Ana-Mauad-Programa TH 1 2023 AMM

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UFF/IH/GHT

TEORIA DA HISTÓRIA
Profª. Ana Maria Mauad

Ementa: Epistemologia e teoria da história: sobre os fundamentos do conhecimento histórico;


raízes clássicas da historiogra a moderna; Objetividade e subjetividade na história entre os
séculos XVIII e XXI; Formas de temporalidade, mudanças da consciência de historicidade;
Ideias de verdade em história.

PASTA DO CURSO NO DROPBOX :


https://www.dropbox.com/sh/zrj3lpbv9su0br5/AADZekYannVpnv201bnu6FB6a?dl=0

Objetivos Gerais da Disciplina


❖ Recuperar as discussões clássicas que ajudaram a instituir a forma atual da disciplina
história e a constituir seus principais objetos, problemas e desa os;
❖ Re etir sobre a historicidade da disciplina história;
❖ Compreender a história como um modo de inteligibilidade da vida social e como uma
disciplina inextrincavelmente ligada ao pensamento moderno;
❖ Reconhecer a teoria da história como dimensão constitutiva da prática historiográ ca;
❖ Localizar os principais paradigmas teóricos e os debates mais importantes presentes na
historiogra a nas últimas décadas.

I. História, Ciência e Conhecimento.


a) História, "ciência das sociedades no tempo” ou “arte de inventar o passado
b) Epistemologia da História: objeto, sujeito e condições para a operação historiográ ca.
c) História: o verdadeiro, o falso, o ctício
d) História e seus métodos: observação, compreensão e explicação

II. História e Teorias Sociais ao longo do século XX


a) Marxsimo e a totalidade histórica
b) Weber e a objetividade do conhecimento social;
c) Levi-Strauss e a Antropologia estrutural

III. Crise dos paradigmas e os desa os da prática historiadora no nal do século XX


a) A arte de inventar o passado (Parte 2)
b) Crise dos paradigmas? Em face às incertezas do futuro.
c) O debate sobre o caráter cientí co na História Hoje: história pública, atitude historiadora
e os embates negacionistas

Avaliação - conjunto de cinco trabalhos que somam 10,0


Atividade 1 Resenha do lme. (2,5);
Atividade 2 questões sobre epistemologia (3,0)
Atividade 3 Glossário Marx, Weber (2,0)
Atividade 4 Relatório de Leitura (2,5)

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Roteiro de trabalhos (somam 10,0)

Trabalho 1: resenha de lme (2,5) - “Janelas da Alma”(2001) (Youtube - buscar “janela da


alma documentário legendado”, link abaixo) Assistiremos o documentário e o trabalho se
desenvolverá em grupo.
O grupo deverá discutir o lme e destacar na resenha a relação entre ver e conhecer e os
desdobramentos dessa relação para o conhecimento sobre o mundo social. A resenha deve
seguir o seguinte roteiro:
1. Apresentar o argumento central do documentário;
2. Desenvolvimento do argumento: estratégias fílmicas utilizadas pelos diretores;
3. Identi car os personagens entrevistados e a forma como eles se relacionam com o tema
central do documentário;
4. Escolher um dos textos indicados para a leitura da Unidade 1 para relacionar ao
documentário.

Link para o lme:

Considerações sobre o cinema documental para apoiar a realização da atividade 1


Estudiosos e críticos do lme documentário já enfatizaram as implicações ideológicas
existentes na representação da realidade através desta modalidade fílmica. O realismo
fotográ co do documentário, por exemplo, pode facilmente escamotear o fato de que este se
baseia numa certa visão de mundo. Tal visão é determinada, entre outros fatores, pelas

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concepções estabelecidas pelo diretor; pela perspectiva na qual os acontecimentos foram


testemunhados e pelos princípios adotados na edição do material visual. Em outras palavras,
o documentário não pode jamais ser completamente objetivo; eles vão sempre engendrar,
em maior ou menor grau, a intervenção por parte do documentarista.
Portanto a questão da intervenção é o ponto central na avaliação dos diferentes tipos de
documentário, a ponto de ser o elemento que de ne os modos de documentar.
Se pensarmos no documentário como um gênero, tão substantivo como a cção ou o
jornalismo, somos tentados a ver os modos de documentar como partes desse gênero.
Entretanto, ao contrário dos sub-gêneros, estes modos diferem entre si a partir da forma
como eles representam a realidade histórica, e só depois disso, na natureza da temática
proposta. Os modos documentais são tão distintos que cada formato acaba por atender uma
determinada necessidade temática.
O debate em torno das modalidades de documentário levantou importantes questões
relacionadas: a audiência; narratividade e as suas fronteiras com a cção, como pontos de
apoio para uma primeira tipologia.
1° tipo: expositivo – o narrador fala como autoridade;
2° tipo: observador ou o cinema direto;
3° tipo: interativa
4° tipo: modo re exivo – envolve a elaboração de uma narrativa através da qual o mundo
histórico é representado de uma forma bem mais complexa, incluindo a discussão sobre
memória, através de uma ruptura da perspectiva linear do tempo – envolve inclusive uma
percepção autoral do documentário.
5° tipo: espetacularização da realidade – juntam entretenimento e jornalismo – geralmente
associados a grandes catástrofes;

Trabalho 2: questões de epistemologia (3,0) - trabalho em grupo

Perguntas básicas da epistemologia para serem respondidas com base nas leituras da
Unidade 1

