INTRODUÇÃOITU

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1.

INTRODUÇÃO

Segundo Pereira e Calhau (2016), a infecção do trato urinário (ITU) é definida como uma
bacteriúria importante e sintomática. É uma infecção prevalente em todas as idades,
principalmente no sexo feminino, de etiologia quase sempre bacteriana e com apresentação
clínica muito variável. O quadro clínico de infecção urinária pode variar desde bacteriúria
assintomática até formas mais graves, como a pielonefrite. Aproximadamente 20% a 40% das
infecções do trato urinário inferior evoluem para pielonefrite

Segundo a organização mundial da saúde (OMS 2020), afirmou que o trato urinário está
didaticamente classificado em duas grandes partes denominadas superior (rins e ureteres) e
inferior (bexiga e uretra), causadas por vários agentes infecciosos, no caso da Enterococcus, o
Proteus e a Klebsiella que são raros e como causa principal a Escherichia coli responsável por
70 a 80% das infecções urinárias.
A ITU é um qua!dro infeccioso muito prevalente entre a população mundial, e estima-se que
86% das pessoas já tenham sofrido com alguma infecção do trato urinário ao longo da vida,
especialmente a população feminina, devido a sua anatomia uretral ser mais curta que o
comprimento da uretra masculino, e consequentemente os patógenos podem colonizar mais
facilmente a bexiga e o espaço uretral (RAMOS GC, 2016).
Os hábitos de vida e higiene estão relacionados ao surgimento de infecção do trato urinário.
Em países subdesenvolvidos como a Angola, a população por ter menos acesso ao
saneamento básico e as informações de saúde, têm provavelmente 53% de chances de
contraírem o quadro infecioso do que à população de países desenvolvidos como a Inglaterra,
que a população tem mais acesso à educação em saúde, e as ações e serviços de promoção e
proteção da saúde.
A bactéria Escherichia coli isolada de pacientes com infecção urinária febril (pielonefrite) apresenta
fatores de virulência que elevam sua sobrevivência no hospedeiro, uma vez que facilitam a ascensão
no trato urinário por mecanismo de contracorrente. Ao aderirem ao epitélio, tanto da bexiga como
do trato urinário superior, podem fiar quiescentes, não se sabendo qual estímulo as reativa (Bresolin,
2016; Pereira; Calhau, 2016).

1.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA


Sabendo que o nosso país apresenta um sistema precário de saneamento básico por
consequência do mesmo tem ao resistrado altos indeces de infecção urinária. Actualmente
estima-se que existem 20 mil individuos infectados por infecção urinaria, cerca 25% dos
individuos com infecção cronica morrem devido a sequelas resultantes da infecção urinaria.
alguns casos de infecção urinaria em pacientes, a infecção urinaria continua sendo um grave
problema de saúde pública, considerada uma doença muito frequente constituindo-se a segunda
causa mais comum de infecções bacterianas em clinica geral e uma indicação frequente para a
prescrição de antimicrobiano.

Atendendo esta situação surgiu-nos a seguinte pergunta de pesquisa:

Qual é o diagnóstico da infecção do trato urinário na população do Bengo bairro


Panguila (sector - 9), com as idades compreendidas entre os 18-30 anos em Janeiro de
2023?

1.2. JUSTIFICATIVA
A infecção urinária está presente em todos os países do mundo e, conforme dados
epidemiológicos, em média 150 milhões de pessoas são diagnosticadas com essa infecção por
ano, no mundo inteiro. No que diz respeito a custos para economia global, essa única infecção
gera anualmente mais de 6 bilhões de dólares de gastos.

Durante a formação académica no IMPAR e no cotideano como estudantes de Ánalises


Clínicas e futuros técnicos de diagnóstico, ouve poucas informações ou quase nenhum
trabalho cientifíco relacionado ao comprimento de normas de biosseguranças e das medidas
de prevenção da infecção urinária. Tendo em conta que nos últimos anos tem se observado
um aumento na inscidência de casos de infecção urinária, uma vez que somos estudantes do
cúrso de Ánalises Clínicas suscitou-se o interesse de estudar o diagnóstico e as cosequencias
da infecção urinária.

