Principios de Revelação Na Palavra Formatado
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Espírito e alma não são a mesma coisa. Caso fossem, qual seria a necessidade de separá-
los? Pois em Hebreus 4.12, Paulo nos diz que a Palavra de Deus é viva e eficaz e penetra a ponto
de dividir alma e espírito. Alma e espírito, portanto não são a mesma coisa.
Mas qual a necessidade de estudarmos sobre esse assunto? Por que precisamos saber que o
homem é espírito, alma e corpo? Isso é fundamental sob muitos aspectos. Essa é a base para a
compreensão de todo o fundamento da fé. Vejamos algumas razões pelas quais nos é
imprescindível aprender não apenas que o homem possui uma dimensão tríplice, mas também a
necessidade de sabermos discernir o nosso próprio espírito humano.
1. Deus é espírito.
Em João 4.24, lemos: "Porque Deus é espírito..." Ora, para que possamos ter contato com a
matéria, precisamos ser matéria. Do mesmo modo, para que possamos ter contato com Deus, que
é Espírito, precisamos ser um espírito.
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natural não tenha espírito, mas o seu espírito está morto, incapaz de manter contato com Deus. O
novo nascimento é o renascer deste espírito para Deus.
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Por todo o Novo Testamento, nós podemos ver que a maior preocupação de Paulo era a de
que os crentes tivessem revelação de Deus. Se observarmos atentamente as orações de Paulo,
mencionadas nas Epístolas, constataremos que o seu alvo de oração era único: Revelação. Paulo
não orava pelo crescimento da Igreja. Paulo não orava por novos líderes, nem por algo
semelhante. Como seria mudada a nossa prática de igreja se tomássemos como nossas, as orações
de Paulo! Simplesmente porque quando houver revelação, as pessoas serão transformadas pela
ação da Palavra. A fé se manifestará espontaneamente, e a unção e a vida de Deus irão
transbordar.
Pela Palavra de Deus e pela experiência, podemos ver que o homem possui três partes, e
que cada uma delas possui a sua função específica. O corpo é a parte material, onde estão os
nossos sentidos físicos. A sua função básica é manter contato com o mundo material através dos
cinco sentidos. A alma, por sua vez, é a parte que nos permite contatar a nós mesmos. Diríamos
que é a parte que nos permite ter autoconsciência, ou seja, consciência de nós mesmos. A alma é
o "eu" e, portanto, o centro da personalidade. O espírito é aquela parte pela qual temos comunhão
com Deus. É o elemento que nos dá consciência de Deus. A alma é o centro da personalidade,
mas o espírito é a parte mais importante - é o centro do nosso ser. É pelo espírito que podemos
adorar a Deus e receber revelação. Deus habita em nosso espírito.
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1- FUNÇÕES DO ESPÍRITO
A- Função da intuição
"E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento", (1Jo l.20).
"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e não tendes
necessidade de que alguém vos ensine, mas como a sua unção vos ensina a respeito de todas as
coisas, e é verdadeira, e não é falsa. Permanecei nele, como também ela vos ensinou”. ( I
Jo.2.27).
Muitas vezes, surge um sentimento no nosso íntimo nos impelindo a fazer algo ou nos
constrangendo para que não o façamos. Essa sensação interior é a intuição do espírito. Quantas
vezes, depois de fazermos alguma coisa, confessamos: "Bem que dentro de mim, algo me dizia
para eu não fazer". Todos nós podemos testemunhar que em muitas circunstâncias passamos por
experiências semelhantes á essa. O nosso espírito está funcionando, nós é que não damos crédito.
A maioria de nós estão confinados a uma vida exterior, e quase nunca damos crédito à voz
interior no espírito.
As coisas do espírito têm de ser discernidas pelo nosso espírito (I Cor 2. 14). Jesus sabia no
seu espírito o que os outros arrazoavam. Paulo foi constrangido no espírito. Em todas essas
referências, temos a forma como se manifesta a intuição do espírito. Alguém pode me perguntar a
esta altura: "Como vou saber que é intuição do espírito?” Eu não sei como você vai saber, mas
você vai saber. Alguém poderá lhe perguntar: “Como você sabe disso?” E você simplesmente
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dirá: “Eu sei que sei”. É desta forma que percebemos a intuição. É um saber que não tem origem
na mente e nem no mundo físico.
"Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo:
conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles. Diz o
Senhor”. (Jr.3l.34).
Nós vivemos hoje debaixo desta aliança. Todos são ensinados do Senhor. Você não sabe
como chegou a saber disso, mas há algo em seu interior que diz que certas coisas não são
verdadeiras. Certa vez, uma irmã me confidenciou que sentiu uma grande angústia enquanto certo
pastor estava pregando. Ela não sabia o motivo daquela angústia no espírito. O irmão mais
maduro mostrou-lhe que aquele pastor estava ensinando heresia, pois dizia que Jesus não havia
ressuscitado dos mortos. A intuição daquela irmã havia rejeitado o ensino, ainda que a sua mente
não entendesse bem a mensagem.
A intuição se manifesta pela restrição e pelo constrangimento. Por exemplo, podemos estar
pensando em fazer determinada coisa que parece muito razoável, gostamos da ideia e resolvemos
ir em frente. Mas algo dentro de nós, uma sensação pesada, opressiva, parece opor-se ao que a
nossa mente pensou, nossa emoção aceitou e a nossa vontade decidiu. Parece dizer-nos que tal
coisa não deve ser feita. Este é o impedimento, ou a restrição da intuição.
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B- Função da consciência
É fácil entender a consciência. Todos nós estamos familiarizados com ela. É a capacidade
de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da mente, mas segundo uma
sensação do espírito. (RM 9.1 e At.17.16).
Quando comparamos Romanos 9.1 e Atos 17.16, vemos que a consciência está localizada
no espírito humano. Testificar, confirmar, recusar, acusar são funções da consciência. Em I
Coríntios 5.3, Paulo diz que em seu espírito julgou uma pessoa pecaminosa. Julgar significa
condenar ou justificar, estas são ações da consciência.
Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. Todos nós podemos
testificar que a ação da nossa consciência não depende de nosso conhecimento da Bíblia. Muitas
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vezes, sentíamos que algo era errado e só depois descobríamos aquela proibição na Bíblia. Sem
que ninguém nos ensinasse, sabíamos que o nosso namoro estava errado, que as nossas finanças
estavam desajustadas. Aquele que é nascido de Deus tem no seu espírito a voz do Espírito Santo
a falar pela sua consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciência
tem a função de testificar conosco a vontade de Deus.
C- Função da comunhão
Sempre que formos adorar a Deus, devemos nos voltar para o nosso coração, pois é nele
que percebemos o nosso espírito. Não procure exercitar a mente na hora de adorar, exercite o
espírito através do coração. É por isso que a adoração com cânticos em línguas é mais eficiente,
pois a nossa mente fica infrutífera e podemos exercitar o espírito livremente. Quando o fogo vier
queimando no coração, absorva-o completamente. Quando vier como um rio transbordante, beba-
o completamente. A comunhão é sempre percebida no coração.
A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. É como uma lâmpada que se acendeu.
Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt. 26.41).
O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa ser aperfeiçoado pelo exercitar. É como
uma criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda ser aperfeiçoada.
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Fomos regenerados, nascemos de Deus e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe
agora exercitá-lo.
Exercitamos o nosso espírito para separar aquilo que procede da alma do que procede do
próprio espírito (Hb. 4.12).
A alma encobre o espírito assim como os ossos encobrem a medula. Se quisermos ver a
medula temos de quebrar os ossos. A alma precisa ser quebrantada para percebermos o nosso
espírito.
c) Orando em línguas
Aquele que ora em línguas tem o próprio espírito orando enquanto a mente (alma) fica
infrutífera
d) Rejeitando a passividade
Para que o diabo possa agir no homem ele leva o homem a se tornar passivo, mas para que
Deus possa agir é preciso que o homem coopere exercitando a sua vontade.
Funções da alma
A alma humana é composta por três partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a
sede da nossa personalidade, é o nosso ‘‘Eu’’. É por esse motivo que, em muitos lugares, a
Palavra de Deus chama o homem de ‘‘alma’’.
A personalidade do homem é constituída pelas três funções da alma: mente, vontade e
emoções.
