Apostila Laboratorio Fisica 1 PDF
Apostila Laboratorio Fisica 1 PDF
Apostila Laboratorio Fisica 1 PDF
Uberlândia - MG
2014
a
1 Edição
Normas de Segurança do
Laboratório
1. O uso de bermudas, chinelos ou calçados abertos e camisetas
regatas são proibidos no laboratório. Os usuários devem uti-
lizar no mínimo calçados fechados, calça comprida e camiseta
com manga.
2. Não é permitido entrar com garrafas de água no laboratório.
3. O consumo de bebidas ou alimentos dentro do laboratório é
proibido.
4. É vedado o uso de celulares.
5. Não mexa em nenhum equipamento disposto na bancada sem
antes receber instruções e orientações do professor.
6. Não é permitido brincadeiras durante o experimento.
7. A tolerância máxima para entrar no laboratório é de 10 mi-
nutos após o início da aula.
8. Não insira qualquer objeto que não seja um plug de energia
nas tomadas.
9. É recomendado lavar as mãos após o término da aula.
10. Ao término da experiência organize as bancadas.
1
Sumário
1 Introdução 5
3 Análise estatística 12
3.1 Notação cientíca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.2 Incerteza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3 Propagação da incerteza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5 Regressão Linear 20
5.1 Método de mínimos quadrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5.2 Regressão linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5.2.1 Exemplo de Regressão Linear e propagação de erros . . 23
5.3 Bibliograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2
SUMÁRIO 3
8 Instrumentos de medidas 39
8.1 Régua, trena e ta métrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8.2 Paquímetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
8.3 Micrômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
8.4 Cronômetros digitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
12 Queda Livre 54
12.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
12.2 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
12.3 Instruções para realizar as medidas . . . . . . . . . . . . . . . 55
12.4 Bibliograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
14 2a Lei de Newton-Galileo 64
14.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
14.2 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
14.3 Instruções para realizar as medidas . . . . . . . . . . . . . . . 65
14.4 Bibliograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
16 Lei de Hooke 71
16.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
16.2 Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
16.3 Instruções para realizar as medidas . . . . . . . . . . . . . . . 73
16.4 Bibliograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
A Notas de estatísticas 81
A.1 Medida de uma variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
A.2 Medida de mais variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
A.3 Propagação da incerteza com correlação . . . . . . . . . . . . 86
A.4 Probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
A.4.1 Espaço de probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
A.5 Distribuições de probabilidade importantes . . . . . . . . . . . 88
A.5.1 Distribuição binomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
A.5.2 Distribuição Gaussiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Capítulo 1
Introdução ao Laboratório de
Física Experimental 1
A apostila é destinada aos estudantes de Física, Química, Engenharia
e cursos ans da primeira disciplina de laboratório de Física Experimental
com o objetivo de orientar os estudantes às práticas, às análises e às discus-
sões de experimentos de um laboratório de física, concomitantemente com
a metodologia cientíca. O texto não implica trazer inovações ou originali-
dade, mas apenas tornar alguns conceitos e práticas experimentais acessíveis
aos estudantes de graduação. Logo, nos roteiros (a partir do Capítulo 9)
são preservados alguns aspectos da versão da apostila Física Experimental-
Mecânica escrita pelo Engenheiro e Ex-Professor Titular de Física da UFU,
Everaldo Ribeiro Franco).
Resumidamente, a apostila faz uma introdução à teoria de erros e me-
didas, tornando tais parâmetros aplicáveis ao tratamento dos dados expe-
rimentais. É possível adiantar que a análise dos dados experimentais será
efetuada pelos estudantes no desenvolvimento de todos os relatórios devido
a importância para a discussão e entendimento fenomenológico do conceito
experimental e/ou teórico, por isso é reservado um capítulo para análises de
erros (Capítulo 3). Além disso, não apenas para o curso em questão, mas
para todos os demais laboratórios posteriores, essa metodologia também é
aplicada.
Não menos relevante é a exposição e divulgação do trabalho
cientíco à comunidade. É fácil observar que muitos estudantes
e prossionais terão uma bolsa de estudos, farão um estágio ou
mesmo trabalharão numa empresa, e deverão apresentar relató-
rios e/ou projetos descrevendo suas atividades. Assim, torna-se
fundamental a realização de relatórios como meio de organizar os
resultados obtidos em cada experimento. Logo, nesta apostila, uma
5
6 Capítulo 1. Introdução
7
8 Capítulo 2. Conceitos básicos e algumas regras
Para que seja possível uma melhor distinção entre erros aleatórios e
erros sistematícos, considera-se a analogia representada na Figura 2.1.
Figura 2.1: Erros sistemáticos e aleatórios. (A) Os erros aleatórios são ainda
pequenos, mas os erros sistemáticos são bem maiores - os pontos estão sistemati-
camente fora do centro, em direção à direita. (B) Como todos os pontos atingiram
pontos próximos, podemos dizer que os erros aleatórios são pequenos. Como a dis-
tribuição de pontos está concentrada no centro do alvo, os erros sistemáticos são
também pequenos. (C) Ambos os erros aleatórios e sistemáticos são grandes. (D)
Os erros aleatórios são grandes, mas os erros sistemáticos são pequenos - os pontos
estáo amplamente espalhados, mas não estão sistematicamente fora do centro.
N
X xi
x̄ = (2.1)
i=1
N
v
u N
u 1 X
σ=t (x̄ − xi )2 (2.2)
N − 1 i=1
v
u N
σ u 1 X
σx̄ = ∆xestat = √ =t (x̄ − xi )2 (2.3)
N N (N − 1) i=1
q
∆xtotal = (∆xestat )2 + (∆xinstr )2 (2.4)
L̄ = 670 × 10−3 m
2.3. Algarismos signicativos 11
−3
Entretanto, expressar essa medida da forma (670 × 10 ± 7, 63762... ×
−3
10 ) m é totalmente incorreta. Segue abaixo uma das formas apropria-
das de representar essa medida, considerando um algarismo signicativo na
incerteza.
∆LT = 8 × 10−3 m
Outro exemplo.
