Silos
Silos
Silos
MARÇO DE 2008
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2007/2008
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
[email protected]
Editado por
Este documento foi produzido a partir de versão electrónica fornecida pelo respectivo
Autor.
Silos Metálicos
AGRADECIMENTOS
O meu sincero agradecimento ao Professor Mota Freitas que sempre me atendeu e escutou, e a quem
devo todo o conhecimento adquirido nesta tese. À Professora Elsa Caetano pelo grande apoio e
indispensável aconselhamento. Ao Professor António Ferreira, por todos os conhecimentos que me
legou. À minha colega Diana Peres (ETEC) pela transmissão de conhecimentos e experiência.
i
Silos Metálicos
RESUMO
Neste trabalho estudam-se fenómenos e metodologias relacionadas com a construção de silos
metálicos. No início descrevem-se as diferentes formas de arranjo espacial dos silos e os critérios que
regem a escolha dos materiais utilizados na sua construção. De seguida, examinam-se as propriedades
do material armazenado e características geométricas associadas aos silos (em particular dos silos
metálicos). São ainda observadas as causas da explosão de silos, acção correntemente negligenciada.
Projectam-se dois silos que se distinguem entre si pela sua secção transversal: uma circular e a outra
rectangular. As acções consideradas são as definidas no Eurocódigo 1 (Parte 4); na verificação
estrutural adoptam-se os critérios do Eurocódigo 3 (Parte 4.1) para o silo circular, e os das normas
canadianas para o rectangular.
Realiza-se ainda um programa de elementos finitos, em MATLAB, com o objectivo de criar uma
alternativa de cálculo ao programa comercial utilizado (ROBOT).
iii
Silos Metálicos
ABSTRACT
In the present work, steel silos construction and related phenomena and methodology are studied. It
begins with a description of the physical arrangement made with silos, and the criteria taken for the
selection of construction material. Following, bulk solids physical properties and silo’s geometry are
examined (with especial focus on steel silos). Due to the neglect of dust explosions, a chapter is
written for a better understanding on this subject.
Two types of silos are studied with the difference in their cross section area (one of them has a circular
cross section, the latter a rectangular one). General principles and actions are taken from Eurocode 1
(Part 4); strength assessment of the circular structure is based on Eurocode 3 (Part 4.1) rules, while the
rectangular one follows the Canadian technical specifications.
Yet, a MATLAB code is presented, an alternative way to the commercial program ROBOT.
v
Silos Metálicos
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i
RESUMO ................................................................................................................................. iii
ABSTRACT ............................................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1
2. HISTÓRIA................................................................................................................................3
2.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................3
2.2. ÁREAS DE UTILIZAÇÃO DOS SILOS .................................................................................................4
2.3. MATERIAL ESTRUTURAL ..................................................................................................................6
2.3.1. SILOS DE AÇO ..................................................................................................................................6
4. ACÇÕES ................................................................................................................................27
4.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................27
4.2. CLASSES ESTRUTURAIS DOS SILOS .............................................................................................27
4.3. SITUAÇÕES DE DIMENSIONAMENTOS PARA OS SILOS .................................................................29
4.4. CARGAS NAS PARADES VERTICAIS...............................................................................................30
vii
Silos Metálicos
viii
Silos Metálicos
VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL
6.8. PAREDES CILÍNDRICAS ..................................................................................................................71
6.8.1. ESTADOS LIMITE PARA AS PAREDES ................................................................................................71
ix
Silos Metálicos
x
Silos Metálicos
xi
Silos Metálicos
1
INTRODUÇÃO
Os silos, tema desta tese, são estruturas muito particulares cujo interesse tem vindo a aumentar, o que
se reflecte na crescente bibliografia que lhes é dedicada, e no grande número de teses de mestrado e
doutoramento que se debruçam sobre esta matéria.
Para se realizar uma análise de um silo há que ter em conta conceitos de várias áreas do conhecimento
da engenharia civil, nomeadamente conceitos de mecânica dos solos, de hidráulica e ainda os da
engenharia estrutural, mais em particular da construção metálica.
O conhecimento sobre silos metálicos é ainda escasso, não só devido ao facto de ser um tema recente
da área da engenharia civil, mas também por serem estruturas usadas em áreas muito particulares da
vida civil, tais como portos e industria agrícola.
No entanto, devido ao grande desafio que constitui a realização do dimensionamento de um silo (e o
estudo acrescido para o exercício da profissão), pois obriga a um grande rigor estrutural e elevado
conhecimento técnico, têm-se tornado um estímulo para quebrar a barreira do desconhecimento. Um
maior conhecimento sobre silos metálicos traduzir-se-á em importantes avanços noutras áreas, como
por exemplo na engenharia aeronáutica, onde os elementos de casca têm especial relevo.
Neste trabalho procura-se compreender o método de dimensionamento de um silo metálico, bem como
o seu comportamento estrutural. São especialmente estudados o silo de secção circular, e depois, o de
secção rectangular. Em primeiro, definem-se as acções a aplicar ao silo, de acordo com as regras do
Eurocódigo 1(Parte 4- silos e reservatórios). Com as acções determinadas, procede-se à verificação de
cada um dos silos: o silo circular respeita as determinações do Eurocódigo 3 (Parte 4.1- silos e
reservatórios), enquanto que o rectangular segue as regras das normas canadianas.
Ambos os silos são modelados pelo software recorrendo ao programa comercial ROBOT, que permite
a obtenção de esforços (tensões principais máxima e mínima, e esforços de membrana), para posterior
verificação, de acordo com cada um dos regulamentos.
1
Silos Metálicos
2
Silos Metálicos
2
HISTÓRIA
2.1. INTRODUÇÃO
A aleatoriedade do rendimento das colheitas sazonais e a desigual distribuição de cereais no mundo
provocou um irregular consumo dos mesmos. Para obviar esta situação constituem-se reservas com os
excedentes dos anos agrícolas bons, para futuro consumo em anos menos produtivos.
O armazenamento destes produtos (milho, trigo, cevada, etc.) é feito geralmente em silos, sendo
posteriormente daí expedidos a granel ou ensacados.
Vários produtos de utilização industrial, como por exemplo cimento, clinker, minérios etc., são
igualmente armazenados em silos.
Os silos são geralmente de aço ou betão (armado ou pré esforçado) e são compostos por uma ou mais
células, colocadas lado a lado neste último caso. As células são dotadas de aberturas apropriadas, nos
topos e nas bases (tremonhas), por onde se faz o seu enchimento e esvaziamento, respectivamente.
A Fig. 2.1 representa a constituição e o esquema de funcionamento de um silo de várias células:
3
Silos Metálicos
4
Silos Metálicos
Nas grandes cooperativas agrícolas chegam-se a utilizar silos com capacidade para 10 000 toneladas
ou mais. Nesses casos, o betão pré-esforçado é o material mais apropriado para a sua construção. As
células deste silos têm anexadas algumas células de menor capacidade, requeridas para o
armazenamento secundário de cereais.
A capacidade dos silos utilizados em portos é impressionante: excede frequentemente as 10 000 e 20
000 toneladas, chegando mesmo às 50 000 toneladas ou mais. Pré-esforço e aço são os materiais de
eleição para a sua construção, prestando-se especial cuidado à sua manutenção, pela localização em
ambiente marítimo.
Os silos industriais são particularmente robustos, devido à grande quantidade de material que
armazenam. Um problema comum neste tipo de silos é a formação de arcos no interior da massa
armazenada, que impedem o normal escoamento do material. A fermentação é a causa deste
fenómeno, pois favorece a aglomeração entre partículas. Actualmente, a detecção de sobre
aquecimento e uma correcta ventilação permitem minimizar os efeitos da fermentação.
Os silos inclinados da figura 2.2 e 2.3 são especialmente adequados para o armazenamento de
produtos industriais, pois facilitam o escoamento do material armazenado.
5
Silos Metálicos
Por outro lado, a construção de silos com aço traz também alguns inconvenientes, tais como a corrosão
e a criação de água de condensação que poderá ser prejudicial a alguns dos materiais armazenados.
A escolha do material está ainda dependente do tipo de esforços a que o silo estará sujeito. Nos silos
de betão, os esforços de tracção terão de ser cuidadosamente monitorizados. No caso de silos
metálicos, em particular os de secção circular, os esforços transversais são suportados por anéis
abraçadeiras que ficarão traccionadas. Nestes silos há que ter em conta fenómenos de varejamento.
Os silos de betão são indicados para silos altos, e os de aço para os restantes casos.
Nesta tese serão estudados apenas silos metálicos, sendo por isso o aço o material de eleição no
seguimento deste estudo.
6
Silos Metálicos
Os silos cilíndricos são estruturas preferidas em relação aos prismáticos, do ponto de vista de custo
estrutural. No entanto, em termos de capacidade de armazenamento, um silo quadrado armazena 27%
de volume a mais, em relação a um silo cilíndrico de diâmetro igual ao lado do quadrado.
A chapa laminada da parede tem de ser calculada para suportar os esforços de flexão (flexão desviada
ou flexão local).
Os painéis sucessivos são ligados por soldadura das barras verticais (fig. 2.5) formando-se um núcleo
triangular, cuja espessura varia com a altura do painel e que forma o esqueleto resistente da célula,
funcionando como pilar.
7
Silos Metálicos
Estes “pilares” são calculados para suportar a tensão de compressão vertical devida ao peso próprio da
célula e ao atrito dos grãos na parede. Estes “pilares” podem ser preenchidos com betão se se
pretender aumentar a sua capacidade de carga.
Cada célula é coberta com um tecto de chapa de aço com a forma de uma pirâmide.
Os vários componentes das células pré fabricadas são transportados para o local onde são montados
por soldadura, de modo que não haja o mais pequeno interstício entre painéis celulares componentes
garantindo-se assim que a célula seja completamente estanque.
Por fim, as células são sujeitas a um teste de impermeabilidade ao ar, através de ar comprimido. Esse
facto permite que os grãos sejam conservados numa atmosfera confinada com todas as vantagens
inerentes a este método de conservação.
As células podem ser montadas individualmente: as suas dimensões e forma são calculadas para
providenciar a máxima capacidade de armazenamento, em relação à área de superfície utilizada. As
várias alturas para as quais podem ser fornecidas, permitem muitas variações da capacidade. Podem
também ser montadas num conjunto de várias células e as dimensões normalizadas dos seus painéis
oferecem uma dupla vantagem.
Em primeiro lugar, elas permitem um alargamento pela adição de células suplementares às células já
existentes, usando uma ou mais das paredes já construídas.
Um exemplo clarificará esta vantagem: uma simples célula octogonal requer 8 painéis para a sua
montagem. Se uma segunda célula for montada junto a esta primeira, serão apenas necessários 7
painéis, já que o oitavo será comum à primeira célula. Se 4 células forem montadas, não serão precisos
32 painéis, mas apenas 28 já que 4 deles são comuns. Se 6 células foram ligadas, 41 painéis serão
precisos em vez de 48, e sempre assim (fig. 2.6). Por isso, quanto maior for a capacidade, ou seja, o
número de células, menor será o aumento do custo de primário por volume armazenado.
A segunda vantagem importante do agrupamento de 4 células octogonais é a de criar no seu centro,
uma pequena célula quadrada (cuja capacidade é de cerca de um quinto da célula octogonal). É
formada integralmente por cada uma das 4 células octogonais em redor, e tem apenas o custo da
cobertura e da base (sobre a qual repousa). Cada grupo de duas células octogonais além das 4
providencia assim, gratuitamente, uma pequena célula quadrada suplementar.
8
Silos Metálicos
É claro que células quadradas podem ser adicionadas na periferia das células já construídas. A fig.2.6
mostra as diferentes combinações pelas quais as células podem ser agrupadas.
As células podem ser usadas de acordo com as circunstâncias, com um conjunto de base plana ou em
galerias, ou até em cima de tremonhas. A superestrutura de aço mantém-se a mesma, apenas as
fundações de betão reforçado variam.
9
Silos Metálicos
10
Silos Metálicos
11
Silos Metálicos
Fig. 2.10- Combinações possíveis entre silos circulares (com células intercaladas)
As células cilíndricas são do tipo mais comum, com cerca de 4 a 6 m de diâmetro, e com uma altura
até 20 m.
São construídas com chapas de aço dobradas formando uma curva e erigidas no local por soldadura.
Vantagens
Estes silos de células circulares permitem aos grãos serem conservados numa atmosfera confinada,
com as vantagens inerentes a este método de armazenamento.
Podem ser dimensionadas para permitir uma capacidade de armazenamento máxima: em primeiro
lugar, permitem extensões pela adição de células suplementares construídas sobre as já existentes,
utilizando as paredes já construídas. Mais, e esta é uma vantagem deveras importante deste sistema, o
agrupamento de três ou quatro células tem como resultado a criação de uma célula intercalada entre
elas, para as quais são apenas necessários os painéis devidamente atirantados, o tecto e a pequena
chapa de aço na base.
A fig. 2.11 mostra as diversas combinações possíveis com estas células. De notar que parte das células
intercaladas podem ser utilizadas para permitir que elevadores ou cadeia de baldes sejam instalados
para o enchimento das células.
12
Silos Metálicos
Geralmente, existe uma parte circular por cima da tremonha cónica. A separar essas duas zonas,
encontra-se a chamada zona de transição, onde estão situados o anel-viga, a “saia” e/ou a ligação às
colunas de suporte (caso do silo elevado).
13
Silos Metálicos
Tanto as paredes cilíndricas como as da tremonha têm de ser verificadas para os respectivos modos de
ruptura, que se dão sobretudo por varejamento ou colapso plástico.
Os silos podem ser apoiados directamente no solo ou elevados:
Fig. 2.13- Silos circulares apoiados directamente no solo (à esquerda), e elevados (à direita)
Os silos elevados ficam apoiados ora pela “saia”, ora por colunas de apoio.
Em termos estruturais, os silos dividem-se em três categorias distintas:
Silos de paredes lisas
Silos de paredes reforçadas
Silos de paredes quinadas
14
Silos Metálicos
3
PROPRIEDADES DO MATERIAL
ARMAZENADO
3.1. INTRODUÇÃO
A determinação das propriedades do material armazenado antepassa o dimensionamento do silo . As
forças devidas ao material armazenado são dependentes dessas propriedades, tais como a densidade,
ângulo de repouso, compressibilidade, etc. Outro aspecto do dimensionamento relacionado com essas
propriedades é a prevenção de problemas relacionados com o fluxo do material (tal como o
aparecimento de arcos internos). Estas propriedades estão interligadas com o tamanho das partículas,
forma, grau de humidificação, coesão e outras características dos materiais.
1 2
w p p a , (3.1)
p
sendo a o peso volúmico não compactado e p o compactado, ambos calculados em quilogramas por
metro cúbico. O peso volúmico não compactado serve para avaliar a capacidade do silo (ou caixa) e da
tremonha, enquanto o peso volúmico compactado é usado para dar uma estimativa conservativa da
força de compressão. O peso volúmico de trabalho é usado para determinar a taxa de enchimento
/esvaziamento do silo.
3.3. COMPRESSIBILIDADE
A compressibilidade é uma medida da variação de volume do material armazenado causada por uma
mudança no sistema de forças actuantes. O coeficiente de compressibilidade k c permite caracterizar a
qualidade de fluxo do material armazenado e é definido pela equação (3.2):
15
Silos Metálicos
p a a
kc 1 (3.2)
p p
Coeficiente de
Classe do material sólido Fluxo
compressibilidade
Os materiais granulares são geralmente não coesivos e de fluxo fácil, enquanto os pós muitas das
vezes são o oposto. Regra geral: quando maior for o peso volúmico do material, mais fina será a
partícula do pó.
O ângulo de repouso é o declive do cone formado quando um material sólido não consolidado é
vertido livremente por um tubo para uma superfície horizontal. Para a maior parte dos sólidos (de
fluxo fácil) que têm uma pequena faixa de dimensões de partículas, o ângulo de atrito é igual ao
ângulo de repouso.
Este parâmetro é de uma enorme importância por reger o cálculo de pressões actuantes sobre as
paredes do silo, bem como na definição do regime de fluxo e de fenómenos de interrupção de fluxo
(como o arqueamento, por exemplo).
O coeficiente de atrito da parede está relacionado com o ângulo de atrito da parede w da seguinte
forma:
tan w (3.3)
16
Silos Metálicos
Categoria Descrição
D1 polida
D2 macia
D3 rugosa
D4 corrugada
17
Silos Metálicos
O tipo de fluxo pode ser determinado pelos gráficos das figs 3.2 e 3.3, tendo presentes os valores do
semi-ângulo da tremonha ( em graus) e tipo de tremonha, e o coeficiente de atrito das paredes da
tremonha ( h ).
18
Silos Metálicos
19
Silos Metálicos
de enchimento/ esvaziamento. Os silos de fluxo em funil são úteis para armazenamento de material
pesado, abrasivo e granuloso, porque o desgaste provocado nas paredes do silo é pequeno/ nulo. Este
tipo de silos tem as seguintes características:
Apenas uma pequena porção do material está em movimento aquando da descarga.
