E Book
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Os textos assinados, no que diz respeito à linguagem quanto ao conteúdo, não refletem
necessariamente a opinião da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Reitora
Cicília Raquel Maia Leite
Vice-Reitor
Francisco Dantas de Medeiros Neto
Diretora de Sistema Integrado de Bibliotecas
Jocelânia Marinho Maia de Oliveira
Chefe da Editora Universitária – EDUERN
Francisco Fabiano de Freitas Mendes
Diagramação
Gabriela Mabel Alves Vieira
ISBN: 978-85-7621-307-9
1. Turismo. 2. Pandemia. 3. Turismo - Covid. I. Gonçalves, Salete. II. Lopes, Rosa Maria
Rodrigues. III. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. IV. Título.
Editora Filiada á
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 7
1
RESSIGNIFICAÇÕES DAS RELAÇÕES DE LAZER E
TRABALHO FRENTE À PANDEMIA DA COVID-19 9
PANORAMA DA ATIVIDADE TURÍSTICA NO RIO
4
COVID-19 Y SUS POSIBLES EFECTOS EN EL
TURISMO DE LA PROVINCIA DE EL ORO-ECUADOR 56
5
LA COVID-19 Y LA RUINA DE HOTELES Y
RESTAURANTE: EL CASO DE ESPAÑA 72
EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO
6 E CRIATIVIDADE NA GESTÃO DE
EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS NO CONTEXTO
DA PANDEMIA DA COVID-19 86
SOBRE OS AUTORES
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em um Ano Pandêmico: Conexões
Brasil, Argentina, Equador e Espanha
APRESENTAÇÃO
Desde o seu início, os impactos gerados foram nas mais variadas dimensões: sanitárias,
econômicas, políticas, socioculturais e ambientais, afetando tanto em nível global quanto local.
Uma das atividades que mais foi impactada com a pandemia foi o turismo, uma vez que essa
atividade requer o contato social e para combater a pandemia é necessário o distanciamento.
Diante dessa nova realidade, o turismo sofreu duros golpes com o fechamento de meios
de hospedagem, restaurantes, suspensão de eventos, cancelamento de voos, fechamento de
fronteiras e desemprego, apresentando diferentes cenários para todos os agentes envolvidos na
produção e consumo do espaço turístico nos mais distintos países.
Salienta-se que a proposta desse e-book é fruto de uma parceria iniciada na VII Jornada
de Estudos Turísticos da UERN, realizada de 18 a 20 de novembro de 2020 e que teve como
tema central “Conectando conhecimentos, realidades e perspectivas do turismo em tempos da
Covid-19”. Com as discussões suscitadas durante o evento, o compromisso, a sistematização
do conhecimento produzido e a dedicação dos investigadores, tem-se como resultado a
presente obra, cujo objetivo é conectar conhecimentos e experiências de diferentes destinos sul-
americanos e espanhol no contexto do turismo frente o primeiro ano da pandemia da covid-19.
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em um Ano Pandêmico: Conexões
Brasil, Argentina, Equador e Espanha
O livro está organizado em seis capítulos que nos fazem refletir e compreender as
relações entre a pandemia e o turismo através de diferentes realidades, mas que partem de um
problema em comum, bem como prospectar estudos sobre essa temática tão emergente quanto
urgente, uma vez que, mesmo diante da vacinação e abertura gradual das fronteiras em alguns
países, ainda se vive em tempos pandêmicos e as destinações turísticas devem se adaptar a essa
situação.
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em um Ano Pandêmico: Conexões
Brasil, Argentina, Equador e Espanha
Nos resta agradecer a todos aqueles que contribuíram para a realização desse livro, com
seu tempo e suas investigações. Acreditamos que esse esforço coletivo traz uma contribuição
significativa para se pensar como a pandemia da Covid-19 afetou o turismo tanto no Brasil
quanto no mundo. Salientamos que, embora cada destino turístico tenha sua singularidade,
essas realidades apresentam algumas similitudes e que tal fato pode auxiliar gestores em
tomadas de decisões e estimular novas pesquisas.