• Suponha-se um tempo qualquer t = 670 × 10−13 s.
t = 0, 7 × 10−10 s
12
3.2. Incerteza 13
3.2 Incerteza
Todas as medidas têm uma incerteza, às vezes chamada de erro. Neste
curso as palavras erro(s) e incerteza(s) serão utilizadas como sinônimos. O
termo erro expressa a incerteza da medida e não signica que a medida está
errada. Ingenuamente, poderia-se pensar que utilizando instrumentos mais e
mais precisos a incerteza iria para zero a medida que a precisão aumenta. Po-
rém não é assim. Quando medimos uma grandeza física, tem uma incerteza
intrínseca, devida à própria denição da grandeza não poder ser rigorosa.
Quando eliminamos as incertezas devidas aos instrumentos de medida (ou
melhor quando zermos elas extremamente pequenas) e as condições am-
bientais variáveis, conseguimos medir esta incerteza intrínseca, que é tão
importante quanto o valor da grandeza.
Exemplo: medimos a largura de duas mesas, uma da fábrica A, outra
da fábrica B. A é 120,0 cm, com uma incerteza
A largura da mesa da fábrica
estatística (a ser denida abaixo)sA = 1, 5 cm. A largura da mesa da fábrica
B é 110,02 cm, com uma incerteza estatística sB = 0, 20 cm. O valor médio
nos diz que as mesas da fábrica A tem largura maior, porém a incerteza
estatística revela que as mesas da fábrica B são mais regulares.
2 2 2
∂u ∂u ∂u
σu2 = σx21 + σx22 + ··· + σx2n (3.1)
∂x1 ∂x2 ∂xn
na equação σ xj é a incerteza no valor da j-ésima grandeza de entrada e
σu é a incerteza no valor da grandeza de saída. Apesar da Eq. 3.1 ser
apresentada diretamente (sem demonstração) devido ao curso ser apenas in-
trodutório ao Laboratóro de Física Experimental, assim como a não inclusão
2
de parâmetro como covariância , essa equação será utilizada durante todas as
análises experimentais nesse curso e nas disciplinas posteriores de laboratório
de física.
Voltando, então, ao exemplo citado anteriormente, o volume, V, do pa-
ralelepípedo é escrito como função das variáveis a, b e c:
V = V (a, b, c) = abc
Através da Eq. 3.1:
2 2 2
∂V ∂V ∂V
σV2 = σa2 + σb2 + σc2
∂a ∂b ∂c
= (bc)2 σa2 + (ac)2 σb2 + (ab)2 σc2
σ 2 σ 2 σ 2 σ 2
V a b c
= + +
V a b c
3
Essa expressão na forma reduzida é conhecida como incerteza relativa .
Como exemplo numérico, considere as seguintes dimensões do paralelepí-
pedo: a = 50, 23 ± 0, 05 mm, b = 60, 14 ± 0, 05 mm e c = 42, 78 ± 0, 05 mm.
O valor do volume é dado pelo produto das três dimensões:
V = (129, 2 ± 0, 2) × 103 mm
3
Capítulo 4
Linearização e Lei de Potência
Para analisar o trabalho experimental, normalmente, faz-se o uso de grá-
cos, nos quais relacionam o comportamento entre duas variáveis. As grande-
zas determinadas quantitativamente são obtidas a partir de análises simples,
como os parâmetros de uma reta (y = ax + b, onde a = coeciente angular
e b é o coeciente linear). A Tabela 4.1 apresenta um exemplo de um expe-
rimento onde para cada medida da posição d (em centímetros) mediu-se o
tempo, t (em segundos).
t ± ∆t (s) d ± ∆d (cm)
0,8 ± 0,2 1,1 ± 0,2
1,9 ± 0,4 4,5 ± 0,9
3,0 ± 0,6 11,2 ± 2,2
3,9 ± 0,8 16,1 ± 3,2
4,8 ± 1,0 20,8 ± 4,2
5,9 ± 1,2 35,6 ± 7,1
6,8 ± 1,4 49,2 ± 9,8
7,8 ± 1,6 62 ± 12
9,0 ± 1,8 83 ± 17
16
17
1 0 0 M o v im e n to d o p r o jé til
M o d e lo te ó r ic o
D a d o E x p e r im e n ta l
8 0
P o s iç ã o (c m )
6 0
4 0
2 0
0 2 4 6 8 1 0 1 2
T e m p o (s )
Figura 4.1: Gráco da distância percorrida de um projétil em função do tempo
de voo.
d = Atn (4.1)
s
2
∆d ∂y 2
σy = σLnd = (∆d) =
d ∂d
s
2
∂x 2
∆t
σx = σLnt = (∆t) =
∂t t
5
D a d o s e x p e r im e n ta is
A ju s te lin e a r
4
3
L n (d )
-1 0 1 2 3
L n (t)
2 Há formas de estimar os erros das grandezas a partir do gráco também, porém não
serão aplicadas durante o curso. Para se determinar os erros dessas grandezes, no curso,
serão utilizados o método de mínimos quadrados discutido na Seção 5.1.
Capítulo 5
Método de mínimos quadrados
para Regressão Linear
Ao analisar os dados experimentais, ajustando-os a uma função, f (x), tal
análise é chamada de regressão. E, quando o ajuste é realizado para uma
função de uma reta, esse procedimento é chamado de regressão linear. As
relações mostradas nesse capítulo são destinadas ao ajuste linear, no qual é
utilizado o método de mínimos quadrados para encontrar os melhores valores
do coeciente angular, a, e do coeciente linear, b, de uma reta (y = ax + b).
