Epidemiologia 2014
Epidemiologia 2014
Epidemiologia 2014
I.1 Introdução
I.1.1 Definição
Epid: acerca de
Demio: população
Logia: conhecimento
1
Em 1960 B. Mac Mahon e Pugh; definiram a Epidemiologia como
«estudo da distribuição de doenças em homem e os factores que
influencia-los»
2
numa população e os grupos humanos a fim de preveni-los e s
promover a saúde».
Termo Explicação
Estudo Inclui a vigilância, observação, formulação de hipóteses, testes de
hipóteses (estudo analítico ou experimental).
3
Distribuição Refere-se à análise quando ao tempo, pessoas, lugares e grupos
de indivíduos afectados
Determinantes Inclui os factores que afectam o estado de saúde, pode ser: os
factores biológicos, químicos, físicos, sociais, culturais,
económicos, genéticos e comportamentais.
Estados ou eventos Referem-se a doenças, causas de óbitos, hábitos
relacionados à comportamentais (por exemplo alcoolismo) aspectos positivos em
saúde saúde (por exemplo bem estar, felicidade, etc), reacções a
medidas preventivas, utilização e oferta de serviços de saúde
entre outros
População Inclui indivíduos com características específicos como, por
exemplo crianças de menos de cinco anos
Aplicações na O objectivo da saúde pública é promover, proteger e restaurar a
prevenção e saúde da população.
controlo
4
I.1.2 subdivisão da epidemiologia
5
I.1.3 Epidemiologia e saúde pública
Isso forma a base para definir subgrupos de acordo com o sexo, grupo
etário, etnia etc.
I.1.5 Aplicação
6
a. Etapas de aplicação epidemiológica na melhoria das condições de
saúde da população
Instalar um sistema de
vigilância (controlo)
7
Aplicações de Epidemiologia
Varíola
8
Uma intensa campanha para eliminar a varíola humana foi
coordenada durante muitos anos pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
9
I.1.7 Alguns grandes objectivos da Epidemiologia
1. Hipócrates (Medico)
460 – 377 ac
Escreveu: Epidemia I
Epidemia II
Sobre os Ares, as Água, os Lugares;
10
Identificou a associação entre várias doenças e factores ambientais
Introduziu a palavra EPIDEMIA e ENDEMIA.
3. Claude Bernard
11
Dr John snow
12
Pai da medicina ocupacional pública, o primeiro relato sistemático
sobre doenças ocupacionais (de morbis articum/doença do
trabalho);
Enfatiza a importância da história ocupacional, introduz a prática da
visita médica no trabalho.
Mas, este estudo foi afectado pela falta da ética na sua realização na
população afro-americana, o que gerou bastante controvérsia sobre a sua
validade.
13
Estudo de Richard Doll e Andrew Hill (1950 até hoje)
14
CAPITÚLO II: INDICADORES DE SAÚDE E ESTATÍSTICAS VITAIS
II.1 Definição:
Pode ser definido também como uma variável que pode ser medida
directamente para reflectir o estado de saúde das pessoas dentro de uma
comunidade ou Unidade de medida duma actividade, com a qual está
relacionado
Validade
Sensibilidade
Especificidade
15
Simplicidade
Objectividade
Baixo custo
Incidência Prevalência
Numerador Número de novos casos de Número de casos existentes (novos e
doença durante um período velhos) de uma doença em um ponto do
específico de tempo tempo
16
Denominador População em risco; População em risco;
Foco Se o evento é um novo caso; Presença ou ausência de doença; O
Tempo de início da doença. período de tempo é arbitrário, pode ser
um curto espaço de tempo
Utilização Expresso o risco de tornar-se Estima a probabilidade de a população
doente; estar
É a principal medida para doenças Doente no período do tempo em que o
ou estudo está sendo realizado;
Condições agudas, mas podem, Mais útil em estudos que visam
também, ser utilizada para determinar a carga de doenças crónica
doenças crónicas; Mais útil em em uma população e suas implicações
estudos de causalidade para os serviços da saúde.
a. Taxa de prevalência
17
A taxa de prevalência é frequentemente expressa como casos por
100 (%) ou por mil (‰) pessoas. Neste caso, “P” tem de ser multiplicado
por 10n. Se o dado for colectado para um ponto específico de tempo, “P” é
a “taxa de prevalência pontual”.
