Direito Penal Internacional - Unidade IV
Direito Penal Internacional - Unidade IV
Direito Penal Internacional - Unidade IV
Apresentação
Estudar o Tribunal Penal Internacional (TPI) é analisar como funcionam importantes ramos do
direito de cunho universal ou internacional, principalmente no que diz respeito ao direito
humanitário, que, apesar de seu desenvolvimento, ainda está em crescimento e cujo terreno é de
extrema fertilidade.
Bons estudos.
Nesse sentido, a proteção mundial do direito humanitário foi criada para proteger as vítimas de
violações ou ameaças de violações dos direitos cometidos por indivíduos diante das atrocidades
cometidas. Diversos mecanismos foram criados visando buscar a proteção, ou reparações, em face
de diferentes violências. Assim, para melhor entender o estudo, vamos fazer um desafio?
Suponhamos que Vicente, preocupado com as violação graves cometidas contra seres humanos em
Ruanda, procure você, como advogado, para saber se existe, dentro do sistema global, algum
tratado internacional de caráter permanente e independente voltado, especificamente, para o
julgamento e a punição de indivíduos agressores, e não diretamente para a proteção das vítimas.
Como você o responderia?
Infográfico
O Tribunal Penal Internacional (TPI) é permanente e independente, com sede em Haia, Países
Baixos, conforme o Estatuto de Roma. Seu objetivo é promover o Direito Internacional, julgando os
indivíduos e não os Estados (tarefa do Tribunal Internacional de Justiça). Sua competência é
somente para os crimes mais graves cometidos por indivíduos contra seres humanos, quando os
procedimentos utilizados pelo sistema judiciário de um país não são suficientes ou não têm
interesse em punir esse tipo de crime; O TPI tem, portanto, competência subsidiaria aos Estados.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) se intensificou como um ideal de tribunal da Organização das
Nações Unidas (ONU) ao final da Segunda Guerra Mundial, tendo como objetivo julgar os crimes
mais graves cometidos contra os interesses internacionais, independentemente do Estado que os
violasse.
Aprofunde seus conhecimentos lendo o capítulo O Tribunal Penal Internacional, do livro Direitos
Humanos, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
DIREITOS
HUMANOS
Introdução
Estudar o Tribunal Penal Internacional (TPI) é analisar como funcionam
importantes ramos do Direito de cunho internacional, principalmente no
que diz respeito aos direitos humanos, um campo do Direito que ainda
está em desenvolvimento e que apresenta grande fertilidade.
Neste capítulo, você vai estudar sobre o funcionamento do TPI e vai
verificar a adesão do Brasil a esse Tribunal. Você também vai explorar
alguns julgados do TPI. Esse estudo contribuirá para a formação de um
aprendizado dinâmico de suma relevância às relações internacionais,
extremamente valiosas ao estudo do Direito, estimulando o raciocínio
crítico e a reflexão como cidadão e como profissional.
Destaca-se que esse Tribunal tem como objetivo evitar que os indiví-
duos responsáveis por genocídios, crimes contra a humanidade, crimes
de guerra e crimes de agressão fiquem sem punição, devendo entrar em
cena quando os procedimentos utilizados pelo sistema judiciário de um
país não sejam suficientes ou não tenham interesse em punir os graves
crimes cometidos contra seres humanos, tendo, portanto, competência
subsidiária aos Estados.
O TPI foi instituído pelo Estatuto de Roma, como vimos, e tem origem
convencional, ou seja, a aplicação de sua jurisdição depende da adesão dos
Estados soberanos. Dessa forma, estão sujeitos à sua jurisdição os Estados
signatários e seus nacionais, da mesma forma que os estrangeiros que se
O Tribunal Penal Internacional 3
Princípio do nullum crimen sine lege — assegura que não haverá crime na
conduta humana se não houver previsão legal do crime.