20
5.2. Regressão linear 21
" 2 #
C 1 yi − ȳi
Pi = exp − , (5.2)
σi 2 σi
" n 2 #
Cn 1 X yi − ȳi
P = P1 P2 ...Pn = exp − (5.3)
σ1 σ2 σn 2 i=1 σi
Para a melhor aproximação f (x) deve ser tal que a esta probabilidade é
máxima, se f (x) é admitida como a função verdadeira. Assim, substituindo
ȳi por f (xi , a1 , a2 , ..., an ) na Eq. 5.3, obtém-se:
Cn
1 2
P = Qn exp − χ (5.4)
2
i=1
onde
n 2
2
X yi − f (xi , a1 , a2 , ..., an )
χ = (5.5)
i=1
σi
n 2
2
X yi − axi − b
χ = (5.7)
i=1
σi
n
∂χ2 X 1
= 0=2 2
(yi − axi − b)(−xi )
∂a i=1
σ i
n
∂χ2 X 1
= 0=2 (yi − axi − b)(−1) (5.8)
∂b σ2
i=1 i
n
n
n
n
P P P P
wi w i y i xi − wi yi w i xi
i=1 i=1 i=1 i=1
a =
∆
n
n
n
n
wi x2i −
P P P P
wi yi wi xi yi w i xi
i=1 i=1 i=1 i=1
b = (5.9)
∆
1
onde wi = σi2
e
n
! n
! n
!2
X X X
∆= wi wi x2i − w i xi (5.10)
i=1 i=1 i=1
n
P
wi
i=1
σa2 =
∆
n
wi x2i
P
i=1
σb2 = (5.11)
∆
5.2. Regressão linear 23
As Equações 5.9, 5.10 e 5.11, são gerais e valem para o caso onde cada
σi seja diferente dos outros. No caso das incertezas serem iguais σi = σ,
isto é, o mesmo valor para todos os valores de yi , as relações de a, b, σa e σb
são simplicadas:
n
n
n
P P P
N y i xi − yi xi
i=1 i=1 i=1
a =
∆
n
n
n
n
x2i
P P P P
yi − xi y i xi
i=1 i=1 i=1 i=1
b = (5.12)
∆
onde N é o número total de medidas.
n
! n
!2
X X
∆=N x2i − xi (5.13)
i=1 i=1
Os erros associados, neste caso, são:
N 2
σa2 = σ
∆
n
x2i
P
i=1
σb2 = σ2 (5.14)
∆
Observação: considere todas incertezas iguais, σi = σ, e mostre as re-
lações acima.
t
N = N0 e− τ (5.15)
24 Capítulo 5. Regressão Linear
t
Ln(N ) = Ln(N0 ) + − (5.16)
τ
Repare que, para esse caso em particular, não há incerteza experimentais
na medida do número de nuclídeos. Há apenas as incertezas experimentais
associadas à medida do tempo, segundo a Tabela 5.1, ou seja, necessita-se
reescrever a Eq. 5.16 da seguinte forma:
y=t= variável dependente
a = −τ = coeciente angular
b = τ Ln(N 0) = coeciente linear
x = Ln(N ) = variável independente
1O Logaritmo em outras bases, por exemplo, na base 10 pode ser utilizada desde que
for conveniente.
2 Terminologia adotada do ponto de vista apenas do Cálculo, sem nenhum signicado
físico.
5.2. Regressão linear 25
20 + 19 + 21
t̄ = = 20 dias
3
O erro estatístico é dado pela Eq. 2.3:
s
(20 − 21)2 + (20 − 19)2 (20 − 20)2
∆testat = = 1, 0127...dias
3(3 − 1)
t̄ = 20 ± 1 dias.
n (t ± 1 dias) Ln(N )
1 2 55,20002
2 4 55,13193
3 10 54,96364
4 20 54,67326
X
x = 219, 9689
X 2
x = 48, 3863 × 103
X
x2 = 12, 09674 × 103
X
xy = 1, 97403 × 103
X
y = 36
Determina-se os coecentes a e b:
r
4
σa = × 12 = 2, 4618
0, 66
s
48, 3863 × 103
σb = × 12 = 0, 27076 × 103
0, 66
y=t= variável dependente
a = −τ = coeciente angular
b = τ Ln(N0 ) = coeciente linear
x = Ln(N ) = variável independente
b 1, 9 × 103
Ln(N0 ) = =
τ 34, 5
Ln(N0 ) = 55, 0725
N0 = e55,0725 = 0, 8273 × 1024 nuclídeos
2 2 2
∆u ∆b ∆τ
= +
u b τ
Assim, ∆u = ∆(LnN0 ) = 9,2795, ou seja, LnN0 = 55, 1 ± 9, 3.
Agora, calculamos ∆N0 , novamente, pela equação da propagação de
erros, Eq. 3.1
28 Capítulo 5. Regressão Linear
5.3 Bibliograa
a
1. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
a
4. DE CASTRO, W. J. C., Propagaçao de erros. 1 edição. Editora IPT,
São Paulo-SP, (1979).
Capítulo 6
Elaboração de tabelas e grácos
Tabelas e grácos são normalmente utilizadas para a representar os da-
dos coletados durante os experimentos. Elas dão suporte para que o leitor
entenda melhor os fatos contidos no relatório, portanto tabelas, grácos e
guras devem ser muito bem apresentadas, para que elas façam sentido no
texto. Segue, abaixo, uma lista de informações mínimas que um elas precisam
apresentar:
6.1 Tabelas
A tabela deve conter um resumo com o máximo de informações divididos
nos seguintes itens:
29
30 Capítulo 6. Elaboração de tabelas e grácos
Tabela 6.1: Parâmetros experimentais referentes aos lmes nos amorfos de Si-
lício (Si) dopados com elementos de terras-raras (RE), a-Si:RE. Os lmes estão
ordenados a partir dos íons Re
3+ magnéticos para os íons não magnéticos, exceto a
0
N Filmes área RE Concentração RE Densidade D ± 0,2
2
(mm ) (at%) (x 10
15
spins
2
/cm )
1 aSi 0 0 5,2
2 aSi:Gd 7 0,05(5) 1,6
3 aSi:Er 6 0,05(5) 1,7
4 aSi:Lu 5,5 0,05(5) 5,0
5 aSi:Y 5 0,05(5) 4,8
6.2 Grácos
É a forma de detectar visualmente como uma componente (y ) varia em
função de outra componente (x), ou seja, é possível observar e estudar o
comportamento de uma certa grandeza em relação a outra. Assim, torna-se
imprescindível o uso do papel adequado (milimitrado, mono-log e/ou log-log)
para a construção de um gráco ou algum software 1 para edição de grácos,
por exemplo, Qtiplot, Winplot, etc.
