Biologia Celular III
Biologia Celular III
Biologia Celular III
Sebenta
Conceito de célula: As células:
A célula como unidade estrutural e funcional de São altamente complexas e organizadas (mesmo as
todos os organismos; células procariotas mais simples são altamente
Microrganismos, tais como bactérias, leveduras e organizadas);
amibas, existem como células simples; Possuem um programa genético e meios para o
O ser humana adulto é constituído por cerca de usar, havendo diferenciação celular pela maneira
30x1012 células; diferenciada da tradução do DNA;
São capazes de se multiplicar por bipartição
Teoria Celular: ou por mitose e/ou meiose, forma menos e mais
complexa respetivamente;
Todos os organismos são constituídos por uma ou
Adquirem e utilizam energia de forma controlada à
mais células;
medida das necessidades da célula;
A célula é a unidade básica e estrutural da vida;
Possuem uma grande variedade de reações
As células apenas surgem por divisão de células
químicas na base das funções celulares
pré-existentes;
compostos químicos interagem em vias
Quanto à estrutura celular: metabólicas;
Manifestam atividade mecânica;
Todas as células têm membranas; Respondem a estímulos, o que implica uma
Todas as células têm ribossomas; atividade celular extremamente intensa a nível
Há uma série de características ao nível de todas as intracelular;
células que nos mostram que são semelhantes, São capazes de auto-regulação melhor
sejam elas muito simples ou mais complexas; exemplo: apoptose – mecanismo desencadeado
pela própria célula para se auto-destruir quando
Também há diferenças pode-se pensar por exemplo
reconhece o seu mal funcionamento;
nas funções metabólicas das diferentes células para
encontrar diferenças existe diversidade entre as Organismo:
células.
É composto por um conjunto de compostos
químicos (átomos, moléculas, …)
A vida, em toda a sua complexidade,
Onde ocorre uma grande complexidade de reações
é a propriedade mais básica das
químicas:
células.
• Catabólicas (ex: degradação da glucose
para obter ATP);
• Anabólicas (ex: produção de proteínas);
Os componentes de uma célula, isolados, acabam
por se degradar; Água:
As células podem ser removidas do organismo de
que fazem parte, mantendo a capacidade de Composto
crescer e de se reproduzirem podendo dar origem extremamente simples,
a um novo organismo; mas extremamente importante;
A célula é a partícula mais pequena que apresenta A polarização dos átomos de H e de O determina a
as características da vida tudo abaixo da forma de organização das moléculas de H2O (a
célula apenas mantém as suas funções em água no estado sólido é menos densa do que no
ambientes bastante controlados. estado líquido porque as moléculas de água no
estado sólido interagem de modo a se afastarem
umas em relação às outras daí que o gelo flutue na
água).
Têm polaridade uma parte tem
afinidade com as moléculas de água (parte
Quando o cloreto de sódio se dissolve na água, formam-se
hidrofílica) e outra não (parte hidrofóbica);
dois iões: o catião sódio e o anião cloro. Esta dissociação é
Em meio aquoso podem organizar-se em
facilitada pela estrutura da molécula da água.
bicamadas como acontece nas membranas.
Outras moléculas, como por exemplo o octano, são apolares.
Eucariotas
Conjuntivo
As células eucariotas
o Conjuntivo propriamente dito, cartilagíneo,
possuem núcleo,
ósseo e sanguíneo;
diversos organitos e
o Constituído por poucas células dispersas
citoesqueleto.
num grande volume de matriz extracelular;
o As suas células produzem fibras proteicas
que vão pertencer à matriz extracelular;
Organismos o No caso do tecido cartilagíneo a matriz
multicelulares celular tem fibra sendo constituída por
glicoaminoglicanos.
Alguns eucariotas
unicelulares formam
colónias que podem
representar uma transição evolutiva das células simples para
os organismos multicelulares. A especialização celular nas
colónias possibilitou o aparecimento de verdadeiros
organismos multicelulares.