Por fim, destacamos que ainda existe muito a ser investigado e que novos desafios
são impostos constantemente pela pandemia. Dessa forma, nosso desejo é que a leitura desse
livro seja um estímulo para que estejamos sempre dispostos a aprender, investigar e produzir
conhecimento. Prossigamos.
Salete Gonçalves
Rosa Maria Rodrigues Lopes
Organizadoras
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RESSIGNIFICAÇÕES DAS RELAÇÕES DE LAZER E
TRABALHO FRENTE À PANDEMIA DA COVID-19 1
Denise Falcão2
Somos um país de dimensões continentais, com uma população de cerca de 212 milhões
de pessoas que ainda não possui uma política pública de saúde, baseada em ciência, para conter
a expansão do vírus, que por aqui teve sua aparição em fevereiro do mesmo ano. Agora, no
mês de dezembro, chegamos ao assustador número de 185.650 mortes e de 7.162.978 pessoas
contaminadas (CONASS,2020) e o prognóstico para os próximos meses, só piora, pois
entraremos em períodos de festas e férias sem uma população consciente de que o isolamento
social é fundamental para diminuição do contágio e de uma política pública que apoie os
trabalhadores e as micro e pequenas empresas para sobreviverem economicamente.
1 Transcrição da palestra apresentada na VII Jornada de Estudos Turísticos da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN).
2 Professora Adjunta da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), leciona na graduação em Educação e na
graduação em Turismo. Doutora em Estudos do Lazer. [email protected]
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passa a ter um caráter mais sociológico trazendo à pauta o adoecimento dos sujeitos, seja pela
falta de lazer, seja pelo Burnout (esgotamento) ou ainda pela solidão que alguns vivenciam.
Aqui, não foi possível conclusões, pois ainda estamos à deriva em um mar de incertezas sobre
as conduções para a contenção da pandemia levada a cabo pelo governo federal em nosso
país, mas procurou-se encontrar caminhos e perspectivas para que se mantenha com otimismo
algumas ressignificações possíveis para o lazer e o trabalho.
Sendo assim, provoco o leitor sobre sua compreensão de lazer. Será que todos
compactuamos com o que é lazer? Quando ouvimos esse termo, qual a primeira representação
que nos vem à cabeça? Divertimento? Prazer? Descanso? Não obrigação? Fazer o que gosta?
Viajar?
O setor imobiliário, por exemplo, tomou para si a representação de lazer e, hoje, poucos
se perguntam o que é um condomínio, um prédio ou uma edificação com lazer completo.
Parece já ser dado que esse termo “lazer completo”, se refere a espaços físicos passíveis de
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Por outros ângulos, é possível verificar que existe uma crença na relação dicotômica
entre o lazer e o trabalho. Tratado por estudiosos como dimensões opostas, ainda há quem
acredite que um só exista na ausência do outro. Eu não acredito nessa oposição. Historicamente,
podemos pensar que essa construção dicotômica se deu a partir da compreensão que o lazer
(terminologia) apareceu no período da revolução industrial. Uma época em que as jornadas
de trabalho fabris ultrapassavam 12h chegando até 16h. E a luta dos trabalhadores por tempo
de lazer, por tempo livre, se pautava na necessidade da diminuição da jornada de trabalho.
Um clássico exemplo dessa reinvindicação é a publicação de um panfleto político intitulado
O Direito à Preguiça escrito por Paul Lafargue. Que a época polemizava as visões liberais que
tomavam o trabalho como valor maior da vida. Ele foi publicado no jornal socialista L’Égalité
em 1880.
Quantos aqui de nós nesse pequeno tempo que estou falando, já entrou no seu WhatsApp
e deu uma risada por um “meme” recebido, se preocupou com um fato ocorrido do outro
lado do mundo, se indignou com mais uma ação anticiência promovida pelo governo federal,
acessou um site para ver onde ia viajar ou recebeu uma mensagem do orientador cobrando o
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texto? Não nos fixamos em apenas uma coisa de cada vez e estamos aprendendo a maximizar
nosso tempo fazendo duas ou três coisas ao mesmo tempo (o que pode acarretar um excesso de
atividade mental com adoecimento, como abordaremos mais para frente).
