Angola Economic Outlook 2023: "Da Recuperação Económica Ao Desenvolvimento Sustentável"
Angola Economic Outlook 2023: "Da Recuperação Económica Ao Desenvolvimento Sustentável"
Angola Economic Outlook 2023: "Da Recuperação Económica Ao Desenvolvimento Sustentável"
ECONOMIC
OUTLOOK
2023
"DA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA
AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL"
CONTEÚDO
CONTEÚDO.............................................................................................................. 3
ABREVIATURAS, SÍGLAS E ACRÓNIMOS................................................................... 4
GRÁFICOS E TABELAS.............................................................................................. 5
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 6
CONTEXTO ECONÓMICO MUNDIAL NO PERÍODO 2017-2022 E PERSPECTIVAS PARA
O ANO DE 2023....................................................................................................... 7
DESEMPENHO DA ECONOMIA NACIONAL NO PERÍODO DE 2017-2022...................13
SECTOR EXTERNO E CAMBIAL................................................................................17
SECTOR MONETÁRIO .............................................................................................19
REFORMAS AO SECTOR FINANCEIRO......................................................................21
SECTOR REAL, PREÇOS E EMPREGO...................................................................... 22
PERSPECTIVAS DE MÉDIO PRAZO (2023-2027)..................................................... 26
ABREVIATURAS, SÍGLAS E ACRÓNIMOS
AFD Agência Francesa para o Desenvolvimento
AGT Administração Geral Tributária
AOA Kwanzas
AQA Avaliação da Qualidade de Activos
BAfd Banco Africano de Desenvolvimento
BNA Banco Nacional de Angola
BP Balança de pagamentos
CN Contas Nacionais
COVID-19 Corona Virus 2019
ENAPP Escola Nacional de Administração de Políticas Públicas
EUA Estados Unidos de América
FED Federal Reserve
IEC Imposto Especial de Consumo
II Imposto Industrial
INE Instituto Nacional de Estatística
IP Imposto Predial
IRT Imposto de Rendimento de Trabalho
IVA Imposto Sobre o Valor Acrescentado
LBIF Lei de Base das Instituições Financeiras
M3 e M2 Agregados Monetários
MEP Ministério da Economia e Planeamento
MINFIN Ministério das Finanças
MIREMPET Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás
p.p p.p- Pontos percentuais
PIAAPE Plano Integrado de Aceleração da Agricultura e Pescas Familiar
PIB Produto Interno Bruto
PIIM Programa de Intervenção Integrado nos Municípios
PIMA Public Investment Managment Assessment
PIP Programa de Investimento Público
PLANAGRÃO Plano Nacional de Fomento para Produção de Grãos
PLANAPECUÁRIA Plano Nacional de Fomento e de Desenvolvimento da Pecuária
PLANAPESCA Plano Nacional de Fomento das Pescas
PREI Programa de Reconversão da Economia Informal
PROPRIV Programa de Privatizações dos Activos Industriais do Estado
REA Reserva Estratégica Alimentar
RGIF Regime Jurídico das Instituições Financeiras
SADC Southern African Developement Communit
Ton Toneladas
USD Dólares norte-americanos
GRÁFICOS
TABELAS
04. A 1ª edição do AEO constitui uma plataforma de debate sobre as questões fo-
cadas na economia nacional, nomeadamente desenvolvimento económico, cresci-
mento económico, emprego, inflação, finanças públicas e permitirá a todos interes-
sados em desenvolver negócios em Angola, quer sejam nacionais ou estrangeiros,
assim como às Instituições Financeiras e de Rating internacionais, o acesso a infor-
mações sobre a economia nacional.