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a) A função da mente
Provérbios 2.10, 19.2 e 24.14 mostram que a alma necessita de conhecimento. O
conhecimento é uma função da mente, logo, a mente é uma função da alma.
‘‘As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem’’ (Sl.139.14). Saber é
uma função da mente, e, portanto, também da alma.
Lamentações 3.20 diz que a alma pode se lembrar e a lembrança é uma função da mente.
Podemos assim afirmar que a mente é uma função da nossa alma.
A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, nunca
poderemos chegar ao pleno conhecimento da verdade.
A nossa mente deve ser renovada para poder experimentar e entender a vontade de Deus,
que é revelada em nosso espírito.
b) A função da vontade
A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: se queremos ou não
queremos algo. Sem ela o homem seria reduzido a um ser autômato. É a vontade do homem que
resolve pecar ou servir a Deus. É na nossa alma que está o nosso poder de escolha.
‘‘Disponha agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes o Senhor Deus’’ (I
Cr.22.19). Buscar é uma função da vontade e a vontade está na alma. Em Jó 6:7, lemos...‘‘Aquilo
que minha alma recusava em tocar ...’’ Recusar é uma função da vontade. ‘‘Pelo que a minha
alma escolheria, antes ser estrangulada...’’ (Jó7.17). Escolher também é uma função da vontade.
A vontade então é uma função da alma.
c) A Função da Emoção
A emoção é uma parte importante da experiência humana. Elas se manifestam de muitas
formas: amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo etc. As emoções dão cor à nossa vida,
todavia jamais podemos nos deixar ser guiados por elas, porque a emoção é uma parte da alma.
Em I Sm.18.1, Ct.1.7 e Sl.42.1, percebemos que o amor é alguma coisa que surge em nossa
alma. Provando, portanto, que, dentro da alma, existe uma função como a emoção.
Podemos ver em II Sm.5.8, Ez.36.5 e Sl.117.18 expressões tais como: menosprezo,
aborrecimento e desprezo. Essas são emoções que procedem da alma.
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Poderíamos citar ainda a alegria em Is.61.10 e Sl.86.4 como uma emoção da alma e ainda a
angústia como está em I Sm.30.6 e 20.4, Ez.24.25 e Jr.44.14.
Pela Palavra de Deus e pela experiência concluímos que a alma de fato tem três funções: a
mente, a vontade e a emoção. Aprendemos também que o espírito do homem tem também três
funções: a consciência, a comunhão e a intuição.
A transformação da alma
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim. O erro é caminharmos confiados na sua
capacidade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por fé e estaremos
no nível da carne.
Os que andam segundo o padrão da alma são chamados carnais. Carnal não é exatamente
aquele que anda na prática do pecado. Quem anda na prática do pecado, possivelmente nem tenha
nascido de novo, pois aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (Jo.3.9).
O carnal é aquele que sinceramente tenta fazer a vontade de Deus, todavia, ele o faz
exercitando a alma.
Ser carnal é andar segundo a alma. Nesse sentido, os cristãos que vivem segundo o padrão
da alma tendem a seguir aquela função da alma que lhes é mais peculiar.
Assim temos carnais ou crentes almáticos que andam pela mente, outros pela emoção e
outros pela empolgação.
O nosso espírito já foi regenerado. A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. O
nosso espírito é como uma lâmpada que se acendeu dentro de nós. O novo nascimento aconteceu
num instante. A nossa alma agora deve ser transformada. O processo de transformação da alma é
algo que dura à vida inteira.
A nossa alma também é mudada quando contemplamos o Senhor por meio de todo tipo de
oração e comunhão.
O meu espírito foi criado para conter a Deus, mas a minha alma foi criada para refletir a
Deus.
Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente para contatarmos a
Deus; e com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a renovação da nossa mente
com a Palavra de Deus.
Funções do corpo
O nosso corpo é apenas o lugar onde moramos neste mundo (II Coríntios 5.1-4).
A função básica do corpo é ter contato com o mundo físico.
O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Receberemos outro corpo glorificado. No
céu não teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo.
O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada e o nosso corpo
será glorificado. Esses são os três tempos da nossa salvação.
a) Função da sensação
A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco sentidos do corpo.
Tudo o que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos.
