Relatos de Memórias - Sequencia - Didatica - 3 - TRTAT
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Objetivos de aprendizagem
• Conhecer e identificar textos de memórias literárias.
• Conhecer e identificar relatos pessoais.
• Identificar a finalidade de uma entrevista prévia para a produção de um vídeo com
histórias de vida.
• Produzir vídeos com relatos pessoais.
Desenvolvimento
Aula 1 – Projeto “Memórias literárias” do Museu da Pessoa
Duração: cerca de 45 minutos.
Local: sala de aula ou sala de informática.
Organização dos alunos: em duplas.
Recursos e/ou material necessário: projetor, computadores com acesso à internet, lousa, giz, caderno, lápis e borracha e
texto para leitura.
Texto sugerido:
Memórias da Literatura Infantil e Juvenil: Trajetórias de leitura. São Paulo (Museu da Pessoa): Editora Peirópolis, 2009.
Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/public/editor/memoriasliterarias_8dez2009-final.pdf>. Acesso em: 21
ago. 2018.
Para iniciar, explique aos alunos que as próximas aulas envolverão a produção de vídeos que
registrem relatos e histórias de vida. No final das atividades, os vídeos serão divulgados, pelo professor,
em um blogue da turma, que deverá funcionar como uma espécie de “Museu da Pessoa da Escola”.
Como atividade de exploração de leitura, é possível perguntar aos alunos: Qual é a definição
de memória apresentada no trecho: “[as memórias das pessoas atraem tanto o Museu da Pessoa],
porque é nelas que encontramos a realidade recheada de imaginação e de emoção”. Por que as
memórias interessam e fascinam o Museu? Leve os alunos a refletir sobre a afirmativa e conduza este
momento de reflexão sobre a memória.
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Língua Portuguesa – 7º ano
1º bimestre – Sequência didática 3
Leia com os alunos as memórias “Tempo de ouvir histórias”, “Ninho de leitores”, “Leitura e
liberdade” e “Tempo de ler histórias”, da escritora Ana Maria Machado. Em seguida, pergunte às
duplas em que fragmentos a autora faz menção explícita às suas lembranças. Questione se existe uma
ordem cronológica nas memórias da autora. Espera-se que tenham percebido que não há uma ordem
cronológica. Explique, então, que no texto de memórias literárias o narrador conta fatos que considera
importantes e que faz sentido ser contados, não se detendo a uma ordenação cronológica.
Para ampliar o repertório da turma, leia (ou sugira que alunos voluntários leiam) em voz alta
memórias literárias de outros escritores do projeto. Sugerimos as da escritora mineira Angela Lago.
Pergunte-lhes se em algum fragmento há referência ao tempo presente. Espera-se que os alunos
apontem como exemplo o trecho que está no segundo e no terceiro parágrafos do texto “Palavra de
princesa não volta atrás”.
Explique que nesse tipo de narrativa literária é possível colocar lado a lado o presente e o
passado, refletindo sobre a realidade e interpretando-a sob o ponto de vista do memorialista. Pergunte
aos alunos que fatos parecem ter sido mais significativos para a memorialista. É possível que apontem:
a mãe, que era contadora de histórias, mas não repetia qualquer conto que havia lido; o momento em
que o pai lhe enviou uma carta dos EUA dizendo como ela era inteligente.
Reforce, então, uma forte característica desse gênero literário: a seleção subjetiva dos fatos
narrados pela autora, que considerou a importância e o sentido que os eventos tiveram para ela e seu
desenvolvimento. Pergunte aos alunos sobre outros personagens que contribuem para a preservação
da memória da autora. Eles podem apontar a mãe, o pai, a professora, o colégio em que estudava, os
autores de livros infantis e o avô. Explique que a autora passa a ser a responsável por repassar as
histórias de família no momento em que narra os acontecimentos, garantindo que todos a conheçam
e respeitem seus antepassados.
Explique aos alunos que, entre as memórias literárias que acabaram de ler, há narradores-
personagens que lembram de si como personagens, em acontecimentos que ocorreram há muito tempo.
Esclareça que o narrador-personagem pode ser narrador-protagonista ou narrador-testemunha,
dependendo do que conta. Apresente o primeiro parágrafo do texto “Palavra de princesa não volta atrás”
para exemplificar um narrador-testemunha; e o primeiro parágrafo do texto “Não ‘intindi’ nada”, em que
a autora conta fatos ocorridos com ela própria, como exemplo de narrador-protagonista.
