TCC - O Ensino de Habilidades de Atenção em Crianças Com Transtorno Do Espectro Autista
TCC - O Ensino de Habilidades de Atenção em Crianças Com Transtorno Do Espectro Autista
TCC - O Ensino de Habilidades de Atenção em Crianças Com Transtorno Do Espectro Autista
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Discente do quarto ano do curso de Psicologia da UNIPAR (Universidade Paranaense de Umuarama) — Campus sede.
E-mail: [email protected]
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Graduado em Psicologia pela Universidade Positivo (UP), especialista em Análise do Comportamento Aplicada pela
INESP. E-mail: [email protected]
O ENSINO DA HABILIDADE DE ATENÇÃO ÀS CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA COM BASE NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
Abstract: The Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental syndrome, responsible for
causing difficulty in language, communication and social interaction. It’s diagnosed from the
verification of repetition in stereotyped behavior starting at childhood, but lasting until adult life. The
current essay aims to deepen the study of ASD, demonstrating methods to develop the attention of
autistic individuals, such as the ones used for other interventions, according to the ABA Methodology.
It also deals with the levels of intensity to characterize the Autism Spectrum, information regarding
the prevalence based on the psychosocial interventions needed for behavioral treatment, essential
training for parents and caregivers, highlighting the indispensable familiar participation during the
interventions in order to reduce the difficulties of communication and to provide the positive
evolution in the quality of life of individuals with autism. The investigation based itself on the
behavioral analysis applied through bibliographical research and the presentation of the Learning
Curve Graph that were performed from the data collected from the record sheet with the intention of
summarizing the comprehension of teaching the skill and the search needed for implementing the
treatments.
Resumen: El Trastorno del Espectro Autista (TEA) es un síndrome del desarrollo neuronal causador
de dificultades en el lenguaje, comunicación e interacción social. Son diagnosticados a partir de la
verificación de repetición de comportamientos estereotipados, que se inician en la niñez, pero
perduran hasta la vida adulta. La presente investigación busca profundizar el estudio sobre TEA,
demostrando métodos para desarrollar la atención de la persona con autismo, así como los utilizados
para otras intervenciones de acuerdo a la metodología ABA. Aborda, también, los niveles de
intensidad para caracterizar el Espectro Autista, informaciones a respecto de la prevalencia basado
en las intervenciones psicosociales necesarias para el tratamiento comportamental, entrenamiento
esencial para padres y cuidadores, destacando la indispensable participación familiar durante las
intervenciones, de forma a reducir las dificultades de comunicación y proporcionar evolución positiva
en la calidad de vida de las personas con autismo. La investigación se basó en el análisis del
Comportamiento Aplicado a través de pesquisas bibliográficas y presentación de Gráfico de la Curva
de Aprendizaje, que se realizaron a partir de los datos recolectados de la hoja de registro con la
finalidad de resumir la comprensión de la enseñanza de habilidad y de la búsqueda necesaria para la
concretización de los tratamientos.
INTRODUÇÃO
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GREENSPAN, S. L.; WIRDER, S. Engaging Autism: using floortime approach to help children relate, communicate,
and think. Cambridge: Da Capo Press, 2006.
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O Transtorno do Espectro Autista recebeu sua primeira definição, em 1943, pelo médico
austríaco Leo Kanner, em Baltimore, nos Estados Unidos da América, em que o denominou como
distúrbio autístico de contato afetivo através de um quadro clínico. O autismo é uma síndrome
comportamental que acomete o desenvolvimento motor e neurológico, dificultando a cognição,
linguagem e interação social. Sua causa ainda é desconhecida, sendo vista como uma síndrome de
origem multifatorial, baseada em fatores genéticos, neurológicos e sociais, com outras manifestações
inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou
agressividade (PINTO et al., 2016). Segundo o DSM-5,
Ponto fundamental é a inclusão da família na coleta de dados, bem como o histórico da criança,
o período gestacional e puerpério, os primeiros anos de vida, o desenvolvimento infantil, a
configuração familiar, a socialização, a rotina diária e o histórico clínico.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5 (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014) conclui que o diagnóstico do autismo constitui descrição, e
não uma explicação, em que os sintomas podem aparecer durante o segundo ano de vida, sendo
possível, em alguns casos, identificá-los antes de um ano de idade.