Se desejamos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo para que,
através dele, não entre nada sujo ou pecaminoso.
b) A Função da locomoção
O nosso corpo é a parte mais inferior, pois é ele que tem contato com o mundo físico. Para
o corpo é impossível perceber as coisas espirituais.
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c) Função de instinto
Os instintos são reações inatas do organismo que não dependem do comando da nossa
alma. São reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosas. Entretanto, elas são à base
da concupiscência da carne.
Deus criou os instintos bons, mas por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje
precisamos exercer domínio sobre eles.
Há três grupos de instintos básicos: de sobrevivência, de defesa e sexual.
O instinto de sobrevivência inclui o comer, o beber e as necessidades fisiológicas. O pecado
transformou esse instinto natural em glutonaria e bebedices.
O instinto de defesa inclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se,
proteger-se. O pecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência.
O instinto sexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituição,
sodomia e coisas parecidas.
Não devemos permitir que esses instintos naturais, que permanecem em nós, mesmo depois
que somos convertidos, nos controlem. O corpo deve ser um servo e não um Senhor.
d) A disciplina do corpo
Tudo o que é do diabo vem de fora para dentro e tudo o que é de Deus vem de dentro (do
nosso espírito) para fora.
O inimigo primeiro procura entrar pelas portas da alma que são os sentidos do corpo. O
processo sempre começa com o inimigo tentando chamar a nossa atenção.
Uma vez que ele tem a nossa atenção ele tentará despertar algum instinto básico do nosso
corpo. Os nossos instintos foram corrompidos pelo pecado e tornaram-se aliados do diabo.
Quando ele desperta um instinto nós dizemos que estamos sendo tentados.
Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. O desejo ainda
não é pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado ainda não é pecado.
O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesus disse que
qualquer um que olhar com intenção impura para uma mulher já adulterou com ela (Mt. 5.28).
Quando compreendemos a forma como o diabo age fica mais simples alcançar vitória sobre
ele.
A Palavra de Deus diz que há algo que devemos fazer com o nosso corpo:
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Devemos ofertar o nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplina (Rm 12.1).
Disciplinar não é usar de ascetismo, mas Paulo disse que esmurrava o seu corpo para
reduzi-lo à escravidão (I Cor. 9.27). Esmurrar o corpo é simplesmente não fazer a sua vontade.
O nosso corpo e a nossa alma, são a parte do nosso ser natural que é chamada de carne no
Novo Testamento.
O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e do corpo.
Há uma atitude que devemos ter em relação a cada parte do nosso ser:
a) O espírito deve ser exercitado
Com relação ao nosso espírito precisamos exercitá-lo. A obra de Deus no nosso espírito
está pronta. O espírito está pronto. Todavia como uma criança nasce perfeita, mas ainda precisa
ser aperfeiçoada, também acontece o mesmo com o nosso espírito.
b) A alma deve ser transformada
A nossa alma deve ser transformada. Romanos 12.1 e II Cor 3.16 nos dizem como isso
deve acontecer: pela renovação da mente e pelo contemplar do Senhor.
c) O corpo deve ser disciplinado
O nosso corpo deve ser disciplinado como é ensinado em Romanos 12.1 e I Coríntios 9.27.
A revelação no espírito
O que é revelação?
Revelação é o conhecimento que nos é transmitido pelo Espírito Santo ao nosso espírito.
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O processo de revelação
A revelação é algo que ocorre primeiramente no nosso espírito. O Espírito Santo transmite
uma verdade ao nosso espírito, e o nosso espírito, para a nossa mente. A mente por si só não pode
ter revelação de Deus.
Há uma grande diferença entre o conhecimento mental e o conhecimento espiritual. O mero
conhecimento mental não tem o poder de mudar ninguém.
Paulo diz que antes ele conhecia a Jesus na carne, mas depois passou a conhecê-lo pelo
Espírito.
Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes
conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. II Cor. 5.16.
As orações de Paulo
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‘‘Fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento
dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes, qual é a esperança do seu
chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do
seu poder”. (Ef.1.15-19).
Na medida em que nossos olhos espirituais se abrem e entendemos com todos os santos a
medida do seu poder dentro de nós, então há uma explosão de poder e autoridade.
‘‘Por esta causa me ponho de joelhos... a fim de poderdes compreender... qual é a largura,
e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Deus que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus: (Ef.3.14-19).
