Língua Portuguesa e Alfabetização - PPC PDF
Língua Portuguesa e Alfabetização - PPC PDF
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O ensino de Língua Portuguesa passou a fazer parte dos currículos escolares brasileiros apenas no final do século
XIX. Nessa época, acreditava-se que a linguagem se constituía no interior da mente, portanto sua manifestação era
considerada como expressão do pensamento. Em relação ao seu ensino, o objetivo era levar os alunos a reconhecerem as
regras da gramática normativa e a realizarem análise de textos literários.
Na década de 70, com a promulgação da Lei n° 5692/71 dispondo que o ensino deveria ser voltado à qualificação para
o trabalho, instituiu-se no Brasil a pedagogia Tecnicista. Nesse contexto, a disciplina de Língua Portuguesa, que passou à
denominação de Comunicação e Expressão, orientava-se pela concepção estruturalista de linguagem, segundo a língua seria
um código fixo da qual um emissor codifica mensagens que serão decodificadas pelo receptor. Em decorrência, o ensino da
língua sofreu algumas inovações, com a incorporação de exercícios estruturais e de técnicas de redação, além de
treinamento para habilidades de leitura oral.
Com o fim do regime militar, as discussões sobre o papel da educação na transformação da sociedade brasileira
aceleraram a produção acadêmica de cunho pedagógico. Os estudos linguísticos, por sua vez, redirecionaram-se assumindo
a perspectiva de que a linguagem é mais que um código: é uma forma de interação. Considerá-la assim, significa admitir que,
por meio dela o locutor, realiza ações, estabelece vínculos e compromissos. Em outras palavras, a língua deixa de ser
concebida como processo de interação entre sujeitos sócio-historicamente situados. Nesse momento histórico, o grande
desafio da educação brasileira foi modificar o quadro relativo ao domínio da língua escrita pelos estudantes e pela sociedade
em geral.
A partir dos anos 80, com as contribuições teóricas dos pensadores que integram o Círculo de Bakhtin, revelou
estudos linguísticos centrados no texto/contexto e na interação social das práticas discursivas, frente à pedagogia Tecnicista.
Fazendo com que a dimensão tradicional de ensino da língua cedesse espaço e novos paradigmas, envolvendo questões de
uso, contextuais, valorizando o texto como unidade fundamental de análise.
No final da década de 90 nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) fundamentaram a proposta para disciplina na concepção interacionista, levando a uma
reflexão acerca dos usos da linguagem oral e escrita. Contudo, " as indicações dos PCNs podem ser coerentes e produtivas,
e de fato o são em vários aspectos, mas, encerrando o trabalho com o texto em modelos preestabelecidos, afastam-se da
proposta do dialogismo bakhtiniano diante do texto, dos discursos, da vida, do conhecimento." (BRAIT, 2000, p. 24).
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na educação básica brasileira viu-se o precário
domínio de linguagem escrita da população, longe de ser democrática e igualitária. As exigências sociais em relação ao
domínio linguístico passaram a não ser mais como décadas atrás precisando assim, sofrer redirecionamento, a fim de vencer
desafios e atender mudanças ocorridas no meio social. Sendo necessário ir além da capacidade de codificar e decodificar,
permitindo desenvolver e exercer práticas de leitura e escrita dos diferentes gêneros textuais que circulam no meio social,
associando-as ou dissociando-as das práticas sociais da oralidade.
Dados empíricos, bem como resultados de pesquisas apontaram que o contato intenso com os múltiplos gêneros
textuais seria o modo mais produtivo para que os alunos aprendessem a reconhecer as convenções exigidas em cada
situação sociointerativa. Na prática frequente e diversificada de uso e reflexão sobre os fatos linguísticos, gradativamente, os
alunos iriam se tornando usuários mais competentes da língua; ampliando vocabulário, se apropriando tanto das regras
gramaticais como das que especificam o que se deve fazer para organizar um texto oral ou escrito, além de incorporarem as
normas sociais de uso da linguagem para um comportamento linguístico adequado a cada situação sociodiscursiva.
Assim, o ensino aprendizagem foi sendo aprimorado em relação aos conhecimentos linguísticos e discursivo dos
alunos, para que pudessem compreender os discursos que os cercam e teriam condições de interagir com esses discursos,
manifestando a criticidade como produto de relação viva das forças sociais. Desta forma traz a BNCC,
[...] Essa consideração dos novos e multiletramentos; e das práticas da cultura digital no currículo não contribui somente para
que uma participação mais efetiva e crítica nas práticas contemporâneas de linguagem por parte dos estudantes possa ter
lugar, mas permite também que se possa ter em mente mais do que um “usuário da língua/das linguagens”, na direção do
que alguns autores vão denominar de designer: alguém que toma algo que já existe (inclusive textos escritos), mescla,
remixa, transforma, redistribui, produzindo novos sentidos, processo que alguns autores associam à criatividade. Parte do
sentido de criatividade em circulação nos dias atuais (“economias criativas”, “cidades criativas” etc.) tem algum tipo de
relação com esses fenômenos de reciclagem, mistura, apropriação e redistribuição. [...] (Brasil, 2018, p.68).
Mesmo vivendo numa época denominada "era da informação", a qual possibilita acesso rápido à leitura de uma gama
imensurável de informações, ainda se convivia com índice crescente de analfabetismo funcional, e os resultados das
avaliações educacionais revelavam baixo desempenho do aluno em relação à compreensão dos textos que lê. Nesse sentido
fez-se necessário promover por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que
ele envolvesse nas práticas de uso da língua, sejam de leitura, oralidade e escrita.
As práticas contemporâneas de linguagem buscaram atualizar ainda mais às pesquisas na área e as transformações
das práticas de linguagem ocorridas nesse século, devido ao desenvolvimento das tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC). Dessa forma a BNCC, "procura contemplar a cultura digital, diferentes linguagens e diferentes
letramentos, desde aqueles basicamente lineares, com baixo nível de hipertextualidade, até aqueles que envolvem a
hipermídia." (Brasil, 2018, p.68).
A compreensão de alfabetização apresentada nesta proposta pedagógica curricular fundamenta-se na concepção
interacionista e dialógica de linguagem, que tem os gêneros do discurso como instrumento para o ensino da língua, também
no que se refere à leitura e à escrita e deve ser compreendida na perspectiva do letramento. Essas práticas se materializam
por meio dos mais diversos gêneros do discurso que circulam na sociedade, inclusive com o uso de gêneros que
correspondem ao letramento digital, os quais correspondem ao desenvolvimento das competências necessárias para usar os
equipamentos digitais com proficiência, assim como, compreenderem as atividades de leitura e escrita presentes nas mídias
(VIEIRA, 2013).
No entanto, é com o advento das teorias psicogenéticas, no século XX, que se propõe uma inversão fundamental para
reconceitualizar o que se entendia por alfabetizar. O foco, que até certo tempo, era no como se ensina e, agora, passou a ser
no como se aprende. A busca por métodos para ensinar a ler e a escrever perdeu a cena e a atenção se voltou a desvendar
os processos envolvidos na aprendizagem. Por consequência a essa inversão, descobre-se uma criança ativa que produz
conhecimento. Ela se interessa pelo mundo e quer saber como escrever e como ler; aprende na interação com os pares e
com os objetos da cultura. Na busca pela compreensão sobre a natureza da escrita, as crianças vão construindo suas
hipóteses de como se escreve, partindo de um ponto em que a relação entre grafia e som não está posta, e seguem em
busca dos chamados critérios de legibilidade até chegarem a uma escrita convencional. Graças às investigações sobre a
psicogênese da língua escrita, sabe-se que há um longo processo de apropriação da escrita. As crianças passam por
diferentes períodos que podem ser caracterizados, resumidamente, como: escrita pré-silábica, escrita silábica sem valor
sonoro convencional, escrita silábica com valor sonoro convencional, escrita silábico-alfabética e escrita alfabética. Para que
as crianças reconstruam todo esse processo e avancem em suas análises, é fundamental conhecer o processo evolutivo de
construção da escrita pelo qual passam os alunos e elaborar um adequado repertório de intervenções qualificadas, que
permitam avançar, oferecendo às crianças situações produtivas de escrita e leitura em que tenham oportunidade de pensar,
analisar e descobrir/reconstruir como o sistema alfabético de escrita se organiza.
Assimilando uma perspectiva enunciativo-discursivo de linguagem, já assumido em outros documentos, como os
Parâmetros Curriculares Nacionais(PCN), para os quais a linguagem é "uma forma de ação interindividual orientada para
uma finalidade específica, um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes numa sociedade nos
distintos momentos históricos". (Brasil, 1998, p. 20).
Tal proposta assumiu a centralidade do texto como unidade de trabalho e as perspectivas enunciativo-discursivas na
abordagem, de forma a sempre relacionar os textos e seus contextos de produção e de desenvolvimento de habilidades ao
uso significativo da linguagem em atividades de leitura, oralidade, escrita e produção de textos em várias mídias e semioses.
Contudo,
Os conhecimentos sobre os gêneros, sobre os textos, sobre a língua, sobre a norma-padrão, sobre as diferentes linguagens
(semioses) devem ser mobilizados em favor do desenvolvimento das capacidades de leitura, produção e tratamento das
linguagens, que, por sua vez, devem estar a serviço da ampliação das possibilidades de participação em práticas de
diferentes esferas/ campos de atividades humanas. (Brasil, 2018, p.65).
O componente curricular da Língua Portuguesa proporcionaria aos estudantes experiências que contribuíssem para
ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais
permeados/constituídos pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens.
Os eixos de integração considerados na BNCC de Língua Portuguesa são aqueles já consagrados nos documentos
curriculares da Área, correspondentes às práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica)
e análise linguística/semiótica (que envolve conhecimentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a
norma-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos de organização e os elementos de outras semioses).
Portanto, visa uma ampliação do uso da linguagem verbal e não-verbal pelo contato direto com textos de mais variados
gêneros, engendrados pelas necessidades humanas, propiciando relações inter e multidisciplinares, acrescentando-se o fato
de que a "língua" é o meio e o suporte de outros conhecimentos.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aponta que o processo básico (alfabetização) de construção do
conhecimento das relações fonografêmicas em uma língua específica, pode se dar em dois anos, uma vez que o documento
prevê que, ao final do 2º ano, as crianças já devem possuir habilidades relacionadas a leitura e escrita. Para dar conta de
alfabetizar os alunos ao fim do período indicado, é preciso a articulação entre currículos da Educação Infantil, nos quais a
criança já está imersa em experiências de leitura e escrita, com os dos anos iniciais do ensino fundamental, quando se
aprofunda e sistematiza o trabalho. O aluno chega à escola trazendo sua experiência com a língua e a linguagem, e é com
essa bagagem que o professor deve dialogar e planejar bons desafios que promovam um avanço no estágio inicial do
conhecimento.
