Pessoa Natural
Pessoa Natural
Pessoa Natural
* Pessoa natural
• Pessoa é o núcleo do direito civil.
• Relações jurídicas são vínculos entre pessoas.
• Pessoa natural é o ser humano.
• Personalidade é uma criação social moldada
pela ordem jurídica: é a aptidão genérica para se
titularizar direitos e deveres enquanto pessoa
natural. • “…Mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os
• Atributo necessário para ser sujeito de direitos direitos do nascituro.”
e obrigações, no campo da pessoa natural. • Indagação: se o nascituro (está no ventre
• Pessoa natural e sujeito de direito não são materno) tem direitos, não seria ele uma pessoa,
sinônimos. Pessoa natural é uma espécie de não teria personalidade jurídica? Temos 3 teorias
sujeito de direito, o qual é um gênero. sobre esse assunto:
• “Sujeito de direitos” – entes sem 1- Teoria Natalista: Tem personalidade jurídica
personalidade – não existe aptidão genérica a partir do nascimento. Nascituro não é pessoa,
para adquirir direitos e obrigações, mas aptidão mas goza de expectativa de direitos. O nascituro
específica para contrair certos direitos e certas é uma coisa e não pessoa.
obrigações. 2- Teoria da personalidade formal ou
• Sujeito de direito personificado pode tudo que condicional: Nascituro é quase pessoa, para
a lei não proíbe (artigo 5º, II, CF), um sujeito de direitos meramente existenciais ele teria essa
direito não personificado pode somente o que a personalidade; mas para direitos materiais
lei autoriza. dependeria do nascimento com vida. Então seria
• Teixeira de Freitas – “ente de existência uma teoria mista, uma personalidade meramente
visível”. formal. Essa teoria não é utilizada para a defesa
• Em que momento a pessoa física adquire do nascituro, é uma teoria intermediária.
personalidade jurídica? 3- Teoria Concepcionista: Diz que o nascituro é
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa pessoa desde a concepção. Duas vertentes:
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, Desde a fecundação ou desde a nidação.
desde a concepção, os direitos do nascituro.
# A teoria adotada pelo CC é a natalista.
• Beviláqua, em seus comentários ao CC (1975),
ensina que o legislador teria pretendido abraçar a
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Atenção!
• Os tutores e curadores devem prestar contas;
• Curador e Tutor exercem um múnus público;
• Não corre prescrição contra absolutamente
incapaz – 198, I, CC;
• Absolutamente incapaz – Representação. • Mútuo (empréstimo de bens fungíveis) feito a
• Relativamente incapaz – Assistência. menor não pode ser reavido (588, CC), salvo se
• Curador – maiores incapazes. ocorrer o descrito no artigo 589, CC;
• O menor púbere pode, sem o assistente, aceitar • Pode o menor ou interdito cobrar dívida de
mandato, fazer testamento e ser testemunha. jogo paga voluntariamente (814 in fine);
• O Estatuto da Pessoa com Deficiência • Não haverá partilha amigável se houver
estabelece que a curatela é medida incapaz (2015);
excepcional: • Perde a proteção o menor púbere que ocultar
dolosamente a idade ao obrigar-se (180);
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• Os incapazes podem ser responsabilizados mediante menor tenha III – pelo exercício
subsidiariamente pelos atos lesivos praticados a instrumento 16 anos de emprego público
terceiros (928 CPC); e público (direto no completos. efetivo.
• Aos incapazes serão nomeados curadores cartório), IV – pela colação
especiais para atuação em juízo, quando os independentement de grau em ensino
e de homologação superior.
interesses daquele incapaz estiverem colidindo
do juiz, desde que V – pelo
com o interesse do representante (72 NCPC – o menor tenha pelo estabelecimento
processo judicial). menos 16 anos civil ou comercial,
• Curadoria especial (exercida pela Defensoria completos. ou pela existência
Pública): incapaz, réu preso revel e réu revel É uma de relação de
citado por edital ou por hora certa. discricionariedade emprego, desde
•A menoridade, à luz do Código Civil, cessa aos dos pais. que, em função
18 anos completos, quando a pessoa fica deles, o menor com
habilitada à prática de todos os atos da vida civil 16 anos completos
(art.5º). tenha economia
• Súmula n. 358 do STJ - O cancelamento de própria.
pensão alimentícia de filho que atingiu a
maioridade está sujeito à decisão judicial, - A emancipação voluntária é sempre uma
mediante contraditório, ainda que nos próprios conveniência e oportunidade dos pais.
autos. - O poder familiar dos pais termina com a morte
dos pais, dos filhos, com a maioridade ou com a
EMANCIPAÇÃO emancipação, no entanto a emancipação por si só
• É possível antecipar a aquisição da capacidade não é suficiente para a exoneração dos alimentos.
plena? Sim, pelo Instituto da Emancipação. - Existe a possibilidade de anulação da
• A emancipação não exime os pais de pagar emancipação (vício).
alimentos. - Quando o menor não tem sobre ele o poder
• Cabe HC para discutir prisão civil. familiar dos pais, haverá a designação de um
• No âmbito da Previdência Social, a redução da tutor. O tutor não pode emancipar
maioridade civil não implica a negação do voluntariamente os menores. O menor tutelado
direito de percepção assegurado pela lei pode ser emancipado por decisão judicial.
previdenciária, por ser norma especial.
