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1 RESUMO

Logística é um ramo da gestão cujas atividades estão voltadas para o planejamento


da armazenagem, circulação (terra, ar e mar) e distribuição de produtos, é também a
área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para
a execução de todas as atividades de uma empresa. Ela está diretamente ligada à
administração, economia, contabilidade, estatística e o marketing. Na região
noroeste paulista existem três tipos de modais de transporte, rodoviário, hidroviário,
e ferroviário cada um com custos e características próprias, que os tornam mais
adequados para certos tipos de operações e produtos. Com a criação de um porto
teremos a unificação destes modais. A fim de melhor entender o cenário que envolve
a logística da região foi realizado um levantamento bibliográfico com objetivo de
analisar o sistema logístico ferroviário, rodoviário e hidroviário e sua viabilidade
econômica para região de Santa Fé do Sul/ SP.

2 INTRODUÇÃO

Logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos


e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. Ela está
diretamente ligada à administração, economia, contabilidade, estatística e o
marketing, e envolve diversos recursos da engenharia, tecnologia, do transporte e
dos recursos humanos.
Esta área possui uma visão organizacional holística, onde esta administra os
recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na empresa,
gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o
armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos, monitorando as
operações e gerenciando informações.
Durante muito tempo a única preocupação era determinar como é quando os
produtos seriam levados de um lugar para outro. Com o passar do tempo, o
gerenciamento de transporte foi se misturando com uma atividade semelhante - o
gerenciamento de matérias. O resultado dessa mistura foi a criação de uma
disciplina nova, chamada logística. Hoje em dia é chamada de logística a área que
tem a função de controlar o deslocamento de matérias, partindo dos fornecedores
até as prateleiras das lojas.
3 OBJETIVOS

 Analisar o sistema logístico ferroviário, rodoviário e hidroviário para a economia


da região de Santa Fé do Sul/ SP.
 Apresentar os benefícios de um terminal intermodal na questão de logística e
econômica, para o desenvolvimento da região de Santa Fé do Sul/ SP.

4 METODOLOGIA

O método utilizado para fazer a pesquisa foi a pesquisa


bibliográfica, Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o
levantamento de toda a bibliografia já publicada e escrita , em forma de livros,
revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o
pesquisador tenha um contato direto com todo o material escrito sobre um assunto,
auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas
informações. Ela pode ser considerada o passo inicial de toda pesquisa cientifica.

5 DESENVOLVIMENTO

5.1 Concepção Logística

De acordo com Christopher (2002), a logística é um sistema de


gerenciamento estratégico das compras, da movimentação e do estoque de
produtos da empresa e de seu marketing, de forma que aumente a lucratividade
presente e futura através do atendimento dos pedidos com custos inferiores.
Para Ballou (1993), a percepção logística de reunir as movimentações
relacionadas a fluxo de produtos e serviços coletivos é um progresso espontâneo.
Essas movimentações englobam comunicação, transporte e estoques. Portanto,
para a empresa alcançar ganhos potenciais é preciso focalizar o controle e a
coordenação coletivos das atividades logísticas.
Conforme Dias (2010), dois tipos de subsistemas compõem a logística sendo
a administração de materiais e transporte e distribuição física. Entende-se por
administração de materiais e transporte o agrupamento de materiais de varias
origens, incluindo as ações das atividades executadas nos departamentos de
recebimento, planejamento e controle da produção, compra, transporte, expedição,
estoque e a distribuição física pode ser definido como um transporte eficaz da
matéria prima a fabrica ou da fabrica ao consumidor.
Para Bertaglia (2009), a logística é a movimentação de bens e serviços de um
ponto a outro. A atividade de transporte cria o fluxo físico destes bens e é
responsável pela movimentação dos produtos, existem dois parâmetros para
atividades de transporte, tempo e distancia, sendo distancia o tempo percorrido da
produção ao cliente e o tempo totalmente.

Conforme citam os autores mencionados durante o respectivo trabalho a


logística é um dos principais pilares dentro da organização, pois é a área
responsável tanto pela chegada da matéria prima, quanto para o transporte do
produto já finalizado para o consumidor. Esse transporte é classificado por meio de
cinco modais, sendo eles rodoviário, aquaviário, ferroviário, aéreo e dutoviário, cada
um deles possui suas vantagens e desvantagens, além de características
especificas, é necessário apenas definir qual se enquadra melhor a realidade de
cada organização.

No próximo tópico, serão apresentadas as principais definições e características dos


modais de transporte.

