ANSIEDADE
ANSIEDADE
ANSIEDADE
Pag.
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------3
Ansiedade, Medo E Stress – O Que Os Distingue?-----------------------------------------4
Quem Pode Ser Afetado Pela Ansiedade?----------------------------------------------------4
Tipos De Ansiedade-------------------------------------------------------------------------------4
Sinais E Sintomas Da Ansiedade---------------------------------------------------------------5
Causas Da Ansiedade-----------------------------------------------------------------------------6
Surgimento Da Ansiedade-----------------------------------------------------------------------6
Diagnóstico Da Ansiedade-----------------------------------------------------------------------7
Severidade Da Ansiedade------------------------------------------------------------------------7
Complicações Da Ansiedade--------------------------------------------------------------------8
Tratamento da ansiedade-----------------------------------------------------------------------8
Estratégias Para Prevenir / Lidar Com A Ansiedade-------------------------------------9
CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------11
BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------------------------------12
2
INTRODUÇÃO
3
ANSIEDADE, MEDO E STRESS – O QUE OS DISTINGUE?
Os conceitos de ansiedade, medo e stress são frequentemente confundidos pelas suas
semelhanças. Contudo, eles não são sinónimos.
A ansiedade é uma antecipação de uma ameaça futura, uma tensão ou pressentimento
que surge sem que, muitas vezes, a própria pessoa consiga inicialmente indicar um motivo
concreto que sustente a angústia sentida.
Por outro lado, o medo consiste numa resposta emocional a uma ameaça concreta ou
objetiva, real ou percebida (ex: tenho medo de uma cobra que está no meu caminho
porque vi um documentário sobre o veneno de algumas espécies de répteis).
Por fim, o stress encontra-se associado a uma espécie de esgotamento, uma resposta do
organismo quando já não consegue aguentar uma tensão constante (ex: posso desenvolver
uma reação de stress quando estou a trabalhar durante várias semanas com poucas horas
de sono e sobre a tensão de ter de entregar um relatório importante na empresa).
Distinguir estes conceitos (ansiedade, medo, stress) é somente relevante para se conseguir
intervir adequadamente. No entanto, o que é verdadeiramente importante, quando sentir
tensão ou temor incontroláveis, é pedir ajuda. Um/a profissional pode ajudar a
compreender o que se passa e trabalhar consigo estratégias para conseguir lidar com o
que sente e pensa, ultrapassando da melhor forma algo que, caso não seja alvo de
intervenção, pode gerar outras problemáticas do foro psicológico / psiquiátrico e/ou
físico.
TIPOS DE ANSIEDADE
A Ansiedade pode manifestar-se de diversas formas e devido a vários fatores.
Podemos falar de uma ansiedade positiva, que surge como forma de reação e adaptação
ao que vai acontecendo na vida do indivíduo. Nestes casos, os sintomas são leves e
motivam a pessoa a agir.
4
Por outro lado, quando os sintomas são severos, vão evoluindo, são frequentes e/ou
incontroláveis, causando mal estar significativo, então estamos perante um tipo
de ansiedade negativa, que origina patologias como a Perturbação de Ansiedade de
Separação, Mutismo Seletivo, Fobias, Ataques de Pânico, Perturbação de Ansiedade
Generalizada, Perturbações Obsessivas Compulsivas ou Perturbações Relacionadas com
o Trauma e Fatores de Stress (exemplo: Perturbação de Stress Pós Traumático). Cada
uma destas patologias possui características específicas e o seu diagnóstico deve ser
sempre realizado por um profissional.
Por norma, quando estamos perante uma ansiedade patológica, a pessoa apresenta os
sinais de forma crónica, necessitando de aprender a lidar com as sensações, percebendo
o que as pode provocar e como as pode minimizar.
5
a nível físico como psíquico. Veja mais informação em Severidade da Ansiedade e
Complicações da Ansiedade.