18
b. Taxa de incidência
19
Relação entre hábito de fumar e taxa de incidência de acidente vascular
Cerebral (AVC) em uma coorte de 118.539 mulheres13
II.3.2 Mortalidade
20
É um indicador muito influenciado pela distribuição etária da
população. Populações muito envelhecidas podem ter altas taxas de
mortalidade, pois espera-se que os indivíduos morram em idades
avançadas.
21
Mede o risco de morte no primeiro ano de vida. É um dos indicadores
mais sensíveis das condições de vida e saúde de uma população.
22
Más condições socioeconómicas que tragam prejuízo à nutrição,
higiene e cuidados gerais;
Falta de acesso a serviços de saúde infantil: imunização,
puericultura, rehidratação oral, etc.
Falta de acesso correcto à assistência Peri natal: pré-natal, parto e
atenção neonatal.
23
Pós-neonatal:
24
Rio de Janeiro 14,7 7,6 2,4 4,7
São paulo 13 6,2 2,6 4,2
Brasília 20,1 10,4 3,3 6,4
Fonte: Datasus
25
Angola 276 243
Serra leoa 297 270
A TMM é um outro caso especial de TME por causa. Ela mede o risco
de morte de mulheres por causas maternas (causas relacionadas a
gravidez, ao parto e ao puerpério).
26
A organização mundial da saúde (OMS), define a mortalidade
materna como a morte de uma mulher durante a gravidez ou dentro de
um período de 42 dias após o término da gestação.
Observação:
1. Índice de Swaroop-Uemura
2. Mortalidade proporcional por causa
3. Curva de Nelson Moraes. Neste grupo só vamos abordar o índice de
Swaroop-Uemura e a curva de Nelson Moraes.
1. Índice de Swaroop-Uemura
27
Óbitos abaixo de 50 anos são considerados evitáveis
(grosseiramente); dessa forma, quanto a maior proporção de óbitos de
adultos maduros e idosos, melhor é a condição de vida e saúde da
população.
28
Taxa de mortalidade entre adultos
29
Franca 132 60
Estados unidos 137 81
Países com renda média
Chile 133 66
Argentina 173 90
Peru 184 134
Indonésia 239 200
Países com baixa renda
Cuba 131 85
Sri lanka 232 119
Angola 591 504
Serra leoa 579 497
Expectativa de vida
30
entre os países (estimativas imprecisas foram colocadas entre
parênteses).
Os intervalos de confiança podem ser bastante amplos, como no
Zimbabwe, e precisos como no Japão, que tem um registo bastante
completo de estatísticas vitais.
Esses dados mostram amplas variações na expectativa de vida entre os
países.
Por exemplo, meninas nascidas no Japão em 2004 podem ter uma
expectativa de viver 86 anos, enquanto aquelas nascidas no Zimbabwe,
também em 2004, viverão entre 30 e 38 anos. Na quase totalidade dos
países, as mulheres vivem mais que os homens.
31
A avaliação de Serviços de Saúde é uma vertente essencial para a
compreensão do processo saúde - doença na comunidade, possuindo a
avaliação dos serviços duas vertentes fundamentais:
32
Assim segundo Richard Chang na avaliação dos serviços de saúde
temos três tipos de instituições:
As que medem o seu desempenho e sabem que estão bem,
As que medem o seu desempenho e sabem que não estão bem,
As que não medem o seu desempenho.