Nervoso Tecido Vascular
o O tecido nervoso é um epitélio altamente o Xilema (transporta
modificado; água e os seus
o Os neurónios são o solutos a partir da
principal tipo de raiz), e floema (encaminha os produtos da
células deste tecido. fotossíntese para os locais de utilização ou
o As células da glia têm o de armazenamento);
por função o o O tecido xilémico é constituído por células
suporte físico e com forma tubular, cuja parede celular
nutritivo dos neurónios. secundária é muito espessa e rica em
Muscular lenhina, que permite o endurecimento da
O tecido muscular é formado pela fusão parede celular. A lenhina confere a parede
de muitas células com microfilamentos celular uma semi-impermeabilidade que
(citoesqueleto) envolvidos na contração e facilita o transporte de água. Este também é
distensão muscular; facilitado pelo caráter hidrofóbico da lenhina.
o Estriado – os microfilamentos o O tecido floémico é constituído
organizam-se de uma forma que essencialmente por celulose e hemicelulose.
dá ao tecido aspeto estriado. O Tecido fundamental ou cortical
tecido cardíaco é um tipo o Constituído
particular do estriado pois tem a essencialmente
estrutura do tecido estriado mas por células
também possui características de parenquimatosas,
tecido liso; células não
o Liso – tempo de distensão e especializadas com
contração menor do que no paredes celulares finas.
tecido estriado. o Colênquima e esclerênquima – dois tipos
particulares de tecido fundamental, com
Nas plantas, as células também se organizam em tecidos.
função de suporte, cujas células possuem
Organização básica – epiderme (camada externa protetora), paredes muito espessas.
tecido vascular (suporte e transporte) e tecido cortical o O colênquima localiza-se à periferia dos
(preenche o espaço entre os dois anteriores). órgãos vegetais, possui uma parede celular
primária espessa, de natureza pectocelulósica
Epiderme e muito rica em água. A parede
Tecido de revestimento; pectocelulósica é uma estrutura
Consiste numa ou mais semipermeável pois possui poros muitos
camadas de células muito pequenos que não permitem a entrada de
juntas, que revestem o corpo moléculas muito grandes, sendo, no entanto,
da planta; permeável à água.
Nas partes aéreas da o O esclerênquima é constituído por células
planta, estas células segregam uma camada de cujas paredes celulares estão totalmente
cutina (polímero de ácidos gordos insolúvel) e ceras impregnadas por lenhina, o que lhe confere
(que aumentam a impermeabilidade da epiderme), a impermeabilidade total. Sem capacidade de
cutícula. Esta é uma camada de natureza lipídica que efetuar trocas, as células morrem mas
permite que seja corada e, portanto, detetada mantêm as suas funções de suporte.
facilmente, e que cobre a epiderme, protegendo a
planta de agentes patogénicos e impedindo a perda
excessiva de água (porque reflete os raios solares).9
Membrana Celular O movimento flip-flop é permitido pelas proteínas flipases. A
temperatura afeta a fluidez da membrana plasmática. Maior
número de cadeias de ácidos gordos insaturados mantém
Lípidos – moléculas anfipáticas (têm uma porção e fluidez a temperaturas mais baixas.
apolar); são a unidade estrutural fundamental da O colesterol ajuda a estabilizar a estrutura da membrana. A
membrana. temperaturas elevadas o colesterol torna a membrana
o Fosfoglicéridos – contêm grupos hidroxilos menos fluida. A temperaturas mais baixas o colesterol
esterificados, ou seja, têm 2 ácidos gordos impede a maior compactação dos fosfolípidos.
e 1 glicerol que se liga ao fosfato e mais
um grupo adicional. O grupo de
insaturação dos ácidos gordos leva a que Proteínas integrais – grande maioria são
deixem de ser cadeias lineares, criando transmembranares. Atravessam
flexões e conferindo permeabilidade à totalmente a bicamada
membrana celular; fosfolipídica. Têm um domínio
o Esfingolípidos – esfingosina + ácido gordo intracelular e um extracelular. A
que esterifica o grupo amina + grupo ligação estabelecida entre as
adicional que esterifica o grupo amina + proteínas e a zona apolar dos
grupo adicional que esterifica o OH fosfolípidos faz com que não seja
terminal. possível libertá-las sem a rutura
Grupo adicional Esfingolípido da bicamada.