A sequência de um primeiro enchimento/ esvaziamento pode ser obtida; no entanto, o
material em redor do canal de fluxo no topo do silo permanecerá em repouso até que o
canal de fluxo esteja completamente vazio. Isto pode causar consolidação, aglomeração,
deterioração, combustão espontânea ou oxidação.
Qualquer sólido que permaneça estático sob pressão por um longo período de tempo,
pode ganhar força e eventualmente obstruir o fluxo.
Pode ocorrer uma grave segregação, porque algumas partículas não se movem na
tremonha.
Formação de túnel:
Este fenómeno é caracterizado pela existência de um canal (vazio) que se cria acima da tremonha, por
onde o material passa. Além desse material do canal, todo o restante fica imóvel não se dando o seu
escoamento. É muito comum que isto aconteça em silos de fluxo em funil.
20
Silos Metálicos
c 25
Br 0,71 e i
(3.4)
l
O valor de cé obtido através de uma função do fluxo do material (as chamadas curvas FF), com o
valor de m (que equivale ao valor da pressão vertical aquando do enchimento, à distancia x0 ).
i é o ângulo de atrito;
Formação de arco:
Materiais com partículas de grande dimensão são favoráveis à formação de um arco no seio do
material armazenado.
Uma regra básica para a escolha da dimensão B é tomá-la como o valor oito a dez vezes superior ao
diâmetro máximo das partículas.
O caso crítico dá-se quando, nalgum ponto da tremonha, o diagrama das pressões c (obtido através
dos valores de m tal como anteriormente explicado) coincide com o valor de a (o valor mínimo
para que o arco ganhe estabilidade).
21
Silos Metálicos
Mediante diversos factores, tais como o factor de fluxo da tremonha (as chamadas curvas ff ), o semi-
ângulo da tremonha ( ) e o ângulo de atrito das paredes da tremonha ( w ), utilizando a seguinte
expressão obtém-se o valor mínimo a garantir numa qualquer secção da tremonha:
G1 cc
Ba (3.5)
l
G1 G10 (3.6)
n
Sendo:
G10 1,0 para tremonhas com uma das dimensões muito grande;
Dentro dos dispositivos mecânicos, de nomear dois tipos muito conhecidos: a utilização de uma
“tremonha interior”, e de um tubo anti-dinâmico (inventado por Reimbert).
22
Silos Metálicos
23
Silos Metálicos
24
Silos Metálicos
Para o dimensionamento dos silos realizado nos capítulos mais à frente, foi escolhido como material
armazenado o cimento, com as propriedades físicas acima descritas.
25
Silos Metálicos
26
Silos Metálicos
4
ACÇÕES
4.1. INTRODUÇÃO
Segundo o EC1 (parte 4, versão de Setembro de 2002), para a definição das cargas aplicadas nas
paredes verticais dos silos, existe a seguinte classificação entre silos:
hc
Silos esbeltos, onde 2,0 (excepto como definido em 3.3);
dc
hc
Silos medianamente esbeltos, onde 1,0 2,0 (excepto como definido em 3.3);
dc
hc
Silos entroncados, onde 0,4 1,0 (excepto como definido em 3.3);
dc
h
Silos de retenção, onde a base é horizontal e c 0,4 ;
dc
Silos contendo sólido com ar misturado
(o ponto 3.3 do Eurocódigo impõe outras regras de classificação de silos, regras essas que têm em
conta factores como a excentricidade do material aquando do enchimento, dispositivos mecânicos e
processos de extracção; nada disto foi tomado em consideração para a classificação dos silos).
27
Silos Metálicos
Classes Descrição
Classe 2
Silos que não pertençam nem à classe 1, nem à classe 3
Classe 3 Silos com capacidade inferior a 1000 toneladas, em que qualquer uma das seguintes
condições seja conseguida:
a) descarga excêntrica com e0 d c 0,25 (ver figuras 4.1 e 4.3)
b) silos entroncados com excentricidade da superfície no topo et d c 0,25
Sendo o silo pertencente à classe 1, existe uma série de cálculos e verificações que ficam
automaticamente dispensados de realização.
28
Silos Metálicos
Para este trabalho defini três estados limite para as paredes cilíndricas do silo, e dois estados limite
para as paredes da tremonha, como a seguir se apresenta:
Tabela 4.2 – Estados limite
Parede da tremonha
ELU 1 Pressões máximas na tremonha (enchimento) Máximo Mínimo Mínimo
ELU 2 Pressões máximas na tremonha (esvaziamento) Mínimo Máximo Máximo
Os valores máximo e mínimo de cada uma das variáveis, são obtidos através da multiplicação /divisão,
respectivamente, do valor médio da variável pelo respectivo factor a j (apresentado na tabela 3.3), do
seguinte modo:
Valor máximo característico de = a m
A justificação para a existência de um valor superior e outro inferior reside no facto do material
armazenado ir variando as suas características físicas, à medida que o tempo se vai desenrolando. Por
isso, e para efeitos de dimensionamento, aumentam-se ou diminuem-se as suas propriedades, de modo
a que se obtenham as condições mais desfavoráveis (em termos de cargas) para o silo a dimensionar.
Nota: para silos de classe 1, podem-se usar única e exclusivamente os valores médios, sem ser
portanto necessário calcular um valor superior e inferior.
29
Silos Metálicos
Os valores da pressão horizontal p hf , pressão de atrito na parede p wf e pressão vertical pvf a qualquer
profundidade após o enchimento e durante o armazenamento, são:
p hf ( z ) p h 0 YJ ( z ) (4.1)
p wf ( z ) p h 0 YJ ( z ) (4.2)
ph0
p vf ( z ) YJ ( z ) (4.3)
K
Em que:
ph0 K z0 (4.4)
1 A
z0 (4.5)
K U
z z0
YJ ( z ) 1 e (4.6)
Sendo:
o valor característico do peso volúmico;
o valor característico do coeficiente de atrito da parede quando o sólido desliza pela parede
vertical;
30
Silos Metálicos
O valor característico resultante da força vertical (de compressão) na parede n zSk por unidade de
comprimento de perímetro, após enchimento e à profundidade z , é:
z
n zSk p wf z dz ph0 z z 0 YJ z (kN m)
(4.7)
0
A carga livre, ou uma qualquer alternativa apropriada, deve ser usada de modo a representar um
carregamento acidentalmente assimétrico, associado a excentricidades e imperfeições durante o
processo de enchimento.
A magnitude da pressão causada p pf :
p pf C pf p hf (4.8)
Em que:
hc
C pf 0,24 C op 1 2 E2 1 exp 1,5 1 (4.9)
dc
ef
E 2 (4.10)
dc
Mas C pf 0
Em que:
e f é a excentricidade máxima da superfície da pilha de material durante o enchimento (fig. 4.3);
31
Silos Metálicos
p hf é o valor local da pressão de enchimento (expressão 4.1) à altura a que a carga livre é aplicada
Ainda:
dc
s 0,2 d c (4.11)
16
32
Silos Metálicos
p he Ch p hf (4.12)
p we Cw p wf (4.13)
Em que:
C h é o factor de descarga para a pressão horizontal;
O valor característico resultante da força vertical (de compressão) na parede n zSk por unidade de
comprimento de perímetro, durante esvaziamento, à profundidade z , é:
z
n zSk p we z dz Cw ph0 z z 0 YJ z (kN m)
(4.14)
0
Da qual:
hc
C pe 0,48 C op 1 2 E 2 1 exp 1,5 1 (4.16)
dc
e
E 2 (4.17)
dc
Mas C pe 0
e max e f , e0 (4.18)
33
Silos Metálicos
Em que:
e f é a excentricidade máxima da superfície da pilha de material durante o enchimento;
p he é o valor local da pressão de esvaziamento à altura a que a carga livre é aplicada (expressão 4.4);
Uma base horizontal tem uma inclinação com a horizontal menor que 5º.
Uma tremonha íngreme é a que segue o seguinte critério:
(1 K )
tan (4.19)
2 h
Em que:
K é o menor valor característico do rácio da pressão lateral nas paredes verticais
é metade do ângulo do vértice da tremonha
34
Silos Metálicos
O critério estabelecido na expressão (4.19) é essencial para, a par da utilização de paredes lisas, se
atingir o fluxo em massa aquando da abertura da tremonha.
A principal pressão vertical na transição entre o segmento da parede vertical e a tremonha ou a base do
silo, vale:
p vft Cb p vf (4.20)
Em que:
p vft é o valor da pressão vertical de enchimento calculada usando a expressão (4.3) de acordo com a
esbelteza do silo, com a coordenada z igual à altura da parede vertical hc e usando os valores das
propriedades dos sólidos que induzam ao máximo carregamento da tremonha (tabela 4.2)
Cb é o exagerador de carga na base para ter em conta a possibilidade de mais cargas provenientes das
paredes verticais serem transferidas para a tremonha ou base.
O coeficiente Cb é atribuído de acordo com a classe de segurança/ confiança.
Para cada um dos tipos de bases/ tremonhas, existem fórmulas para determinar as pressões a que estão
sujeitas as bases/ tremonhas.
No entanto, existe o anexo H, que a nível informativo, nos fornece regras alternativas para o cálculo
das pressões em tremonhas, regras essas que a seguir se mostram.
Notação:
l h Distância inclinada do vértice da tremonha à transição (figura 4.6)
35
Silos Metálicos
p s Pressão na transição
Esta pressão na transição p s pode ocorrer durante o esvaziamento de um silo de fluxo de massa.
Com:
p n1 pv0 C b sin 2 cos 2 (4.22)
pn 2 pv 0 Cb sin 2 (4.23)
A Ks
pn3 3,0 cos 2 (4.24)
U
Em que:
é o ângulo da tremonha em relação à direcção vertical (ver figura 4.6);
x é o comprimento entre 0 e l h ;
p n1 e p n 2 definem a pressão distribuída devida ao enchimento;
36
Silos Metálicos
pt pn (4.25)
ps 2 K p vft (4.26)
Em que:
p vft é a pressão vertical actuante na transição após enchimento, calculada usando a expressão (4.3).
4.6. RESULTADOS
Em capítulos subsequentes analisam-se dois silos: um de secção circular, e outro rectangular. Para
isso, definem-se as pressões a que estes estão sujeitos. São precisos os valores da altura da parede
cilíndrica, da tremonha, e as dimensões da secção (raio hidráulico), que estão patentes na seguinte
figura (fig. 4.7). Com estes dados obtêm-se os valores das pressões de enchimento e de esvaziamento
tabelados. Os valores das pressões de esvaziamento são obtidos através da multiplicação dos das
pressões de enchimento pelos respectivos coeficientes C h 1,15 e C w 1,10 .
37
Silos Metálicos
Fig. 4.7- Geometria dos silos em estudo (de secção circular e rectangular)
A r2 r
R 0,75 (4.27)
U 2 r 2
4.6.1. PAREDES
ELU 1
Enchimento
2
zm z0 YJ z ph0 p hf kN m p wf kN m 2 p vf kN m 2
Esvaziamento
zm p he kN m 2 p we kN m 2
0 0 0
1 10,2 3,7
2 17,4 6,4
3 22,7 8,3
4 26,4 9,7
5 29,1 10,7
38
Silos Metálicos
ELU 2
Enchimento
zm z0 YJ z ph0 p hf kN m 2 p wf kN m 2 p vf kN m 2
Esvaziamento
zm p he kN m 2 p we kN m 2
0 0 0
1 9,9 4,2
2 16,7 7,0
3 21,4 9,0
4 24,6 10,3
5 26,7 11,2
ELU 3
Enchimento
2
zm z0 YJ z ph0 p hf kN m p wf kN m 2 p vf kN m 2
Esvaziamento
zm p he kN m 2 p we kN m 2
0 0 0
1 7,4 2,7
2 13,3 4,9
3 17,9 6,6
4 21,7 7,9
5 24,6 9,0
39
Silos Metálicos
4.6.2. TREMONHA
ELU 1
xm p v 0 kN m 2 p n1 kN m 2 p n 2 kN m 2 p n 3 kN m 2 p n kN m 2 pt kN m 2 p s kN m 2
0 43,0 10,5 20,3 30,9 13,5
0,55 43,0 10,5 20,3 36,3 15,9
1,10 43,0 10,5 20,3 41,7 18,3
1,64 39,10 43,0 10,5 20,3 47,1 20,7 35,2
2,19 43,0 10,5 20,3 52,5 23,1
2,74 43,0 10,5 20,3 58,0 25,4
3,29 43,0 10,5 20,3 63,4 27,8
ELU 2
xm p v 0 kN m 2 p n1 kN m 2 p n 2 kN m 2 p n 3 kN m 2 p n kN m 2 pt kN m 2 p s kN m 2
0 43,0 10,5 31,3 41,9 16,0
0,55 43,0 10,5 31,3 47,3 18,1
1,10 43,0 10,5 31,3 52,7 20,2
1,64 39,10 43,0 10,5 31,3 58,1 22,3 50,7
2,19 43,0 10,5 31,3 63,5 24,4
2,74 43,0 10,5 31,3 69,0 26,4
3,29 43,0 10,5 31,3 74,4 28,5
Na figura 4.8 tem-se o diagrama de pressões aplicadas ao silo (paredes cilíndricas + paredes da
tremonha) para ELU 1 (da parede vertical e da tremonha). É perceptível a sua semelhança com a
figura 4.9 do EC1.
O “salto” que se dá na zona da transição ( z 5m ) é justificado pelo enorme cuidado que se deve ter
nesta área, como mais à frente se verá pelos cálculos efectuados.
40
Silos Metálicos
phf(kN/m^2)
0 20 40 60
0
parede
z (m) 4
tremonha
Fig. 4.9- Pressões nas paredes durante o esvaziamento (para tremonhas íngremes e pouco fundas)
41
Silos Metálicos
42
Silos Metálicos
Para se conhecerem as pressões a aplicar às diferentes placas do silo utiliza-se a seguinte expressão:
p p w (4.28)
Os coeficientes de pressão p , são definidos para uma superfície particular da estrutura, e permitem
determinar as pressões p exercidas normalmente às superfícies.
No anexo I apresenta-se o quadro I-XIV, que fornece os valores dos coeficientes de pressão de acordo
com o ângulo .
Fig. 4.11- Coeficientes de pressão exterior para construções de forma cilíndrica (quadro I-XIV)
Considerando lisas as paredes do silo em estudo e de acordo com o quadro precedente, calculam-se
facilmente as pressões a aplicar.
43
Silos Metálicos
Coeficientes de pressão
wk Pressão
Ângulo Superfície rugosa Superfície lisa 2 majorações
kN m kN m 2
Graus h/d=10 h/d~2,5 h/d=10 h/d~2,5
0 1 1 1 1 1,62
10 0,9 0,9 0,9 0,9 1,46
20 0,7 0,7 0,7 0,7 1,14
30 0,4 0,4 0,35 0,35 0,57
40 0 0 0 0 0
50 -0,5 -0,4 -0,7 -0,5 -0,81
60 -0,95 -0,8 -1,2 -1,05 -1,7
70 -1,25 -1,1 -1,4 -1,25 1,04 1,56 -2,03
80 -1,2 -1,05 -1,45 -1,3 -2,11
90 -1 -0,85 -1,4 -1,2 -1,95
100 -0,8 -0,65 -1,1 -0,85 -1,38
120 -0,5 -0,35 -0,6 -0,4 -0,65
140 -0,4 -0,3 -0,35 -0,25 -0,41
160 -0,4 -0,3 -0,35 -0,25 -0,41
180 -0,4 -0,3 -0,35 -0,25 -0,41
Através de uma interpolação quadrática, obtêm-se finalmente os valores a aplicar em cada uma das
placas (determinou-se que o ângulo segundo o qual deveria ser aplicada a pressão seria o mesmo que o
centro de gravidade da placa (CG) ligado ao centro do silo faria com a horizontal).
44
Silos Metálicos
Ângulo w
CG kN m 2
0 1,62
11,25 1,33
33,75 0,19
56,25 -1,06
78,75 -2,41
101,25 -0,58
123,75 0,53
146,25 1,35
168,75 1,88
4.8. COMBINAÇÕES
Realizaram-se seis combinações. A cada um dos casos de carga foi aplicado o factor amplificador de
1,35 (tal foi feito devido à indicação do anexo I (EC1, Parte 4), que no ponto 1.2 (2), dedicada aos
estados limite últimos estabelece essa cláusula). Apenas a carga do vento (caso de cargas número 12)
foi diminuída por um coeficiente de 0,6. Em baixo explicitam-se os diferentes casos de carga definidos
no ROBOT, e as diferentes combinações utilizadas.
Parede da tremonha
ELU 1 Pressões máximas na tremonha (enchimento) Maior Menor Menor
ELU 2 Pressões máximas na tremonha (esvaziamento) Menor Maior Maior
Caso 3: p t _tremonha(ELU1);
Caso 4: p he _parede(ELU1);
Caso 5: p we _parede(ELU1)
45
Silos Metálicos
Caso 6: p he _parede(ELU2);
Caso 7: p we _parede(ELU2);
Caso 8: p he _parede(ELU3);
Caso 9: p we _parede(ELU3)
Com os 14 casos de carga acima explicitados, foram obtidas 6 combinações de cargas diferentes tal
como apresentado na tabela 4.4.