• são narrativas de vida produzidas por escritores que dominam a arte de escrever;
• em geral, não são contadas em ordem cronológica;
• os narradores contam fatos de sua vida conforme a importância e o sentido que estes
representam;
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• seus familiares são personagens que contribuem para a preservação de sua memória,
fazendo os autores assumirem a responsabilidade pela preservação e pelo respeito às suas
memórias;
• os autores podem ser narradores-personagens de dois tipos: quando narram
acontecimentos que eles próprios viveram ativamente, são narradores-protagonistas;
quando narram atitudes dos personagens que participam de sua narrativa, são narradores-
testemunha.
Inicie a aula relembrando com os alunos o que aprenderam na última aula. Faça uma rápida
retomada sobre a missão do Museu da Pessoa e sobre o projeto “Memórias da Literatura Infantil e
Juvenil”.
Diga aos alunos que, nesta aula, eles irão explorar os relatos audiovisuais – projeto “Moldando
sonhos” – que constam do acervo do Museu da Pessoa. Escreva o link na lousa e peça às duplas que
entrem na página proposta.
Antes de assistirem ao vídeo, leia em voz alta a sinopse e a história completa da pessoa em
destaque no vídeo, disponíveis na página do museu. Peça-lhes, então, que assistam ao vídeo. Permita-
lhes que façam as primeiras apreciações sobre a história livremente.
Em seguida, peça aos alunos que abram o PDF com o depoimento completo da pessoa em
destaque no vídeo e pergunte-lhes de que forma o texto está apresentado. Os alunos devem notar
que se trata de uma entrevista, feita antes da gravação do relato. Questione quais são as primeiras
perguntas da entrevista. Os alunos devem observar que foi realizada a identificação da pessoa que irá
contar suas memórias, com perguntas como: Qual é seu nome? Onde e quando nasceu? Nome dos
pais? Como eles eram?
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Diga aos alunos que o vídeo a que assistiram faz parte da série “Transformações amazônicas”
– do projeto “Memórias dos brasileiros” –, que apresenta histórias de pessoas que participaram da
transformação da Amazônia, as quais compõem a história viva do país. Pergunte a eles se é possível
perceber, entre as perguntas realizadas, aquelas que têm como objetivo conhecer a história da
transformação da Amazônia (ou de suas proximidades) por meio da história de vida contada. Os alunos
podem apontar perguntas como:
Aproveite este momento para estabelecer uma associação entre o gênero memórias literárias
e os relatos de memórias como este a que acabaram de assistir. Pergunte aos alunos quais são as
semelhanças dessas produções. Eles devem dizer que ambos os textos revivem uma época por meio
de lembranças pessoais. Explique aos alunos que, nas memorias literárias, há um modo poético e
literário de narrar, pois quem as escreve são produtores experientes, que dominam a arte da escrita.
Além disso, existe também o interesse em publicar esses textos e um público-alvo que busca esse tipo
de literatura, o qual fornece um encontro emocionante com o autor aclamado.
A história relatada oralmente pela protagonista, apesar de não dispor dos sofisticados
atributos da escrita, também expressa as memórias pessoais de forma criativa, e até poética, pois
aquele que narra e ganha voz – estimulado pelas perguntas do entrevistador –, torna-se protagonista
da própria história. Nesses relatos, há também um descolamento do tempo cronológico, um vai e vem
entre presente e passado, assim como nos memoriais literários. Ainda, no relato de memórias feito
oralmente, destaca-se a linguagem informal, mais descontraída e menos monitorada, apesar da
presença da câmera.
Pergunte, então, aos alunos qual será o objetivo deles ao produzir vídeos com relatos de seus
familiares ou pessoas do entorno para a memória da comunidade escolar. Espera-se que eles
percebam que o objetivo principal é conhecer as singularidades que fazem parte da comunidade
escolar para, assim, compreender melhor a história coletiva.
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• Escolher algum familiar ou funcionário do colégio – pessoas mais velhas que sejam
conhecidas na comunidade, que tenham uma história de vida interessante ou que tenham
feito algo incomum durante sua trajetória de vida.