A compressão do tempo/espaço apontada por Harvey (1989) se mostra cada vez mais
presente em nossas vidas e as fronteiras absolutas entre trabalho e lazer caíram por terra. O
tempo não deve ser mais entendido como linear, seguindo uma sequência de fatos. O tempo
agora é imediato, simultâneo e efêmero. Vide o que estamos vivenciando com a pandemia e a
necessidade de isolamento social.
Nesse contexto, muitos desafios surgiram! O trabalho, nesse novo formato remoto,
acelerou ainda mais essa compressão do tempo-espaço, e o lazer, impedido de ocupar o espaço
público, passa a agonizar chamando a atenção de sua importância para o equilíbrio da saúde
física e mental.
A vida mediada pela tela, passa a exigir novas articulações no cotidiano social. Foi
preciso aprender novas formas possíveis para relacionar, trabalhar, estudar, pesquisar, ter lazer
e tudo isso entremeado pelo medo de contágio por um vírus desconhecido que, em última
instância, ameaça a vida. Conciliar a rotina familiar com o trabalho e as infindáveis horas
diante uma tela provocou certo adoecimento social. Nunca a vida pública e a privada estiveram
tão entrelaçadas e as individualidades dos sujeitos tão expostas nas diferentes relações sociais.
Desde que se instaurou a aceitação de que vivíamos uma pandemia e os cuidados com
a saúde coletiva deveriam ser adotados (falamos aqui de uma data pelo meio do mês março) as
relações com o lazer se alteraram de forma radical.
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laicas e/ou religiosas, impossibilidades de viagens com a paralisação dos transportes coletivos
e fechamento de fronteiras (nacional e internacional), tornou-se urgente a necessidade de
ressignificar o lazer e de uma nova apropriação de suas práticas e fruições. Pois, ficava cada
dia mais evidente, que esse processo de isolamento social estava causando problemas tanto na
saúde física quanto na saúde mental de crianças, jovens, adultos e idosos. Somos seres sociais
por excelência! E, nesse sentido, passa a ser observado a ratificação e a propagação de que as
experiências de lazer contribuíam para esse equilíbrio da vida. Contribuíam para a saúde dos
indivíduos e da sociedade, ratificando nossa concordância com Gomes (2014) ao salientar que
o lazer é uma necessidade humana.
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O aumento relativo à utilização de redes sociais virtuais para o lazer pode ser
compreendido como uma busca pela socialização perdida com o isolamento social. Estudos
recentes têm demonstrado o crescimento do tempo gasto com as redes sociais. Inclusive,
tornando-as a forma mais popular de interação via internet, pois propiciam conexões, facilitando
o encontro de pessoas sem a presença física (MALTA at all. 2020; MONTENEGRO e
QUEIROZ, 2020; CETIC, 2020a, DECODE, 2020). Falamos de aplicativos como o Facebook,
Instagram, Tiktok e Twitter etc. Porém, não se pode deixar de pontuar que apesar das redes
sociais serem utilizadas com intuito de lazer elas sofrem tensões e provocam problemas para
seus usuários também. Tornando esse meio, espaço para a exposição de vidas glamorosas e
pouco próximas da realidade, gerando distorções da visão que as pessoas têm da vida de outras
e das expectativas de suas próprias, prejudicando a saúde psíquica e aumentando os níveis
de ansiedade (SHANNON, 2019). Outra questão que também corrobora impactando a saúde
pelas relações promovidas nas redes sociais é a circulação da desinformação acometida pela
polarização política e a propagação de fake news como sinalizam Delmazo e Valente (2020).
Mas, apenas marcarei esse ponto por afetar a saúde social, não sendo intenção desse texto
entrar nessa seara.
