vítima desde logo nem sequer tem o poder de
intervenção ativo, só como vítima (artigo 67º A do CPP) é um interveniente de processo
que tem direito a ter e a dar informação.
Da mesma maneira, as partes civis também constam deste artigo, tem poder de
intervenção, mas são exclusivamente limitados à questão civil.
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Tribunais
As normas constitucionais relativas aos tribunais que são gerais, tenho de ter em
linha de conta o artigo 203º e 216º da CRP porque o primeiro consagra o princípio da
independência e o segundo o princípio da irresponsabilidade.
• Territorial
• Funcional
• Material
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Competência territorial:
Depois de fazer esta operação, chegar à conclusão de que Portugal tem jurisdição
é que podemos ver o tribunal territorialmente competente.
A segunda coisa é que nós até para conseguirmos respeitar o princípio do juiz
natural temos de observar também duas coisas: não basta eu ter regras de competência,
essas regras têm de ser claras, tem de perceber qual o tribunal concretamente
competente, ou seja, isto por um lado é o princípio da determinabilidade e por outro
lado o principio da fixação da competência.
Artigo 19 nº2 do CPP – é uma regra especial em que faz a operação inversa ao
artigo 19 nº1 do CPP, escolhe como critério de conexão o lugar da ação e não o lugar da
consumação.
Da maneira como está redigido o artigo 19 nº2 do CPP está redigido de forma
ampla, significa que se aplica aos crimes por ação, omissão, dolosos como aos crimes
negligentes, ou seja, todos os crimes independentemente da sua subjetividade, que
tenham como elemento do tipo a morte de uma pessoa devem ser julgados no lugar da
ação.
Se olharmos para o nº1, nº2 ou nº4 estão em causa o que se designa de crimes
instantâneos.
44
Se for um crime de sequestro não é um crime instantâneo.
Artigo 20º, 21º e 22º do CPP – no caso de qualquer um dos três estamos perante
situações em que aquilo que é a normalidade não se verificou, crimes de localização
desconhecida, crimes praticados no estrangeiro, neste último caso temos de ter
verificado que Portugal tem competência para julgar.
No caso das embarcações fala-se como critério de conexão o porto para o qual a
embarcação se dirige.
O que o artigo 23º nos diz é que quando um magistrado possa vir a intervir no
processo não quer dizer que ele venha a intervir diretamente, pode intervir como parte
interessada, como assistente, o processo tem de sair desse tribunal. Pelo artigo 19 nº2
o processo ia parar ao Porto para perceber se tínhamos de aplicar a regra do artigo 23º
e aplicando este artigo vai para a comarca imediatamente ao lado, ia ser julgada na
comarca de gaia. Este artigo é objetivamente um desvio ao princípio do juiz natural. De
qualquer das maneiras o que esta em causa com mais força é a garantia do princípio da
imparcialidade.
Competência funcional:
45
Competência material:
Artigo 11º nº3 e 12º nº3 – o artigo 12º tem a haver com o tribunal da relação,
aqui trata-se de estar em causa um magistrado, se um magistrado começar a dar tiros a
B, esse magistrado vai ser julgado pelo tribunal da relação.
Além desta competência qualquer crime desde que a sua moldura penal seja
superior a 8 anos de prisão. Tem competência material em relação da natureza do
processo. Tem a haver com a moldura penal ser mais grave
Este tribunal não funciona sempre. O nº3 do artigo 13º explica quem e quando
pode requerer a intervenção deste tribunal. Ministério publico, assistente e arguido. Se
algum destes sujeitos quiser a intervenção do tribunal júri tem de pedir.
46
Artigo 14º nº2 b) do CPP – em razão da natureza – moldura penal
Tribunal que tem apenas um juiz. Esse tribunal tem a competência material
própria estabelecida no artigo 16 nº2 a). São os crimes de desobediência, contra a
autoridade pulica, são crimes que em termos de matéria pertencem ao tribunal singular.
Tem competência em termos de natureza do processo relativamente a todos os crimes
que sejam puníveis com pena até ou igual a 5 anos.
Artigo 16º – a pena vai até aos 8 anos de trafico de droga. O MP quer chegar aos
maiores traficantes de droga, quer convencer o traficante que apanhou a colaborar com
ele. O artigo 16 nº3 é diferente porque contrariamente aos restantes trabalha com a
determinação da competência em concreto, naquele caso. Quem vai determinar a
competência do tribunal é o próprio ministério publico. O tribunal singular não tem
competência para julgar alguém com pena superior a 5 anos.
Quando temos uma ação que origina vários crimes, a lógica do processo penal é
que a cada crime corresponde um processo.
Artigo 24º do CPP – concentra num tribunal aquilo que seria a competência
eventualmente de vários. Estabelece um sistema de congregação dos vários crimes num
único processo estabelecendo diversos critérios de conexão. Sistema de concentração
obrigatório.