No TPI está garantida a separação entre órgão de acusação e órgão julgador, possuindo
diversas fases, conforme leciona Gouveia (2005, p. 641). Veja o esquema da figura a
seguir:
William Samoei Ruto, Henry Kiprono Kosgey e Joshua Arap Sang — Quênia
William Samoei Ruto, ex-ministro da Educação, Ciência e Tecnologia do
Quênia, e Henry Kiprono Kosgey, membro do partido ODM, no Quênia, estão
com julgamento marcado para o dia 7 de setembro de 2011, acusados de crimes
contra a humanidade, entre eles, assassinatos e perseguições à população civil.
Joshua Arap Sang, que trabalhava na rádio Kass FM, no Quênia, também será
levado ao tribunal em 1º de setembro de 2011, acusado dos mesmos crimes e
de usar seu programa para incitar a violência entre diferentes grupos.
Leituras recomendadas
BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
DOUZINAS, C. O fim dos direitos humanos. São Leopoldo: Unisinos, 2009.
DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FERNANDES, D. A. Tribunal Penal Internacional: a concretização de um sonho. São
Paulo: Renovar, 2006.
FERRAJOLI, L. Los fundamentos de los derechos fundamentales. 4. ed. Madrid: Trotta, 2009.
FORSYTHE, D. P. Human rights in international relations. 2nd ed. Cambridge: Cambridge
University Press, 2006
Dica do professor
Neste vídeo, você verá uma dica sobre a recente inclusão, na competência do TPI, para julgar os
crimes ambientais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
1) Com relação ao Tribunal Penal Internacional e a sua criação, assinale a alternativa correta:
A) Foi criado a partir de um ideal da ONU, ao final da Primeira Guerra Mundial, para julgar os
crimes mais graves cometidos pelos Estados contra os interesses internacionais.
B) Foi criado após a Segunda Guerra Mundial, juntamente com os tribunais internacionais de
Tóquio, Nuremberg, Iugoslávia e Ruanda, tendo como propósito punir os crimes de guerra
praticados pelos Estados.
C) Foi criado e entrou em vigor após a Segunda Guerra Mundial, em julho de 1998, pelo
Estatuto de Roma, que definiu a criação do Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em
Haia, Holanda.
D) Foi criado após a Segunda Guerra Mundial, em julho de 1998, pelo Estatuto de Roma, que
definiu a criação do Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, Holanda. Porém, o
TPI só entrou em vigor em julho de 2002, quando da 60a ratificação ao Estatuto.
E) Foi criado e entrou em vigor em razão da Guerra Fria, pelo Estatuto de Roma, que definiu a
criação do Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, Holanda.
A) O TPI tem competência para processar e julgar os indivíduos responsáveis pelos crimes de
genocídios, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e, futuramente, crimes de agressão,
quando os procedimentos utilizados pelo sistema judiciário de um país não forem suficientes
ou não tiverem interesse em punir os crimes graves cometidos contra seres humanos; o TPI
tem, portanto, competência subsidiaria aos Estados.
B) O TPI tem competência para processar e julgar os Estados responsáveis pelos crimes de
genocídios, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e, futuramente, crimes de agressão.
C) O TPI tem competência para processar e julgar os indivíduos responsáveis pelos crimes de
genocídios, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e de infanticídio.
D) O TPI tem competência para processar e julgar os Estados responsáveis pelos crimes de
genocídios, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e de infanticídio, quando os
procedimentos utilizados pelo sistema judiciário de um país não forem suficientes ou não
tiverem interesse em punir os crimes graves cometidos contra seres humanos; o TPI tem,
portanto, competência autônoma aos Estados.
E) O TPI tem competência apenas para processar os indivíduos responsáveis pelos crimes de
genocídios, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e, futuramente, crimes de agressão.
A) foi instituído pelo Estatuto de Roma e tem origem obrigacional, ou seja, a aplicação de sua
jurisdição independe da adesão dos Estados soberanos; o tribunal irá proteger a pessoa
humana em qualquer lugar que ela esteja.