Outras buscas por lazeres se ampliaram, evidenciando que essa dimensão da vida
humana necessita estar presente no cotidiano dos sujeitos para que o equilíbrio salutar da
vida aconteça. Talvez aqui caiba aquela máxima popular que só damos valor a algo, quando
o perdemos. Pode ser porque a partir da perda sentimos sua necessidade e a falta provoca no
sujeito a ação. Como afirma Falcão (2010), se a necessidade representa uma condição que pode
ou não ser satisfeita, tem-se então, embutido, o movimento para satisfazê-la. Esse movimento,
para Max-Neef, Elizalde e Hopenhayn (1986), é identificado como potência. Esses autores,
sustentam a ideia de que toda necessidade possui “uma dupla condição existencial: carência
e potência” (1986, p.34). Em seu amplo sentido, a necessidade traz à tona a tensão constante
gerada entre esses dois elementos que se complementam e se contradizem ao mesmo tempo.
Então, a necessidade gera, ela mesma, um movimento para satisfazê-la e não fica imóvel diante
da falta de algo, gerando sua própria dinâmica.
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Com os números apresentados em maio de 2020 sobre as TIC domicílio 2019 (CETIC,
2020b), cerca de 74% da população, 134 milhões de pessoas, com 10 anos ou mais, são
usuários da internet. O que evidencia que ¼ da população segue desconectada. Como apresenta
o relatório, as atividades de comunicação são as mais comuns no uso da rede, sendo o envio de
mensagens instantâneas realizado por 92% dos usuários de Internet, seguido pelo uso de redes
sociais (76%) e chamadas por voz ou vídeo (73%), em crescimento nos últimos anos. A busca
por informações também está entre as principais atividades realizadas na Internet, sobretudo a
busca por produtos e serviços (59%), seguida por assuntos relacionados à saúde ou a serviços
de saúde (47%). Essa última apresenta uma proporção menor entre pessoas de 60 anos ou mais
(39%) e nas classes D e E (31%).
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E a busca por acessórios para essas atividades em casa também cresceram, como de halter
(pesos), colchonetes e elásticos para treino, aluguel de esteiras, bicicletas ergométricas etc.
(DECODE, 2020).
Nessa onda de possibilidades para lazeres domésticos também foram alavancadas alguns
hobbies. Por exemplo a jardinagem. De acordo com ferramenta de busca Google a busca por
kit de jardinagem, cresceu em 180%. Outra categoria na perspectiva de lazer que cresceu foi
a culinária. Não o cozinhar diário como obrigação, que também aumentou com o aumento do
tempo das pessoas em casa, mas aqui falamos sobre a busca por receitas “gourmets” que indica
interesse por cozinhar enquanto vivência de lazer, não somente para sobrevivência.
Um outro ponto que também saltou aos olhos é que com o fechamento de bares e
restaurantes, esse hábito tão brasileiro de comer e beber como possibilidade de socialização
volta para dentro de casa e, assim, temos um exponencial aumento de downloads de aplicativos
de entrega como Ifood, Uber Eats e Rappi. Somente em março foram registrados cerca de nove
milhões de downloads desse tipo de aplicativo. (DECODE, 2020).
Nesse ponto chamo a atenção que é possível montar uma outra jornada com o tema
da uberização do trabalho na atualidade. Ou seja, o processo de precarização do trabalho que
muitos setores vêm sofrendo e, agora, fica exacerbado e legitimado, tendo como pano de fundo
a falácia do ideal de ser seu próprio patrão! E assim voltamos quase que a jornada de trabalho
do período da revolução industrial que já foi comentado no texto e que levou a reivindicação
dos trabalhadores por tempo para o lazer.
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Nas relações que tangem diretamente o turismo, que sem sombras de dúvidas foi um
dos segmentos que mais sofreu impactos pela pandemia (TRIGO,2020; CRUZ, 2020), as
perspectivas também precisaram ser ressignificadas. Cresceu demasiadamente as possibilidades
de Tours virtuais em museus, galerias e parques temáticos pelo mundo inteiro. Tours em
cidades cosmopolitas a partir da visão de dentro de um carro ou pelo olhar de um caminhante
no vagar pela cidade permitindo transformar-se em um flaner. Viagens por realidades virtuais,
viagens com uma perspectiva de 360 graus e até a possibilidade do turismo de experiência
adaptado à nova realidade virtual. Atualmente, é possível, sem sair de casa, fazer um mergulho
na barreira de corais da Austrália, descer de esqui uma montanha íngreme coberta de neve,
saltar de paraquedas, fazer um safari na África etc. Basta ter um aparelho que se conecte a uma
boa internet.