Artigo 24º nº1 – tem 5 critérios de conexão relativamente aos quais eu tenho de
juntar os processos.
47
04/11/2021
Sumário:
Aula:
Tribunal singular: Artigos: 16º nº2 alínea a do CP, 137º do CP, 16º nº3 do CP;
Tribunal de júri: Artigos: 240º do CP, 308º do CP, 13º nº1 do CP, 202º do CP, 14º
nº2 do CP;
Tribunal coletivo: Artigos: 14º nº1 do CP, 14º nº2 alínea b, 240º do CP, 207º da
CRP;
O artigo 13º nº1 do CP, vem nos dizer que são crimes contra o estado, contra a
integridade pessoal e fulcral – tribunal de júri.
O artigo 14º nº1 do CP, todos os que estão previstos no tribunal de júri, artigo
240º e ss do CP – tribunal coletivo. * artigo 207º da CRP.
48
Para o tribunal coletivo – artigo 14º nº2 alínea b – (+ 5 anos de prisão).
Quadro:
240º e ss do CP
Crimes de desobediência 240º e ss do CP
308º e ss do CP
16º nº2 alínea a) 308º e ss do CP
13º nº1
Competência material própria
20º
Terrorismo e criminalidade
organizada (pode causar
insegurança ao júri)
207º da CRP
16º nº3
210º do CP
49
Conexão:
Tendo em conta é que o ideal é que o juiz saiba a história toda, o artigo 24º
estabelece a logica da conexão obrigatória.
Artigo 24 do CPP – por razoes de uma melhor justiça, quando há um caso com
vários crimes, este caso é melhor apreciado se o juiz souber a historia toda do que o
fragmento de cada crime. Por isto mesmo, o legislador teve em conta que o juiz conheça
a história toda. Este artigo estabelece a logica da conexão obrigatória.
(Casos de conexão)
50
Artigo 29.º
A partir do momento que a conexão funciona temos de perceber qual vai ser o
tribunal competente para julgar os diferentes crimes.
Artigo 27º e 28º – temos 2 critérios distintos. O artigo 27º fala de tribunais de
diferente espécie, o artigo 28 fala de tribunais da mesma comarca. O artigo 27º aponta
para a logica da competência material.- o artigo 28º aponta para uma logica de
competência territorial. Podemos ter por um lado 2 tribunais coletivos da comarca do
porto a julgar dois crimes que podem ser conexos. Por isso mesmo temos de perceber
como fazemos uso de cada um dos critérios.
51
Artigo 28.º - CPP
(A) Tribunais competentes que são de diferentes especiais (TS, TC, TJ), sendo este
o caso se estiver a funcionar o tribunal coletivo do porto e o singular de gaia, o que vai
ser competente para julgar os 2 crimes, vai ser competente o tribunal coletivo do porto,
no exemplo acima referido.
52
Artigo 30.º - CPP
Se for um tribunal incompetente a julgar casos isso significa que esse julgamento
não pode ser aproveitado
53
Distinção entre competência material e territorial
Artigo 32 nº1 – prazo amplo para conseguir resolver o problema antes que o
mesmo já não seja suscetível de resolução. Enquanto n houver solução definitiva o
processo possa passar para o tribunal competente e conseguir-se uma decisão valida
Mas encontramos uma distinção entre o teor do nº1 e 2 do artigo 32º do CPP.
Porque a alínea e) do artigo 119º diz-nos que a incompetência dos tribunais é nulidade
insanável sem prejuízo do artigo 32º
O legislador vem nos dizer que se a competência territorial não for arguida até
aos momentos indicados nº2 do artigo 32º fica resolvida por si mesma, já não pode ser
invocada. Enquanto o legislador não admite em ter mateiras, mas entende em termos
territoriais. Basicamente o juiz diz que o vicio não é tão grave em competência territorial
combinado o artigo 32º e o artigo 119º alínea e) do CPP.
Artigo 34.º
54
Tramitação dos conflitos de competência
Razões pessoais (artigo 39) – razoes pessoais em função das relações pessoais
do próprio juiz (ser pai, filho, casado) e temos razoes processuais porque o juiz pode
quer em função de razoes pessoais (familiares com interesse no processo) quer porque
ele próprio participou naquele processo como procurador por exemplo, por essas razoes
esse juiz está impedido de ser juiz no caso concreto. O tribunal continua a ser
competente, o juiz x é que já não pode ser juiz naquele processo. As razoes processuais
estão no artigo 40º – estabelece o caso de intervenção do juiz no processo.
Enquanto que no contexto do artigo 39º o que está em causa é o juiz não ser
imparcial porque tem relações pessoais esteve envolvido no processo de outro ângulo,
no artigo 40 é porque o juiz enquanto juiz já esteve em contacto com o processo. O juiz
não pode ter nenhuma opinião formada, não pode ter tido contacto com o processo.