• O Enunciado n. 3 da I Jornada de Direito Civil: Emancipação pelo casamento: Art. 1.511,
Art. 5º A redução do limite etário para a definição da 1.517 e 1.520 CC.
capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos
art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica podem casar, exigindo-se autorização de ambos os
situação de dependência econômica para fins pais, ou de seus representantes legais, enquanto não
previdenciários e outras situações similares de atingida a maioridade civil. Parágrafo único. Se
proteção, previstas em legislação especial. houver divergência entre os pais, aplica-se o
• A redução de idade no Direito Civil não altera a disposto no parágrafo único do art. 1.631.
questão da idade para fins de previdência. – Mesmo com a referência homem e mulher, é
• O tutor não pode emancipar o menor. Quando o possível o casamento homoafetivo.
menor é tutelado, ele pode ser emancipado pelo – A idade núbil para o casamento é aos 16 anos.
juiz. Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o
casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
• Modalidades de emancipação:
– Não é mais admitido casamento de quem
Voluntária (pais) Judicial Legal (lei) ainda não tenha 16 anos, mesmo em caso de
Art. 5º § único I (juiz) Art. 5º § único II gravidez.
Art. 5º § – A união estável não gera emancipação.
único I – Economia própria é um termo amplo, será
É concedida pelos É concedida A própria lei, analisado casuisticamente.
pais, ou por um pelo juiz, diante de certos – As hipóteses de emancipação legal não são
deles na falta do ouvido MP e casos, emancipa: hipóteses que necessitam da homologação
outro, em caráter o tutor, II – pelo judicial.
irrevogável, desde que o casamento.
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Morte presumida com declaração de ausência Art. 25. O cônjuge do ausente (ou companheiro),
- Ausente é a pessoa com não notícia e não sempre que não esteja separado judicialmente, ou de
presença. Ao ser constatado esse fato, inicia-se fato por mais de dois anos antes da declaração da
um processo longo, composto de três fases: ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do
I – dinâmica protetiva: inicialmente patrimônio,
ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
posteriormente sucessores. ordem, não havendo impedimento que os iniba de
a) curadoria dos bens do ausente exercer o cargo.
b) sucessão provisória – partilha dos bens aos § 2º Entre os descendentes, os mais próximos
herdeiros precedem os mais remotos.
c) sucessão definitiva § 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao
– em qualquer dessas fases, é devido o imposto juiz a escolha do curador.
de transmissão. Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens
Enunciado 156 JDC – Desde o termo inicial do do ausente, ou, se ele deixou representante ou
desaparecimento, declarado em sentença, não procurador, em se passando três anos, poderão os
corre a prescrição contra o ausente. interessados requerer que se declare a ausência e se
abra provisoriamente a sucessão.
II – tratamento do ausente: CC/2016 era abs.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior,
incapaz – CC/2002 é capaz somente se consideram interessados:
• O CC prevê medidas acautelatórias para I – o cônjuge não separado judicialmente;
proteger os bens se ele estiver vivo (22-25), mas, II – os herdeiros presumidos, legítimos ou
com o tempo, aumentando-se a chance de morte, testamentários;
a proteção acaba sendo passada aos herdeiros III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito
(25-38) (744 e ss do NCPC). dependente de sua morte;
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
domicílio sem dela haver notícia, se não houver Art. 28. A sentença que determinar a abertura da
deixado representante ou procurador a quem caiba sucessão provisória só produzirá efeito cento e
administrar- -lhe os bens, o juiz, a requerimento de oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas,
qualquer interessado ou do Ministério Público, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. do testamento, se houver, e ao inventário e partilha
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se dos bens, como se o ausente fosse falecido.
nomeará curador, quando o ausente deixar Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a
mandatário que não queira ou não possa exercer ou sentença que concede a abertura da sucessão
continuar o mandato, ou se os seus poderes forem provisória, poderão os interessados requerer a
insuficientes. sucessão definitiva e o levantamento das cauções
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os prestadas.
poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva,
observando-se, no que for aplicável, o disposto a também, provando-se que o ausente conta oitenta
respeito dos tutores e curadores. anos de idade, e que de cinco datam as últimas
notícias dele.
Declaração de morte
• Comoriência Art. 8º
– Morte simultânea: é relevante apenas no direito
sucessório.
– Não é necessário que as mortes sejam no
mesmo local, mas no mesmo momento.