1 No
curso de Laboratório de Física Experimental 1 não é permitido o uso de programas
para análises de dados.
6.3. Exemlos de grácos 31
pela análise gráca. Além disso, não é necessário que o gráco inicie
exatamente do zero, e sim, a partir de uma valor pouco abaixo do menor
valor medido. Por m, salienta-se que os dois eixos não necessitam ter
a mesma escala e mesma origem.
1 0 0 M o v im e n to d o p r o jé til
M o d e lo te ó r ic o
D a d o E x p e r im e n ta l
8 0
P o s iç ã o (c m )
6 0
4 0
2 0
0 2 4 6 8 1 0 1 2
T e m p o (s )
1 0 0 1 0 0
G r á f ic o R u im 1
8 0 8 0 G r á f ic o R u im 2
P o s iç ã o ( c m )
6 0 6 0
Y
4 0 4 0
2 0 2 0
0 0
0 2 4 6 8 1 0 0 2 4 6 8 1 0
t(s )
T e m p o (s )
1 0 0
8 0
G r á f ic o R u im 4
8 0
G r á f ic o R u im 3
6 0
6 0
p o s iç ã o
4 0 4 0
Y
2 0
2 0
0
0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0 1 1 0 1 2 0 1 3 0 1 4 0 1 5 0 1 6 0 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0
X T e m p o
8
P o s iç ã o (c m )
(1 0 ± 5 ;7 ± 2 )
4 6 8 1 0 1 2 1 4 1 6
T e m p o (s )
• Capa
34
7.1. Estrutura do Relatório 35
• Introdução
Escrita com palavras próprias, o estudante resume o problema ou o
fenômeno que está pretendendo estudar, e a teoria pertinente. Na intro-
dução deve-se apresentar os pontos básicos do estudo ou atividades de-
senvolvidas, especicando as principais aquisições teórico-metodológicas,
referentes às técnicas empregadas. Neste item é dado um embasa-
mento teórico do experimento descrito para situar o leitor naquilo
que se pretendeu estudar no experimento. A literatura é consultada,
apresentando-se uma revisão do assunto. Normalmente, as citações bi-
bliográcas são feitas por números entre parênteses e listadas no nal
do relatório. Deve-se ter em mente que a introdução não é uma cópia
da literatura. Não copie os textos consultados, para isso bastaria uma
máquina de fotocópias. Aém disso, nesta seção deve conter somente
informações que são pertinentes ao experimento realizado, evitando
informações desnecessárias. Deve ser demonstrado, também, todo o
desenvolvimento matemático relativo à teoria utilizada, as equações
principais que deverão ser utilizados nos cálculos dos resultados deve-
rão ser numeradas em ordem sequencial.
• Objetivos
Deve-se fazer uma abordagem sucinta do que se pretende atingir com
os experimentos que serão realizados. Não é um resumo e sim uma
descrição do que se desejar alcançar.
• Procedimento Experimental
Uma seção descrevendo como a experiência foi feita, os materiais e ins-
trumentos usados. Neste tópico é feita uma descrição detalhada do
experimento realizado, dos métodos analíticos e técnicas empregadas,
bem como descrição dos instrumentos utilizados. Não é um receituário.
Este item precisa conter elementos sucientes para que qualquer pessoa
possa ler e reproduzir o experimento no laboratório. É recomendável
utilizar desenhos e diagramas para esclarecer sobre a montagem da
aparelhagem. Todos os instrumentos utilizados devem vir acompanha-
dos de uma descrição contendo marca, modelo e precisão dos mesmos.
Também não se deve incluir discussão de resultados no procedimento
experimental.
36 Capítulo 7. Guia para Relatórios
• Resultados e Discussões
Esta é a parte principal do relatório, na qual serão mostrados todos os
resultados obtidos, que podem ser numéricos ou não. Atenção: utilize
apenas os dados obtidos experimentalmente, ou seja, não invente ou
copie dados do vizinho ou do colega do ano anterior. Seja honesto e
cultive desde início a ética prossional. Deverá ser feita uma análise
dos resultados obtidos, com as observações e comentários pertinentes.
Em um relatório cientíco espera-se uma discussão dos resultados em
termos dos fundamentos estabelecidos na introdução, mas também que
os resultados inesperados e observações sejam relatados, procurando
uma justicativa plausível para o fato.
• Conclusões
Neste item deverá ser feita uma avaliação global do experimento reali-
zado, são apresentados os fatos extraídos do experimento, comentando-
se sobre as adaptações ou não, apontando-se possíveis explicações e
fontes de erro experimental. Não é uma síntese do que foi feito (isso já
está no resumo) e também não é a repetição da discussão. Uma seção
conclusiva, onde se comparam os resultados com o que era esperado,
ou se comparam dois valores da mesma grandeza medidos de maneiras
diferentes. Deve ser discutido se a discrepância é aceitável, ou seja, se
ela cai dentro de incerteza experimental. Se isso não for o caso, o
estudante deverá formular umas hipóteses razoáveis e fundadas para
explicar a divergência.
• Unidade
O texto deve ser uniforme, isto é, dar a impressão ao leitor que foi
escrito por uma única pessoa, mesmo que tenha sido fruto de várias
cabeças. Nada mais desagradável do que a leitura de um relatório com
estilos de redação diversos. Esta variedade de estilos quebra a unidade
do texto e prejudica a compreensão do conteúdo.
• Coerência
O texto do relatório deve ser coerente com os fatos apresentados. Deve
também existir uma coerência entre o texto e a metodologia ou outras
partes do relatório.
• Linguagem
Na redação do relatório de pesquisa devemos tomar especial cuidado
com a linguagem. Os seguintes pontos devem ser observados: o rela-
tório deve ser redigido de uma forma clara, precisa e lógica. Redija
38 Capítulo 7. Guia para Relatórios
39
40 Capítulo 8. Instrumentos de medidas
8.2 Paquímetro
O paquímetro é um instrumento usado para medir com precisão as di-
mensões de pequenos objetos, realizando medidas lineares externas, internas
e de profundidade por contato. Ela é composta de uma régua graduada, com
encosto xo, sobre a qual desliza um curso. Sua capacidade de medição pode
variar de acordo com o tipo de instrumento sendo mais comum encontrarmos
paquímetros com capacidade para medir 100 mm, 150 mm e até 200 mm. A
precisão deste instrumento também é bem superior a de uma régua podendo
ter resoluções de até 0,01 mm. A graduação é normalmente dada em milí-
metros e também em polegadas para que possamos realizar as medições. O
cursor móvel tem uma escala de medição que se denomina nônio ou Venier.