Não pode ter visto, ouvido, conhecido. Tem de entrar sem opiniões previas de qualquer
espécie formadas.
Estas normas dos artigos 39 e seguintes servem para podemos partir do princípio
da confiança do juiz porque sabemos que os juízes estão sujeitos a estes impedimentos.
55
O regime dos impedimentos parte do pressuposto que se garante a confiança do
papel do juiz. Isto quer dizer que o juiz deve ter ele próprio ser o primeiro a declarar-se
impedido (artigo 41º nº1 do CPP). Todavia temos juízes que não se lembram ou acham
que não interessa.
Artigo 42º – quer seja por impulso do juiz quer seja através de pedido, a
declaração do juiz que se encontra impedido é uma decisão final e definitiva.
Quando estamos aqui significa que não se verifica nenhuma das causas de
impedimento explicitadas elencada nos impedimentos.
Só posso pedir a recusa de um juiz. Um juiz nunca pode pedir a sua recusa, só
pode pedir a sua escusa. As razoes são as mesmas. Haver um motivo grave e sério que
possa por em causa a questão da imparcialidade do juiz.
56
Impedimento
Artigo 39.º
(Impedimentos)
3 - Não podem exercer funções, a qualquer título, no mesmo processo juízes que
sejam entre si cônjuges, parentes ou afins até ao 3.º grau ou que vivam em condições
análogas às dos cônjuges.
57
Artigo 40.º
Artigo 42º do CPP – essa decisão de não se considerar impedido, esta decisão é
suscetível de recurso para o STJ (direto)
58
Recusas e escusas
Artigo 43.º
(Recusas e escusas)
3 - A recusa pode ser requerida pelo Ministério Público, pelo arguido, pelo
assistente ou pelas partes civis. – Logica de recusa
Exemplo: o Juiz namorou com a arguida (sem viver junto), para todos os efeitos
não está impedido por lei, mas pode ser posto em causa a sua imparcialidade.
A razão que leva ao pedido de escusa ou recusa é o mesmo tipo de razão, haver
motivo grave e serio que possa por em causa a imparcialidade do juiz – suspeita-se da
imparcialidade do juiz.
Quando temos um destes motivos depois temos que fazer a tramitação objetiva,
artigo 44º e 45º
59
Artigo 44.º
(Prazos)
Artigo 45.º
(Processo e decisão)
60
Artigo 47.º
Artigo 54.º
61
Ministério Publico
(Funções e estatuto)
Artigo 48 - CPP
(Legitimidade)
Não tem funções judiciais, partilha com outras entidades, no artigo 1º alínea d)
do CPP, partilha com o juiz o estatuto de autoridade judiciaria, só que nós não
conseguimos colocar na mesma teoria de separação de poderes, não pode ser integrada
no poder executivo, é um órgão de administração de justiça.
62
11/11/2021
Sumário:
4.4.1. O Arguido
4.4.2. O Defensor
Aula:
O direito de queixa está no código penal, porque é através dele que sabemos
quais são os crimes públicos, semipúblicos e particulares. O MP está onde estiver de
estar.
63
Na titularidade do direito de queixa:
Estes titulares do direito de queixa, por regra geral tem um prazo, que é de 6
meses.
Artigo 116º nº1 do CP – Fala em renuncia e em desistência, quer uma quer outra
pressupõe que esteja a tempo, não posso renunciar a um direito que não tenho.
Nº4 – quando se trata de pessoa que cujo direito de queixa tenha sido exercício
em seu nome, quando fizer os 16 anos poder ter voz ativa.
Artigo 285º do CPP – continua a ser o MP a investigar e a ser ele a ter uma palavra
da suficiência.
64
O MP não trabalha sozinho, ele trabalha com os órgãos de polícia criminal (OPC),
e define no artigo 1º alínea c do CPP – as OPC têm competências próprias, fase ao que
vemos no artigo 55º do CPP e no artigo 1º da alínea c do CPP, as polícias são o “braço”
dos procuradores, vão coadjuvar com o MP sobre a sua dependência funcional. Os OPC
como trabalham sobre a dependência funcional, mantêm a sua autonomia técnica e
tática. O que o código quer é que os OPC deixem de ter iniciativa própria, pois têm
iniciativa própria até ao início do processo penal.
Artigo 55º nº2 do CPP – (sublinhar o artigo 56º do CPP), têm iniciativa própria
nas medidas cautelares e de polícia. Tem de ser analisado de forma restritiva.
Artigo 60º do CPP confrontado com o artigo 1º alínea e do CPP – dá-nos aquilo
que é a posição processual do arguido que é um sujeito que lhe são atribuídos direitos
e deveres. O suspeito não tem garantias do que qualquer um de nós, artigo 24º e 32º
da CRP.
