LEI #13.725 DE 9 DE JANEIRO DE 2004 Codigo Sanitario Municipal SP

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LEI Nº 13.725 DE 9 DE JANEIRO DE 2004

RAZÕES DO VETO REGULAMENTAÇÕES ALTERAÇÕES CORRELAÇÕES

TEMAS RELACIONADOS

Institui o Código Sanitário do Município de São Paulo.

LEI Nº 13.725, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

(Projeto de Lei nº 718/03, do Executivo, aprovado na forma do Substitutivo do Legislativo)

Institui o Código Sanitário do Município de São Paulo.

MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas
por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 19 de dezembro de 2003, decretou e eu
promulgo a seguinte lei:

TÍTULO I

CÓDIGO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PRINCÍPIOS, PRECEITOS E DIRETRIZES GERAIS

Art. 1º - Fica instituído o Código Sanitário do Município de São Paulo, fundamentado nos princípios
expressos na Constituição Federal, na Constituição do Estado de São Paulo, nas Leis Orgânicas da
Saúde - Leis Federais nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
no Código de Defesa do Consumidor - Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, no Código de
Saúde do Estado de São Paulo - Lei Complementar nº 791, de 9 de março de 1995, e na Lei Orgânica
do Município de São Paulo, com os seguintes preceitos:

I - descentralização, preconizada nas Constituições Federal e Estadual, bem como na Lei Orgânica do
Município de São Paulo, observando-se as seguintes diretrizes:

a) direção única no âmbito municipal;

b) municipalização dos recursos, serviços e ações de saúde, estabelecendo-se em legislação


específica os critérios de repasse de verbas das esferas federal e estadual;

c) integração das ações e serviços, com base na regionalização e hierarquização do atendimento


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individual e coletivo, adequado às diversas realidades epidemiológicas;

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d) universalização da assistência com igual qualidade e acesso da população urbana e rural a todos os
níveis dos serviços de saúde;

II - participação da sociedade, por meio de:

a) conferências de saúde;

b) conselhos de saúde;

c) representações sindicais;

d) movimentos e organizações não-governamentais;

III - articulação intra e interinstitucional, mediante o trabalho integrado e articulado entre os diversos
órgãos que atuam ou se relacionam com a área de saúde;

IV - publicidade, para garantir o direito à informação, facilitando seu acesso mediante sistematização,
divulgação ampla e motivação dos atos;

V - privacidade, devendo as ações de vigilância sanitária e epidemiológica preservar este direito do


cidadão, que só poderá ser sacrificado quando não existir outra maneira de evitar perigo atual ou
iminente para a saúde pública.

TÍTULO II

OBJETIVO, CAMPO DE AÇÃO E METODOLOGIA

Art. 2º - Para os efeitos deste Código, entende-se por Vigilância em Saúde as ações de Vigilância
Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde Ambiental e Vigilância em Saúde do
Trabalhador, que compõem um campo integrado e indissociável de práticas, fundado no conhecimento
interdisciplinar e na ação intersetorial, desenvolvidos por meio de equipes multiprofissionais, com a
participação ampla e solidária da sociedade, por intermédio de suas organizações, entidades e
movimentos, estruturando, em seu conjunto, um campo de conhecimento.

§ 1º - As ações de vigilância sanitária abrangem o conjunto de medidas capazes de eliminar, diminuir


ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,
inclusive o do trabalho, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde.

§ 2º - As ações de vigilância epidemiológica abrangem o conjunto de atividades que proporcionam o


conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de adotar ou recomendar medidas de
prevenção e controle das doenças e agravos à saúde.

§ 3º - As ações de vigilância em saúde ambiental abrangem, no que se relaciona com o binômio saúde-
meio ambiente, o conjunto de medidas de vigilância sanitária e epidemiológica, incluindo-se as ações
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específicas de prevenção e controle das zoonoses e enfermidades transmitidas por vetores, bem como

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dos agravos causados pelas diversas formas de poluição do meio ambiente, que serão exercidas em
articulação e integração com outros setores, dentre os quais os de saneamento básico, planejamento
urbano, obras públicas e meio ambiente.

§ 4º - As ações de vigilância em saúde do trabalhador abrangem, no que se relaciona com o binômio


saúde-trabalho, um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância sanitária e
epidemiológica, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos dos ambientes, das condições e dos processos de trabalho, da manutenção ou incorporação
de tecnologias potencialmente nocivas à saúde e, ainda, das condições de produção, extração,
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, produtos, máquinas e
equipamentos.

Art. 3º - Os princípios expressos neste Código dispõem sobre precaução, bioética, proteção, promoção
e preservação da saúde, no que se refere às atividades de interesse à saúde e meio ambiente, nele
incluído o do trabalho, e têm os seguintes objetivos:

I - assegurar condições adequadas à saúde, à educação, à moradia, ao transporte, ao lazer e ao


trabalho;

II - assegurar e promover ações visando o controle de doenças, agravos ou fatores de risco de


interesse à saúde;

III - promover a melhoria da qualidade do meio ambiente, nele incluído o do trabalho, garantindo
condições de saúde, segurança e bem-estar público;

IV - garantir condições de segurança sanitária na produção, comercialização e consumo de bens e


serviços de interesse da saúde, incluídos procedimentos, métodos e técnicas que as afetem;

V - assegurar e promover a participação da comunidade nas ações de saúde.

Art. 4º - Entende-se por princípio da precaução a garantia de proteção contra os riscos potenciais que,
de acordo com o estágio atual do conhecimento científico, não podem ser ainda identificados com
segurança, porém podem ensejar a ocorrência de danos sérios ou irreversíveis à vida, à saúde e ao
meio ambiente.

§ 1º - A ausência de absoluta certeza científica não deverá ser utilizada como motivo para postergar a
adoção de medidas eficazes que visem prevenir o comprometimento da vida, da saúde e do meio
ambiente.

§ 2º - Os órgãos de vigilância em saúde municipais, quando houver ameaça de danos sérios ou


irreversíveis à vida, à saúde e ao meio ambiente, adotarão medidas intervencionistas preventivas
norteadas pelo princípio da precaução.

Art. 5º - Entende-se por bioética o estudo sistemático das dimensões morais, incluindo uma visão
moral, decisões,
Ctrl+M condutas e políticas, das ciências da vida e cuidados da saúde, empregando uma
variedade de metodologias éticas em um ambiente multidisciplinar, que surgiu em função da

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necessidade de se discutir moralmente os efeitos resultantes do avanço tecnológico das ciências do


campo da saúde, bem como aspectos tradicionais da relação de profissionais da saúde com pacientes
e voluntários de pesquisas clínicas.

§ 1º - Para os efeitos deste Código, adotam-se as seguintes definições:

I - pesquisa - classe de atividades cujo objetivo é desenvolver ou contribuir para o conhecimento


generalizável. O conhecimento generalizável consiste em teorias, relações ou princípios ou no acúmulo
de informações sobre as quais está baseado, que possam ser corroborados por métodos científicos
aceitos de observação e inferência;

II - pesquisa envolvendo seres humanos - pesquisa que, individual ou coletivamente, envolva o ser
humano, de forma direta ou indireta, em sua totalidade ou partes dele, incluindo o manejo de
informações ou materiais, que somente pode ser desenvolvida após a devida aprovação pelos órgãos
públicos competentes, nos termos da legislação em vigor;

III - protocolo de pesquisa - documento obrigatório que deve contemplar a descrição da pesquisa em
seus aspectos fundamentais, informações relativas ao sujeito da pesquisa, à qualificação dos
pesquisadores e a todas as instâncias responsáveis.

§ 2º - No desenvolvimento de pesquisas, devem estar incorporados, com a finalidade de prover


segurança ao indivíduo e às coletividades, os cinco referenciais básicos da bioética, ou seja, a
autonomia, a não-maleficência, a beneficência, a justiça e a privacidade, entre outros, visando
assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos sujeitos da pesquisa, à comunidade científica e
ao Estado.

§ 3º - Nos casos de pesquisa em que o uso de animais é a única maneira de alcançar os resultados
desejados, não sendo pertinente o emprego de métodos alternativos à sua utilização, observar-se-á o
quanto segue:

I - os animais devem ser mantidos em condições adequadas e o seu número, em cada experimento,
ser justificado mediante cálculo estatístico apropriado;

II - os experimentos que causam dor e/ou desconforto devem prever analgesia e anestesia apropriadas
à espécie e ao tipo de experimento, sendo de responsabilidade do pesquisador evitar o sofrimento do
animal em estudo, exceto quando o estudo da dor for o objetivo da investigação;

III - os animais só poderão ser submetidos às intervenções inscritas nos protocolos de pesquisa,
aprovados nos termos da legislação vigente, ou nos programas de aprendizagem cirúrgica de
instituições de ensino e pesquisa ou assistenciais, se, durante e após a realização dos procedimentos,
receberem cuidados especiais;

IV - ao final do experimento ou em casos de doença ou ferimento em que a eutanásia seja o único


procedimento adequado a ser prescrito, a morte dos animais deverá ser realizada mediante o emprego
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de técnicas consagradas, de acordo com a espécie e de forma rápida, indolor e irreversível.

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§ 4º - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em consonância com a Comissão de


Ética em Pesquisa - CEP da Secretaria Municipal de Saúde e com o órgão de vigilância em saúde,
deve manter banco de dados contendo a relação de todas as pesquisas em saúde desenvolvidas no
Município, articulando-se, para tal finalidade, com as Comissões de Ética em Pesquisa das instituições
de ensino e pesquisa e com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP do Conselho
Nacional de Saúde.

§ 5º - Os órgãos de vigilância em saúde municipais zelarão para que, nos estabelecimentos de


assistência à saúde, seja observada a legislação aplicável à pesquisa clínica envolvendo os seres
humanos.

Art. 6º - Os órgãos de vigilância em saúde incorporarão às suas ações o conceito de biossegurança.

§ 1º - Entende-se por biossegurança o conjunto de medidas voltadas para a prevenção, minimização


ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem e dos animais, a preservação do meio
ambiente e a qualidade dos resultados.

§ 2º - Para os efeitos deste Código, no que for pertinente, aplica-se a legislação estadual e federal aos
produtos que possam conter organismos geneticamente modificados, bem como à pesquisa
envolvendo esses organismos.

