Ficha de Trabalho - 12.º D

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Professora – Dalila Guerra - Ficha de preparação de exame

1. Lê os seguintes excertos do conto Sempre é uma companhia

Era já no dia seguinte que a telefonia deixaria de ouvir-se. Iam todos, de novo, recuar para muito longe,
lá para o fim do mundo, onde sempre tinham vivido. Foi a primeira noite em que os homens saíram da
venda mudos e taciturnos. Fora esperava-os o negrume fechado. E eles voltavam para a escuridão; iam ser,
outra vez, o rebanho que se levanta com o dia, lavra, cava a terra, ceifa e recolhe vergado pelo cansaço e
pela noite. Mais nada que o abandono e a solidão. A esperança de melhor vida para todos que a voz
poderosa do homem desconhecido levava até à aldeia apagava-se nessa noite para não mais se ouvir.
Dentro da venda, o Batola está tão desalentado como os ceifeiros. O mês passou de tal modo veloz que se
esqueceu de preparar a mulher. Sobe ao balcão, desliga o fio e arruma o aparelho. Um pouco dobrado
sobre as pernas arqueadas, com o chapeirão a encher-lhe a cara de sombra, observa magoadamente a
preciosa caixa. Assim está, quando um pressentimento o obriga a voltar a cabeça; junto da porta que dá
para os fundos da casa, a mulher olha-o com um ar submisso. «Que terá acontecido?» pensa o Batola,
admirado de a ver ainda levantada àquela hora.
− António − murmura ela, adiantando-se até ao meio da venda − Eu queria pedir-te uma coisa…
Suspenso, o homem aguarda. Então, ela desabafa, inclinando o rosto ossudo, onde os olhos negros
brilham com uma quase expressão de ternura:
− Olha… Se tu quisesses, a gente ficava com o aparelho. Sempre é uma companhia neste deserto.
Manuel da Fonseca, «Sempre é uma companhia», in O Fogo e as Cinzas, Lisboa,
Editorial Caminho, 2011.

1. «Iam todos, de novo, recuar para muito longe, lá para o fim do mundo, onde sempre tinham vivido.» [ll. 1-2)
Esta citação faz referência a dois tempos – um passado recente, ainda que longo, e o futuro próximo. Explique o que há de
comum entre estes dois tempos.

2. Exponha o motivo do estado de espírito evidenciado pela personagem coletiva.

3. Batola fica admirado, expectante, ao ver a mulher na venda àquela hora tardia. Tendo em conta o que conhece das personagens,
interprete esta reação do Batola.
Faz corresponder cada enunciado ao seu valor modal.

a. “Acho que o tempo nos vai dando outro olhar 1. Modalidade deôntica
sobre a vida” (l. 1).
b. “Felizmente que a sua relação com a filha mais 2. Modalidade apreciativa.
nova lhe abriu a vida para outro olhar.” (ll. 11-12)
c. “Mas temos de estar atentos” (l. 23). 3. Modalidade epistémica.

1. Procede à leitura das frases seguintes.


a. Hoje, pela manhã, choveu, pois a Maria traz um guarda-chuva na mochila.
b. Esperas por mim ou vais andando?
c. O mar mostra-se imenso e apazigua a minha alma.
d. O silêncio da noite embalava-me, logo adormeci com facilidade.
e. Estava muito cansado, mas ainda consegui ler o último capítulo do livro.

1.1. Classifica como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que se apresentam abaixo.
a. A frase da alínea a. apresenta uma oração coordenada explicativa.
b. A oração “ou vais andando”, na frase da alínea b., é coordenada adversativa.
c. Na frase da alínea c., apresentam-se duas orações coordenadas, sendo a segunda uma oração
coordenada copulativa assindética.
d. A conjunção “logo”, presente na frase da alínea d., introduz uma oração coordenada conclusiva.
e. A conjunção “mas”, na frase da alínea e., é um conector com valor de oposição que inicia uma
oração coordenada disjuntiva.
1.1.1. Corrige as afirmações falsas.

2. Transforma os pares de frases simples de cada uma das alíneas seguintes em frases complexas, recorrendo a
conjunções ou locuções conjuncionais coordenativas das subclasses indicadas. Procede às alterações que
considerares necessárias, de forma a obteres enunciados coerentes.
a. O fogo da lareira crepitava. O calor invadia-me o corpo. [copulativa]
b. Decidi caminhar mais depressa. A distância parecia infindável. [conclusiva]
c. Terminaste a leitura em três tempos. O livro devia ser interessantíssimo. [explicativa]
d. Recompõe as coisas. Melhor será afastares-te por uns tempos. [disjuntiva]
e. Ainda não ouvi a sua obra na totalidade. Não entrei no espírito do compositor. [adversativa]

3. Atenta nas frases que se seguem.


a. Para que ficasse tranquila, telefonei-lhe mal cheguei ao hotel.
b. Se chover durante a noite, não rego as flores.
c. Quando terminares o trabalho, envia-mo para o rever.
d. Esperei tanto tempo que os meus pés já eram pedaços de chão.
e. Escondi-me como logo me mostrei…
f. Hoje, não vou ao cinema, apesar de haver ótimos filmes em cartaz.
g. A Biblioteca Municipal fechou no início do ano, dado que havia necessidade de realizar um inventário.
3.1. Sublinha as conjunções e/ou locuções conjuncionais.
3.2. Divide e classifica as orações das frases de cada uma das alíneas.
5. Lê atentamente o excerto que se apresenta

5.1. Para responderes a cada um dos itens de 5.1.1. a 5.1.6., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
5.1.1. A primeira frase do texto é constituída por
(A) uma oração subordinante e uma oração subordinada adverbial temporal que inclui uma
oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
(B) uma oração subordinante e uma oração subordinada adverbial temporal que inclui uma
oração subordinada substantiva relativa.