1.3. OBJECTIVOS
1.3.1. Objectivo Geral
 Avaliar o diagnóstico da infecção do trato urinário na população do Bengo
bairro(Panguila) sector-9, com as idades compreendidas entre os 18-30 anos em
Janeiro de 2023.

1.3.2. Objectivo específico


 Caracterizar a amostra de acordo aos dados sócio demográficos (Idade, sexo, Nível de
escolaridade, estado civil) .
 Descrever as amostras de acordo ao estilo de vida da população (tratamento da
agua,local de obtenção, sinais e sintomas , tratamento e prevenção da infecção do trato
urinário) .
 Identificar a infecção do trato urinário de acordo com as amostras analisadas de urina
observados pelo microscópio.

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Definição de termos e conceitos

Conceito: A infecção do trato urinário (ITU) pode ser definida como a presença de
microrganismos que se fixam e se multiplicam nas vias urinárias, podendo causar danos na
uretra e atingir os rins. Quando este processo infeccioso se restringe apenas à uretra e à
bexiga, denomina-se cistite, quando atinge os ureteres e os rins denomina-se pielonefrite
(VIEIRA 2015).

Infecção
Invasão dos tecidos corporais de um organismo ou hospedeiro por parte dos microorganismos
capazes de provocar doenças (VIEIRA2015).
Trato Urinário
São conjuntos de órgãos destinado a formação, reservação, filtração e eliminação da urina
(PRADO 2014).
Urina
É um líquido biológico formado nos rins e armazenado pela bexiga antes de ser expelido para
o exterior (JULIANA, 2015).
Bactéria
São organismos unicelulares procariotas causador de doença (PRADO 2014).
EscherichiaColi

É uma bactéria gram-negativo que acomete o trato urinário (FILIPE TIAGO, 2014).

2.2. Taxonomia

Reino: Monera
Filo: proteobacteria
Classe: Gammaproteobacteria
Ordem: Enterobacteriales
Família: Enterobacteriaciae
Género: Escherichia
Espécie: Escherichia coli

2.3. Etiologia
Dentro do espectro bacteriano que pode causar ITU na gestante, a Escherichia coli é o
uropatógeno mais comum, responsável por aproximadamente 80% dos casos. Outras bactérias
aeróbias Gram-negativas contribuem para a maioria dos casos restantes, tais como Klebsiella
pneumoniae, Proteus mirabilis e bactérias do gênero Enterobacter. Bactérias Gram-positivas
também causam ITU (prevalência baixa), destacando-se o Staphylococcus saprophyticus,
Streptococcus agalactiae e outros estafilococos coagulase negativos, principalmente em casos
de infecções complicadas com litíase (VIEIRA;JULIANA, 2015).
Hoje não se aceita mais o conceito antigo de que a infecção é apenas extracelular, havendo
comprovação de que algumas cepas bacterianas podem replicar no interior da célula,
explicando as dificuldades no tratamento de alguns casos. Não é evento raro o crescimento de
mais de uma espécie bacteriana na urocultura, o que pode significar contaminação durante a
coleta de urina.

2.4. Epidemiologia
Segundo a OMS (2020), a ITU é uma patológia extremamente comum, considerada a
segunda infecção mais prevalente na população, e está atrás apenas daquelas que acometem o
sistema respiratório. Ocorrem no mínimo cerca de 150 milhões de casos de infecção urinária
por ano em todo mundo, a ITU pode acometer ambos os sexo e em todas as idades, porém
destaca-se em alguns grupos etários, como mulheres, homens, jovems com mau higiene,
uma vida sexual activa, assim também, como em crianças e idosos (VIEIRA;JULIANA,
2015).

2.5. Fisiopatologia
Os sistemas urinários compõem-se de dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma
uretra, que em sincronismo desempenha a função de manter a homeostase. O organismo ao
realizar os processos de metabolização celular produzem resíduos que devem ser eliminados
como também substâncias em excesso, a via urinária possui importante papel contribuinte
para manter este equilíbrio (TORTORA, 2006).