Fosforilcolina Esfingomielina Proteínas periféricas – totalmente
Açúcar simples Cerebrósidos fora da bicamada lipídica. Ligam-se
Oligossacárido Gangliósido regra geral às porções projetadas
As esfingomielinas são os únicos das proteínas integrais.
fosfoglicéridos que não têm molécula de Proteínas ancoradas – proteínas
glicerol. periféricas ligadas covalentemente
o Esteróis – Estrutura carbonada a lípidos (glicocilfosfatidilinositol faz
relativamente rígida. O seu grupo carboxilo a ligação entre a proteína e os
é polar e o resto da molécula é apolar. fosfolípidos).
Proteínas
Hidratos de carbono – folheto externo da
membrana.
Característica Proteínas Integrais Proteínas Periféricas e
Ancoradas
Imersas no interior Ligadas à superfície da
4 Fosfolípidos maioritários: fosfatidilcolina, Localização hidrofóbico da membrana
fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina e esfingomielina; membrana
A fosfatidilserina e o fosfatidilinositol têm tendência Por agentes que Por tratamentos que
para ionizar negativamente, pelo que desempenham provocam rutura da deixam a membrana
um papel importante em processos de sinalização Libertação bicamada. Ficam intacta. Não ficam
celular; geralmente geralmente associadas a
A membrana não é simétrica – no folheto externo associados a lípidos. lípidos.
há hidratos de carbono. Alguns fosfolípidos Solubilidade Geralmente insolúveis Geralmente solúveis em
distribuem-se preferencialmente num dos folhetos em meios aquosos meios aquosos
devido à sua funcionalidade.
Muitas proteínas integrais possuem segmentos
transmembranares, com estrutura em hélice α, com zonas
Nos fosfolípidos uma hidrofóbicas que atravessam totalmente a bicamada lipídica.
cadeia é a saturada e
a outra é insaturada, Proteínas unipasse (um segmento transmembranar).
uma fica direita e a Proteínas mutipasse (diversos segmentos
outra tem dobras, respetivamente. Esta dobra provoca o transmembranares).
afastamento dos fosfolípidos, o que confere à membrana
Algumas possuem segmentos
fluidez membranar. Portanto, o comprimento e grau de
transmembranares com
saturação das cadeias de ácidos gordos determinam o seu
estrutura planar β.
estado de gel semi-cristalino ou de fluido.
Purinas – têm estrutura planar β. Encontram-se na com vesículas de endocitose de
membrana externa das bactérias Gram-, mitocôndrias e substâncias através da membrana]).
cloroplastos. Formam um canal que permite a passagem de
água e substâncias, cujo interior é hidrofílico.
Jangadas lipídicas – zonas com predominância de colesterol
e de esfingolípidos, que
se movem lateralmente
nas membranas e
podem associar-se a
proteínas especificas
que necessitam de Síntese de proteínas
garantir a sua constante
proximidade umas em
relação às outras de modo a permanecerem funcionais. São A informação contida em cada gene é copiada para o RNA:
porções de camada fosfolipídica com menor fluidez que o
resto da membrana. Formam-se e desfazem-se conforme as RNA polimerase
necessidades das células Atua
sobre As cadeias separam-se
DNA
Os hidratos de carbono estão covalentemente ligados tanto
a lípidos (glicolípidos) como a proteínas (glicoproteínas). Inicia-se a transcrição
por complementaridade
Localizam-se na face externa, estendendo-se para o espaço de bases
extracelular, constituindo a glicocálice.
São geralmente oligossacáridos ramificados com cerca de 15
unidades monoméricas. Pré-mRNA
Enzimas
Atuam
Onde e como são sintetizados os novos materiais das sobre
membranas?