Artigo 57º, 58º (imposição legal) e 59º (vontade do próprio – nº2) do CPP;
O importante é o artigo 57º nº1 do CPP – alínea b – só pode ser aplicada medidas
de coação, a alguém que tem a qualidade de arguido, quando passo de um mero indício
(artigo 1º alínea e) e começa-se a ter uma ideia mais fundada que foi aquela pessoa que
cometeu o crime, essa pessoa foi chamada para fazer declarações.
Quando for levantado o auto de notícia, seja identificada a pessoa, deve de ser
constituído como arguido.
65
Nº5 – vem dar o “castigo”.
Arguido:
Direitos:
Alínea g – direito de intervenção, uma coisa é dizer que o arguido não tem
nenhuma obrigação de provar a sua inocência.
Alínea j – direito ao recurso, conjunto direito que pode ser decomposto em:
Direitos de intervenção; Direitos de defesa; Direitos de garantia;
Artigo 13º nº2 do CPP – um dos direitos que o arguido tem é requerer a
intervenção do tribunal de júri.
Deveres:
• Poder de comparência;
66
Defensor:
Artigo 63º do CPP – vem indicar que o defensor se encontra investido nos
direitos que a lei reconhece ao arguido, pode querer a abertura de instrução, interpor
um recurso. Não apaga a supremacia do arguido. (nº2)
Artigo 64º do CPP – os atos que o defensor tem que estar presente. Os atos em
que o arguido pode estar sem assistência do defensor, são os causos residuais. Podemos
ter um defensor que apresente assistência a diversos arguidos, mas o sentido de defesa
tem de ser coincidente.
67
18/11/2021
Sumário
4.5. O Assistente
4.5.2. O assistente
Aula:
Sujeitos (continuação)
Assistente:
1ª base – ofendido
3ª base – assistente
4ª base – lesado
68
Artigo 69 nº1 do CPP – posição processual onde o assistente é arrumado.
Significa que o assistente no fundo está do lado de quem quer ou tem de produzir
prova.
O arguido não tem de produzir prova alguma, pode pedir que ela seja produzida.
Artigo 68 nº4 do CPP – tem de haver decisão por parte do juiz sobre o pedido de
participação do assistente, não é automático, pode ser infundada a razão, o arguido
pode opor-se
Artigo 69 c) do CPP
Artigo 68 nº3 do CPP – temos uma regra geral, especial e temos a alínea c).
Se olhar para o nº2 do artigo 68º para o caso dos crimes particulares e porque o
processo depende da constituição como assistente estabelece um prazo – se eu não
tiver assistente não tenho processo penal. Se a pessoa não se constituir como assistente
neste prazo, o processo não pode continuar, morre.
69
Alínea c) – a lógica da constituição do assistente é que se possa participar o mais
cedo possível. O que significa que a ideia não é que o assistente apareça no fim do
processo. É que apareça acabado o inquérito. Não se devia limitar a participação do
assistente dai aparecer esta alínea. Já passamos a fase de inquérito, instrução, já
passamos a fase de julgamento, temos uma decisão e só depois da decisão é que
aparece o assistente para interpor recurso dessa decisão. Não há qualquer colaboração
com o MP.
O artigo 65º do CPP era um artigo que nos dizia expressamente que o princípio
geral era de cada arguido cada defensor.
O nº2 permite que possam existir vários advogados. No entanto, aqui mostra-se
a diferença de estatuto pessoal entre o arguido e o assistente.
Não obstante a ideia do artigo 69º nº1 do CPP, o assistente é autónomo, não
recebe ordens do MP, é autónomo no sentido daquilo que é a sal conduta processual, a
prova que da, a prova que pede, como a gere.
70
25/11/2021
Sumário:
5. O objecto do processo
5.2.1. Inquérito
Aula:
Ex: A mata B. B é pai de A. Temos aqui dois factos simples. Mas este facto tem
para nós outro significado, que é dizermos que estamos perante um homicídio
qualificado porque mata o pai.
Temos 3 fases no processo penal, e estes factos não tem sempre a mesma força
ao longo do processo.
O arguido tem factos que lhe estão a ser imputados e ele tem de preparar a sua
defesa.
71
O objeto do processo ganha importância na estrutura acusatória do processo,
porque se pensarmos nas contraordenações a entidade que investiga, acusa e que julga.
Isto faz com que o meu âmbito de conhecimento dos factos seja fluido. Confrontando
isto com o direito de defesa do processo penal, este modelo em que os factos podem
flutuar colide com o direito de defesa. No processo penal quem acusa não julga. Se o
objeto está fixado, o tribunal só pode pronunciar-se sobre esse objeto.
O tribunal ainda que possa investigar só pode investigar destro deste objeto que
lhe foi dado – princípio vinculação temática.
Princípio ne bis in idem – ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pelos
mesmos factos.
• Princípio da identidade
• Princípio da estabilidade
• Princípio da indivisibilidade
• Princípio da consunção
72
Princípio da identidade:
Eu posso ter duas mulheres em termos de género e estas não são iguais.
