Discenso - Ano VII, N. I PDF
Discenso - Ano VII, N. I PDF
Discenso - Ano VII, N. I PDF
Florianópolis, 2020
Conselho Editorial
Prof. Dr. Diego Nunes (Professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Direito da UFSC
e tutor do PET-Direito); Profa. Dra. Jeanine Nicolazzi Philippi (leciona nos cursos de graduação
e pós-graduação em Direito da UFSC e é ex-tutora do PET-Direito); Bolsistas e ex-bolsistas do
PET-Direito UFSC: Ana Carolina Bolzani Mozetic, Bruna Bessi Pereira, Camila Guimarães da
Silva, Carlos Santos Valeriano, Clara Padial Lucas, Guilherme Cidade Soares, Laura Rodrigues
Hermando, Luiz Felipe Domingos, Thales Donato, Pietra Lima Inácio, Victoria Magnani de Olivei-
ra Nogueira, Weliton Borges Pacheco, William Hamilton Leiria; Ana Maria Garcia, Carla Avellar
Lopes, Eduardo Contini, Gaia Tornquist, Lariane Vialli, Marcelo Born. Marja Mangili Laurindo,
Murilo Rodrigues da Rosa, Renata Volpato, Rodrigo Timm Serafim, Roger de Oliveira Franco. Luiz
Felipe Domingos, Gessica Carolina Goulart Pinto, Luiza Cipriani, Marcelo Boss Fabris, Julia Alves
Pinto Reis, Vinícius Vitorino, Iryni Mariah Helário Meintanis, Lucas de Azevedo Pazin, Andria
Cristina de Andrade, Joana Carvalho Gutierrez, Jordana Soares de Araújo, Marielle Cristina Car-
valho, Andria Cristine Pereira dos Santos
Centro de Ciências Jurídicas
Diretor: Prof. Dr. José Isaac Pilati
Apresentação............................................................................................9
Artigos........................................................................................................13
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN:
CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
Por: Lara Emanuele da Luz e Fabrício Filisbino ...................................... 14
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Por: Thor Veras .......................................................................................... 204
•9
ço às críticas literária e musical, poesia, prosa, resenhas de cine-
ma, fotos, desenhos e trabalhos gráficos em geral; Espaço Público:
reunião de textos críticos, avaliativos e propositivos, versando so-
bre os cursos de graduação em Direito da UFSC e do país, com
abordagem de questões relativas à qualidade de ensino, de pes-
quisa e de extensão, bem como temas atuais e relevantes aos aca-
dêmicos de direito.
Conselho Editorial
Discenso
Artigos
EIXO i
Fabrício Filisbino1
Lara Emanuele da Luz2
1 Introdução
1 Bacharel em filosofia pela Faculdade São Luiz, Brusque – SC; Graduando do programa de forma-
ção pedagógica da Unisul, Tubarão - SC.
2 Mestranda na área de ética e filosofia política do programa de pós-graduação em filosofia da
Universidade Federal de Santa Catarina.
14 • Revista Discenso
Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
16 • Revista Discenso
Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
A ideia dessa proposta não é ser uma teoria geral, mas, (so-
corro essa vírgula aqui) contribuir na definição de um Estado
histórico específico. No entanto, isso implica que se busquem for-
mas para apreender informações sobre aquilo que se passa no Es-
tado, como sua população, suas fontes e seus problemas.
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
18 • Revista Discenso
Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
20 • Revista Discenso
Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
1 Uma coisa interessante na obra de Agamben é que algumas vezes ele distingue zoé de bíos e outras
vezes não, como afirma Edgado Castro. Isso ocorre devido ao fato de Ele fazer uso da distinção
entre zoé e bíos tirada de Aristóteles. E em Aristóteles os dois termos por vezes designam a
mesma coisa, como por outras vezes não. Aristóteles usa bíos para designar a vida animal, por
vezes, assim como zoé. Porém, zoé nem sempre é vida animal, também pode ser entendida
como vida eterna. É uma distinção que não é clara no autor, afirma Castro: “Bíos e zoé, tem
sudo utilizados as vezes de maneira intercambiável, isto não significa que não exista entre eles
nenhuma diferença semântica. O artigo bíos do Liddell-Scott começa assinalando, precisa-
mente, que este termo expressa a maneira de viver (mode of life) ao contrário do simples direi-
to de viver (animal life); apesar de que, como também assinala no Liddell-Scott em seguida, se
pode falar de bíos em relação com os animais”. (CASTRO, E. Acerca de la (no) distinción entre
bíos y zoé. Revista Internacional Interdisciplinar Interthesis. Florianópolis: UFSC. Vol. 09, nº
02, jul./dez., 51 – 60, 2012, p. 55). Todavia, os gregos também mantinham uma distinção entre
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
ambos os termos, afirma Agamben, identifcando zoé com oikía, ou seja, casa, e bíos com polis.