Pré-mRNA
Retículo endoplasmático
o Rede de túbulos e cisternas que se Os intrões (sequências de nucleótidos que não
estende a partir do invólucro nuclear por codificam informação) são retirados do pré-
todo o citoplasma. RNA através da ação dos splaciossomas,
o RE rugoso (onde ocorre a síntese de complexos proteicos que se ligam às “pontas”
proteínas), RE liso (cisternas [espaços] mais do intrão libertando-o do pré-mRNA
alargadas que no rugoso / é o local de
síntese dos lípidos). Os exões (sequências
o Dele formam-se vesículas de transporte de nucleótidos que
que se fundem com determinada zona do codificam informação)
complexo de Golgi. Forma-se unem-se
Complexo de Golgi mRNA maturo
o Constituído por sacos achatados (cisternas)
e por vesículas.
o Apresentam polaridade estrutural e
Vai migrar do núcleo para o
funcional (face cis [onde se fundem
citoplasma, onde se vai fixar nos
vesículas provenientes de RE], e face trans
ribossomas, para iniciar a
[formam vesículas que voltam para o RE
tradução da mensagem genética.
ou formam lisossomas ao se fundirem
Síntese proteica tem início num ribossoma livre no
citosol;
A informação contida nas moléculas de mRNA é traduzida
A proteína pode continuar a ser sintetixada nesse
em sequências de aminoácidos.
ribossoma livre ou (no caso das proteínas
Ocorre nos ribossomas; destinadas a membranas) ser sintetizada no retículo
tRNA seleciona e transfere endoplasmático (há um mecanismo que encaminha
os aminoácidos para os locais o ribossoma livre para o retículo endoplasmático).
de síntese (ribossomas); No mesmo mRNA podem-se ligar vários
Cada tRNA tem uma zona ribossomas, produzindo, em cadeia, várias proteínas.
de sequência de 3
nucleótidos, o anticodão, que
é complementar de um dos Senão houvesse nada associado às proteínas, conforma
codões do mRNA; estas fossem sintetizadas, os aminoácidos associar-se-iam,
Na extremidade 3’ da molécula de tRNA liga-se o formando estruturas globulares, o que não é conveniente
respetivo aminoácido. para passarem através de membranas. Portanto existem:
Iniciação Chaperonas – proteínas que ajudam a proteína que
está a ser sintetizada a manter uma estrutura linear.
Quando deixam de estar associadas, a proteína
A subunidade pequena O tRNA que transporta
adquire estrutura secundária e, eventualmente,
do ribossoma liga-se o aminoácido metionina
terciária por associação dos aminoácidos;
ao mRNA, no codão liga-se ao codão de
Chaperoninas – Proteínas maiores que as
de iniciação (AUG) iniciação
chaperonas que formam uma estrutura globular e
mais ou menos oca, no interior da qual as proteínas
A grande subunidade do vão adquirir a sua estrutura terciária, a forma
O ribossoma torna-se ribossoma liga-se à adequada à funcionalidade da proteína.
funcional pequena subunidade.
Alongamento
Flipases Acetil-coenzima A
O composto é integrado
Passa para o folheto ativadas no folheto externo da
interno da membrana camada lipídica
fosfatase
Associam-se a
a
Ligam-se ao glicerol que
Unidades monossómicas tem de estar fosforilado Um fosfato é retirado
ficam viradas para o Colina fosfotransferase
meio intracelular
À extremidade OH do
Originando diaciglicerol liga-se o
grupo adicional fosforilado
Mais unidades
monossómicas
Forma-se o lípido
pode flipases
Hidratos de Carbono
pode esparangina Permanecer Ser transferidos para
no folheto o folheto interno
Permanecer Ser transferida para
ligado ao proteínas que estão a ser
Proteínas específicas (proteínas de transferências
fosfolípido translocadas no complexo
de fosfolípidos) vão transferir os lípidos para as
de translocação do lúmen
membranas dos cloroplastos e das mitocôndrias ou
do retículo endoplasmático
então estes podem, simplesmente, seguir a via da
e ligar-se a elas
Glicoproteínas secreção para a membrana plasmática (Retículo
Formam-se endoplasmático – formam-se vesículas – Complexo
A glicoproteína é vesículas
processada enquanto passa de Golgi – formam-se vesículas – fundem-se com
Passam para o a membrana plasmática).