Existe uma corrente de promotores de turismo que entende que o turismo virtual é
uma modalidade, um segmento turístico, pensado como um novo conceito de viagem. Não
aprofundarei nessa seara porque o tema daria para dialogarmos durante um congresso inteiro.
Mas apontarei dois aspectos que suponho relevantes para termos em mente sobre o assunto.
Não acredito que a conversa seja se o turismo virtual pode ser considerado turismo ou não.
Mas, qual tipo de experiência a viagem virtual pode proporcionar ao sujeito? E uma segunda
questão possível, é indagar-nos: Seria o turismo virtual uma possibilidade de democratização
das viagens?
O Japão sempre nos surpreende com suas tecnologias de ponta, agora recentemente,
no período de pandemia. Ana Holding uma das maiores aerolineas do Japão sofreu uma queda
de 96% em suas viagens e a startup first Airlines aproveitou e em uma parceria passou a
comercializar férias a partir da realidade virtual. Uma mistura de imersão no clima de viagem e
a tecnologia. Os viajantes ingressam em um avião que está parado em solo, colocam os óculos
RV e partem para a viagem que compraram (Havaí, Londres, Paris, Nova York etc). Centenas
de turistas compram diariamente essas viagens e segundo a agência, esses pacotes cresceram
200% com a pandemia.
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Pesquisas apontam que houveram mudanças no estilo de vida dos brasileiros (STOPPA
e CLEMENTE, 2020; MALTA at all, 2020; CETIC, 2020). As atividades físicas diminuíram
e aumentaram o tempo de permanência em frente às telas. Houve aumento na ingestão de
alimentos ultraprocessados, no consumo de cigarros e de bebidas alcóolicas. Esses resultados
minimamente sugerem uma piora dos estilos de vida e um aumento nos comportamentos de
risco à saúde.
Diante desse quadro pessimista, cada vez mais, os pesquisadores chamam a atenção para
a importância da vivência do lazer para a manutenção da saúde mental em boas condições. O
lazer interfere de forma precisa na busca de estados de bem-estar, satisfação e autoconhecimento.
Nesse sentido, observamos que compreender o lazer como uma necessidade humana é mais do
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que uma busca por um tempo livre, é reconhecê-lo como um direito social que está assegurado
no Art. 6º de nossa constituição. Portanto, o lazer é essencial, lazer é uma necessidade humana
e, por ser imprescindível, deveria ser oportunizado e garantido o usufruto a todos.
Nesse sentido, é preciso refletir sobre processos e políticas públicas que possam
minimizar os impactos causados pela pandemia, pois corroborando Boaventura Santos (2020)
a pandemia não mata tão indiscriminadamente quanto se julga, pois muitos grupos acabam
sendo mais vulneráveis por não terem tantas condições de prevenção e de impedir a propagação
do vírus.
Não podemos ficar parados nem estarrecidos. Combater o discurso anticiência promovido
pelo atual governo federal é urgente e necessário. Precisamos seguir defendendo as instituições
de pesquisas, as universidades públicas, o ensino público e de qualidade, pois, afinal, é nesse
lócus, como o que estamos agora, o lugar de produzir ciência, o lugar de refletir os caminhos
que iremos trilhar, o lugar para o desenvolvimento de práticas sustentáveis e socialmente justas
que contribuam para minimizar as desigualdades sociais. O lugar de construir uma sociedade
mais justa. A ideia é, conforme sinaliza Trigo (2020), traçar alicerces sólidos de formação
profissional, cidadã e pessoal para que, nos diversos cenários possíveis, das oportunidades às
crises, as pessoas tenham equilíbrio para aproveitar as boas chances ou minimizar os danos
causados pelo imprevisto.