6
2. CONTEXTO ECONÓMICO MUNDIAL NO
PERÍODO 2017-2022 E PERSPECTIVAS PARA
O ANO DE 2023
05. A dinâmica de crescimento da eco- VID-19, assim como, os decorrentes de
nomia mundial, no período 2017-2022, factores geopolíticos prevalecentes,
esteve ligeiramente abaixo da regis- com destaque para o conflito que opõe
tada no período 2011-2016. Em média, a Rússia e a Ucrânia.
o PIB mundial cresceu 2,75%, nos últi-
mos cinco anos, face aos 3,5% do perío- 07. As previsões para 2023 apontam um
do anterior (2011-2016), tendo o baixo crescimento do PIB mundial de 2,8%,
crescimento resultado do efeito con- em decorrência do crescimento espe-
jugado de uma recuperação lenta das rado para as economias emergentes e
economias desenvolvidas e dos países em desenvolvimento (3,9%), da desa-
emergentes (em média 3,58% e 1,63%, celeração do ritmo de crescimento das
respectivamente), influenciados pela economias da África Subsariana (3,6%),
desaceleração do crescimento da eco- assim como do fraco crescimento es-
nomia da China (de 4,43%) e da Índia perado para as economias avançadas
(5,8%). (1,3%). Factores como a alta taxa de
inflação, a instabilidades do sector fi-
06. Destacam-se, neste período, os nanceiro e a situação geopolítica au-
efeitos negativos da pandemia da CO- mentam as incertezas a nível global.
6,7
6 6,2 5,4
4,8
4,5
4,7 3,8 3,9 4
4 3,8 3,5 3,7
3,2 3,8
2,5 3,1 3,3 2,7 3,4
2,2 2,8 2,9
Valores em %
2 1,6
1,2
-1,8
-2 PIB DAS ECONOMIAS AVANÇADOS
-2,1
PIB MUNDO
-4 -3,2
PIB DAS ECONOMIAS EMERGENTES
7
08. O comércio mundial registou, igual- paralisação de vários sectores de acti-
mente, desaceleração (3,0%), entre vidades, com destaque para os sectores
20217-2022, comparativamente ao ob- dos transportes e do turismo.
servado no período 2011-2016 (3,1%),
devido à lenta recuperação do comér- 09. As previsões para 2023 apontam
cio nas economias avançadas e nos para um crescimento de, somente, 2,4%
países emergentes (em média 1,2% e do comércio mundial, dados os choques
1,6%, respectivamente), havendo por resultantes da guerra na Ucrânia, a cri-
assinalar a queda de 8,3% no volume se alimentar e as restrições monetárias
do comércio mundial em 2020, devido resultantes da alta dos juros dos ban-
à pandemia da COVID-19 que obrigou a cos comerciais.
12,1
15 10,4
9,4
10
6,6
5,6 5,4
Valores em %
3,9
5 3,4 2,4 2,6
1,1 2,3
0,9
0 1,4
-0,1 0,1 -0,2
-0,7-
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
-5
-6,7 EC IAS AVANÇ2019ADAS
8
10. Relativamente ao preço dos hidro- 11. A recuperação do preço manteve-se
carbonetos, avalia-se que o aumento até 2018 (USD 71,6/barril), altura em
da produção de petróleo nas áreas de que se registou a inversão na tendência
xisto dos EUA e a menor dinâmica da de recuperação, tendo o preço atingi-
procura de petróleo conduziram a uma do o pico da queda em 2020 (USD 41,6/
queda nos preços do Brent, em 2014 e barril), devido à pandemia da COVID-19.
2015. Entretanto, em 2017, constatou-
-se uma tendência de recuperação, com 12. Em 2022, o preço situou-se em tor-
o preço a situar-se em torno de USD 54/ no de 101 USD/barril e para 2023 as pre-
barril, fruto do acordo de cortes de pro- visões apontam para um preço médio
dução petrolífera da OPEP, bem como de USD 83,31/barril, não obstante gran-
da aceleração da actividade económica des incertezas.
mundial, em particular das economias
avançadas.
9
13. Em relação às commodities alimen- ta tendência, com excepção para o pre-
tares, entre 2017 e 2022 registou-se ço do trigo que deverá reduzir 15,2%.
uma tendência generalizada de aumen- O preço do milho aumentará 33,32% e
to dos respectivos preços nos mercados do arroz 10,63%, comparativamente ao
mundiais, e as previsões para o ano de ano de 2022.