• Atentar para a disponibilidade da pessoa que será entrevistada, explicando que será
necessário marcar essa atividade com antecedência.
• Para esta atividade, serão necessários gravadores de vídeo e também pedir permissão para
utilizar a imagem da pessoa.
• É necessário preparar com antecedência as perguntas com o que você gostaria de saber
sobre a pessoa.
• Depois da entrevista e de conhecer melhor a pessoa, selecione as perguntas que gostaria
de abordar no relato em vídeo. Então, passe essas perguntas para a pessoa entrevistada,
para que ela possa se preparar com antecedência. Avise-a de que é permitido mostrar
fotos, brinquedos ou outros objetos que a ajudem no relato durante a gravação e que o
tempo total será de 2 minutos, para que ela possa eleger o que irá contar a partir de suas
perguntas. Se a pessoa tiver disponibilidade, deixe-a falar por mais tempo e edite o vídeo
depois. Informe aos entrevistados que os vídeos serão postados no blogue da turma.
Os vídeos também deverão conter tags de identificação, criadas com as ferramentas do
próprio blogue. Diga aos alunos que eles terão o prazo de quinze dias para retomar as atividades,
compartilhando os vídeos produzidos.
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1º bimestre – Sequência didática 3
Prepare os alunos antes de iniciarem a apresentação dos vídeos dizendo que, por meio dos
relatos, eles deverão identificar traços da memória coletiva, a qual permeia a vida de todos. Peça aos
alunos que tenham uma postura respeitosa com as histórias de vida das pessoas, que os ajudaram a
realizar essa tarefa expondo uma parte de suas vidas.
Inicie as apresentações orientando-se pelas tags e indicando o vídeo de cada dupla. Peça aos
alunos que anotem os vídeos de que mais gostarem e que, depois, discutam entre si os que deverão
ser indicados para a publicação na próxima aula. Lembre-os que, durante a exibição dos vídeos, o
silêncio é fundamental.
Explique que a próxima etapa do projeto será divulgar os vídeos selecionados pela turma. Essa
publicação será realizada no blogue da turma, acompanhada da sinopse e das tags produzidas pelos
alunos.
Pergunte aos alunos qual seria a finalidade de se publicar os vídeos no blogue da turma.
Espera-se que eles respondam que o blogue apresentará a história de vida de pessoas que fazem parte
da comunidade, assim como o Museu da Pessoa faz com a história dos brasileiros. Esse blogue deverá
funcionar como um instrumento de preservação da memória da comunidade, ao retratar histórias
pessoais em um espaço coletivo. É importante que os alunos tenham bem claro esse objetivo.
Aproveite a reflexão dos alunos para criar um texto coletivo de apresentação da missão do blogue.
Depois dessa reflexão, os alunos devem, acompanhados pelo professor, escolher um site para
hospedar o blogue. Se ainda não houver um blogue da turma ou da escola, existem algumas opções
gratuitas, como a sugerida acima. Em geral, esse tipo de site traz um passo a passo para a formação de
um blogue, bastando seguir o que é pedido. Essa atividade pode ser realizada por meio de projetor,
para que os alunos acompanhem sua criação. Os alunos que já conhecem o funcionamento de um
blogue podem ajudar em sua criação, na postagem das sinopses e na colocação das tags nos vídeos.
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1º bimestre – Sequência didática 3
Além das atividades desenvolvidas nas quatro aulas, a aferição também pode ser realizada por
meio das questões a seguir.
1. “Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um
rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé
de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos
pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado,
fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse
os versos no bolso.”
Machado de Assis. Dom Casmurro. Disponível em: <http://www.manualdomundo.com.br/wp-content/uploads/livro-dom-casmurro.pdf>.
Acesso: 20 out. 2018.
1. Alternativa a. Espera-se que o aluno responda que o narrador é protagonista, pois participa dos
fatos. Comente com os alunos que, aqui, não se trata de memórias reais, mas de um recurso do
autor para contar uma história fictícia. Acrescente também que, aqui, o personagem principal se
apresenta aos leitores.
2. Resposta pessoal. a) Espera-se que os alunos escrevam um parágrafo em que o narrador narre
acontecimentos que ele próprio viveu ativamente; b) um parágrafo em que o narrador narre
acontecimentos de terceiros baseados em seu olhar particular sobre os fatos.