O amor de Deus excede todo entendimento, por isso ele ora por revelação, pois a mente
sozinha não pode entender. Para que os crentes fossem tomados de toda a plenitude de Deus eles
precisavam ter revelação do amor de Deus.
‘‘E também faço esta oração: que o vosso amor aumente... em pleno conhecimento e toda
percepção...’’ (Fl.1.9-11).
Essa percepção, da qual Paulo fala, é algo espiritual e não mental. A vida cristã não
consiste em acúmulo de conhecimento mental, mas em um avançar em níveis novos de revelação
no espírito.
‘‘Por esta razão... não cessamos de orar por vós, e de pedir que transbordeis de pleno
conhecimento... em toda sabedoria e entendimento espiritual... a fim de viverdes de modo digno
do evangelho...’’ (Cl.1.9-12).
Paulo está dizendo aqui que a vida santa é apenas consequência de revelação.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo
dentro de nós, em nosso espírito. O que tem valor é conhecermos Cristo, por revelação, em nosso
espírito. Se possuirmos revelação de Cristo todas as áreas de nossa vida serão afetadas e
transformadas.
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CURSO DE MATURIDADE NO ESPÍRITO – PRINCÍPIOS DE
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Em I Coríntios 2.14 lemos que: “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe são loucura, e não pode entendê-las porque elas se discernem
espiritualmente.”
Se ainda não fui regenerado não vou ter condições de ter revelação. Aquele que não nasceu
de novo é cego para Deus, não pode ver as coisas do Espírito.
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Características da revelação
Como podemos saber se temos ou não revelação da Palavra em nosso espírito? Existem
quatro sinais de que temos revelação de uma verdade. Revelação sempre vai gerar em nós:
(1) vida, (2) fé, (3) mudança de vida e (4) ajuda na hora da tentação.
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COMunidade Igreja em Células 19
CURSO DE MATURIDADE NO ESPÍRITO – PRINCÍPIOS DE
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pele vai mudar se tornando mais rosada e os olhos mais brilhantes. Tudo isso é a vida se
manifestando.
Quando nos enchemos do Senhor, nós temos todas essas expressões de vida, mas com
realidade. Sentimo-nos mais alegres, ousados, capazes de falar e cheios de disposição. Sempre
que a Palavra de Deus queimar em nossos corações então a vida se manifestará. Isto é assim
porque Jesus é a palavra viva.
É a vida de Deus fluindo em nós que será autoridade em nossa boca. É a vida fluindo em
nossas palavras que vai gerar vida nos outros. É a vida que tem o poder de destruir a morte.
Não podemos explicar a vida adequadamente, mas podemos percebê-la onde quer que ela
se manifeste. A letra sozinha mata, mas a Palavra revelada gera vida.
b) Revelação gera fé
Aquele que recebeu alguma revelação sempre será cheio de fé.
Romanos 10.17 diz que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus". Se não há fé, é porque
não houve revelação.
A fé é gerada pela palavra de Deus e a revelação nada mais é que a Palavra viva de Deus
em nosso espírito. Se algum conhecimento não gera em nós uma nova medida de fé então esse
conhecimento é da mente, é puramente intelectual.
A revelação é como a luz. Hoje enxergamos como uma vela, amanhã como uma lâmpada
de cinquenta Watts, depois de cem, de mil, até ser como um holofote. Não devemos nos contentar
com o nível de revelação e fé que já alcançamos, antes devemos avançar para níveis novos.
O que transformou a Pedro? Jesus disse que foi a revelação que ele recebeu do Pai. A cada
nova revelação que recebemos, somos transformados de glória em glória até alcançarmos a
semelhança de Jesus.
Tudo o que precisamos é conhecer o Senhor por revelação no espírito. Quando isso ocorre
naturalmente somos transformados. Quando alguém diz ter revelação de alguma verdade, mas
esta revelação não o transformou de forma alguma, então a sua revelação é questionável.
Revelação gera mudança de vida.
Se em sua vida não tem havido mudanças, está faltando luz sobre a Palavra.
Eu não posso forçar a luz de Deus vir, mas eu posso estar habilitado a percebê-la sempre
que ela se manifestar.