2023 apontam para a manutenção des-
GRÁFICO 4. EVOLUÇÃO DO PREÇO DAS COMMODITIES ALIMENTARES (TRIGO, MILHO E ARROZ, 2017-2022)
14. O actual conflito militar entre a Rússia e Ucrânia exacerbou a tendência de au-
mento dos preços dos alimentos e da energia, tendo-se configurado um cenário de
altas taxas de inflação nas principais economias mundiais. No geral, as principais
economias mundiais registaram tendências de aumento nos níveis de preços, com
destaque para as economias avançadas, cuja inflação passou de 1,7% em 2017, para
7,2% em 2022, conforme ilustra o gráfico abaixo.
15. As previsões para 2023 apontam para redução nos níveis de inflação. Nas econo-
mias avançadas é esperado que a inflação se situe em 5,6%, nas economias emer-
gentes e em desenvolvimento em 3,6%, e para as economias da África Subsariana
em 11,9%.
10
GRÁFICO 5. EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO NAS ECONOMIAS AVANÇADAS E NAS ECONOMIAS EMERGENTES
E EM DESENVOLVIMENTO (2017- 2023)
11
GRÁFICO 6. EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE JUROS DE LONGO PRAZO NO EUA, ZONA EURO E JAPÃO (%) - 2017-2023
12
20. Portanto, o contexto económico internacional no último quinquênio foi desa-
celeração da actividade económica mundial, menor crescimento do comércio mun-
dial, aumento generalizado dos níveis de inflação, deterioração das condições de
financiamento nos mercados internacionais e desvalorização do dólar norte-ame-
ricano face ao EURO.
21. O período 20223- 2027 figura-se num ciclo “difícil e incerto”. O mundo poderá
tomar novas direcções à medida que as actuais megatendências forem moldando a
política global, a demografia e as necessidades energéticas.
23. As finanças públicas foram bastante afectadas pela queda do preço do petróleo
nos mercados internacionais, nos anos de 2014, 2015, 2016, 2019 e, mais recente-
mente, em 2020, devido ao surgimento da pandemia da Covid-19, levando a que o
país apresentasse défices fiscais, global e primário, combinados do défice estrutu-
ral ao nível do saldo primário não petrolífero.
24. Foram introduzidas medidas que permitiram que a receita fiscal evoluísse sig-
nificativamente, passando de KZ 2 899,7 mil milhões, em 2016 para Kz 13 371,3 mil
milhões em 2022, por conta do aumento da receita petrolífera, de Kz 1 372,9 mil
milhões, em 2016, para Kz 7 973,02 mil milhões, em 2022.
25. A receita não petrolífera apresentou maior estabilidade e uma tendência de au-
mento em todos os anos no período em análise, tendo o maior incremento ocorrido
em 2022, 23%, (Kz 1 018,6 mil milhões).
13
GRÁFICO 8. EVOLUÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA RECEITA FISCAL ENTRE 2016-2022 (%)
14
27. A despesa fiscal aumentou de Kz 3 587,41 mil milhões, em 2016, para Kz 11 899,1
mil milhões em 2022. Relativamente à sua composição, destaca-se o aumento da
despesa com juros que, em 2016, representava 11% (Kz 409,7 mil milhões) e em
2022 representou 18% (Kz 2 134,63 mil milhões) da despesa fiscal.
28. Avalia-se que o desempenho fiscal, no período 2016 a 2022, é caracterizado por
dois períodos. O primeiro, que antecede o ano de 2018, caracteriza-se por desequi-
líbrios nas contas fiscais, marcados por défices sucessivos dos principais indicado-
res fiscais, nomeadamente, o saldo global, o saldo primário e o saldo primário não
petrolífero.