Taxa de incidência
Taxa de prevalência
Taxa de letalidade
Taxa de mortalidade geral
Taxa de mortalidade infantil
Taxa de mortalidade infantil tardia
33
Taxa de mortalidade precoce
Taxa de mortalidade materna
Taxa de Natimortalidade
Taxa de mortalidade por causa específica
Indicadores epidemiológicos
Indicadores tecnológicos
Indicadores de produção
34
Número de atendimentos
Número de internamentos
Lista de espera e tempo de espera
Pacientes – dia
Taxa de ocupação hospitalar
Número de cirurgias e partos
Rendimento/concentração
Indicadores de imagem
Satisfação do paciente
35
Satisfação do fornecedor
Satisfação do visitante
Satisfação do funcionário
Satisfação do corpo clínico
Imagem perante o público
Fidelidade dos clientes
Balanço social
36
Indicadores demográfica OMS/ AFRO
Taxa de mortalidade
Taxa de natalidade
Taxa de mortalidade materna
Peso ao nascer
Crescimento e desenvolvimento da criança
Ausência de deficiência
Serviço de saúde da criança
Taxa de cobertura vacinal
Taxa de morbilidade das doenças diarreicas
Indicadores OMS/AFRO
Serviços de saúde mãe - criança
Taxa de cobertura dos cuidados pré-natais
Taxa de cobertura dos partos assistidos
Utilização dos métodos contraceptivos moderna
Indicadores OMS/AFRO
EDUCAÇÃO ATITUDES FISICAS DOS JOVENS
Indicadores OMS/AFRO
Abuso de droga
Comportamento anti-social ou violente
Gravidez dos adolescentes
Indicadores OMS/AFRO
Problemas escipécificos das pessoas com idade
37
Estado físico das pessoas com idade
Situações económicas das pessoas com idade
Situação social das pessoas com idade
Indicadores OMS/AFRO
Acesso aos medicamentos essenciais e aos cuidados especiais
Indicadores OMS/AFRO
Alfabetização dos adultos
Indicadores OMS/AFRO
Competências adquiridas e emprego
Competência adquirida
Emprego estável
Indicadores OMS/AFRO
Água e saneamento
Casa protegida contra as intempéries e os insectos
Protecção contra as intempéries
Saneamento
Taxa da utilização das latrinas higiénicas
Taxas da evacuação correcta de lixos
Ambiente de casa
Abastecimento e água
Acesso a água sadia de modo regular
Acesso a água de modo regular a menos de 1 km de marcha
Indicadores OMS/AFRO
Segurança alimentar
38
Segurança alimentar
39
CAPÍTULO III: PREVENÇÃO E RASTREAMENTO
III.1 Prevenção
40
III.2.2 Determinantes de saúde
41
III.2.3 História natural das doenças e níveis de prevenção
42
aparecem e persistem, assim como das circunstâncias e condições em que
elas não ocorrem".
43
Lefevre & Lefevre assinalam que desde a clássica formulação de
Leavell & Clark (1965) 1976, a “Promoção de Saúde” vem sendo entendida
como um subconjunto da Prevenção, ou, mais precisamente, como o nível
(o mais básico, abrangente e inespecífico) de Prevenção, envolvendo
condutas individuais como alimentar-se bem, fazer exercícios, não fumar,
ou acções de governo ou de Estado como implantação de redes de
saneamento básico, melhora de transportes colectivos etc. (Lefevre &
Lefevre o.c.)
Nessa fase do ponto de vista clínico a doença ainda está nos estágios
de ausência de sintomatologia, embora o organismo já apresente
alterações patológicas (Pereira, 2005). Almeida Filho observa que o
período pré-patogénico da história natural epidemiológica, segundo
Leavell & Clark (1976) é a própria evolução das inter-relações dinâmicas
envolvendo os condicionantes sócios – económicos, ecológicos e as
condições intrínsecas do sujeito até o estabelecimento de uma
configuração de factores que sejam propícios à instalação da doença.