§ 3º - Os órgãos municipais de vigilância em saúde zelarão pelo cumprimento das normas de


segurança e mecanismos de fiscalização referentes ao uso das técnicas de engenharia genética na
construção, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, liberação e descarte de
organismos geneticamente modificados - OGM, visando proteger a vida e a saúde humana, dos
animais e das plantas, bem como o meio ambiente.

Art. 7º - Os órgãos de vigilância em saúde lançarão mão de um conjunto de ações e serviços para
detectar, analisar, conhecer, monitorizar e intervir sobre determinantes do processo saúde-doença,
incidentes sobre indivíduos ou sobre a coletividade, sejam eles decorrentes do meio ambiente, da
produção e/ou circulação de produtos ou da prestação de serviços de interesse da saúde, com a
finalidade de prevenir agravos e promover a saúde da população.

Art. 8º - Constitui atributo dos órgãos que compõem o Sistema Municipal de Vigilância em Saúde, das
suas equipes multiprofissionais e dos seus agentes, o exercício do poder de polícia administrativa no
desenvolvimento de ações e serviços que visam promover e proteger a saúde humana e animal,
controlar as doenças e agravos à saúde, preservar o meio ambiente, inclusive o do trabalho, e
defender a vida.

Art. 9º - Observadas as normas vigentes no âmbito do Sistema Municipal de Auditoria e Avaliação,


deve ser mantido processo contínuo de acompanhamento e avaliação das ações de vigilância em
saúde, com vistas ao aprimoramento técnico-científico e à melhoria da qualidade das ações.
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Art. 10 - Cabe à direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em articulação com o órgão
competente de vigilância em saúde, a elaboração de normas, códigos e orientações, observadas as
normas gerais de competência da União e do Estado, no que diz respeito às questões das vigilâncias
sanitária, ambiental, epidemiológica e em saúde do trabalhador, conforme o disposto no artigo 30,
inciso I, da Constituição Federal.

Art. 11 - À direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em articulação com o órgão
competente de vigilância em saúde, cabe a formulação da política de recursos humanos para a área da
saúde, devendo ser mantido serviço de capacitação permanente dos profissionais que atuam na
vigilância em saúde, de acordo com os objetivos e campo de atuação.

Art. 12 - As informações referentes às ações de vigilância em saúde devem ser amplamente divulgadas
à população, por intermédio de diferentes meios de comunicação.

Art. 13 - A vigilância em saúde deve organizar serviços de captação de reclamações e denúncias,


divulgando periodicamente as estatísticas por tipo de estabelecimento, motivo da denúncia e
providências adotadas em cada caso, preservando o sigilo quanto à identificação do denunciante.

Art. 14 - O Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito do Município, deverá coletar, analisar e divulgar
dados estatísticos de interesse para as atividades de saúde pública por meio dos órgãos de vigilância
em saúde, de informação e, ainda, de auditoria e avaliação da Secretaria Municipal da Saúde.

§ 1º - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em consonância com o órgão


competente de vigilância em saúde, deve organizar o Subsistema de Informações de Vigilância em
Saúde, articulados com os respectivos Sistemas Estadual e Federal.

§ 2º - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em articulação com o órgão de vigilância
em saúde, com o órgão de auditoria e avaliação e com outras instâncias técnico-administrativas do
Sistema de Saúde Municipal, deve garantir:

I - a análise dos dados dos sistemas de informação de morbidade e mortalidade nacionais implantados
no Município de São Paulo, bem como de sistemas de informação de morbidade e mortalidade
específicos de abrangência municipal;

II - a divulgação periódica de informações sobre morbidade e mortalidade registrada na população


residente no Município de São Paulo, bem como nos estabelecimentos de assistência à saúde neles
instalados, em especial naqueles que assistem seus usuários em regime de internação hospitalar.

Art. 15 - Os órgãos e entidades públicos e as entidades do setor privado, participantes ou não do


Sistema Único de Saúde - SUS, deverão fornecer informações à direção municipal do Sistema e ao
órgão competente de vigilância em saúde, na forma solicitada, para fins de planejamento, de correção
finalística de atividades, de monitoramento das condições de funcionamento de estabelecimentos, de
controle de fatores de risco a que possa estar exposta a coletividade e de elaboração de estatísticas de
saúde.
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Art. 16 - Os estabelecimentos de assistência à saúde e outros tipos de estabelecimentos de interesse


da saúde, de natureza agropecuária, industrial ou comercial, e os profissionais de saúde, quando
solicitados, deverão remeter aos órgãos de vigilância em saúde:

I - dados e informações necessários à elaboração de estatísticas de saúde;

II - informações e depoimentos de importância para a vigilância em saúde.

Art. 17 - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em articulação com o órgão
competente de vigilância em saúde, deve manter fluxo adequado de informações aos órgãos estadual
e federal competentes, de acordo com a legislação em vigor.

TÍTULO III

SAÚDE E MEIO AMBIENTE

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 18 - Constitui finalidade das ações de vigilância em saúde sobre o meio ambiente o enfrentamento
dos problemas ambientais e ecológicos, de modo a serem sanados ou minimizados a fim de não
representarem risco à vida, levando em consideração aspectos da economia, da política, da cultura e
da ciência e tecnologia, com vistas ao desenvolvimento sustentado, como forma de garantir a
qualidade de vida e a proteção ao meio ambiente.

Art. 19 - São fatores ambientais de risco à saúde aqueles decorrentes de qualquer situação ou
atividade no meio ambiente, principalmente os relacionados à organização territorial, ao ambiente
construído, ao saneamento ambiental, às fontes de poluição, à proliferação de artrópodes nocivos, a
vetores e hospedeiros intermediários, às atividades produtivas e de consumo, às substâncias
perigosas, tóxicas, explosivas, inflamáveis, corrosivas e radioativas, bem como a quaisquer outros
fatores que ocasionem ou possam vir a ocasionar risco ou dano à saúde, à vida ou à qualidade de
vida.

§ 1º - Os critérios, parâmetros, padrões, metodologias de monitoramento ambiental e biológico e de


avaliação dos fatores de risco citados neste artigo são os definidos neste Código, em normas técnicas
e nos demais diplomas legais vigentes.

§ 2º - Os proprietários de imóveis particulares ou legalmente estabelecidos são responsáveis pela


manutenção de sua propriedade em condições sanitárias que dificultem a presença de animais
sinantrópicos que possam comprometer a preservação da saúde pública.

Art. 20 - A autoridade sanitária, motivadamente e com respaldo científico e tecnológico, pode


determinar intervenções em saneamento ambiental, visando contribuir para a melhoria da qualidade de
vida e da saúde da população.
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§ 1º - Os órgãos de vigilância em saúde deverão manter programação permanente de monitoramento


das atividades potencialmente contaminadoras de áreas urbanas ou rurais, bem como garantir a
concretização dos projetos de remediação de áreas contaminadas.

§ 2º - Os órgãos de vigilância em saúde deverão manter cadastro atualizado das áreas contaminadas.

CAPÍTULO II

ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL, ASSENTAMENTOS

HUMANOS E SANEAMENTO AMBIENTAL

Art. 21 - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, por meio do órgão competente de
vigilância em saúde, deve emitir parecer técnico de avaliação de impacto à saúde sobre projetos de
organização territorial, assentamentos humanos e saneamento ambiental que, por sua magnitude,
representem risco à saúde pública.

Parágrafo único - O parecer referido no "caput" deverá versar, dentre outros, sobre aspectos de
drenagem, infra-estrutura sanitária, manutenção de áreas livres e institucionais, sistemas de lazer,
índices de ocupação e de densidade demográfica.

Art. 22 - Toda e qualquer edificação, urbana ou rural, deve ser construída e mantida, observando-se:

I - a proteção contra as enfermidades transmissíveis e enfermidades crônicas, inclusive aquelas


transmitidas ao homem por animais e vetores;

II - a prevenção de acidentes e intoxicações;

III - a redução dos fatores de estresse psicológico e social;

IV - a preservação do ambiente do entorno;

V - o uso adequado da edificação em função de sua finalidade;

VI - o respeito a grupos humanos vulneráveis.

Art. 23 - Toda e qualquer instalação destinada à criação, à manutenção e à reprodução de animais, em


zona urbana ou rural, deve ser construída, mantida e operada em condições sanitárias adequadas e
sem causar incômodo à população e transtornos ao entorno.

§ 1º - Os proprietários de imóveis residenciais ou legalmente estabelecidos, onde existam criações de


animais, são responsáveis pela manutenção das instalações destinadas a esse fim.

§ 2º - As instalações devem obedecer aos princípios de bem-estar animal e adequar-se às exigências


da espécie abrigada no local.

§ 3º - A criação de outros animais em área urbana do Município estará sujeita às normas emanadas da
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autoridade sanitária municipal.

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§ 4º - Todo biotério, mantido por estabelecimento ou instituição pública ou privada, deve contar com
responsável técnico cadastrado no órgão de vigilância em saúde municipal, bem como dispor de
instalações, equipamentos e recursos humanos adequados à execução de suas atividades técnicas.

§ 5º - A vacinação anti-rábica e o registro de cães e gatos são obrigatórios, cabendo a sua


regulamentação ao órgão coordenador do Sistema Municipal de Vigilância em Saúde.

Art. 24 - Além da observância à legislação municipal pertinente, toda edificação, ampliação ou reforma
de imóvel, qualquer que seja o fim a que se destine, deve também atender às normas de edificações
específicas federais, estaduais e municipais.

SEÇÃO I

ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

Art. 25 - Todo e qualquer sistema de abastecimento de água, público ou privado, individual ou coletivo,
está sujeito à fiscalização da autoridade sanitária competente, em todos os aspectos que possam
afetar a saúde pública.

§ 1º - Os órgãos de vigilância em saúde manterão programação permanente de vigilância e controle da


qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento de água para consumo humano, inclusive
no caso de soluções alternativas de abastecimento de água para essa finalidade.

§ 2º - A Secretaria Municipal da Saúde ou o órgão competente em vigilância em saúde publicará norma


técnica sobre a programação permanente de monitoramento da qualidade da água para consumo
humano no Município de São Paulo.

§ 3º - Os órgãos de vigilância em saúde, no âmbito de sua competência, colaborarão para a


preservação de mananciais.

Art. 26 - Os projetos de construção, ampliação e reforma de sistemas de abastecimento de água,


públicos ou privados, individuais ou coletivos, devem ser elaborados, executados e operados conforme
as normas técnicas estabelecidas pela autoridade sanitária competente.