A alfabetização em seu sentido próprio envolve o processo de aquisição do código escrito, oportunizando adquirir as
habilidades de leitura e escrita, que significam codificar a língua oral em língua escrita (escrever) e de decodificar a língua
escrita em língua oral (ler). Mas, ao mesmo tempo, ler e escrever significam apreensão de significados, ou seja, em que o
objetivo primordial não é apenas a decodificação, mas a compreensão do mundo, visando à comunicação e á aquisição do
conhecimento. Alfabetização, é um processo de representação de fonemas em grafemas e de grafemas em fonemas, num
processo de expressão e compreensão de significados. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC):
"é preciso que os estudantes conheçam o alfabeto e a mecânica da escrita/leitura - processos que visam a que alguém (se)
torne alfabetizado, ou seja, consiga "codificar e decodificar" os sons da língua (fonemas) em material gráfico (grafemas ou
letras), o que envolve o desenvolvimento de uma consciência fonológica (dos fonemas do português do Brasil e de sua
organização em segmentos sonoros maiores como sílabas e palavras) e o conhecimento do alfabeto do português do Brasil
em seus vário formatos (letra impressa e cursiva, maiúsculas e minúsculas) além do estabelecimentos de relações
grafofônicas entre esses dois sistemas de materialização da língua". (BRASIL, 2017, p. 89).
(EF01LP02) Escrever,
espontaneamente ou por ditado,
palavras e frases de forma alfabética
– usando letras/grafemas que
representem fonemas.
Todos os Escrita
Campos de (compartilhada e
Atuação autônoma) Correspondência Relação grafema x X X X
• Escrever, espontaneamente ou por fonema.
fonema-grafema. ditado, com a mediação do professor,
palavras e frases de forma alfabética –
usando letras/grafemas que
representem fonemas, para que se
efetive a compreensão dessa relação.
Construção do
sistema alfabético e • Segmentar oralmente palavras em
Todos os Análise da ortografia; sílabas, a fim de perceber essa Segmentação das
Campos de linguística/ Orientação característica de composição dos palavras
Atuação semiótica vocábulos e utilizá-las X X X
(alinhamento e em sílabas, nas linhas
(Alfabetização) adequadamente nas reescritas
segmentação).
coletivas, com a mediação do de textos.
professor.
(EF01LP07) Identificar fonemas e sua
representação por letras.
Todos os Análise Construção do
Campos de linguística/ sistema alfabético e
Atuação semiótica da ortografia. Relação grafema x
• Identificar fonemas e sua
(Alfabetização) representação gráfica, como princípio fonema. X X X
básico para aquisição do código
escrito.
Segmentação de de
• Reconhecer, com a mediação do Segmentação entre as
professor, a separação das palavras, palavras; Segmentação
Todos os Análise palavras/ das palavras em sílabas.
na escrita, por espaços em branco e
Campos de linguística/ segmentar adequadamente as
Atuação semiótica Classificação de
palavras em sílabas, a fim de
(Alfabetização) palavras por número empregar corretamente a
de sílabas X X X
segmentação em suas produções.
Todos os Reconhecimento de
Campos de • Localizar, com a mediação do informações explícitas
Atuação Leitura/escuta Estratégia de leitura; professor, informações explícitas em em diferentes textos.
(compartilhada e Localizar informação diferentes gêneros discursivos, como
autônoma) explícita. requisito básico para a compreensão X X X
leitora.
de textos, observando:
necessidades de
Todos os Produção de Revisão de textos; • Reler, revisar, reestruturar e correções,
Sequência lógica reescrever o texto produzido com a
aprimoramentos,
Campos de textos (escrita mediação do professor e a
compartilhada e de ideias; Ampliação colaboração dos colegas, para corrigi- sequência lógica e
Atuação
autônoma) de ideias. lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, ampliação das ideias. X X X
acréscimos, reformulações, correções
de ortografia e pontuação, a fim de
contribuir com a expansão e
organização das ideias apresentadas
pelos alunos.
(EF15LP09) Expressar-se em
situações de intercâmbio oral com
clareza, preocupando-se em ser
compreendido pelo interlocutor e
usando a palavra com tom de voz
audível, boa articulação e ritmo
adequado.
Oralidade • Expressar-se oralmente com
pública/Intercâmbio clareza, preocupando-se em ser
Todos os conversacional em compreendido pelo interlocutor e Exposição oral de
Campos de sala de aula; usando a palavra com tom de voz ideias:clareza, tom de
Atuação Oralidade audível, boa articulação e ritmo voz audível, boa
Clareza na adequado, a fim de demonstrar articulação (pronúncia) e
clareza e organização nas exposições X X X
exposição de ideias. ritmo adequado.
orais de ideias, considerando os
diferentes contextos sociais.
(EF15LP11) Reconhecer
características da conversação
espontânea presencial, respeitando
os turnos de fala, selecionando e
utilizando, durante a conversação,
formas de tratamento adequadas, de
acordo com a situação e a posição
do interlocutor.
• Ler e compreender, em
Campo das Leitura/escuta Compreensão em colaboração com os colegas e com a Leitura e compreensão
Práticas de (compartilhada e leitura; Identificação mediação do professor enunciado de de textos de
Estudo e autônoma) do tema/assunto do tarefas escolares, diagramas, X X X
Pesquisa texto. curiosidades, pequenos relatos de diferentes gêneros do
experimentos, entrevistas, verbetes de campo investigativo.
enciclopédia infantil, entre outros
gêneros do campo investigativo, de
modo a considerar a situação
comunicativa e o tema/assunto do
texto.
(EF01LP21) Escrever, em
colaboração com os colegas e com a
ajuda do professor, listas de regras e
regulamentos que organizam a vida
na comunidade escolar, dentre
outros gêneros do campo da atuação
cidadã, considerando a situação
comunicativa e o tema/assunto do
texto.
Escrita • Escrever, em colaboração com os
compartilhada; colegas e com a mediação do
Unidade textual; professor, listas de regras e
Adequação ao regulamentos que organizam a vida na
Campo da Escrita comunidade escolar, dentre outros Produção de texto do
Vida (compartilhada tema; Adequação à campo da atuação
gêneros do campo da atuação cidadã,
esfera de considerando a situação comunicativa
Pública e autônoma) cidadã (lista de regras e
circulação. e o tema/assunto do texto, de forma a regulamentos).
apropriar-se desses gêneros X
discursivos.
• Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com a
mediação do professor, slogans,
anúncios publicitários e textos de
campanhas de conscientização
destinados ao público infantil, dentre
outros gêneros do campo publicitário,
considerando a situação comunicativa
e o tema/assunto do texto, de forma a
possibilitar o contato com esses
diferentes textos e os recursos
inerentes a eles.
(EF12LP11) Escrever, em
colaboração com os colegas e com a
ajuda do professor, fotolegendas em
notícias, manchetes e lides em
notícias, álbum de fotos digital
noticioso e notícias curtas para
público infantil, digitais ou
impressos, dentre outros gêneros do
campo jornalístico, considerando a
situação comunicativa e o
tema/assunto do texto.
Escrita
compartilhada; • Escrever, em colaboração com os
Campo da Escrita Estrutura textual, Produção de textos de
colegas e com a mediação do
Vida Pública (compartilhada e composição e estilo professor, a escrita de fotolegendas
autônoma) diferentes gêneros do
de cada gênero em notícias, manchetes e lides (o que,
campo jornalístico.
discursivo. quem, quando, por que, como e onde) X X
em notícias, álbum de fotos digital
noticioso e notícias curtas para público
infantil, digitais ou impressos, dentre
outros gêneros do campo
jornalístico, considerando a
situação comunicativa e o
tema/assunto do texto, de forma a
desenvolver a prática da escrita
desses diferentes gêneros discursivos.
(EF12LP12) Escrever, em
colaboração com os colegas e com a
ajuda do professor, slogans,
anúncios publicitários e textos de
campanhas de conscientização
destinados ao público infantil, dentre
outros gêneros do campo
publicitário, considerando a situação
comunicativa e o tema/
assunto/finalidade do texto.
• Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com a
ajuda do professor, quadras,
quadrinhas, parlendas, trava- línguas,
dentre outros gêneros do Campo da
Vida Cotidiana, de modo a considerar
a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto e relacionar sua
forma de organização à sua finalidade.
(EF01LP17) Planejar e produzir, em
colaboração com os colegas e com a
ajuda do professor, listas, agendas,
calendários, avisos, convites,
receitas, instruções de montagem e
Escrita autônoma e legendas para álbuns, fotos ou
compartilhada; ilustrações (digitais ou impressos),
Função social e dentre outros gêneros do Campo da
cognitiva da escrita. Vida Cotidiana, considerando a
situação comunicativa e o
Campo da Escrita tema/assunto/ finalidade do texto. Planejamento e
Vida (compartilhada e produção de
Cotidiana autônoma) X X X
textos de
• Planejar e produzir, em colaboração
com os colegas e com a mediação do diferentes gêneros da
professor, listas, agendas, esfera cotidiana.
calendários, avisos, convites, receitas,
instruções de montagem e legendas
para álbuns, fotos ou ilustrações
(digitais ou impressos), dentre outros
gêneros do Campo da Vida Cotidiana,
considerando a situação comunicativa
e o tema/assunto/ finalidade do texto,
a fim de, gradativamente, apropriar-se
dos elementos constitutivos desses
gêneros.
(EF01LP18) Registrar, em
colaboração com os colegas e com a
ajuda do professor, cantigas,
Escrita autônoma e quadras, quadrinhas, parlendas,
compartilhada; Ideia trava- línguas, dentre outros gêneros
de representação; do Campo da Vida Cotidiana,
Unidade textual. considerando a situação
comunicativa e o
tema/assunto/finalidade do texto.
Registro escrito de
• Registrar, em colaboração com os cantigas, quadras,
Campo da Escrita colegas e com a ajuda do professor,
quadrinhas, parlendas,
Vida (compartilhada e cantigas, quadras, quadrinhas,
parlendas, trava- línguas, dentre trava-
Cotidiana autônoma) línguas, com
outros gêneros do Campo da Vida
Cotidiana, considerando a situação X X
comunicativa e o Apropriação da
tema/assunto/finalidade do texto, a fim
de apropriar-se, gradativamente, da Forma de organização
forma de organização desses textos. desses textos.