A urina é formada a partir da filtração do plasma através de capilares glomerulares no interior


dos rins, o qual desempenha funções vitais:
 Auxilia na excreção de produtos do metabolismo, que incluem uréia, creatinina,ácido
úrico, bilirrubina e metabólitos da degradação de hormônios;

 Regulação do equilíbrio de excreção e reabsorção de água e eletrólitos;

 Regula a pressão arterial secretando substância (enzima renina) que atua na viarenina-
angiotensina;

 Equilíbrio ácido-base, excretando ácidos e regulando o sistema tampão noslíquidos


corporais;

 Os rins participam da gliconeogênese durante jejum prolongado; secretaeritropoetina,


hormônio responsável pela eritropoiese e participa na síntese de vitamina D
(TORTORA, 2006).

A urina formada é excretada pelos rins através dos ureteres e armazenada nointerior da bexiga
até ser eliminada pela uretra através do processo de micção(capacidade de esvaziamento da
bexiga devido seu nível limiar). Desta forma, osistema urinário contribui na remoção de
resíduos, reabsorvendo água e solutosnecessários para manter a estabilidade corporal
(NEVES, 2011).

Figura nº 1- Sistema do trato urinário

Fonte: www.google.com/ sistema urinario

2.6. Agente etiológico


O principal agente é a Escherichia Coli bactéria de gram-negativo inofencivas constituem
parte da flora intestinal humana normal e podem ser benéficas para hospedeiro ao produzir a
vitamina K a impedirem que eles se estabelecem em bactérias patogénicas.A presença de
grande número de bactérias e de leucócitos, indica uma infecção urinária. Seus principais
agentes etiológicos são: Os bacilos Gram-negativos da família Enterobacteriaceae, sobretudo
a Escherichia Coli, que também inclui os gêneros Enterobacter, Klebsiella, Proteus e Shigella
(PRADO; VALLE, 2014).

Originária da microbiota intestinal, a E. coli coloniza a mucosa genital e pode penetrar no


sistema urinário. Uma vez nele, ela pode aderir e colonizar a mucosa urogenital por meio de
fímbrias e adesinas, fazendo com que a bactéria seja capaz de resistir à eliminação pelo fluxo
urinário, causando bacteriúria significativa (crescimento ≥105 bactérias por mililitro). As
infecções graves podem resultar em perda da função renal e em sequelas permanentes
(NEVES 2011).

Figura nº 2 – Imagem da bactéria gram-negativa

Fonte: www. Google (Escherichia Coli)

2.7. Causas da infecção urinária


A infecção urinária ocorre quando uma bactéria entra no sistema urinário por meio da
uretra e começa a se multiplicar na bexiga. O trato urinário costuma expelir esses organismos
estranhos do corpo, mas algumas vezes essas defesas falham e a bactéria em questão passa a
crescer dentro do trato urinário, dando início a uma infecção.

Conforme Filipe Tiago, (2014), considera que na maioria das vezes cerca 70 a 80% das ITU
são causadas pela bactéria E.Coli.
2.7.1. Infecção urinária na mulher

A actividade sexual também constitui um mecanismo frequente para o desenvolvimento


de infeções urinárias de repetição: a relação sexual potencia a introdução de bactérias para o
interior da vagina (introito vaginal) e a subida destas bactérias pela uretra até a bexiga
(MATA et al, 2014).

A infecção urinária na gravidez é relativamente comum e deve ser objecto de tratamento,


mesmo que as mulheres não tenham sintomas (denominadas bacteriúrias assintomáticas). As
infeções urinárias constituem riscos consideráveis para a saúde da gestante (mãe) e do feto,
como tal devem ser avaliadas cuidadosamente (MARINHO; TAVARES, 2005).

2.7.2. Infecção urinária no homem

A infecção urinária masculina  (no homem) é mais rara e surge, normalmente, quando


este não consegue esvaziar totalmente a bexiga (resíduo pós-miccinonal). Esta situação pode
acontecer em condições como o aumento benigno da próstata ou em estenoses (apertos) da
uretra (FREITAS, 2008).