Apesar disso, isso não afeta em nada Agamben, pois a distinção não é sua tese. (Cf. LIDDELL
and SCOTT. Greek-english Lexicon. 7. ed. Nova Iorque: Oxford, 2001).
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Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
24 • Revista Discenso
Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
legal sobre a lei, está dentro e fora dela ao mesmo tempo, podendo
suspendê-la, se colocando legalmente fora dela. A relação que o
soberano mantém com a vida, de exclusão e inclusão, é a mesma
que o soberano mantém com o bando.
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
26 • Revista Discenso
Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
4 Considerações Finais
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Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
Referências Bibliográficas
Eixo I.
A BIOPOLÍTICA EM FOUCAULT E AGAMBEN: CONTRAPONTOS E SEMELHANÇAS
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Fabrício Filisbino e Lara Emanuele da Luz
Eixo I.
Eixo II
Introdução
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Gabriel Roberto Dauer
2 Destaca-se a participação civil na construção e sustentação das ditaduras militares. Sem o apoio
civil (elites políticas, empresariado e população) contesta-se a legitimidade e durabilidade das
ditaduras.
3 Hijos e Hijas por la Identidad y la Justicia contra el Olvido y el Silencio.
4 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL. Estatuto de Roma. Artigo 7º. Disponível em: <http://
www.un.org/spanish/law/icc/statute/spanish/rome_statute(s).pdf>.
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
5 Uma das obras pioneiras sobre o estudo da transição de um período ditatorial para democracias
pode ser vista através da obra Transitions from Authoritarian Rule. Prospects for Democracy
(1986) de Phillippe C. Schmitter e Guillermo A. O’Donnell.
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
38 • Revista Discenso
Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
8 Por responsabilidade penal entende-se as práticas realizadas pelos indivíduos que resultam em
sanções e normas aplicadas quando os mesmos não cumprem determinadas leis (SIKKINK,
2013).
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
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Gabriel Roberto Dauer
Considerações Finais
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
Referências Bibliográficas
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
A TRANSIÇÃO NÃO SERÁ PACTUADA: A RESPONSABILIDADE CRIMINAL INDIVIDUAL
NA ARGENTINA PÓS-DITADURA (1976-1983)
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Gabriel Roberto Dauer
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
1. Introdução
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Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
56 • Revista Discenso
Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
58 • Revista Discenso
Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
60 • Revista Discenso
Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
62 • Revista Discenso
Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
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Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
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Camila Feltrin Azevedo
responsabilização internacional.
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
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Camila Feltrin Azevedo
7. Considerações finais
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
Referências bibliográficas
70 • Revista Discenso
Camila Feltrin Azevedo
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
Resumo: Este trabalho pretende realizar uma análise pelo viés da História Políti-
ca, da Família e da Infância acerca da apropriação de centenas de crianças filhas
de detidos-desaparecidos que ocorreu durante o período da ditadura argentina
(1976-1983). As principais fontes utilizadas são dois manuais ministeriais do go-
verno militar mencionado. Busco entender como as crianças apropriadas, dentro
desse projeto de nação, podem ser consideradas um “espólio de guerra”. Além
disso, trago à baila detalhes da apropriação que podem ser entendidos a partir
das lentes do gênero e do discurso.
Introdução
72 • Revista Discenso
Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
74 • Revista Discenso
Marina Lis Wassmansdorf
acercam a temática.
