Sentir e Saber As Origens Da Consciencia Antonio Damasio
Sentir e Saber As Origens Da Consciencia Antonio Damasio
Sentir e Saber As Origens Da Consciencia Antonio Damasio
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Sumário
Capa
Folha de rosto
Sumário
Antes de começar
Agradecimentos
Notas
Bibliografia suplementar
Sobre o autor
Créditos
Para Hanna
A vida de uma peça começa e termina no momento da
execução.
Peter Brook
Antes de começar
Este livro que você vai ler tem origens curiosas. Isso se
deve muito a um privilégio de que desfruto há tempos e a
uma frustração que sinto frequentemente. O privilégio
consiste em ter tido o luxo do espaço quando precisei
explicar ideias científicas complicadas usando o grande
número de páginas de um livro de não ficção convencional.
A frustração veio de conversar com muitos dos meus
leitores ao longo dos anos e constatar que algumas ideias
sobre as quais escrevi com entusiasmo — e as que eu mais
gostaria de que os leitores descobrissem e apreciassem —
perderam-se em meio a longas discussões e mal foram
notadas, que dirá apreciadas. Nessas ocasiões, minha
resposta íntima foi uma decisão firme, mas sempre adiada:
escrever apenas sobre as ideias que me são mais caras e
deixar para trás o tecido conectivo e o andaime destinados
a estruturá-las. Em suma, fazer o que os bons poetas e
escultores fazem tão bem: desbastar o não essencial e
depois desbastar mais um pouco; praticar a arte do haicai.
Quando Dan Frank, meu editor na Pantheon, disse que eu
devia escrever um livro objetivo e muito conciso sobre a
consciência, não poderia ter previsto um autor mais
receptivo e entusiasmado. O livro que você tem nas mãos
não é exatamente o que ele sugeriu, pois não trata apenas
da consciência, mas chega perto disso. O que eu não
poderia antever é que o esforço de repensar e apurar tanto
material acabaria por ajudar-me a confrontar fatos que eu
deixara passar e a descortinar novas ideias não só a
respeito da consciência, mas também de processos
relacionados. O caminho para a descoberta é sinuoso, para
dizer o mínimo.
Protocélulas 4 bilhões de
anos
Primeiras células (ou procariotas, como 3,8 bilhões de
bactérias), anucleadas anos
Fotossíntese 3,5 bilhões de
anos
Primeiros seres unicelulares nucleados 2 bilhões de
(ou eucariotas) anos
Primeiros organismos multicelulares 700-600
milhões de anos
Primeiras células nervosas 500 milhões de
anos
Peixes 500-400
milhões de anos
Plantas 470 milhões de
anos
Mamíferos 200 milhões de
anos
Primatas 75 milhões de
anos
Aves 60 milhões de
anos
Hominídeos 14-12 milhões
de anos
Homo sapiens 300 mil anos
PARTE II
SOBRE A MENTE E A NOVA ARTE DA
REPRESENTAÇÃO
Inteligência, mente e consciência
INTELIGÊNCIAS
encobertas expressas
ocultas, disfarçadas manifestas
não explícitas explícitas
baseadas em baseadas em padrões neurais
processos químicos/ mapeados espacialmente que
bioelétricos em “representam e se parecem”
organelas e com objetos e ações; imagéticas
membranas celulares
Bactérias e outros seres unicelulares beneficiam-se da
notável dádiva da inteligência não explícita. Mas nós,
humanos, desfrutamos de um privilégio muito maior. Nós
nos beneficiamos de ambas: tanto da variedade explícita
como da variedade não explícita de inteligência. Usamos
uma ou outra, ou ambas, conforme pede o problema a ser
resolvido, e nem sequer precisamos decidir qual tipo usar.