46
Silos Metálicos
5
EXPLOSÕES EM SILOS
5.1 INTRODUÇÃO
Desde finais do século XIX iniciou-se a construção massiva de instalações para o armazenamento dos
mais diversos tipos de produtos, e até aos nossos dias deram-se milhares de explosões com a perca de
vidas humanas e consideráveis danos materiais.
Desde 1900, registaram-se oficialmente nos EUA 1085 explosões de pós combustíveis.
Destas explosões resultaram 640 mortos, 1712 feridos e danos materiais da ordem dos 98 milhões de
dólares.
Muitas mais explosões se produziram nos EUA durante este período que não foram assinaladas pela
sua baixa magnitude ou por falta de informação.
No quadro seguinte apresentam-se algumas explosões ocorridas:
47
Silos Metálicos
Número de
Descrição explosões
9. Farinha de madeira 3
10. Algodão 2
Como se pode constatar, os silos para cereais são os mais perigosos e que apresentam um maior
número de explosões, seguidos pelos silos para carvão e silos para farinhas.
Como dado curioso, no mundo, e em 1975, produziram-se 271 explosões em instalações destinadas ao
armazenamento de cereais. Mas, qual a causa de uma explosão numa instalação destinada ao
armazenamento de cereais ou à fabricação e manejo de farinhas? A resposta é imediata: a explosão do
pó que se encontra em suspensão no ar.
As investigações realizadas em laboratório e o estudo das grandes explosões ocorridas no mundo
indicam que o pó que se encontra em suspensão no ar seja altamente explosivo.
Pode-se afirmar que o pó de muitos materiais combustíveis, quando se mistura com ar em certas
proporções, pode explodir. Por outro lado, nem todos os pós são igualmente perigosos.
48
Silos Metálicos
Existem três grandes grupos nos quais são frequentes as explosões deste tipo:
Pós de materiais metálicos;
Pós de materiais plásticos;
Pós de produtos agrícolas.
A proibição de fumar e todo o tipo de chamas directas é uma precaução que elimina possíveis fontes
de ignição na nuvem de pó.
Os equipamentos mecânicos têm de ser calculados com a máxima segurança, para evitar elevado
aquecimento por atrito ou fadiga. Evitar velocidades elevadas e faíscas por choque entre partículas
metálicas.
Os equipamentos eléctricos têm de cumprir as normas anti-deflagrantes, todo o equipamento eléctrico
será munido de sistemas especiais para eliminar a electricidade estática.
Colocar-se-ão electro-ímans para separar todas as partículas metálicas que possam levar o produto a
armazenar e que possam ser causa indirecta de uma grave explosão.
Controlo do pó
A explosão do pó sucede frequentemente em duas fases. Uma primeira explosão limitada que se
estende à nuvem de pó que se tenha acumulado em máquinas, vigas, cantos e uma segunda explosão
muito mais violenta que a primeira e devida ao anterior acendimento da nuvem de pó.
Para prevenir estas explosões recomenda-se projectar as paredes para que não se deposite o pó, as
vigas com pendentes adequadas, e tremonhas sem cantos onde se possa depositar o pó.
49
Silos Metálicos
A maquinaria e as células de armazenamento terão sistemas de ventilação forçada, que absorva os pós
com separação através de ciclones e filtros.
Nalguns casos previne-se a possibilidade de uma explosão nas células e elementos mecânicos através
de gás inerte. Esta solução, muito prática e interessante, tem o inconveniente de representar um sério
perigo para as pessoas que, ocupadas da manutenção da instalação, tenham um descuido e possam
sofrer uma intoxicação (seria necessária a colocação de alarmes). Os gases mais utilizados são:
dióxido de carbono, nitrogénio, árgon, anidrido sulfuroso e diclorometano.
A protecção mediante gás inerte não é recomendável para pó de alumínio, plásticos e celulose, que na
sua decomposição dão origem a oxigénio ou outro gás combustível que anula os efeitos do gás inerte.
O dimensionamento de estruturas nas quais possa ocorrer uma explosão tem de se efectuar mediante
elementos débeis em vãos de paredes que permitam manter a estabilidade do edifício.
Em instalações de grande altura o problema é muito mais grave, e as normas exigem que se cumpram
medidas tais como prever uma abertura de 1 metro quadrado por cada 15 metros cúbicos de volume.
Se a estrutura é hermética e está construída com paredes de betão armado, pode-se considerar que por
cada metro quadrado de abertura deve existir um volume de 24 metros cúbicos.
Na hora de apagar um incêndio provocado por uma nuvem de pó, o melhor é utilizar pequenas
mangueiras com pulverizador já que com uma mangueira de grandes dimensões podem levantar-se
novas nuvens de pó que produzirão outras explosões.
No caso de pós metálicos tais como magnésio, alumínio, titânio, etc., a melhor maneira de apagar o
incêndio é mediante a aplicação de produtos inertes tais como areia ou talco. A administração de água
nestes casos, mais não faz que avivar o fogo.
50
Silos Metálicos
Para que uma explosão ocorra, vários parâmetros têm que ser atendidos:
Granulometria dos produtos: é um factor fundamental e pode dizer-se que abaixo de
200 todo o pó de material combustível é explosivo;
Energia de inflamação: a energia procedente de uma fonte eléctrica necessária para
inflamar uma nuvem de pó combustível no ar ou em qualquer outra atmosfera
comburente é de 10 m/ joule para os pós mais inflamáveis e 1 joule para os menos
inflamáveis;
Concentração mínima explosiva: corresponde ao limite inferior de explosividade do gás.
A escala é da ordem de 50 g m 3 ;
Pressão da explosão: as cifras normais que se mediram são de 2 a 8 k g cm 2 ;
O gradiente das máximas pressões no caso de uma explosão pode variar entre 35 e 316
kg cm 2 segundo ;
Temperatura de inflamação da nuvem: pode estar compreendida entre 400 e 1000 º C;
Coesão do pó: caracterizado pela propensão do pó em elevar-se pela acção de uma
corrente de ar; no entanto e ao contrário do gás, o pó em suspensão tem tendência a
sedimentar-se não sendo inofensivo. Por causas fortuitas e apesar do efeito de uma
pequena explosão local, podem voltar a estar em suspensão e tornar à sua perigosidade
explosiva;
Trabalho em atmosfera inerte: pode-se estimar que a maioria das explosões não se podem
produzir numa atmosfera com menos de 10% de oxigénio. A contribuição de um gás
inerte anula completamente a possibilidade de explosão.
51
Silos Metálicos
Por outro lado, há que ter em conta que os ensaios realizados em laboratório com recipientes pequenos
em que se garante a homogeneização do recinto onde se vai ensaiar a explosão, difere muito da
realidade com grandes volumes e onde a distribuição de pó não é uniforme. Os resultados obtidos em
laboratório são considerados como aproximados.
O resumo destes resultados indica que a pressão máxima de explosão está compreendida entre os 2,8 e
5 k g cm 2 . A velocidade máxima de crescimento da pressão durante a explosão varia entre 35 e 316
k g cm 2 por segundo.
Quanto ao coeficiente de ventilação efectuaram-se duas explosões em silos reais provocadas mediante
suspensão de partículas metálicas, considerando-se um coeficiente de ventilação de 19 m 2 m 3 e não
aparecendo nenhum desgaste na estrutura. Apenas se apreciaram os danos causados pelo incêndio que
apareceu posteriormente à explosão e que foi imediatamente apagado.
O resultado dos ensaios efectuados deu origem a um gráfico que permite determinar a pressão de
explosão ou o coeficiente de ventilação.
52
Silos Metálicos
Conclusões:
53
Silos Metálicos
54
Silos Metálicos
6
SILO CIRCULAR
6.1. INTRODUÇÃO
O objectivo deste trabalho é o de dimensionar silos metálicos. Neste capítulo mostram-se os passos a
seguir para a obtenção de esforços num silo circular, para depois serem verificados pelas regras do
Eurocódigo 3 (Parte 4.1) [4].
Anteriormente foram definidas as pressões a que as paredes e a tremonha do silo estão sujeitas. Neste
capítulo definem-se os esforços que se desenvolverão nas paredes do silo. Estes resultados são depois
comparados com os seus respectivos valores resistentes.
Tensões resultantes na parede do silo:
Devido às diferentes acções a que o silo está submetido, dois tipos de esforços são gerados: esforços
de membrana e momentos.
O esforço de membrana m corresponde a uma força por unidade de comprimento n :
n
m (6.1)
t
Em que t é a espessura da casca. Esta equação é igualmente válida para análise elástica e plástica.
55
Silos Metálicos
Os esforços de membrana podem ser determinados quer utilizando a teoria de membrana, quer a teoria
de flexão de cascas. Quando os cálculos são utilizados no caso de cascas de pequena espessura
submetidas a carregamentos axissimétricos, os valores obtidos pela teoria de flexão são mais precisos,
mas normalmente é pequena a diferença, excepto nas zonas fronteira, descontinuidades e junções.
56
Silos Metálicos
1 2
e , Ed n xSd n 2Sd n xSd n Sd 3 n x2 Sd (6.2)
t
57
Silos Metálicos
que será comparada com o valor resistente determinado tendo em conta as propriedades do aço
utilizado.
Tomando para valores de pressão normal à parede e de tracção de atrito p h e p w os valores obtidos na
secção 4.4.2.1 com a denominação de p he e p we respectivamente (associados ao esvaziamento do silo)
e para valores dos factores de descarga C h e C w os anteriores 1,15 e 1,10, resultam as seguintes
expressões para a p h em qualquer ponto à profundidade z :
z z0
ph Ch p h 0 (1 e ) (6.5)
E a para p w
z z0
pw Cw ph Cw p h 0 (1 e ) (6.6)
Os esforços de dimensionamento desenvolvidos na parede (figs. 6.1 e 6.2), admitindo que é suportada
inferiomente, são então dados por:
z z0
n , Sd F Ch p h 0 r (1 e ) (6.7)
z z z0
n x , Sd F Cw ph0 z 0 1 e (6.8)
z0
De notar que n x , Sd toma sempre valores negativos já que a parede está em compressão.
2
ne n xSd n xSd n Sd n 2Sd (6.9)
58
Silos Metálicos
Ambas as tensões são aumentadas pelo esforço axial de compressão (comportamento não linear).
Contudo, esta verificação não precisa de ser realizada, caso se tenham em conta certas determinações
que serão apresentadas na secção 6.8.3.
6.5. TREMONHA
A tremonha suporta a pressão normal às suas paredes, e as tracções de atrito ao longo do seu
comprimento, que induzem um estado de tensão biaxial no elemento casca.
A seguinte análise segue a teoria de membrana para os casos de carga simples, o que é suficiente para
tremonhas com carregamentos simétricos, com excepção do seu topo, onde ocorrem significativos
momentos locais.
Os esforços a ter em conta nesta análise são devidos às flexões locais, já que são os esforços de flexão
junto do topo de tremonha (na área da junção de transição) os esforços críticos da estrutura.
59
Silos Metálicos
Os esforços de membrana máximos n e n (fig. 6.3) que resultam das pressões aplicadas à tremonha
(em termos genéricos, uma pressão normal e de atrito, pn e pt , retiradas do caso de esvaziamento)
podem ser determinados usando algumas expressões simplificadas. As pressões normal e de atrito
pn e pt são expressas através de:
pn F pv (6.12)
pt h pn h F pv (6.13)
em que
n n
hh x x x
pv pvft (6.14)
n 1 hh hh hh
n 2 F h cot F 1 (6.15)
1 sen i cos
F (6.16)
1 sen i cos 2
60
Silos Metálicos
2
1 1 1 h
tan h sen 2
(6.17)
sen i 1 h
Nas expressões (6.14) a (6.17), x representa a altura acima do vértice da tremonha, hh designa a
altura da tremonha (fig 4.1), h é o coeficiente de atrito da parede da tremonha, p vft é a pressão
vertical na transição e i é o ângulo de atrito interno do material armazenado.
2 n 1
hh x 1 hh x
n Sd F pvft F hh sec tan h (6.19)
3 n 1 hh n 2 (n 1) hh
O esforço de membrana meridional (representado por n ) geralmente assume o seu valor máximo
junto da zona de transição, no topo da tremonha. Este esforço é particularmente importante para o
dimensionamento do anel (ou anel-viga) a instalar junto da transição. O seu valor é calculado pela
expressão que a seguir se apresenta, derivada da condição de equilíbrio da tremonha (fig. 6.4).
hh hh
n Sd F p vft sec tan (6.21)
3 2
61
Silos Metálicos
Quando se utilizam anéis muito esbeltos, este esforço assume um valor inferior ao obtido pela
expressão (6.21). No entanto, negligencia-se este efeito, para que se faça um dimensionamento
conservativo e pelo lado da segurança.
Se o silo tiver uma parede circular bastante alta acima da tremonha então:
hh
p vft (6.22)
n 1
Quando a expressão (6.22) é verificada então o esforço máximo ocorre no topo da tremonha, sendo
aproximado por:
n Sd F p vft F hh sec tan (6.23)
Se pelo contrário, a tremonha tiver uma parede baixa por cima, a inequação (6.22) não é satisfeita, e o
valor máximo da tensão por unidade de comprimento n Sd que se atinge no seu interior passa a ser
obtido através da equação (6.18), com
x p vft (n 1) n 1
1 (6.24)
hh hh 2
62
Silos Metálicos
A força radial Fe , Sd e o momento M e, Sd a actuar no anel de transição são determinados através de:
Fe , Sd n Sd sin Fh Fc (6.25)
M e , Sd Fc xc Fh xh (6.26)
em que:
Fc 2 xc pc (6.27)
xc 0,39 r tc (6.29)
r th
xh 0,39 (6.30)
cos
63
Silos Metálicos
6 6
b h , Ed a2 2 a1 M e , Sd a3 a2 Fe , Sd Fe , Sd xh (6.31)
t h2
com
2 a1 a 3 a 22 (6.32)
0,78 r (6.33)
t h cos (6.34)
t h3 2 Aep
a1 t s3 2 t c3 2 (6.35)
cos
a2 t s2 t c2 t h2 (6.36)
a3 t s5 2 t c5 2 t h5 2 cos (6.37)
64
Silos Metálicos
No caso de silos largos, o modelo de dimensionamento considera que a parede cilíndrica do silo fica
apoiada de uma maneira uniforme no anel-viga (fig. 6.8), funcionando este último como uma viga
curva que redistribui as cargas. De salientar que este modelo é apenas válido caso se usem anéis-viga
muito rígidos. Em termos de flexão, uma viga larga é relativamente flexível, enquanto que uma parede
cilíndrica é razoavelmente rígida para deslocamentos verticais na sua base (fig.6.8 ). Caso o anel-viga
não seja suficientemente rígido, corre-se o sério risco de se obterem valores de tensão vertical na
parede do silo acima do anel, e esforços de membrana meridionais na tremonha junto do apoio,
superiores aos calculados, levando a fenómenos locais de varejamento no cilindro, e falhas por ruptura
na tremonha.
65
Silos Metálicos
Uma determinação correcta deste esforço seria obtida por uma análise com elementos finitos. No
entanto também se pode aproximar conservativamente por:
n max, Sd n h,Sd n sup x ,Sd (6.38)
QSd 1 (6.39)
n sup x , Sd 32
2,4 r t h cos 1 tc
1
cos th cos
Esta forma manual de obter o esforço meridional máximo é bastante aproximada, mas serve para se ter
a ideia do possível perigo de um elevado esforço de membrana meridional de pico, pela existência de
apoios discretos como suporte do silo.
66
Silos Metálicos
A força vertical (de sentido descendente) uniformemente distribuída wv , Sd transversal ao anel (fig.
6.10), é calculada como:
wv ,Sd n xc,Sd n h ,Sd cos (6.40)
67
Silos Metálicos
Em que:
n xc , Sd é o valor de dimensionamento do esforço de membrana meridional por unidade de
circunferência na parede imediatamente acima do anel;
n h,Sd é o valor de dimensionamento do esforço de membrana meridional no topo da tremonha;
é o semi-ângulo da tremonha.
Em que:
r é o raio da parede cilíndrica do silo;
er é a excentricidade horizontal do centróide do anel viga da parede do silo (positivo no sentido
centrífugo)(fig. 6.9);
l ec é o comprimento efectivo do segmento do cilindro acima da transição (fig. 6.5);
68
Silos Metálicos
Com:
0 (em radianos)
n (6.45)
Em que:
rg é o raio do centróide do anel viga;
é a coordenada polar em radianos, com origem num dos suportes;
M rs , Sd rg er wv , Sd rg es 0 cot 0 rg er wr , Sd ex (6.46)
Quando o anel-viga tem uma secção aberta, considera-se que a torção é inteiramente resistida pela
secção, caso não se use uma análise mais precisa. Tal acontecendo, os valores de dimensionamento
máximos em cada um dos banzos ( M fs , Sd no suporte, e M fm , Sd a meio vão) são obtidos através de:
69
Silos Metálicos
2
rg rg er rg 0
M fs , Sd wv , Sd rg es 1 0 cot 0 (6.48)
h 3
2
rg rg er rg 0
M fm , Sd wv ,Sd rg es 1 0 cos ec 0 (6.49)
h 6
O valor máximo da tensão circunferencial , Ed (quer seja de tracção quer seja de compressão), que se
desenvolve no anel viga em qualquer posição da circunferência, é determinado utilizando m , Ed :
N Sd M rSd M f , Sd
m , Ed (6.50)
Aet Zr Z xf
Onde:
N Sd é o valor de dimensionamento da força circunferencial efectiva de compressão;
O maior valor da tensão na circunferência , Ed que se desenvolve em qualquer dos banzos do anel-
viga e em qualquer posição da circunferência deve ser determinado como c , Ed antevendo uma
verificação ao varejamento. Esta verificação deve ser feita no banzo inferior próximo do apoio e no
banzo superior a meio vão.
c , Ed max( , Ed ) (6.51)
70
Silos Metálicos
A verificação estrutural do silo circular é feita de acordo com as regras do Eurocódigo 3, Parte 4.1.