Eu não posso ter um conjunto de facto que seja de crime de furto, e este não
pode acabar como um conjunto de factos de homicídio. Tem de haver uma identidade
entre os factos.
Princípio da estabilidade:
Não é indiferente a ordem através do qual os factos são feitos. Isto significa que
os factos têm uma certa sequencia logica unitária.
Temos de ter também em atenção não só a sequência dos factos como também
o tipo de factos.
Princípio da indivisibilidade:
Princípio da consunção:
73
Momento de fixação do objeto do processo:
Uma das coisas que temos de perceber na fixação do objeto do processo é que
o processo tem 3 fases, temos de tratar o problema da fixação no caso dele existir.
Artigo 262º nº1 CPP – vem dizer que o inquérito, na pendência da sua duração
o objeto do processo é livre, ou seja, não vem nada de trás.
Este arquivamento tem algum efeito definitivo? – a resposta vem no artigo 279º
nº1 CPP, que diz que se surgirem indícios novos o processo será reaberto.
Aqueles factos não tem a virtualidade de ter relevância para efeito do caso
julgado, não fecham.
Esta decisão na medida que pode ser anterior a uma acusação tem a virtualidade
de fixar um certo número de factos, principalmente se se aplicar o efeito de caso
julgado, ou seja ficar fechado.
Olhando para o artigo 280º CPC temos a fixação do objeto - momento em que
se escolhem os factos. Alem disso é uma decisão em relação ao qual a decisão tem a
caraterística de caso julgado conjugado, ou seja, não é possível a impugnação,
interligada com o princípio ne bis idem.
Existe outra forma de encerrar o inquérito que é o artigo 283º CPC que é a
acusação. Este artigo é o momento de fixação do objeto do processo em fase de
inquérito. Quando o MP cristaliza um conjunto de factos e avança para a próxima fase.
Isto diz-nos que é a peça relativamente ao qual se fixa o objeto, e não é definitiva, não
produzindo efeito de caso julgado. Tendo-se este efeito apenas na decisão judicial.
74
Fase de Instrução:
Para chegar à fase de instrução não podemos estar no âmbito dos artigos 280º
ou 281º porque o caso morre logo ali, não avança.
No caso em que não há factos, aqui a logica é diferente: quem vai fixar o objeto
do processo para efeito da fase de instrução é o assistente através do requerimento de
abertura de instrução. – Tribunal de instrução criminal.
Artigo 303º nº1 CPP – diz nos que ou há uma acusação, ou no caso de não haver
acusação temos o arquivamento.
Nº1 – o objeto que já fica fixado para a fase de julgamento é o objeto constituído
por factos constantes no despacho de pronuncia.
75
A fixação do objeto em fase de julgamento:
Basta vermos a ressalva da parte inicial, “sem prejuízo do regime aplicável”, para
percebermos que esta aparente latitude do tribunal esta condicionada com o princípio
da vinculação do objeto.
Antes de entrarmos no âmbito das alterações, temos de perceber o que não são
alterações. Para efeito de alterações temos de perceber que estamos de falar de factos,
e não de direitos. E aqui factos são acontecimentos da vida real (ex: estarmos sentados
na sala).
1. A mata B
2. B era pai de A
3. B pediu a A
5. B estava a sofrer
76
Outro exemplo paradigmático é: A está a ser julgado por homicídio e aparece
uma testemunha C, a dizer que afinal A não só tinha dado veneno ao pai como a tinha
violado a seguir.
A violação tem alguma coisa a ver com o grupo de factos? Não, é uma coisa à
parte.
Imaginemos que esta mesma testemunha depois diz que teve um caso com B e
por isso é que estava lá em casa e foi violada por A. Aparece o defensor de A e apresenta
um bilhete de avião para o brasil e não ter estado em casa. Isto não tem nada a ver com
o grupo de factos, apenas esta ligado à credibilidade da testemunha.
77
02/12/2021
Sumário:
Aula:
Regime legal
Temos estes dois momentos fundamentais para saber como aplicar o regime.
o Instrução – 303º
78
Quando a alteração dos factos tenha como efeito ou imputação de crime diverso
ou a agravação da moldura penal máxima é uma alteração substancial dos factos.
Regime
Fase da Instrução
79
Casos Práticos
1- Facto: A mata B
NOTA: Não confundir este regime do nº4 com os exemplos da última aula que
dizia que não eram alteração dos factos, exemplo: A está em inquérito a ser acusado
por furto e aparece em sede de instrução uma testemunha a dizer que o viu a furtar e o
fui a violar, em termos práticos acontece a mesma coisa, o MP toma conhecimento do
facto, mas a circunstância dele ter de proceder pelo fato de violação não decorre do nº4,
decorre das leis gerais e princípios.
80
Fase do julgamento
81
Casos Práticos
o O tribunal singular não pode julgar mesmo que todos estejam de acordo.
Não pode determinar o fim da instância.