2.8. Transmissão da ITU

Segundo PRADO (2014), a infecção do trato urinário transmite-se das seguintes


formas:
 Relação sexual desprotegida;
 Mal higienização da região genital;
 Urinar ao ar livre;

2.9. Classificação das ITUs

Anatomicamente o trato urinário é disposto de uma parte superior, constituída pelos


rins, pelve renal e ureteres, e uma região inferior integrado pela bexiga e a uretra.A ITU
inicia-se com uma inflamação da uretra provocando uretrite, se não tratada o uropatógeno
causador ascende para a bexiga desenvolvendo a cistite, ganha os ureteres até atingir os rins,
ocasionando pielonefrite na forma aguda ou crónica (FILIPE TIAGO, 2014;).
Segundo Lopes e colaboradores (2004), a ITU pode acometer qualquer região do sistema
urinário, desde a uretra até aos rins. Sendo classificada de acordo com as formas clínicas,
podendo ser sintomática ou assintomática (bacteriúria assintomática) e quanto à localização,
baixa e alta.
A ITU baixo/inferior indica cistite (infecção da bexiga), enquanto a ITU alto/superior
caracteriza-se por pielonefrite (infecção dos rins). A infecção da via superior inicia-se com
um quadro de cistite, que pode evoluir atingindo os rins. As infecções urinárias ainda podem
ser divididas em categorias: complicada, geralmente refere-se a alterações anatômicas ou
funcionais, por exemplo, presença de cálculos renais ou desenvolvidos em ambiente
nosocomial, relacionados a procedimentos cirúrgicos, e a não complicada envolve as cistites,
no qual, o paciente possui estrutura do trato urinário normal (FILIPE TIAGO, 2014).

De acordo com NEVES e colaboradores (2011), as infecções urinárias com presença


significativa de bactérias na urina sem sintomatologia, possui relevância em gestantes com
refluxo vesicoureteral. Sendo cistite designada a infecção na bexiga; pielonefrite a que atinge
os rins e a pélvis, geralmente acompanhada de estado febril e ITU complicada surge
principalmente em indivíduos com anormalidade no sistema urinário.

2.9.1. Infecção do Trato Urinário (ITU) sintomática: Cistite


Na infecção aguda do trato urinário baixo ou cistite ocorre a inflamação e irritação da
mucosa da bexiga devido à aderência e a acção tóxica causada pelo uropatógeno. Geralmente
indivíduos com cistite apresentam disúria (ardência e dor ao urinar), frequência e urgência
miccional, polaciúria (aumento do volume urinário diário) e dor supra-púbica ou lombar. A
urina pode apresentar-se turva, devido à presença de piúria e hematúria decorrente do próprio
processo inflamatório. (NEVES, 2011).

2.9.2. Infecção do Trato Urinário (ITU) sintomática: Uretrite


Corresponde a inflamação da mucosa da uretra, é uma doença de origem infecciosa
provocada por microrganismos, cujo o contágio costuma ocorrer por via sexual, e algumas
infecções incluem Herpes, Gonorreia e infecções por Clamídia.

Segundo (FREITAS, 2008), a infecção nos ureteres são infecções dos canais que levam a
urina dos rins até a bexiga.

2.9.3. Infecção do Trato Urinário (ITU) sintomática: Pielonefrite

A infecção do trato urinário superior, nefrite intersticial bacteriana ou pielonefrite é


uma doença invasiva e preocupante, pois em cerca de 30% dos casos ocorre bacteremia, que
pode levar a sepse e ao óbito se não tratada. Essa infecção afecta o parênquima e a pelve
renal, sendo menos comum que a bacteriúria assintomática. Adultos e crianças com obstrução
do trato urinário e condições como a gestação são factores predisponentes para esse tipo de
infecção grave. (SOUZA, 2009).