• Planejar e produzir, em
colaboração com os colegas e com a
mediação do professor, recados,
avisos, convites, dentre outros
gêneros do Campo da Vida Cotidiana,
que possam ser repassados oralmente
por meio de ferramentas digitais, em Planejamento e
áudio ou vídeo, considerando a produção de textos
Campo da Produção de texto situação comunicativa e o orais da vida cotidiana. X X X
Vida oral; Estrutura do tema/assunto/finalidade do texto, a fim
Cotidiana Oralidade gênero oral. de ampliar a capacidade de produção
desses gêneros orais.
(EF12LP07) Identificar e (re)produzir,
em cantigas, quadras, quadrinhas,
parlendas, trava-línguas e canções,
rimas, aliterações, assonâncias, o
ritmo de fala relacionado ao ritmo e à
melodia das músicas e seus efeitos
de sentido.
• Ler e compreender, em
Leitura colaborativa colaboração com os colegas e com a
e autônoma; mediação do professor, textos
Atribuição de narrativos de maior porte como contos Leitura e compreensão
Campo Leitura/escuta sentido ao texto lido; (populares, de fadas, acumulativos, de de textos pertencentes à
Artístico- (compartilhada e Finalidade e função assombração etc.) e crônicas, de tipologia narrativa,
Literário autônoma) social. modo a ampliar e diversificar sua adequados para o ano X X X
capacidade leitora, cognitiva e a
escolar.
análise textual.
• Planejar, coletiva e
individualmente com a mediação do
professor, o texto que será
produzido, considerando a situação
comunicativa, os interlocutores
(quem escreve/para quem escreve);
a finalidade ou o propósito
(escrever para quê); a circulação
(onde o texto vai circular); o suporte
(qual é o portador do texto); a
linguagem, organização e forma do
texto e seu tema, pesquisando em
meios impressos ou digitais, sempre
que for preciso, informações
necessárias à produção do texto,
organizando em tópicos os dados e
as fontes pesquisadas, a fim de
adequar gradativamente suas
produções à estrutura do gênero e à
esfera na qual irá circular.
Todos os Produção de Revisão de textos; (EF15LP06) Reler e revisar o texto Revisão e reescrita
Campos textos (escrita Sequência lógica produzido com a ajuda do de textos,
de compartilhada de ideias; professor e a colaboração dos observando: X X X
Atuação e autônoma) Ampliação de colegas, para corrigi-lo e necessidades de
ideias. aprimorá-lo, fazendo cortes, correções,
acréscimos, reformulações, aprimoramentos,
correções de ortografia e sequência lógica e
pontuação. ampliação das ideias.
(EF15LP09) Expressar-se em
situação de intercâmbio oral com
clareza, preocupando-se em ser
compreendido pelo interlocutor e
Oralidade usando a palavra com tom de voz
Todos os pública/Intercâmb audível, boa articulação e ritmo Exposição oral de
Campos io conversacional adequado. ideias: clareza, tom de
de Oralidade em sala de aula; voz audível, boa X X X
Atuação Clareza na • Expressar-se oralmente com articulação
exposição de clareza, preocupando-se em ser (pronúncia) e ritmo
ideias. compreendido pelo interlocutor e adequado.
usando a palavra com tom de voz
audível, boa articulação e ritmo
adequado, a fim de demonstrar,
gradativamente, clareza e
organização nas exposições orais
de ideias, considerando os
diferentes contextos sociais.
(EF15LP11) Reconhecer
características da conversação
espontânea presencial, Características da
Todos os Características respeitando os turnos de fala, conversação
Campos Oralidade da selecionando e utilizando, durante espontânea
de conversação a conversação, formas de presencial: turnos de X X X
Atuação espontânea; tratamento adequadas, de acordo fala, uso de formas de
Turnos de fala. com a situação e a posição do tratamento
interlocutor. adequadas.
• Identificar características da
conversação espontânea
presencial, respeitando os turnos
de fala, selecionando e utilizando,
durante as situações de fala,
formas de tratamento adequadas,
de acordo com a situação e a
posição do interlocutor, de forma a
melhor interagir na vida social e
escolar.
• Identificar finalidades da
interação oral em diferentes
Todos os Relato contextos comunicativos (solicitar Linguagem formal e
Campos Oralidade oral/Registro informações, apresentar opiniões, informal em diferentes
de formal e informal. informar, relatar experiências etc.), contextos X X X
Atuação a fim de perceber as diferenças comunicativos.
entre os diversos usos da
linguagem, adequando seu discurso
de acordo com a situação (formal ou
informal).
(EF02LP08) Segmentar
corretamente as palavras ao
escrever frases e textos.
Todos os Análise Segmentação de de
Campos linguística/ palavras/ • Segmentar corretamente as Classificação de
de semiótica Classificação de palavras ao escrever frases e palavras por número
Atuação (Alfabetização) palavras por textos, a fim de superar a de sílabas. X X
número de hiposegmentação ou a
sílabas. hipersegmentação de palavras,
percebendo a nomenclatura para o
número de sílabas.
(EF02LP09) Usar adequadamente
ponto final, ponto de interrogação
e ponto de exclamação.
• Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com
a mediação do professor
enunciados de tarefas escolares,
diagramas, curiosidades, pequenos
relatos de experimentos,
entrevistas, verbetes de
enciclopédia infantil, entre outros
gêneros do campo investigativo, de
modo a considerar a situação
comunicativa e o
tema/assunto do texto.
• Ler e compreender, em
colaboração com os colegas e com
a mediação do professor,
fotolegendas em notícias,
manchetes e lides em notícias (o
que, quem, quando, por que, como
e onde), álbum de fotos digital
noticioso e notícias curtas para
público infantil, dentre outros
gêneros do campo jornalístico,
considerando a situação
comunicativa e o tema/assunto do
texto, de forma a possibilitar o
contato com esses diferentes textos
e os recursos inerentes a eles.
(EF12LP11) Escrever, em
colaboração com os colegas e
com a ajuda do professor,
fotolegendas em notícias,
manchetes e lides em notícias,
álbum de fotos digital noticioso e
notícias curtas para público
infantil, digitais ou impressos,
dentre outros gêneros do
campo jornalístico, considerando a
Escrita situação comunicativa e o
Campo Escrita compartilhada; tema/assunto do texto. Produção de textos X X
da Vida (compartilhada Manutenção da de diferentes gêneros
Pública e autônoma) temática e do • Escrever, em colaboração com do campo jornalístico.
assunto do texto. os colegas e com a mediação do
professor, a escrita de fotolegendas
em notícias, manchetes e lides (o
que, quem, quando, por que, como
e onde) em notícias, álbum de fotos
digital noticioso e notícias curtas
para público infantil, digitais ou
impressos, dentre outros gêneros
do campo jornalístico, considerando
a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto, de forma a
desenvolver a prática da escrita
desses diferentes gêneros
discursivos.
(EF12LP12) Escrever, em
colaboração com os colegas e
com a ajuda do professor,
slogans, anúncios publicitários e
textos de campanhas de
conscientização destinados ao
público infantil, dentre outros
gêneros do campo publicitário,
considerando a situação
Escrita comunicativa e o tema/
Campo Escrita compartilhada; assunto/finalidade do texto. Produção de textos X X
da Vida (compartilhada Estrutura textual, de diferentes gêneros
Pública e autônoma) composição e • Escrever, em colaboração com do campo publicitário.
estilo de cada os colegas e com a mediação do
gênero professor, slogans, anúncios
discursivo. publicitários e textos de
campanhas de conscientização
destinados ao público infantil,
dentre outros gêneros do campo
publicitário, considerando a
situação comunicativa e o tema/
assunto/finalidade do texto, de
forma a desenvolver a prática da
escrita desses diferentes gêneros.
(EF12LP13) Planejar, em
Campo Produção de texto colaboração com os colegas e Estrutura e
da Vida Oralidade oral; Estrutura do com a ajuda do professor, slogans organização de textos X X
Pública texto oral. e peça de campanha de transmitidos
conscientização destinada ao oralmente.
público infantil que possam ser
repassados oralmente por meio
de ferramentas digitais, em áudio
ou vídeo, considerando a situação
comunicativa e o
tema/assunto/finalidade do texto.
(EF12LP14) Identificar e
reproduzir, em fotolegendas de
notícias, álbum de fotos digital
noticioso, cartas de leitor (revista
Campo Análise Forma de infantil), digitais ou impressos, a Estrutura e
da Vida linguística/ composição do formatação e diagramação composição de X X
Pública semiótica texto. específica de cada um desses gêneros da esfera
(Alfabetização) gêneros, inclusive em suas jornalística.
versões orais.
• Identificar e reproduzir, com a
mediação do professor, em
fotolegendas de notícias, álbum de
fotos digital noticioso, cartas de
leitor (revista infantil), digitais ou
impressos, a formatação e
diagramação específica de cada
um desses gêneros, inclusive em
suas versões orais, a fim de
permitir o contato com as diferentes
formas de composição do texto.
(EF12LP16) Identificar e
reproduzir, em anúncios Estrutura
Campo Análise Forma de publicitários e textos de composicional dos
da Vida linguística/ composição do campanhas de conscientização gêneros anúncio
Pública semiótica texto destinados ao público infantil publicitário e X X
(Alfabetização) (orais e escritos, digitais ou campanhas de
impressos), a formatação e conscientização.
diagramação específica de cada
um desses gêneros, inclusive o
uso de imagens.
(EF02LP16) Identificar e
reproduzir, em bilhetes, recados,
avisos, cartas, e-mails, receitas
(modo de fazer), relatos (digitais
ou impressos), a formatação e
Forma de diagramação específica de cada
Análise composição do um desses gêneros. Produção de textos
Campo da linguística/ texto; Estrutura do campo da vida
Vida semiótica textual • Reconhecer e reproduzir, com a cotidiana: estrutura X X X
Cotidiana (Alfabetização) (composição e mediação do professor, em textual (composição e
estilo do gênero). bilhetes, recados, avisos, cartas, e- estilo do gênero).
mails, receitas (modo de fazer),
relatos (digitais ou impressos), a
formatação e diagramação
específica de cada um desses
gêneros, de modo a apreender
gradativamente a estrutura, a
composição e o estilo de cada um
desses gêneros.
(EF02LP17) Identificar e
reproduzir, em relatos de
experiências pessoais, a
sequência dos fatos, utilizando
expressões que marquem a
passagem do tempo (“antes”,
“depois”, “ontem”, “hoje”,
“amanhã”, “outro dia”,
“antigamente”, “há muito tempo”
etc.), e o nível de informatividade
Análise Forma de necessário.