4. Tendo em conta a presença de orações subordinadas em cada uma das frases seguintes,
associa as frases da coluna A à classificação correspondente das orações subordinadas,
apresentadas na coluna B.

A B

a.
O livro que li no fim de semana é uma verdadeira obra-prima.
b. Todas as respostas se encontram no Homem, que está ao leme de si
mesmo.
c. Quem encontrar a serenidade terna das tardes de verão deixe-se levar 1. Oração subordinada substantiva completiva
por ela.
2. Oração subordinada substantiva relativa
d.
A maioria das pessoas pensa que as coisas acontecem por acaso. 3. Oração subordinada adjetiva relativa
e. O silêncio, que envolve a noite, nasce da minha mão aberta sobre a restritiva
mesa. 4. Oração subordinada adjetiva relativa
f. explicativa
Nada mais foi dito sobre o quadro que desapareceu no mês passado.
g.
Ainda não percebi onde queres chegar!
h.
Não sei bem porquê, mas todos me perguntam se estou bem.
Falar não é fácil, sobretudo quando se sabe
claramente o que se pretende dizer. Funciona em frases
simples e domesticadas pelo hábito, mas não em
situações sociais mais complexas ou naquilo que é de
5 uso chamar-se discurso “fluente”.
Porque as palavras têm vida própria, vontade
própria, temperamento próprio e não apreciam ser
meros paus mandados. Quando isso acontece, não raro
se rebelam. Então não “fluem” e o discurso raramente
10 corresponde ao pensamento ou à intenção que lhe
presidem. Um bom orador é sempre um bom psicólogo
de palavras e, de modo a aproveitar das suas
surpreendentes virtualidades, em vez de as sufocar
dá-lhes espaço. Isso só é possível amando as palavras e
tendo o seu amor. Falar (como escrever) é, pois, um ato
de amor, mais severo ou mais orgíaco mas
necessariamente uma entrega recíproca.
É assim que a palavra poética tantas vezes revela ao
poeta o que ele sabia mas não sabia que sabia. […]

PINA, Manuel António, 2013. “Estranhas bengalas”. Crónica, Saudade da


Literatura. Porto: Assírio & Alvim (p. 644)

5.1. Para responderes a cada um dos itens de 5.1.1. a


5.1.6., seleciona a única opção que permite obter
uma afirmação correta.
5.1.1. A primeira frase do texto é constituída por

(A) uma oração subordinante e uma


oração subordinada adverbial
temporal que inclui uma oração
subordinada adjetiva relativa
restritiva.
(B) uma oração subordinante e uma
oração subordinada adverbial
temporal que inclui uma oração
subordinada substantiva relativa.
(C) uma oração subordinante e uma
oração subordinada adverbial
temporal que inclui uma oração
subordinada adjetiva relativa
explicativa.
(D) uma oração subordinante e uma
oração subordinada adverbial
temporal que inclui uma oração
subordinada adverbial condicional
5.1.2. O constituinte de frase “ser meros paus mandados” (l. 5) concretiza
(A) uma oração subordinada substantiva relativa.
(B) uma oração subordinada adjetiva relativa.
(C) uma oração subordinada substantiva completiva.
(D) um complemento direto não oracional.

5.1.3. A oração “não raro se rebelam” (l. 5) é


(A) subordinante.
(B) coordenada copulativa assindética.
(C) subordinada adverbial causal.
(D) subordinada adverbial final

5.1.4. A oração introduzida por “que” (l. 6) é


(A) subordinada adjetiva relativa explicativa.
(B) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(C) subordinada substantiva relativa.
(D) subordinada substantiva completiva.

5.1.5. A oração “de modo a aproveitar das suas surpreendentes virtualidades” (ll. 7-8) é
(A) subordinada adverbial causal.
(B) subordinada adverbial concessiva.
(C) subordinada adverbial consecutiva.
(D) subordinada adverbial final.

5.1.6. Os “que” do último parágrafo integram, respetivamente pela ordem em que surgem,
(A) duas orações subordinadas adjetivas relativas e uma oração subordinada substantiva
completiva.
(B) uma oração subordinada substantiva completiva, uma oração subordinada substantiva
relativa e uma oração subordinada substantiva completiva.
(C) uma oração subordinada substantiva completiva, uma oração subordinada adjetiva relativa
explicativa e uma oração subordinada substantiva completiva.
(D) uma oração subordinada substantiva completiva, uma oração subordinada substantiva
relativa e uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

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