2.10. Sinais e Sintomas


As manifestações clínicas na uretrite incluem disúria, polaciúria e urgência miccional,
podendo confundir o clínico, pois são manifestações características da cistite e pielonefrite.
Na cistite prevalecem também a dor e ardência na micção, o tenesmo vesical, hematúria, dor
na região hipogástrica e sensação de peso. Os sinais e sintomas que caracterizam a
pielonefrite incluem: febre, calafrios, desidratação, náuseas e vômitos, mal-estar, dor
abdominal e em casos graves insuficiência respiratória e septicemia (SILVA et al., 2010).

2.11. Patogenia

Existem três vias de disseminação para os agentes etiológicos das ITU. A via
ascendente, a via hematogênica e a via linfática. A principal via de infecção do trato urinário é
a via ascendente, e, as bactérias patogênicas encontram facilidades especiais no sexo
feminino, já que as bactérias colonizadoras do introito vaginal e periuretral estão bastante
próximas da uretra. Além disso, a uretra feminina possui menor comprimento o que facilita a
ascensão destas bactérias (E. coli).

A via hematogênica é uma via menos importante de infecção, entretanto, assume importância
especial nos casos de sepse, condição na qual as bactérias (S. aureus;
Mycobacteriumtuberculosis e Histoplasma spp.) atingem o parênquima renal. A via linfática é
demonstrada experimentalmente através de conexões linfáticas existentes entre os ureteres e
os rins (BATISTA 2002).

2.12. Factores de Riscos

De acordo com Prado e Valle 2007, a infecção do trato urinário considera-se risco em:
 Mulheres grávidas;
 Mulheres que usam diafragma como metódos contraceptivos;
 Pessoas com históricos de cálculos renais (pedras nos rins);
 Pessoas com sonda vesical;
 Pessoas com diabete melitus;
 Portadores de complicações com a próstata;
 Idosos e pessoas com Imunodificiência.

2.13. Diagnóstico Clínico


O quadro clínico pode ser muito variável em decorrência de factores como: idade do
paciente, estado nutricional, local da infecção (alta ou baixa), número de infecções anteriores,
intervalo do último episódio infeccioso e antibiótico terapia previa.A suspeita clinica baseia–
se na presença de sintomatologia própria do trato urinário (disuria, polaciúria, tenesmo
urinário, urgência miccional, retenção urinaria, incontinência, enurese etc) associada a
sintomas de acometimento sistêmico, tais como: anorexia, prostração, febre, vômitos, dor
abdominal, toxemia, (FREITAS 2008).

2.14. Diagnóstico laboratórial


Os exames complementares que podem ser úteis para o diagnóstico de ITU incluem:
(1) Urina rotina, (2) Urocultura (Exame definidor do diagnóstico), (3) Antibiograma; e em
casos selecionados, (4) Hemocultura (Em casos de pielonefrite) e (5) Exames de imagem
(Ultrassonografia, Tomografia computarizada e Ressonância Magnética).5, Os achados
encontrados nesses exames e o papel de cada um no auxílio diagnóstico da ITU.

2.14.1. Urina de rotina ou tipo I

O exame de urina, também denominado urina tipo I, ou urinálise, compreende uma


série de análises químicas e microbiológicas, que avaliam a função renal e espelham o estado
de saúde do indivíduo, proporcionando informações sobre a função renal e sobre o sistema
colector, sendo um dos exames mais antigos relatados em medicina humana (BRIGGS
2004).A urina de rotina é uma ferramenta diagnóstica útil no estabelecimento do diagnóstico e
no acompanhamento dos estabelecimentos do diagnóstico e no acompanhamento dos vários
distúrbios do sistema urinário.

O exame de urina de rotina inclui o exame de características físicas, como cor, aspecto e
gravidade específica; características químicas incluindo pH, proteínas, glicose, cetonas,
sangue, bilirrubina, nitrito, esterase leucocitária e urobiliogênio; e ainda estruturas
microscópicas no sedimento urinário (PIRES 2002).

