Projeto Ciência em Sala de Aula

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"Projeto Ciência em Sala de Aula"

(Físico-Química)- Ano letivo 2022/23

➔ Pesquisa inicial

Além de piorarem a qualidade do ar, as emissões de dióxido de carbono (CO2) que lançamos
na atmosfera também têm impacto na saúde dos oceanos.

Mais concretamente, provocam um fenômeno conhecido como acidificação, que reduz o pH


das águas, modificando a sua composição química e afetando gravemente os organismos marinhos.

➔ Conceitos relacionados com a química

Em primeiro lugar, devemos saber bem alguns conceitos relacionados com a química.

A água pode ser de três tipos: ácida (se o pH for inferior a sete); neutra (se o pH for equivalente a
sete); ou alcalina (se o pH for superior a sete). Ou seja, quanto menor for o nível de pH na água, que se mede
numa escala de 0 a 14, mais ácida será. A superfície dos oceanos, no seu conjunto, tem um pH que varia entre
8,0 e 8,3.

Os organismos marinhos desenvolveram-se e evoluíram num ambiente com estas cifras de pH,
estando assim adaptados a esse ecossistema.

Qualquer alteração pode colocar em perigo a sua sobrevivência.


A acidificação dos oceanos ocorre quando, por meio de um conjunto de reações químicas, a água do
mar absorve CO2. Como indica o próprio Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) num
recente artigo, isso tem a sua parte positiva.

Caso isso não acontecesse, a presença de CO2 na atmosfera seria de cerca de 30% superior, o que
provocaria mais mudanças climáticas.

Deste modo, a resolução desse problema está unida de forma indissolúvel à redução de emissões e
somente pode ser abordada de maneira global, o que dificulta a procura de soluções e a tomada de decisões.

➔ CAUSAS DA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS

Se nos basearmos nas explicações dadas anteriormente, podemos afirmar que a principal
causa da acidificação dos oceanos é o CO2 libertado na atmosfera.

Desde o começo da Revolução Industrial, a concentração CO2 aumentou em grandes


quantidades pela queima de combustíveis fósseis utilizados para os processos industriais, a produção
de energia ou a utilização de transportes próprios, entre outras atividades humanas.

Mais precisamente, os níveis de CO2 na atmosfera passaram de 250 a 400 partes por milhão
(ppm) durante os últimos séculos e, como consequência, o pH da água oceânica superficial diminuiu
aproximadamente 0,1%.
O dado pode parecer insignificante, mas representa um aumento de 30 % na acidez dos
oceanos em comparação com a época pré-industrial.

No caso de se manter o nível atual da queima de combustíveis, a projeção é de o pH diminuir


entre 0,3 e 0,4 % mais, que são índices nunca antes vistos, pelo menos nos últimos 25 milhões de
anos, sendo um ritmo inédito na história do planeta.

➔ Consequências

| Na vida marinha

Ocorre uma diminuição da quantidade de íons de carbonato na água, um elemento


necessário para a formação dos esqueletos e das conchas de certos animais marinhos.
Portanto, esta situação poderia afetar o seu desenvolvimento e sua capacidade de
reprodução, pondo em perigo a presença das espécie daqui a uns anos.
As espécies mais ameaçadas por este fenômeno são: caranguejos, lagostas, vôngoles,
ostras, etc.
Também devemos ter em consideração o seu impacto noutras espécies menos
conhecidas, como os pterópodes, que desempenham um papel importante na cadeia
alimentar ao serem fonte de alimento para peixes, cetáceos e pássaros.

Os corais, que são como refúgios para um quarto das espécies marinhas, são muito
sensíveis à acidificação.

| Na vida humana

Uma grande redução nas populações de peixes e crustáceos pela acidificação


impactaria de forma grave em uma das principais fontes de proteínas para milhões de
pessoas em todo o mundo.
Como consequência, ficaria em perigo o meio de vida de cerca de 47,5 milhões de
pescadores e de um setor que emprega outros 120 milhões de pessoas.

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