Campo da linguística/ composição do Coesão sequencial. X X
Vida semiótica texto; Coesão • Identificar e reproduzir, com a
Cotidiana (Alfabetização) sequencial. mediação do professor, em relatos
de experiências pessoais, a
sequência dos fatos, utilizando
expressões que marquem a
passagem do tempo (“antes”,
“depois”, “ontem”, “hoje”, “amanhã”,
“outro dia”, “antigamente”, “há muito
tempo” etc.), e o nível de
informatividade necessário, a fim de
manter a progressão do texto, por
meio do emprego da coesão
sequencial.
(EF12LP19) Reconhecer, em
textos versificados, rimas,
sonoridades, jogos de palavras,
palavras, expressões,
comparações, relacionando-as
Formas de com sensações e associações. Identificação e
Campo Análise composição de reconhecimento de
Artístico- linguística/ textos poéticos; • Reconhecer, com a colaboração rimas, sonoridades, X X X
Literário semiótica Disposição dos colegas e com a mediação do jogos de palavras,
(Alfabetização) gráfica (aspectos professor, em textos versificados, palavras, expressões,
estruturantes). rimas, sonoridades, jogos de comparações.
palavras, palavras, expressões,
comparações, relacionando-as
com sensações e associações, de
modo a ser capaz de perceber as
formas de composição dos textos
poéticos.
(EF15LP15) Reconhecer que os
textos literários fazem parte do
mundo do imaginário e
apresentam uma dimensão lúdica,
de encantamento, valorizando-os,
em sua diversidade cultural, como
patrimônio artístico da
humanidade.
Campo Leitura/escuta Formação do Reconhecimento de
Artístico- (compartilhada leitor literário. • Reconhecer que os textos textos literários, em
Literário e autônoma) literários fazem parte do mundo do sua diversidade X X X
imaginário e apresentam uma cultural, como
dimensão lúdica, de encantamento, patrimônio artístico da
valorizando-os, em sua diversidade humanidade.
cultural, como patrimônio artístico
da humanidade, de modo a
contribuir para sua formação e
aprimoramento como leitor literário,
bem como permitir o contato com
diferentes culturas.
A metodologia é o caminho que organiza a ação do professor, de forma que permita ao educador a ação de construir e reconstruir o
conhecimento. O professor alfabetizador é responsável pelo ensino e isto implica problematizar situações e elaborar atividades possíveis
para todos os alunos, independente do nível de alfabetização que se encontram. É preciso, fundamentar o trabalho em uma busca que
explique e sistematize os usos linguísticos, visando tornar as atividades significativas caracterizando o funcionamento do sistema de
escrita alfabética, bem como a leitura e a produção textual com base em gêneros textuais, considerando o texto em suas múltiplas
manifestações. As atividades deverão ser desenvolvidas tomando-se como orientação os eixos de integração considerados na BNCC
correspondentes às práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise
linguística/semiótica (que envolve conhecimentos linguísticos, sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-padrão,
textuais, discursivos e sobre os modos de organização e os elementos de outras semioses).
Durante esse processo, o aluno deve conhecer e dominar as convenções gráficas que orientam a estrutura da nossa língua. Desde
o alinhamento da escrita (da esquerda para a direita, de cima para baixo) até as convenções ortográficas e gramaticais.
É preciso conhecer a função da segmentação das palavras, a composição destas em letras, fonemas, sílabas, palavras e finalmente
na composição de ideias que caracterizam os gêneros do discurso. Neste período, o aluno terá contato com o alfabeto, reconhecendo a
sua ordem e o som representado pelas letras. Cabe ao professor alfabetizador mostrar as formas gráficas que cada letra possui e todas
as possibilidades visuais que encontrará de cada uma delas (letra cursiva, letra caixa alta e script).
Apropriar-se do sistema de escrita depende fundamentalmente de compreender um de seus princípios básicos: os fonemas são
representados por grafemas na escrita. Os fonemas são entidades elementares da estrutura fonológica da língua, que se manifesta nas
unidades sonoras mínimas da fala. Grafemas são letras ou grupos de letras, entidades visíveis e isoláveis. Caracteriza-se pela própria
grafia (escrita) da letra, enquanto que o fonema caracteriza-se pelo som das letras, que muitas vezes não representam a sua escrita.
Não basta ao sujeito apropriar-se do código; é preciso que ele seja capaz de interagir socialmente por meio desse: lendo e
produzindo textos de gêneros diversos, compreendendo a sua função social. Logo, o gênero discursivo é o ponto de partida no processo
de alfabetização e é por meio dele que se deve abordar, posteriormente, as unidades menores da língua como fonemas, letras, sílabas,
palavras, que devem ser trabalhadas durante todo o processo de aquisição da leitura e da escrita, pois sem o trabalho minucioso com as
unidades menores, não há apropriação do sistema da escrita.
Considerando o processo de alfabetização como um todo, temos a prerrogativa de analisar os vocábulos em letras e formas; sons e
regras de correspondências. A partir disso, podemos afirmar que a estrutura fonológica da linguagem oral serve de base para o
processamento fonológico. Sendo assim, a consciência fonológica na alfabetização deve ser estimulada através do desenvolvimento das
habilidades trabalhadas, ou seja, da reflexão, identificação e da manipulação dos sons presentes em nossa língua. A criança deve
perceber as palavras, as frases, as sílabas, os fonemas, ou seja, os componentes da fala tão importantes para o desenvolvimento dessa
aprendizagem. A BNCC coloca que:
“Assim, alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da ortografia do português do Brasil escrito,
compreendendo como se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de conhecimentos sobre o
funcionamento fonológico da língua pelo estudante. Para isso, é preciso conhecer as relações fono-ortográficas,
isto é, as relações entre sons (fonemas) do português oral do Brasil em suas variedades e as letras (grafemas) do
português brasileiro escrito. Dito de outro modo, conhecer a “mecânica” ou o funcionamento da escrita alfabética
para ler e escrever significa, principalmente, perceber as relações bastante complexas que se estabelecem entre
os sons da fala (fonemas) e as letras da escrita (grafemas), o que envolve consciência fonológica da linguagem:
perceber seus sons, como se separam e se juntam em novas palavras etc. Ocorre que essas relações não são
tão simples quanto as cartilhas ou livros de alfabetização fazem parecer. Não há uma regularidade nessas
relações e elas são construídas por convenção. Não há, como diria Saussure, “motivação” nessas relações, ou
seja, diferente dos desenhos, as letras da escrita não representam propriedades concretas desses sons.”
(BRASIL, 2017, p.90)
No momento de alfabetização, o aluno deve ser confrontado com estas situações pertinentes ao domínio da escrita. Caberá ao
professor explorar todas as possibilidades apresentadas pela escrita, deixando de lado aquela concepção de que o aprendizado se dava
de modo gradativo, do mais simples para o mais complexo, que deveríamos iniciar pelas letras e em seguida, pelas sílabas simples e
finalizar o processo pela construção das palavras. O processo é mais complexo do que isso, é preciso conhecer todas as possibilidades
de escrita da língua durante o contato diário com os gêneros textuais. Lembramos que, o próprio nome do aluno é considerado como
gênero do discurso, pois a partir do seu próprio nome, a criança está representada em toda sua história de vida. A possibilidade de
alfabetizar a partir de gêneros discursivos (escritos ou orais) levará à reflexão de que a escrita é importante, por isso é necessário que o
aluno a domine.
Os alunos passam por etapas durante o processo de construção da escrita. Conhecê-las e utilizá-las é fundamental para o professor
uma vez que são um recurso valioso na construção do plano de aula para que apoie da melhor maneira possível as necessidades de
cada grupo de alunos. Nesse processo de alfabetização eles percorrem essas etapas, avançando mais rapidamente de uma para outra
em alguns casos. Em ordem gradativa elencamos abaixo essas hipóteses iniciais do processo de construção da escrita: pré-
silábico: quando usam símbolos, números ou as letras usadas na escrita não têm relação com a fala; silábico sem valor sonoro: quando
representam cada sílaba da palavra com uma letra aleatória; silábico com valor sonoro: quando usam uma das letras da sílaba para
representá-la; silábico-alfabético: quando alternam a representação silábica com uma ou mais letras da sílaba; alfabético: que escrevem
convencionalmente, apesar de eventuais erros ortográficos. Além de todos os aspectos da heterogeneidade, para atender às
necessidades de aprendizagem é preciso levar em conta também as diferentes hipóteses de escrita e o nível de aprendizagem em que
se encontram os alunos. Para isso, o professor alfabetizador precisa elaborar e produzir uma prática educativa baseada em diferentes
estratégias que promovam o desenvolvimento da aprendizagem de cada aluno. Uma das formas de se ampliar e aprimorar a prática
educativa nesse sentido é criar variações e adaptações dentro de uma mesma atividade ou aula na alfabetização. Segundo a BNCC,
“Pesquisas sobre a construção da língua escrita pela criança mostram que, nesse processo, é preciso: diferenciar
desenhos/grafismos (símbolos) de grafemas/letras (signos); desenvolver a capacidade de reconhecimento global
de palavras (que chamamos de leitura “incidental”, como é o caso da leitura de logomarcas em rótulos), que será
depois responsável pela fluência na leitura; construir o conhecimento do alfabeto da língua em questão; perceber
quais sons se deve representar na escrita e como; construir a relação fonema-grafema: a percepção de que as
letras estão representando certos sons da fala em contextos precisos; perceber a sílaba em sua variedade como
contexto fonológico desta representação; até, finalmente, compreender o modo de relação entre fonemas e
grafemas, em uma língua específica.” (BRASIL, 2017, p. 91)
Como o processo de construção da linguagem escrita não ocorre no mesmo ritmo e da mesma maneira entre os alunos, é preciso
criar condições de aprendizagens favoráveis para todos e cada um, considerando as suas especificidades, levando em conta o
acompanhamento das aquisições sucessivas que o aluno faz ao longo da alfabetização, suas conquistas, permitindo o estabelecimento
de relações entre as ações didáticas e as estratégias de trabalho que conduzam à superação das dificuldades que ocorrem durante o
processo.
Além das sondagens para verificar as hipóteses de escrita, as observações das participações de cada um nas atividades
permanentes da alfabetização e nos projetos desenvolvidos, é preciso fazer uso também de um instrumento avaliativo mais específico e
com maior abrangência para verificar como estão as habilidades de leitura dos alunos, observando o avanço da fluência leitora.