Fase clínica
44
Fase de incapacidade residual
1. A tríade epidemiológica
45
Por exemplo para a malária
Ou
46
p
47
48
História natural da doença: refere-se à evolução de uma doença no
indivíduo através do tempo, na ausência de intervenção.
49
3. A cadeia epidemiológica
Cadeia epidemiológica
50
Agente causal
Agentes causais
Pesticidas
Químicos Aditivos de alimentos
Fármacos
NÃO BIOLÓGICOS· Industriais Físicos
Força mecânica
Físicos Calor
Luz
Radiações
Ruído
51
Definição de alguns termos
52
sujeitos infectados que desenvolvem a doença. Similar à infectividade,
também se pode estabelecer graus de patogenicidade.
Em nível inferior de patogenicidade, encontra-se o poliovirus com
uma baixa proporção de doentes a partir dos infectados; mais de 90% dos
infectados com o poliovirus são assintomáticos.
53
A letalidade é uma característica frequentemente usada para
descrever a gravidade de uma epidemia. A medida da letalidade é o
número de casos fatais em proporção ao número total de casos aparentes
(usualmente os diagnosticados) no mesmo período.
Figura
𝑑 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑓𝑒𝑡𝑎𝑖𝑠
Letalidade = =
𝑏+𝑐+𝑑 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
III.2 Rastreamento
54
a. Definição
55
exemplo, defeitos inatos do metabolismo como alguns tipos de cânceres,
tais como câncer de colo de útero.
d. Teste de rastreamento
56
Embora se deseje ter um teste altamente sensível e específico, deve-
se fazer um balanço entre essas duas medidas (ou propriedades), uma vez
que o ponto de corte entre o normal e o anormal é, geralmente,
determinado de forma arbitrária.
DOENÇA
Presente Ausente Total
Positive a b a+b
Negativo c d c+d
Total a+c b+d a+b+c+d
57
f.Teorema de BAYES
𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑥 𝑆𝑒
VPP = (𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑥 𝑆𝑒)+ (1−𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎)𝑥 (1−𝐸𝑠)
𝐸𝑠 𝑥 (1−𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎)
VPN=
𝐸𝑠 𝑥 (1−𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎)+ (1−𝑆𝑒)𝑥 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎
58
CAPÍTULO IV : TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
59
4.1: DESENHO DO ESTUDO
60
4.2 ESTUDOS DESCRIPTIVOS
Idade
Sexo
Grupo Racial/Étnico
Estatuto Socioeconómico
Naturalidade
Religião
Estado Civil
Ocupação (Profissional)
61
Os estudos descritivos têm como características:
Características
62
O estudo transversal parte de um grupo de pessoas com ou sem o
desfecho e com ou sem a exposição. Somente a partir da análise dos
dados serão identificados os sadios e os doentes, os expostos e não
expostos
63
Seja: {a / (a + b)}> {c / (c + d)}
1. Vantagens:
- Fáceis (Maior facilidade operacional)
- Rápido
- Barato
- Boa fonte de hipóteses
3. Desvantagens:
64
Em razão da causa (exposição) e efeito (doença ou desfecho
estudado) serem medidos simultaneamente, nesse tipo de delineamento,
é preciso alguma cautela na interpretação dos resultados; a aparente
exposição pode ser consequência da doença e não a causa da doença (a
isso denomina-se causalidade reversa)
65
a. Delineamento
b. Vantagens e desvantagens
1. Vantagens
- Facilidade de execução
- Baixo custo relativo
- Simplicidade Analítica
- Capacidade de gerar hipóteses
4. Desvantagens
66
Pode ser dividido em Prospectivo ou Retrospectivo (pode ser confundido
com Estudo de caso - controlo).
a. Delineamento
ou
67
68
c. Princípio lógico dos estudos de coortes
1. Vantagens:
- Medem a incidência
- Medem a exposição antes do início da doença
- Permitem estudar efeito de mudanças na exposição
- Permitem estudar a história natural da doença
2. Desvantagens:
69
4.3.1.4 Estudo caso – controle
a. Delineamento
70
b. Desenho de um estudo de caso - controle
d. Emparelhamento
Pode ser:
a) Natural (vizinhos, irmãos, cônjuges, etc.)
b) Artificial (conforme critério do investigador)
71
O mesmo só deve ser feito quando o factor de emparelhamento
estiver fortemente associado com a doença e a exposição (ex: idade e
sexo). Na dúvida, é melhor não usar o emparelhamento e, sim, controlar
na análise.