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
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Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
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Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
Espólio de guerra
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Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
82 • Revista Discenso
Marina Lis Wassmansdorf
14 Espólio de guerra (trad.). Esse termo foi utilizado pela primeira vez pela
organização Abuelas em 1985, na primeira edição do livro Botín de Guerra,
de Julio Nosiglia, e foi endossado pelas cientistas argentinas especialistas no
tema da ditadura argentina e familiares: Judith Filc, Elizabeth Jelin, Ludmi-
la Catela da Silva. O espólio de guerra pode ser compreendido, igualmente,
a partir dos regimes de violência e crueldade em que mulheres e crianças
tornam-se objetos de eliminação do inimigo, e as crianças são utilizadas
para dizer algo. Nesses processos históricos em que se mata por motivos
políticos, étnicos, religiosos; as mulheres são utilizadas como um corpo re-
produtor e transportador da representação do inimigo, por meio de seus
filhos. No caso argentino, as mulheres detidas foram obrigadas a levar sua
gravidez até o final, a fim de que seus filhos, ao nascer, pudessem ser rouba-
dos para serem transformados – essa é, essencialmente, a noção de espólio
de guerra defendida por Padrós (PADRÓS 2007). Em outros casos, como
na Iugoslávia, as mulheres eram violadas para criar filhos com a mesma
identidade que seus algozes (DA SILVA, 2005).
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
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Marina Lis Wassmansdorf
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“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
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Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
17 O exemplo das netas Laura e Tatiana, um dos casos mais antigos de resti-
tuição resolvido pela organização, é de uma família que as adotaram des-
conhecendo sua origem, porque as meninas haviam sido abandonadas em
uma praça. Depois da localização, as avós puderam contatar facilmente as
netas, que ficaram com a família adotiva. (VEIGA; WULF, 2007, p.38).
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Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
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Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
92 • Revista Discenso
Marina Lis Wassmansdorf
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
94 • Revista Discenso
Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
“ESPÓLIO DE GUERRA”: UMA ANÁLISE DAS APROPRIAÇÕES DE CRIANÇAS NA DITADU-
RA ARGENTINA (DE 1976 AO TEMPO PRESENTE)
96 • Revista Discenso
Marina Lis Wassmansdorf
Eixo II
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
98 • Revista Discenso
Camila Feltrin Azevedo
Eixo III
Eixo II
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
1 Introdução
Utilizando o arcabouço teórico desenvolvido pelas crimi-
nologias crítica e feminista e pelos estudos pós-coloniais e deco-
loniais - também em sua vertente feminista -, a presente pesquisa
evoca a importância de se estudar as particularidades da expe-
riência latino-americana e, especialmente, da realidade brasileira.
Entendendo que a mera absorção dos saberes nascidos nos países
centrais não é capaz de dar conta das singularidades do controle
punitivo nas sociedades periféricas, busca-se investigar o desen-
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
2 A colonialidade do poder
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
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AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
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AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
5 Considerações finais
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Referências bibliográficas
AGUIRRE, Carlos. Cárcere e sociedade na América Lati-
na, 1800-1940. In: MAIA, Clarissa Nunes; SÁ NETO, Flávio de;
COSTA, Marcos; BRETAS, Marcos Luiz. História das prisões no
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BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial.
Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117,
maio/ago. 2013.
BENTO, Maria Aparecida Silva. A mulher negra no merca-
Eixo III
AS MULHERES E O CÁRCERE: COLONIALIDADE DO PODER E APRISIONAMENTO
FEMININO
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
1 Introdução
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
3 Os Sistemas de Opressão
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
6 Considerações Finais
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Referências Bibliográficas:
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do
Direito Penal: introdução à sociologia do direito penal. Editora
Revan: Insituto Carioca de Criminologia. 3. ed. Rio de Janeiro,
2002.
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à questão humana”. In: CAMPOS, Carmen Hein de (Org.).
Criminologia e feminismo. Porto Alegre: Sulina, p. 19-80, 1999.
BATISTA, Nilo. Introdução Crítica ao Direito Penal
Brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
BRAZÃO, Nélio; MOTTA, Carolina; RIJO, Daniel. A
eficácia das intervenções psicoeducacionais na reabilitação
de menores agressores: dos programas multimodais ao Gerar
Percursos Socias. In: CARIDADE, Sónia; SANI, Ana. Violência,
Agressão e Vitimação: Práticas para a Intervenção. Coimbra:
Edições Almedina, 2013.
CAMPOS, Carmen Hein de; CARVALHO, Salo de. “Tensões
atuais entre a criminologia feminista e a criminologia crítica: a
experiência brasileira”. In: CAMPOS, Carmen Hein de (Coord.).
Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-
feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 143-169, 2011.
LENIN, Vladimir Ilitch. O Estado e a Revolução: o que
ensina o marxismo sobre o Estado e o papel do proletariado
na revolução. Editora: Expressão Popular, 2. ed. São Paulo: 2010.
MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas
diferenças. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntita Editora - UFOP, 2012.
PINTO, Renato Sócrates Gomes. Justiça Restaurativa
Eixo III
CRIMINALIZAÇÃO DAS OPRESSÕES: ENTRE O “ABOLICIONISMO PENAL JÁ” E A
IDEOLOGIA DO PUNITIVISMO
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
Fernando Vechi1
1 Introdução
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
5 Considerações finais
Referências bibliográficas
Eixo III
UMA ABORDAGEM CRIMINOLÓGICA DO FILME A CAÇA: O TEOREMA DE THOMAS NA
CULTURA PUNITIVA E OS IMPACTOS DE UMA FALSA ACUSAÇÃO CRIMINAL
Eixo III
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Por: Thor Veras
Eixo II
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Resumo:
1 Introdução
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
(HugoChávez, 1999).
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
5 Considerações finais
O texto partiu de numa reflexão inicial sobre modernidade,
religião e política, propondo-nos entender a relação entre política
e religião na Venezuela contemporânea, nas últimas três décadas.
Mostrou-se que a proposta política do governo Chávez teve a
intenção, em primeiro lugar, de refundar a República venezuelana,
contrapondo-se ao passado pós-independência. Para tal, faz de
Simón Bolívar e os heróis pátrios, referências de um passado
glorioso que deveriam servir de modelo à V República.
Ancorado em atitudes típicas do populismo clássico latino-
americano, Hugo Chávez procura, a partir de então, uma relação
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
Referencias bibliográficas
AGUIRRE, J.M, Brito, B. 1983. El mito de Bolívar y su
función política. In: Biblioteca de Comunicación, Caracas, nº. 41-
Eixo IV
A DEMOCRACIA NA VENEZUELA ATUAL E A JUNÇÃO DO NEOPOPULISMO COM O
MESSIANISMO RELIGIOSO
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SALAS, Yolanda. 2001. La dramatización social y política
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22/09/2015.
TORRES, Ana Teresa. ¿El liderazgo religioso de Hugo
Chávez? In: BISBAL, Marcelino (Coord.). La política y sus tramas:
miradas desde la Venezuela del presente. UCAB, 2013.
Eixo IV
DEMOCRACIA NO MERCOSUL: A SITUAÇÃO DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA
VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Eduardo Moretti1
Gustavo Knaesel Hoffmann2
1 Introdução
Desde a morte do ex-presidente Hugo Chávez, em março
de 2013, a República Bolivariana da Venezuela tem vivido uma
crescente crise econômica, motivada, em grande medida, pela
queda do preço do petróleo no mercado internacional, principal
commodity venezuelano, assim como pelo insucesso das ações
Eixo IV
DEMOCRACIA NO MERCOSUL: A SITUAÇÃO DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA
VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Eixo IV
DEMOCRACIA NO MERCOSUL: A SITUAÇÃO DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA
VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Eixo IV
DEMOCRACIA NO MERCOSUL: A SITUAÇÃO DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA
VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
5 Democracia e Liberdade
Democracia é usualmente definida como a forma de
governo na qual o poder político emana do povo, que o exerce
diretamente ou por meio de representantes eleitos mediante
sufrágio universal, contrapondo-se, desta forma, aos modelos
políticos autocráticos e oligárquicos, dentre os quais a ditadura, o
absolutismo, as monarquias e a aristocracia.
Em que pese a multiplicidade de correntes teóricas que
influenciam a concepção moderna de democracia - em especial
Eixo IV
DEMOCRACIA NO MERCOSUL: A SITUAÇÃO DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA
VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Eixo IV
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VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Eixo IV
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meios de comunicação.8
De maneira igualmente preocupante, o governo venezuelano,
por meio da Resolução 0008610/2015 – que estabelece normas
sobre a atuação da Força Armada Nacional Bolivariana nas funções
de controle da ordem pública, paz social e convivência cidadã
em reuniões públicas – autorizou o emprego de violência ativa
e até mesmo mortal como forma de contenção de manifestações
populares e reuniões pública, institucionalizando, assim, a política
de violência como forma de repressão aos protestos.9
Ainda na linha de violação a direitos humanos, é de se
lembrar que a Venezuela denunciou a importantes tratados
internacionais que visam à preservação de direitos humanos e
valores democráticos, a exemplo da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San José
da Costa Rica, que enumera, dentre outros direitos, a liberdade
de pensamento e expressão, o direito de reunião, a liberdade de
associação e a garantia do devido processo legal.