A principal questão para se alcançar revelação é tratar com o coração. É no coração que a
luz de Deus resplandece (II Co.4.6). Se o nosso coração estiver com problemas, não
perceberemos a luz de Deus.
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COMunidade Igreja em Células 21
CURSO DE MATURIDADE NO ESPÍRITO – PRINCÍPIOS DE
REVELAÇÃO NA PALAVRA
Em Juízes 16.20-21, lemos que Sansão foi derrotado pelos filisteus e estes lhe cegaram os
olhos. Sansão era nazireu consagrado ao Senhor, e o sinal da sua consagração era o seu cabelo.
Quando o seu cabelo foi cortado, então a sua consagração também foi cortada.
Todas as vezes que a nossa consagração e obediência a Deus são quebradas tornamo-nos
como cegos para as coisas espirituais.
O pecado produz insensibilidade em nosso coração e nos incapacita a ouvir e receber de
Deus. Ele dá ao diabo espaço para nos cegar e, assim, nos impedir de obter revelação de Deus.
Por outro lado, aqueles os que obedecem se tornam cada vez mais sensíveis para receberem
de Deus nos seus espíritos.
b) Um Coração Ensinável
Com relação ao ensino, há dois tipos de erros entre os filhos de Deus.
Há aqueles que possuem o complexo de Adão. Eles julgam que não precisam aprender nada
com ninguém, e que Deus vai ensinar tudo diretamente para eles. Jogam fora séculos de história e
de mover de Deus, e esperam que Deus comece tudo outra vez com eles.
Há também aqueles que julgam já saberem tudo. Não precisam aprender com ninguém, e
nem mesmo buscar revelação. Supõem possuir todo o conhecimento da humanidade.
Deus resiste tais pessoas. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (I Pe.5.5).
Em apocalipse 3.18 o Senhor aconselha a igreja de Laodicéia a comprar colírio para que
possam ver. Esse ver é algo no espírito. Colocar colírio nos olhos significa buscar um coração
ensinável. Quem não se dispõe a aprender com os outros também não vai aprender diretamente
com o Senhor.
Sansão ficou cego por causa da falta de consagração; os Laodicenses ficaram cegos por
causa de um coração soberbo, que julga saber todas as coisas.
É preciso ter olhos para enxergar. Se não, seremos como os fariseus: tinham olhos, mas não
viam, tinham ouvidos, mas não ouviam.
Eu não devo buscar aprender sozinho aquilo que meu irmão pode me ensinar. Mas se eu me
disponho a aprender com meu irmão, então a luz de Deus virá através dele.
Se em nossa cidade Deus está se movendo em algum lugar, eu devo me dispor a ir até lá
para aprender, pois se eu não o fizer e tentar aprender sozinho, Deus poderá me resistir.
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COMunidade Igreja em Células 22
CURSO DE MATURIDADE NO ESPÍRITO – PRINCÍPIOS DE
REVELAÇÃO NA PALAVRA
c) Um Coração Limpo
Em Mateus 5.8, Jesus disse que os limpos de coração poderiam ver a Deus. Hoje podemos
ver, por revelação, a Deus (I Cor.2.9-10).
Um coração impuro bloqueia o nosso espírito. Não é suficiente ter um coração limpo,
precisamos ter um coração puro.
Ser limpo significa não ter pecado oculto, mas ter um coração puro significa ter um coração
sem mistura. Uma coisa é um copo d’água limpa e outra coisa um copo d’água com açúcar.
Ambos são puros, mas o segundo é misturado.
Existem muitas coisas que não são pecaminosas, mas que tornam o nosso coração impuro.
Por exemplo, uma pessoa que acaba de abrir uma loja. Apesar do seu coração não estar sujo, ele
estará cheio de interesse pelo comércio.
Ter um coração puro é ter um coração para Deus. "Quem mais tenho eu no céu? Não há
outro em que eu me compraza na terra" (Salmo 73.25).
Davi foi chamado de o homem segundo o coração de Deus por causa do seu prazer
inteiramente colocado em Deus.
Quando o nosso coração está inteiramente voltado para o Senhor, e podemos dizer que o
nosso prazer está N'ele, então as janelas do céu se abrem e a luz de Deus vem sobre a sua Palavra.