Logo, caso se inicie a intervenção terapêutica profissional nesse período, o que se entende
adequado, a existência de eventuais déficits persistentes poderão ser propriamente analisados e
reabilitados, permitindo, ainda, a habilitação de outros aspectos relacionados à comunicação e
interação social. Como exemplos de déficits, podem ser citados os relacionados à comunicação e
interação social, déficits nos comportamentos verbais ou não verbais e déficits quanto à convivência
social, tanto no desenvolvimento quanto na manutenção do relacionamento. Assim:
Portanto, pode-se dizer que a intervenção precoce consiste na prestação, por parte de uma
equipa multidisciplinar de serviços que são dirigidos à criança e à família, com o objetivo de
reduzir ao máximo os efeitos dos fatores de risco, no desenvolvimento da criança. O principal
objetivo é, então, minimizar os fatores que potencialmente viriam a dificultar o
desenvolvimento da criança, através de uma intervenção atempada, e principalmente antes
de interferirem de uma forma significativa na vida da criança, e consequentemente, na da sua
família (COSTA, 2014, p. 17-18).
personalizadas de acordo com cada indivíduo para, assim, evoluir ou alterar determinado
comportamento. Desse modo:
ABA é um termo “guarda-chuva”, descreve uma abordagem científica que pode ser usada
para tratar muitas questões diferentes e cobrir muitos tipos diferentes de intervenções.
Educação, especificamente Educação Especial para crianças com autismo, é uma das
aplicações dessa ciência. ABA é usada como base para instruções intensivas e estruturadas
em situação de um-para-um. Embora ABA seja um termo “guarda-chuva” que engloba
muitas aplicações, as pessoas usam o termo “ABA” como abreviação, para referir-se apenas
à metodologia de ensino para crianças com autismo (LEAR, 2004, p. 5).
Segundo o livro “Ensino de Habilidades Básicas para Pessoas com Autismo — Manual para
Intervenção Comportamental Intensiva” (GOMES; SILVEIRA, 2016), a ciência ABA pode ser
aplicada de três formas no tratamento do autismo: 1) aplicada a uma demanda específica, em que o
profissional utiliza a ciência do comportamento para uma intervenção delimitada; 2) aplicada ao
subsidiar uma intervenção padrão baseada em alguns programas educacionais, como o PECS, uma
metodologia que utiliza modelagem, encadeamento, ensino discriminativo e reforço diferencial; e 3)
aplicada na Intervenção Comportamental Intensiva, que é a intervenção feita por um educador que
estimula várias áreas do desenvolvimento cognitivo, devendo ser de, no mínimo, 15 e, no máximo,
40 horas semanais, sendo o avanço medido a partir de uma comparação com o próprio indivíduo,
destacando-se que:
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BEARSS, K. et al. Parent Training in Autism Spectrum Disorder: what’s in a name? Clinical Child and Family
Psychology Review, v. 18 n. 2, p. 170-182, 2015.
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LOVAAS, I. et al. Some generalization and follow-up measures on autistic children in behavior therapy. Journal of
Applied Behavior Analysis, v. 6, n. 1, p. 131-165, 1973.
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PRATA, J.; LAWSON, W.; COELHO, R. Parent training for parents of children on the autismo spectrum: a review.
International Journal of Clinical Neurosciences and Mental Health, v. 3, p. 1-8, 2018.
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Como os desafios são diários, as famílias necessitam de apoio constante, tanto financeiro
quanto emocional, além de o custo da Intervenção Comportamental Intensiva ser alto e de difícil
acesso. “Pesquisas apontam que pais de pessoas com Transtorno do Espectro Autista têm maior
sobrecarga e desafios ao longo da vida em comparação aos de crianças sem transtornos do
neurodesenvolvimento” (HALL; GRAFF, 20117 apud BAGAIOLO et al., 2019, p. 48).
A capacitação de pais tem como objetivo trabalhar a habilidade de comunicação, o
autocuidado e as brincadeiras, modelando o comportamento da criança a partir dos princípios
comportamentais. Desse modo, aprender, prever e controlar esses comportamentos são ações
necessárias para complementar as intervenções profissionais. Nos últimos anos, registou-se um
aumento significativo no ingresso de alunos com autismo nas escolas e classes comuns, demandando
conhecimento e inserção de meios eficazes.