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
Por fim, encerro desejando que o lazer seja sempre presença em nossas vidas e capaz
de expressar de nossa existência. Que o direito à sua fruição seja efetivado a partir de políticas
públicas comprometidas com o acesso, democratizando-o cada vez mais. Pois corroborando
Santos (2003, p.53), “temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e
temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade
de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente
ou reproduza as desigualdades”.
REFERÊNCIAS
DELMAZO, Caroline; VALENTE, Jonas. Fake news nas redes sociais online: propagação e
reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo. Ética jornalística para o
século xxi novos desafios, velhos problemas. Imprensa da Universidade de Coimbra. N 32, v.
18, 2018.
CETIC. PAINEL TIC COVID 19. Pesquisa sobre o uso da internet no Brasil durante a
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covid19_1edicao_livro%20eletr%C3%B4nico.pdf Acessado em: 24 nov.2020.
CETIC. Três em cada quatro brasileiros já utilizam a Internet, aponta pesquisa TIC Domicílios
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utilizam-a-internet-aponta-pesquisa-tic-domicilios-2019/ Acessado em: 30nov.2020. 2020b.
CONASS Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Pailnel conass covid 19. Disponível em:
https://www.conass.org.br/painelconasscovid19/ Acessado em 24 nov.2020.
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
CRARY, Jonathan24/7 Capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo.Ubu Editora, 2016.
CRUZ, Rita de Cássia. Impactos da pandemia no setor de turismo. Jornal da USP. Disponível
em: Impactos da pandemia no setor de turismo – Jornal da USP Acessado em: 30 nov 2020.
MALTA at all. A pandemiada COVID 19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos:
um estudo transversal, 2020. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, vol. 29, n.4, 2020. Disponível
em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2237-96222020000400315&script=sci_
abstract&tlng=pt Acessado em: 30 nov 2020.
MAX-NEEF, M.; ELIZALDE, A.; HOPENHAYN, M. Desarrollo a escala humana: una opción
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Hammarskjöld Foundation, 1986. Disponível em: http://www.dhf.uu.se/pdffiler/86_especial.
pdf . Acesso em: 24 nov 2020.
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
OPAS. Pandemia da COVID 19 aumenta fatores de risco para suicídio. 2020. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/10-9-2020-pandemia-covid-19-aumenta-fatores-risco-para-
suicidio Acessado em: 28 nov 2020.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Edições Almedina, abr.
2020.
TRIGO, Luiz G. Viagens e turismo: dos cenários imaginados às realidades disruptivas. RBTUR
Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. São Paulo, 14 (3), p. 1-13, set./dez. 2020.
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PANORAMA DA ATIVIDADE TURÍSTICA NO RIO GRANDE
DO NORTE/BRASIL FRENTE A PANDEMIA DE COVID-19
1 INTRODUÇÃO
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O texto está dividido em duas seções: a primeira delas busca abordar um delineamento
geral sobre o contexto da pandemia no Rio Grande do Norte, sequenciada pela seção que trata
dos impactos na atividade turística e das políticas públicas que foram desenhadas para dirimir
esses impactos e planejar um retorno gradual da atividade turística.
A abordagem que tem como pano de fundo a pandemia de COVID-19, requer uma
contextualização capaz de expressar sua repercussão mundial e sua representatividade em
dimensões múltiplas (econômica, social, ambiental, política, cultural etc). Essa contextualização
torna-se necessária, haja vista a pretensão do texto de promover um direcionamento às discussões
que tomam como referência a atividade turística, sem isolá-la em si, mas considerando os
múltiplos impactos que corroboram para o cenário de crise vivenciado no âmbito da atividade.
Após três meses dos casos de COVID-19 na China, foram registrados os primeiros casos
de COVID-19 no Brasil e em 20 de março de 2020, o país reconheceu o estado de transmissão
comunitária em todo território nacional, por meio da Portaria n. 454, de 20 de março de 2020
(BRASIL, 2020). Ainda antes da portaria do Governo Federal, no dia 13 de março, o Estado do
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Rio Grande do Norte já havia iniciado a publicação de seus primeiros decretos com medidas
restritivas e no dia 19 de março foi estabelecido estado de calamidade pública no RN, através
do decreto de n. 29.534 (RIO GRANDE DO NORTE, 2020).
