A Guerra Das Plataformas Contra o PL 2630 - NetLab UFRJ, Abril 2023
A Guerra Das Plataformas Contra o PL 2630 - NetLab UFRJ, Abril 2023
A Guerra Das Plataformas Contra o PL 2630 - NetLab UFRJ, Abril 2023
PLATAFORMAS
CONTRA O PL 2630
ABRIL, 2023
Laboratório de
Estudos de Internet
e Mídias Sociais
no Google contra o PL
Em uma busca por “pl2630”, realizada no
dia 30 de abril no Google, o primeiro
resultado foi um anúncio pago pela Brasil
Paralelo.
O anúncio pode ser encontrado na Central
de Transparência de anúncios da Google. No
entanto, por não ter sido veiculado como
uma peça política, não é possível acessar
informações sobre segmentação ou gastos.
A página direciona a uma publicação
categorizada como “notícia” no site da
produtora. O site dá voz aos argumentos da
oposição, que alega que o PL significa o
“fim da liberdade de expressão”. O texto
também expõe o posicionamento do Google
e pauta sua publicação contra o PL.
na Meta, contra o PL
Na página do Google na biblioteca de anúncios da Meta,
encontramos três anúncios iguais sobre o projeto de lei,
veiculados entre os dias 20 e 26 de abril.
Nestes, a empresa afirmava que o projeto não estaria
“pronto para ser votado” e convidava os brasileiros a
participarem do debate, como uma tentativa de conter
os avanços da discussão e interditá-la.
partidárias na primeira
página de busca
Em meio às recomendações de fontes da
mídia de legado e sites oficiais, o Google
também tem redirecionado usuários para
sites nocivos e hiper partidários na
primeira página dos resultados de busca.
O Boletim da Liberdade, de propriedade
do ex-deputado federal Paulo Ganime
(Novo/RJ), que está em campanha aberta GOOGLE SEARCH
contra a aprovação do PL 2630 nas últimas
semanas, aparece como resultado na
primeira página do Google em busca sobre
o PL 2630.
O portal divulga falas do deputado federal
Kim Kataguiri (União/SP) que aludem a
uma “censura generalizada” e à “perda
da liberdade de expressão” caso a lei seja
aprovada pelo Congresso, sem explicar ou
embasar os argumentos.
Outra publicação indicada na primeira
página do Google em busca anônima sobre GOOGLE SEARCH
0 PL 2630 foi um texto da Revista Oeste,
fonte considerada bolsonarista e acusada
de disseminar desinformação. Nessa
matéria o colunista Flávio Morgenstern,
influenciador de direita e ex-funcionário
da Brasil Paralelo, divulga o Placar do PL
2630, também elaborado pelo Boletim da
Liberdade.
A fonte indicada como resultado da busca
orgânica na primeira página do Google
para o termo “PL 2630”foi o portal de
desinformação focado no público
evangélico, o Pleno News. Além de falar
em censura, o texto divulga apenas as
posições de parlamentares da oposição,
citando nominalmente a atuação do GOOGLE SEARCH
Partido Novo, da Bancada Evangélica
e do Partido Liberal.
Além dos impulsionamentos pagos pelo
Brasil Paralelo, o site da produtora
audiovisual acusada de disseminar
narrativas negacionistas e
desinformação com texto contra o PL2630
também apareceu como um dos principais
resultados orgânicos na primeira página
da busca do Google.
YouTubers contra o
PL 2630 são sugeridos YOUTUBE
na primeira página
Um dos vídeos do YouTube sugerido na
primeira página da ferramenta de busca do
Google foi a transmissão ao vivo realizada
por Bárbara Destefani, influenciadora de
extrema-direita, que disse ter medo de sofrer
represálias do “Ministério da Verdade” ao
comentar sobre o projeto de lei.
Depois da notícia da aprovação da urgência,
também encontramos um vídeo da Brasil
Paralelo entre os resultados sugeridos na
primeira página. A empresa gravou
transmissão com os parlamentares Nikolas
Ferreira (PL/MG), Bia Kicis (PL/DF) e Carlos YOUTUBE
Jordy (PL/RJ), convocados a comentarem os
“avanços da censura” no Brasil.
Informações de SEO
contradizem Google
No entanto, a consulta à plataforma SemRush, que oferece estatísticas sobre
ferramentas de busca, mostra que as perguntas mais comuns feitas pelos usuários no
Google relacionadas a PL2630 não utilizam o termo PL da Censura, como mostram as
figuras abaixo. Ao cruzar com as informações, os dados sugerem que o Google vem
usando os resultados de busca para influenciar negativamente a percepção dos usuários
sobre o projeto de lei.
97,7% 80,2%
PUBLICIDADE PUBLICIDADE
DIGITAL DIGITAL
2,1% 19,6%
OUTROS OUTROS
Fonte: Annual advertising revenue of Meta Platforms Fonte: Distribution of Google segment revenues from
worldwide from 2009 to 2022 (Statista, 2023) 2017 to 2022 (Statista: 2023)
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