5.2 Modais de Transporte

Segundo Razzolini Filho (2011), o transporte é um componente essencial para


o vinculo das empresas a seus clientes, pois é através deles que são movimentados
os bens e pessoas. O maior objetivo do transporte é conseguir levar os produtos no
momento exato onde há demanda para os mesmos.
No Brasil o meio de transporte considerado mais comum e eficiente, apesar
do custo do frete é o rodoviario. De acordo com Arnold (1999), comparado aos
demais meios de transporte, o rodoviario tem um custo de aquisição relativamente
baixo, sendo o meio de transporte mais adequado para a distribuição de pequenos
volumes a áreas mais abrangentes.
Os modais de transportes podem ser divididos em três grandes grupos
transporte aquaviário, transporte terrestre e transporte aéreo. O transporte
aquaviário tem como característica a utilização de meios aquáticos, subdividido em
marítimo fluvial e lacustre, transporte por rios, mares e lagos. O transporte terrestre
também é dividido sendo, rodoviário e ferroviário, o rodoviário com maior
flexibilidade de todos. E o aéreo é o modal que utiliza aeronaves de cargas,
passageiros ou mistos (DIAS, 2010).
A logística de transportes é o ramo de atividade que abrange dos
fornecedores ate o cliente final, abastecendo toda a cadeia logística. Mas não basta
que as empresas produzam ótimos produtos se eles não forem disponibilizados
rapidamente aos clientes finais (RAZZOLIN, 2009, p. 22). É por essa razão que o
sistema de logística é indispensável, e se deve buscar sempre atender o cliente com
o menor custo e com agilidade.
Através do tipo de serviço, é possível obter a melhor opção de transporte a
ser feita. Para Ballou (2001), a escolha de um modal de transporte pode ser utilizada
para criar uma vantagem competitiva do serviço.
O transporte ferroviário é utilizado no Brasil, de acordo com Gomes e Ribeiro
(2004), principalmente na movimentação de grandes tonelagens de produtos
homogêneos, em distâncias significativamente longas. Como exemplos destas
cargas estão os produtos como minérios, derivados de petróleo e cereais em grão,
que são transportados a granel.
O modal ferroviário oferece altos custos fixos em equipamentos, em terminais
e em vias férreas. No entanto, seu custo variável é baixo. Apesar de o custo
ferroviário ser inferior ao rodoviário, este modal ainda não é muito utilizado no Brasil
em relação ao modo de transporte rodoviário. Isto ocorre devido a problemas de
infraestrutura e a falta de investimentos nas ferrovias.
Para Novaes (2007), após a privatização das ferrovias no Brasil, tem se
observado uma constante melhoria nos serviços de transporte ferroviário. Embora a
rede ferroviária seja pequena quando considerado todo o território nacional, seu
potencial junto a centros produtores e consumidores é grande, e depende de
melhorias de traçado e da via permanente, bem como de vagões/ locomotivas e do
melhoramento das operações.
Além do transporte ferroviário ser o modal mais usado em produtos de grandes
volumes e de longas distâncias, desde que não tenham pressa na sua entrega, este
tipo de modal é lento com maior tempo de entrega, como relatam Jacobs e Chase
(2012). Neste tipo de modal não pode-se alterar a rota de entrega dos produtos e
também é um dos que menos emite CO² ao meio ambiente.
Segundo Faria e Costa (2007), os custos do transporte rodoviário são custos
fixos baixos, pois as rodovias são financiadas por recursos públicos, todavia seu
custo variável com pedágio, combustíveis e manutenção são altos
Para Dias (2010), o sistema rodoviário responde pelo transporte de maior parte
das cargas movimentadas no Brasil. É o transporte mais utilizado e com maior
acesso dos modais existentes no Brasil. Apesar do alto custo, essa realidade não se
modificará muito nas próximas décadas, mesmo que haja investimentos do governo
federal no sentido de mudar essa situação.
Para Jacobs e Chase (2012), as estradas oferecem flexibilidade para
movimentar mercadorias a praticamente qualquer localidade. Tudo pode ser
transportado nesse transporte, sendo portanto muito utilizado em diversos países.
Tanto para Novaes (2007), assim como para Jacobs e Chase (2012), uma das
grandes vantagens do transporte rodoviário é o de alcançar qualquer ponto do
território nacional, com exceção de locais muito remotos, os quais, por sua própria
natureza, não tem expressão econômica para demandar esse tipo de serviço. Na
locomoção de produtos entre a fábrica e centro de distribuição, seja da própria
indústria, atacadista/distribuidor ou varejista, a escolha predominante é o da carga
completa.
O transporte rodoviário é o mais utilizado por percorrerem pequenas distâncias,
ser ágil, dinâmico e principalmente por terem a facilidade de efetuarem outras rotas.
Apesar de não ser o mais econômico, pois com o grande numero de pedágios que
existem nas estradas brasileiras e os valores elevados em manutenções dos
veículos de transporte, o mesmo acaba ficando com seu valor alto. Outro detalhe é a
grande emissão de CO² que afeta e muito a preservação ambiental. Novos
combustíveis como os biocombustíveis e caminhões mais econômicos demonstram
a preocupação da indústria com essa questão.
O transporte hidroviário é usado para transporte de produtos granéis,
químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor em contêineres. Como
exemplos de meios de transporte hidroviário, podem-se citar os navios dedicados,
navios containers e navios bidirecionais para veículos. Este tipo de transporte pode
ser dividido em três formas de navegação, a cabotagem que é navegação realizada
entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima ou entre esta
e as vias navegáveis interiores.
Segundo Ballou (2006), o melhor investimento que qualquer transportador
hidroviário precisa fazer é em equipamento de transporte e em instalações de
terminais. As hidrovias e os portos são de propriedade e operações públicas, desses
custos principalmente no caso de operações nacionais são cobrado dos
transportadores. Com altos custos em terminais e baixos custos em percurso, os
preços da tonelada têm uma expressiva redução, quanto maior for à distância
percorrida e o tamanho da carga a ser transportada.
De acordo com Dias (2010), o transporte hidroviário é feito por navios a motor,
de grande porte, entre os mares e oceanos, e são classificados em categorias de
acordo com a sua finalidade.
Para Arnold (1999) e Chopra e Meindl (2011), o principal benefício do
transporte hidroviário é o custo, pois os custos operacionais são baixos, pois os
navios têm uma capacidade relativamente grande. Jacobs e Chase (2012),
descrevem que o tempo de circulação são muito longos e muitas partes do mundo
não tem acesso ao transporte marítimo. Desta forma empresas podem oferecer
serviços diretos apenas se o expedidor e o consignatário estiverem localizados em
uma hidrovia.
O sistema de transporte além dos cinco modais, oferece outra modalidade que
é chamada de intermodalidade ou multimodalidade sendo a combinação de um ou
mais modais.
No próximo item será colocada exatamente a diferença entre intermodalidade e
multimodalidade e explicada cada uma delas.