15
GRÁFICO 11. EVOLUÇÃO DO SALDO FISCAL ENTRE 2016-2022 (% DO PIB)
32. No período de 2021 a 2022, a dívida pública inverteu a sua tendência crescente,
ao reduzir para 65% em 2022, resultante da condução prudente da política fiscal,
traduzidos por superavits primários, bem como da melhoria no cenário macroeco-
nómico do País (Cfr. Gráfico 12).
16
GRÁFICO 12. EVOLUÇÃO DO STOQUE DA DÍVIDA PÚBLICA E GOVERNAMENTAL ENTRE 2016-2022 (% DO PIB)
35. Por sua vez, as importações registaram um crescimento médio de apenas 7%,
devido a menor importação do sector não petrolífero que, em medida, cresceu 1,7%.
17
TABELA 1. EVOLUÇÃO DAS CONTAS EXTERNAS ENTRE 2017-2022
36. A nível do mercado cambial, foi introduzido, a partir de 2018, um regime de taxa
de câmbio flexível que permitiu ajustar o valor da moeda nacional às condições do
mercado. Em 2021, a moeda nacional apreciou-se face ao dólar norte-americano no
mercado primário em 18,24%, situando-se em USD/AOA 554,98.
38. A melhoria nos termos de troca, assim como as reformas feitas ao mercado
cambial permitiram manter as reservas internacionais do país em níveis adequa-
dos, assim como permitiram reduzir significativamente o diferencial entre a taxa
de câmbio do mercado formal e a do mercado informal.
39. No final de 2022, o stock das reservas internacionais situou-se em USD 14,48
mil milhões, equivalendo a cerca de 7,6 meses de importações de bens e serviços.
TABELA 2. DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (2016-2022)
18
3.3.SECTOR MONETÁRIO
40. Em 2018, foi aprovado um novo quadro operacional para a política monetária,
caracterizado por um regime de metas monetárias, incorporando alguns princípios
do regime de metas de inflação. A base monetária foi definida como nova âncora
nominal da política monetária.
41. O novo regime monetário permitiu melhorar a capacidade de previsão dos fluxos
de liquidez e a aprofundar a eficácia dos instrumentos de política monetária, sendo
que, no período de 2017-2022, a base monetária total (incluindo a componente em
moeda estrangeira) registou uma crescente expansão, tendo atingido o pico em
2021 (Kz 2 506,14 mil milhões), representando um aumento de 6,39%, face aos Kz 2
355,61 mil milhões, no ano de 2020, e registado uma contração de 5,88%, ao fixar-
-se em AOA 2 358,64 mil milhões, em 2022.
42. Por seu turno, a base monetária em moeda nacional registou igual comporta-
mento expansionista, tendo atingido AOA 1 610,97 mil milhões, em 2021, represen-
tando uma expansão de 2,0%, face aos Kz 1 579,28 mil milhões, no ano de 2020.
19
43. O novo quadro da política monetá- tadas por outras medidas de política
ria permitiu um melhor alinhamento monetária para reforçar o sentido que
entre a Taxa BNA e a taxa de cedência se pretendia dar a mesma, por via das
de liquidez, assim como permitiu a rea- alterações dos principais instrumentos
valiação da exposição cambial dos ban- do BNA, designadamente as reservas
cos comerciais em relação aos fundos obrigatórias, as facilidades permanen-
próprios regulamentares. tes de cedência e absorção de liquidez
e das operações de mercado aberto,
44. No período de 2017-2022, as medi- conforme se pode observar no gráfico
das de alteração da taxa básica de ju- abaixo.
ros do BNA foram sempre complemen-
GRÁFICO 14. EVOLUÇÃO DA DAS TAXAS DE JURO DIRECTORAS E INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA ENTRE
20
GRÁFICO 15. EVOLUÇÃO DO AGREGADAO MONETÁRIO M3 ENTRE 2016-2022
21
3.5. SECTOR REAL, PREÇOS E EMPREGO
47. Devido ao grande peso que o sec- 49. Em 2021, Angola saiu do ciclo reces-
tor petrolífero ainda tem na economia sivo em que se encontrava desde 2016,
angolana, que se estima ter reduzido estimando-se que a economia tenha
de 32%, para 26%, em 2022, o cresci- crescido 1,1%, devido à forte recupera-
mento negativo do mesmo, no perío- ção do sector não petrolífero em cerca
do 2016-2020, afectou negativamente de 6%, que foi suficientemente forte
o crescimento global do País. Por esta para contrabalançar a queda do sector
razão, Angola experimentou um perío- petrolífero, em 11,2%.
do de recessão económica.