Para cada uma das combinações de dimensionamento, cada um dos valores de dimensionamento
obtidos S deverá ser sempre inferior ao valor de dimensionamento resistente R :
S R (6.52)
(Para silos de classe 1, existe um processo simplificado para verificar estruturalmente o silo definido
no apêndice F do Eurocódigo 3).
M M
71
Silos Metálicos
e , Ed f e , Rd (6.54)
72
Silos Metálicos
sx d t
n Rd fu (6.56)
sx M 1b
Em que:
d é o diâmetro do parafuso;
t é a espessura da placa aparafusada mais fina ;
s x é a separação axial do centro da abertura;
A resistência de corte dos parafusos em cada direcção deverá ser também avaliada e, onde um esforço
de membrana de corte seja transmitido pela junta, a resistência ao corte de membrana n x , Rd deve
também ser verificada.
Os esforços de dimensionamento devem então verificar as seguintes condições:
n xSd n xRd (6.57)
n Sd n Rd (6.58)
n x Sd n x Rd (6.59)
6.8.3.1. Geral
Sob compressão axial, a resistência de dimensionamento é determinada em qualquer ponto da casca de
acordo com o parâmetro da qualidade de construção Q , a intensidade da pressão interna existente p e
a uniformidade da tensão de compressão. A verificação deverá ser feita em todos os pontos da placa.
E t t
xRc 0,605 E (6.60)
3 1 2 r r
73
Silos Metálicos
t r
wok (6.61)
Q t
A fig. 6.12 mostra a relação entre as imperfeições admitidas para diferentes tipos de construção
(normal, boa e excelente).
74
Silos Metálicos
0,62
0 1, 44
wok (6.62)
1 1,91
t
Em que wok é determinado pela expressão (6.61). O parâmetro é de uma forma conservativa
tomado como 1.
Devido à existência de dois fenómenos distintos (o aumento de rigidez da parede aquando do aumento
da pressão e a posterior diminuição pelo fenómeno plástico de “pé-de-elefante”), o factor de
imperfeição elástico (com pressão) p , é tomado como o menor dos parâmetros pe e pp .
O factor de imperfeição elástica (com pressão) pe é calculado tendo em conta a menor das pressões
localizadas no ponto em estudo, coexistente com o esforço de compressão axial. Vale então:
p
pe 0 1 0 (6.63)
0,3
p
0
p r
p (6.64)
t xRc
x, Rc é a resistência crítica ao varejamento dada pela equação (6.60) e p p hf ,min é o valor mínimo
de pressão interna existente na parede.
O factor de imperfeição plástico (com pressão) pp é calculado com o valor da maior pressão interna
coexistente com o esforço axial de compressão.
2
p 1 s 2 1,21 2
x
pp 1 1 (6.65)
2
x
1,12 s 3 2 s s 1
sendo,
p r
p (6.66)
t x . Rc
1 r
s (6.67)
400 t
75
Silos Metálicos
2
fy
x (6.68)
x , Rc
Na expressão (6.66) p é o valor de pressão interna máxima aquando da descarga, com F 1,50 .
Para o caso de silos de classe 1, p toma o valor de 0, o que equivale a não se permitir um aumento
da resistência da parede por meio da pressão interna.
x , Rk x fy (6.69)
Em que:
x 1 quando x 0
(6.70)
x 0
x 1 0,6 quando 0 x p
p 0
(6.71)
x 2
quando p x
x
(6.72)
Dos quais:
fy
x
(6.73)
xRc
0 0,2 (6.74)
p 2,5 (6.75)
76
Silos Metálicos
xRk
xRd (6.76)
M3
Em que:
t é a menor das espessuras da parede;
l é a altura entre anéis ou fronteiras rígidas;
p n , Rcu é a diferença entre a pressão exterior e interior, sendo positiva quando actua no sentido
centrípeto.
O parâmetro C b é atribuído de acordo com a tabela 6.5.
Tecto do silo
Condição fronteira no topo Anel superior maior que o Anel superior menor que
estruturalmente conectado
do silo de tamanho critico o de tamanho critico
à parede (contínuo)
77
Silos Metálicos
2,2
Cp
r r (6.79)
1 0,1 Cb
l t
A pressão de dimensionamento máximo a que o silo estará sujeito, sob a acção do vento ou do vácuo
parcial, vale:
p nRcu
p nRd n (6.80)
M3
Em que:
n 0,5
2
E L r 2 t 2 p nRd a1 r 2 r
EI z ,min (6.83)
48 a 2 E wr max t L
Em que:
p n, Rd é o valor máximo de cálculo da pressão exterior (devida ao vento ou vácuo parcial);
78
Silos Metálicos
wr max corresponde ao valor máximo permitido para a deformação radial sob a acção do vento, e
tomado como o menor dos valores:
wr max 0,05 r (6.84)
wr max 20 t (6.85)
2
r
a1 1 2,6 (6.86)
L
2
r
a2 1 1,95 (6.87)
L
3
Iz L
a3 48 (6.88)
r3 t r
6.8.5. FADIGA
Existe regulamentação a seguir para o caso dos silos de classe 3 (ENV 1993-1-6). Para outras classes,
os fenómenos de fadiga só devem ser estudados quando hajam mais de 10 000 ciclos de carga/
descarga.
Ruptura da parede;
Colapso plástico da tremonha.
79
Silos Metálicos
e
s d t
n Rd fu (6.92)
s M 1b
n Sd n Rd (6.94)
n Sd n Rd (6.95)
fu
n Rd 0,80 t (6.96)
M 1b
80
Silos Metálicos
Fh n Sd n Rd ( Fh =1,2) (6.97)
1 r t fy 0,91 h 0,27
n Rd (6.98)
Ma1 r 2,4 r t sin tan h 0,15
81
Silos Metálicos
Fig. 6.15- Mecanismo de colapso da junção (a figura à esquerda representa a correspondente deformação)
82
Silos Metálicos
O valor de dimensionamento da resistência n hRd da junção (existindo ou não anel) no estado plástico,
é determinado por:
1 Ap l oc t c l os t s l oh t h fy
n hRd p c l oc ph cos h sin l eh (6.100)
sin r M 1a
Em que:
t c2
(6.101)
t s2 t h2
2 3
0,7 0,6 0,3 (6.102)
l oc 0,975 r tc (6.103)
l os 0,975 r ts (6.104)
r th
l oh 0,975 (6.105)
cos
em que:
A p é a secção do anel na zona da junção;
t c é a espessura do cilindro;
t s é a espessura da “saia”;
p c é a pressão local média (sem ser multiplicada pelo factor) actuante na largura efectiva do cilindro;
p h é a pressão local média (sem ser multiplicada pelo factor) actuante na largura efectiva da
tremonha;
h
é o coeficiente de atrito da parede da tremonha.
O valor de dimensionamento anteriormente calculado ( n hRd ) terá de ser sempre superior ao calculado
pela expressão (6.21).
n hSd n Rd (6.106)
83
Silos Metálicos
em que:
EI z é a rigidez à flexão da secção efectiva do anel (fig. 6.16) segundo o seu eixo z , Aet é a área
efectiva do anel (equação (6.108)) e rg é o raio do centróide da secção efectiva do anel.
Na expressão (6.108) Aep corresponde à área do perfil do anel-viga, e Ae a área efectiva de cada um
dos segmentos confluentes à zona de transição.
De acordo com a figura 6.16 existem dois grupos A e B, acima e abaixo da junta, respectivamente.
t eq , A t2 (6.109)
A
84
Silos Metálicos
t eq , B t2 (6.110)
B
t eq menor
, (6.111)
t eq maior
sendo
t eq menor
min t eq , A ; t eq , B (6.112)
t eq maior
max t eq , A ; t eq , B (6.113)
r t
l e1 0,778 , (6.114)
cos
2 3 r t
le2 0,389 1 3 2 , (6.115)
cos
para o de maior espessura equivalente, em que é o ângulo entre o eixo de simetria do silo e a linha
média da parede da tremonha (fig. 6.17).
85
Silos Metálicos
Basta depois calcular a área de influência de cada um dos segmentos, através da fórmula:
Ae le t (6.116)
u , Ed ip , Rd (6.117)
Com:
c kc s ks
k (6.119)
c s
b
ks 0,385 0,452 (6.120)
r
b
kc 1,154 0,56 (6.121)
r
86
Silos Metálicos
2
r
s 0,43 0,1 (6.122)
20 b
52 52 52
tc ts th
c 0,5 (6.123)
tp tp tp
t s é a espessura da “saia”;
t p é a espessura do anel;
b é o comprimento do anel;
k c e k s coeficientes de varejamento.
u , Ed op , Rd (6.124)
Também aqui o fenómeno de varejamento tem a sua relevância e mais uma vez dois casos de estudo
são verificados (para dentro e para fora do seu plano):
c , Ed ip , Rd (6.126)
c , Ed op , Rd (6.127)
87
Silos Metálicos
Sendo os valores de ip, Rd e op, Rd calculados através das expressões (6.107) e (6.118),
respectivamente.
6.11. SUPORTE
Apesar de toda a complexidade que envolve a ligação do suporte com o silo, existem cálculos
simplificados para prevenir a sua rotura. Foram já registadas roturas nos silos devidas a fenómenos de
instabilidade causados por varejamento na zona em redor do suporte.
Atente-se na seguinte figura:
Considera-se que a força total que é transmitida pelo suporte é dispersa para a parede cilíndrica numa
zona definida pelo ângulo de 30º com a vertical, levando a uma uniformização das tensões.
A zona crítica a estudar situa-se logo acima do topo do suporte, devendo-se comparar o esforço aí
encontrado com o valor limite para o varejamento para compressão axial ( x, Rd ).
88
Silos Metálicos
7
ANÁLISE ESTRUTURAL DO SILO
CIRCULAR
7.1. INTRODUÇÃO
Apresenta-se nesta secção o estudo de um silo dimensionado para o armazenamento de cimento, com
as propriedades atrás enunciadas na tabela 3.3 (propriedades dos materiais).
89
Silos Metálicos
Este silo é dimensionado para o armazenamento de cimento, com as propriedades atrás enunciadas na
tabela 3.3 (propriedades dos materiais) e com as características geométricas e mecânicas apresentadas
na figura 7.2.
O anel-viga utilizado no silo circular é formado por um perfil C15 50 , com as seguintes
características:
90
Silos Metálicos
Para os cálculos que mais à frente se fazem, foi ainda necessário calcular certos valores que na tabela
anterior não se apresentam:
- a área do perfil A :
Iy 16700 10 4
iy 133 A 9440mm 2
A A
2 Iy 2 16700 10 4
Wy 877 10 3 h 380,8mm
h h
2 Iz 2 454 10 4
Wz 61,5 10 3 b 147,6mm
b b
Com estes dados, rapidamente se classifica o silo de acordo com a tabela 4.1, após o cálculo do peso
de material que este silo pode armazenar.
91
Silos Metálicos
(1 K ) 1 0,54
tan 0,56
2 h 2 0,41
Como
92
Silos Metálicos
conclui-se que este silo (e para este material armazenado) é um silo de fluxo em massa. Não será
portanto necessária a verificação dos diâmetros mínimos da base da tremonha exigidos para que os
fenómenos de interrupção de fluxo não ocorram, já que estes só se verificam em silos de fluxo em
funil.
Fig. 7.6- Malha de elementos finitos de uma secção em estudo com cargas aplicadas (faixa de 1m de
altura)
93
Silos Metálicos
Interessava obter os esforços de membrana, particularmente segundo a direcção local X (pois são
correspondentes do esforço de membrana n , Sd ). Os resultados obtidos com uma malha constituída
por elementos quadrangulares de 8 nós e de 4 nós (elementos de dimensão de 0,5m) são os seguintes:
Quadro 7.1 – Esforços de membrana obtidos com uma malha de 8 nós (elementos de dimensão 0,5m)
Quadro 7.2 – Esforços de membrana obtidos com uma malha de 4 nós (elementos de dimensão 0,5m)
Para o mesmo caso de carga, o esforço de membrana é calculado pela expressão (6.7):
5 3, 02
n , Sd 1,35 1,15 31,32 1,5 1 e 59,0 kN m
94
Silos Metálicos
Constata-se que os resultados obtidos com a referida malha (8 nós, dimensão de 0,5m) são os mais
aproximados dos calculados pela expressão (6.7).
Uma análise mais alargada, que faça variar a dimensão dos elementos pode auxiliar.
O gráfico da figura 7.7 mostra os diferentes valores da tensão de membrana Nxx , em função da
dimensão dos elementos e do número de nós por elemento.
100,00
90,00
esforços de membrana Nxx (kN/m)
80,00
70,00
60,00
8 nós
50,00
4 nós
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0.50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,05
dimensão dos elementos (m)
Fig. 7.7- Esforços de membrana na secção em estudo, para diferentes dimensões dos elementos (com 4 e
8 nós)
Conclui-se que para valores da dimensão dos elementos superiores a 0,20m, que os esforços de
membrana (multiplicados pelo factor de segurança) mais próximos do valor de 59 kN/m são os que se
obtêm com uma malha de 8 nós.
Analisou-se ainda a parede cilíndrica na zona imediatamente acima da transição (fig.7.8) para o
mesmo caso de cargas 4. Observando apenas os esforços de membrana da parede cilíndrica obtiveram-
se os seguintes resultados (mais uma vez para a referida malha com 8 nós, elementos de dimensão
0,5m, e para o caso das cargas perpendiculares às placas):
95
Silos Metálicos
Com os esforços de membrana obtidos nos nós dos elementos coloridos da figura 7.8, obteve-se a
seguinte gama de valores:
54
53
52
Nxx (kN/m)
51
50
49
48
O valor máximo (53,08 kN m ) volta a ser muito próximo dos valores obtidos anteriormente. Por esta
razão, foi esta a malha usada para a análise do silo circular, apesar do seu relativamente baixo
refinamento (sendo no entanto o máximo atingível, com o ROBOT).
96
Silos Metálicos
97
Silos Metálicos
e , Ed f e , Rd 213MPa (6.54)
Através do modelo do ROBOT chegaram-se aos seguintes resultados, para cada uma das
combinações:
Quadro 7.3 – Resultados da tensão máxima obtida pela teoria de Von Mises
e, Ed
comb
(MPa )
comb 1 133,1 OK
comb 2 133,0 OK
comb 3 133,0 OK
comb 4 133,0 OK
comb 5 132,9 OK
comb 6 132,9 OK
A condição imposta pela equação (6.54) é verificada, ficando a hipótese da ruptura da parede vertical
do silo irradiada.
A resistência crítica de varejamento da parede cilíndrica é dada, de acordo com a expressão (6.60), por
E 1 t 0,005
xRc 0,605 E 0,605 210 10 6 423,5MPa (6.60)
3 1 2 r r 1,5
0,005 1,5
wok 0,00541 (6.61)
16 0,005
0,62 0,62
0 1, 44 1, 44
0,197
wok 0,00541 (6.62)
1 1,91 1 1,91 1
t 0,005
98
Silos Metálicos
p
pe 0 1 0 0,215 (6.63)
0,3
p
0
2
fy 235
x 0,555 (6.68)
x , Rc 423,5
2
p 1 s 2 1,21 2
x
pp 1 1 0,408 (6.65)
2
x
1,12 s 3 2 s s 1
Então:
0,197
99
Silos Metálicos
fy 235
x 0,745 (6.73)
xRc 423,5
0 0,2 (6.74)
Então:
0,197
x 0,356 quando p x (6.72)
0,555
xRk 83,5
xRd 76 MPa (6.76)
M3 1,10
Na figura 7.11 mostra-se o gráfico com todos os valores das tensões x, Ed (tensões segundo a
direcção x , ou seja, a direcção vertical ou do eixo de revolução do silo, ver figura 6.1) da parede
vertical do silo, obtidos para a combinação 1 (segundo o eixo das abcissas estão os valores de tensão
x, Ed , enquanto no eixo vertical se encontram dispostos todos os nós dos elementos da parede vertical
do silo). O valor de 76 MPa fica verificado, para quase todos os pontos do silo.
Noutras combinações excede-se pontualmente este valor, mas isso é corrigido quando se restringe o
topo do silo (com a colocação por exemplo de mais uma anel ou reforço em redor do perímetro da
tampa do silo).