Nossos hábitos mentais e estilos de atividade mental
decidem por nós.1
Deixo de lado uma questão incômoda: a inteligência das
monstruosas combinações não vivas que chamamos de
vírus. Quando os vírus entram em um organismo vivo
adequado, e mesmo enquanto seu estado continua a ser de
“não vivo”, eles “agem” de um modo muito inteligente do
ponto de vista de sua permanência. Essa situação, como já
mencionei, é um paradoxo e um constrangimento que
temos de aceitar. Os vírus são coisas não vivas que agem
de modo inteligente para promover a expansão de sua
carga potencialmente produtora de vida: os ácidos
nucleicos.
Sentir não é o mesmo que estar
consciente e não requer uma mente
* Tradução livre de “But this feeling isn’t purely mental/ For heaven rest us, I’m
not asbestos”. (N. T.)
PARTE IV
SOBRE CONSCIÊNCIA E CONHECIMENTO
Por que a consciência? Por que
agora?
* “O cérebro é mais vasto que o céu,/ Pois se os pomos lado a lado —/ Aquele o
outro contém —/ Fácil — e a você também —” (Emily Dickinson, Uma centena de
poemas. Trad. de Aíla de Oliveira Gomes. São Paulo: T. A. Queiroz; Edusp, 1985,
pp. 90-1) (N. T.)
O verdadeiro prodígio dos
sentimentos
1. Em meu livro anterior, The Strange Order of Things: Life, Feeling, and the
Making of Cultures (Nova York: Pantheon Books, 2018, publicado no Brasil com o
título A estranha ordem das coisas, Companhia das Letras, 2018), analiso os
fatos surpreendentes mencionados aqui. Os primeiros seres na história da vida
foram muito mais inteligentes do que se poderia esperar. Ver também António
Damásio e Hanna Damásio, “How Life Regulation and Feelings Motivate the
Cultural Mind: A Neurobiological Account”, em Olivier Houdé e Grégoire Borst
(Orgs.), The Cambridge Handbook of Cognitive Development (Cambridge, UK:
Cambridge University Press, 2021) para uma exposição recente sobre a
intersecção entre biologia e cultura.
2. O quorum sensing é um exemplo impressionante da extraordinária
inteligência de bactérias e outros organismos unicelulares. Ver Stephen P.
Diggle, Ashleigh S. Griffin, Genevieve S. Campbell e Stuart A. West, “Cooperation
and Conflict in Quorum-Sensing Bacterial Populations”, Nature, v. 450, n. 7168,
2007, pp. 411-14; Kenneth H. Nealson e J. Woodland Hastings, “Quorum Sensing
on a Global Scale: Massive Numbers of Bioluminescent Bacteria Make Milky
Seas”, Applied and Environmental Microbiology, v. 72, n. 4, 2006, pp. 2295-97.
As obras a seguir apresentam detalhes dos processos da vida e das
extraordinárias capacidades de organismos unicelulares: Arto Annila e Erkki
Annila, “Why Did Life Emerge?”, International Journal of Astrobiology, v. 7, n. 3-
4, 2008, pp. 293-300; Thomas R. Cech, “The RNA Worlds in Context”, Cold Spring
Harbor Perspectives in Biology, v. 4, n. 7, 2012, a006742; Richard Dawkins, The
Selfish Gene: 30th Anniversary Edition (Nova York: Oxford University Press,
2006); Christian de Duve, Singularities: Landmarks in the Pathways of Life
(Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2005); Christian de Duve, Vital
Dust: The Origin and Evolution of Life on Earth (Nova York: Basic Books, 1995);
Freeman Dyson, Origins of Life (Nova York: Cambridge University Press, 1999);
Gerald Edelman, Neural Darwinism: The Theory of Neuronal Group Selection
(Nova York: Basic Books, 1987); Gregory D. Edgecombe e David A. Legg, “Origins
and Early Evolution of Arthropods”, Palaeontology, v. 57, n. 3, 2014, pp. 457-68;
Ivan Erill, Susana Campoy e Jordi Barbé, “Aeons of Distress: An Evolutionary
Perspective on the Bacterial SOS Response”, FEMS Microbiology Reviews, v. 31, n.