A leitura se estende e se consolida ao longo de todo o processo de alfabetização, no segundo ano e nos demais. Mas podemos já
no primeiro ano encontrar crianças que ao final do ano sejam leitoras fluentes, como pode haver leitores que ainda não leem com
autonomia. Por isso na hora de registrar, os resultados da leitura dos alunos é preciso ter em mente pelo menos alguns parâmetros,
como por exemplo: o aluno ainda não faz uma leitura convencional, pois não compreendeu a base alfabética; lê com dificuldades, textos
sem muita complexidade, como listas, parlendas, etc.; lê com autonomia, mostrando compreensão do que foi lido; lê com certa,
autonomia, às vezes precisando ainda de ajuda do professor.
O planejamento de atividades desafiadoras fará a diferença no processo de aprendizagem, principalmente quando acreditamos que
as interações em sala de aula devem pautar-se nesse aspecto. Assim, o professor alfabetizador garante momentos que promovam a
reflexão e, consequentemente, uma aprendizagem significativa.
Desse modo, sendo muitas e diferentes as facetas da alfabetização e do letramento, e considerando que esses dois processos,
devem ser desenvolvidos simultaneamente e indissociavelmente, já não se pode pretender a um único método para a orientação da
aprendizagem inicial da língua escrita, é preciso lançar mão de métodos, no plural: uma articulação de procedimentos que alfabetizem e
letrem, propiciando à criança uma entrada plena no mundo da escrita, que é a finalidade última da aprendizagem inicial da língua escrita.
4 - AVALIAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
A avaliação no processo de alfabetização é caracterizada por uma dimensão formativa continuada e terá uma função diagnóstica,
capaz de indicar os níveis já consolidados pelo aluno, suas dificuldades ao longo do processo e as estratégias de intervenção
necessárias para a promoção de seus avanços. Envolve, portanto, sistemas abertos a serviço das orientações das aprendizagens dos
alunos e não apenas do registro burocrático de seus resultados. Nesse sentido, esse importante instrumento reorienta a prática do
professor alfabetizador.
Nessa concepção duas funções ou ações avaliativas são inseparáveis: o diagnóstico e o monitoramento. A função diagnóstica tem
como objetivo o conhecimento de cada criança e do perfil de toda a turma, no que se refere a seus desempenhos ao longo da
aprendizagem e à identificação de seus progressos, suas dificuldades em relação às metas esperadas. O monitoramento acompanha o
processo de alfabetização e possibilita intervir na aprendizagem para reorientar o ensino e resgatar o sucesso dos alunos.
Na avaliação da aprendizagem, é imprescindível considerar as condições que foram colocadas pelo ensino – isto é, só pode ser
avaliado o que foi ensinado, portanto, basear-se na singularidade e nas necessidades dos alunos e ser uma ferramenta para conhecer a
evolução, as conquistas e as dificuldades de cada um. Ao mesmo tempo, deve ser usada para avaliar a adequação das propostas
didáticas dos professores.
A avaliação diagnóstica da alfabetização deverá acontecer no início do ano letivo permitindo conhecer o ponto de partida de quem
aprende, sua situação inicial e seus conhecimentos prévios em relação aos objetivos de aprendizagem definidos no planejamento
escolar. Essa Proposta Pedagógica Curricular orienta que a avaliação aconteça também no término de cada trimestre do ano letivo,
assim o professor sistematiza e interpreta informações para tomar decisões que permitirão modificar e melhorar o ensino durante o
processo de alfabetização para que todos alcancem a aprendizagem.
Na alfabetização um dos instrumentos avaliativos são as sondagens diagnósticas das hipóteses de escrita que auxiliam o professor
a saber o que pensam as crianças, podendo acompanhar a progressão dessas ideias. Consiste em um ditado de uma lista de palavras
criteriosamente planejada pelo professor alfabetizador, com posterior análise do nível de conceitualização da escrita em que se encontra
o aluno. Deve ser realizada seguindo orientações de elaboração e aplicação. Sua importância reside nas informações que oferece sobre
cada aluno, para que se possa replanejar ações que ajudem a avançar na conquista da escrita alfabética.
Para realizar essa sondagem, é preciso guiar-se por alguns critérios: selecionar uma lista de palavras do mesmo campo semântico,
ou seja, que se agregam a uma mesma unidade de sentido, cuja organização contemple palavras com quantidade variada de letras
(polissílabas, trissílabas, dissílabas e monossílabas); dar preferência, nessa atividade, ao uso da folha em branco, sem pauta ou com
linhas mais espaçadas, para o registro da lista; realizar o ditado das palavras preferencialmente de forma individual, para acompanhar
atentamente e registrar o processo de escrita da criança; observar e anotar as reações das crianças enquanto escrevem (muitas falam
em voz alta, repetindo várias vezes parte da palavra, na tentativa de, pelo som, identificar as letras); solicitar que a criança leia o que
escreveu logo em seguida, pois esse procedimento revelará se ela estabelece ou não uma relação entre o que lê em voz alta e o que
escreve, entre partes do falado e partes do escrito; é importante anotar a forma como a criança lê para uma análise mais criteriosa e
detalhada (por exemplo, ao ler, ela assinala com o dedo de modo contínuo, global, sem indicar as partes ou aponta cada uma das letras,
atribuindo a elas um valor sonoro); depois ditar uma frase utilizando uma dessas palavras para observar se o aluno volta a escrever de
forma semelhante, ou seja, se a escrita da palavra permanece estável mesmo num contexto diferente. As sondagens devem ser
organizadas no tempo escolar de modo a revelar o desenvolvimento de cada criança na conquista do sistema alfabético de escrita.
O portfólio é um instrumento que pode ser considerado muito útil no processo de avaliação na alfabetização, pois nele podem ser
registradas as atividades por etapas do desenvolvimento do aluno. O portfólio flexibiliza e motiva a reflexão em relação ao programa de
trabalho e oportuniza uma ampla comunicação entre os atores do processo auxiliando os professores na observação das aprendizagens
do aluno. É possível aproveitar as inúmeras ocasiões em que as crianças falam, leem e escrevem para se fazer um acompanhamento de
seu progresso, sendo assim, as atividades que o compõem acontecerão de forma contextualizada para que se possa observar a
evolução das crianças. A observação é o principal instrumento para que o professor alfabetizador possa avaliar o processo de
construção da linguagem da criança.
É preciso estar atento à leitura dos alunos, verificar se a decifração é feita com ou sem fluência, ou seja, se a leitura é marcada por
lentidão, se o aluno apresenta hesitação e se faz pausas prolongadas entre palavras e se constrói o sentido apenas depois de decifrar
todas as sílabas das palavras ou todas as palavras da frase. Também observar se o aluno lê globalmente palavras ou unidades que
constituem uma sentença ou frase. Nessa avaliação, o professor pode constatar o nível de fluência por meio de um diagnóstico e, caso
seja necessário, preparar atividades de intervenção.
O professor precisa estar atento à avaliação para conduzir estratégias didáticas que favoreçam esse desenvolvimento integral, sem
perder de vista que existem conhecimentos e habilidades que precisam ser dominados pelos alunos e que é papel da escola garantir que
sejam aprendidos/desenvolvidos. Também cabe ao professor alfabetizador estar atento à diversidade de sala de aula, aos diferentes
tempos de aprendizagem, buscando atender às necessidades dos alunos com estratégias de ensino acessíveis a qualquer estudante. E
como a avaliação não é um processo indissociável das práticas de ensino, é o professor que tem condições de fazer essa avaliação mais
ampla.
No cotidiano escolar, a avaliação deve estar presente a cada momento buscando sempre auxiliar o professor na reflexão sobre o
processo de ensino-aprendizagem.
• Ouvir com atenção textos lidos. • Apreciar a leitura feita pelo professor como:
curiosidades, verbete de enciclopédia infantil,
• Refletir sobre o sistema alfabético com base carta, bilhete, manchete, notícia, conto
na leitura de nomes próprios, rótulos de tradicional, diagrama/explicação, para adquirir
produtos e outros materiais - listas, calendários, comportamento leitor e apropriar-se da
cantigas e títulos de histórias, por exemplo -, linguagem que se escreve.
sendo capaz de se guiar pelo contexto,
antecipar e verificar o que está escrito. • Ler, com ajuda do professor, diferentes
LEITURA gêneros (texto narrativo literários, instrucional,
• Ler textos conhecidos de memória, como de divulgação científica e notícias, apoiar-se
parlendas, adivinhas, quadrinhas e canções, de em conhecimentos sobre o tema do texto, as
maneira a descobrir o que está escrito em características do seu portador, gênero e do
diferentes trechos do texto, fazendo o ajuste do sistema de escrita).
falado ao que está escrito e o uso do
conhecimento que possuem sobre o sistema de • Recontar histórias conhecidas, de forma a
escrita. considerar as ideias principais e recuperar
• Relacionar texto e imagem ao antecipar algumas características da linguagem escrita
sentidos na leitura de quadrinhos, tirinhas e do texto lido pelo professor.
revistas de heróis.
• Ler por si mesmo textos conhecidos, tais
• Inferir o conteúdo de um texto antes de fazer como parlendas, adivinhas, poesias, poemas,
a leitura com base em título, imagens, canções, trava-línguas, placas, listagens,
diagramação e informações contidas na capa, manchetes de jornais, histórias em
contracapa ou índice (no caso de livros e quadrinhos, rótulos entre outros.
revistas).
• Conhecer as representações das letras • Reconhecer e nomear as letras do alfabeto.
maiúsculas do alfabeto de imprensa e a ordem
alfabética. • Escrever seu próprio nome e utilizá-lo como
referência para escrever outras palavras.
• Escrever o próprio nome e utilizá-lo como
referência para a escrita. • Escrever alfabeticamente textos que
conhece de memória tais como parlendas,
• Produzir texto de memória de acordo com adivinhas, poemas, canções, trava-línguas,
sua hipótese de escrita. entre outros, mesmo que de forma não
ESCRITA E convencional.
PRODUÇÃO • Escrever usando a hipótese silábica-
TEXTUAL alfabética e alfabética. • Revisar textos coletivamente com ajuda do
professor.
• Reescrever histórias conhecidas - ditando
para o professor ou para os colegas e, quando • Compreender o funcionamento alfabético
possível, de próprio punho -, considerando as do sistema de escrita (estar alfabético)
ideias principais do texto-fonte e algumas mesmo que apresente algumas questões
características da linguagem escrita. ortográficas a resolver.