82
Artigo 358º nº3 do CPP (O disposto no n.º 1 é correspondentemente aplicável
quando o tribunal alterar a qualificação jurídica dos factos descritos na acusação ou na
pronúncia) - Alteração da qualificação jurídica – É um dos temas mais debatidos na
doutrina e na jurisprudência.
83
Casos Práticos
84
Resumos Complementares:
Regime legal, a sua aplicação. Duas modalidades, mas com o mesmo âmbito no
que toca a alteração, quando há alteração dos factos e deixa de fazer sentido aplicar o
regime.
Artigo 1º f), efeito pode surgir de outras circunstâncias não sendo esta alteração
(quando um facto não se altera apenas não se prova), se interpõe um facto que quebra
a identidade do próprio objeto, aquilo que era compreendido como unidade intencional
difere e gera-se uma problemática jurídica. delimitação positiva da alteração
substancial. (ex.: matar um qualquer para ser seu pai porque alguém o vem evidenciar)
– imputação de crime diverso ou alteração agravada da moldura penal, quebra de
identidade.
Mas pode não ser substancial, uma delimitação negativa, há alteração dos factos
(como ponto de partida) mas na implica a imputação de crimes diversos desde que não
implique uma agravação dos limites da moldura penal – desde que não implique a
anterior, é não substancial. (ex.: mudança de hora do crime, mexe com os factos mas
não implica que se altere o crime), não se dá uma quebra da identidade.
Alteração substancial, nº3, significa que o facto adicionado não pode ser
considerado pelo juiz, no entanto ao surgir não implica a extinção da instancia. Ou seja,
o processo continua, mas, basicamente, o “facto desaparece do processo”, não pode ser
considerado, mantém-se o crime original. (ex.: de descobrir que o morto é pai, não
altera, é apenas julgado por morte de pessoa)
85
O legislador muda a questão da balança, equilibra de outra forma, usando
apenas o princípio da vinculação temática com o direito de defesa (desiste da verdade
material)
• Facto Não Autonomizáveis – factos que podem agravar o crime mas que
por si só não contam crime nenhum, isoladamente não tem relevância
nenhuma (ex.: ser pai, agrava o homicídio mas por si só não é crime ser
pai)
Ex.: de furto passa para roubo por descobrir que teve lugar uma ameaça
(alteração substancial), não entra, em fase de instrução. Mas como tem relevância
penal, segue-se o nº4 e a sua comunicação vale como denuncia e o MP abre um novo
inquérito usando essa “violência” como objeto. – NÃO CONFUNDIR QUANDO NÃO HÁ
ALTERAÇÃO DOS FACTO, MAS INTRODUÇÃO DE OUTROS CRIMES AO MESMO AGENTE
(não se aplica o mesmo regime – aqui decorre das regras gerais do conhecimento do
crime)
86
Por ser uma fase distinta, o nº3 apresenta uma norma excecional ao regime na
fase de julgamento, se todos os sujeitos processuais tiverem conscientes do novo facto
e tiverem de acordo, o facto vai ser tido em conta (apesar de saberem que não tem), vai
ressalvar a decisão do arguido sob a sua própria situação processual. Ou seja, da a
possibilidade ao arguido de optar por o incluir como forma de vantagem à inclusão
desse facto que vai quebrar a identidade do objeto.
A inclusão do facto não pode acontecer se, e como não pode determinar a
extinção da instância, determine a incompetência do tribunal, assim não pode ser
admitido o facto.
Não vai contra os direitos de defesa e portanto, nº4, quando todos concordam
com a inclusão do facto, o arguido tem um prazo até 10 dias para de pronunciar, sendo
um mecanismo de segurança para o arguido.
O tribunal pode achar que não é o mesmo “crime”, no entanto não há alteração
dos factos, mas implica que se saiba para o direito de defesa (e diferente defender-se
de um crime de maus-tratos ou de um crime de violência doméstica). – é uma
qualificação jurídica diferente. Muda-se a qualificação do objeto, não quer dizer que
haja ou não factos novos, apesar de poder ser alterados por eles.
87
09/12/2021
Sumário:
Aula:
Fases Processuais:
Fase Preliminar, Artigo 241ºss (não é bem uma fase do processo é apenas o
conhecimento do crime não conta como fase)
88
Arquivamento em caso de dispensa de pena, Artg 280º mais 74ºCP, quando é
um crime com pena inferior a 6 meses ou multa até 120 dias, o tribunal declara o
arguido como culpado pelo 74ºCP, pode não aplicar pena se a ilicitude for diminuta e
tiverem sido reparados os danos, então o juiz pode arquivar o processo em concordância
com o MP e o Arguido. – Não é suscetível de impugnação porque descende de um
acordo das partes do processo. Declara o fim do processo.