Art. 27 - Nos projetos, obras e operações de sistemas de abastecimento de água, públicos ou privados,
individuais ou coletivos, devem ser obedecidos os seguintes princípios gerais, independentemente de
outras exigências técnicas eventualmente estabelecidas:

I - a água distribuída deve obedecer às normas e aos padrões de potabilidade estabelecidos pela
legislação vigente;

II - todos os materiais, equipamentos e produtos químicos utilizados em sistemas de abastecimento de


água devem atender às exigências e especificações das normas técnicas estabelecidas pela
autoridade sanitária competente, a fim de não alterar o padrão de potabilidade da água distribuída;

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III - toda água distribuída por sistema de abastecimento deve ser submetida, obrigatoriamente, a um
processo de desinfecção, de modo a assegurar sua qualidade do ponto de vista microbiológico e
manter concentração residual do agente desinfetante na rede de distribuição, de acordo com norma
técnica;

IV - deve ser mantida pressão positiva em qualquer ponto da rede de distribuição;

V - a fluoretação da água distribuída por meio de sistemas de abastecimento deve obedecer ao padrão
estabelecido pela legislação vigente.

SEÇÃO II

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Art. 28 - Todo e qualquer sistema de esgotamento sanitário, público ou privado, individual ou coletivo,
está sujeito à fiscalização da autoridade sanitária competente, em todos os aspectos que possam
afetar a saúde pública.

Art. 29 - Os projetos de construção, ampliação e reforma de sistemas de esgotamento sanitário,


públicos ou privados, individuais ou coletivos, devem ser elaborados, executados e operados conforme
normas técnicas estabelecidas pela legislação vigente.

Art. 30 - A utilização, em atividades agropecuárias, de água fora dos padrões de potabilidade, de


esgotos sanitários ou de lodo proveniente de processos de tratamento de esgotos só será permitida se
em conformidade com as pertinentes normas técnicas.

SEÇÃO III

RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 31 - Todo e qualquer sistema, individual ou coletivo, público ou privado, de geração,


armazenamento, coleta, transporte, tratamento, reciclagem e destinação final de resíduos sólidos de
qualquer natureza, gerados ou introduzidos no Município, está sujeito à fiscalização da autoridade
sanitária competente, em todos os aspectos que possam afetar a saúde pública.

§ 1º - Os proprietários de imóveis residenciais ou legalmente estabelecidos são responsáveis pela


disposição adequada de resíduos provenientes da manutenção e criação de animais, de acordo com a
legislação municipal, estadual e federal vigente.

§ 2º - Os responsáveis legais e técnicos pelos estabelecimentos de assistência à saúde, bem como


pelos estabelecimentos industriais e comerciais relacionados aos produtos e substâncias de interesse
da saúde, devem inserir, em suas normas de rotinas e procedimentos e normas de boas práticas de
fabricação, as orientações adequadas sobre resíduos sólidos que abordem o acondicionamento no
local da geração, o armazenamento interno, o armazenamento externo e o transporte no interior dos
estabelecimentos.
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Art. 32 - Os projetos de implantação, construção, ampliação e reforma de sistemas de coleta,


transporte, tratamento, reciclagem e destinação final de resíduos sólidos devem ser elaborados,
executados e operados conforme normas técnicas estabelecidas pela legislação vigente.

Art. 33 - Fica proibida a reciclagem de resíduos sólidos infectantes gerados por estabelecimentos
prestadores de serviços de saúde.

Art. 34 - As instalações destinadas ao manuseio de resíduos com vistas à sua reciclagem devem ser
projetadas, operadas e mantidas de forma tecnicamente adequada, a fim de não vir a comprometer a
saúde humana e o meio ambiente.

Art. 35 - As condições sanitárias de acondicionamento, transporte, incineração, localização e forma de


disposição final dos resíduos perigosos, tóxicos, explosivos, inflamáveis, corrosivos, radioativos e
imunobiológicos, devem obedecer às normas técnicas específicas e ficam sujeitas à fiscalização da
autoridade sanitária.

TÍTULO IV

SAÚDE E TRABALHO

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 36 - A saúde do trabalhador deve ser resguardada, tanto nas relações sociais que se estabelecem
entre o capital e o trabalho, quanto no processo de produção.

§ 1º - Nas relações estabelecidas entre o capital e o trabalho, estão englobados os aspectos


econômicos, organizacionais e ambientais da produção de bens e serviços.

§ 2º - As ações na área de saúde do trabalhador previstas neste Código compreendem o meio


ambiente urbano e rural.

§ 3º - Para os efeitos do disposto no "caput", as autoridades sanitárias deverão executar ações de


inspeção em ambientes de trabalho, visando ao cumprimento da legislação sanitária vigente, incluindo
a análise dos processos de trabalho que possam colocar em risco a saúde dos trabalhadores.

Art. 37 - São obrigações do empregador, além daquelas estabelecidas na legislação em vigor:

I - manter as condições e a organização de trabalho, garantindo a promoção, proteção e preservação


da saúde dos trabalhadores;

II - garantir e facilitar o acesso aos locais de trabalho, pelas autoridades sanitárias, Comissões Internas
de Prevenção de Acidentes - CIPAs e pelos representantes dos sindicatos de trabalhadores, a qualquer
dia e horário, fornecendo-lhes todas as informações e dados solicitados;

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III - garantir a participação, nas atividades de fiscalização, dos trabalhadores para tal fim requisitados
pela autoridade sanitária;

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IV - dar ampla informação aos trabalhadores e CIPAs sobre os riscos aos quais estão expostos;

V - arcar com os custos de estudos e pesquisas que visem esclarecer os riscos decorrentes das
condições de trabalho e do meio ambiente;

VI - comunicar imediatamente à autoridade sanitária a detecção de quaisquer riscos para a saúde do


trabalhador, de qualquer natureza, tais como físicos, químicos, biológicos, operacionais ou
provenientes da organização do trabalho, elaborando cronograma de implementação de sua correção.

Art. 38 - As autoridades sanitárias que executam ações de vigilância em saúde do trabalhador devem
desempenhar suas funções, observando os seguintes princípios e diretrizes:

I - informar aos trabalhadores, CIPAs e respectivos sindicatos sobre os riscos e danos à saúde no
exercício da atividade laborativa e nos ambientes de trabalho;

II - assegurar a participação das CIPAs, das comissões de saúde e dos sindicatos de trabalhadores na
formulação, planejamento, avaliação e controle de programas de saúde do trabalhador;

III - assegurar às CIPAs, às comissões de saúde e aos sindicatos de trabalhadores a participação nos
atos de fiscalização, avaliação e pesquisa referentes ao ambiente de trabalho ou à saúde, garantindo
acesso aos resultados obtidos;

IV - assegurar ao trabalhador em condições de risco grave ou iminente no local de trabalho a


interrupção de suas atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a eliminação do risco;

V - assegurar aos sindicatos o direito de requerer ao órgão competente do Serviço de Vigilância em


Saúde a interdição de máquinas, de parte ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores e da população, com imediata ação
do poder público competente;

VI - considerar o conhecimento do trabalhador como tecnicamente fundamental para o levantamento


das áreas de risco e dos danos à saúde;

VII - estabelecer normas técnicas para a proteção da saúde no trabalho, da mulher no período de
gestação, do menor e dos portadores de deficiência;

VIII - considerar os preceitos e as recomendações dos organismos internacionais do trabalho na


elaboração de normas técnicas específicas.

Art. 39 - É dever da autoridade sanitária competente indicar, bem como obrigação do empregador,
adotar todas as medidas necessárias para a plena correção de irregularidades nos ambientes de
trabalho, observados os seguintes níveis de prioridades:

I - eliminação das fontes de riscos;

II - medidas de controle diretamente na fonte;


Ctrl+M
III - medidas de controle no ambiente de trabalho;

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IV - utilização de equipamentos de proteção individual, que somente deverá ser permitida nas
situações de emergência ou nos casos específicos em que for a única possibilidade de proteção, e
dentro do prazo estabelecido no cronograma de implantação das medidas de proteção coletiva.

CAPÍTULO II

ESTRUTURAÇÃO DAS ATIVIDADES E ORGANIZAÇÃO

DO TRABALHO

SEÇÃO I

DOS RISCOS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO

Art. 40 - O transporte, a movimentação, o manuseio e o armazenamento de materiais, o transporte de


pessoas, os veículos e os equipamentos usados nessas operações devem obedecer a critérios
estabelecidos em normas técnicas, que preservem a saúde do trabalhador.

Art. 41 - A fabricação, importação, venda, locação, instalação, operação e manutenção de máquinas e


equipamentos devem, de igual modo, obedecer ao disposto no artigo 40 desta lei.

Art. 42 - As empresas devem manter sob controle os fatores ambientais de risco à saúde do
trabalhador, como ruído, iluminação, calor, frio, umidade, radiações, agentes químicos, pressões
hiperbáricas e outros de interesse da saúde, dentro dos critérios estabelecidos em normas técnicas ou
reconhecidos como cientificamente válidos.

Art. 43 - A organização do trabalho deve adequar-se às condições psicofisiológicas dos trabalhadores,


tendo em vista as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, quer diretamente por meio dos
fatores que a caracterizam, quer pela potencialização dos riscos de natureza física, química, biológica
e psicossocial, presentes no processo de produção.

Parágrafo único - Na ausência de norma técnica federal e estadual, o órgão competente do Sistema de
Vigilância em Saúde Municipal deve elaborar instrumentos normativos relacionados aos aspectos da
organização do trabalho e ergonômicos que possam expor a risco a saúde dos trabalhadores.

TÍTULO V

PRODUTOS E SUBSTÂNCIAS DE INTERESSE DA SAÚDE

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 44 - Entende-se por produtos e substâncias de interesse da saúde os alimentos, águas minerais e
de fontes, bebidas, aditivos, medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos,
perfumes, produtos de higiene, saneantes, domissanitários, agrotóxicos, materiais de revestimento e
Ctrl+M
embalagens ou outros produtos que possam trazer riscos à saúde.

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Art. 45 - Compete à autoridade sanitária a avaliação e controle de riscos, a normatização, a


fiscalização e controle das condições sanitárias e técnicas relacionadas à importação, exportação,
extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte, armazenamento,
distribuição, dispensação, esterilização, embalagem e reembalagem, aplicação, comercialização e uso,
referentes aos produtos e substâncias de interesse da saúde.