A pedagogia histórica-crítica, valoriza a escola como espaço democrático responsável pela apropriação crítica e
histórica do conhecimento como instrumento de compreensão das relações sociais e para transformação da realidade.
Assim, por meio dos gêneros textuais, os usuários de uma língua realizam ações de linguagem, tais como: informar,
persuadir, emocionar, advertir, orientar, ironizar, entre muitas outras. Portanto, se os textos têm finalidades diferentes,
também se caracterizam por convenções particulares, ou seja, seu modo de organização e estilo são variados, conforme se
pode verificar na gama imensa de textos empíricos (orais e escritos) que circulam socialmente. Para que a escola atenda da
melhor maneira possível as necessidades do cidadão em relação aos conhecimentos essenciais sobre sua língua materna, é
indispensável que ela proporcione aos alunos o contato com diversos gêneros, priorizando aqueles mais necessários nas
práticas sociais.
Os milhares de gêneros disponíveis servem de instrumento de interação entre os usuários de uma língua quando
participam de uma atividade de linguagem. Uma mesma pessoa, durante um dia, usa inúmeros gêneros, alguns mais formais
outros informais, dependendo do lugar social que ocupa em cada momento de produção: bate-papo com amigos, instrução
para um colega de trabalho, escrita de um e-mail a um cliente, leitura de uma notícia ou reportagem, ouvinte de um discurso
político, entre outros tantos.
Alguns gêneros são aprendidos informalmente, porém outros exigem ensino sistematizado, papel a ser desempenhado
pela escola. Não restam dúvidas sobre o fato de que quanto mais gêneros – tanto na modalidade oral quanto na escrita da
linguagem – uma pessoa dominar, maior será seu domínio linguístico, condição que ampliará suas possibilidades de
participação social mais efetiva.
É importante lembrar que a diversidade de gêneros a ser apresentada para o ensino e aprendizagem de leitura será,
sem dúvida, maior que a de gêneros apresentados para produção pelos alunos, uma vez que nas práticas sociais, a leitura é
muito mais frequente que a escrita; além disso, há certos gêneros que as crianças, em geral, nunca precisarão escrever, mas
é indispensável a apresentação e o contato com esses tipos de textos e sua funcionalidade.
Cada gênero textual, por sua finalidade e características recorrentes, impõe modos de leitura mais apropriados. Por
outro lado, no momento de escrevê-los é necessário considerar as marcas linguísticas que os caracterizam para adequá-los à
situação socioverbal. E para aprender isso, uma forma produtiva é o convívio com muitos e variados textos, em atividades de
uso (falar, ouvir, ler, escrever) e de reflexão, tanto sobre seus aspectos discursivos (situação sociointerativa em que foi
produzido) quanto textuais (sua estrutura e marcas linguísticas recorrentes no gênero).
O processo de ensino aprendizado da Língua Portuguesa decorre da efetiva atuação do estudante em práticas de
linguagem que envolvem a leitura/escuta e a produção de textos orais, escritos e multissemióticos, situadas em campos de
atuação específicos, a outra face provém da reflexão/análise sobre/da própria experiência de realização dessas práticas.
Temos aí, portanto, o eixo da análise linguística/semiótica, que envolve o conhecimento sobre a língua, sobre a norma-
padrão e sobre as outras semioses, que se desenvolve transversalmente aos dois eixos – leitura/escuta e produção oral,
escrita e multissemiótica – e que envolve análise textual, gramatical, lexical, fonológica e das materialidades das outras
semioses.
Na BNCC a Língua Portuguesa propõe o desenvolvimento das capacidades envolvidas na produção, recepção,
tratamento e análise das linguagens que contribuem para a participação significativa e crítica do aluno nas diversas práticas
sociais de linguagem. Em consequência a Língua Portuguesa na BNCC busca sempre relacionar os textos a seus contextos
de produção e o desenvolvimento de habilidades ao uso significativo de diferentes linguagens, em várias mídias. Como
premissa, considera a diversidade cultural, de forma a garantir ao aluno uma ampliação de repertório e um convívio
respeitoso com o diferente. O componente tem ênfase na interpretação de textos, no pensamento crítico, na distinção entre
fatos e opiniões e na redação de textos, considera novos gêneros e textos multissemióticos e multimidiáticos, e, também,
novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. Diferentes gêneros, textos e práticas, por
sua vez, demandam atenção para as formas de ensinar, pois são, ao mesmo tempo, objeto e estratégia para a aprendizagem
da Língua Portuguesa.
As habilidades estão associadas a EIXOS, correspondentes a quatro tipos de práticas próprias dos diferentes usos da
linguagem. Cada uma delas pode receber ênfase diferente, a depender do ano de escolarização:
LEITURA/ESCUTA – desenvolver interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com textos escritos, orais e
multissemióticos, visando sua compreensão e interpretação. O que é importante, por exemplo, para fruir esteticamente de
textos literários ou para informar a respeito de temas sociais relevantes e poder discuti-los.
PRODUÇÃO DE TEXTOS – desenvolver autoria (individual ou coletiva) de textos escritos, orais e multissemióticos,
para, por exemplo, narrar fatos cotidianos de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica, divulgar conhecimentos
específicos por meio de uma reportagem etc.
ORALIDADE – desenvolver práticas de linguagem que ocorrem em situação oral, com ou sem contato face a face,
para, por exemplo, participar de webconferências profissionais, seminários escolares ou declamar poemas.
ANÁLISE LINGUÍSTICA/SEMIÓTICA – desenvolver análise e avaliação, durante leitura e produção de textos (orais,
escritos e multissemióticos), das formas de composição dos textos, sua situação de produção, e seus efeitos de sentido,
mobilizar conhecimentos ortográficos, sintáticos, discursivos etc. na produção de textos com significados mais precisos.
Essas práticas, por sua vez, se inserem em quatro CAMPOS DE ATUAÇÃO, que apontam para a importância da
contextualização do conhecimento escolar: campos da vida cotidiana (somente anos iniciais); campo artístico-literário; campo
das práticas de estudo e pesquisa; campo das práticas de estudo e pesquisa; campo de atuação na vida pública.
[...]A escolha por esses campos, de um conjunto maior, deu-se por se entender que eles contemplam dimensões
formativas importantes de uso da linguagem na escola e fora dela e criam condições para uma formação para a atuação
em atividades do dia a dia, no espaço familiar e escolar, uma formação que contempla a produção do conhecimento e a
pesquisa; o exercício da cidadania, que envolve, por exemplo, a condição de se inteirar dos fatos do mundo e opinar sobre
eles, de poder propor pautas de discussão e soluções de problemas, como forma de vislumbrar formas de atuação na vida
pública; uma formação estética, vinculada à experiência de leitura e escrita do texto literário e à compreensão e produção
de textos artísticos multissemióticos.[...] (BRASIL, 2017, p. 82).
Segundo a BNCC compete a cada campo;
CAMPO DA VIDA COTIDIANA – Campo de atuação relativo à participação em situações de leitura, próprias de atividades
vivenciadas cotidianamente por crianças, adolescentes, jovens e adultos, no espaço doméstico e familiar, escolar, cultural e profissional.
Alguns gêneros textuais deste campo: agendas, listas, bilhetes, recados, avisos, convites, cartas, cardápios, diários, receitas, regras de
jogos e brincadeiras.
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO – Campo de atuação relativo à participação em situações de leitura, fruição e
produção de textos literários e artísticos, representativos da diversidade cultural e linguística, que favoreçam experiências
estéticas. Alguns gêneros deste campo: lendas, mitos, fábulas, contos, crônicas, canção, poemas, poemas visuais, cordéis,
quadrinhos, tirinhas, charge/ cartum, dentre outros. Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar
seu potencial transformador e humanizador, é preciso promover a formação de um leitor que não apenas compreenda os
sentidos dos textos, mas também que seja capaz de fruí-los. Um sujeito que desenvolve critérios de escolha e preferências
(por autores, estilos, gêneros) e que compartilha impressões e críticas com outros leitores-fruidores.
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA – Campo de atuação relativo à participação em situações de
leitura/escrita que possibilitem conhecer os textos expositivos e argumentativos, a linguagem e as práticas relacionadas ao
estudo, à pesquisa e à divulgação científica, favorecendo a aprendizagem dentro e fora da escola. Alguns gêneros deste
campo em mídia impressa ou digital: enunciados de tarefas escolares; relatos de experimentos; quadros; gráficos; tabelas;
infográficos; diagramas; entrevistas; notas de divulgação científica; verbetes de enciclopédia.
CAMPO DA VIDA PÚBLICA – Campo de atuação relativo à participação em situações de leitura e escrita,
especialmente de textos das esferas jornalística, publicitária, política, jurídica e reivindicatória, contemplando temas que
impactam a cidadania e o exercício de direitos. Alguns gêneros textuais deste campo: notas; álbuns noticiosos; notícias;
reportagens; cartas do leitor (revista infantil); comentários em sites para criança; textos de campanhas de conscientização;
Estatuto da Criança e do Adolescente; abaixo-assinados; cartas de reclamação, regras e regulamentos.
O mais importante a se ter em conta e que justifica sua presença como organizador do componente é que os campos
de atuação permitem considerar as práticas de linguagem, leitura e produção de textos orais e escritos, que neles têm lugar
em uma perspectiva situada, o que significa, nesse contexto, que o conhecimento metalinguístico e semiótico em jogo,
conhecimento sobre os gêneros, as configurações textuais e os demais níveis de análise linguística e semiótica.
Os campos de atuação orientam a seleção de gêneros, práticas, atividades e procedimentos em cada um deles.
Diferentes recortes são possíveis quando se pensa em campos. As fronteiras entre eles são tênues, ou seja, reconhece-se
que alguns gêneros incluídos em um determinado campo estão também referenciados a outros, existindo trânsito entre esses
campos. Práticas de leitura e produção escrita ou oral do campo jornalístico/midiático se conectam com as de atuação na
vida pública. Uma reportagem científica transita tanto pelo campo jornalístico/midiático quanto pelo campo de divulgação
científica; uma resenha crítica pode pertencer tanto ao campo jornalístico quanto ao literário ou de investigação. Enfim, os
exemplos são muitos. É preciso considerar, então, que os campos se interseccionam de diferentes maneiras. Para cada
campo de atuação, os objetos de conhecimento e as habilidades estão organizados a partir das práticas de linguagem e
distribuídos pelos nove anos em dois segmentos (Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Ensino Fundamental – Anos Finais),
dadas as especificidades de cada segmento.