A escala é chamada de nônio ou vernier em homenagem aos seus criadores:
o português Pedro Nunes e o Francês Pierre Vernier. O Venier (nônio) possui
uma escala com várias divisões para cada divisão da escala xa. A Figura 8.2
ilustra um típico paquímetro universal com a descrição de seus elementos. A
Observação:
precisão de 0,05 mm, nesse caso, está descrita no paquímetro.
o paquímetro é um instrumento muito delicado, ou seja, não force
o paquímetro.
A leitura no paquímetro é realizada abrindo os bicos do instrumento com
a ajuda do impulsor. O objeto a ser medido é posto entre os encostos dos
bicos e os mesmos são ajustados para encostar-se ao objeto. O parafuso de
xação é girado para travar o bico móvel. O valor da medida será dado pela
coincidência mais próxima do zero do nônio com a régua graduada, em muitas
situações será observado que o zero do nônio não coincide perfeitamente
com a graduação, neste caso deve se procurar uma graduação do nônio que
coincida perfeitamente com a régua graduada, o valor lido será os décimos de
milímetros da leitura. A Figura 8.3 ilustra como se realizar a medida externa
de uma arruela. Portanto, nesse exemplo, a leitura correta do diâmetro
externo da arruela realizado pelo paquímetro é dado por dexterno = 13,80 ±
0,05 mm.
1 Utilizar essa regra somente quando não se tem a indicação da precisão do equipamento.
8.3. Micrômetro 41
8.3 Micrômetro
Quando se necessita medir um objeto com uma precisão maior que a
permitida pelo paquímetro geralmente se recorre a um instrumento chamado
micrômetro. O micrômetro é um instrumento para medida linear de alta pre-
42 Capítulo 8. Instrumentos de medidas
cisão. Foi inventado por Jean Louis Palmer e inicialmente permitia leituras
de centésimos de milímetros, com seu aperfeiçoamento foi possível chegar a
medições mais precisas que um paquímetro. Os componentes de um micrô-
metro são ilustrados na Figura 8.5.
Figura 8.8: A gura ilustra o cronômetro digital. Utilize o botão reset para zerar
a contagem de tempo.
2 Observe
que esta variação nem sempre é unitária, muitos intrumentos digitais, como
multímetros, apresentam escalas, sendo importante considerar o fator multiplicativo da
sua escala ou mesmo a tolerância fornecida pelo fabricante.
Capítulo 9
Guia básico para realização dos
Experimentos
Os próximos capítulos descrevem experimentos básicos envolvendo fun-
damentos da mecânica clássica, nos quais são possíveis aplicar metodologias
adequadas para que o estudante desenvolva senso crítico e habilidade em
resolver problemas cientícos. Cada arcabouço está previamente montado
para o estudante realizar o experimento. Além disso, no guia consta, re-
sumidadmente, o procedimento experimental com algumas recomendações,
mas cabe, também, ao estudante desenvolver, gradativamente, a metodolo-
gia cientíca. Portanto, recomenda-se fortemente ao estudante, a
prévia leitura e preparação do relatório relacionados ao procedi-
mento experimental a ser estudado, pois o conhecimento prévio do
experimento (aparato), dos dados que serão coletados, da análise
e qual principal objetivo do estudo são, certamente, ingredientes
fundamentais para o bom desenvolvimento, aprendizagem, inde-
pendência e sucesso na realização do experimento.
45
Capítulo 10
Medidas e Instrumentos
10.1 Introdução
A utilização dos intrumentos de medidas e o conhecimento dos seus limi-
tes são muito importantes para o desenvolvimento dos cursos de laboratório
de Física. Assim, o primeiro experimento aborda medidas diretas das dimen-
sões de determinados objetos predenidos no laboratório e, a partir desses
parâmetros, obter indiretamente o valor do volume dos objetos com suas
É importante salientar que, apesar de aparen-
respectivas incertezas.
temente, o experimento ser simples, a prática requer a utilização
cuidadosa dos intrumentos e da análise dos dados, tornando im-
portante a leitura e preparação antecipada do experimento.
10.2 Experimento
Para realização desse experimento são utilizadas régua, paquímetro e mi-
crômetro (consulte o Capítulo 8 para operar esses instrumentos). É fornecida
uma variedade de objetos (os, cilindros maciços ou ocos, esferas, etc) para
serem estudados, entretando para a realização do relatório são selecionados
apenas quatro tipos de objetos: arruela, moeda, objeto A e objeto B,
conforme ilusta a Figura 10.1.
Realize o experimento medindo, com o micrômetro (no caso da moeda),
pelo menos três vezes cada parâmetro necessário para se obter o volume
do objeto. A Figura 10.2 exemplica as dimensões de uma moeda que devem
ser obtidas.
Além disso, para facilitar as análises dos dados experimentais é recomen-
dável que as medidas obtidas sejam organizadas segundo a Tabela 10.1. Note
que, no caso da moeda, é necessário apenas do seu raio e da sua altura para
46
10.2. Experimento 47
determinar seu volume. Logo, duas colunas, indicando tais parâmetros, são
sucientes.
2
e seu respectivo erro . Por m, expresse o valor do volume na forma Vmoeda ±
3
∆Vmoeda . Além disso, descreva, em detalhes, como realizou as medidas e
discuta sobre os motivos que os levaram realizar as análises dessa forma.
Para fortalecer e enriquecer sua discussão, encontre o volume desse mesmo
objeto (mesmo procedimento), mas utilizando a régua como instrumento de
medida.