50. Em 2022, a tendência apresentada
48. Em média, neste período, o Produto pela actividade económica demonstrou
Interno Bruto (PIB) registou uma con- a consolidação do processo de recupe-
tração de 2,2%, por conta da contração ração económica. As estimativas preli-
do sector petrolífero, incluindo o gás, minares indicam que o PIB terá crescido
que em média contraiu cerca de 5%, e em torno de 3,05%, devido à recupera-
do não sector petrolífero que contraiu, ção do sector de petrolífero e gás, em
em média, 1,2%, ainda que em 2019 se 0,5%, e ao crescimento do sector não
tenha registado um crescimento de petrolífero em 3,90%.
1,4%, porém insuficiente para compen-
sar a queda do sector petrolífero.
22
51. A queda da actividade petrolífera observada nos últimos anos é justifica pelo
desgaste natural dos campos petrolíferos, por problemas operacionais e pela au-
sência de investimentos suficientes em tempo oportuno na prospecção petrolífera
ainda que estejam em curso medidas para reverter esta tendência.
23
54.Ao longo do quinquénio, o Executivo (i) gerar 3 300 empregos, por via da dis-
implementou um conjunto de progra- ponibilização de 3.083 microcréditos no
mas para estimular a produção interna, valor de Kz 2,8 mil milhões e (ii) retirar
visando acelerar o processo de diversi- do circuito informal para o formal mais
ficação económica. Considerando o seu de 250 mil operadores, dos quais 70%
papel estratégico, referencia-se o pro- mulheres e 30% homens. Deste núme-
grama de Apoio à Produção, Substitui- ro, 55% são agentes jovens com idade
ção das Importações e Diversificação compreendida entre 15 e 40 anos de
das Exportações, cuja implementação idade.
iniciou em 2019, e que permitiu (i) criar
71 mil empregos, por via de financia- 57. Para estimular a economia local e
mentos de 1 800 projectos, (ii) registar melhorar as condições sociais nos mu-
no Portal de Produção Nacional (PPN) nicípios, está em curso o Plano Integra-
mais de 103 mil produtores, tendo pro- do de Intervenção nos Municípios (PIIM)
porcionado a assinatura de mais de que permitiu a criação de 43 842 postos
3.440 contratos de compra futura e a de trabalhos a título temporário, até ao
realização de mais de 170 feiras de pro- mês de dezembro de 2022, tendo sido
dução nacional. concluídos 935 projectos, dos quais 720
enquadrados no PIP, e 215 enquadrados
55. Adicionalmente, deu-se início à im- em Despesas de Apoio ao Desenvolvi-
plementação do Programa de Privatiza- mento.
ções (PROPRIV) que possibilitou a priva-
tização de 92 activos de um total de 178 58. Em relação ao nível geral de pre-
a privatizar, e estão em curso proces- ços, após a inflação ter atingido o pico
sos para a privatização de outros acti- de cerca de 42%, em 2016, registou-se
vos relevantes do sector financeiro, das uma tendência de redução, ao fixar-se
telecomunicações e da indústria, tendo em 17,1%, em 2019, apesar da depre-
já iniciado o processo de ofertas públi- ciação da moeda nacional e dos ajusta-
cas iniciais que permitirão a dispersão mentos de preços fixos de alguns ser-
do capital destes activos, também para viços públicos. A redução da inflação
pequenos investidores foi resultado de uma melhor coordena-
ção entre a política monetária e fiscal,
56. Ainda para melhorar o nível de vida do aumento da produção interna, com
das camadas mais desfavorecidas da destaque para a produção agrícola, e da
população e aumentar os rendimentos operacionalização da Reserva Estraté-
das famílias o executivo está a imple- gica Alimentar (REA).