As habilidades são apresentadas segundo a necessária continuidade das aprendizagens ao longo dos anos,
crescendo progressivamente em complexidade. Acrescente-se que, embora as habilidades estejam agrupadas nas diferentes
práticas, essas fronteiras são tênues, pois, no ensino, e também na vida social, estão intimamente interligadas.
Considerando esses pressupostos, o componente curricular de Língua Portuguesa deve garantir aos estudantes o
desenvolvimento de competências específicas. Vale ainda destacar que tais competências perpassam todos os componentes
curriculares do Ensino Fundamental e são essenciais para a ampliação das possibilidades de participação dos estudantes em
práticas de diferentes campos de atividades humanas e de pleno exercício da cidadania.
Desta forma, espera-se que o aluno amplie o domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, de
modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da leitura e da escrita, ampliando suas possibilidades de participação
social no exercício da cidadania.
6 - ORGANIZADOR CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 3º, 4º E 5º ANO
• Identificar, gradativamente,
Todos os Relato finalidades da interação oral em Linguagem formal e X X X
Campos Oralidade oral/Registro diferentes contextos comunicativos informal em diferentes
de formal e informal (solicitar informações, apresentar contextos
Atuação opiniões, informar, relatar comunicativos
experiências etc.), a fim de perceber
as diferenças entre os diversos usos
da linguagem, adequando seu
discurso de acordo com a situação
(formal ou informal).
(EF03LP24) Ler/ouvir e
compreender, com autonomia,
relatos de observações e de
pesquisas em fontes de
informações, considerando a
situação comunicativa e o
Campo Compreensão tema/assunto do texto.
das Leitura/ em leitura:
Práticas escuta interpretação e • Ler/ouvir e compreender, com Compreensão de X X
de Estudo (compartilhada análise da fala a mediação do professor, relatos de relatos de pesquisas
e e autônoma) do outro observações e de pesquisas em
Pesquisa (interação e fontes de informações, considerando
sentido) a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto, a fim de
perceber semelhanças e diferenças
entre os temas abordados pelos
diferentes gêneros.
• Produzir coletiva e
individualmente, com a mediação do
Produção de Escrita professor, cartas dirigidas a veículos Intencionalidade,
Campo da textos (escrita colaborativa: da mídia impressa ou digital (cartas aceitabilidade, X X
Vida compartilhada princípios da do leitor ou de reclamação a jornais informatividade e
Pública e autônoma) texualidade; ou revistas), dentre outros gêneros situacionalidade em
Intencionalidade, do campo político-cidadão, com gêneros da esfera
aceitabilidade, opiniões e críticas, de acordo com político- cidadã
informatividade e as convenções do gênero carta e
situacionalidade e considerando a situação
situacionalidade comunicativa e o tema/assunto do
texto, a fim de desenvolver a
capacidade de argumentação,
mantendo as especificidades desses
gêneros e posicionando-se frente
aos problemas vivenciados em seu
entorno social.
• Planejar e produzir, em
colaboração com os colegas e com
a mediação do professor, telejornal
para público infantil com algumas
notícias e textos de campanhas que
possam ser repassados oralmente
ou em meio digital, em áudio ou
vídeo, considerando a situação
comunicativa, a organização
específica da fala nesses gêneros e
o tema/assunto/ finalidade dos
textos, apropriando-se das
características pertinentes ao
gênero notícia.
• Identificar e reproduzir, em
parceria com os colegas e a Identificação,
Forma de mediação do professor, em notícias, reprodução da
composição dos manchetes, lides e corpo de notícias formatação e da
Campo da Análise textos; simples para público infantil e cartas diagramação
Vida linguística/ Adequação da de reclamação (revista infantil), presente em
Cotidiana semiótica estrutura da digitais ou impressos, a formatação notícias, manchetes, X X
(Ortografização) linguagem e diagramação específica de cada lides e corpo de
argumentativa um desses gêneros, inclusive em notícias simples para
suas versões orais, de modo a público infantil e
identificar as especificidades da cartas de reclamação
linguagem requerida nesses
gêneros.
(EF15LP14) Construir o sentido de
histórias em quadrinhos e tirinhas,
relacionando imagens e palavras e
interpretando recursos gráficos
(tipos de balões, de letras,
Leitura de onomatopeias).
Campo da Leitura/ imagens em
Vida escuta narrativas • Produzir e analisar, em Leitura e
Cotidiana (compartilhada visuais; cooperação com os colegas e com a compreensão de X X
e autônoma) Linguagem mediação do professor, o sentido de textos com signos
verbal e não- histórias em quadrinhos e tirinhas, verbais e não-
verbal relacionando imagens e palavras e verbais
interpretando recursos gráficos (tipos
de balões, de letras, onomatopeias),
para que gradativamente aproprie-
se da linguagem utilizada nesses
gêneros.
• Ler e gradativamente
compreender, com progressiva
autonomia, textos literários de
diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem
ilustrações, estabelecendo
preferências por gêneros, temas,
autores, para desenvolver o gosto
literário.
(EF35LP29) Identificar, em
narrativas, cenário, personagem
central, conflito gerador, resolução
e o ponto de vista com base no Identificação em texto
qual histórias são narradas, narrativo: cenário,
diferenciando narrativas em personagem centra
Análise Formas de primeira e terceira pessoas. conflito gerador,
Campo linguística/ composição de resolução e o ponto
Artístico- semiótica narrativas; • Identificar, em narrativas, de vista com
Literário (Ortografização) Discurso em cenário, personagem central, conflito base no qual histórias X X
primeira e gerador, resolução e o ponto de são narradas,
terceira pessoa vista com base em quais histórias diferenciando
são narradas, diferenciando narrativas em
narrativas em primeira e terceira primeira e
pessoas, com a mediação do terceira pessoas
professor, a fim de gradativamente
compreender as formas de
composição de narrativas.
• Identificar, diferenciando-os,
com a mediação do professor,
discurso indireto e discurso direto,
determinando o efeito de sentido de
verbos de enunciação e explicando
o uso de variedades linguísticas no
discurso direto, quando for o caso, a
fim de empregar, progressivamente,
o discurso direto e indireto.
• Estabelecer expectativas em
relação ao texto que vai ler e/ou ouvir
(pressuposições antecipadoras dos
sentidos, da forma e da função social
do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as
condições de produção e recepção
desse texto, o gênero, o suporte e o
universo temático, bem como sobre
destaques textuais, recursos
gráficos, imagens, dados da própria
obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e
durante a leitura de textos, checando
a adequação das hipóteses
realizadas.
(EF15LP09) Expressar-se em
Todos os Oralidade situações de intercâmbio oral com Exposição oral de
Campos pública/Intercâmbio clareza, preocupando-se em ser ideias: clareza, tom
de Oralidade conversacional em compreendido pelo interlocutor e de voz audível, boa X X X
Atuação sala de aula; usando a palavra com tom de voz articulação
Clareza na audível, boa articulação e ritmo (pronúncia) e ritmo
exposição de adequado. adequado
Ideias
• Expressar-se oralmente com
clareza, preocupando-se em ser
compreendido pelo interlocutor e
usando a palavra com tom de voz
audível, boa articulação e ritmo
adequado, a fim de demonstrar
clareza e organização nas
exposições orais de ideias,
considerando os diferentes
contextos sociais.
(EF15LP11) Reconhecer
características da conversação
espontânea presencial, respeitando
os turnos de fala, selecionando e
utilizando, durante a conversação,
formas de tratamento adequadas,
de acordo com a situação e a
posição do interlocutor.
Características da
• Identificar características da conversação
Todos os Características conversação espontânea presencial, espontânea
Campos Oralidade da conversação respeitando os turnos de fala, presencial: X X X
de espontânea; selecionando e utilizando, durante turnos de fala, uso de
Atuação Turnos de fala as situações de fala, formas de formas de tratamento
tratamento adequadas, de acordo adequadas
com a situação e a posição do
interlocutor, de forma a melhor
interagir na vida social e escolar.
(EF35LP29) Identificar, em
narrativas, cenário, personagem
central, conflito gerador, resolução
e o ponto de vista com base no
Formas de qual histórias são narradas, Identificação em texto
composição de diferenciando narrativas em narrativo: cenário,
narrativas; primeira e terceira pessoas. personagem central,
conflito gerador,
Campo Análise • Identificar, em narrativas, resolução e o ponto
Artístico- linguística/ cenário, personagem central, conflito de vista com base no X X X
Literário semiótica gerador, resolução e o ponto de vista qual histórias são
(Ortografização) Discurso em com base em quais histórias são narradas,
primeira e narradas, diferenciando narrativas diferenciando
terceira pessoa em primeira e terceira pessoas, com narrativas em primeira
a mediação do professor, a fim de e terceira pessoas
gradativamente compreender as
formas de composição de narrativas.
(EF15LP02) Estabelecer
expectativas em relação ao texto
que vai ler (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da
forma e da função social do texto),
apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as
condições de produção e recepção
desse texto, o gênero, o suporte e o
universo temático, bem como sobre
saliências textuais, recursos
gráficos, imagens, dados da própria
obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e Antecipação,
Leitura/ Estratégia de inferências realizadas antes e inferências e
Todos os escuta leitura; durante a leitura de textos, verificação na leitura
Campos de (compartilhada antecipação, checando a adequação das (antes, durante e X X X
Atuação e autônoma) inferência e hipóteses realizadas. depois da ler)
verificação
• Estabelecer expectativas em
relação ao texto que vai ler e/ou ouvir
(pressuposições antecipadoras dos
sentidos, da forma e da função social
do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as
condições de produção e recepção
desse texto, o gênero, o suporte e o
universo temático, bem como sobre
destaques textuais, recursos gráficos,
imagens, dados da própria obra
(índice, prefácio etc.), confirmando
antecipações e inferências realizadas
antes e durante a leitura de textos,
checando a adequação das
hipóteses realizadas.
(EF15LP09) Expressar-se em
situações de intercâmbio oral com
clareza, preocupando-se em ser
compreendido pelo interlocutor e
usando a palavra com tom de voz
Oralidade audível, boa articulação e ritmo Exposição oral de
Todos os pública/Intercâmbi adequado. ideias: clareza, tom
Campos de Oralidade o conversacional de voz audível, boa X X X
Atuação em sala de aula; • Expressar-se oralmente com articulação
Clareza na clareza, preocupando-se em ser (pronúncia) e ritmo
exposição de compreendido pelo interlocutor e adequado
ideias usando a palavra com tom de voz
audível, boa articulação e ritmo
adequado, a fim de demonstrar
clareza e organização nas
exposições orais de ideias,
considerando os diferentes contextos
sociais.