Parágrafo único - A fiscalização de que trata este artigo estende-se à propaganda e à publicidade dos
produtos e substâncias de interesse da saúde.

Art. 46 - Os estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços relacionados aos


produtos e substâncias de interesse da saúde são responsáveis pela manutenção dos padrões de
identidade, qualidade e segurança, definidos a partir de normas técnicas, aprovadas pelo órgão
competente, bem como pelo cumprimento de normas de boas práticas de fabricação e de normas de
boas práticas de prestação de serviços.

§ 1º - Os estabelecimentos referidos no "caput" deste artigo, sempre que solicitados pela autoridade
sanitária, devem apresentar o fluxograma de produção e os documentos e instrumentos que
expressem o cumprimento das normas de boas práticas de fabricação e de prestação de serviços.

§ 2º - Deve ser assegurado ao trabalhador o acesso aos documentos e instrumentos que expressem o
cumprimento de normas de boas práticas de fabricação e de normas de boas práticas de prestação de
serviços.

Art. 47 - Os profissionais de saúde devem formular suas prescrições de medicamentos com base na
sua denominação genérica, aprovada pelo Ministério da Saúde.

Parágrafo único - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em articulação com o órgão
competente de vigilância em saúde, fará afixar, em todos os dispensários de medicamentos, a lista de
medicamentos identificados por sua denominação genérica.

Art. 48 - A comercialização dos produtos importados de interesse da saúde fica sujeita à prévia
autorização da autoridade sanitária competente.

Art. 49 - A rotulagem de produtos de interesse da saúde deve obedecer às exigências da legislação


vigente.

CAPÍTULO II

ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS E SUBSTÂNCIAS

DE INTERESSE DA SAÚDE

Art. 50 - As disposições referentes às condições de funcionamento dos estabelecimentos industriais,


comerciais e de prestação de serviços relacionados aos produtos e substâncias de interesse da saúde,
no que for pertinente, devem seguir as regulamentações específicas vigentes.
Ctrl+M

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§ 1º - Os estabelecimentos farmacêuticos, industriais e comerciais, devem ter local adequado e seguro


para guarda de produtos e substâncias de controle sanitário especial, definido pela legislação vigente.

§ 2º - Os estabelecimentos referidos no parágrafo 1º deste artigo devem manter registro de controle de


estoque dos produtos e substâncias de controle sanitário especial.

Art. 50-A. Os estabelecimentos que possuam expositores refrigerados para conservação de alimentos
indicarão, de forma facilmente visível ao consumidor, a temperatura do ar no interior do expositor,
observadas as normas técnicas oficiais aplicáveis.((Incluído pela Lei nº 15.299/2010)

Art. 51 - As farmácias e drogarias podem manter serviços de atendimento ao público para a aplicação
de injeções e curativos de pequeno porte, desde que realizados pelo farmacêutico, de acordo com
normas técnicas específicas.

Parágrafo único - Às ervanarias e postos de medicamentos, fica vedado o exercício das atividades
mencionadas neste artigo.

CAPÍTULO III

PROPAGANDA DE PRODUTOS E SUBSTÂNCIAS

DE INTERESSE DA SAÚDE

Art. 52 - As amostras grátis distribuídas pelos estabelecimentos industriais de produtos farmacêuticos


devem ser dirigidas exclusivamente ao médico, ao cirurgião-dentista e ao médico veterinário, devendo
a propaganda desses produtos restringir-se à sua identidade, qualidade e indicação de uso, de acordo
com as normas federais vigentes.

Art. 53 - Fica vedada a permanência, nos estabelecimentos comerciais farmacêuticos, de amostras


grátis e de produtos destinados à distribuição gratuita.

Art. 54 - É proibida a veiculação de propaganda de produtos farmacêuticos e outros correlatos que


contenham promoções, ofertas, doações, concursos e prêmios dirigidos aos médicos, cirurgiões-
dentistas, médicos veterinários ou quaisquer outros profissionais de saúde, de acordo com as normas
federais vigentes.

CAPÍTULO IV

EVENTOS ADVERSOS À SAÚDE

Art. 55 - Para os efeitos deste Código, todos os estabelecimentos industriais, comerciais e de


prestação de serviços, relacionados aos produtos e substâncias de interesse da saúde, são obrigados
a notificar os órgãos de vigilância em saúde a ocorrência de eventos adversos à saúde, de que vierem
a tomar conhecimento ou forem cientificados por usuários ou profissionais de saúde, decorrentes do
uso ou emprego de:
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I - medicamentos e drogas;

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II - produtos correlatos;

III - cosméticos e perfumes;

IV - saneantes domissanitários;

V - agrotóxicos;

VI - alimentos industrializados, a serem definidos em norma técnica;

VII - outros produtos definidos por ato administrativo da autoridade sanitária.

Art. 56 - A obrigatoriedade prevista no artigo 55 desta lei aplica-se aos estabelecimentos de assistência
à saúde, a seus responsáveis legais e técnicos, bem como a seus profissionais de saúde, em especial
aos médicos e cirurgiões-dentistas.

Art. 57 - O órgão coordenador do Sistema Municipal de Vigilância em Saúde estabelecerá o fluxo das
notificações previstas nos artigos 55 e 56 desta lei, bem assim tornará públicos os instrumentos
utilizados para a comunicação, às autoridades sanitárias, de eventos adversos à saúde.

TÍTULO VI

ESTABELECIMENTOS DE INTERESSE DA SAÚDE

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 58 - Para os fins deste Código e das pertinentes normas técnicas, são consideradas de interesse
da saúde todas as ações que, direta ou indiretamente, estejam relacionadas com a promoção,
proteção e preservação da saúde, dirigidas à população e realizadas por órgãos públicos, empresas
públicas, empresas privadas, instituições filantrópicas, outras pessoas jurídicas de direito público ou
direito privado, bem como pessoas físicas.

CAPÍTULO II

ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 59 - Para os fins deste Código e das pertinentes normas técnicas, considera-se assistência à
saúde a atenção à saúde prestada nos estabelecimentos definidos e regulamentados em norma
técnica, destinados precipuamente à promoção, proteção, recuperação e à reabilitação da saúde, bem
como à prevenção de doenças, inclusive asilos, casas de repouso ou congêneres.

Art. 60 - Devem implantar e manter programação permanente de controle de infecção os


estabelecimentos de assistência à saúde que:

I - precipuamente, assistem usuários em regime de internação hospitalar;


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II - assistem usuários em regime ambulatorial e contem com centro cirúrgico no qual sejam realizados
procedimentos médico-cirúrgicos ambulatoriais;

III - assistem usuários em regime ambulatorial e realizem procedimentos médicos invasivos em


diagnose e terapia;

IV - estejam definidos em norma técnica.

§ 1º - A responsabilidade pessoal dos profissionais de saúde pelo controle de infecção em seus


ambientes de trabalho independe da existência da programação permanente referida neste artigo.

§ 2º - Os estabelecimentos de assistência à saúde devem manter comissão de controle de infecção


que elabore procedimentos técnicos padronizados e coordene e execute ações inerentes à
programação permanente de controle de infecção.

§ 3º - A composição da comissão de controle de infecção dos estabelecimentos aludidos no inciso I do


"caput" deste artigo deve atender às disposições da legislação federal pertinente e, no caso dos
estabelecimentos referidos nos incisos II, III e IV, às disposições de regulamentação específica.

Art. 61 - Os estabelecimentos de assistência à saúde e os veículos para transporte de paciente devem


ser mantidos em rigorosas condições de higiene, observando-se as normas de controle de infecção
estipuladas na legislação sanitária.

Art. 62 - Os estabelecimentos de assistência à saúde devem adotar procedimentos adequados na


geração, acondicionamento, fluxo, transporte, armazenamento, destino final e demais questões
relacionadas com resíduos de serviços de saúde, conforme legislação sanitária.

Art. 63 - Os estabelecimentos de assistência à saúde devem possuir condições adequadas para o


exercício da atividade profissional na prática de ações que visem à proteção, promoção, preservação,
recuperação e reabilitação da saúde.

Art. 64 - Os estabelecimentos de assistência à saúde devem possuir quadro de profissionais


legalmente habilitados, em número adequado à demanda, às atividades desenvolvidas e à legislação
profissional vigente.

Parágrafo único - Os estabelecimentos de assistência à saúde que, por suas características e


finalidades, destinam-se a prestar serviços em regime de internação hospitalar e em urgência e
emergência ambulatorial ou pronto atendimento, devem contar com quadro de profissionais legalmente
habilitados nas 24 (vinte e quatro) horas do dia, em número adequado à demanda e às atividades
desenvolvidas, especialmente médicos e enfermeiros.

Art. 65 - Os estabelecimentos de assistência à saúde devem possuir instalações, equipamentos,


instrumentais, utensílios e materiais de consumo indispensáveis e condizentes com suas finalidades e
em perfeito estado de conservação e funcionamento, de acordo com normas técnicas específicas.

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Art. 66 - Cabe ao responsável técnico pelo estabelecimento e/ou serviço, o funcionamento adequado
dos equipamentos utilizados nos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, durante sua vida útil,
instalados ou utilizados pelos estabelecimentos de assistência à saúde.

§ 1º - Respondem solidariamente pelo funcionamento adequado dos equipamentos:

I - o proprietário, a quem caberá a compra do equipamento adequado, sua instalação, manutenção


permanente e reparos;

II - o fabricante, cabendo-lhe prover os equipamentos do certificado de garantia, manual de instalação,


operacionalização, especificações técnicas e assistência técnica permanente;

III - a rede de assistência técnica, cabendo-lhe garantir o acesso aos equipamentos nas condições
estabelecidas no inciso II deste parágrafo.

§ 2º - Os equipamentos, quando não estiverem em perfeitas condições de uso, devem ficar fora da
área de atendimento ou, quando a remoção for impossível, exibir aviso inequívoco de proibição de uso.

Art. 67 - Os estabelecimentos de assistência à saúde que utilizarem, em seus procedimentos,


medicamentos ou substâncias psicotrópicas ou sob regime de controle especial, devem manter
controles e registros na forma prevista na legislação sanitária.

Art. 68 - Todos os estabelecimentos de assistência à saúde devem manter, de forma organizada e


sistematizada, os registros de dados de identificação dos pacientes, de exames clínicos e
complementares, dos procedimentos realizados ou da terapêutica adotada, da evolução e das
condições de alta, apresentando-os à autoridade sanitária sempre que esta o solicitar, justificadamente,
por escrito.