100
Silos Metálicos
Fig. 7.11- Gráfico com os valores de tensões verticais em todos os pontos da parede vertical do silo (para a
combinação 1)
Interessa ver os elementos que apresentam os maiores valores de x, Ed . Como era expectável, são os
elementos que estão imediatamente acima dos apoios, pois é aí que são suportadas as pressões de
atrito aplicadas às paredes dos silos (fig. 7.12).
101
Silos Metálicos
apoios
Tendo por base a expressão (6.78) para a pressão externa crítica indutora de varejamento, determinam-
-se os parâmetros C , sendo C p obtido pela fórmula
2,2 2,2
Cp 1,129
r r 1,5 1,5 (6.79)
1 0,1 Cb 1 0,1 1,0
l t 5 0,005
102
Silos Metálicos
Vem então
2 ,5 2,5
r t 6 1,5 0,005
p nRcu 0,92 C b C p E 0,92 1,0 1,129 210 10
l r 5 1,5 (6.78)
2
41,9 kN m
A pressão de dimensionamento máximo a que o silo estará sujeito, sob a acção do vento ou do vácuo
parcial, vale:
p nRcu 41,9
p nRd n 0,5 19,0 kN m 2 (6.80)
M3 1,10
Em que:
n 0,5
Comparando este valor com os aplicados ao silo (capítulo 4.7 Acção do Vento ), conclui-se que as
pressões aplicadas são então insuficientes para causar fenómenos de instabilidade nas paredes
verticais.
Para análise da estabilidade ao varejamento nos anéis por acção do vento e/ou vácuo parcial,
determinam-se os valores críticos de rigidez à flexão segundo o eixo, tendo por base as expressões
(6.82) e (6.83).
EI z , min 0,1 E L t 3 0,1 210 10 6 5 0,005 3 13,125 (6.82)
2
E L r 2 t 2 p nRd a1 r 2 r
EI z ,min (6.83)
48 a 2 E wr max t L
Sendo t a menor das espessuras da parede do silo, r o raio da parede cilíndrica e L a altura da parede.
Os parâmetros a1 a 2 e a3 são dados pelas expressões (6.86) a (6.88).
103
Silos Metálicos
2 2
r 1,5
a1 1 2,6 1 2,6 1,234 (6.86)
L 5
2 2
r 1,5
a2 1 1,95 1 1,95 1,176 (6.87)
L 5
3 3
Iz L 454 10 8 5
a3 48 48 0,478 (6.88)
r3 t r 1,5 3 0,005 1,5
2
210 10 6 5 1,5 2 0,005 2 19,0 1,234 1,5 2 1,5
EI z , min 18553,34
48 1,176 210 10 6 0,075 0,005 5
O valor obtido pela expressão (6.83), para o silo em estudo, é um valor irracional, devido ao elevado
rácio entre o raio da parede circular e a altura dessa mesma parede.
Como o valor obtido é ilógico, considerar-se-á apenas o valor obtido pela expressão (6.82).
13,125
I z ,min 6,25cm 4
E
Este valor é francamente inferior ao que a perfil escolhido proporciona!
Este valor é superior a qualquer um dos valores obtidos para o esforço de membrana no topo da
tremonha, como se pode constatar ao compará-lo com os valores do quadro 7.4. obtidos através da
análise por elementos finitos.
104
Silos Metálicos
Quadro 7.4 – Resultados do esforço de membrana máximo (para cada combinação e para a direcção / yy )
N yy
comb
(kN m)
comb 1 668,6 OK
comb 2 683,5 OK
comb 3 631,2 OK
comb 4 736,9 OK
comb 5 751,8 OK
comb 6 699,5 OK
Confirma-se então o quão conservativo pode ser este método manual de calcular o esforço de
membrana máximo n s max, Sd .
Assumindo que o silo é construído por soldadura, a resistência de membrana é dada por
fy 235 10 3
ne , Rd t 0,010 1880 kN m (6.89)
M 1b 1,25
ne ,Sd
comb
(kN m )
comb 1 668,6 OK
comb 2 684,8 OK
comb 3 632,2 OK
comb 4 735,5 OK
comb 5 751,7 OK
comb 6 699,1 OK
O quadro 7.5 resume os valores máximos obtidos para cada uma das combinações, utilizando a
modelação de elementos definidos, podendo constatar-se que a resistência da tremonha é largamente
verificada.
105
Silos Metálicos
Compendiam-se no quadro 7.6 os valores obtidos através da modelação por elementos finitos, que
satisfazem o valor acima determinado.
comb 1,2 N yy
(kN m)
comb 1 802,3 OK
comb 2 820,2 OK
comb 3 757,5 OK
comb 4 884,2 OK
comb 5 902,2 OK
comb 6 839,4 OK
1 r t fy 0,91 h 0,27
n Rd
Ma1 r 2,4 r t sin tan h 0,15
1,10 1,5 2,4 1,5 0,010 sen 24,2 tan 24,2 0,41 0,15
2678,6 kN m
106
Silos Metálicos
Fig. 7.13- Corte vertical: diagrama de tensões de membrana para a combinação de acções 1
É grande a semelhança entre as figuras 7.13 e 7.14, o que permite verificar ser a zona do topo da
tremonha aquela em que os esforços de membrana atingem valores mais elevados e onde ocorrerá a
plastificação se as acções forem incrementadas.
n Sd n Rd 2678,6 kN m (6.99)
Observando os valores do quadro 7.6 conclui-se que não se dará o colapso plástico da tremonha.
107
Silos Metálicos
r th 1,5 0,010
l oh 0,975 0,975 0,1250m 12,50cm (6.105)
cos cos 24,2
Para analisar a influência do anel viga, repetindo o mesmo cálculo, mas sem entrar com o valor da sua
área, resultaria,
0,084 0,005 0,1250 0,010 235 10 3
1
n hRd 1,5 1,10 603,1 kN m (6.100)
sin 24,2
29,10 0,084 74,4 cos 24,2 0,41 sin 24,2 0,125
Conclui-se portanto ser muito grande a influência do anel viga colocado no silo (6 vezes maior a
resistência da junção com anel do que sem anel).
Este valor é amplamente verificado, em todas as combinações (quadro 7.5), não havendo portanto
qualquer risco de se atingir o colapso plástico na zona da transição.
108
Silos Metálicos
Obtêm-se os valores dos comprimentos efectivos de cada um dos grupos (A e B) através das equações
(6.114) e (6.115).
r t 1,5 0,005
l e1 0,778 0,778 0,0705m 7,1cm Ae1 l e1 0,005 3,53cm 2 (6.114)
cos cos 24,2
2 3 r t 1,5 0,010
le2 0,389 1 3 2 0,389 1 3 0,5 2 2 0,5 3 0,0748m 7,5cm
cos cos 24,2 (6.115)
2
Ae 2 le 2 0,010 7,48cm
109
Silos Metálicos
A área efectiva do anel-viga é dada pela soma da área do perfil utilizado ( C15 50 ) com a área de
cada um dos elementos concorrentes com a zona de transição, soma essa traduzida pela equação
(6.108).
Aet Aep Ae 94,4 3,53 7,48 105,41cm 2 (6.108)
segmentos
4 E Iz 1 4 210 10 6 454 10 8 1
ip , Rd 146 MPa (6.107)
Aet rg2 M3 105,41 10 4 1,50202 2 1,10
u , Ed ip , Rd 146 MPa
110
Silos Metálicos
A resistência ao varejamento para fora do plano (“out-of-plane buckling”) é calculada pela expressão
(6.118)
2 2
tp 1 6 0,0063
op , Rd k E 2,93 210 10 1114,9 MPa (6.118)
b M3 0,148
b 0,148
ks 0,385 0,452 0,385 0,452 0,527 (6.120)
r 1,5
b 0,148
kc 1,154 0,56 1,154 0,56 1,209 (6.121)
r 1,5
52 52 52
tc ts th
c 0,5
tp tp tp
(6.123)
2, 5 2, 5
0,005 2,5 0,010
0,5 0 1,868
0,0063 0,0063
O varejamento da junção (para fora do seu plano) é então verificado desde que:
u , Ed op , Rd 1114,9 MPa
111
Silos Metálicos
Estando para o caso em estudo o anel-viga de transição sobre apoios discretos, fazem-se ainda mais
algumas verificações.
A verificação do anel-viga de transição do silo que se encontra apoiado sobre apoios discretos é
aferida respeitando-se as condições impostas pelas inequações (6.125), (6.126) e (6.127), sendo estas
últimas duas respeitantes à resistência ao varejamento.
fy 235
m , Ed 213MPa (6.125)
M 1a 1,10
Quadro 7.7 – Resultados obtidos pelo modelo em elementos finitos (tensões máxima e mínima no anel viga)
Pode-se assim concluir que os valores limite de tensões em cima apresentados, para se assegurar a
estabilidade do anel viga, são por completo verificados.
Interessa comparar estes resultados com os obtidos pela expressão (6.50). Calcula-se, para um dos
estados limite (ELU 1):
112
Silos Metálicos
z z z0
n x , Sd F Cw ph0 z0 1 e
z0
5 5 3, 02 (6.8)
1,35 1,10 0,38 31,32 3,02 1 e
3,02
45,2 kN m
Falta apenas calcular os momentos aplicados ao anel-viga, pelas expressões (6.46) e (6.48), do
seguinte modo:
M rs , Sd rg er wv , Sd rg es 0 cot 0 rg er wr , Sd ex
1,5 95,4 1,5 0,785 cot 0,785 1,5 22,5 0 (6.46)
46,0kN .m
113
Silos Metálicos
2
rg rg er rg 0
M fs , Sd wv , Sd rg es 1 0 cot 0
h 3
1,50202 1,5 1,50202 0,785 2 (6.48)
95,4 1,5 1 0,785 cot 0,785
0,3808 3
7,36kN .m
Tensões na parede
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
-20,0 sem anel
x , Ed -40,0 com anel
( MPa )-60,0
-80,0
-100,0 pormenor
-120,0
-140,0
114
Silos Metálicos
Tensões na parede
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
sem anel
-20,0
x , Ed com anel
-40,0
( MPa )
-60,0
-80,0
-100,0
-120,0
Mostra-se na figura 7.18 o mapa de tensões s1(tracções máximas) no silo, para a combinação 1.
115
Silos Metálicos
É possível constatar que os maiores esforços de tracção se dão na tampa do silo. As tensões de
compressão mais elevadas (zonas a azul) ocorrem nas paredes verticais, imediatamente acima dos
apoios (zonas criticas nas quais é preciso verificar o fenómeno de varejamento) e nas paredes da
tremonha, entre a saída e zona da transição.
Apresenta-se na figura 7.19 o mapa das tensões máximas de compressão (também para a combinação
1). Como era de esperar, as maiores compressões dão-se nas paredes verticais (zonas a azul) e ao
longo da zona de transição (onde são verificadas as compressões no anel viga, por exemplo).
116
Silos Metálicos
Frequência Pulsação
Modo Descrição
(Hz) (1/seg)
1 5,76 36,21 oscilação local da tampa
2 8,76 55,03 torção da parede vertical
3 12,83 80,64 oscilação local da tampa
4 15,26 95,9 oscilação local da tampa
5 19,77 124,23 oscilação local da tampa
6 22,63 142,19 oscilação local da tampa
7 23,56 148,05 flexão da parede vertical
8 23,57 148,09 flexão da parede vertical
9 27,27 171,31 vibração conjunta parede vertical/ tampa
10 27,58 173,32 vibração conjunta parede vertical/ tampa
A primeira frequência natural ( f 5,76 Hz ) está associada a uma oscilação local da tampa do silo:
117
Silos Metálicos
O segundo modo ( f 8,76 Hz ), reflecte-se na torção da parede vertical do silo, segundo o seu eixo
vertical z.
118
Silos Metálicos
Os últimos dois modos de valores (9º e 10º), com frequências da ordem dos 27 Hz, envolvem
vibração conjunta das paredes verticais do silo e tampa do silo.
De notar que nenhum dos 10 primeiros modos estudados envolve vibração das paredes da tremonha,
muito provavelmente devido à sua geometria cónica e ao confinamento associado ao anel viga.
119
Silos Metálicos
120
Silos Metálicos
8
SILO RECTANGULAR
8.1. INTRODUÇÃO
O comportamento estrutural de um silo rectangular é muito distinto do de um silo circular. A relação
entre as pressões e os deslocamentos é ainda pouco conhecida, levando-se a dimensionamentos algo
conservativos dos silos rectangulares. Os silos rectangulares são apropriados até dimensões para
d c (diagonal da secção rectangular) de 4 a 5m (silos rectangulares com reforços). A partir daí não se
justifica a sua utilização, sendo melhor a opção pelos silos circulares.
Nas figuras 8.1, 8.2 e 8.3, mostram-se algumas disposições possíveis de um silo rectangular:
121
Silos Metálicos
Fig. 8.2- Silo rectangular com reforços (representados pelas linhas a tracejado)
Para uma mesma espessura das paredes, um silo rectangular e um circular não apresentam a mesma
capacidade resistente. Daí a necessidade de aumentar a rigidez da estrutura (rectangular) por meio de
reforços (ou nervuras de rigidez). Se é verdade que a sua existência aumenta os custos de construção
(material e transporte), não é menos verdade que a rapidez na construção é francamente superior.
Também neste tipo de silos se colocam as questões relativas ao tipo de fluxo do material (em massa ou
em funil), bem como as da instabilidade (formação de túnel e de arco). O tipo de fluxo preferível para
122
Silos Metálicos
os silos rectangulares é o de massa: existe uma maior probabilidade da retenção de material nos
cantos, onde os fenómenos de corrosão seriam amplificados, caso tal acontecesse. Garantindo o fluxo
em massa, o fenómeno de corrosão dos cantos fica minimizado (a figura 8.1 mostra a secção a usar
para evitar o fenómeno de corrosão nos cantos).
p hf ( z ) p h 0 YJ ( z ) (8.1)
p wf ( z ) p h 0 YJ ( z ) (8.2)
p h0
p vf ( z ) YJ ( z ) (8.3)
K
Em que:
p h0 K z0 (8.4)
1 A
z0 (8.5)
K U
z z0
YJ ( z ) 1 e (8.6)
Sendo:
o valor característico do peso volúmico;
o valor característico do coeficiente de atrito da parede quando o sólido desliza pela parede
vertical;
K o valor característico da razão da pressão lateral;
A a área da secção do silo;
U o perímetro interno da secção do silo.
123
Silos Metálicos
8.2.2. TREMONHA
A pressão média vertical Pvy1 (adimensional) aplicada sobre as paredes da tremonha vale:
K 1 K
1 2 z tan w 1 2 z tan w 1 2 z tan w
Pvy1 1 Pvo (8.7)
2 tan w K 1 1 2 z 0 tan w 1 2 z 0 tan w
Com:
y1
z0 (8.8)
D
K2 K3
K 2 K3 1 (8.9)
tan w
124
Silos Metálicos
sen sen 2 2w
K2 (8.12)
1 sen cos 2 2w
sen sen 2
K4 (8.13)
1 sen cos 2 2w
0, 5
cos 1 sen 2 2 sen 2 sen 2
K3 2
(8.14)
cos 1 sen 2 K 1 sen
Nas expressões (8.14) a (8.16) o sinal + utiliza-se nas condições estáticas, e o sinal – para condições
dinâmicas.
1 sen ´
2 ´ cos (8.15)
2 sen
1 sen
2 2w cos (8.16)
2 sen
1 sen 2 2w
tan (8.17)
cos 2 2 w cos ec
K1 é definido como:
2 1, 5
K1 1 1 c (8.18)
3 c
com c a valer:
2
tan
c (8.19)
tan
125
Silos Metálicos
1 sen ´
2w ´ cos (8.20)
2 sen
Na fig. 8.5, a teoria para condições estáticas com valores não negativos de K é apenas aplicável para a
os pontos pertencentes à área à direita das curvas. Para evitar valores negativos de K ou quando
2w 2 1 então K deverá ser tomado como zero caso seja negativo. Sendo feito, então K 3 toma
o valor unitário, e as equações (8.7) a (8.19) ficam:
Pvy1 Pvo z z0 (8.21)
Fig. 8.5- Curvas para a equação (8.20) indicando condições limite para K (para condições estáticas)
sen(2 w) cos ´
Ph 0 Pvy1 (8.22)
sen ´ 2 w sen ´
que é equivalente à condição expressa pela expressão (8.20). A teoria expressa pelas equações (8.21) e
(8.22) é válida para a área à esquerda das curvas desenhadas na figura 8.5.
126
Silos Metálicos
Assumindo que durante o carregamento é estabelecido o estado activo de tensões, a mudança para o
estado passivo da descarga cria uma onda de choque ascensional partindo da abertura da tremonha. O
valor da sobre-pressão devido à alteração de estado de tensão é dado por:
K 3 K 4 dinâmica
Pmax Ph estático (8.24)
K 3 K 4 estática
De notar que a equação (8.24) é válida desde que a limitação imposta pela equação (8.20) não seja
excedida, e que a transição (de condições estáticas para dinâmicas) não chegue até à secção vertical do
silo. Quando a transição (de condições estáticas para dinâmicas) se situa na zona de transição (entre
paredes verticais e paredes da tremonha), então z z 0 0 e as equações (8.7), (8.10) e (8.11) podem
ser utilizadas.