Como conjunto de mediações e estratégias interventivas cientificamente eficazes e
comprovadas, tem-se o método PBE (Práticas Baseadas em Evidências), com o intuito de melhorar a
efetividade clínica e apoiar o profissional nas suas condutas, utilizando melhores evidências
científicas, experiências clínica e as preferências da criança ou da família a respeito da intervenção
adequada (NUNES; SCHMIDT, 2019). Assim, os portadores do TEA recebem o processo de
interposição por meio da combinação de programas em múltiplos contextos e de multiprofissionais
qualificados, proporcionando o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas.
O manual de treinamento em ABA, “Ajude-nos a aprender” (LEAR, 2004), menciona que
independente da instituição de ensino ou profissional, o importante é que todos mantenham os
mesmos conceitos básicos para a aplicação da metodologia interventiva. Além de que, por mais que
haja um planejamento pré-estabelecido, poderão surgir situações que exigirão modificações ou
remanejamento dos programas existentes. Contudo, a meta do ensino é que o aprendizado seja
generalizado para situações mais cotidianas, progredindo a capacidade de aprender incidentalmente.
HABILIDADE DE ATENÇÃO
O TEA caracteriza-se por uma série de comportamentos restritos e repetitivos, com variedades
e intensidades distintas, prejudicando o portador do espectro em áreas de relacionamento social,
emocional e comunicação (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Assim, há
necessidade de implantação do ensino de desenvolvimento das habilidades por meio de diferentes
procedimentos adaptados para atingir objetivos específicos.
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HALL, H. R.; GRAFF, C. The relationships among adaptive behaviors of children with autism, family support, parenting
stress, and coping. Issues in Comprehensive Pediatric Nursing, v. 34, n. 1, p. 4-25, 2011.
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As habilidades aprendidas são uma atuação do indivíduo dentro de uma situação interpessoal
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 19998 apud SANTOS-CARVALHO et al., 2014), ou seja,
comportamentos aprendidos e aceitáveis que permitem a interação do indivíduo com os outros e, de
certa forma, evitam ou fogem de comportamentos não aceitáveis que causam interações sociais
negativas. As habilidades são aprendidas e o seu desenvolvimento depende do indivíduo, das
variações cognitivas, variações ambientais, sociais e emocionais.
Dentro dos programas de desenvolvimento da prática, o livro “Ensino de Habilidades Básicas
para Pessoas com Autismo — Manual para Intervenção Comportamental Intensiva” (GOMES;
SILVEIRA, 2016) define as habilidades de atenção como conjunto de diferentes respostas, como se
sentar, esperar e contato visual.
A habilidade de sentar é ensinada a algumas crianças que apresentam dificuldades para
realizar esse comportamento, havendo possibilidade de aprendizado nos contextos necessários. O
procedimento realizado parte da escolha do aplicador de um item motivador para a criança,
oferecendo e conduzindo a cadeira. Ao realizar esse comportamento, entregue o alimento, objeto ou
atividade de interesse, e o portador do TEA deve ser elogiado. Se houver fuga, retire-o e conduza
novamente ao comportamento de se sentar. Deve ser considerado como aprendido o comportamento
quando a criança consegue permanecer por, no mínimo, 30 minutos sentada, admitindo-se que ela
levante, no máximo, cinco vezes, desde que volte a se sentar após solicitação do educador.
Como caso prático, pode-se aproveitar que a criança se alimentará para fazer o ensino
incidental da resposta de se sentar. Estabelecemos que a criança deve se sentar antes de comer.
Apresentamos a instrução "senta" e indicamos que a criança deve se sentar através de ajuda física e
leve, se necessário, até que a criança realize a atividade de modo independente. Percebe-se que, nesse
caso, não há um número determinado de tentativas ou blocos de tentativas. Muitas vezes, é a criança
que começa uma atividade que pode ser considerada uma tentativa e, então, aproveitamos aquela
oportunidade para aplicar o procedimento de treino. Dentro dessa habilidade, utiliza-se o método da
modelagem. Assim,
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DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo.
Petrópolis: Vozes, 2001.
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aluno, sendo apresentado em pequenos passos, que são ensinados um de cada vez durante uma série
de tentativas, contendo um antecedente, uma dica, a emissão da resposta do aluno e, por fim, a adição
da consequência que corrigem ou reforçam (GREER; ROSS, 2014; VARELLA; SOUZA, 2018). A
aplicação possibilita maiores chances para que a criança aprenda por meio de intervenções mais claras
e objetivas.