Parágrafo único - Os documentos previstos no "caput" devem ser guardados pelo tempo previsto em
legislação específica.

CAPÍTULO III

ESTABELECIMENTOS DE INTERESSE INDIRETO DA SAÚDE

Art. 69 - Para os fins deste Código, são considerados de interesse indireto da saúde todos os
estabelecimentos e atividades nele não relacionados, cuja prestação de serviços ou fornecimento de
produtos possa constituir risco à saúde pública.

TÍTULO VII

VIGILÂNCIA DE DOENÇAS E AGRAVOS À SAÚDE

CAPÍTULO I

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DAS DOENÇAS


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E AGRAVOS À SAÚDE

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Art. 70 - As doenças e agravos de notificação compulsória, no âmbito do Município, serão definidas


mediante normas técnicas específicas, em consonância com o estabelecido na legislação federal e
estadual e neste Código.

Parágrafo único - No âmbito do Município, devem também ser notificados aos órgãos de vigilância em
saúde:

I - os acidentes de trabalho;

II - as doenças e agravos à saúde relacionados ao trabalho;

III - os eventos adversos à saúde, decorrentes do uso ou emprego de produtos a que se referem os
incisos I a VII do artigo 55 deste Código;

IV - as doenças transmitidas por alimentos.

Art. 71 - A notificação de doenças, quando compulsória, deve ser feita à autoridade sanitária local por:

I - médicos chamados para prestar cuidados ao doente, mesmo que não assumam a direção do
tratamento;

II - responsáveis por estabelecimentos de assistência à saúde e instituições médico-sociais de


qualquer natureza;

III - responsáveis por laboratórios que executem exames microbiológicos, sorológicos, anátomo-
patológicos ou radiológicos;

IV - farmacêuticos, bioquímicos, veterinários, dentistas, enfermeiros, parteiras e pessoas que exerçam


profissões afins;

V - responsáveis por estabelecimentos prisionais, de ensino, creches, locais de trabalho, ou habitações


coletivas em que se encontre o doente;

VI - responsáveis pelos serviços de verificação de óbito e institutos médico-legais;

VII - responsáveis pelo automóvel, caminhão, ônibus, trem, avião, embarcação ou qualquer outro meio
de transporte em que se encontre o doente.

§ 1º - A notificação de quaisquer doenças e agravos referidos neste artigo deve ser feita à simples
suspeita e o mais precocemente possível, pessoalmente, por telefone ou por qualquer outro meio
rápido disponível, à autoridade sanitária.

§ 2º - As doenças e agravos referidos no "caput", que dependem de confirmação diagnóstica, devem


ter a confirmação da suspeita notificada após a realização dos exames complementares, conforme
norma técnica específica.

Art. 72 - É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência, comprovada ou
Ctrl+M
presumível, de doença e agravos à saúde de notificação compulsória, nos termos do artigo 71.

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Art. 73 - A notificação compulsória de casos de doenças e agravos tem caráter sigiloso, obrigando-se a
autoridade sanitária a mantê-lo.

Parágrafo único - Excepcionalmente, a identificação do paciente fora do âmbito médico-sanitário


poderá ser feita em caso de grande risco à comunidade, a critério da autoridade e com conhecimento
prévio do paciente ou de seu responsável, estando o ato formalmente motivado.

Art. 74 - As informações essenciais à notificação compulsória, bem como as instruções sobre o


processo de notificação, constarão de normas técnicas.

CAPÍTULO II

INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE CONTROLE

Art. 75 - Recebida a notificação, a autoridade sanitária deve proceder à investigação epidemiológica


pertinente.

§ 1º - A autoridade sanitária pode exigir e executar investigações, inquéritos e levantamentos


epidemiológicos junto a indivíduos e a grupos populacionais determinados, sempre que julgar
oportuno, visando à proteção da saúde, mediante justificativa por escrito.

§ 2º - Quando houver indicação e conveniência, a autoridade sanitária pode exigir a coleta de amostra
de material para exames complementares, mediante justificativa por escrito.

Art. 76 - Em decorrência dos resultados parciais ou finais das investigações, dos inquéritos ou
levantamentos epidemiológicos de que trata o artigo 75, fica a autoridade sanitária obrigada a adotar,
prontamente, as medidas indicadas para controle da doença ou agravo à saúde, no que concerne a
indivíduos, grupos populacionais e ao meio ambiente.

Parágrafo único - De acordo com a doença, as ações de controle devem ser complementadas por
medidas de combate a vetores biológicos e seus reservatórios.

Art. 77 - As instruções sobre o processo de investigação epidemiológica em cada doença ou agravo à


saúde, bem como as medidas de controle indicadas, serão objeto de normas técnicas.

Art. 78 - Em decorrência das investigações epidemiológicas, a autoridade sanitária local deve adotar
medidas pertinentes, podendo, inclusive, providenciar o fechamento total ou parcial de
estabelecimentos, centros de reunião ou diversão, escolas, creches e quaisquer locais abertos ao
público, durante o tempo julgado necessário, observada a legislação vigente.

CAPÍTULO III

VACINAÇÃO DE CARÁTER OBRIGATÓRIO

Art. 79 - A direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS, em articulação com o órgão
competente de vigilância em saúde, é responsável pela coordenação e execução dos programas de
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imunizações de interesse da saúde pública.

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Parágrafo único - A relação das vacinas de caráter obrigatório no Município deverá ser regulamentada
por norma técnica, em consonância com a legislação federal e estadual.

Art. 80 - É dever de todo cidadão submeter-se à vacinação obrigatória, assim como os menores sob
sua guarda ou responsabilidade.

Parágrafo único - Só deve ser dispensada da vacinação obrigatória a pessoa que apresentar atestado
médico e contra-indicação explícita de aplicação da vacina.

Art. 81 - O cumprimento da obrigatoriedade das vacinações deve ser comprovado mediante atestado
da vacinação, adequado à norma técnica referida no parágrafo único do artigo 80, emitido pelos
serviços de saúde que aplicarem as vacinas.

Art. 82 - Os atestados de vacinação obrigatória não podem ser retidos por qualquer pessoa, natural ou
jurídica.

Art. 83 - Todo estabelecimento de saúde, público ou privado, que aplique vacinas, obrigatórias ou não,
deve cadastrar-se perante a autoridade sanitária competente.

Parágrafo único - A autoridade sanitária deve regulamentar, em norma técnica, o funcionamento dos
estabelecimentos referidos no "caput", bem como o fluxo de informações, cabendo-lhe, ainda, a
responsabilidade por sua supervisão periódica.

Art. 84 - As vacinas fornecidas pelo Sistema Único de Saúde - SUS são gratuitas, inclusive quando
aplicadas por estabelecimentos de saúde privados, assim como os atestados que comprovem sua
aplicação.

Art. 85 - Todo e qualquer estabelecimento de assistência à saúde que desenvolva atividades de


imunização, independentemente de sua natureza jurídica e forma de gerenciamento, é obrigado a
enviar, trimestralmente, aos órgãos de vigilância em saúde, o número de doses aplicadas por mês,
segundo o tipo de imunobiológico aplicado e faixa etária.

CAPÍTULO IV

ATESTADO DE ÓBITO

Art. 86 - O atestado de óbito é documento indispensável para o sepultamento e deverá ser fornecido
por médico, em impresso especialmente destinado a esse fim.

Art. 87 - Quando o óbito for decorrente de acidente, violência ou causa suspeita, segundo
determinação legal, o atestado será fornecido por perito legista, após necropsia no Instituto Médico
Legal.

Art. 88 - Quando o óbito for decorrente de causa mal definida ou ocorrer sem assistência médica, o
corpo deve ser encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos para necropsia, conforme disposto
Ctrl+M
na legislação vigente.

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CAPÍTULO V

INUMAÇÕES, EXUMAÇÕES, TRASLADAÇÕES E CREMAÇÕES

Art. 89 - As inumações, exumações, trasladações e cremações deverão ser disciplinadas em normas


técnicas, em consonância com a legislação federal e estadual pertinente.

TÍTULO VIII

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

CAPÍTULO I

FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DE INTERESSE DA

SAÚDE E DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS, DE

PRODUÇÃO, EMBALAGEM E MANIPULAÇÃO DE

PRODUTOS E SUBSTÂNCIAS DE

INTERESSE DA SAÚDE

Art. 90 - Todos os estabelecimentos de interesse da saúde e os estabelecimentos comerciais, de


produção, embalagem e manipulação de produtos e substâncias de interesse da saúde, antes de
iniciarem suas atividades, devem encaminhar à autoridade sanitária declaração de que suas
atividades, instalações, equipamentos e recursos humanos obedecem à legislação sanitária vigente,
para fins de obtenção do Cadastro Municipal de Vigilância em Saúde.

§ 1º - Os estabelecimentos devem comunicar à autoridade sanitária competente as modificações nas


instalações e equipamentos, bem como a inclusão de atividades e quaisquer outras alterações que
repercutam na identidade, qualidade e segurança dos produtos ou serviços oferecidos à população.

§ 2º - Os estabelecimentos comerciais que pretendam vender ou possibilitar o consumo de bebidas


alcoólicas deverão informar tal pretensão à autoridade sanitária competente, em formulário próprio.

§ 3º - Constatando que a declaração e a comunicação previstas no "caput" e no parágrafo 1º deste


artigo são inverídicas, deverá a autoridade sanitária comunicar o fato ao Ministério Público, para fins de
apuração de eventual ilícito penal, sem prejuízo da adoção dos demais procedimentos administrativos.

Art. 91 - Todo estabelecimento que mantenha serviço de transporte de pacientes, bem como de
produtos e substâncias de interesse da saúde, deve apresentar, perante a autoridade sanitária
competente, declaração individualizada de cada veículo, dela fazendo constar, obrigatoriamente,
equipamentos e recursos humanos, para fins de cadastramento.

Art. 92 - Os estabelecimentos de assistência à saúde devem contar com responsável técnico


legalmente habilitado, que deverá estar presente durante o período de seu funcionamento.
Ctrl+M

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Parágrafo único - O órgão coordenador do Sistema Municipal de Vigilância em Saúde disciplinará, no


que for pertinente, a assunção de responsabilidade técnica de estabelecimentos de interesse da
saúde, excetuando-se os estabelecimentos de que trata o "caput" deste artigo.