São portanto incluídos elementos de reforço nas paredes do silo; caso contrário, ter-se-iam que usar
espessuras de parede francamente antieconómicas.
A estrutura é analisada através da transformação das pressões causadas pelo material armazenado em
forças de tracção e de flexão, tal como mostrado na figura 8.7.
127
Silos Metálicos
Geralmente a espessura das paredes é determinada para que vença o vão entre dois reforços
consecutivos. Estes reforços são geralmente verticais e horizontais.
O mesmo se passa nas paredes inclinadas da tremonha, adicionando-se ainda as forças de tracção
inclinadas Tma e Tmb devidas ao seu peso próprio e às forças de atrito a si aplicadas.
A pressão máxima na parede da tremonha ocorre na zona mais baixa da tremonha, onde está sujeita a
esforços de flexão, de corte e tensão. Geralmente, a parede é dimensionada tendo em vista apenas os
esforços de flexão, sendo os esforços de corte negligenciados e as tensões horizontais assumidas como
suportadas pelos reforços horizontais, que se poderão incluir na respectiva parede.
128
Silos Metálicos
Lado a:
1
Ta Pb b (8.25)
2
Lado b:
1
Tb Pa a (8.26)
2
Pa a 2 K Pb b 2
Mc (8.27)
12 1 K
Em que:
Ib a
K (8.28)
Ia b
129
Silos Metálicos
e no lado b,
Pb b 2
Ma Mc (8.30)
8
Pa a 3 Pb b 3
Mc (8.31)
12 a b
Pa a2
Mc (8.32)
12
P a2
Ma Mb (8.33)
24
A parede (tal como representado na figura 8.10) abrangerá os esforços entre reforços (esforços na
direcção paralela e perpendicular aos reforços), respeitando-se a condição:
b
3 (8.34)
a
130
Silos Metálicos
A transformação de pressões não uniformes (causadas pelo material armazenado) sobre uma direcção
vertical, em pressões uniformes (em valor médio), demonstrou ser seguro para o dimensionamento.
Para o caso de uma parede rectangular uniformemente carregada com apoios encastrados em seu
redor, o momento de flexão máximo ocorre segundo o eixo x-x, no centro da parede, tal como
mostrado na figura 8.11 e vale:
M máx Pn a 2 b (8.35)
131
Silos Metálicos
a Apoios Apoios
b fixos simples
1,0 0,0513 0,0479
1,1 0,0581 0,0553
1,2 0,0639 0,0626
1,3 0,0687 0,0693
1,4 0,0726 0,0753
1,5 0,0757 0,0812
1,6 0,0780 0,0862
1,7 0,0799 0,0908
1,8 0,0812 0,0948
1,9 0,0822 0,0985
2,0 0,0829 0,1017
3,0 0,0831 0,1189
4,0 0,0832 0,1235
0,0833 0,1250
Caso a parede esteja limitada por apoios simples, utiliza-se igualmente a equação (8.35), mudando
apenas o valor de , cujos valores são apresentados na tabela 8.1.
Para determinar a espessura da parede segundo esta teoria (das Pequenas Deformações), utiliza-se a
seguinte fórmula:
6 M máx
t 1ou 2 mm (8.36)
b Fb
Segundo esta teoria, baseada nas propriedades geométricas da parede em estudo e nas propriedades
elásticas do material utilizado, a espessura é obtida pela fórmula (8.37):
132
Silos Metálicos
13 34
Pn L2 1 2
t 0,9213 2
(mm) (8.37)
8 4 Pn L E
S 6 M
f Fb (8.38)
t t2
Tal é feito numa pequena faixa da parede vertical de vão L , como mostrado na figura 8.12.
Os valores de S , S E e M são obtidos pelas três seguintes expressões:
2 13
1 4 Pn L E t
S 2
(8.39)
1
2
EI
SE 2 2
(8.40)
L 1
Pn L2 S
M 1 1,032 (8.41)
8 S SE
Sendo:
Pn a carga uniformemente distribuída por metro de comprimento de parede ( kN m );
L o vão entre reforços da parede ( m );
t a espessura da parede ( mm );
I o momento de inércia por unidade de comprimento ( mm 4 );
E 200000 MPa (aço);
0,3 coeficiente de Poisson.
133
Silos Metálicos
Em que:
g é a massa da parede ( kg m 2 );
g n é a força normal à parede ( Pa );
é a inclinação da parede.
134
Silos Metálicos
1
Thb Pna sen a (8.47)
2
Cb W Ab Pb, des Cb G
Tmb (8.49)
b sen b
135
Silos Metálicos
K
0 0,4226 0,0641
0,25 0,4516 0,0789
0,5 0,4726 0,094
0,75 0,4904 0,1094
1,00 0,500 0,125
1,25 0,5092 0,1406
1,50 0,5166 0,1564
1,75 0,5228 0,1722
2,00 0,5276 0,1881
2,50 0,5352 0,2199
3,00 0,5408 0,2517
4,00 0,5486 0,3155
x é a distância contada do topo do reforço até ao ponto de momento máximo, calculada pela equação
(8.51).
x K L (8.51)
136
Silos Metálicos
9
ANÁLISE ESTRUTURAL DO SILO
RECTANGULAR
9.1. INTRODUÇÃO
A análise realizada no silo rectangular, foi baseada na revista canadiana “Design Guidelines for
Rectangular Steel Bins” [5].
Este silo é também dimensionado para o armazenamento de cimento, com as propriedades já
anunciadas. Tem dimensões iguais às do silo circular, variando apenas a geometria da sua secção. O
objectivo era o de comparar metodologias de cálculo e comportamentos estruturais, diversos para o
silo circular e rectangular.
137
Silos Metálicos
Esvaziamento
zm p he kPa p we kPa
0 0 0
1 10,2 3,7
2 17,4 6,4
3 22,7 8,3
4 26,4 9,7
5 29,1 10,7
O cálculo dos forças e momentos flectores actuantes sobre as paredes verticais do silo é feito através
das expressões (8.25), (8.30) e (8.31).
1 1
T Ph b Ph 3 1,5 Ph (8.25)
2 2
Ph b 2
M meiovão M canto 0,375 Ph (8.30)
8
Ph b 3 2 54
M canto Ph (8.31)
12 2 b 72
138
Silos Metálicos
1 sin ´ 1 sin 24
2 1 ´ cos 90 24 cos 149,6 (8.15)
2 sin sin 30
29,1
Ph w D w 0,606
16 3
w 0,606
Pv 0 1,60
K 0,38
Uma vez que se estuda a condição estática, não haverá fluxo na tremonha (a tremonha está cheia) e por
isso z 0 0 . Assim sendo, a expressão (8.21) fica:
e
sen(2 w) cos ´ sen 2 24,2 cos 24
Ph 0 Pvy1 Pvy1 0,5023 Pvy1 (8.22)
sen ´ 2 w sen ´ sen 24 2 24,2 sen 24
1600 kg m 3 9,81 3m
Pv Ph 0 47,09 Ph 0
1000
1 sen
K ,
1 sen
139
Silos Metálicos
pela qual obtemos o valor de K 0,33 . No entanto, na mesma publicação aconselha-se o uso do
valor 0,40. Decide-se portanto por um valor intermédio: 0,38. A pressão horizontal obtém-se da
pressão vertical por:
Ph Pv K Pv 0,38
Por fim, obtém-se a distribuição de pressões ao longo da tremonha, apresentada no Quadro 9.2.
Carregamento estático
y Pvy1 Pho Pv Ph
m kPa KPa
1 sen ´ 1 sen 24
2 2 ´ cos 90 24 cos 78,4 (8.15)
2 sen sen 30
140
Silos Metálicos
2 2
tan tan 29,75
c 0,9800 (8.19)
tan tan 30
2 1,5 2 1, 5
K1 1 1 c 1 1 0,9800 0,6783 (8.18)
3 c 3 0,9800
0, 5
cos 1 sen 2 2 sen 2 sen 2
K3 2
cos 1 sen 2 K 1 sen
0,5 (8.14)
cos 29,75 1 sen 2 30 2 sen 2 30 sen 2 29,75
2
cos 29,75 1 sen 30 2 0,6783 sen 30
1,939
K2 K3 0,3081 1,939
K 2 K3 1 2 1,939 1 4,54 (8.9)
tan w tan 24,2
Desta vez a expressão da pressão adimensional Pvy1 é alcançada através da expressão (8.7).
1 2 z tan w K 1 K
Pvy1 1 1 2 z tan w Pvo 1 2 z tan w
2 tan w K 1
(8.7)
1 2 z tan 24,2 4 , 54 1 4 ,54
1 1 2 z tan(24,2 1,60 1 2 z tan 24,2
2 tan 24,2 4,54 1
a 1 2 z tan w
A também adimensional pressão horizontal é expressa por:
K3 K4 1,939 0,3769
Ph 0 Pvy1 Pvy1 1,923 Pvy1 (8.10)
´ 0,38
141
Silos Metálicos
Por fim, chega-se às expressões que permitem obter as pressões (dinâmicas) verticais e horizontais na
parede da tremonha:
1600 9,81 3
Pv Ph 0 47,09 Ph 0
1000
Ph Pv K Pv 0,38
Carregamento dinâmico
y1 Z a Pvy1 Pho Pv Ph
KPa KPa
0 0 1 1,6 3,08 144,9 55,1
0,5 0,166667 0,850194 0,883 1,70 79,9 30,4
1,0 0,333333 0,700388 0,475 0,91 43,0 16,4
1,5 0,5 0,550582 0,259 0,50 23,4 8,9
2,0 0,666667 0,400776 0,146 0,28 13,2 5,0
2,5 0,833333 0,25097 0,081 0,16 7,4 2,8
3 1 0,101164 0,032 0,06 2,9 1,1
Pressões (kPa)
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
0
0,5
1
dinâmico
y1 (m) 1,5
estático
2
2,5
142
Silos Metálicos
Convém assim utilizar os valores máximos de cada um dos carregamentos, definindo como resultado
final o quadro 9.4:
Quadro 9.4 – Pressões de cálculo na tremonha
Para além das pressões do quadro 9.4 há ainda a adicionar as devidas à massa da tremonha.
A força Fw é a força causada pelo peso próprio do material armazenado na tremonha (cimento), de
volume:
V 10m 3
9,81
Fw 10m 3 1600 kg m 3 157 kN
1000
De seguida, há que adicionar o peso da própria tremonha:
FH S Ah t g
1 3
Ah 4 3 0,30 21,7 m 2
2 cos 24,2
9,81
FH S Ah t g 7850 21,7 0,020 33,5kN
1000
Tomando para C a o valor 0,25 e Aa pela figura 8.14, obtêm-se as forças Tm (forças existentes ao
longo das paredes) e Th (forças horizontais).
143
Silos Metálicos
1
Th Pn sen 0,5 Pn sin(65,8 ) (8.46)
2
Com as equações (8.46) e (8.48) chega-se aos valores das forças horizontais ( Th ) e das forças ao
longo do plano da parede da tremonha ( Tm ), apresentadas no Quadro 9.5.
144
Silos Metálicos
Em que Fb corresponde à tensão máxima permitida na secção, devida a esforços de flexão, e vale
6 M máx 6 25,0
t 1ou 2 mm 18,8mm 20mm (8.36)
b Fb 3 141 10 3
145
Silos Metálicos
7,8 8mm
b h3 1 83
I 42,7 mm 4 mm
12 12
SE ,
2 2
EI 200 42,7
SE 2 2 2
92,6 10 3 kN mm (8.40)
L 1 1 1 0,3 2
e do momento M ,
Pn L2 S 23,3 10 6
1000 2 340
M 1 1,032 1 1,032 550 10 3 kN mm (8.41)
8 S SE 8 340 92,6
146
Silos Metálicos
A próxima etapa de cálculo passa pelo dimensionamento dos reforços verticais na parede vertical:
29,1
1,67 (8.50)
17,4
A secção que o reforço tem terá que respeitar certas condicionantes como a grandeza S req´d ,
M 26,2 1
S req´d 185,8 10 3 mm 3
Fb 141 10 3
F 18,2
AV 193,6mm 2
94 10 3
Este valor de AV é a área mínima de corte que o perfil do reforço vertical tem que assegurar.
I xx 1,79 10 6 mm 4
AT 2940mm 4
147
Silos Metálicos
2 2
I nn 1,79 10 6 2940 58,5 17,1 0,1365 10 6 2560 51,5 4 12,62 10 6 mm 4
12,62 10 6
Sc 245 10 3 mm 3
51,5
12,62 10 6
St 215 10 3 mm 3
58,5
Como tanto S c como S t são maiores que o S req´d , a secção respeita a segurança à flexão. A
resistência ao corte é assegurada pela área conjunta do perfil ser superior a AV .
A secção acima desenhada é portanto suficiente para ser utilizada como reforço vertical nas paredes
verticais do silo rectangular.
148
Silos Metálicos
b 1,5
1,5 tab8.1 0,0812
a 1
O valor médio das pressões aplicadas à metade superior da parede da tremonha vale:
70,2 24,1
Pn 47,2kPa
2
Com o qual se determina o momento máximo
2
1,5
M máx 0,0812 47,2 1 10,4kN .m (8.35)
cos 24,2
6 10,4
t 16,4mm 18mm (8.36)
1,645 141 10 3
149
Silos Metálicos
Uma vez mais, escolhe-se o menor dos valores obtidos por (8.36) ou (8.37), desde que se faça a
seguinte verificação.
A tensão na parede é calculada por
2 13
1 4 47,2 1 200 10 6 0,011
S 605 kN mm (8.39)
1 0,3 2
b h3 1 113
I 110,9 mm 4 mm
12 12
2
200 110,9
SE 240,6 10 3 kN mm (8.40)
1 1 0,32
2
6
47,2 10 1000 2 605
M 1 1,032 1554 10 3 kN .mm mm (8.41)
8 605 240,6
Obtendo-se o valor de
3 3
S 6 M 605 10 6 1554 10
f 131,5MPa Fb 141MPa (OK ) (8.38)
t t2 11 112
150
Silos Metálicos
M 16,0 1
S req´d 113,58 10 3 mm 3
Fb 141 10 3
16
VA 23,2kN
1 0,5397 1,5
e
F 23,2
AV 246,8mm 2
94 10 3
6 2 440 10 3 2
I nn 1,79 10 2940 73,3 17,1 440 11 39,7 5,5 16,79 10 6 mm 4
12
16,79 10 6
Sc 422,8 10 3 mm 3
39,7
151
Silos Metálicos
16,79 10 6
St 229 10 3 mm 3
73,3
Como tanto S c e S t são maiores que o S req´d , a secção respeita a segurança à flexão. A resistência ao
corte é assegurada pelo facto da área conjunta do perfil ser superior a AV .
A secção acima desenhada é portanto suficiente para ser utilizada como reforço vertical nas paredes da
tremonha do silo rectangular.
Foi feito um estudo da malha de elementos finitos a utilizar (antes da inclusão de reforços na estrutura;
daí os elevados valores de tensão que mais à frente se referem no parágrafo). Foram utilizados
elementos quadrados de dimensão 0,30m. Um maior grau de refinamento era desnecessário, já que os
resultados obtidos com elementos desta dimensão se aproximam de uma maneira bastante satisfatória
de uma malha bastante refinada (o máximo que se conseguiu foi ter uma malha com elementos de
0,10m, cuja tensão máxima s1 era de 2538,92 MPa, enquanto que com elementos de 0,30m se tinha o
valor de 2519,67 MPa, valor portanto satisfatoriamente próximo do anterior).
152
Silos Metálicos
Os reforços verticais têm a secção anteriormente determinada pelos cálculos manuais. À falta de mais
dados, foram repetidas as mesmas secções também para os reforços horizontais.
A espessura dos painéis é de 15mm, pois era suficiente o necessário para respeitar os valores de tensão
máxima, como a seguir se demonstrará.
Fig. 9.8- Deformadas no silo rectangular (em cima o silo sem reforços e em baixo, com reforços)
153
Silos Metálicos
É visível a importância dos reforços verticais para este tipo de estruturas, pois permitem a redução
significativa dos deslocamentos (de notar que a escala da deformada de cima é muito superior à da
deformada de baixo).
Mais uma vez, a importância dos reforços no silo é constatada no gráfico da figura 9.9. Comparando
valores de tensões principais máximas (para as mesmas paredes do silo, e na combinação 1) num silo
com reforços, com as de um sem reforços, é clara e notória a importância da existência de reforços
para os silos rectangulares (o gráfico da figura abaixo representa para cada um dos nós da estrutura
com e sem reforços, os correspondentes valores da tensão principal máxima, num silo com paredes de
espessura de 15mm).
com reforços
sem reforços
Fig. 9.9- Tensões principais máximas num silo rectangular com e sem reforços (horizontais e
verticais)
Considerando o silo reforçado, apresentam-se no quadro 9.6 os valores máximos das tensões
principais para as várias combinações de acções consideradas.