1. Vantagens:
2. Desvantagens:
𝑎𝑑
OR =
𝑏𝑐
72
4.3.2 Estudos experimentais
ou
73
Quanto ao conhecimento que os intervenientes têm do estudo:
a) Vantagens e desvantagens
1. Vantagens
São prospectivos: elevado domínio sobre as variáveis
relevantes
Aleatorização
Sequência temporal nítida
A melhor evidência para a ilação causal
2. Desvantagens:
Situação artificial forçada
Pode ser difícil controlar o comportamento humano
Limitações éticas
As exclusões podem limitar a generalização
Elevado custo em tempo e recursos
74
4.3.2.2.Ensaios de Campo
75
4.4 Medidas de associação
76
Apesar de terem um objectivo comum (avaliar a associação entre o factor
de risco e o desfecho em estudos epidemiológicos), essas medidas de
associação possuem características próprias e devem ser utilizadas de
acordo com o delineamento de pesquisa empregado.
77
colaboradores realizaram um estudo de coorte. De modo resumido,
podemos considerar o estudo de coorte como sendo um delineamento no
qual o pesquisador inicialmente selecciona um determinado número de
indivíduos a serem acompanhados durante um certo tempo, avaliando-se
neles a exposição ao potencial factor de risco e a ocorrência do desfecho
(novos indivíduos podem ser incluídos durante o estudo).
𝑎
𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎+𝑏
RR = = 𝑐
𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
𝑐+𝑑
Interpretação:
78
a. Intervalo de confiança
1 1 1 1
ICRR = exp⦗ln(RR) ±Z⍺√⦗ − ⦘+⦗ − ⦘
𝑎 𝑎+𝑏 𝑐 𝑐+𝑑
Onde :
1 1 1 1
IC(RR) = exp {0,56 ± 1,96 √⦗ − ⦘+ ⦗ − ⦘}
275 275+2144 311 311+4496
79
Desta forma, o risco relativo para a tabela IV.1 (seu intervalo de 95% de
confiança) pode ser expresso como:
80
facto de que se o desfecho for suficientemente raro na população
(aproximadamente 10% ou menos), o RR pode ser estimado em estudo
caso-controle através da razão dos «odds» de exposição entres casos e
controles. Esta quantidade é frequentemente denominada odds ratio.
1 1 1 1
IC(OR) = exp ⦗ln(OR) ± Z⍺ x √ + + + ⦘
𝑎 𝑏 𝑐 𝑑
Onde
81
Substituindo os dados da tabela IV.1 para a fórmula temos:
1 1 1 1
IC (OR) = exp⦗0,615 ± 1,96 x √ + + + ⦘
275 2144 311 4496
82
c) RISCO ATRIBUÍVEL POPULACIONAL (RApop) OU FRAÇÃO ETIOLÓGICA
POPULACIONAL
𝐼𝑝𝑜𝑝−𝐼𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
RApop = 𝑥 100
𝐼𝑝𝑜𝑝
𝐼.𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠−𝐼𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
RRR= 𝐼.𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
x 100
e) Considerações finais
83
pública, uma vez que são fundamentais para que se possa avaliar qual o
impacto de um factor de risco sobre uma população e quais as possíveis
repercussões de sua remoção. Enfim, estas medidas de associação com
suas características específicas são instrumentos essenciais para a
realização de estudos epidemiológicos analíticos.