2.14.2. Exame físico da urina


De acordo com Geraldo etal o exame físico da urina fornece informações preliminares
no que diz respeito a distúrbios, como hepatopatias, hemorragia glomerular, erros inatos do
metabolismo e ITUs. Conforme Stamm as características físicas da urina são a cor, o aspecto,
gravidade específica, odor, A urina normal apresenta ampla variedade de cores, sendo
determinada principalmente por sua concentração. Podendo variar de amarelo pálido a âmbar
escuro, dependendo da concentração dos pigmentos urocromo (amarelo) e, em menor
extensão, urobilina (laranja) e uroeritrina (vermelho). (PIRES 2002.).

A coloração da urina indica de certa forma, a concentração urinária e também o grau de


hidratação da pessoa.O volume depende de vários factores, como ingestão de líquidos,
quantidade de resíduos que o rim necessita eliminar, equilíbrio ácido básico, etc. Em geral, o
indivíduo adulto elimina em torno de 18,5 ml por quilograma nas 24 horas, o que corresponde
à média de 800 a 1.500ml/24horas (BATISTA 2002).

A densidade normal da urina varia de 1,010 a 1,030 e indica a concentração de sólidos totais
dissolvidos na urina, varia conforme o volume urinário e com a quantidade de solutos
excretados (principalmente cloreto de sódio e ureia). A densidade urinária fornece
informações importantes e pode ser facilmente obtida com o uso de urodensímetro,
refratômetro ou tiras reactivas

2.14.3. Exame químico da urina


O exame químico de urina durante a rotina inclui a leitura do pH, proteínas, glicose,
cetonas, sangue oculto, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, esterase leucocitária, e um método
com tira reagente de gravidade específica.
O exame químico de rotina da urina mudou drasticamente desde os primórdios testes na urina,
devido ao desenvolvimento de métodos de tiras reagentes para análise química, que permitem
actualmente, um meio simples e rápido para realização de análises químicas da urina, de
parâmetros significativos (SILVA 2010).

Os dois principais tipos de tiras reagentes, de acordo com Strasinger e Di Lorenzo (2009)
são fabricados sob os nomes comerciais Multistix (Siemens Medical SolutionsDiagnostics) e
Chemstrip (RocheDiagnostics).
A urina normal é ligeiramente ácida, podendo o pH variar entre 4,5 e 8. Para a determinação
do pH, utilizam-se tiras reagentes com graduação em cores, simples ou múltiplas (NEVES
2014).

A presença de quantidades aumentadas de proteínas na urina pode ser um importante


indicador de doença renal. Pode corresponder ao primeiro sinal de um problema grave,
podendo manifestar-se antes de outros sintomas clínicos. Existem, entretanto, condições
fisiológicas como exercícios físicos e febre, que podem levar à excreção aumentada de
proteínas na urina na ausência de doença renal. Pode ocorrer também certos distúrbios renais
com ausência de proteinúria. A bilirrubina é formada pela degradação da hemoglobina no
sistema reticuloendotelial. Ela então liga-se à albumina, sendo transportada pelo sangue até o
fígado (BRIGGS 2004)

2.14.4. Exame microscópico ou sedimento urinario


De acordo com o estudo do sedimento urinário foi normatizado pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – Programa Nacional de Controle de Qualidade em
2005.Em geral, as amostras de urina colectadas aleatoriamente são satisfatórias para a
avaliação microscópica; todavia, recomenda-se que o exame seja realizado com amostras
recentes, particularmente se não for acrescentado nenhum conservante. As células e os
cilindros começam a lisar dentro de duas horas após a colecta. A refrigeração (2°C a 8°C)
ajuda a prevenir a lise das entidades patológicas; no entanto, isso pode aumentar a
precipitação dos vários materiais amorfos e cristalinos. A colecta do fluxo intermediário da
urina é recomendada para mulheres visando reduzir a contaminação com elementos do trato
vaginal (DI LORENZO 2009).
A amostra preferencial é a urina colectada pelo jato médio no início da manhã. O uso de
amostras de jato médio evita a contaminação da amostra com células epiteliais,
microrganismos ou muco da uretra. No início da manhã, as amostras são normalmente mais
concentradas com pH ácido, aumentando a possibilidade de se encontrar determinado
componente no sedimento. Além disso, as urinas concentradas protegem alguns componentes
do sedimento da deterioração.