Com o objetivo de explorar os intrumentos de medidas e os conceitos de
análises dos dados experimentais, assim como, as discussões, realize as medi-
das dos outros objetos (arruela, objeto A e objeto B), seguindo as seguintes
recomendações com relação aos intrumentos de medidas:
10.3 Bibliograa
a
1. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
11.1 Introdução
Nesta prática é estudada o movimento retilíneo uniforme (MRU) de um
objeto, cujo comportamento deve ocorrer quando a velocidade escalar é cons-
tante, em outras palavras, deve percorrer distâncias iguais em intervalos de
tempos iguais. Assim, a partir de um experimento bem planejado e sob
É im-
adequadas condições experimentais é possível estudar tal movimento.
portante salientar que, apesar de aparentemente, o experimento ser
simples, a prática requer a utilização cuidadosa dos intrumentos e
da análise dos dados, tornando importante a leitura e preparação
antecipada do experimento.
11.2 Experimento
Nesta experiência um carro (ou planador), sob certas condições, é co-
locado em movimento, obtendo-se o tempo gasto para esse carro percorrer
uma distância conhecida. Uma parte da montagem experimental consiste de
um trilho de ar com os sensores de movimento e cronômetro (discuta, tam-
bém, no relatório sobre o motivo de utilizar tais equipamentos e a forma que
obtiveram as medidas), segundo ilustrado na Figura 11.1.
49
50 Capítulo 11. Movimento Retilíneo Uniforme
um banco de apoio com espuma para que o peso repouse sobre o mesmo
muito antes de o carro chegar ao m do trilho (discuta, também, no
relatório sobre essas condições), como mostra a Figura 11.2A e Figura
11.2B, respectivamente.
o trilho.
Figura 11.4: O disparador consiste de um pequeno imã que atrai outro imã xo
ao carro. Ao ser puxado pela parte traseira o carro passa a se movimentar.
Figura 11.5: A gura ilustra o cronômetro. Utilize o botão reset para zerar a
contagem de tempo.
12. Proponha uma equação geral: y = ktn (reveja o Capítulo 4). Aplique
Ln nessa equação, identicando o caráter linear da eq. obtida, então
associe os parâmetros da eq. aos coecientes angular e linear.
11.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
12.1 Introdução
O movimento é considerado uniformemente variável quando a velocidade
escalar do objeto em estudo é alterado com o decorrer do tempo. Se o mo-
vimento for em uma única direção a velocidade escalar sofre variações sem-
pre iguais em intervalos de tempo iguais. Logo, nesse caso o movimento é
uniformemente acelerado (MRUV). Assim, sob certas condições experimen-
tais é possível estudar, quantitativamente, o movimento desse objeto (não
se esqueça de discutir no relatório sob essas condições, baseando-se no ar-
É importante salientar
cabouço experimental e nos resultados obtidos).
que, apesar de aparentemente, o experimento ser simples, a prá-
tica requer a utilização cuidadosa dos intrumentos e da análise dos
dados, tornando importante a leitura e preparação antecipada do
experimento.
12.2 Experimento
Neste experimento uma pequena esfera metálica é abandonada a uma
distância (di ± ∆di ) conhecida e o tempo (ti ± δti ) para percorrer essa
distância, também, é mensurado (discuta no relatório sobre montagem ex-
perimental, indicando os critérios utilizados para realizar o experimento). A
montagem do sistema utilizado nesta experiência é ilustrada na Figura 12.1.
54
12.3. Instruções para realizar as medidas 55
12. Realize também uma outra análise. Assuma que, de fato, o movimento
2
dependa do quadrado do tempo (y = At ), onde A é uma constante que
se relaciona com a aceleração. Para isso, graque o espaço percorrido
2
em função do tempo ao quadrado (t ) e determine pelo método gráco
o coeciente angular. Lembre-se de construir uma tabela apropriada e
as devidas propagações de erros. (Consulte os Capítulos 6 e 3).
12.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
13.1 Introdução
Um movimento de um projétil é considerado em duas dimensões quando
duas das três coordenadas ( x, y, z ) que denem a posição cartesiana de uma
partícula, relativamente a um certo referencial, variam no decurso do tempo,
isto é, x = x(t), y = y(t) e z = constante. Um projétil é qualquer corpo
lançado com uma velocidade inicial e que segue uma trajetória determinada
exclusivamente pela aceleração da gravidade (g ) e pela resistência do ar.
Para o presente experimento os efeitos da resistência do ar, da curvatura e
da rotação da Terra podem ser desprezados (discuta também no relatório sob
quais condições experimentais tais efeitos podem ser desprezados).
13.2 Experimento
O objeto de estudo desse experimento é o movimento de um corpo que se
move em um plano (duas dimensões), sob a ação da gravidade: o chamado
movimento de um projétil. Para isso, será medida a trajetória de um corpo
(esfera metálica) lançado de uma rampa, a uma determinada altura do solo,
com uma velocidade horizontal inicial diferente de zero e velocidade vertical
inicial igual a zero sujeita a variação devido à ação da aceleração da gravi-
dade. Tal movimento pode ser dividido em dois movimentos independentes:
(1) movimento retilíneo uniforme e (2) movimento retilíneo uniformemente
variado, conforme a Figura 13.1 (discuta também essas condições no rela-
tório). O método realizado no experimento determina o tipo de análise e
quais parâmetros podem ser desprezados para futuras análises dos dados,
59
60 Capítulo 13. Movimento de um Projétil em duas dimensões
Figura 13.3: Fixação do papel branco sobre o anteparo de colisão. O papel deve
ser xado na mesma altura que a esfera será abandonada.
trena precisa, x ± ∆x), ajuste essa distância com ajuda de uma trena.
Posicione a esfera na parte superior da rampa de lançamento, Figura
13.4, e solte-a sem introduzir nenhum impulso, deixe agir somente ação
da gravidade. A esfera deverá colidir com o anteparo produzindo uma
marcação. Repita esse procedimento três vezes para mesma distância
entre a rampa e o anteparo.
13.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
14.1 Introdução
Devido aos trabalhos teóricos e experimentais de Galileo Galilei e de Isaac
Newton a mecânica é bem estabelecida. Diante disso, foi possível observar
a depedência da função linear entre a aceleração e a da força de um objeto,
a
na qual cou conhecida como a Lei de Movimento ou a 2 Lei de Newton.