(EF15LP11) Reconhecer
características da conversação
espontânea presencial, respeitando Características da
os turnos de fala, selecionando e conversação
Todos os Características da utilizando, durante a conversação, espontânea
Campos de Oralidade conversação formas de tratamento adequadas, presencial: X X X
Atuação espontânea; de acordo com a situação e a turnos de fala, uso de
Turnos de fala posição do interlocutor. formas de tratamento
adequadas
• Identificar características da
conversação espontânea presencial,
respeitando os turnos de fala,
selecionando e utilizando, durante a
as situações de fala, formas de
tratamento adequadas, de acordo
com a situação e a posição do
interlocutor, de forma a melhor
interagir na vida social e escolar.
• Identificar finalidades da
interação oral em diferentes
contextos comunicativos (solicitar
informações, apresentar opiniões,
informar, relatar experiências etc.), a
fim de perceber as diferenças entre
os diversos usos da linguagem,
adequando seu discurso de acordo
com a situação (formal ou informal).
• Aplicar, gradativamente, ao
produzir um texto, recursos de
referenciação (por substituição
lexical ou por pronomes pessoais,
possessivos e demonstrativos),
vocabulário apropriado ao gênero,
recursos de coesão pronominal
(pronomes anafóricos) e
articuladores de relações de sentido
(tempo, causa, oposição, conclusão,
comparação, finalidade), com nível
suficiente de informatividade, a fim de
manter a coerência em suas
produções textuais, evitando
redundâncias.
• Reconhecer diferentes
variedades linguísticas em canções,
textos falados em diferentes
variedades linguísticas (que se
Todos os Oralidade Variação modificam principalmente por fatores Reconhecimento das X X X
Campos de linguística históricos e culturais), identificando diferentes variedades
Atuação características regionais, urbanas e linguísticas
rurais da fala e respeitando as
diversas variedades linguísticas como
características do uso da língua por
diferentes grupos regionais ou
diferentes culturas locais, rejeitando
preconceitos linguísticos, a fim de
promover convívio respeitoso com a
diversidade linguística.
(EF05LP06) Flexionar,
adequadamente, na escrita e na
oralidade, os verbos em
concordância com pronomes
Análise pessoais/nomes sujeitos da oração.
Todos os linguística/ Morfologia:
Campos de semiótica concordância • Flexionar, gradativamente, na Concordância verbal X X X
Atuação (Ortografização) verbal e nominal escrita e na oralidade, os verbos em e nominal
concordância com pronomes
pessoais/nomes sujeitos da oração,
para que em suas produções faça as
devidas concordâncias verbais e
nominais.
• Ler e compreender,
gradativamente, verbetes de
dicionário, identificando a estrutura,
as informações gramaticais
(significado de abreviaturas) e as
informações semânticas, a fim de
adquirir autonomia na utilização do
dicionário.
(EF05LP15) Ler/assistir e
compreender, com autonomia,
notícias, reportagens, vídeos em
vlogs argumentativos, dentre
outros gêneros do campo político-
cidadão, de acordo com as
convenções dos gêneros e
considerando a situação
comunicativa e o tema/assunto do
texto. Leitura e
compreensão das
Campo da Leitura/ Compreensão em • Ler/assistir e compreender, com ideias principais X X
Vida escuta leitura; Unidade progressiva autonomia, notícias, presentes em
Pública (compartilhad temática; Ideias reportagens, vídeos em vlogs gêneros do campo
a e autônoma) principais argumentativos, dentre outros político-cidadão
gêneros do campo político-cidadão,
de acordo com as convenções dos
gêneros e considerando a situação
comunicativa e o tema/assunto do
texto, a fim de compreender as ideias
principais presentes nesses gêneros.
(EF05LP14) Identificar e
reproduzir, em textos de resenha
crítica de brinquedos ou livros de
literatura infantil, a formatação
própria desses textos X
Análise Forma de (apresentação e avaliação do "Objetivo
Campo da linguística/ composição do produto). essencialmente
Vida semiótica texto; Adequação procedimental
Cotidiana (Ortografização) da estrutura e • Identificar e reproduzir, (metodologia)”
linguagem ao gradativamente, em textos de
gênero resenha crítica de brinquedos ou
livros de literatura infantil, a
formatação própria desses textos
(apresentação e avaliação do
produto), de modo a reconhecer e
empregar a estrutura e a linguagem
características do gênero.
(EF35LP29) Identificar, em
narrativas, cenário, personagem
central, conflito gerador, resolução
e o ponto de vista com base no Identificação em texto
qual histórias são narradas, narrativo: cenário,
Formas de diferenciando narrativas em Personagem central,
Análise composição de primeira e terceira pessoas. Conflito gerador,
Campo linguística/ narrativas; resolução e o ponto
Artístico- semiótica Discurso em • Identificar, em narrativas, de vista com base no X X
Literário (Ortografização) primeira e terceira cenário, personagem central, conflito qual histórias são
pessoa gerador, resolução e o ponto de vista narradas,
com base no qual histórias são diferenciando
narradas, diferenciando narrativas narrativas em primeira
em primeira e terceira pessoas, com e terceira pessoas
a mediação do professor, a fim de
gradativamente compreender as
formas de composição de narrativas.
(EF05LP28) Observar, em
ciberpoemas e minicontos infantis
em mídia digital, os recursos
multissemióticos presentes nesses X X
Análise Forma de textos digitais. "Objetivo
Campo linguística/ composição de essencialmente
Artístico- semiótica textos poéticos • Observar, em ciberpoemas e procedimental
Literário (Ortografização) visuais minicontos infantis em mídia digital, (metodologia)”
os recursos multissemióticos
presentes nesses textos digitais, de
modo a perceber a forma de
composição de cada gênero.
1º trimestre: gráfico/ tabelas, biografia, bilhete, convite, infográficos, quadros, comentários em sites para crianças, abaixo-
assinados, cartas do leitor (revista infantil).
2º trimestre: recados, lendas, contos, quadrinhos e tirinhas, cordéis, canção, lista, diário, poemas, resenha crítica.
3º trimestre: entrevistas, reportagem, crônicas, agendas, regras e regulamentos, verbetes de enciclopédia, diagramas, notas
de divulgação científica, estatuto da criança e do adolescente.
7 – AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 3º, 4º E 5º ANO
A avaliação tem se modificado, por influência das tendências de valoração que se acentuam em cada época. Neste
momento histórico, a avaliação vem sendo entendida como um processo de diagnose da dinâmica de ensino e
aprendizagem. A observação e o registro constituem as principais estratégias de que o professor pode se valer para
acompanhar o desenvolvimento linguístico da criança, considerando-se de antemão que os avanços e retrocessos fazem
parte desse processo.
A avaliação na área de ensino de língua, para ser coerente com seu objeto de estudo, deve focar os gêneros textuais
trabalhados – orais e escritos – permitindo ao docente acompanhar o desenvolvimento de cada aluno na apreensão gradativa
das competências propostas, no âmbito da oralidade, da leitura e escrita. Com esses dados, o professor tem informações
sobre quais conhecimentos cada aluno se apropriou e quais os que ainda precisam ser (re) trabalhados, seja apenas com
alguns ou com toda a turma. Assim, evita-se de se ensinar aquilo que os alunos já sabem ou deixe-se de ensinar aquilo que
eles precisam aprender.
Segue quadro de sugestões de alguns relevantes conteúdos que se entende necessário para apropriação dos alunos
ao final de cada série/ano:
Práticas 3° ano 4° ano 5° ano
de Linguagem
• Oralidade • Participar de situações de • Participar de situações de • Participar de situações de
intercâmbio oral, ouvindo com intercâmbio oral que intercâmbio oral que
atenção, formulando e requeiram ouvir com atenção, requeiram ouvir com atenção,
respondendo a perguntas, intervir sem sair do assunto intervir sem sair do assunto,
compreender explicações, tratado, formular e responder formular e responder a
manifestar opiniões sobre o a perguntas justificando perguntas justificando
assunto tratado. respostas, compreender respostas, compreender
explicações, manifestar e explicações, manifestar e
acolher opiniões, fazer acolher opiniões, argumentar
colocações considerando as e contra-argumentar.
anteriores. • Participar de situações de
uso da linguagem oral
utilizando procedimentos da
escrita para organizar a
exposição.
• Leitura/escuta • Ler, com ajuda, textos para • Apreciar textos literários. • Apreciar textos literários.
estudar (textos de sites, revistas • Selecionar, em parceria, • Selecionar textos de
etc.). textos em diferentes fontes acordo com os propósitos de
• Apreciar e ler textos literários. para a busca de informações. leitura, antecipando a
natureza do conteúdo e
utilizando a modalidade de
leitura mais adequada.
• Utilizar recursos para
compreender ou superar
dificuldades de compreensão
durante a leitura.
• Produção de • Reescrever de próprio punho • Reescrever e/ou produzir • Reescrever e produzir
textos histórias conhecidas, textos de autoria com ou sem textos utilizando
considerando as características apoio do professor. procedimentos de escritor.
da linguagem escrita. • Compreender e identificar • Compreender e identificar
• Produzir textos de autoria os gêneros abordados. os gêneros abordados.
utilizando os recursos da
linguagem escrita.
• Compreender e identificar os
gêneros abordados.
• Análise • Revisar textos com a ajuda • Localizar, em parceria, • Revisar textos, próprios e
linguística/semiótica do professor, prestando atenção informações nos textos, dos outros, em parceria com
aos aspectos de coerência, apoiando-se em títulos e colegas, com intenção de
coesão e ortografia. subtítulos, imagens e evitar repetições,
negritos, e selecionar as que ambiguidades e erros
são relevantes. ortográficos e gramaticais.
• Revisar textos
coletivamente com a ajuda do
professor, prestando atenção
aos aspectos de coerência,
coesão e ortografia.
Desta forma, todas as atividades de classe e extra-classe, precisam ser avaliadas quanto à participação, interesse e
assimilação dos eixos: oralidade, leitura/escuta, análise linguística semiótica, produção escrita.
Realizando revisões do conteúdo antes das avaliações e aplicá-la, retomar os conteúdos não apreendidos quando se
fizer necessário.
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SOARES, M. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1996.
SOARES, Magda. Letramento e escolarização. In: Letramento no Brasil, reflexões a partir do INAF 2001 (org.) Vera
Massagão Ribeiro – 2ª Ed. – São Paulo, Global , 2004.
TFOUNI, Leda Verdiani. Escrita, alfabetização e letramento. São Paulo: Cortez, 1995.