As hemácias, os leucócitos e as células epiteliais podem ser danificados e destruídos


em urinas diluídas, ocasionando números falsamente reduzidos desses componentes
(FIGUEIRÓ FILHO 2009).
2.14.5. Método para a realização do exame
 Método derecto a fresco
Materiais
1. Luvas;
2. Mascaras;
3. Lâminas;
4. Lamelas;
5. Microscópio;
6. Pipetas Pauster;
7. Centrifugas;
8. Frasco coletor de urina;
9. Tubos de ensaio;
10. Caixa térmica;
Técnica de Execução

1. Identificar o frasco coletor de urina com o nome ou o número da amostra do paciente.


2. Orientar ao paciente para praticar exercícios físicos antes de colectar a urina, para
obrigar os ovos do parasita a sair da parede da bexiga, onde normalmente se fixam.
3. Colocar a urina no tubo de ensaio e equilibrar os tubos de maneira que eles tenham a
mesma quantidade da amostra.
4. Levar os tubos na centrifugadora utilizando uma rotação de 1500 R.P.M durante 5
minutos.
5. Retirar os tubos da centrifugadora, decantar o sobrenadante e obter o sedimento.
6. Colocar uma gota do sedimento na lâmina e adicionar por cima uma lamela.
7. Levar a lâmina ao microscópio e reduzir a luz do diafragma, facilitando na
visualização utilizando as objectivas de 10x para achar o campo e observar com a
objectiva de 40x.

2.14.6. Urocultura

A urocultura é o exame mais solicitado em laboratório de microbiologia, pelo simples


fato de que a infecção do trato urinário é uma doença bastante frequente e a amostra de urina
facilmente colectada. A cultura de urina é a análise microbiológica mais realizada no
laboratório de microbiologia humana e o meio de CLED (Cistina Lactose-Electrólito-
Deficiente) é o meio de isolamento primário rotineiramente mais empregado, sendo que este
fornece uma diferenciação colonial baseada na fermentação da lactose pelos bacilos gram-
negativos.

Um método semi-quantitativo habitualmente utilizado é a semeadura em meio de cultivo


propício ao crescimento e diferenciação da maioria dos uropatógenos, como o meio de CLED,
com alça bacteriológica calibrada de volume conhecido. As culturas devem ser incubadas em
estufa a 37ºC por 24h. A desvantagem da metodologia é o tempo de obtenção de resultados
completos, pois em geral o médico necessita iniciar o tratamento antes de receber os
resultados de identificação e o teste de susceptibilidade dos microorganismos envolvidos
(TAVARES 2004).

2.14.7. Antibiograma
O método antibiograma tem como base o padrão de sensibilidade dos microrganismos
a uma série de antibióticos. Muitas das vezes, perfis de sensibilidade antibiótica diferentes são
suficientes para distinguir duas linhagens bacterianas, porém, tem pouca utilidade nos casos
de microrganismos cujo padrão de sensibilidade seja previsível e estável. Seu valor é
inquestionável na monitoração dos microrganismos resistentes aos diversos antimicrobianos,
como os estafilococos resistentes a meticilina, ou as enterobactérias resistentes à gentamicina.

2.15. Tratamento
O tratamento da ITU varia de acordo com o tipo de cada infecção e a sua gravidade.
Geralmente o tratamento é feito a base de antibióticos, mas o médico pode receitar
analgésicos para aliviar a dor e ardência ao urinar, varia de acordo com a frequência que o
paciente apresenta no quadro infeccioso. O uso de antibióticos durante a gravidez é bastante
restrito, medicamentos usados diariamente com segurança na prática clínica diária não devem
ser usados nas gestantes, a exemplo do cloranfenicol e sulfamidas, além de tetraciclinas,
quinolonas e sulfas no primeiro trimestre. Antibiótico como a penicilina, cefalosporina,
nitrofurantoina tem sido usado no tratamento de infecção urinária, sem efeito adverso para o
feto. Entre elas, fluoroquinelones, cloranfenicol, eritromicina e tetraciclina.