de cisterna em cisterna
complexo de golgi
Formam-se
novas vesículas
Quando isto acontece os
hidratos de carbono ficam Fundem-se com a
virados para fora, daí que só membrana
existam na face extracelular plasmática
da membrana
Vesículas de 13recuperação Vesículas COP I – São vesículas originadas no
retículo endoplasmático que são encaminhadas para
Proteínas residentes no lúmen do retículo o complexo de Golgi.
endoplasmático possuem uma Vesículas de Clatrina – Caso particular das proteínas
sequência de aminoácidos Lis lisossomais. Formam-se na face trans do complexo
– Asp – Glu – Leu (KDEL); Golgi – os recetores da membrana reconhecem a
Proteínas membranares mono-6-fosfato das proteínas lisossomais e
do retículo endoplasmático encaminham as vesículas para os endossomas.
possuem uma sequência de Podem, também, formar-se a membrana
dois resíduos de Lis (KKXX). plasmática, dando origem aos endossomas.
As sequências KDEL e
KKXX possibilita a Na fusão das vesículas há proteínas que promovem a
recuperação seletiva de primeira ligação, sem haver fusão com as membranas, as
proteínas do retículo Rabs. Depois destas, as proteínas membranares, SNARES, da
endoplasmático, no CIRG vesícula (VSNARES) e da membrana alvo (TSNARES) tem
(ERGIC – retículo endoplasmático de transição) ou que ser compatíveis para haver fusão, constituindo outra
no Golgi, regressando ao retículo endoplasmático forma de controlo das vesículas.
em vesículas de reciclagem. No transporte seletivo para lisossomas:
Seleção de translocação de proteínas no complexo de Todas as proteínas/enzimas lisossomais são
Golgi glicoproteínas que têm manose fosforilada. Esta é
reconhecida pelas MPR’s na face trans do complexo Golgi
Na face trans do Complexo de Golgi existem 3 vias e formam-se vesículas franjadas de clatrina.
alternativas:
Lisossomas:
Secreção Construtiva – Em que as vesículas estão
constatemente a formar-se e a dirigirem-se à As enzimas lisossomais são hidrólases ácidas cuja
membrana plasmática (renovação das estruturas função é degradar outros compostos;
membranares); Resultam das vias de secreção e de endocitose;
Secreção Regulada – É uma resposta a estímulos Podem apresentar o conteúdo mais ou menos
exteriores. As proteínas que são incluídas nestas homogéneo e uniforme ou heterogéneo;
vesículas destinam-se ao meio extracelular; Podem ter tamanhos diversos;
Transportes seletivos para os lisossomas – Na sua membrana têm transportadores
Vesículas destinam-se à formação de lisossomas (as membranares que funcionam como bombas de
suas proteínas estão marcadas com monose-6- protões, que promovem o transporte destes a
fosfato). Vão-se fundir com os endossomas, que se partir do citosol para dentro dos lisossomas para
formam a nível da membrana plasmática quando há diminuir o pH das enzimas para que possam
endocitose, para formar lisossomas. degradar os compostos;
Quando o lisossoma se rompe as enzimas deixam
Estas vias têm de ser controladas, portanto, quando se de estar funcionais pois o pH no citosol é neutro,
forma uma vesícula, de modo a garantir que se irá dirigir evitando assim que etas degradem os constituintes
para o local correto (membrana plasmática, lisossomas, etc.), celulares;
esta é envolvida, durante a fase citosólica, por proteínas – O pH dos endossomas é próximo do neutor, mas
Vesículas franjadas: conforme este amadurece o seu pH diminui (pH ≤
Formam-se quando proteínas membranares, que 5), portanto, quando este se funde com a vesícula
funcionam como recetores membranares, de clatrina proveniente do complexo de Golgi, que
reconhecem as proteínas que a sequência K∆. A transporta as proteínas hidrolíticas, o pH ácido
proteína que desencadeia o processo é a ARF que promove a libertação destas do recetor
é ativada por fosforização de GDP em GTP. membranar para que possam digerir as substâncias
Conforme as proteínas com sequência K∆ se ligam endocitadas.