CAUSAS DA ANSIEDADE
Como já foi anteriormente mencionado, a ansiedade pode surgir por diversos fatores e
nem sempre a pessoa consegue identificar o motivo que origina a angústia ou insegurança
que sente. Este mal estar pode ser provocado por estímulos endógenos (internos) ou
exógenos (externos).
Os fatores endógenos estão associados a questões biológicas, à própria herança genética
(hereditária) do indivíduo ou a alterações do organismo (ex: alterações hormonais ou
desenvolvimento de doenças).
Por outro lado, os fatores exógenos encontram-se ligados aos eventos que vão ocorrendo
ao longo da vida e que podem ser de ordem pessoal (ex: dúvidas sobre religião, orientação
sexual, estilo de vida...), familiar (ex: conflitos, morte...), relacional (ex: divórcio,
recasamento...), profissional (ex: possibilidade de desemprego ou de promoção) e social
(ex: alterações no estatuto socioeconómico).
O que consumimos (comemos, bebemos) pode, também, influenciar episódios ou
perturbações de ansiedade, particularmente no caso de substâncias que alteram a
consciência, como o caso de consumo de bebidas alcoólicas ou outro tipo de drogas.
É importante destacar que raramente existe um único fator responsável pela ansiedade.
São, geralmente, vários os estímulos que se vão interligando e vão criando um quadro
clínico propício às reações ansiosas.
SURGIMENTO DA ANSIEDADE
A ansiedade pode ocorrer em qualquer momento do dia, dependendo do estímulo que a
desencadeia.
Certos episódios podem ser desencadeados por elementos surpresa no dia a dia, como um
desacato no trânsito. Situações pontuais, como este exemplo da condução, podem gerar
pensamentos intrusivos/negativos e frequentes sensações desagradáveis que, por sua vez,
podem desencadear crises ou perturbações de ansiedade a longo prazo.
Episódios de ansiedade ao acordar ou ao adormecer são, igualmente, comuns.
O início e o final do dia são momentos favoráveis à reflexão e, por isso mesmo, podem
provocar sensações de preocupação excessiva com o que pode acontecer no futuro, com
ou sem motivo concreto ou racional. Pode também acontecer que, devido a uma noite mal
dormida, a pessoa se sinta tensa ao despertar ou ainda se recorde de pesadelos ocorridos
durante a noite, acordando com sensações de desassossego, dores no peito, falta de ar.
6
DIAGNÓSTICO DA ANSIEDADE
Para se realizar um diagnóstico é necessário recolher uma boa anamnese (história de
vida) e explorar os momentos em que a pessoa afirma sentir o mal estar associado à
ansiedade. Podem ser realizados testes psicológicos e exames físicos para auxiliar o
processo e, também, despistar outras doenças.
O diagnóstico deve ser sempre realizado por um/a profissional de saúde,
preferencialmente da área da saúde mental (psicólogo/a ou psiquiatra).
Deve ser efetuado, ainda, um diagnóstico diferencial, uma vez que a ansiedade (ou
perturbações associadas) pode ser confundida, ou até ocorrer juntamente (situação
designada de comorbilidade), com outras patologias do foro físico ou mental, como o
caso da perturbação depressiva.
SEVERIDADE DA ANSIEDADE
A ansiedade pode ser sentida em diferentes graus, podendo ser adaptativa ou
patológica.
Quando a ansiedade é uma resposta associada a períodos de adaptação, com sintomas
leves, que motiva a agir, planeando e executando algo, então pode ser considerada
como positiva.
Por outro lado, estamos perante ansiedade patológica quando os sintomas evoluem e
possuem uma severidade elevada, são frequentes e/ou incontroláveis e causam mal estar
significativo a nível físico, cognitivo, comportamental ou social.
Existem escalas/testes que ajudam a perceber o grau de severidade do problema.
Contudo, é através das queixas que a pessoa apresenta, e das consequências que os
sintomas provocam, que o diagnóstico de perturbação de ansiedade é realizado, assim
como é avaliada a sua gravidade.