2.16. Prevenção
A doença é causada por microrganismos patôgenos como a Escherichia Coli, que
colonizam a parede do cólon, a região perianal e também o introito vaginal. Em casos de
falta de higiene, esses microorganismos se proliferam e podem ascender pela uretra e
chegar à bexiga ou rins, causando infecção urinária. Sendo que a E.coli está localizada no
intestino, tendo sua saída pelas fezes, ao defecar, é essencial que tenha o hábito de utilizar
o papel higiênico de frente para trás, ou seja o papel passa primeiro na vagina e depois no
ânus, nunca o contrário para que as bactérias presentes na região anal não sejam
arrastadas em direção à vagina (MAIARA RIBEIRO,2018).

Mais de 70% do corpo humano é composto de água. "A água é fundamental para o
transporte de substâncias, como o oxigênio, nutrientes e sais minerais, pois faz parte da
composição do plasma sanguíneo. Além de levar nutrientes para as células, a água
proporciona a eliminação de substâncias para fora do corpo. Esse é o caso da urina, que é
formada basicamente por água e substâncias tóxicas (PINHEIRO 2020).

A cistite pode ser provocada por maus hábitos de higiene, mas também por
excesso de higiene, A vagina possui a flora natural de germes, que ajudam a impedir a
chegada de bactérias nocivas vinda do ânus. Se você limpa a região da vulva e do períneo
com muita frequência, ou faz o uso de produtos antissépticos especiais, pode haver uma
redução das bactérias invasoras, portanto a limpeza deve ser feita de forma parcimoniosa.
A higiene íntima é muito importante e deve ser feita de forma adequada para não
prejudicar a saúde íntima da mulher, sendo recomendado lavar a região genital com água
e sabão neutro ou íntimo, evitar o uso de lenços umedecidos e de papel higiênico
perfumado e não realizar duchas vaginais, a não ser que seja indicado pelo médico.
(PINHEIRO P. D., 2021).

3. METODOLOGIA
3.1. Tipo de estudo
Será realizado um estudo observacional descritivo transversal com abordagem quantitativa e
qualitativa.

3.2. Local de Estudo

O nosso estudo será realizado no bairro do panguila (sector – 9) localizado no Município de


Caxito, província do Bengo.

3.3. População e amostra em estudo

O nosso estudo será direcionado aos moradores do municipio de caxito, bairro do panguila
(sector – 9) com uma amostra de 50 moradores.

3.4.Critérios de inclusão

serão incluídos no nosso estudo os moradores com idades compreendidas dos 18 – 30 anos e
aqueles que estiveram presentes no dia da recolha, bem como aqueles que de forma
voluntária que se predispuseram a participar do estudo preenchendo assim o inquérito para a
recolha de dados.

3.5. Critérios de exclusão

Serão excluídos no nosso estudo os moradores com idades inferoir a 18 e superior 30 anos ,
aqueles que não estiveram presentes no dia da recolha, aqueles que preencheram os inquéritos
de forma incorreta, bem como aqueles que não aceitarão participar do estudo.

3.6. Procedimentos Éticos

Após a aceitação será dirigido uma carta com o projecto tecnológico anexado, direcionado a
comissão de moradores do bairro panguila (sector – 9) para a recolha de dados. Primeiramente
sensibilizamos a população no que concerne aos objetivos do estudo e em seguida entregamos
o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos da pesquisa que asseguram a confiabilidade e
a utilização das informações dos participantes sem prejuízo dos mesmos.

3.11. Variáveis de estudo


3.11.1. Variáveis sociodemográficas: Idade, Sexo.
3.11.2 . Variáveis em estudo: Transmissão, Sinais e Sintoma, Diagnóstico, Tratamento e
Prevenção.

3.9. Processamentos e Análise de Dados


Os dados serão analisados através de uma calculadora Casio e do aplicativo. O texto foi
informatizado no programa Microsoft Office Word 2007, e os dados resultantes da pesquisa
serão apresentados sobre forma de tabelas, no Microsoft Power point.

4. APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

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