O método naturalístico é um ensino por oportunidades incidentais, com o intuito de
desenvolver abordagens em ambiente natural, com foco na linguagem e nos comportamentos sociais.
A aplicação desse método se dá em um ambiente que tenha objetos reforçadores à criança, em que
ela controla o método através de seus interesses e de dicas dadas pelo terapeuta e apresenta suas
respostas (LAMÔNICA, 1993).
O ensino incidental envolve a interação entre a criança e o aplicador, ocorre de forma
desestruturada e com foco no aproveitamento das oportunidades do dia a dia para aplicar o
procedimento de ensino.
Os meios de ensino apresentam vantagens e desvantagens. O método DTT conta com um
ambiente mais controlado e com oportunidade de repetição, já o ensino em ambiente natural
movimenta-se pela motivação da criança. Os dois métodos podem ser implementados com variações
dos métodos de ensino a crianças com TEA, sendo diminuídos gradativamente até que a criança
consiga alcançar a meta proposta na atividade.
Ressalta-se que muitos programas de ensino são feitos simultaneamente, de forma que o
aplicador organiza seu material para registrar a evolução do aluno por meio de gráficos e folhas de
registros. Esses registros são importantes para a avaliação dos resultados produzidos no
comportamento a partir de determinadas alterações no ambiente (COOPER, HERON, HEWARD
2007), e essas alterações, no caso, podem ser as intervenções implementadas. A mensuração dos
resultados permite a elaboração de conclusões empíricas. Tem-se como exemplo identificar, por meio
de observação, que o aumento na frequência do comportamento de uma criança de realizar contato
visual aconteceu quando foi aplicado o procedimento de apresentar um item de preferência após a
sua emissão. No exemplo citado, caso fosse retirado o procedimento e observada a redução na
frequência do comportamento de realizar contato visual e, quando este fosse reinserido, se observasse
reestabelecimento na frequência, poder-se-ia considerar que há uma relação funcional (SKINNER,
2003) entre a consequência apresentada e o comportamento de realizar contato visual.
Como forma de destacar um comportamento, utiliza-se o reforçamento, que consiste na
apresentação de determinadas consequências ao comportamento emitido pela criança. Como produto
desse procedimento, temos o aumento da probabilidade de o comportamento ocorrer novamente,
assim o reforçador é diferente para cada indivíduo, então cabe ao aplicador apresentar avaliações de
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preferências para identificar quais são os reforçadores da criança (DUARTE; SILVA; VELLOSO,
2018).
O reforçador condicionado é um estímulo pareado com outros reforçadores, sendo estes
conhecidos como economia de fichas. No programa de intervenção realizado pelo terapeuta, a criança
recebe fichas após a sua emissão de comportamentos variados e desejáveis, podendo trocar as que
adquiriu por outro reforçador (MARTIN; PEAR, 2009). Desse modo, podem ser apresentadas
imediatamente após um comportamento, de forma instantânea, usando-as como ponte nos intervalos
de tempo longos entre a resposta-alvo e o reforçador final. Ademais, fichas pareadas com outros
reforçadores são reforços condicionados generalizados, sem depender de uma ação motivadora
específica para obter o reforçador.
A organização dos materiais feitos pelo aplicador é necessária para apresentar a evolução da
criança ao programa. Durante a aplicação do programa, é preciso levar em conta os estudos
fisiológicos da motivação e a importância dos estímulos à criança, ou seja, níveis de açúcar no
organismo, níveis hormonais, noites de descanso e outros fatores que possam influenciar no
rendimento durante a atividade. A motivação não é um impulso localizado dentro do organismo, mas
um termo aplicado a muitas variáveis, tendo relação com trocas de experiências, divisão de interesses
e engajamento ao brincar. Essas variáveis abordam vários estímulos importantes, e estamos
interessados nos que tornam as consequências mais efetivas, como reforçadores ou punições
(CATANIA, 1999).
