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Transcrições dos registos áudio dos testes de compreensão do oral

Teste de compreensão do oral · Unidade 4


Foi na quinta do Campo Alegre, que viria a ser, décadas mais tarde, o Jardim Bo-
tânico do Porto, que Sophia de Mello Breyner Andresen passou grande parte da in-
fância, depois de ter nascido perto dali, na casa dos avós, a seis de novembro de
1919. Terá sido aqui que, mesmo antes de saber ler, lhe foram ensinados os primei-
5 ros poemas – uma criada ou o avô. De tal forma que achava que a poesia pré-existia
na Natureza, e era apenas necessário saber ouvir.
O nome Andresen denuncia a origem nórdica dinamarquesa, através do bisavô,
um aventureiro que se dedicou ao comércio do vinho do Porto e cuja descendência se
uniu à da velha aristocracia portuguesa, ainda no tempo da monarquia, através da
10 mãe.
Aos doze anos, terá tentado começar a escrever os primeiros poemas, inspirada
pela praia da Granja, onde passava férias com a família, considerada um lugar sa-
grado. Consta que foi aqui que nasceu a inspiração para A Menina do Mar, um dos
clássicos infantis que escreveu quando, já mãe, tinha de sossegar os filhos doentes,
15 em casa, com sarampo.
Antes, fez Filologia Clássica em Lisboa, colaborou em revistas de poesia, travou
amizade entre os poetas, casou com o jornalista, e também advogado, Francisco
Sousa Tavares, um ano depois do final da Segunda Grande Guerra. Filhos, teve cinco.
A partir dos anos 40, não mais abandona a escrita: poesia, primeiro, mas tam-
20 bém ensaio, contos, contos infantis, tradução, de Eurípedes a Dante e a Shakespeare
e até ao teatro – cinco peças, todas posteriores aos anos 90.
Os prémios acompanharam-na: desde logo, em 1964, o de poesia da Sociedade
Portuguesa de Escritores; da Gulbenkian; o Camões, em 99, sendo que foi a primeira
mulher a recebê-lo; o Prémio Rainha Sofia, no ano antes da sua morte.
25 Na obra, destaca-se a claridade, a Natureza, com destaque para o mar, a cidade,
o tempo e a referência clássica da Grécia Antiga, o amor e o humanismo perpassam
a vida e a obra. O antissalazarismo, a presença rápida, física e lírica na Revolução do
25 de Abril e até a eleição, em 1975, pelas listas do Partido Socialista à Assembleia
Constituinte demonstram o interesse pela coisa pública.
30 No final, ficam trinta e sete livros, uma presença consensual, original e única na
literatura portuguesa e as palavras: “Quando eu morrer, voltarei para buscar os ins-
tantes que não vivi, junto do mar.”
Notícia “Sophia de Mello Breyner Andresen morreu há 10 anos”, SIC Notícias (1 de julho de 2014)
in http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/sophia/2014-07-01-Sophia-de-Mello-Breyner-Andresen-morreu-ha-10-anos
(consult. 2017-02-07)
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