É importante salientar que a prática requer a utilização cuidadosa
dos intrumentos e da análise dos dados, tornando importante a
leitura e preparação antecipada do experimento.
14.2 Experimento
Neste experimento é determinada a aceleração da gravidade e vericada a
dependência entre a força e a aceleração do sistema, utilizando o mesmo apa-
rato experimental do roteiro do experimento de movimento retilíneo uniforme
que se encontra no Capítulo 11:
64
14.3. Instruções para realizar as medidas 65
(n)
13. Proponha uma equação geral: a = kmT (reveja o Capítulo 4). Aplique
Ln nessa equação, identicando o caráter linear da eq. obtida, então
associe os parâmetros da eq. aos coecientes angular e linear.
14.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
15.1 Introdução
Um corpo rígido está em movimento de rotação pura relativamente a um
certo referencial, se todos os pontos se movem ao longo de circunferências cujo
centro está sobre o eixo de rotação e todos os pontos descrevem o mesmo
ângulo no mesmo intervalo de tempo. É importante salientar que a
prática requer a utilização cuidadosa dos intrumentos e da análise
dos dados, tornando importante a leitura e preparação antecipada
do experimento.
15.2 Experimento
A Figura 15.1 apresenta o aparato experimental para o estudo do movi-
mento circular. Basicamente, ele é constituído de um aro suspenso por seu
eixo central vertical, ligado a um outro sistema semelhante a um rolamento.
Quando um peso é adicionado ao porta-peso que está preso a um o, um
torque é produzido, levando o aro ao movimento circular. Além disso, o
equipamento deve ser ajustado enrolando-se o o em torno de um pequeno
tambor em que está ligado, tantas vezes forem necessárias para que o aro
realize o número de voltas desejado. Isso acontece após, cuidadosamente, re-
tirar uma haste lateral, liberando o aro para seu movimento. Mede-se, dessa
forma, o tempo que o aro completou uma volta.
68
15.3. Instruções para realizar as medidas 69
15.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
16.1 Introdução
Forças elásticas são forças que são exercidas por sistemas elásticos quando
sofrem deformações, isto é, dependem da posição. Esse tipo de força é con-
servativa e não constante (consulte a Bibliograa, Seção 16.4). Neste ex-
perimento são caracterizadas duas molas, além de estudar a associação de
É importante salientar que a prática re-
molas em série e em paralelo.
quer a utilização cuidadosa dos intrumentos e da análise dos dados,
tornando importante a leitura e preparação antecipada do experi-
mento.
É de conhecimento que para uma certa faixa de comprimentos, a mola
tem comportamento elástico, ou seja, a força realizada pela mola segue a Lei
de Hooke, dada pela Equação 16.1:
F = −k∆L (16.1)
P = mg = k∆L (16.2)
71
72 Capítulo 16. Lei de Hooke
onde
1 1 1
= + (16.4)
kserie k1 k2
e ∆LS representa o deslocamento conjunto de molas associadas em
série.
onde
kparalelo = k1 + k2 (16.6)
16.2 Experimento
O experimento consiste em determinar as constantes das molas indivi-
dualmente e das associações acima variando-se as massas e medindo-se a
variações do comprimento da mola.
5. Organize os dados, por exemplo, numa Tabela 16.1 (faça uma tabela
como essa para as 2 molas e para as duas associações):
Tabela 16.1: Dados obtidos do experimento Lei de Hooke, onde a primeira coluna
indica a sequência da medida, m ± ∆m (g) é massa colocada na extremidade da
mola e ∆L ± δL (mm) é a variação do comprimento da mola, com seus respectivos
erros experimentais.
N m ± ∆m ∆L ± δL
(g) (mm)
1
2
3
4
5
6. Para cada uma das molas e para cada uma das associações construa
um gráco da massa em função do deslocamento. (Consulte o Capítulo
6 para auxiliá-lo na construção de tabelas e grácos.)
16.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
17.1 Introdução
Um fenômeno muito importante no cotidiano é a colisão (choques e/ou in-
terações). As interações são o mecanismo que o seres humanos se comunicam
com o mundo ao seu redor e as utilizam para entender o seu comportamento,
por exemplo, as propriedades dos gases, que podem ser entendidos em ter-
mos das colisões entre moléculas. De forma geral, qualquer medida que se
faça é uma interação, na qual o aparelho de medida, ou o observador, ou
ambos, interagem com o objeto a ser medido. A partir desse cenário, estuda-
se a colisão entre dois corpos no experimento, considerando que não haja
É im-
nenhuma ação de qualquer outro corpo inuenciando essa interação.
portante salientar que a prática requer a utilização cuidadosa dos
intrumentos e da análise dos dados, tornando importante a leitura
e preparação antecipada do experimento.
17.2 Experimento
No experimento é estudado a mecânica das colisões entre duas esferas com
não se esqueça, também, de
baixas velocidades e com trajetórias curtas (
explicar o motivo de realizar as medidas nessas condições), a partir
da vericação da conservação do momento linear. De fato, é analisado o
movimento antes e após o choque das esferas. A Figura 17.1 ilustra o aparato
experimental para o estudo desse experimento.
76
17.3. Instruções para realizar as medidas 77
Figura 17.1: Aparato experimental para estudo da colisão entre duas esferas.
Os números 1 e 2, representam as esferas incidente e alvo, respectivamente. 3 e
4 indicam o o de prumo e a rampa de lançamento, respectivamente. 5 mostra o
pino utilizado para deslocar a esfera alvo, provocando a colisão não frontal.
17.4 Bibliograa
1. HALLIDAY, D., RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física.
a
Vol 1. 9 Edição. Rio de Janeiro: LTC, (2012).
a
5. VUOLO, J. H., Fundamentos da teoria de erros. 2 edição. Editora:
Editora Edgard Blucher LTDA. São Paulo-SP, (1996).
x1 + x2 + · · · + xN
x= .
N
Note que N é um inteiro conhecido com precisão arbitrária. Denimos o
desvio padrão (amostral)
sx
Ex = √ .