B) foi instituído pelo Estatuto de Roma e tem origem convencional, ou seja, a aplicação de sua
jurisdição independe da adesão dos Estados, haja vista a soberania relativa dos Estados.
C) foi instituído pelo Estatuto de Roma e tem origem convencional, ou seja, a aplicação de sua
jurisdição depende da adesão dos Estados soberanos. Dessa forma, estão sujeitos a sua
jurisdição os Estados signatários e seus nacionais, da mesma forma que os estrangeiros que se
encontrem em seu território ou em navios e aviões que estejam sob a bandeira desse
território. Também se incluem entre os jurisdicionados da Corte os Estados que se
submeterem a algum acordo especial, ainda que não tenham aderido ao Tratado.
D) foi instituído pela Convenção Internacional para a proteção dos Direitos Humanos e tem
origem obrigacional, ou seja, a aplicação de sua jurisdição independe da adesão dos Estados
soberanos. Dessa forma, estão sujeitos a sua jurisdição todos os Estados soberanos e seus
nacionais.
E) foi instituído pela Convenção Internacional para a proteção dos Direitos Humanos e tem
origem convencional, ou seja, a aplicação de sua jurisdição depende da adesão dos Estados
soberanos. Dessa forma, estão sujeitos a sua jurisdição os Estados signatários e seus
nacionais, da mesma forma que os estrangeiros que se encontrem em seu território ou em
navios e aviões que estejam sob a bandeira desse território.
B) O TPI é uma corte temporária, mas independente, dividida em quatro órgãos principais:
Presidência (responsável pela administração do órgão), Divisões Judiciais (formadas por 18
juristas responsáveis por conduzir os julgamentos em seus diferentes estágios nos moldes do
art. 36 do Estatuto de Roma), Gabinete do Promotor (que recebe e analisa as informações
referentes a possíveis acusados antes de encaminhá-los ao tribunal) e Setor de Registros
(responsável por aspectos não-judiciais da administração do TPI).
C) O TPI é uma corte temporária, vinculada a ONU e dividida em quatro órgãos principais:
Presidência (responsável pela administração do órgão), Divisões Judiciais (formadas por 18
juristas responsáveis por conduzir os julgamentos em seus diferentes estágios nos moldes do
art. 36 do Estatuto de Roma), Gabinete do Promotor (que recebe e analisa as informações
referentes a possíveis acusados antes de encaminhá-los ao tribunal) e Setor de Registros
(responsável por aspectos não-judiciais da administração do TPI).
D) O TPI é uma corte temporária, mas independente, dividida em quatro órgãos principais:
Presidência (responsável pela administração do órgão), Divisões Judiciais (formadas por 18
juristas responsáveis por conduzir os julgamentos em seus diferentes estágios nos moldes do
art. 36 do Estatuto de Roma), Gabinete do Promotor (que recebe e analisa as informações
referentes a possíveis acusados antes de encaminhá-los ao tribunal) e Setor de Registros
(responsável por aspectos não-judiciais da administração do TPI).
E) O TPI é uma corte permanente, vinculada a ONU e dividida em quatro órgãos principais:
Presidência (responsável pela administração do órgão), Divisões Judiciais (formadas por 18
juristas responsáveis por conduzir os julgamentos em seus diferentes estágios nos moldes do
art. 36 do Estatuto de Roma), Gabinete do Promotor (que recebe e analisa as informações
referentes a possíveis acusados antes de encaminhá-los ao tribunal) e Setor de Registros
(responsável por aspectos não-judiciais da administração do TPI).
Na prática
Veja uma situação prática em que o TPI precisou enfrentar um caso ocorrido no Congo, no qual
foram acusados dois comandantes por crimes de guerra e um homicídio. O caso envolvia
assassinatos, ataques à população civil, saques e destruição de propriedade alheia.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Direito sem Fronteiras
Neste link, você verá uma entrevista com a juíza Sylvia Steiner, a única representante do Brasil no
Tribunal Penal Internacional.
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