6, 2007, pp. 637-56; Robert A. Foley, Lawrence Martin, Marta Mirazón Lahr e
Chris Stringer, “Major Transitions in Human Evolution”, Philosophical
Transactions of the Royal Society B, v. 371, n. 1698, 2016,
doi.org/10.1098/rstb.2015.0229; Tibor Gantí, The Principles of Life (Nova York:
Oxford University Press, 2003); Daniel G. Gibson, John I. Glass, Carole Lartigue,
Vladimir N. Noskov, Ray-Yuan Chuang, Mikkel A. Algire, Gwynedd A. Benders et
al., “Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically Synthesized
Genome”, Science, v. 329, n. 5987, 2010, pp. 52-56; Paul G. Higgs e Niles
Lehman, “The RNA World: Molecular Cooperation at the Origins of Life”, Nature
Reviews Genetics, v. 16, n. 1, 2015, pp. 7-17; Alexandre Jousset, Nico
Eisenhauer, Eva Materne e Stefan Scheu, “Evolutionary History Predicts the
Stability of Cooperation in Microbial Communities”, Nature Communications, n.
4, 2013; Gerald F. Joyce, “Bit by Bit: The Darwinian Basis of Life”, PLoS Biology, v.
10, n. 5, 2012: e1001323; Stuart Kauffman, “What Is Life?”, Israel Journal of
Chemistry, v. 55, n. 8, 2015, pp. 875-79; Daniel B. Kearns, “A Field Guide to
Bacterial Swarming Motility”, Nature Reviews Microbiology¸ v. 8, n. 9, 2010, pp.
634-44; Maya E. Kotas e Ruslan Medzhitov, “Homeostasis, Inflammation, and
Disease Susceptibility, Cell, v. 160, n. 5, 2015, pp. 816-27; Karin E. Kram e
Steven E. Finkel, “Rich Medium Composition Affects Escherichia coli Survival,
Glycation, and Mutation Frequency During Long-Term Batch Culture”, Applied
and Environmental Microbiology, v. 81, n. 13, 2015, pp. 4442-50; Richard
Leakey, The Origin of Humankind, Nova York: Basic Books, 1994; Derek Le Roith,
Joseph Shiloach, Jesse Roth e Maxine A. Lesniak, “Evolutionary Origins of
Vertebrate Hormones: Substances Similar to Mammalian Insulins Are Native to
Unicellular Eukaryotes”, Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 77,
n. 10, 1980, pp. 6184-88; Michael Levin, “The Computational Boundary of a ‘Self
’: Developmental Bioelectricity Drives Multicellularity and Scale-Free Cognition”,
Frontiers in Psychology, 2019; Richard C. Lewontin, Biology as Ideology: The
Doctrine of DNA (Nova York: HarperPerennial, 1991); Mark Lyte e John F. Cryan,
Microbial Endocrinology: The Microbiota-Gut-Brain Axis in Health and Disease
(Nova York: Springer, 2014); Alberto P. Macho e Cyril Zipfel, “Plant PRRs and the
Activation of Innate Immune Signaling”, Molecular Cell, v. 54, n. 2, 2014, pp.
263-72; Lynn Margulis, Symbiotic Planet: A New View of Evolution (Nova York:
Basic Books, 1998); Humberto R. Maturana e Francisco J. Varela, “Autopoiesis:
The Organization of Living”, em Humberto R. Maturana e Francisco J. Varela
(Orgs.), Autopoiesis and Cognition (Dordrecht: Reidel, 1980), pp. 73-155;
Margaret J. McFall-Ngai, “The Importance of Microbes in Animal Development:
Lessons from the Squid-Vibrio Symbiosis”, Annual Review of Microbiology, n. 68,
2014, pp. 177-94; Stephen B. McMahon, Federica La Russa e David L. H.