à membrana, provocam nela uma invaginação, Doença de Gaucher – Deriva do mal-funcionamento dos
formando a vesícula. lisossomas. A glucocerebrosidase, que normalmente degrada
Vesícula COP I – São vesículas originadas no a glucocerebrosidose em glucose e ceramide, falha, não
complexo de Golgi que se dirigem para o retículo havendo degração de glucocerebrosidose que vai acumular
endoplasmático (vesículas de reciclagem). na zona do baço e o fígado, provocando a sua dilatação.
Vacúolos o Quando isto acontece desencadeiam a
ligação do recetor membranar às
Compartimento das células vegetais que atua como os moléculas de clatrina, existentes no interior
lisossomas, no caso dos vacúolos de pequenas dimensões. da célula. Isto ocorre pela ação das
Estes vão-se fundir formando 1 único vacúolo que ocupará adaptinas;
grande parte da célula. o Ocorre, então a formação de uma
depressão;
Os vacúolos também são responsáveis pelo armazenamento
o Conforme as clatrinas se vão ligando a
de aminoácidos, lípidos, hidratos de carbono, proteínas,
depressão aumenta;
substâncias tóxicas ligadas a hidratos de carbono, de modo a
o Forma-se a vesícula que é solta da
não serem tóxicas para a planta (quando a planta é comida e
membrana por ação de uma enzima, a
digerida a substância tóxica liberta-se e, por vezes, mata).
dinamina;
Têm pH ácido devido a uma grande quantidade de protões, o A vesícula vai perder o revestimento de
a qual promove a entrada de água por osmose para o clatrina, por ação de enzimas, de modo a
vacúolo, pelo que as células vegetais têm tendência para poder fundir-se e formar lisossomas.
estar túrgidas, há proteínas que bombeiam protões para o Por caveolinas:
interior do vacúolo. o Ocorre mais facilmente que a mediada por
clatrina;
Endocitose o Ocorre, normalmente, em jangadas
lipídicas, mas pode ocorrer noutros locais,
Processos que promovem a entrada de substâncias do meio
pois as caveolinas interagem com o
extracelular para intracelular.
colesterol da membrana plasmática;
o O processo é idêntico ao anterior.
Processo independente de clatrina e caveolinas –
Permite a entrada de materiais de grandes
envolve apenas jangadas lipídicas, sem intervenção
dimensões;
de clatrinas ou caveolinas. Este processo ainda é
Acontece por formação de prolongamentos
pouco conhecido, pelo que não se sabe como
citoplasmáticos que envolvem a substância. Este é
ocorre.
um processo em cadeia – ocorre reconhecimento
por recetores membranares que desencadeia o Das endocitoses mediadas por clatrina e caveolina, resultam
processo; vesículas que vão construir os endossomas precoces. Os
É um processo muito específico, em que se forma recetores membranares são recuperados pela membrana,
um fagossoma (endossoma específico); pois uma vesícula, que os contém, solta-se do endossoma e
Acontece, por exemplo, nas Amoebas. dirige-se para a membrana plasmática.
Hipercolesterolémia familiar – Doença genética associada aos
recetores membranares para as partículas LDL, qua vai
Caracteriza-se pela formação de pequenas
resultar na não ligação destas partículas aos recetores, pelo
vesículas que incorporam meio líquido
que estas não vão ser incorporadas. Existe um tipo particular
extracelulares. Neste vêm suspensas substâncias
desta doença em que a mutação ocorre na parte citosólica
dissolvidas.
do recetor membranar impedindo a ligação da clatrina, pelo
Macropinocitose – tipo específico de pinocitose em
que as partículas não são incorporadas.