mentar o Programa de Reconversão da
Economia Informal (PREI) que permitiu
24
TABELA 3. TAXA DE CRESCIMENTO DOS SECTORES DA ECONOMIA, 2017-2022 (%)
25
60. Entretanto, em 2022, observou-se da estabilidade macroeconómica, não
uma tendência de redução na taxa de obstante o complexo ambiente econó-
desemprego, em linha com cenário de mico e geopolítico que antecipam de-
recuperação da actividade económica. terminados riscos, cuja remoção impli-
De acordo com os dados disponíveis, fo- cará a tomada de medidas sectoriais
ram gerados mais de 450 mil postos de especificas e o reforço da gestão ma-
trabalho formais e foram extintos 270 croeconómica, através da garantia da
postos de trabalho formais. Os progra- sustentabilidade das finanças públicas
mas do Governo geraram mais de 150 e das contas externas, da estabilidade
mil postos de trabalho formais, para da taxa de câmbio real efectiva, para se
além de terem sido beneficiados mais alavancar a competitividade externa da
de 260 mil jovens com, pelo menos, um economia angolana; e da solidificação
curso de formação profissional. do sistema financeiro, minimizando os
riscos sistémicos para a economia pro-
61. Conforme dados do último relatório dutiva e finanças públicas.
do Banco Mundial sobre a empregabili-
dade, o sector privado desempenha um 63. É esperado que a inflação reduza
pequeno papel na criação de emprego para um dígito, a partir de 2023, para
em Angola. Avalia-se que 79% das em- assegurar níveis de taxas de juros ac-
presas empregam menos de 5 traba- trativas ao investimento e alinhados
lhadores, e empregam 14% do total de aos níveis da Região da SADC.
trabalhadores. As empresas com mais
de 100 trabalhadores representam me- 64. O perfil da produção petróleo assu-
nos de 1% das empresas, mas empre- mido é de menor contracção dos níveis
gam 45% de todos os trabalhadores. O de produção, com uma estabilização da
sector das microempresas triplicou nas produção em torno de 1 010,00 mil bar-
últimas duas décadas, com o emprego ris/dia até 2027, em resultado da imple-
nestas empresas a crescer mais do que mentação de um conjunto de medidas
em outros tipos de empresas. previstas, nomeadamente a Estratégia
de Exploração 2020 –2025 e Estratégia
4. PERSPECTIVAS Geral de Atribuição de Concessões Pe-
trolíferas 2019-2025, que prevê atribuir
DE MÉDIO PRAZO mais de 50 concessões.
(2023-2027)
65. Assim, prevê-se que o PIB deverá
62. As previsões de médio prazo apon- registar um crescimento real médio
tam para um cenário de manutenção anual de cerca de 3,68%, sendo que o
26
crescimento médio do sector não petrolífero será, em média, de 4,74% e o sector
petrolífero incluindo o gás deverá contrair, em média, 2,06%. (Cfr. Gráfico 20).
66. O desempenho do sector não petrolífero deverá ser assegurado pelos sectores
da agricultura, pecuária e silvicultura (8,80%), pescas e derivados (16,0%), indús-
tria (5,26%), construção (5,4%), comércio (3,85%), energia (5,88%), transporte e
armazenagem (13,22%), e correio e telecomunicações (12,52%).
67. O valor nominal global do PIB projectado é, em média, de Kz 70 308,72 mil mi-
lhões, dos quais Kz 11 008,37 mil milhões (15,66%) correspondem ao sector petrolí-
fero e gás natural e Kz 59 300,35 mil milhões (84,34%) correspondem ao sector não
petrolífero.
27
l PLANAPECUÁRIA;
l PLANAGRÃO;
l PLANAPESCA
PRIV);
l Segunda fase do Programa de transferências monetárias as famílias “Kwenda 2”.
28
ANGOLA
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OUTLOOK
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"DA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA
AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL"
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