No que tange à liberdade de iniciativa e intervenção do
Estado na ordem econômica, as medidas de Maduro, além
de desastrosas sob o enfoque macroeconômico, transcendem
aquilo que se poderia reputar, numa perspectiva estadista,
ideologicamente tolerável, representando, em vez disso, graves
violações às liberdades do povo venezuelano.
7 Considerações finais
Assim, diante das medidas que vêm sendo tomadas pelo
governo venezuelano – em especial as restrições à liberdade de
manifestação e de imprensa, o desrespeito à divisão de poderes
e a perseguição de lideranças oposicionistas –, pode-se afirmar
que existem sérias dúvidas quanto ao futuro da Venezuela no
MERCOSUL.
Cabe salientar que o Bloco já suspendeu temporariamente
Eixo IV
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VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Referências Bibliográficas:
AMNESTY INTERNATIONAL. Venezuela: Los derechos
humanos en peligro en medio de protestas, 2014. Disponível em
[https://doc.es.amnesty.org/cgi-bin/ai/BRSCGI/25300914%20
Venezuela?CMD=VEROBJ&ML KOB=32890945151]. Acesso em
1º de setembro de 2016.
BAUMANN, Renato. Mercosul: origens, ganhos,
desencontros e perspectivas. In: Renato Baumann (Org.).
Mercosul - Avanços e desafios da integração. Brasília: IPEA/
CEPAI, 2001, p. 19-68.
BOBBIO, Norberto; MATEUCCI, Nicola; PASQUINO,
Gianfranco. Dicionário de Política, volume 1. 4ª ed. Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 1992.
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e Democracia. Tradução
Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Brasiliense, 2000.
BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. Disponível em: [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituicao/Constituicao.htm]. Acesso em 2 de abril.
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VENEZUELA FRENTE À CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DO PROTOCOLO DE USHUAIA
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Resumo
Palavras-chave:
Introdução
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
1 Cf. JAEGGI, Rahel. “What (if Anything) Is Wrong with Capitalism? Three
Ways to Critique Capitalism”. Disponível em https://www.philosophie.hu-
-berlin.de/de/lehrbereiche/jaeggi/mitarbeiter/jaeggi_rahel/capitalismen-
glish_final.pdf. Acesso em: 5 dez 2020.
TAYLOR, Charles: “What’s wrong with Capitalism?”, in: New Left Review 2,
Mar./Apr. 1960, 5-11. VAN PARIJS, Philippe: “What (if anything) is intrin-
sically wrong with Capitalism?” in: Philosophica 34, pp. 85-102. 1988.
2 O resultado desse estudo está na coletânea organizada por Honneth “Be-
freiung aus der Mündigkeit: Paradoxien des gegenwärtigen Kapitalismus”.
Frankfurt: Campus Verlag, 2002.
3 Cf. ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: SADER, Emir. GEN-
TILLI, Pablo. Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrá-
tico. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1995.
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
20 ROSE, Nikolas. Governing the Soul. The shaping of private self. Free Asso-
ciation Books, 1999.
21 LAZZARATO, Maurizio. Glossário do Homem Endividado. São Paulo:
N1-Edições, 2016.
22 No campo político as demandas de autorrealização individual entoadas pe-
los espíritos libertários de “Maio de 68” se transformaram em linguagem
motivacional de empresas e da indústria do marketing. Como afirma o filó-
sofo Vladimir Safatle, “esta foi a maior vitória do neoliberalismo: definir até
mesmo nossa gramática de nossa revolta” (SAFATLE, p. 20, 2016).