A ansiedade, quando patológica, consiste numa das problemáticas mentais mais comuns
na sociedade e, dependendo da sua severidade, pode ser altamente incapacitante. De
acordo com a OMS, as perturbações de ansiedade são classificadas como o 6º fator que
mais origina a perda de saúde não fatal e são uma das 10 principais causas de Anos
Vividos com Incapacidade (YLD – Years Lived with Disability).
A problemática da ansiedade pode, inclusivamente, tornar-se crónica, tornando-se parte
do funcionamento da pessoa e causando-lhe incapacidade elevada nos mais variados
contextos do seu dia a dia. Um destes casos é a Perturbação de Ansiedade
Generalizada, que geralmente acompanha a pessoa ao longo de toda a sua vida, embora
com flutuações na gravidade dos sintomas. Nestes casos, a pessoa que sofre de ansiedade,
crónica e incapacitante de alguma forma, pode e deve ser ajudada, através de tratamento
e de estratégias adequadas às suas características.
7
COMPLICAÇÕES DA ANSIEDADE
A ansiedade pode ser sentida em diversos níveis e possuir diferentes graus de severidade.
É importante intervir o mais precocemente possível, de modo a ajudar a pessoa a
compreender o que lhe está a acontecer, assim como o motivo, e ajudá-la a lidar com os
sintomas, tentando diminui-los.
Quando os sinais de ansiedade são ignorados ou o problema não é alvo de tratamento, a
situação pode evoluir, chegando a níveis de gravidade que podem ser prejudiciais não só
para a saúde mental mas também para a saúde física.
Entre as diversas complicações que podem surgir, derivadas de ansiedade, podemos
destacar:
• Perturbações de Ansiedade, Ataques de Pânico, Perturbações Obsessivo-
Compulsivas, Fobias;
• Depressão;
• Dependências de álcool e outras drogas;
• Problemas relacionais que vão afetar os diversos contextos de vida (familiares,
profissionais e sociais);
• Problemas financeiros;
• Diminuição do sistema imunitário com consequente maior probabilidade de
desenvolvimento de infeções;
• Maior probabilidade de existência de doenças respiratórias, cardiovasculares (que
afetam o sistema circulatório – coração, cérebro e artérias, podendo causar, por
exemplo, Acidentes Vasculares Cerebrais – AVC) e metabólicas (dificuldades no
processamento de certos alimentos ou substâncias);
• Suicídio – a ansiedade consiste num fator de risco ao nível do suicídio, não só
devido ao sofrimento causado diretamente pelos sintomas mas também pelas
restantes complicações que a ansiedade patológica pode causar na pessoa.
TRATAMENTO DA ANSIEDADE
Como vimos até ao momento, a ansiedade pode manifestar-se de diversas formas e a sua
etiologia (origem) pode ser variada. Por isso mesmo, não existe um único caminho para
controlar a ansiedade, mas sim vários que devem ser avaliados mediante as
características evidenciadas em cada caso.
Por vezes, alterações nos hábitos do dia a dia permitem-nos lidar melhor com a ansiedade
e podem minimizar ou conduzir ao desaparecimento do problema. Em outros casos, o
combate à ansiedade passa por uma intervenção mais especializada.
8
A psicoterapia ou acompanhamento psicológico pode ajudar numa melhor compreensão
do problema e na forma como este é encarado, promovendo ainda a aquisição e o treino
de estratégias para minimizar os sintomas que a pessoa apresenta.