Art. 93 - Os estabelecimentos comerciais, de produção, embalagem e manipulação de produtos e


substâncias de interesse da saúde, cuja assunção de responsabilidade técnica estiver regulamentada
na legislação vigente, devem contar com responsável técnico legalmente habilitado, que deverá estar
presente durante o período de seu funcionamento.

Parágrafo único - O órgão coordenador do Sistema Municipal de Vigilância em Saúde, disciplinará, no


que for pertinente, a assunção de responsabilidade técnica de estabelecimentos de produtos e
substâncias de interesse da saúde.

Art. 94 - As empresas ou as pessoas físicas que mantêm estabelecimentos de interesse da saúde são
responsáveis perante a autoridade sanitária competente, sem prejuízo da responsabilidade subsidiária
de prestadores de serviços profissionais autônomos, bem como de outras empresas de prestação de
serviços de saúde e assemelhados por ela contratados.

Art. 95 - Ocorrendo a interdição de estabelecimentos de assistência à saúde ou de suas subunidades


pelos órgãos de vigilância em saúde, a direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS deve
suspender, de imediato, eventuais contratos e convênios que mantenha com tais estabelecimentos ou
suas subunidades, pelo tempo em que durar a interdição.

Art. 96 - Os órgãos públicos municipais responsáveis, sempre que solicitados pela autoridade sanitária,
prestarão as informações necessárias para o cumprimento das disposições desta lei.

CAPÍTULO II

COMPETÊNCIAS

Art. 97 - Os profissionais das equipes de Vigilância em Saúde, investidos nas suas funções
fiscalizadoras, são competentes para fazer cumprir as leis e regulamentos sanitários, expedindo
termos, autos de infração e de imposição de penalidades, referentes à prevenção e controle de tudo
quanto possa comprometer a saúde.

Parágrafo único - O Secretário Municipal da Saúde, bem como o dirigente do órgão de Vigilância em
Saúde, sempre que se tornar necessário, podem desempenhar funções de fiscalização, com as
mesmas prerrogativas e atribuições conferidas por este Código às autoridades fiscalizadoras.

Art. 98 - A toda situação em que a autoridade sanitária concluir pela existência de violação de preceito
legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade administrativa, a lavratura de auto de infração.

Art. 99 - As penalidades sanitárias previstas neste Código devem ser aplicadas sem prejuízo das
sanções de natureza civil ou penal cabíveis.

Ctrl+M

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Art. 100 - As autoridades sanitárias, observados os preceitos constitucionais, terão livre acesso a todos
os locais sujeitos à legislação sanitária, a qualquer dia e hora, sendo as empresas obrigadas, por seus
dirigentes ou prepostos, a prestar os esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições
legais e a exibir, quando exigido, quaisquer documentos que digam respeito ao fiel cumprimento das
normas de prevenção à saúde.

Art. 101 - Nenhuma autoridade sanitária pode exercer as atribuições do seu cargo sem exibir a
credencial de identificação fiscal, devidamente autenticada, fornecida pela autoridade competente.

§ 1º - Fica proibida a outorga de credencial de identificação fiscal a quem não esteja autorizado, em
razão de cargo ou função, a exercer ou praticar, no âmbito da legislação sanitária, atos de fiscalização.

§ 2º - A credencial a que se refere este artigo deve ser devolvida para inutilização, sob as penas da lei,
em casos de provimento em outro cargo público, exoneração ou demissão, aposentadoria, bem como
nos de licenciamento por prazo superior a 90 (noventa) dias e de suspensão do exercício do cargo.

§ 3º - A relação das autoridades sanitárias deve ser publicada semestralmente pelas autoridades
competentes, para fins de divulgação e conhecimento pelos interessados, ou em menor prazo, a
critério da autoridade sanitária competente, e por ocasião de exclusão e inclusão dos membros da
equipe de vigilância sanitária.

CAPÍTULO III

ANÁLISE FISCAL

Art. 102 - (VETADO)

Art. 103 - Compete à autoridade sanitária colher amostras para análise fiscal de insumos, matérias-
primas, aditivos, coadjuvantes, recipientes, equipamentos, utensílios, embalagens, substâncias e
produtos de interesse da saúde, com vistas à verificação da sua conformidade à legislação sanitária.

Parágrafo único - Sempre que houver suspeita de risco à saúde, a colheita de amostra para análise
fiscal deve ser procedida com interdição cautelar do lote ou partida encontrada.

Art. 104 - A colheita de amostra para fins de análise fiscal deve ser realizada mediante a lavratura do
termo de colheita de amostra e do termo de interdição, quando for o caso, dividida em 03 (três)
invólucros invioláveis, conservados adequadamente, de forma a assegurar a sua autenticidade e
características originais.

§ 1º - Se a natureza ou quantidade não permitir a colheita de amostra em triplicata, deve ser colhida
amostra única e encaminhada ao laboratório oficial para a realização de análise fiscal na presença do
detentor ou fabricante do insumo, matéria prima, aditivo, coadjuvante, recipiente, equipamento,
utensílio, embalagem, substância ou produto de interesse da saúde, não cabendo, no caso, perícia de
contraprova.

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§ 2º - Na hipótese prevista no parágrafo 1º deste artigo, se estiverem ausentes as pessoas
mencionadas, deverão ser convocadas 02 (duas) testemunhas para presenciar a análise.
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Art. 105 - Quando a análise fiscal concluir pela condenação dos insumos, matérias-primas, aditivos,
coadjuvantes, recipientes, equipamentos, utensílios, embalagens, substâncias e produtos de interesse
da saúde, a autoridade sanitária deve notificar o responsável para apresentar defesa escrita ou
requerer perícia de contraprova.

Art. 106 - O laudo analítico condenatório será considerado definitivo na hipótese de não ser
apresentada defesa ou de não ser solicitada perícia de contraprova, pelo responsável ou detentor, no
prazo de 10 (dez) dias.

Art. 107 - Não cabe defesa ou recurso, após condenação definitiva, em razão de laudo laboratorial
condenatório da perícia final de contraprova.

CAPÍTULO IV

DA INTERDIÇÃO, APREENSÃO E INUTILIZAÇÃO DE PRODUTOS, EQUIPAMENTOS, UTENSÍLIOS


E ESTABELECIMENTOS

DE INTERESSE DA SAÚDE

Art. 108 - Quando o resultado da análise fiscal indicar que o produto constitui risco à saúde, é
obrigatória sua interdição ou do estabelecimento.

Art. 109 - O detentor ou responsável pelo produto, equipamento e utensílios interditados, fica proibido
de entregá-lo ao consumo ou uso, desviá-lo ou substituí-lo, no todo ou em parte, até que ocorra a
liberação da mercadoria pela autoridade competente, sob pena de responsabilização civil ou criminal.

§ 1º - Os locais de interesse da saúde só podem ser desinterditados mediante liberação da autoridade


competente.

§ 2º - A desobediência por parte da empresa acarretará a aplicação das penas cabíveis por
responsabilização civil ou criminal, nos termos da legislação em vigor.

Art. 110 - Os produtos clandestinos de interesse da saúde, bem como aqueles com prazos de validade
vencidos, devem ser interditados pela autoridade sanitária, a qual, após avaliação técnica, decidirá
sobre sua destinação.

Art. 111 - Nos casos de condenação definitiva, a autoridade sanitária deve determinar a apreensão ou
inutilização do produto.

Art. 112 - Quando o produto for considerado inadequado para uso ou consumo humano, mas passível
de utilização para outros fins, a autoridade sanitária deve lavrar laudo técnico circunstanciado,
definindo o seu destino final.

Art. 113 - Os produtos, equipamentos e utensílios de interesse da saúde manifestamente alterados,


considerados de risco à saúde, devem ser apreendidos ou inutilizados sumariamente pela autoridade
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sanitária, sem prejuízo das demais penalidades cabíveis.

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Parágrafo único - Na hipótese do "caput", a autoridade sanitária deve lavrar laudo técnico
circunstanciado, ficando dispensada a colheita de amostra.

Art. 114 - Cabem ao detentor ou responsável pelo produto, equipamentos e utensílios de interesse da
saúde condenados, os encargos decorrentes do recolhimento, transporte e inutilização, acompanhados
pela autoridade sanitária até não mais ser possível a utilização.

Art. 115 - Os procedimentos de análise fiscal, interdição, apreensão e inutilização de produtos,


equipamentos, utensílios e locais de interesse da saúde deverão ser objeto de norma técnica.

CAPÍTULO V

INFRAÇÕES SANITÁRIAS E PENALIDADES

Art. 116 - Considera-se infração sanitária, para fins deste Código e das pertinentes normas técnicas, a
desobediência ou a inobservância ao disposto nas normas legais e regulamentos que, por qualquer
forma, se destinem à promoção, preservação e recuperação da saúde.

Art. 117 - Responderá pela infração quem, por ação ou omissão, lhe deu causa, concorreu para sua
prática ou dela se beneficiou.

Parágrafo único - Exclui a imputação de infração a causa decorrente de força maior ou proveniente de
eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis que vierem a determinar avaria, deterioração ou
alteração de locais, produtos ou bens de interesse da saúde pública.

Art. 118 - As infrações sanitárias, sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, serão
punidas, alternativa ou cumulativamente, com penalidades de:

I - advertência;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);

IV - apreensão de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;

V - apreensão de animal;

VI - interdição de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;

VII - inutilização de produtos, equipamentos, utensílios e recipientes;

VIII - suspensão de venda de produto;

IX - suspensão de fabricação de produto;

X - interdição parcial ou total do estabelecimento, seções, dependências e veículos;


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XI - proibição de propaganda;

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XII - cancelamento de autorização para funcionamento de empresa;

XIII - cancelamento do cadastro do estabelecimento e do veículo;

XIV - intervenção.

Parágrafo único - Sem prejuízo das penalidades previstas neste artigo, o proprietário do animal
apreendido ficará sujeito ao pagamento de despesas com transporte, alimentação, assistência
veterinária e outras decorrentes da apreensão.

Art. 119 - A penalidade de prestação de serviços à comunidade consiste em veiculação de mensagens


educativas dirigidas à comunidade, aprovadas pela autoridade sanitária.

Art. 120 - A penalidade de intervenção será aplicada aos estabelecimentos prestadores de serviços de
saúde, indústrias de medicamentos, correlatos e outros, sempre que houver riscos iminentes à saúde.