Despacho de Acusação, Artg 283º nº3, proferido pelo Ministério Publico, nº1
prazo de 10 dias. Par serem considerados indícios suficientes o os dispostos do nº2. Com
o Artg 267º - e 97º. Termina o inquérito segue o processo. Até 285º
Prazos, Artigo 276º, o prazo regular é de 6 meses quando o arguido tiver sido
preso ou privado da sua liberdade (se estiverem detidos domiciliariamente conto igual),
e de 8 meses para se não tiverem. Estes prazos podem ser alargados nº2 e nº3. Inicia-se
nos termos do nº4 – Inicio do inquérito (com o 57º e 58º)
89
Segue a seguir a um despacho de pronuncia ou de acusação (dependendo da
fase), e é uma fase obrigatória.
• Regras gerais
• Atos introdutórios
• Produção de prova
• Documentação da audiência
90
16/12/2021
Sumário:
Em especial:
1. O flagrante delito
2. A denúncia anónima
3. O RAI
4. O saneamento
Aula:
A tramitação processual:
Artigo 255 do CPP – diz-nos que o flagrante delito está associado à detenção.
Artigo 256 do CPP – vem-nos dar no nº1 e nº2 a teoria dos círculos – o flagrante
delito é aquilo que se pode designar de uma forma qualificada de obtenção da notícia
do crime.
O legislador acha este conceito do artigo 256 nº1 do CPP redutor, quer alargar
as possibilidades de intervenção direta.
Artigo 256 nº1 2ª parte – quem entra em cena vê uma pessoa que estando perto
de um cadáver afogado em sangue com a arma na mão, a ideia é que o crime acabou de
ser cometido. Neste segundo segmento temos uma lógica de se presumir que o crime
foi praticado por aquela pessoa, já não há a certeza.
Artigo 256 nº2 do CPP – quando percebe que tem a arma do crime e foge sendo
inocente.
A partir daqui temos duas situações do artigo 255 do CPP – vemos que o artigo
255 do CPP não faz distinção, para todos os efeitos este artigo diz que qualquer uma
destas variações é admissível para efeitos de detenção. Só posso privar alguém da
liberdade no contexto de uma detenção imediata se o próprio crime relativamente ao
qual o flagrante delito permite isso. Se um crime for punido com pena de multa, ainda
que possa haver flagrante delito, não pode haver detenção por flagrante delito.
91
Temos duas alíneas – nenhum cidadão pode ser privado da sua liberdade.
Portanto, o artigo 255 constitui uma causa de justificação a dois tipos: em 1º lugar dá
uma legitimação às forças policiais e a 2ª coisa é a alínea b) em que qualquer cidadão
(causa de justificação prevista fora do processo penal) pode deter o suspeito da prática
de um crime em contexto de flagrante delito só que esta causa de justificação não é
elástica, ou seja, é restrita, só se dá permissão ao cidadão deter pelo tempo necessário
para entregar o detido às autoridades.
Porque é que os cidadãos podem deter sendo que temos polícias? – um cidadão
pode fazê-lo ao abrigo do artigo 1 da CRP “empenhada na construção de uma sociedade
livre, justa e solidária”. Em termos de processo e como estamos numa lógica de uma
sociedade livre justa e solidária os próprios cidadãos devem contribuir para a realização
de justiça por isso é que os cidadãos podem deter. Há muitos estados em que a detenção
civil não é possível (exemplo: estados autoritários).
Artigo 58 do CPP – a partir do momento (nº1 c)) que há flagrante delito, além da
autoridade judiciária que apanha o flagra tem de fazer um auto de notícia, tem de
imediatamente constituir a pessoa detida como arguida. É um dos efeitos também do
flagrante delito.
92
Há aqui uma variação porque quando temos o princípio da oficialidade significa
que a obrigação do MP é perante uma notícia de crime que tem alguma base para
confirmar o ponto de partida, tem uma pessoa, um interlocutor, o denunciante que está
identificado. No caso da denúncia anónima, o MP não pode imediatamente promover à
abertura do inquérito, o MP primeiro tem de perceber se aquela denúncia anónima tem
sustento suficiente para dar origem a um inquérito ou se pelo contrário se trata de uma
denúncia caluniosa. Não há aquele automatismo que conhecemos nas denúncias
identificadas dos crimes públicos. Quer dizer que a denúncia anónima durante muitos
anos não era admitida.
Fase de inquérito:
É uma solução de oportunidade, em que o arguido aceita que lhe sejam impostas
injunções. A questão coloca-se quando há um incumprimento por parte do arguido e o
processo continua. O artigo 282 do CPP só permite arquivamento se o arguido tiver
cumprido todas as injunções que lhe foram propostas.
Nº2 - têm que ser proporcionais ao caso concreto, mas as injunções não podem
ser confundidas com sanções, e basta esta para perceber que no âmbito da suspensão
não há uma decisão quanto à culpa do agente, mas uma apreciação mínima da mesma.
Artigo 282 nº4 do CPP.