Os olhos do Senhor passam por sobre toda a terra, procurando um homem cujo coração seja
completamente para Ele (II Crônicas 16.9).
O Logos e o Rhema
Há dois termos usados no original que são igualmente traduzidos como "Palavra" em
nossas Bíblias em português. Esses dois termos são Logos e Rhema.
Esses termos são traduzidos unicamente como "Palavra" porque são vistos como
sinônimos, porém, o Espírito Santo escolheu tais termos para nos mostrar a tremenda diferença
que existe entre a Palavra escrita e a Palavra viva.
a) O Logos
Logos é a Palavra escrita. É aquilo que Deus falou e que foi registrado para nossa
orientação.
Ela contém o que Deus falou pelos profetas e por meio do Filho (Hb.1.1-2). É esta a
Palavra que nós ministramos. Precisamos estar familiarizados com esta Palavra, pois o
conhecimento da letra da Bíblia é extremamente importante.
Veja alguns textos em que no original se usa o termo Logos, e qual deve ser a nossa atitude
para com a palavra escrita.
b) O Rhema
Apesar de ser traduzido à semelhança do Logos, como Palavra na Bíblia, o Rhema tem um
significado muito diferente de Logos. Enquanto o Logos é a Palavra falada no passado e que se
tornou escrita, o Rhema é a Palavra que Deus está falando conosco pessoalmente, é aquela
palavra que está queimando em nosso coração.
Veja algumas passagens do Novo Testamento em que a palavra Rhema é usada.
Em Mateus 4:4 Jesus respondeu: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de
toda palavra (rhema) que procede da boca de Deus".
Tanto o Logos, como o Rhema são a Palavra de Deus, mas a primeira é a Palavra escrita na
Bíblia, enquanto a última é a Palavra de Deus falada a nós em uma ocasião específica.
"A fé vem pelo ouvir (literal) e o ouvir pela palavra (Rhema) de Cristo" (Rm. 10.17). O que
gera fé não é simplesmente conhecer intelectualmente a Bíblia, mas é ter a palavra queimando em
nosso coração pelo Espírito Santo.
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CURSO DE MATURIDADE NO ESPÍRITO – PRINCÍPIOS DE
REVELAÇÃO NA PALAVRA
Todos nós conhecemos muitos trechos da Bíblia. Certo dia, porém um texto que já antes
conhecíamos e até sabíamos de cor, assume um frescor, uma vida, uma cor diferente. Aquela
verdade começa a nos aquecer o coração, gerando fé. Deus está falando conosco. Antes sabíamos
genericamente, mas agora Deus falou individualmente conosco.
Todo Rhema é baseado no Logos. Não podemos ter o Logos sem o Rhema.
"As palavras (Rhema) que eu vos digo são espírito e são vida" (Jo 6.63). Somente o Rhema
é espírito e vida, na verdade o Logos sozinho não pode dar vida, pode até mesmo matar, porque
a letra mata.
Em Lucas 1.38, Maria disse: "Aqui está à serva do Senhor, que se cumpra em mim
conforme a tua palavra (Rhema)". Antes, Maria tinha as palavras do profeta Isaías 7.14: "Eis que
a virgem conceberá e dará luz um filho", mas agora ela tem a Palavra falada especificamente a
ela: "Você conceberá e dará à luz um filho". Foi por ter recebido esta Palavra que Maria
concebeu e tudo se cumpriu. Deus falou com ela o mesmo texto que estava escrito, mas quando
Deus falou, a Bíblia usa a expressão Rhema, indicando que é a palavra viva.
Em Lucas 2.29 ,Simeão disse: "Agora, Senhor despedes em paz o teu servo, segundo a tua
palavra (Rhema)". Antes de o Senhor Jesus vir, Deus falou a Simeão que ele não morreria antes
de ver o Cristo do Senhor. Mas, no dia em que Simeão viu o Senhor Jesus, ele disse: "Agora,
Senhor despedes em paz o teu servo conforme a tua palavra". Simeão tinha o Rhema do Senhor.
Bibliografia
Compilado de: O homem espiritual I E II – Watchman Nee.
Princípios de Revelação - Pr. Aluízio A. Silva.
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REVELAÇÃO NA PALAVRA
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