5.3 Intermodalidade e Multimodalidade

Demaria (2004), diferencia intermodalidade de multimodalidade, embora as


duas operações acontecem por mais de um meio de transporte, na intermodalidade
é emitido um documento para cada modal e a responsabilidade é de cada
transportador e na multimodalidade é emitido um único documento que valerá para
todos os modais utilizados do ponto de partida até o destino final.
Para Garcia Junior (2002), o termo intermodalidade seria o mais correto
quando se refere a mercadorias, porque o prefixo inter expressa melhor a ideia de
conexão entre os modos, ao contrario do prefixo multi que transmite a ideia de
independência. Porem os tratados internacionais e as normas jurídicas nacionais
adotaram o termo multimodalidade em seus documentos, consagrando a sua
utilização.
De acordo com Novaes (2007), transporte intermodal é a conjunção de duas ou
mais modalidades sem maior preocupação, além da simples integração física e
operacional. Hara (2005) define que a intermodalidade acontece quando as
mercadorias são transportadas por mais de um modo de transporte, ou por
diferentes operadores, que são responsáveis, cada qual pelo seu trecho.
Segundo Keedi (2003), o transporte intermodal é uma operação normal para
lugares onde não se consegue levar a mercadoria com um só meio de transporte por
um único modal, ou quando um transporte por mais de um modal oferece uma
vantagem maior do que um transporte direto.
Conforme Pozo (2004), são objetivos alcançados com a utilização da
intermodalidade a redução do custo total, redução do tempo de transito em longos
percursos, redução do impacto ambiental, redução do congestionamento nas
rodovias e melhora do nível de serviços.