N
Tem uma diferença importante: sx diz quanto uma medida entre as N feitas
pode se diferenciar da média x, em quanto Ex mede quanto o valor médio x
obtido na medida difere do valor ideal µx que seria obtido fazendo innitas
medidas. Em geral, sx para N grande estabiliza a um valor que depende das
√
condições experimentais. Então, Ex vai para zero como 1/ N . Por isso é
bom repetir uma medida muitas vezes.
Outra fonte de incerteza é dada pela resolução δx do instrumento de
medida, ou seja, a mínima quantidade que o instrumento pode discriminar.
81
82 Capítulo A. Notas de estatísticas
Ex. a resolução de uma trena é 1 mm. A incerteza associada pode ser consi-
derada 0,5 mm, no sentido que normalmente todos os valores, por exemplo,
entre 9,5 mm e 10, 5mm são lidos como 10 mm.
Um instrumento é também caracterizado pela sensibilidade, ou seja
o valor mínimo que o instrumento consegue medir. Por ex., uma balança
eletrônica comum tem uma sensibilidade de 5 kg e uma resolução de 100 g.
A incerteza total sobre a medida de x é
p
∆x = δx2 /4 + s2x .
1
Π(x) = √ exp[−(x − µ)2 /2σ 2 ].
2πσ
A função Π é conhecida como função Gaussiana, e representa uma densidade
de probabilidade. Isso quer dizer que a probabilidade do resultado da medida
ser entre x1 e x2 (que poderiam ser, por exemplo, dois valores contíguos do
instrumento dentro da resolução dele; pense no cronômetro, sendo x1 = 9, 545
s e x2 = 9, 555 s os valores do intervalo para os quais a leitura dá 9, 55) é
Rx
P (x ∈ [x1 , x2 ]) = x12 dxΠ(x). Notem como a distribuição Π depende de dois
84 Capítulo A. Notas de estatísticas
[0; 100] = [0; 0, 005] ∪ [0, 005; 0, 015] ∪ [0, 015; 0, 025] ∪ · · · ∪ [99, 995; 100],
2. Calcular as médias
M
1 X (k)
xj = x
M k=1 j
Cj,k = xj xk − xj xk
X ∂f ∂f
∆2z = γj,k ,
j,k
∂xj ∂xk
A.4 Probabilidade
Dizemos que a probabilidade é um número real e positivo que mede nossa
conança relativa no acontecimento de um evento entre uma coleção de even-
A.4. Probabilidade 87
tos possíveis. Quando dizemos nossa, não queremos dizer que a probabili-
dade seja completamente subjetiva, mas que qualquer ser racional, possuindo
as mesmas informações, assinaria o mesmo valor à probabilidade. Esta vira
então inter-subjetiva. Geralmente as probabilidades são normalizadas a um.
Exemplo 1: temos uma moeda a qual, pelo que sabemos, é perfeitamente
simétrica e homogênea. Sabemos também que a moeda é jogada no ar, sendo-
lhe aplicado um torque que faz-la girar rapidamente, e depois cai no chão,
onde verica-se se a moeda tem a cara ou a coroa para cima. Pelo que sabe-
mos, também, a moeda está inicialmente com a cara ou a coroa para cima,
indiferentemente, e o torque aplicado independe dessa circunstância. Base-
ado nesse conhecimento, dizemos que a probabilidade de cara é a mesma que
a de coroa, 1/2.
Exemplo 2: a priori, a probabilidade de obter um dos seis resultados jo-
gando um dado é 1/6, a menos que não se saiba que o dado não é perfeito,
que o jeito de jogar ele não é totalmente randômico, etc.
Suponhamos de ter uma variável que pode assumir um número nito
de valores mutuamente exclusivos x1 , x2 , . . . , xk . A probabilidade p(xj ) do
evento x é um número não negativo e não maior que 1, 0 ≤ p ≤ 1 tal
P j
que j p(xj ) = 1. A probabilidade pode ser estimada medindo a variável
x repetidas vezes, mas certicando-se ao mesmo tempo que as medidas são
independentes uma da outra. Se mede o número de vezes
P nj P xj
que o evento
fj = nj / j nj . No limite que
se produziu, e se calcula a frequência j nj
é muito grande, as frequências aproximam o valor da probabilidade. Porém
a denição de probabilidade é independente da frequência! Aliás, imaginem
de jogar um dado em cima de uma mesa, onde tem uma mancha grudenta.
Na primeira jogada o resultado é 6, o que quer dizer que a face do 1 está
no chão. Por acaso o 1 aterriza em cima da mancha que gruda nela. Agora
na segunda jogada, como a face do 1 está mais pesada, é mais provável que
saia o 6. Isso quer dizer que as repetições não são independentes. Se medir
a frequência do 6, ela vai ser maior que 1/6, e a do 1 menor.
N n N −n
P (n|N ) = p q .
n
PN
Notem que automaticamente n=0 P (n|N ) = 1, já que a soma nada é mais
que a expansão da potência (p + q)N e p + q = 1.
A distribuição binomial é importante em várias aplicações. Em particular,
ela explica porquê a frequência observada de um evento tende à probabilidade
do evento quando o número N é muito grande. Mais precisamente, ela prevê
√
que a discrepância entre frequência e probabilidade diminua como 1/ N .
Vamos ver como.
A.5. Distribuições de probabilidade importantes 89
X n 2 X N n 2 n N −n pq
p− P (n|N ) = p− p q = .
n
N n
n N N
Trata-se de uma distribuição para uma variável x que pode ter valores em
toda a reta, x ∈ (−∞, ∞). Não temos mais uma probabilidade P , ou seja
um número puro, mas uma densidade de probabilidade Π, que tem dimensão
inversa à de x. A probabilidade de achar um valor x dentro de um intervalo
innitesimal dx0 centrado no ponto x0 é P (x ∈ [x0 − dx0 /2, x0 + dx0 /2) =
Π(x0 )dx0 . Claramente, a integral sobre x0 tem que dar 1, já que com certeza
a variável x está em algum lugar na reta. A distribuição Gaussiana é
1
Π(x) = √ exp[−(x − µ)2 /2σ 2 ].
2πσ