que se verifica a formação de vesículas de grandes
dimensões. Transporte transmembranar
Peroxisomas
O NADH transporta os protões de Hidrogénio para a NADH São organitos envolvidos por
desigrogenase (complexo 1). uma membrana simples;
A proteína ubiquinona (UQ) transporta os eletrões do Organitos heterogéneos:
complexo 1 para o citocromo bc1 (complexo 3). existem peroxissomas
extremamente eletrodensos,
A citocrom c (Cyt c) é uma proteína periférica que vai levar outros com a eletrodensidade
os eletrões do complexo 3 para o citocromo c oxidade concentrada apenas numa parte do organito,
(complexo 4). podem ser homogéneos e apresentar diferentes
formas;
O complexo 2 recebe os eletrões do FAD e trasporta-os
Estas heterogeneidade está relacionada com a
para a ubiquinona que os passa para o complexo 3.
multifuncionalidade dos mesmos, que advém do
Sempre que os eletrões são passados de um complexo para grande número de enzimas que contêm no seu
o outro vão perdendo carga, ou seja, liberta-se energia. interior;
A sua multifuncionalidade implica que são capazes
No fim deste processo há formação de água a partir do
de exercer diversas funções, o que não significa
oxigénio e acumulam-se protões (que provêm da perda de
que todos eles desempenhem todas estas funções:
carga dos eletrões) no espaço intramembranar.
o Oxidação de ácidos gordos – degradação
As ATPases (bombas tipo F a funcionar ao contrário) da cadeia de ácidos gordos, com formação
transportam os protões a favor do gradiente de de acetil coenzima A usada para a
concentração produzindo energia (ADP passa a ATP). produção de energia;
o Síntese de colesterol e de dolicol;
o Síntese de ácidos biliares no fígado;
Esta doença deriva de uma mutação no DNA mitocondrial, o Síntese de plasmalogénios (fosfolípidos
que resulta na produção de uma proteína do complexo 1 particulares, encontrados principalmente
defeituosa, pelo que a NAD desidrogenase não vai funcionar nas células nervosas);
corretamente, havendo um défice na produção de ATP. As o Catabolismo das purinas
células nervosas vão ser as mais afetadas por este défice e o Conversão de aminoácidos em hidratos de
um dos primeiros sintomas é a cegueira proveniente da carbono, por remoção do grupo amina –
degeneração do nervo ótico. desaminação dos aminoácidos –, sendo
que a amina pode ser usada para
desintoxicação (em processos de o Por fim, este é encaminhado para os
produção de urina) cloroplastos, onde volta a entrar no ciclo
o Degradação do peróxido de hidrogénio – de Calvin.
este é produzido pelos peroxissomas e é
tóxico para as células, pelo que os próprios
o vão degradar, evitando que se acumule; Pode dever-se à ausência de peroxissomas, que
Formam-se por: leva à acumulação de substâncias tóxicas. Nestes
o Bipartição; casos, há uma morte rápida do indivíduo;
o No retículo endoplasmático, onde Pode dever-se à existência de peroxissomas
se formam vesículas que contêm ineficientes, ou seja, quando as peroxinas não
proteínas específicas – peroxinas. funcionam corretamente ou quando as deficiências
Vão depois receber outras proteínas genéticas afetam a importação das proteínas
produzidas por ribossomas citosólicos, peroxissomais. Nestes casos, há uma grande
formando-se o peroxissoma. As acumulação de cobre e ferro que leva a um
proteínas provenientes do citosol inchaço do fígado, hepatomegalia, dismorfia
contêm uma sequência de craniofacial e alterações neurológicas, para além de
transferência peroxissomal, que as icterícia e hemorragias gastrointestinais.
identifica como pertencendo aos
peroxissomas, fazendo com que sejam Plastos
reconhecidas por recetores ao nível do
Organitos com dupla membrana.