84
CAPÍTULO V: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
85
atingidos por moléstias graves como a cólera, a varíola e a peste. Seu
propósito era detectar os primeiros sintomas para a rápida instituição do
isolamento
86
Segundo Alexander Langmuir (1963), “Vigilância é a observação contínua
da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a colecta
sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbilidade e
mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e a regular
disseminação dessas informações a todos os que necessitam conhecê-la”.
87
Fig V.1 Etapas de vigilância epidemiológica
88
V.2 OBJECTIVOS
a. Objectivo geral
b. Objectivos Específicos:
Verificar os perfis de saúde da população relevantes em Saúde
Pública;
Conhecer a incidência da doença / infecção;
Estimar a magnitude da morbilidade e mortalidade causadas por
determinados agravos;
Estudar a dinâmica da difusão da doença no tempo e no espaço
geográfico;
Detectar casos agrupados de doenças;
Detectar epidemias;
Definir prioridades de intervenção em saúde Pública;
Avaliar e monitorizar programas locais, regionais e mundiais de
intervenção;
Desenvolver investigação sobre aspectos menos conhecidos;
Descrever factores de risco;
Identificar novos problemas de Saúde Pública.
89
Investigar surtos;
Prevenir e controlar a ocorrência de eventos adversos à saúde;
Identificar factores de risco que envolvem a ocorrência de doenças;
Recomendar, com bases objectivas e científicas, as medidas
necessárias para prevenir ou controlar a ocorrência de eventos
específicos adversos à Saúde;
Avaliar o impacto de medidas de intervenção por meio da colecta e
análise sistemática de informações relativas ao evento específico;
Avaliar a adequação de tácticas e estratégias de medidas de
intervenção com base não só em dados epidemiológicos, mas
também nos referentes à sua operacionalização;
Fazer a revisão de práticas antigas e actuais de sistemas de
vigilância com o objectivo de discutir prioridades em Saúde Pública
e propor novos instrumentos metodológicos
90
V.3 Tipos e métodos de Sistemas de Vigilância
1. O sistema passivo
Características
2. O sistema activo.
91
Características
É implementado para situações de importância especial; é aplicado
preferencialmente as doenças raras ou para programas de
erradicação de doenças;
Permite um melhor conhecimento do comportamento dos eventos
adversos à saúde na comunidade, tanto em seus aspectos
quantitativos quanto qualitativos;
Pode validar a representatividade do sistema passivo;
Garante uma notificação mais completa;
Pode ser utilizado com investigações epidemiológicas específicas;
São mais dispendiosos do que o sistema passivo;
É aplicado em períodos limitados de tempo e para fins concretos.
b. Métodos de vigilância epidemiológica
Existe seis principais métodos de vigilância mas dois entre eles: o sistema
de registo vital e recenseamento das populações não são explorados nos
pais em desenvolvimento como Angola.
92
C. Etapas na elaboração de um sistema de vigilância
Colecta de dados;
Análise;
Ampla distribuição das informações analisadas por todos aqueles
que as geraram e que necessitam do seu conhecimento.
93
6. Cada sistema é responsável pelo acompanhamento contínuo de
eventos adversos à saúde, visando estabelecer bases técnicas, assim como
normas para a implementação de programas de controlo.
94
Tipo de Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica:
95
Investigação epidemiológica de campo - procedimento
destinado a complementar as informações da notificação,
no que se refere à fonte de infecção e aos mecanismos de
transmissão, entre outras. Ela também permite a
descoberta de casos que não foram notificados.
Imprensa e população - muitas vezes, as informações
oriundas da população e da imprensa são fontes eficientes
de dados, devendo ser sempre consideradas, desde
quando se proceda a uma investigação pertinente.
Estudos Epidemiológicos
Levantamento Epidemiológica
Sistemas Sentinela
96
informações produzidas. Podem basear-se na ocorrência dum
evento sentinela, que quando é detectado aciona o sistema.