23 É notório o famoso depoimento de Margaret Thatcher ao sustentar que a
sociedade é uma ficção, logo que na realidade, promulgada pela razão neo-
liberal, só existem indivíduos e suas famílias. Ou seja, o neoliberalismo pro-
duz novos sujeitos ou um novo modelo racional de subjetividade que in-
corpora toda a ideologia de auto responsabilidade. Isso fica claro em outra
ocasião quando a ex-primeira ministra do Reino Unido confirma essa tese:
“A Economia é o método. O objetivo é mudar o coração e a alma”.
24 AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução de Selvino Assmann. São Pau-
lo: Boitempo, 2007 BENJAMIN, Walter. O capitalismo como religião. São
Paulo: Brasiliense, 1985.
25 BRUNEL, Valérie. Les managers de l’âme: le développement personnel en
entreprise, nouvelle pratique de pouvoir. Paris, La découverte, 2004.
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
33 Cf. GORI, Roland. L’Empire des coachs. Une nouvelle forme de contrôle
social. Paris: Editions Albin Michel, 2006.
34 Cf. BECK, Ulrich. A sociedade do risco. Rumo a uma outra modernidade.
São Paulo: Editora 34. 2010.
35 A depressão nesse sentido é o outro lado da demanda meritocrática. O soció-
logo Alain Ehrenberg sustenta a tese de que o número de doenças depressi-
vas aumenta de 1979 até 1996 consideravelmente decorrente dessa aventura
empresarial e empreendedora. De acordo com Ehrenberg, cada vez mais
aparecem indivíduos doentes tendo crashes e crises individuais resultados
de sentimentos de insatisfação e das demandas de responsabilidade. Segun-
do Han, essa pressão causa cada vez mais “infartos psíquicos”, em termos
patológicos, o alto índice da síndrome de burnout é sintomática nesse sen-
tido. Desde empresários de bolsa de valores até professores todos padecem
dessa exaustão. Na sociedade em que o tempo é dinheiro, o capitalismo é o
senhor do tempo, o princípio é o da maiorias das doenças sociais. Conferir
também: KEHL, Maria Rita. O tempo e o cão: a atualidade das depressões,
São Paulo: Boitempo, 2009. DUNKER, Christian. Mal-estar, sofrimento e
sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros. São Paulo: Boitempo,
2015.
36 Cf. SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: as conseqüências pessoais
do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999.
mais exaustos-e-correndo-e-dopados37.
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
de modernização capitalista.
BIBLIOGRAFIA
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
PARADOXOS DO NEOLIBERALISMO
Eixo IV
REPRESSÃO E EXCEÇÃO: MARCAS DA POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA
Eixo V
Eixo II
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
1 Introdução
Duas estratégias podem ser diferenciadas como as mais
recorrentes no debate sobre a fundamentação dos direitos
humanos na dignidade humana: tratar-se a dignidade humana
como um princípio moral fundador do sistema de direitos
humanos, portanto, como um valor intrínseco que sustenta esses
direitos; ou tratá-la como uma terminologia sobre o status dos
seres humanos, sua classificação comparativa, que resulta nos
direitos humanos. No centro desta controvérsia pode-se identificar
o pensamento kantiano, ora interpretado da primeira maneira
1 Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Bolsista CAPES. Contato:
[email protected]
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
2 Etimologia e significado
O termo “dignidade” advém da dignitas romana, cuja
aplicação se dava na forma de um status que o detentor da dignitas
possuía e que denotava seus poderes políticos, sua ascensão social.
Esse status concedia ao seu possuidor uma imagem de grandeza e
superioridade que vinha acompanhada de direitos e deveres. Ou
seja, a imagem de grandeza inerente à dignitas envolvia um lugar
elevado na hierarquia política e social, que demandava deferência
daqueles abaixo dessa posição de destaque.
Tal posição era comumente atribuída a homens lotados em
cargos oficiais, proprietários de terras e escravos, transformando-
os em cidadãos dignos. A palavra associava-se a um valor dado ao
indivíduo e que comumente se estendia a sua família. Este valor
tinha sua manutenção na atuação de destaque e no merecimento
advindo da reiterada conquista de poder e prestígio. Christopher
Francese (2007, p. 127) esclarece, então: “there was thus a kind
of productively vague slippage between political prestige,
management of the state, and moral worth”.
A perda da dignitas significava um rebaixamento social
que resultava em humilhação para o seu antigo possuidor,
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
igualdade.