Importante enfatizar que o uso de dicas consiste na assistência necessária oferecida à criança
para aumentar a probabilidade de acertos mediante a sua resposta. A utilização de dicas de ensino é
uma estratégia eficiente, aumentando a probabilidade de generalização. Para que ocorra a resposta-
alvo, apresenta-se um estímulo discriminativo (SD), adicionando à ajuda, assim aumentando o
controle efetivo do desempenho a ser ensinado. Ao responder corretamente, será produzido um
reforçamento, já na resposta incorreta, não haverá produção de reforço. Portanto, o reforçamento
fortalece as respostas corretas e diminui a probabilidade de repetição das respostas incorretas
(DUARTE; SILVA; VELLOSO, 2018). Após a introdução, as dicas são gradativamente retiradas
para não tornar a criança dependente, com o objetivo de transferir o controle de estímulos para os SD,
resultando em desempenhos de forma independente.
Os comportamentos de crianças atípicas, que são portadoras do Espectro Autista, abrangem
diferentes alterações relacionadas ao desenvolvimento neurológico. Desse modo, o desempenho
comportamental de cada criança é medido através da evolução de suas habilidades. Assim, os dados
apresentados e registrados trazem uma nuance para se basear e chegar a uma abordagem interventiva
específica e necessária para o desenvolvimento, verificando suas dificuldades e facilidades. A folha
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de registro, conforme exemplo na Figura 1, é a validação da coleta de dados que aponta a ampliação
da aprendizagem do indivíduo.
Após esse bloco, apresenta-se a atividade nos dias consecutivos com ajuda, sendo sete dias
com dicas, as quais podem ser verbais, gestuais, modelo, visuais ou físicas. As dicas e as
consequências fornecidas são equivalentes às situações de ensino do programa. No oitavo dia, a
criança realizou a atividade sem ajuda, ou seja, sem qualquer tipo de dica ou intervenção, totalizando
quatro dias totalmente independente. O registro no exemplo é uma interposição de 12 dias com 10
tentativas diárias.
Os registros de habilidades podem ser contínuos, através de respostas corretas, incorretas e
níveis de ajuda de tentativa por tentativa, ou descontínuos, registrando a primeira ou a última
tentativa. Registros contínuos produzem resultados mais confiáveis e suficientes para atestar a
aprendizagem. Os fatores de aprendizagem referem-se ao critério de meta escolhido para determinar
que o aprendiz domina a tarefa ensinada. No DTT, esse critério se refere a uma determinada
quantidade de tentativas em que a resposta correta é emitida. A eficiência desses critérios pode ser
avaliada em testes de manutenção das habilidades adquiridas em datas posteriores (SELLA;
RIBEIRO, 2018).
Após o alcance do critério de aprendizagem, devem ser elaborados programas interventivos
para garantir a generalização e manutenção das habilidades aprendidas para ambientes naturais do
cotidiano. É necessário avaliar e adequar os programas com os reforçadores disponíveis para
manutenção da tarefa e sob o controle dos estímulos aos quais a generalização é adequada.
Salienta-se que a implementação de procedimentos de DTT exige conhecimento consistente
da Análise do Comportamento Aplicada para o desenvolvimento de programas e procedimentos de
ensino acerca da continuidade ou mudança de decisões (SELLA; RIBEIRO, 2018). Procedimentos
de ensino estruturados são essenciais para organizar o ambiente e úteis para a implementação nos
contextos naturais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COOPER, J. O.; HERON, T. E.; HEWARD, W. L. Applied Behavior Analysis. 2. ed. New Jersey:
Pearson, 2007.
GOMES, C. G. S.; SILVEIRA, A. D. Ensino de Habilidades Básicas para Pessoas com Autismo:
manual para intervenção comportamental intensiva. 1. ed. Curitiba: Appris, 2016.
MAENNER, M. J. et al. Prevalence of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 8 Years —
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https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/69/ss/ss6904a1.htm#suggestedcitation. Acesso em: 13 out.
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MARTIN, G.; PEAR, J. Modificação de Comportamento: o que é e como fazer. São Paulo: Ed.
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à escola. Cad. Pesqui., São Paulo, v. 49, n. 173, p. 84-104, jul./set. 2019. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/cp/a/ZbKfTytcdVJ5mgLv5w65Q9c/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10
out. 2021.
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VARELLA, A. A. B.; SOUZA, C. M. C. de. Ensino por tentativas discretas: revisão sistemática dos
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http://rbtcc.webhostusp.sti.usp.br/index.php/RBTCC/article/view/1215. Acesso em: 13 out. 2021.