5.4 O terminal Intermodal de Rubineia.

Foi aprovado em agosto de 2013 à construção de um porto intermodal na


região de Rubineia interior de São Paulo, será localizado estrategicamente no marco
zero da hidrovia tiete paraná que é o encontro de três grandes estados, São Paulo,
Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, a ideia inicial também partiu do beneficio de
que na região escolhida tem o encontro dos três principais modais existentes, pelo
fato da ponte rodoferroviária estar ao lado do local. Essa obra tem como intuito
ajudar a escoar a produção de soja, milho e álcool da região entre outros comódities
em geral, também segundo Wladimir D'Andrade 2014, 5.769 milhões de toneladas
de produtos foram transportados pela hidrovia de janeiro a novembro de 2013. A
expectativa do Departamento Hidroviário é que este volume alcance 14 milhões de
toneladas até 2017 com a construção dos novos portos.
Segundo Ferri (2013), o porto intermodal de Rubineia será as margens da
hidrovia Tiete-Parana, com ligações a rodovias e a malha ferrea, dando acesso ao
terminal de São Simão em Goias que fica as margens do Rio Paranaiba, permitindo
alcançar portos na Argentina, Uruguai e Paraguai, por meio de transbordo proximo a
Itaipu no estado do Parana.
Para o Ministério do Transporte (2014) o sistema hidroviário Tietê-Paraná
possui 2.400 quilômetros de vias navegáveis de Piracicaba e Conchas (ambos em
São Paulo) até Goiás e Minas Gerais (ao norte) e Mato Grosso do Sul, Paraná e
Paraguai (ao sul). Liga cinco dos maiores estados produtores de soja do País e é
considerada a hidrovia do Mercosul. No seu trecho paulista possui 800 quilômetros
de vias navegáveis, dez reservatórios, dez barragens, 23 pontes, 19 estaleiros e 30
terminais intermodais de cargas. Sua infraestrutura, administrada pelo Departamento
Hidroviário (DH) transformou o modal em uma alternativa econômica para o
transporte de cargas, além de propiciar o reordenamento da matriz de transportes da
região centro-oeste do Estado e impulsionar o desenvolvimento regional.
Ferri (2013) destaca que o parque intermodal de Rubineia deveria começar a
operar com 30% de sua capacidade em maio de 2014, mas até o momento o
ministério do transporte informou que os projetos pertinentes a Rubinéia encontram-
se em fase de licitação. Segundo o autor o porto será operado por quatro empresas
de cabotagem (navegação entre portos marítimos de um mesmo país). Estima-se
que sejam operacionalizadas cerca de 10 milhoes de toneladas por ano de soja,
milho, cana de açucar, entre outros.

6 RESULTADOS

A principal vantagem do transporte intermodal consiste em combinar as poten-


cialidades dos diferentes modos de transporte. Com esta combinação podem resul-
tar importantes reduções de custos, segurança rodoviária, poluição, consumo de
energia, redução do tráfego rodoviário.
O transporte intermodal só poderá ser uma realidade se for competitivo perante
o transporte rodoviário e, para que isso aconteça, é decisivo que no processo de
mudança de modo de transporte, este seja eficaz e de baixo custo; caso contrário,
este sistema poderá ser falho.
O processo de mudança de modo de transporte poderá tornar todo o sistema
menos eficiente, implicar um aumento dos custos, provocar demoras e menor viabili-
dade nos prazos de entrega, devido aos processos administrativos burocráticos. Se-
rá necessário reduzir tais custos e apostar numa correta gestão da armazenagem e
da informação.
Além das vantagens também existe um problema que a hidrovia vem passado
desde maio de 2014 ate setembro de 2014, com o pequeno volume de chuvas, o
nível dos rios esta cada vez mais baixo e o transporte fica interrompido ou até
condenado ate que a situação se normalize. É um problema a ser muito discutido
pelos gestores do novo porto que será construído gerando estratégias para que
mesmo com esses problemas incontroláveis, o porto possa operar sem que tenha
perda de mercadorias e nos piores casos desligamento de funcionários.
Com todo esse empreendimento e essas instalações será possível aumentar
os empregos na cidade e região, aumento da produção nas indústrias, como tam-
bém a procura de novas empresas para se instalarem na região desde empresas
diretamente relacionadas com o porto como aquelas indiretamente relacionadas, já
que logística para escoar a produção terá muitas facilidades. O que ajudará bastante
o desenvolvimento da região.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A logística é imprescindível para um eficiente planejamento, sendo um dos


principais pilares dentro da organização, pois é através da logística que se controla
tanto a entrada da matéria prima, quanto à saída e o transporte do produto já
finalizado para o consumidor.
O modal de transporte rodoviário é o mais utilizado no Brasil, e com seus
altos custos, cria a possibilidade da criação de uma intermodalidade na região de
Rubineia (SP) .
Com a análise realizada verifica-se a importância para a região do município
de Rubinéia a construção de um porto intermodal, tanto para diminuição de custo
como para o desenvolvimento do município, gerando mais empregos, a instalação
de novas empresas e o escoamento dos insumos das empresas da região
oferecendo outras opções de transportes.

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