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Fase de instrução:
O requerimento não tem formalidade formal ainda que sejam exigidos certos
conteúdos, nº3 do artigo 287, não tem a ver com as exigências do nº2
Fase de julgamento:
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06/01/2022
Sumário:
O processo sumário
O processo abreviado
O processo sumaríssimo
Aula:
Por outro lado, todas estas formas assentam numa lógica de afirmação do
princípio da celeridade. Mediante os pressupostos de cada uma delas, todas elas
pretendem que o processo penal seja rápido, que não demore. Se pensarmos naquilo
que são os prazos normais da tramitação comum e os tempos que são destes processos
especiais, qualquer um deles é muito mais rápido. O legislador quis encontrar aqui uma
forma de “escoar” os processos de forma mais rápida.
Processo sumário:
Artigo 381º nº1 b) do CPP – se for um civil a fazer a detenção em flagrante delito,
o civil não pode ter demorado mais do que 2h entre a detenção e a entrega. Quando
estamos perante o flagrante delito há uma série de procedimentos que têm de ser
feitos.
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medida de oportunidade. Ou então 20 dias após a detenção e se o julgamento não
começar até esses 20 dias não poderá haver tramitação sob forma sumária.
Uma das coisas que é ainda possível é a intervenção das partes civis – ainda que
seja uma forma simplificada de tramitação, pretende-se manter as garantias essenciais
e também permitir a intervenção mínima dos intervenientes processuais que possam
ter interesse na causa. Artigo 388º do CPP – é uma intervenção muito limitada.
O artigo 389º do CPP tem uma lógica de tramitação simplificada que nos vem
dizer várias coisas. Em primeiro lugar, não haverá na verdade necessidade absoluta de
uma acusação. O nº1 do artigo 389º diz-nos que a acusação pode limitar-se a ser a
leitura do auto de notícia. O nº4 é uma lógica de simplificação. A ideia é ser tudo rápido
e compacto.
Podem acontecer uma de duas coisas. Por exemplo, haver aqui um erro e por
exemplo o crime em causa ser punível com pena superior a 5 anos e o MP nunca ter dito
que não devia ser superior até 5 anos. Casos em que o artigo 390º do CPP admite o
reenvio dos processos sob outra forma.
Quando estamos num processo sumário significa que reenviando para outra
forma temos duas possibilidades: ou podemos reenviar ainda para o processo abreviado
ou podemos reenviar para o processo comum. Não há a lógica do sumaríssimo porque
aplica-se a outros casos mais especiais.
Artigo 391º do CPP – uma das coisas que acontece muito é o sucessivo recurso
de decisões interlocutórias, decisões proferidas durante as diferentes fases processuais.
Há uma limitação do direito ao recurso. Tratando-se de uma decisão intermédia nesse
caso não iremos poder recorrer.
Processo abreviado:
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Diferença entre este processo e o processo sumário – artigo 391º-B nº2 do CPP
– o prazo máximo de dedução de acusação é de 90 dias, isto quer automaticamente
significar duas coisas: em primeiro lugar, isto significa que o processo abreviado é mais
lento do que o processo sumário. Este é mais rápido do que o processo comum – artigo
276º do CPP. Exigência às diferentes peças processuais – vimos como ideia geral que a
acusação era substituída pela leitura do auto de notícia para efeitos do processo
sumário, o que vemos no nº1 do artigo 391º-B é que se vai exigindo que a acusação seja
um pouco mais completa do que a mera leitura do auto de notícia ainda que possa
quanto à narração dos factos ser feita por remissão ao próprio auto de notícia. É uma
simplificação, mas não tão grande como aquela que encontramos no processo sumário.
Outra coisa é que o processo abreviado tem um momento próprio de saneamento antes
do julgamento.
Processo sumaríssimo:
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Relativamente ao processo sumaríssimo, não há inquérito, não há instrução
(decorre da regra geral), não há julgamento, e o arguido é condenado. Para o MP
evidentemente despacha um processo e fica com uma taxa de condenação em termos
de eficácia melhorada. No processo sumaríssimo (artigo 382 e ss do CPP), no fundo,
temos uma situação em que estamos perante casos de crimes de menor gravidade (nº1
do artigo 392º do CPP) em que a contrapartida que observamos quanto ao tal
mecanismo de oportunidade do MP, é o MP que em determinadas circunstâncias aqui
oferece uma pena livre de prisão. Se são só puníveis com pena de multa, para todos os
efeitos não há punição com pena privativa da liberdade. Nessa perspetiva aqui já há
dificuldade de ver qual a real vantagem que possa haver para o arguido. O MP entende
que naquele caso não há necessidade de aplicação de uma pena não privativa da
liberdade ao arguido.
O MP vai propor que seja aplicado ao arguido uma sanção em termos gerais que
pode ser por exemplo a prestação de trabalho a favor da comunidade – artigo 394º do
CPP.
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