Bennett, “Crosstalk Between the Nociceptive and Immune Systems in Host
Defense and Disease”, Nature Reviews Neuroscience, v. 16, n. 7, 2015, pp. 389-
402; Lucas John Mix, “Defending Definitions of Life”, Astrobiology, v. 15, n. 1,
2015, pp. 15-19; Robert Pascal, Addy Pross e John D. Sutherland, “Towards an
Evolutionary Theory of the Origin of Life Based on Kinetics and
Thermodynamics”, Open Biology, v. 3, n. 11, 2013: 130156; Alexandre Persat,
Carey D. Nadell, Minyoung Kevin Kim, François Ingremeau, Albert Siryaporn,
Knut Drescher, Ned S. Wingreen, Bonnie L. Bassler, Zemer Gitai e Howard A.
Stone, “The Mechanical World of Bacteria”, Cell, v. 161, n. 5, 2015, pp. 988-97;
Abe Pressman, Celia Blanco e Irene A. Chen, “The RNA World as a Model System
to Study the Origin of Life”, Current Biology, v. 25, n. 19, 2015, R953-R-963; Paul
B. Rainey e Katrina Rainey, “Evolution of Cooperation and Conflict in
Experimental Bacterial Populations”, Nature, v. 425, n. 6953, 2003, pp. 72-74;
Kepa Ruiz-Mirazo, Carlos Briones e Andrés de La Escosura, “Prebiotic Systems
Chemistry: New Perspectives for the Origins of Life”, Chemical Reviews, v. 114,
n. 1, 2014, pp. 285-366; Erwin Schrödinger, What Is Life? Cambridge, UK:
Cambridge University Press, 1944; Vanessa Sperandio, Alfredo G. Torres, Bruce
Jarvis, James P. Nataro e James B. Kaper, “Bacteria-Host Communication: The
Language of Hormones”, Proceedings of the National Academy of Sciences, v.
100, n. 15, 2003, pp. 8951-56; Jan Spitzer, Gary J. Pielak e Bert Poolman,
“Emergence of Life: Physical Chemistry Changes the Paradigm”, Biology Direct,
v. 10, n. 33, 2015; Eörs Szathmáry e John Maynard Smith, “The Major
Evolutionary Transitions”, Nature, v. 374, n. 6519, 1995, pp. 227-32; D’Arcy
Thompson, On Growth and Form (Cambridge, UK: Cambridge University Press,
1942); John S. Torday, “A Central Theory of Biology”, Medical Hypotheses, v. 85,
n. 1, 2015, pp. 49-57.
3. Em um livro anterior tratei da noção de self e suas variedades e examinei
suas possíveis bases fisiológicas. António Damásio, Self Comes to Mind:
Constructing the Conscious Brain (Nova York: Pantheon Books, 2010, publicado
no Brasil com o título E o cérebro criou o homem, Companhia das Letras, 2011).
INTELIGÊNCIA, MENTE E CONSCIÊNCIA
1. Para uma análise abrangente de seu pioneiro trabalho sobre a visão, ver
David Hubel e Torsten Wiesel, Brain and Visual Perception (Nova York: Oxford
University Press, 2004); Richard Masland, We Know It When We See It: What the
Neurobiology of Vision Tells Us About How We Think (Nova York: Basic Books,
2020) apresenta uma perspectiva recente sobre a percepção visual. Ver também
Eric Kandel, James H. Schwartz, Thomas M. Jessell, Steven A. Siegelbaum e A. J.
Hudspeth (Orgs.), Principles of Neural Science, 5. ed. (Nova York: McGraw-Hill,
2013); Stephen M. Kosslyn, Image and Mind (Cambridge, Mass.: Harvard
University Press, 1980); Stephen M. Kosslyn, Giorgio Ganis e William L.
Thompson, “Neural Foundations of Imagery”, Nature Reviews Neuroscience, n.