citosol que as vão encaminhar para o
complexo de translocação que as
reconhece e incorpora nos peroxissomas;
Gioxisomas – são peroxissomas presentes em Constituídos por:
sementes, responsáveis pelo ciclo glioxilato. Este é Membrana externa;
uma via inversa ao ciclo de Krebs que resulta na Membrana interna;
produção de glucose que vai ser usada para Membrana tilacóidal;
germinação. Estroma (entre a
membrana interna e
a tilacóidal);
Interdependência funcional entre diferentes organitos nas Lúmen tilacóidal
células vegetais
Ao nível do estroma encontramos proteínas, enzimas
A fotorrespiração tem como propósito metabolizar responsáveis pela fixação de CO2 e absorção de luz solar,
um produto secundário da fotossíntese: DNA e ribossomas (estes dois últimos apoiam a hipótese
o No primeiro passo do ciclo de Calvin da endossimbiótica).
fotossíntese é adicionado CO2 à ribolose-1,
5-bifosfato, resultando em duas moléculas Ao nível da membrana tilacóidal encontramos muitos
de 3-fosfoglicerato. No entanto, por vezes, glicolípidos. Esta organiza-se em tilacoides, cujo conjunto é
a enzima responsável por esta adição, a chamado granum.
ribolose bifosfato carboxilase, em vez de Todos os plastos têm origem em proplastos, existentes em
CO2 adiciona O2. Desta adição resulta uma células embrionérias. Estes vão-se desenvolver e ganhar
molécula de 3-fosfoglicerato e uma complexidade até se tornarem plastos. Podem tornar-se
molécula de fosfoglicolato. plastos diferentes devido à diferenciação celular. No seu
o Este último vai ser convertido em glicolato, interior contêm:
que vai ser transferido para os
peroxissomas, onde vais ser oxidado e Genoma plastidial;
transformado em glicina. Moléculas processadoras da clorofila –
o Esta é então transferida para as protocorofilas;
mitocôndrias, onde duas moléculas de Substâncias de reserva, como o amido.
glicina são transformadas numa molécula
Os proplastos desenvolvem-se em cloroplastos quando estão
de serina, com a perda de CO2 NH3.
expostos à luz (protoclorofila desenvolve-se em clorofila). Se
o Esta serina é então transferida para os
a germinação se der às escuras os proplastos desenvolvem-
peroxissomas, onde é transformada em
se em etioplastos, onde se encontra um corpo prolamelar, a
glicerato.
partir do qual se estendem alguns tilacoides. Se forem
expostos à luz os etioplastos desenvolvem-se em Há uma sequência de aminoácidos que determina que uma
cloroplastos (a partir do corpo lamelar desenvolvem-se determinada proteína tem de ser levada para o lúmen
membranas tilacóidais). tilacóidal.
Os plastos dividem-se por bipartição. Ao nível da membrana tilacóidal há 3 tipos de complexos de
translocação:
Um faz passar proteínas provenientes do
Contêm amido
citoplasma, com consumo de energia e ajuda de
depositado em
proteínas a ele associadas.
estrias à volta
Outro funciona com
de um ponto, o
base na carga
hilo.
elétrica das
São cloroplastos que acumulam amido, que preenche proteínas, também
completamente o estroma, até se tornar num grande grão sintetizadas no
de amido. citosol.
O último destina-se
exclusivamente a
Acumulam pigmentos corados que proteínas
não as clorofilas: cartenóides (cor sintetizadas no estroma do cloroplasto. Estas têm
alaranjada), xantofilas (cor amarela), uma sequência de aminoácido, péptido sinal, que é
licopenos (cor vermelha). reconhecida pela SRP que as encaminha, com ajuda
de chaperonas para o complexo de translocação na
membrana tilacóidal, sendo que ficam integradas
Têm amido. Não são pigmentados. nesta.
Encontram-se em células
secretoras. Estão envolvidos na
síntese de resinas e óleos Fases:
aromáticos característicos das
Fase luminosa – a energia luminosa desencadeia as
plantas (por fazerem síntese de
reações. Ocorre síntese de ATP e de NADPH
lípidos). São visíveis à volta do
associada à formação de O2 a partir de H2O.
núcleo.
Ocorre na membrana tilacóidal.
Fase escura – Reações independentes da luz, mas
pode ocorrer durante o dia. ATP e NADPH
Plastos que acumulam lípidos e produzidos nafase luminosa promovem a síntese de
proteínas. glucose. Ocorre no estroma.