Quadro 9.6 – Tensões principais
154
Silos Metálicos
fy 235
O valor da tensão máxima ( f e , Rd 213MPa ) é amplamente verificado.
M 1b 1,1
Apresentam-se nas figuras 9.10 e 9.11 mapas de tensões principais máximas e mínimas,
respectivamente, para a combinação de acções 1.
155
Silos Metálicos
De realçar as zonas de tracção entre reforços verticais e horizontais, e as zonas de compressão nas
zonas da intersecção (nos cantos) das paredes verticais. Estes resultados tornam-se bastante óbvios
após o visionamento da deformada da estrutura apresentada na fig. 9.8.
Frequência Pulsação
Modo Descrição
(Hz) (1/seg)
1 8,43 52,94 torção das paredes verticais
2 11,68 73,38 oscilação das paredes verticais
3 11,78 74,03 oscilação das paredes verticais
4 18,91 118,83 oscilação da tampa
5 27,13 170,47 oscilação conjunta da parede vertical, tremonha e tampa
6 27,19 170,63 oscilação conjunta da parede vertical, tremonha e tampa
7 27,95 175,63 vibração conjunta da parede vertical/ tampa
8 29,12 182,99 oscilação das paredes verticais
9 38,38 241,12 oscilação da tampa
10 41,01 257,66 vibração conjunta da parede vertical/ tampa
156
Silos Metálicos
O 1º modo de vibração está associada à torção das paredes verticais, enquanto que o 2º modo
corresponde à oscilação da parede vertical, ilustrado nas figuras 9.12 e 9.13.
157
Silos Metálicos
Neste trabalho, para se reforçar o silo, utilizaram-se nervuras de rigidez com as secções das figuras 9.4
e 9.6. No entanto, uma outra solução poderia ter sido escolhida. Esta solução é muito usada em países
como França e Alemanha, e passa por usar tirantes tal como se apresenta nas figura 9.18 e 9.19:
158
Silos Metálicos
A vantagem deste método é a da maior facilidade em construir e reparar o silo em casa de avaria, além
da maior facilidade de cálculo para o dimensionamento. A desvantagem é devida ao posicionamento
dos reforços internos, que podem perturbar o fluxo do material
159
Silos Metálicos
160
Silos Metálicos
10
SILO DE CHAPA QUINADA
10.1. INTRODUÇÃO
Muitas vezes a secção das paredes do silo segue um padrão ondulado, que permite um melhor
comportamento em flexão (a inércia da secção é aumentada pelo simples aumento da altura do perfil).
Em seguida, estudam-se os fenómenos a ter em conta para o seu dimensionamento.
r
Pressão lateral máxima: p máx
tg ´
L 1 h
Abcissa característica: A
3
4 tg ´ tg 2
4 2
161
Silos Metálicos
Esforço de tracção T exercido sobre uma faixa vertical em contacto com uma massa armazenada:
Sejam:
c a circunferência exterior à faixa
´´ o ângulo de atrito dos grãos sobre a faixa
r raio hidráulico médio do silo
A a abcissa característica correspondente ao silo
tg ´´ z2
T r c
tg ´ z A
Nota: as fórmulas em cima apresentadas são aplicáveis para a determinação de esforços sobre as
paredes e sobre o fundo dos silos no momento do enchimento das células. Precauções suplementares
devem ser usadas para a estimação das sub pressões consideráveis provocadas pelo esvaziamento dos
silos.
Descrição:
Os painéis metálicos, constituindo as paredes das células, são compostos por chapas finas dobradas em
ondas de 0,174 m de profundidade, apresentando alternativamente forças verticais e de faces
inclinadas de 0,25 m de largura.
162
Silos Metálicos
As chapas são soldadas electricamente sobre batentes metálicos que resistirão, aquando da obra
finalmente concluída, às reacções verticais devidas ao atrito entre grãos sobre as chapas dos painéis.
Os batentes adjacentes após a colocação dos painéis, são soldados e constituem verdadeiros pilares
que transmitem as cargas que recebem até às fundações.
Os painéis têm uma largura de 3,00 m e eles são soldados sobre os batentes de 0,18 m de largura e
uma espessura tal que a dimensão do quadrado limitador da secção total das células seja de 4,19 m
segundo os eixos no desenho.
Devido à presença das ondas e da massa dos grãos que se imobiliza nos buracos que estas formam, o
equilíbrio da matéria armazenada estabelece-se em função do atrito grão sobre grão.
Os cálculos dos esforços são portanto estabelecidos com os seguintes elementos de base:
tg 25º 0,466
25º
tg 2 0,406
4 2
163
Silos Metálicos
Cálculos:
Superfície de uma célula segundo os eixos do desenho: S 3,20 2 10,24m 2
Perímetro correspondente: c 4 3,20 12,60m
10,24
Raio hidráulico médio: r 0,80
12,60
a 3,20
Altura do cone superior de material armazenado: h tg 0,466 0,745m
2 2
12,60 1 0,745
Abcissa característica: A 5,051
4 0,466 0,406 3
164
Silos Metálicos
3,00 2
Momento-flector máximo: M pz 0,86 0,645 p z
2
3,20
Esforço de tracção das paredes vizinhas: N pz 0,86 1,376 p z
2
165
Silos Metálicos
M N
Tensão do metal: R´a
580 e 100 e
O quadro em baixo dá os valores dos esforços do metal para as diferentes profundidades z da matéria
armazenada a partir do topo das paredes e para as espessuras de chapas determinadas:
Tensão kg cm 2
2
zm p z kg m M kg .cm N kg Chapa de Chapa de Chapa de
25/10 30/10 35/10
4,00 947 61067 1303 473
8,00 1169 75403 1609 584
12,00 1254 80905 1726 627
16,00 1296 83582 1783 648
20,00 1319 85082 1815 659
24,00 1333 86007 1835 667
166
Silos Metálicos
24 2 23 2
F 800k 0,80 620 kg m 2
24 5,051 23 5,051
167
Silos Metálicos
De uma forma geral, e com uma aproximação satisfatória, a composta da resultante normal ao eixo
BE, será tomada como o valor da pressão horizontal, multiplicado por um coeficiente médio de:
1446
1,08
1333
O momento-flector respectivo à porção de parede BCDE sobre o efeito das forças normais ao eixo BE,
tem a forma:
3,00 2
M p z 1,08 0,67 0,5427 p z
12
168
Silos Metálicos
Daí o quadro 10.3 dando as tensões do metal sobre o efeito da secção desviada:
Tensão kg cm 2
2
zm p z kg m M kg .cm N kg Chapa de Chapa de Chapa de
25/10 30/10 35/10
4,00 947 51382 1015 1380
8,00 1169 63444 1253 1704 1420
12,00 1254 68073 1345 1524 1306
16,00 1296 70325 1389 1349
20,00 1319 71588 1414 1373
24,00 1333 72365 1429 1388
O quadro de cima comparado com o anterior da flexão simples, mostra que as espessuras de chapa
necessárias resultarão dos cálculos das ondas das paredes sujeitos a flexão desviada.
Como anteriormente, a componente normal às faces inclinadas será igual ao valor da pressão
horizontal, multiplicada por um coeficiente médio de:
1213
0.91
1333
Momento-flector máximo:
0,25 2
M pz 0,91 0,004740 p z
12
I 100 e 2
16,66 e 2
v 6
Tensão no metal:
0,004740 p z
R´a
16,66 e 2
169
Silos Metálicos
Daí o quadro seguinte dando as tensões do metal sobre o efeito da flexão local:
Tensão kg cm 2
2
zm p z kg m MM kg .cm Chapa de Chapa de
25/10 30/10
4,00 947 449 431
8,00 1169 554 532
12,00 1254 595 571
16,00 1296 614 590
20,00 1319 625 600
24,00 1333 632 607
Comparando o quadro 10.4 com o correspondente da flexão desviada, conclui-se que as espessuras de
chapa necessárias serão condicionadas pelos resultados do quadro da flexão desviada.
170
Silos Metálicos
11
PROGRAMA MATLAB
11.1. INTRODUÇÃO
Foi criado um programa em MATLAB com o intuito de validar os resultados obtidos com o programa
comercial ROBOT. A utilização de “software” comercial como o ROBOT, traduz-se por um conjunto
de limitações que exigem simplificações, as quais devem ser validadas.
O programa que a seguir se apresenta pretende ser uma alternativa à solução comercial.
11.2. CONCEITOS
Tal como foi feito no ROBOT, em que se modelaram as cascas das paredes do silo como uma série de
placas, também essa metodologia foi seguida para o programa MATLAB.
As cascas podem portanto ser modeladas como uma junção de elementos de estado plano de tensão
(que asseguram a deformação de membrana) com elementos de placa (responsáveis pela flexão).
A figura 11.2 mostra os graus de liberdade locais: u´ , v´ (para elementos planos) e w´ , x ´e y ´ (para
elementos de placa).
171
Silos Metálicos
11.3. PROGRAMA
Em baixo apresenta-se o programa realizado. Foram sendo escritas notas (a verde) para melhor
compreensão dos passos que se seguem.
Uma dificuldade que se apresentou foi a colocação de pressões normais e paralelas aos elementos
casca. Por isso, e como o objectivo era o de comparar este programa com o ROBOT, fez-se um
pequeno exemplo, colocando uma força de 100 kN num nó no topo do silo (como apresentado na
figura 11.4), sendo os resultados comparados com os obtidos no ROBOT (para a mesma estrutura e
mesmo caso de cargas, obviamente).
Apresenta-se um organograma do programa criado com o MATLAB:
172
Silos Metálicos
INPUT OUTPUT
Apresenta-se também uma versão resumida do programa (a versão completa utilizada para o silo em
estudo é reproduzida no anexo A.2):
% casca cilíndrica, 2 x 2 elementos
% h=espessura
% e=modulo de elasticidade
% nu=coeficiente de Poisson
% q1 = pressão segundo xx, q2 e q3 idem, yy e zz
% node = coordenadas dos nos (x,y,z)
% element = conectividadees (números dos nos em elementos)
% gdlElemento = numeração dos graus de liberdade em cada elemento
% condFronteira = numeração dos graus de liberdade prescritos
% K = matriz de rigidez em eixos globais
% R = vector de forcas nodais em eixos globais
Clf
173
Silos Metálicos
h(1:208)=0.010;
h(41:80)=0.005;
h(121:185)=0.005;
qz(1:208)=0.;
qy(1:208)=0.;
qx(1:208)=0.;
desenhoMalhas(node,element,'Q4','black.-')
174
Silos Metálicos
R(961)=-100;
activeDof=setdiff([1:dof]',[condFronteira]);
U=K([activeDof],[activeDof])\R([activeDof]);
U1=zeros(dof,1);
U1(activeDof)=U;
d=U1;
desenhoMalhas(node+0.5e1*[d(1:6:dof) d(2:6:dof)
d(3:6:dof)],element,'Q4','red.-')
175
Silos Metálicos
-1
-2
176
Silos Metálicos
Fig. 11.6- Deformada das estruturas (à esquerda pelo ROBOT; à direita pelo MATLAB)
É clara e notória a semelhança entre as deformadas obtidas pelos dois programas (ROBOT e
MATLAB).
Há ainda que confirmar pelos valores dos deslocamentos dos nós.
UX 34,78cm
UY 0,00cm
Ux 1,17cm
Obs: a numeração dada aos nós no ROBOT não coincide com a determinada no MATLAB (o nó em
questão, é numerado como 177 no ROBOT, sendo 160 no MATLAB).
177
Silos Metálicos
Como se pode comprovar, não só pelo desenho da deformada, mas também pelos resultados analíticos
obtidos, pode-se concluir que este programa MATLAB recria com fidelidade o modelo criado no
ROBOT. Apesar de não se ter feito, poder-se-iam ainda calcular tensões criadas na estrutura para um
determinado tipo de carregamento (que não foi realizado devido à dificuldade em colocar cargas
normais e tangentes às placas). Serve portanto este programa para estabelecer o início de um futuro
trabalho que se venha a realizar, mais aprofundado, em que se queira rentabilizar ao máximo um
determinado programa.
178
Silos Metálicos
12
CONCLUSÕES
Os silos são estruturas muito particulares, que servem essencialmente para o armazenamento de
cereais e produtos pulverulentos. Apresentam capacidades de armazenamento absolutamente
invulgares, com valores a atingirem as 50 000 toneladas. Conseguem-se criar estruturas com grande
capacidade através de agrupamentos apropriados entre células, com uma maior rapidez de construção
e menores custos unitários.
Dois materiais são habitualmente utilizados na construção dos silos: betão (armado ou pré-esforçado)
e aço. O primeiro é escolhido quando os esforços de flexão da parede são importantes, utilizando-se
paredes de grande espessura. No caso dos silos metálicos, as paredes terão uma pequena espessura,
que obrigam a uma redobrada atenção ao fenómeno de varejamento.
Quando à secção, de referir que a opção pela circular é devida ao uso eficiente do material e facilidade
de construção. Se se pretender um maior rendimento do espaço disponível, aconselha-se a escolha da
secção rectangular.
O objectivo deste trabalho foi o de conhecer e analisar o comportamento estrutural dos silos metálicos
(de secção circular ou rectangular).
Através de uma pesquisa bibliográfica, estudaram-se os principais aspectos envolvidos no
dimensionamento de um silo, e as regras específicas de alguns regulamentos (caso do Eurocódigo para
o silo circular e das normas canadianas para o rectangular).
No caso do silo circular analisou-se a problemática da malha de elementos finitos a utilizar com o
“software” comercial ROBOT. Fez-se a verificação estrutural do silo, que foi feita para a parede
vertical e para a tremonha. Foram feitas as verificações da ruptura e de varejamento para a parede
vertical, e da resistência plástica para a tremonha. Verificou-se ainda o anel-viga (ou de transição) para
a situação de varejamento, para dentro e para fora do seu plano.
No caso do silo rectangular foi feito um dimensionamento das paredes verticais e da tremonha, de
acordo com as regras das normas canadianas. Foram dimensionados reforços verticais e horizontais,
que incluídos na estrutura asseguram a sua estabilidade estrutural.
Por fim, realizou-se uma outra opção de cálculo para o silo circular, através da escrita de um programa
em MATLAB; o programa foi feito para analisar cascas com elementos planos, obtendo-se uma
ferramenta que permite analisar um silo circular, e aferir a veracidade dos valores de cálculo do
ROBOT. Através da definição das características geométricas e mecânicas do silo em estudo, o
programa permite a obtenção de esforços e deslocamentos num qualquer nó da estrutura.
179
Silos Metálicos
180
Silos Metálicos
esforços x, Ed , tensão pela qual se verifica o varejamento das paredes verticais) como
também pelo aumento de rigidez na direcção do plano da secção circular e na direcção
perpendicular a este último. A resistência máxima ao colapso plástico da junção (sob
carregamento axissimétrico) é aumentada cerca de 6 vezes caso se utilize um anel-viga, como
se observou pela aplicação da equação (6.100).
7- No dimensionamento dos silos (circular e rectangular) considera-se que as estruturas têm 4
apoios. A escolha de um reduzido número de suportes não foi ocasional, pois pretendia-se
estudar uma estrutura menos convencional; as fórmulas apresentadas para a verificação das
tensões de membrana máximas são todas muito conservativas devido à reduzida informação
prática que se tem sobre os fenómenos que ocorrem na zona de ligação suporte/ zona de
transição. Não é ainda claro o comportamento conjunto da parede vertical com um apoio
isolado. Ainda assim, verificaram-se todas as restrições a aplicar a esta zona do silo. Seria
portanto importante conceber teorias mais aproximadas e realistas.
8- Pouco realistas são também as expressões de verificação de colapso plástico da tremonha. São
para o silo circular em estudo completamente verificadas, não se apresentando o colapso
plástico como critério principal no seu dimensionamento.
9- O silo rectangular distingue-se muito do silo circular. Observa-se que utilizando as mesmas
espessuras de parede, para as mesmas dimensões, que estas não bastam. No silo rectangular
foram precisos reforços verticais e horizontais que garantissem valores aceitáveis de tensão
máxima. A teoria das pequenas deformações é pouco realista, pois origina espessuras
francamente anti-económicas. Deve-se optar pela obtenção de espessuras segundo a teoria das
grandes deformações, desde que devidamente verificadas as tensões máximas. O
dimensionamento proposto pela revista canadiana “Design Guidelines for Rectangular Steel
Bins” parece ser demasiado conservativo: as espessuras fornecidas pela teoria das pequenas
deformações (que se baseia na teoria elástica), quando aplicadas no modelo do ROBOT
apresentam-se um pouco excessivas. De realçar ainda o cuidado que também nesta revista
(baseada nas normas canadianas) se detecta para com as pressões no topo da tremonha, local
onde se atingem os valores máximos (ver figura 9.2). A relação entre o material armazenado e
as paredes da estrutura é ainda pouco conhecida. Este assunto é focado em alguns trabalhos.
10- O programa utilizado (ROBOT) apresentou algumas contrariedades. Não se conseguem obter
malhas muito refinadas (especialmente para silos circulares), pois a zona da transição
apresenta-se frequentemente como uma zona crítica. A tentativa de obter malhas definidas
manualmente demonstrou ser infrutífera, pois era necessária a constante correcção da malha,
tarefa que se torna demasiado extensa quando se pretendem ter malhas muito refinadas.