2, 2001, pp. 635-42; Stephen M. Kosslyn, Alvaro Pascual-Leone, Olivier Felician,
Susana Camposano et al., “The Role of Area 17 in Visual Imagery: Convergent
Evidence From PET and rTMS”, Science, n. 284, 1999, pp. 167-70; Scott D.
Slotnick, William L. Thompson e Stephen M. Kosslyn, “Visual Mental Imagery
Induces Retinotopically Organized Activation of Early Visual Areas”, Cerebral
Cortex, n. 15, 2005, pp. 1570-83.
2. As complexidades da percepção olfatória e gustativa foram investigadas
nos estudos pioneiros de Richard Axel, Linda Buck e Cornelia Bargmann. Ver, por
exemplo, L. Buck e R. Axel, “A Novel multigene family may encode odorant
receptors: A molecular basis for odor recognition”, Cell, n. 65, 1991, pp. 175-
187.
TRANSFORMAÇÃO DE ATIVIDADE NEURAL EM MOVIMENTO
E MENTE
1. Stuart Hameroff, “The Quantum Origin of Life: How the Brain Evolved to
Feel Good”, em Michel Tibayrenc e Francisco José Ayala (Orgs.), On Human
Nature (Amsterdam: Elsevier/AP, 2017), pp. 333-53; Roger Penrose, “The
Emperor’s New Mind”, Royal Society for the Encouragement of Arts,
Manufactures, and Commerce, v. 139, n. 5420, 1991,
www.jstor.org/stable/41378098.
A MENTE DAS PLANTAS E A SABEDORIADO PRÍNCIPE
CHARLES
1. Walter B. Cannon, The Wisdom of the Body (Nova York: Norton, 1932);
Walter B. Cannon, “Organization for Physiological Homeostasis”, Physiological
Review, n. 9, 1929, pp. 399-431; Claude Bernard, Leçons sur les phénomènes de
la vie communs aux animaux et aux végétaux (Paris: J.-B. Baillière et fils, 1879),
reimpresso da coleção da University of Michigan Library; Michael Pollan, “The
Intelligent Plant”, New Yorker, 23 e 30 dez., 2013.
2. Em certas circunstâncias, plantas podem ser parte de relações
colaborativas e até simbióticas. As redes subterrâneas de raízes de árvores em
florestas são ótimos exemplos. Tudo isso demonstra o poder de variedades de
inteligência sem mente, sem consciência e, desnecessário dizer, não neurais.
Ver Monica Gagliano, Thus Spoke the Plant (Nova York: Penguin Random House,
2018).
ALGORITMOS NA COZINHA
1. Stuart Hameroff, “The Quantum Origin of Life: How the Brain Evolved to
Feel Good”, em Michel Tibayrenc e Francisco José Ayala (Orgs.), On Human
Nature (Amsterdam: Elsevier/AP 2017), pp. 333-53.
ALICERÇANDO SENTIMENTOS III
1. António Damásio, The Strange Order of Things: Life, Feeling, and the
Making of Cultures (Nova York: Pantheon Books, 2018). [Ed. bras.: A estranha
ordem das coisas. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.]
ALICERÇANDO SENTIMENTOS VI
1. He-Bin Tang, Yu-Sang Li, Koji Arihiro e Yoshihiro Nakata, “Activation of the
Neurokinin-1 Receptor by Substance P Triggers the Release of Substance P from
Cultured Adult Rat Dorsal Root Ganglion Neurons”, Molecular Pain, v. 3, n. 1,
2007, p. 42, doi.org/10.1186/1744-8069-3-42.
SENTIMENTOS HOMEOSTÁTICOS EM UM CONTEXTO
SOCIOCULTURAL
1. Stuart Hameroff e Christof Koch são dois biólogos que adotam uma
perspectiva pampsiquista em seus estudos sobre a consciência.
2. David J. Chalmers, The Conscious Mind: In Search of a Fundamental Theory.
(Oxford: Oxford University Press, 1996).