§ 1º - Os recursos públicos que venham a ser aplicados em um serviço privado durante a intervenção
deverão ser cobrados dos proprietários em dinheiro ou em prestação de serviços ao Sistema Único de
Saúde - SUS.

§ 2º - A duração da intervenção limitar-se-á ao tempo julgado necessário pela autoridade sanitária para
que cesse o risco aludido no "caput" deste artigo, não podendo exceder o período de 180 (cento e
oitenta) dias.

§ 3º - A intervenção e a nomeação do interventor dos estabelecimentos apenados competem ao


Secretário Municipal da Saúde, vedada a nomeação do então dirigente, sócios ou responsáveis
técnicos, seus cônjuges e parentes até segundo grau.

Art. 121 - A penalidade de multa consiste no pagamento das seguintes quantias:

I - nas infrações leves, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais);

II - nas infrações graves, de R$ 30.001,00 (trinta mil e um reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais);

III - nas infrações gravíssimas, de R$ 100.001,00 (cem mil e um reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais).

§ 1º - Os valores previstos neste artigo deverão ser atualizados em 1º de janeiro de cada exercício, de
acordo com a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, apurado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, acumulado no exercício imediatamente anterior.

§ 2º - Na hipótese de extinção do índice referido no parágrafo 1º deste artigo, será adotado outro criado
por legislação federal que, de igual modo, reflita a perda do valor aquisitivo da moeda.

Art. 122 - A penalidade de interdição será aplicada de imediato, sempre que o risco à saúde da
população o justificar, nas seguintes modalidades:
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I - cautelar;

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II - por tempo determinado;

III - definitiva.

Art. 123 - Para a graduação e imposição de penalidades, deverá a autoridade sanitária considerar:

I - as circunstâncias atenuantes e agravantes;

II - a gravidade do fato, tendo em vista as suas conseqüências para a saúde pública;

III - os antecedentes do infrator quanto às normas sanitárias.

Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto neste artigo e da aplicação da penalidade de multa, a
autoridade sanitária competente deverá levar em consideração a capacidade econômica do infrator.

Art. 124 - São circunstâncias atenuantes:

I - a ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento;

II - o infrator, por espontânea vontade, imediatamente procurar reparar ou minorar as conseqüências


do ato lesivo à saúde pública que lhe for imputado;

III - ser o infrator primário.

Art. 125 - São circunstâncias agravantes ter o infrator:

I - agido com dolo, ainda que eventual, fraude ou má-fé;

II - cometido a infração para obter vantagem pecuniária decorrente de ação ou omissão que contrarie o
disposto na legislação sanitária;

III - deixado de tomar providências de sua alçada, tendentes a evitar ou sanar a situação que
caracterizou a infração;

IV - coagido outrem para a execução material da infração;

V - reincidido.

Art. 126 - Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a aplicação da penalidade


deve ser considerada em razão das que sejam preponderantes.

Art. 127 - A reincidência tornará o infrator passível de enquadramento na penalidade máxima.

Art. 128 - Sempre que ocorrer infração sanitária que contenha indícios de violação de ética profissional,
deverá a autoridade sanitária comunicar os fatos aos conselhos profissionais.

Art. 129 - São infrações de natureza sanitária, entre outras que se enquadrem no disposto no artigo
116 deste Código, com as correspondentes penalidades:
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I - construir ou fazer funcionar estabelecimentos comerciais, de produção, embalagem e manipulação


de produtos de interesse da saúde e estabelecimentos de assistência e de interesse da saúde, sem
licença dos órgãos sanitários competentes ou contrariando as normas legais vigentes.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição, apreensão, inutilização,


cancelamento de licença e/ou multa;

II - construir ou fazer funcionar estabelecimentos comerciais, de produção, embalagem e manipulação


de produtos de interesse da saúde, sem a presença de responsável técnico legalmente habilitado.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, cancelamento da licença, interdição


e/ou multa;

III - transgredir qualquer norma legal e regulamentar e/ou adotar procedimentos na área de
saneamento ambiental que possam colocar em risco a saúde humana.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição, intervenção e/ou multa;

IV - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar, fracionar, embalar ou


reembalar, transportar ou utilizar produtos ou resíduos perigosos, tóxicos, explosivos, inflamáveis,
corrosivos, emissores de radiações ionizantes, entre outros, contrariando a legislação sanitária em
vigor.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, apreensão, inutilização, suspensão de


venda ou fabricação, cancelamento de registro, interdição, cancelamento da licença, proibição de
propaganda, intervenção e/ou multa;

V - construir ou fazer funcionar todo e qualquer estabelecimento de criação, manutenção e reprodução


de animais, contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, apreensão, interdição e/ou multa;

VI - reciclar resíduos sólidos infectantes gerados por estabelecimentos prestadores de serviços de


saúde.

Penalidade: interdição, cancelamento da licença e/ou multa;

VII - manter condição de trabalho que ofereça risco à saúde do trabalhador.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição parcial ou total de


equipamento, máquina, setor, local ou estabelecimento e/ou multa;

VIII - obstar, retardar ou dificultar a ação fiscalizadora da autoridade sanitária competente no exercício
de suas funções.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade e/ou multa;


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IX - omitir informações referentes a riscos conhecidos à saúde.

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Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade e/ou multa;

X - fabricar, operar, comercializar máquinas ou equipamentos que ofereçam risco à saúde do


trabalhador.

Penalidade: prestação de serviços à comunidade, interdição parcial ou total do equipamento, máquina,


setor, local, estabelecimento e/ou multa;

XI - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar, fracionar, embalar ou


reembalar, importar, exportar, armazenar, expedir, transportar, comprar, vender, ceder ou usar produtos
de interesse da saúde, sem os padrões de identidade, qualidade e segurança.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, apreensão e inutilização, interdição,


cancelamento de licença e/ou multa;

XII - comercializar produtos institucionais e de distribuição gratuita.

Penalidade: interdição e/ou multa;

XIII - expor à venda ou entregar ao consumo e uso produtos de interesse da saúde que não contenham
prazo de validade, data de fabricação ou prazo de validade expirado, ou apor-lhes novas datas de
fabricação e validade posterior ao prazo expirado.

Penalidade: prestação de serviços à comunidade, interdição, apreensão, inutilização, cancelamento de


licença e/ou multa;

XIV - rotular produtos de interesse da saúde contrariando as normas legais e regulamentares.

Penalidade: prestação de serviços à comunidade, apreensão, inutilização, cancelamento de licença


e/ou multa;

XV - fazer propaganda enganosa de produto ou serviço de saúde, contrariando a legislação sanitária


em vigor.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade e/ou multa;

XVI - fazer propaganda de produtos farmacêuticos e produtos correlatos em promoções, ofertas,


doações, ou por meio de concursos ou prêmios aos médicos, cirurgiões-dentistas, médicos veterinários
ou quaisquer outros profissionais de saúde.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade e/ou multa;

XVII - instalar ou fazer funcionar equipamentos inadequados, em número insuficiente, conforme


definido em norma técnica, em precárias condições de funcionamento ou contrariando normas legais e
regulamentos pertinentes em relação ao porte ou finalidade do estabelecimento prestador de serviços
de assistência à saúde.
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Penalidade: advertência, interdição, apreensão, cancelamento de licença e/ou multa;

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XVIII - alterar o processo de fabricação dos produtos sujeitos a controle sanitário, modificar seus
componentes, nome e demais elementos, sem a necessária autorização do órgão sanitário
competente.

Penalidade: prestação de serviços à comunidade, interdição, apreensão, inutilização, cancelamento de


licença e/ou multa;

XIX - deixar de implantar permanente programação de controle de infecção nos estabelecimentos de


assistência à saúde, nos quais seja obrigatório programa de controle de infecção.

Penalidade: multa, cancelamento de licença, interdição, intervenção;

XX - realizar pesquisa clínica, de qualquer natureza, envolvendo os seres humanos, sem a autorização
dos órgãos competentes.

Penalidade: multa, cancelamento de licença, interdição, intervenção;

XXI - deixar de remeter à autoridade sanitária competente, na forma solicitada, informações em saúde
para fins de planejamento, correção finalística de atividades, monitoramento das condições de
funcionamento de estabelecimentos, controle de fatores de risco a que possa estar exposta a
coletividade e elaboração de estatísticas de saúde.

Penalidade: advertência, multa, cancelamento de licença, interdição, intervenção;

XXII - deixar de notificar à autoridade sanitária competente doenças e agravos à saúde de notificação
compulsória, inclusive acidentes de trabalho, doenças ou agravos à saúde relacionados ao trabalho,
eventos adversos à saúde e doenças transmitidas por alimentos.

Penalidade: advertência, multa, cancelamento de licença, interdição, intervenção;

XXIII - transgredir outras normas legais federais, estaduais e municipais, destinadas à promoção,
prevenção e proteção à saúde.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição, apreensão, inutilização,


suspensão de fabricação ou venda, cancelamento de licença, proibição de propaganda, intervenção
e/ou multa;

XXIV - descumprir atos emanados das autoridades sanitárias visando à aplicação da legislação
pertinente à promoção, prevenção e proteção à saúde.

Penalidade: advertência, prestação de serviços à comunidade, interdição, apreensão, inutilização,


suspensão de venda ou fabricação, cancelamento de licença, proibição de propaganda, intervenção
e/ou multa;

XXV - desacatar autoridade sanitária no exercício de suas funções.

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Penalidade: prestação de serviços à comunidade e/ou multa.

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CAPÍTULO VI

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DAS

INFRAÇÕES DE NATUREZA SANITÁRIA

SEÇÃO I

AUTO DE INFRAÇÃO

Art. 130 - Quando constatadas irregularidades configuradas como infração sanitária neste Código, ou
em outros diplomas legais vigentes, a autoridade sanitária competente lavrará de imediato os autos de
infração.

Parágrafo único - As infrações sanitárias serão apuradas em processo administrativo próprio, iniciado
com o auto de infração, observados o rito e os prazos estabelecidos neste Código.