Segundo a bibliografia consultada, é aconselhável a utilização de programas como NEPAS e
ABAQUS, sendo o primeiro indicado para análises elasto-plásticas, e o segundo uma
alternativa comercial ao ROBOT. O programa ANSYS poderá também ser utilizado; ele é
frequentemente usado para o dimensionamento de reservatórios; apesar de não saber se é
adequado para a obtenção dos esforços de flexão locais da zona de transição, poderá ser uma
ferramenta útil.
11- Uma conclusão a retirar do estudo dos modos principais de vibração, é de que nenhum deles
envolve vibração das paredes da tremonha, no caso do silo circular; nos silos rectangulares já
não se pode dizer o mesmo.
12- Por fim, considera-se ser útil o melhoramento do programa MATLAB realizado. Devem-se
melhorar aspectos como o aumento do número de nós por elemento (passar de elementos de 4
181
Silos Metálicos
nós para de 8 nós), e uma mais fácil aplicação de cargas (variáveis) perpendiculares e
paralelas aos elementos.
182
Silos Metálicos
BIBLIOGRAFIA
[1] Eurocódigo 1, Parte 4-Silos e reservatórios (versão Setembro 2002)
[2] Eurocódigo 3, Parte 4-1-Silos e reservatórios (versão Fevereiro 2007)
[3] Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes, D.L. 235/83
[4] Rotter, J.Michael. Guide for the Economic Design of Circular Metal Silos. Spon Press, Londres,
2001.
[5] Troitsky, M.S. Design Guidelines for Rectangular Steel Bins. Canadian Steel Construction
Council, 2001.
[6] Ravenet, Juan. Silos(tomo II). Editores Técnicos Asociados, Barcelona, 1978.
[7] Brown, C.J., Nielsen, J. metal structures. In Silos Fundamentals of theory, behaviour and design,
836, E&FN Spon, Londres e Nova Iorque, 1998.
[8] Reimbert, M.& A. Silos. Trans Tech Publications, Clausthal, 1976.
[9] Ghali, A. Circular Storage Tanks and Silos. E&FN Spon, Londres, 2000.
[10] Gomes, Joaquim Francisco. Análise de Tensões em Placas, Cascas e Reservatórios. Edições
INEGI, Porto, 2007.
[11] Silva, V. Dias da. Mecânica e Resistência dos Materiais. ZUARI, Coimbra, 2004.
[12] Ferreira, António. Elementos Finitos em Matlab. FEUP, Porto, 2007.
[13] Nortje, D. The Anti-Dynamic Tube in Mass Flow Silos. Dissertação de Doutoramento, University
of Western Australia, 2002.
[14] Zhao, Y. Stability and Strength of Steel Silo Transition Junctions. Dissertação de Doutoramento,
The Hong Kong Polytechnic University, 2001.
[15] Lições do ITEA (Instituto Técnico de la Estructura en Acero)- tomo 19.
[16] http://www.cpi-glp.com/technical.htm. 10/Jan/2008.
[17] http://www.kuleuven.be/bwk/materials/Teaching/master/wg15c/l0200.htm. 15/Dez/2007.
[18] http://www.era.lib.ed.ac.uk/bitstream/1842/289/2/lichap1.pdf. 20/Dez/2007.
[19] http://www.jenike.com/pages/education/papers/silo-failures.pdf. 20/Jan/2008.
[20] http://www.dietmar-schulze.de/spanne.html. 5/Jan/2008.
183
Silos Metálicos
ANEXOS
184
Silos Metálicos
A fórmula de Janssen foi obtida tendo em conta uma fatia do silo circular, através das condições de
equilíbrio:
Em que:
185
Silos Metálicos
h pressão horizontal
d v
v dz A P dz v A A dz (A.1)
dz
d v P
(A.2)
dz A
P A D D2 4 4 D (A.3)
tan (A.4)
h h
z
4 h D z 4 K D
v dz 1 e (A.5)
0
D 4 K
186
Silos Metálicos
Segundo resultados experimentais obtidos por Roberts (1995), a pressão vertical não era na realidade
uniforme ao longo da secção circular do silo: no centro, era mais alta (cerca de 1,15 vezes o valor
médio), sendo mais baixa nos cantos (cerca de 0,8 vezes o valor médio). Conclui no entanto que
considerando a uniformidade de pressões se obtinham resultados suficientemente acertados.
A partir da fórmula da pressão vertical, obtém-se a correspondente para a pressão horizontal, a aplicar
às paredes do silo:
D z 4 K D
h K v 1 e (A.6)
4
187
Silos Metálicos
node=[0.38,0,-2.5;0.35,0.14,-2.5;0.27,0.27,-2.5;0.14,0.35,-2.5;0,0.38,-
2.5;-0.14,0.35,-2.5;-0.27,0.27,-2.5;-0.35,0.14,-2.5;-0.38,0,-2.5;-0.35,-
0.14,-2.5;-0.27,-0.27,-2.5;-0.14,-0.35,-2.5;0,-0.38,-2.5;0.14,-0.35,-
2.5;0.27,-0.27,-2.5;0.35,-0.14,-2.5;0.6,0,-2;0.55,0.23,-2;0.42,0.42,-
2;0.23,0.55,-2;0,0.6,-2;-0.23,0.55,-2;-0.42,0.42,-2;-0.55,0.23,-2;-0.6,0,-
2;-0.55,-0.23,-2;-0.42,-0.42,-2;-0.23,-0.55,-2;0,-0.6,-2;0.23,-0.55,-
2;0.42,-0.42,-2;0.55,-0.23,-2;0.83,0,-1.5;0.76,0.32,-1.5;0.58,0.58,-
1.5;0.32,0.76,-1.5;0,0.83,-1.5;-0.32,0.76,-1.5;-0.58,0.58,-1.5;-0.76,0.32,-
1.5;-0.83,0,-1.5;-0.76,-0.32,-1.5;-0.58,-0.58,-1.5;-0.32,-0.76,-1.5;0,-
0.83,-1.5;0.32,-0.76,-1.5;0.58,-0.58,-1.5;0.76,-0.32,-1.5;1.05,0,-
1;0.97,0.4,-1;0.74,0.74,-1;0.4,0.97,-1;0,1.05,-1;-0.4,0.97,-1;-0.74,0.74,-
1;-0.97,0.4,-1;-1.05,0,-1;-0.97,-0.4,-1;-0.74,-0.74,-1;-0.4,-0.97,-1;0,-
1.05,-1;0.4,-0.97,-1;0.74,-0.74,-1;0.97,-0.4,-1;1.28,0,-0.5;1.18,0.49,-
0.5;0.9,0.9,-0.5;0.49,1.18,-0.5;0,1.28,-0.5;-0.49,1.18,-0.5;-0.9,0.9,-0.5;-
1.18,0.49,-0.5;-1.28,0,-0.5;-1.18,-0.49,-0.5;-0.9,-0.9,-0.5;-0.49,-1.18,-
0.5;0,-1.28,-0.5;0.49,-1.18,-0.5;0.9,-0.9,-0.5;1.18,-0.49,-
0.5;1.5,0,0;1.39,0.57,0;1.06,1.06,0;0.57,1.39,0;0,1.5,0;-0.57,1.39,0;-
1.06,1.06,0;-1.39,0.57,0;-1.5,0,0;-1.39,-0.57,0;-1.06,-1.06,0;-0.57,-
1.39,0;0,-1.5,0;0.57,-1.39,0;1.06,-1.06,0;1.39,-
0.57,0;1.5,0,1;1.39,0.57,1;1.06,1.06,1;0.57,1.39,1;0,1.5,1;-0.57,1.39,1;-
1.06,1.06,1;-1.39,0.57,1;-1.5,0,1;-1.39,-0.57,1;-1.06,-1.06,1;-0.57,-
1.39,1;0,-1.5,1;0.57,-1.39,1;1.06,-1.06,1;1.39,-
0.57,1;1.5,0,2;1.39,0.57,2;1.06,1.06,2;0.57,1.39,2;0,1.5,2;-0.57,1.39,2;-
1.06,1.06,2;-1.39,0.57,2;-1.5,0,2;-1.39,-0.57,2;-1.06,-1.06,2;-0.57,-
1.39,2;0,-1.5,2;0.57,-1.39,2;1.06,-1.06,2;1.39,-
0.57,2;1.5,0,3;1.39,0.57,3;1.06,1.06,3;0.57,1.39,3;0,1.5,3;-0.57,1.39,3;-
188
Silos Metálicos
1.06,1.06,3;-1.39,0.57,3;-1.5,0,3;-1.39,-0.57,3;-1.06,-1.06,3;-0.57,-
1.39,3;0,-1.5,3;0.57,-1.39,3;1.06,-1.06,3;1.39,-
0.57,3;1.5,0,4;1.39,0.57,4;1.06,1.06,4;0.57,1.39,4;0,1.5,4;-0.57,1.39,4;-
1.06,1.06,4;-1.39,0.57,4;-1.5,0,4;-1.39,-0.57,4;-1.06,-1.06,4;-0.57,-
1.39,4;0,-1.5,4;0.57,-1.39,4;1.06,-1.06,4;1.39,-
0.57,4;1.5,0,5;1.39,0.57,5;1.06,1.06,5;0.57,1.39,5;0,1.5,5;-0.57,1.39,5;-
1.06,1.06,5;-1.39,0.57,5;-1.5,0,5;-1.39,-0.57,5;-1.06,-1.06,5;-0.57,-
1.39,5;0,-1.5,5;0.57,-1.39,5;1.06,-1.06,5;1.39,-0.57,5;0.2,0,-
2.9;0.18,0.07,-2.9;0.14,0.14,-2.9;0.07,0.18,-2.9;0,0.2,-2.9;-0.07,0.18,-
2.9;-0.14,0.14,-2.9;-0.18,0.07,-2.9;-0.2,0,-2.9;-0.18,-0.07,-2.9;-0.14,-
0.14,-2.9;-0.07,-0.18,-2.9;0,-0.2,-2.9;0.07,-0.18,-2.9;0.14,-0.14,-
2.9;0.18,-0.07,-2.9;0.24,0,-2.8;0.22,0.09,-2.8;0.17,0.17,-2.8;0.09,0.22,-
2.8;0,0.24,-2.8;-0.09,0.22,-2.8;-0.17,0.17,-2.8;-0.22,0.09,-2.8;-0.24,0,-
2.8;-0.22,-0.09,-2.8;-0.17,-0.17,-2.8;-0.09,-0.22,-2.8;0,-0.24,-2.8;0.09,-
0.22,-2.8;0.17,-0.17,-2.8;0.22,-0.09,-2.8;0.15,0,-3;0.14,0.06,-
3;0.11,0.11,-3;0.06,0.14,-3;0,0.15,-3;-0.06,0.14,-3;-0.11,0.11,-3;-
0.14,0.06,-3;-0.15,0,-3;-0.14,-0.06,-3;-0.11,-0.11,-3;-0.06,-0.14,-3;0,-
0.15,-3;0.06,-0.14,-3;0.11,-0.11,-3;0.14,-0.06,-3;];
element=[177 178 210 209;180 181 213 212;181 182 214 213;184 185 217
216;185 186 218 217;188 189 221 220;189 190 222 221;192 177 209 224;178 179
211 210;179 180 212 211;182 183 215 214;183 184 216 215;186 187 219 218;187
188 220 219;190 191 223 222;191 192 224 223;193 194 178 177;196 197 181
180;197 198 182 181;200 201 185 184;201 202 186 185;204 205 189 188;205 206
190 189;208 193 177 192;194 195 179 178;195 196 180 179;198 199 183 182;199
200 184 183;202 203 187 186;203 204 188 187;206 207 191 190;207 208 192
191;1 2 194 193;4 5 197 196;5 6 198 197;8 9 201 200;9 10
202 201;12 13 205 204;13 14 206 205;16 1 193 208;2 3 195 194;3
4 196 195;6 7 199 198;7 8 200 199;10 11 203 202;11 12 204
203;14 15 207 206;15 16 208 207;70 71 55 54;71 72 56 55;74 75
59 58;75 76 60 59;78 79 63 62;79 80 64 63;66 67 51 50;67 68
52 51;22 23 7 6;23 24 8 7;26 27 11 10;27 28 12 11;30 31 15
14;31 32 16 15;18 19 3 2;19 20 4 3;21 22 6 5;24 25 9
8;25 26 10 9;28 29 13 12;29 30 14 13;32 17 1 16;17 18 2 1;
20 21 5 4;38 39 23 22;39 40 24 23;42 43 27 26;43 44 28
27;46 47 31 30;47 48 32 31;34 35 19 18;35 36 20 19;37 38 22
21;40 41 25 24;41 42 26 25;44 45 29 28;45 46 30 29;48 33 17
32;33 34 18 17;36 37 21 20;54 55 39 38;55 56 40 39;58 59 43
42;59 60 44 43;62 63 47 46;63 64 48 47;50 51 35 34;51 52 36
35;53 54 38 37;56 57 41 40;57 58 42 41;60 61 45 44;61 62 46
45;64 49 33 48;49 50 34 33;52 53 37 36;69 70 54 53;72 73 57
56;73 74 58 57;76 77 61 60;77 78 62 61;80 65 49 64;65 66 50
49;68 69 53 52;85 86 70 69;88 89 73 72;89 90 74 73;92 93 77
76;93 94 78 77;96 81 65 80;81 82 66 65;84 85 69 68;86 87 71
70;87 88 72 71;90 91 75 74;91 92 76 75;94 95 79 78;95 96 80
79;82 83 67 66;83 84 68 67;101 102 86 85;104 105 89 88;105 106 90
89;108 109 93 92;117 118 102 101;120 121 105 104;121 122 106 105;124 125
109 108;133 134 118 117;136 137 121 120;137 138 122 121;140 141 125 124;149
150 134 133;152 153 137 136;153 154 138 137;156 157 141 140;165 166 150
149;168 169 153 152;169 170 154 153;172 173 157 156;109 110 94 93;112 97
81 96;97 98 82 81;100 101 85 84;125 126 110 109;128 113 97 112;113
114 98 97;116 117 101 100;141 142 126 125;144 129 113 128;129 130 114
113;132 133 117 116;157 158 142 141;160 145 129 144;145 146 130 129;148 149
133 132;173 174 158 157;176 161 145 160;161 162 146 145;164 165 149 148;102
103 87 86;103 104 88 87;106 107 91 90;107 108 92 91;118 119 103 102;119
120 104 103;122 123 107 106;123 124 108 107;134 135 119 118;135 136 120
189
Silos Metálicos
119;138 139 123 122;139 140 124 123;150 151 135 134;151 152 136 135;154 155
139 138;155 156 140 139;166 167 151 150;167 168 152 151;170 171 155 154;171
172 156 155;110 111 95 94;111 112 96 95;98 99 83 82;99 100 84 83;126
127 111 110;127 128 112 111;114 115 99 98;115 116 100 99;142 143 127
126;143 144 128 127;130 131 115 114;131 132 116 115;158 159 143 142;159 160
144 143;146 147 131 130;147 148 132 131;174 175 159 158;175 176 160 159;162
163 147 146;163 164 148 147];
h(1:208)=0.010;
h(41:80)=0.005;
h(121:185)=0.005;
qz(1:208)=0.;
qy(1:208)=0.;
qx(1:208)=0.;
desenhoMalhas(node,element,'Q4','black.-')
190
Silos Metálicos
R(961)=-100;
activeDof=setdiff([1:dof]',[condFronteira]);
U=K([activeDof],[activeDof])\R([activeDof]);
U1=zeros(dof,1);
U1(activeDof)=U;
d=U1;
desenhoMalhas(node+0.5e1*[d(1:6:dof) d(2:6:dof)
d(3:6:dof)],element,'Q4','red.-')
191
Silos Metálicos
Foi feito, posteriormente, uma experimentação, no sentido de se obter uma malha mais refinada para o
silo circular.
1º- Definição da geometria do silo, para o desenho das paredes da estrutura no autocad.
2º- No caso de uma estrutura anteriormente definida no Excel, é necessário concatenar as coordenadas
(x,y,z), sendo as unidades separadas da decimas por ponto, e não vírgula (caso contrário, o autocad
não reconhecerá o valor numérico introduzido)
No bloco de notas, introduzir a série de valores concatenados, após “point”. Deixar sempre um espaço
no fim de cada linha!
Exemplo:
point
1,500 0,000 1
1,386 0,574 1
1,061 1,061 1
0,574 1,386 1
0,000 1,500 1
-0,574 1,386 1
-1,061 1,061 1
-1,386 0,574 1
-1,500 0,000 1
-1,386 -0,574 1
-1,061 -1,061 1
-0,574 -1,386 1
0,000 -1,500 1
0,574 -1,386 1
1,061 -1,061 1
1,386 -0,574 1
1,500 0,000 1
3º- No autocad, escrever na linha de comandos “scr”, onde se poderá ir buscar os dados escritos no
bloco de notas. Nesta altura, temos já a estrutura definida no autocad!
192