Paralelamente, pode ser necessário o recurso a medicamentos (ou remédios),
particularmente ansiolíticos ou benzodiazepinas (comummente designados calmantes),
com o intuito de diminuir a sintomatologia no momento, principalmente nos casos mais
agudos. Contudo, as benzodiazepinas possuem um risco elevado de dependência, pelo
que o seu uso deve ser controlado e sempre mediante prescrição médica. Deve ainda ser
destacado, e seguindo as indicações da Direção Geral de Saúde (GDS), que a
farmacoterapia não deve ser encarada como uma solução por si só, visto que não aborda
a origem do problema, apenas atua ao nível dos sintomas no momento e não dota a pessoa
de ferramentas para lidar com as situações ansiogénicas (que induzem ansiedade). Assim
sendo, nos casos em que a medicação é necessária, e prescrita, esta deve ser, idealmente,
complementada com psicoterapia (terapia combinada: psicoterapia +
farmacoterapia).
Para além da psicoterapia combinada com a farmacoterapia clássica associada a
benzodiazepinas, outros suplementos têm vindo a ser estudados para atacar a ansiedade.
Défices (falhas) de vitaminas do complexo B têm vindo a ser associados a depressão e
ansiedade. Nestes casos, quando existe défice de vitamina b, a toma destes suplementos
revela-se eficaz no combate aos sintomas da ansiedade e da depressão. No entanto,
estudos recentes indicam que na população geral (sem défice de vitamina b), os
suplementos deste complexo não produzem efeitos significativos, pelo que só devem ser
tomados quando prescritos pelo/a médico/a e no caso de existir efetivamente défice dessa
vitamina.
Como já vimos, problemas no sono podem ser um sintoma de ansiedade e podem,
também, ser fatores de manutenção da ansiedade, visto que noites mal dormidas originam
sensações de tensão e irritabilidade. Neste sentido, a melatonina pode ajudar.
A melatonina é um antioxidante que o nosso corpo produz durante a noite e nos ajuda a
desfrutar de uma noite tranquila. Alterações nos níveis de melatonina podem causar
perturbações no sono que vão, consequentemente, gerar ansiedade. Assim, nos casos em
que existem efetivamente insónias, a toma de melatonina pode agir contra a ansiedade
atacando esse sintoma específico.
9
• Desfrute de momentos de descanso ao longo do dia e de um sono suficientemente
reparador;
• Crie um momento diário de reflexão e relaxamento, onde, num local em que se
sinta confortável, possa escutar música, de olhos fechados, enquanto se foca na
sua respiração, por exemplo.
• A meditação e o mindfulness (“atenção plena” – técnica associada a meditação,
onde existe o foco no momento presente, no “aqui e agora”, que tenta promover
uma vida mais pacífica e satisfatória) têm vindo a ser cada vez mais validados
como possíveis estratégias complementares no tratamento da ansiedade e na
prevenção de sintomas ansiosas;
• Adote, dentro do possível, um estilo de vida não sedentário, com exercícios
físicos adequados às suas caraterísticas pessoais. Alguns exercícios não
tradicionais têm vindo a ser cada vez mais utilizados para prevenir ou ajudar a
combater a ansiedade, como a prática de: Yoga – treino das posturas do corpo, do
controlo da respiração e da meditação; Pilates – foca-se na estabilidade, no
equilíbrio, promovendo a força muscular, a melhoria das posturas corporais e o
controlo da respiração. Ressalva-se, contudo, que tanto a prática de yoga como a
de pilates não devem ser encaradas como uma estratégia isolada, mas sim como
complementos ao tratamento, nos casos patológicos.
• Prefira alimentos ricos em ómega 3 (como salmão, atum, frutos secos...),
alimentos que contenham vitaminas do complexo b (como arroz e pão integral,
aveia, espinafres...) e que promovam sensações de calma, como chá de extrato de
camomila; Por outro lado, evite, substâncias como a cafeína (café, chá preto...),
alimentos ou bebidas ricos em açúcar ou bebidas alcoólicas;
10
CONCLUSÃO
Concluímos que a ansiedade é uma emoção normal, experienciada pelas pessoas no seu
dia a dia, e caraterizada por sentimentos de tensão, preocupação, insegurança,
normalmente acompanhados por alterações físicas como o aumento da pressão arterial e
da frequência cardíaca, sudação, secura da boca, tremores e tonturas.
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
12