1. O historiador alemão Reinhart Koselleck, no capítulo 9, de seu livro “Futuro-Passado:


contribuição à semântica dos tempos históricos” (2006), apoia-se em três noções - ponto
de vista; perspectiva e temporalidade, para discutir as relações entre o sujeito e o objeto
do conhecimento histórico. No último tópico do capítulo 9, intitulado: “V. Prospectiva
Teórica”, o autor discute a relação entre os documentos e sua interpretação. Com base
na leitura deste tópico, apresente o argumento epistemológico desenvolvido pelo autor.
2. Caracterize os elementos constitutivos da operação historiográ ca a partir da leitura de
Certeau e Cezar (textos indicados na Unidade 1)
3. “Os gregos contam que Teseu recebeu de presente de Ariadne um o. Com esse o Teseu
se orientou no labirinto, encontrou o Minotauro e o matou. Dos rastros que Teseu deixou
ao vagar pelo labirinto, o mito não fala. [...] Há muitos anos trabalho como historiador:
procuro contar, servindo-me dos rastros, histórias verdadeiras (que às vezes têm como
objeto o falso)” (Carlo Ginzburg, O Fio e os rastros: verdadeiro, falso, ctício. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007, p.7) Comente o trecho, destacando duas características do
método histórico na atualidade.

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Trabalho 3 (2,0): Glossário - trabalho em grupo


Pesquise os seguintes conceitos em Marx e Weber, para compor um glossário
Weber: Tipo ideal; sociologia da cultura (ou compreensiva); objetividade; capitalismo.
Marx: forças produtivas; relações de produção, modo de produção e formação econômico-
social.

Trabalho 4 (2,5): Relatório de Leitura - textos unidade II abaixo indicados- Trabalho


individual

BRAUDEL, Fernand. “A longa duração”, IN: História e Ciências Sociais, Lisboa: Editorial
Presença, 1986, pp. 7-39
4. LÉVI-STRAUSS, C. “História e Etnologia”, IN: Textos Didáticos, Campinas: IFCH/
UNICAMP, no 24 – MARÇO de 2004, 39 pp.
IEGELSKI, Francine. Astronomia das constelações humanas: re exões sobre Lévi-Strauss
e a história, São Paulo: Ed. Humanistas, 2016, Apresentação, Prefácio e Introdução, p.
13-51
HARTOG, François. “O Olhar distanciado: Levi-Strauss e a História”, IN: Evidência da
História: O que os historiadores veem, Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2013, pp.
185-201.
Identi cação completa dos textos. Resumo de 10 linhas (máximo) para cada texto (sem
citações somente paráfrases)
Levantar 2 questões/temas comuns aos textos lidos e apresentá-las em dois parágrafos com
uma breve discussão sobre a problemática

Leituras programadas por unidade:

I. História, Ciência e Conhecimento ( XX e XXI)


1. CEZAR, Temístocles. O que fabrica o historiador quando faz história, hoje? Ensaio sobre
a crença na história (Brasil séculos XIX-XXI), Rev. antropol. (São Paulo, Online) | v. 61 n.
2: 78-95 | USP, 2018 DOI http://dx.doi.org/10.11606/ 2179-0892.ra.2018.148933
2. CERTEAU, Michel de. “Operação Histórica”, IN: Le Goff, Jacques & Nora, Pierre. História:
Novos Problemas, Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979 pp.17-48
3. GINSBURG, Carlo. O o e os rastros: verdadeiro, falso, ctício. São Paulo: Companhia
das Letras, 2007. Introdução p. 7-14; cap. 1 “Descrição e Citação” p. 17-40
4. KOSELLECK, Reinhart. Futuro/passado: contribuição a semântica dos tempos históricos,
Rio de Janeiro: Contraponto/ Editora PUC-Rio, 2006, Parte II: 97-188

II. História e Teorias Sociais ao longo do século XX

1. MARX, Karl. Método da Economia Política, In: Contribuição para a Crítica da Economia
Política, Lisboa: Editoral Estampa, 1977, p.228-237.
2. WEBER, Max. A “Objetividade” do Conhecimento nas Ciências Sociais, IN: COHN, G.
(org.) Max Weber, São Paulo: Ed. Ática, 1989, p.79-127.
3. BRAUDEL, Fernand. “A longa duração”, IN: História e Ciências Sociais, Lisboa: Editorial
Presença, 1986, pp. 7-39
4. LÉVI-STRAUSS, C. “História e Etnologia”, IN: Textos Didáticos, Campinas: IFCH/
UNICAMP, no 24 – MARÇO de 2004, 39 pp.
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5. IEGELSKI, Francine. Astronomia das constelações humanas: re exões sobre Lévi-Strauss


e a história, Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História
da USP, 2012, introdução - p. 9-22 (publicada em livro em 2017)
6. HARTOG, François. “O Olhar distanciado: Levi-Strauss e a História”, IN: Evidência da
História: O que os historiadores veem, Belo Horizonte: Ed. Atutêntica, 2013, pp.
185-201.

III. Crise dos paradigmas e os desa os da prática historiadora no nal do século XX


1. Albuquerque Jr., D. M. História: a arte de inventar o passado, Bauru/SP: Edusc,2007,
Introdução, p. 19-43.
2. Cardoso, C. F. S. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios, Bauru/SP: Edusc,
2005, cap. 7 “A história na virada do milênio: m das incertezas, crise dos paradigmas?
Que História convirá ao século XX?” P. 151-170
3. Wood, Ellen Meikins; Foster, John Bellamy. Em defesa da História: Marxismo e pós-
modernismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Introdução, pp. 7-22 e Posfácio pp.
196-206.
4. Nanda, Meera. Contra a destruição/desconstrução da ciência: histórias cautelares do
terceiro mundo, IN: Wood, Ellen Meikins; Foster, John Bellamy. Em defesa da História:
Marxismo e pós-modernismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, pp. 84-106

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