3. Thomas Nagel, “What Is It Like to Be a Bat?”, Philosophical Review, v. 83, n.
4, 1974, pp. 435-50, doi.org/10.2307/2183914.
4. Alguns filósofos criticam a noção do problema difícil por outras razões,
como é o caso de Daniel Dennett. Daniel C. Dennett, “Facing Up to the Hard
Question of Consciousness”, Philosophical Transactions of the Royal Society B,
2018, doi.org/10/1098/rstb.2017.0342.
5. Para uma análise recente de teorias e fatos sobre a consciência, ver Simona
Ginsburg e Eva Jablonka, The Evolution of the Sensitive Soul: Learning and the
Origins of Consciousness (Cambridge, Mass.: MIT Press, 2019). O livro apresenta
um levantamento abrangente de concepções contemporâneas sobre a
consciência, contemplando perspectivas principalmente fisiológicas e biológicas.
Ver também António Damásio, “Feeling & Knowing: Making Mind Conscious”,
Cognitive Neuroscience, 2021.
ESTAR CONSCIENTE NÃO É O MESMO QUE ESTAR
ACORDADO
1. António Damásio, The Feeling of What Happens: Body and Emotion in the
Making of Consciousness (Nova York: Harcourt Brace, 1999).
FÁCIL — E A VOCÊ TAMBÉM
1. Meu colega Max Henning fez o seguinte comentário sobre essa passagem:
“Explicar a consciência localizando o sujeito mental não em alguma função ou
substância fisiológica especial e distinta e sim de forma fragmentada, em
atributos de cada imagem do fluxo mental, tem um precedente fascinante na
filosofia budista. Especificamente, as doutrinas budistas do ‘não eu’ (anattā, em
pali) e da ‘originação dependente’ professam que o sujeito mental ou ‘eu’ não
tem uma essência substantiva distinta; ele existe somente em relação a
‘objetos’ mentais, que por sua vez só existem em relação ao sujeito, como
afirma o filósofo David Loy. Essa aparente convergência da investigação
soteriológica e epistemológica da natureza da consciência e do sujeito mental
pede mais estudos”.
David R. Loy, Nonduality: In Buddhism and Other Spiritual Traditions
(Somerville: Wisdom Publications, 2019).
A INTEGRAÇÃO NÃO É A FONTE DA CONSCIÊNCIA
1. Recordações pessoais.
2. František Baluška, Ken Yokawa, Stefano Mancuso e Keith Baverstock,
“Understanding of Anesthesia — Why Consciousness is Essential for Life and Not
Based on Genes”, Communicative and Integrative Biology, v. 9, n. 6, 2016,
doi.org/10.1080/19420889.2016.1238118.
3. Jerome B. Posner, Clifford B. Saper, Nicholas D. Schiff e Fred Plum, Plum and
Posner’s Diagnosis of Stupor and Coma. Nova York: Oxford University Press,
2007.
4. Ver Damásio, Feeling of What Happens, cap. 8, sobre a neurologia da
consciência. Ver também Josef Parvizi e António Damásio, “Neuroanatomical
Correlates of Brainstem Coma”, Brain, v. 126, n. 7, 2003, pp. 1524-36; Josef
Parvizi e António Damásio, “Consciousness and the Brainstem”, Cognition, v. 79,
n. 1, 2001, pp. 135-60.
OS CÓRTICES CEREBRAIS E O TRONCO ENCEFÁLICO NA
PRODUÇÃO DA CONSCIÊNCIA
Schuster, 2017.
QUIROGA, Rodrigo Quian. “Plugging into Human Memory:
Título original
Feeling and Knowing Capa
Kiko Farkas e Gabriela Gennari/ Máquina Estúdio Preparação
Mariana Donner Revisão
Camila Saraiva
Paula Queiroz Versão digital
Rafael Alt ISBN 978-65-5782-467-2