Como se pode notar, nesse trecho há uma separação clara
entre o ser humano tomado na sua animalidade e o ser humano
tomado na sua capacidade moral racional. Ainda, nota-se que Kant
se refere expressamente a um “valor interno absoluto”, no ponto
em que discute a dignidade da capacidade moral. Cabe interpretar
de uma forma não abstrata e valorativa um trecho tão evidente?
O pesquisador alemão Oliver Sensen (2011), propõe uma nova
tentativa de interpretação do dever de respeito aos seres humanos,
em que reforça a noção clássica da dignidade para ler Kant.
Sensen distingue entre o que chama de “paradigma tradicional
da dignidade” e “paradigma contemporâneo da dignidade” (2011,
pp. 147 – 161). Para Sensen, Kant vê a dignidade nos moldes do
paradigma tradicional, ligado à ideia de status.
O paradigma tradicional da dignidade, ou clássico, é
composto de dois níveis conceituais. No primeiro nível há sempre
a referência à constituição racional superior do ser humano em
relação aos demais animais, entregues às inclinações sensíveis
(o ser humano também é afetado por elas, mas possui uma
capacidade de racionalmente dirigir seu arbítrio e fazer prevalecer
a vontade racional). O segundo nível do paradigma tradicional
faz referência a um dever que o ser humano tem de realizar
completamente e de maximizar a sua dignidade do primeiro nível,
ou seja, sua obrigação moral de estar à altura de sua constituição
racional (SENSEN, 2011, p. 161). Isto é corrente no pensamento
dos estóicos e dos romanos.
Esses dois níveis, por exemplo, são identificáveis em Cícero,
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
4 Considerações finais
A dignidade tomada como um status ou categoria elevada
contém em si uma ideia de igualdade, já que entre os integrantes
da determinada categoria não há hierarquia, mas sim igualdade.
Essa igualdade, por sua vez, foi realocada historicamente. É o que
Waldron menciona a respeito da poesia romântica do século XVIII
tardio, em que uma inversão é realizada e a dignidade verdadeira
passa a ser atribuída ao homem comum, ao povo.
Há aqui um movimento histórico gradual de transvaloração
da dignidade, em que ela deixa de ser privilégio de alguns e passa
a descrever a alta estima do homem comum. A partir disso, pode-
se sustentar uma mutualidade entre a ideia de dignidade e de
igualdade, posto que se complementam e ajudam a compreender
o significado de uma e de outra. Assim, a moderna concepção
de dignidade é resultado de um processo de incorporação da
igualdade, uma equalização da ideia de superioridade e status.
A partir da modernidade ter-se-ia estabelecido para todos os
seres humanos um destino e uma concepção voltadas à grandeza
da nobreza humana, o que impõe o mútuo respeito como uma
obrigação.
Jeremy Waldron analisa a legislação sobre direitos
humanos, buscando mostrar que nela está compreendida a ideia
de uma posição de elevação, nos moldes aristocráticos, mas sem
hierarquias. Por exemplo: a proibição de tratamento degradante,
a salvaguarda contra insultos e discursos de ódio, a proibição da
discriminação de indivíduos e, de forma menos direta, a própria
ideia de auto-legislação, que é ínsita aos sistemas de “rule of law”.
Ou seja, é parte da nossa noção de direitos humanos a
constituição genérica de um único status abrangente. Esse status
dota todos os seres humanos, indistintamente, ao menos do ponto
de vista normativo, de um mesmo lugar ideal de fala, respeito e
igualdade. É claro que essa interpretação não esgota o tema, nem
tampouco chega a qualquer conclusão decisiva sobre a visão
de Kant, mas abre boas interrogações para a continuação desse
trabalho de depuração conceitual.
Referências bibliográficas
CÍCERO, Marco Túlio. De Ofiicis. Tradução: Walter Miller.
London: William Heinemann; New York: The Macmillian Co..
FRANCESE, Christopher. Ancient Rome in so many words.
New York: Hippocrene, 2007.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos
Costumes. Trad.: Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso
Editorial / Barcarolla, 2009.
KANT, Immanuel. Metafísica dos Costumes. 2ª ed. Trad.:
José Lamego. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.
SCHÖNECKER, Dieter; WOOD, Allen. A “Fundamentação
Eixo V
A CONCEPÇÃO DA DIGNIDADE COMO STATUS
Eixo V