Utilidade
97
Data da identificação do surto e o início das medidas de
controlo
Aceitabilidade
Simplicidade
98
Diagnóstico;
Número e tipo de fontes de informação;
Meios utilizados na transmissão de informações;
Número de organizações envolvidas no sistema;
Necessidade de capacitação especial da equipe;
Tipo e abrangência da análise de informações;
Número e tipo de usuários do produto final do sistema;
Meios utilizados na distribuição do produto final do sistema;
Flexibilidade
Sensibilidade
99
a proporção de indivíduos identificados como casos pelo sistema de
vigilância e que de facto o são. Se o VPP for baixo (apresenta frequentes
casos falsamente positivos), além de elevar os custos, pode induzir à
investigação de epidemias que não ocorreram.
Exemplos:
1. Sarampo
Classificação:
100
V.9 redes da vigilância epidemiológica
101
VI.1 Sistema nacional de saúde angolano (SNS)
102
intenso esforço de reabilitação e reconstrução nacional de que tem
beneficiado o SNS.
O primeiro nível:
Sector Público
103
O sector público inclui o Serviço Nacional de Saúde (SNS), os serviços de
saúde das forças Armadas Angolanas (FAA) e do Ministério do Interior,
bem como de empresas públicas, tais como a SONANGOL, ENDIAMA e,
etc.
Sector Privado
O sector privado lucrativo está ainda confinado aos principais centros
urbanos do país. Os preços dos cuidados de saúde limitam a acessibilidade
da população ao sector privado lucrativo. Os preços praticados não são
objecto de nenhuma regulação. À semelhança do que acontece no sector
público, a qualidade dos serviços prestados está aquém do desejado.
Na sua maioria, o pessoal do sector privado é o mesmo que trabalha no
sector público, com evidentes prejuízos para ambos os sectores.
O sector privado não lucrativo, essencialmente ligado a entidades
religiosas e Organizações Não-Governamentais (ONG’s), tende a
direccionar a prestação de cuidados para as camadas mais vulneráveis das
áreas suburbanas e rurais.
104
Por ausência de um quadro legal, a falta de integração no sistema nacional
de saúde e de articulação com os outros prestadores de saúde, leva a que
os valores positivos da medicina tradicional não sejam devidamente
aproveitados em benefício da saúde da população.
Os medicamentos tradicionais encontravam-se à venda nos mercados
informais e nas ervanárias, sem qualquer controlo de qualidade e em
inadequadas condições de conservação. Não existe nenhuma
regulamentação sobre os medicamentos tradicionais.
105
A malnutrição, incluindo a obesidade, as doenças crónicas como a
hipertensão arterial (HTA), doenças cardiovasculares, diabetes e os
diferentes cancros registam um crescimento acentuado.
1. Malária
106
2. Tuberculosa
3. Tripanosomiase
4. Lepra
107
Tabela 1: Casos notificados e óbitos das doenças transmissíveis em 2006
e 2007
108
Tabela 2: situação epidemiológica das doenças transmissíveis do
regulamento sanitário de Angola, Abril - Junho 2011
109
tabela de prevalencia de VIH/SIDA, Hepatite B e Sífilis em mulheres
gravidas em consulta pré-natal outubro 2001 a janeiro 2003
D.Resp.Aguda
18%
Malaria
66%
110
Gráfico 2: possíveis causas da mortalidade de crianças menos de 5 anos
Luanda 2001
111
Grafico3:Distribuiçãode casos novos de VIH/SIDA por categoria de
exposição, 2007
DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE VIH/SIDA NOTIFICADOS POR SEXO E GRUPOS ETÁRIOS, DE 1985 ATÉ 31/10/02
1400
1200
1000
TOTAL POR SEXO
800
Masculino
Feminino
600
400
200
0
0-4 5-14 15-19 20-29 30--39 40-49 50-59 > 60
IDADE
Fonte: PNLS
112
Referências bibliográficas
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