Art. 131 - O auto de infração, a ser lavrado em 03 (três) vias, no mínimo, destinando-se a primeira ao
autuado, conterá:

I - o nome da pessoa física ou denominação da pessoa jurídica autuada, especificando o seu ramo de
atividade e endereço;

II - o ato ou fato constitutivo da infração, o local, a hora e a data respectivos;

III - a disposição legal ou regulamentar transgredida;

IV - a indicação do dispositivo legal que comina a penalidade a que fica sujeito o infrator;

V - a indicação do prazo de 10 (dez) dias para defesa ou impugnação do auto de infração;

VI - o nome e o cargo legíveis da autoridade autuante e sua assinatura;

VII - o nome, a identificação e a assinatura do autuado ou, na sua ausência, de seu representante legal
ou preposto e, em caso de recusa, a consignação do fato pela autoridade autuante e a assinatura de
02 (duas) testemunhas, quando possível.

§ 1º - Na impossibilidade de ser dado conhecimento diretamente ao interessado, será ele cientificado


do auto de infração por via postal, mediante carta registrada.

§ 2º - Restando infrutífera, por qualquer motivo, a medida prevista no parágrafo 1º deste artigo, a
cientificação do interessado far-se-á por meio de edital a ser publicado uma única vez na imprensa
oficial, considerando-se efetivada a notificação após 5 (cinco) dias de sua publicação.

Art. 132 - Configuram procedimento irregular de natureza grave a falsidade e a omissão dolosa no
preenchimento dos autos de infração.

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Art. 133 - O não-cumprimento da obrigação subsistente, além da sua execução forçada, acarretará,
após decisão irrecorrível, a imposição de multa diária, arbitrada de acordo com os valores
correspondentes à classificação da infração, sem prejuízo das demais penalidades previstas na
legislação vigente.

SEÇÃO II

AUTO DE IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE

Art. 134 - O auto de imposição de penalidade deve ser lavrado pela autoridade competente, após
decorrido o prazo estipulado pelo artigo 131, inciso V, ou imediatamente após a data do indeferimento
da defesa, quando houver.

§ 1º - Nos casos em que a infração exigir a ação pronta da autoridade sanitária para proteção da saúde
pública, as penalidades de apreensão, de interdição e de inutilização devem ser aplicadas de imediato,
sem prejuízo de outras eventualmente cabíveis.

§ 2º - O auto de imposição de penalidade de apreensão, interdição ou inutilização, a que se refere o


parágrafo 1º deste artigo, deve ser anexado ao auto de infração original, e, quando se tratar de
produtos, acompanhado do termo respectivo, que especificará a sua natureza, quantidade e qualidade.

Art. 135 - O auto de imposição de penalidade de multa, a ser lavrado em 3 (três) vias, no mínimo,
destinando-se a primeira ao infrator, conterá:

I - o nome da pessoa física ou jurídica e seu endereço;

II - o número, a série e a data do auto de infração respectivo;

III - o ato ou o fato constitutivo da infração e o local;

IV - a disposição legal ou regulamentar infringida;

V - a penalidade imposta e seu fundamento legal;

VI - a indicação do prazo de 10 (dez) dias para interposição de recurso, contado da ciência do autuado;

VII - a assinatura da autoridade autuante;

VIII - a assinatura do autuado ou, na sua ausência, de seu representante legal ou preposto, e, em caso
de recusa, a consignação dessa circunstância pela autoridade autuante e a assinatura de 02 (duas)
testemunhas, quando possível.

Parágrafo único - Na impossibilidade de efetivação da providência a que se refere o inciso VIII deste
artigo, observar-se-á o procedimento previsto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 131 deste Código.

SEÇÃO III

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PROCESSAMENTO DAS MULTAS

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Art. 136 - Transcorrido o prazo fixado no inciso VI do artigo 135, sem que tenha havido interposição de
recurso ou pagamento de multa, o infrator será notificado para recolhê-la no prazo de 30 (trinta) dias ao
órgão arrecadador competente, sob pena de cobrança judicial.

Art. 137 - Havendo interposição de recurso, o processo, após decisão denegatória definitiva, será
restituído à autoridade autuante, para fins de lavratura da notificação de que trata o artigo 136.

Parágrafo único - Não recolhida a multa no prazo de 30 (trinta) dias, o processo administrativo será
encaminhado ao órgão competente para cobrança judicial.

Art. 138 - O recolhimento das multas será feito na conta do Fundo Municipal de Saúde, mediante guia
de recolhimento, que poderá ser fornecida, registrada e preenchida pelos órgãos municipais.

SEÇÃO IV

RECURSOS

Art. 139 - O infrator poderá oferecer defesa ou impugnar o auto de infração no prazo de 10 (dez) dias,
contados da data de sua cientificação, observado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 131 deste
Código.

Art. 140 - A defesa ou impugnação será julgada e decidida pelo superior imediato do servidor autuante,
ouvindo-se este preliminarmente.

Parágrafo único - No procedimento previsto neste artigo, observar-se-ão os seguintes prazos, contados
da data do respectivo recebimento do processo:

I - 5 (cinco) dias para a manifestação do servidor autuante;

II - 10 (dez) dias para o julgamento e decisão da defesa ou impugnação pelo superior imediato.

Art. 141 - Da imposição de penalidade, poderá o infrator recorrer à autoridade imediatamente superior,
no prazo de 10 (dez) dias, contados de sua ciência.

Parágrafo único - Da aplicação da penalidade de intervenção pelo Secretário Municipal da Saúde,


caberá recurso ao Chefe do Poder Executivo, na forma da legislação em vigor, cuja decisão encerrará
a instância administrativa.

Art. 142 - Mantida a decisão cominatória, caberá recurso no prazo de 10 (dez) dias:

I - à instância definida pelo órgão coordenador do Sistema Municipal de Vigilância em Saúde, qualquer
que seja a penalidade aplicada;

II - das decisões da autoridade definida no inciso I deste artigo, ao Diretor do órgão coordenador do
Sistema Municipal de Vigilância em Saúde, quando se tratar de penalidade prevista nos incisos IV a
XIII do artigo 118 ou de multa de valor correspondente ao previsto nos incisos II e III do artigo 121.
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Art. 143 - Os recursos serão decididos após a oitiva da autoridade autuante, a qual poderá propor a
revisão ou manutenção da decisão anterior.

Art. 144 - Os recursos só terão efeito suspensivo nos casos de imposição de multa.

Art. 145 - O infrator tomará ciência das decisões proferidas nos recursos pelas autoridades sanitárias
mediante publicação, na imprensa oficial, dos respectivos despachos.

TÍTULO IX

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 146 - As infrações às disposições legais de ordem sanitária prescrevem em 5 (cinco) anos.

§ 1º - A prescrição interromper-se-á pela notificação ou qualquer outro ato da autoridade sanitária que
objetive a sua apuração e conseqüente imposição de penalidade.

§ 2º - Não corre prazo prescricional enquanto houver processo administrativo pendente de decisão.

Art. 147 - Os prazos previstos neste Código e nas pertinentes normas técnicas correm
ininterruptamente.

Art. 148 - Quando o autuado for analfabeto ou fisicamente incapacitado, o auto poderá ser assinado "a
rogo" na presença de 02 (duas) testemunhas ou, na falta destas, deverá ser feita a ressalva pela
autoridade autuante.

Art. 149 - Os órgãos da Secretaria Municipal de Saúde, após decisão definitiva na esfera
administrativa, farão publicar todas as penalidades aplicadas aos infratores da legislação sanitária.

Art. 150 - O disposto neste Código deverá, na sua aplicação, ser compatibilizado com a legislação
sanitária correlata vigente, prevalecendo sempre os parâmetros legais e técnico-científicos de
proteção, promoção e preservação da saúde.

Art. 151 - Na ausência de norma legal específica, prevista neste Código e nos demais diplomas
federais e estaduais vigentes, a autoridade sanitária, fundamentada em documentos técnicos
reconhecidos pela comunidade científica, poderá fazer exigências que assegurem o cumprimento do
artigo 2º desta lei.

Art. 152 - Os órgãos de vigilância em saúde, em articulação com os órgãos que atuam na área do meio
ambiente, devem proceder à análise e manifestação a respeito dos planos de gerenciamento de
resíduos sólidos de serviços de saúde, elaborados pelos estabelecimentos de assistência à saúde,
com vistas à sua aprovação ou reprovação.

§ 1º - É de competência exclusiva dos órgãos de vigilância em saúde verificar se as condições


propostas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde aprovado estão sendo
cumpridas pelos estabelecimentos de assistência à saúde.
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27/04/2023, 17:26 LEI Nº 13.725 DE 9 DE JANEIRO DE 2004 « Catálogo de Legislação Municipal

§ 2º - Os órgãos de vigilância em saúde devem cooperar com os órgãos que atuam na área do meio
ambiente, quando solicitada a participação de seu quadro de pessoal especializado.

Art. 153 - O descumprimento das normas constantes da Lei nº 10.309, de 22 de abril de 1987,
caracteriza infração ao Código Sanitário ora instituído, aplicando-se as penalidades e os
procedimentos administrativos nele previstos.

Art. 154 - As despesas com a execução desta lei correrão por conta das dotações orçamentárias
próprias, suplementadas se necessário.

Art. 155 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as Leis nº 10.153, de 7 de
outubro de 1986, nº 10.770, de 8 de novembro de 1989, nº 11.728, de 22 de fevereiro de 1995, nº
12.039, de 11 de abril de 1996, nº 12.268, de 19 de dezembro de 1996, nº 12.369, de 13 de junho de
1997, nº 12.371, de 13 de junho de 1997, nº 13.456, de 26 de novembro de 2002, e nº 12.580, de 31
de março de 1998, bem como os artigos 2º, 3º, 35, 36, 37, 38 e 39 da Lei nº 10.309, de 22 de abril de
1987.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 9 de janeiro de 2004, 450º da fundação de São
Paulo.

MARTA SUPLICY, PREFEITA

LUIZ TARCISIO TEIXEIRA FERREIRA, Secretário dos Negócios Jurídicos

LUÍS CARLOS FERNANDES AFONSO, Secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico

GONZALO VECINA NETO, Secretário Municipal da Saúde

Publicada na Secretaria do Governo Municipal, aos 9 de janeiro de 2004.

UBIRATAN DE PAULA SANTOS, Secretário do Governo Municipal - Substituto

Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo

Alterações
1. Lei nº 15.299/2010 - Acrescenta o artigo 50-A

Correlações
PORTARIA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE - SMS/COVISA Nº 32 DE 11 DE AGOSTO DE
2020

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27/04/2023, 17:26 LEI Nº 13.725 DE 9 DE JANEIRO DE 2004 « Catálogo de Legislação Municipal

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