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Em um ano de pandemia (mar. 2020 - fev. 2021 - gráfico 2), a dinâmica dos aeroportos do
RN foi fortemente comprometida, fato que indica o impacto vivenciado pelo turismo potiguar.
Nesse espaço tempo, o Aeroporto Governador Dix-Sept Rosado teve suas atividades encerradas
em abril de 2020, retomando suas operações em 01 de março de 2021. O Aeroporto Internacional
Governador Aluízio Alves em São Gonçalo do Amarante conheceu períodos de forte queda no
fluxo de embarques e desembarques, tanto de voos nacionais como internacionais, sobretudo,
a partir do mês de abril de 2020, quando o fluxo de embarques e desembarques caiu 94% em
relação ao registrado em abril de 2019. Em maio de 2020, a malha aérea funcionou em status
“Essencial”, caracterizada a partir da operacionalização de uma rede mínima de voos ajustados
de forma a que todos os estados brasileiros tenham ao menos uma ligação aérea, mantendo a
integração do país (RIO GRANDE DO NORTE, 2021b).
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
O mês de junho encerra esse primeiro semestre de 2020, com uma redução de 40% no
número de voos e de 42% no número de passageiros. No que pese esse cenário ruim, é possível
identificar um aumento de 50% no número de embarques e desembarques no Aeroporto
Internacional Governador Aluízio Alves em relação a maio.
No mês de outubro esse percentual negativo, diminuiu para 40% em relação ao mesmo
período de 2019 e pela primeira vez após o início da pandemia, o número de embarques e
desembarques ultrapassou os cem mil (110.000) e registrou aumento de 50% em relação ao
mês anterior. Certamente, o feriado de 12 de outubro (Padroeira do Brasil) contribuiu para
esse incremento, consorciado às atividades de retomada que estavam sendo implementadas e
à diminuição dos dados relativos de casos confirmados e mortes e na redução da demanda por
leitos hospitalares.
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
Nesse cenário de crise, uma das primeiras iniciativas foi a construção do Plano
de Retomada do Turismo do Rio Grande do Norte com a participação de entidades como:
Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo (FECOMÉRCIO), Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (SETUR),
Empresa Potiguar de Promoção Turística (EMPROTUR), Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Sindicato das Empresas de Turismo (SINDETUR),
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (ABRASEL) e Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária (SUVISA). Esse Plano
começou a ser discutido em maio de 2020 e estava associado ao Plano de Retomada Gradual
das Atividades Econômicas, elaborado por um Comitê de Especialistas.
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serem seguidos no segmento do turismo do RN; oferta de capacitação e consultoria para que
as organizações atendam os protocolos de saúde; elaboração de um plano de promoção do
destino potiguar e; estabelecimento de um alinhamento entre governos no sentido de buscar a
construção e execução de estratégias para o turismo (2021b).
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
4 CONCLUSÃO
Esse empenho do poder público local em conjunto com a iniciativa privada e o terceiro
setor refletem no retorno, ainda lento e receoso, do turismo no RN, percebido pela reabertura
dos Meios de Hospedagem, dos equipamentos de Alimentos & Bebidas e espaços de eventos,
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Apesar de uma melhoria desse cenário, a situação da atividade turística ainda é crítica,
principalmente pelo aumento da precarização do trabalho, do desemprego e da desvalorização
da moeda nacional, que é acentuado pela crise econômica e política na qual o país vem
enfrentando.
Isso posto, considerando que o vírus Sars-CoV-2 ainda está circulando, sofrendo
mutações e gerando novas variantes, bem como observa-se terceira e quarta ondas da pandemia
em países que já iniciaram a abertura de suas fronteiras e que estão em um ritmo mais acelerado
de imunização, a retomada do turismo potiguar requer planejamento e monitoramento
constante intersecretarias e ações que possam dirimir ou amenizar as consequências trazidas
com a pandemia da COVID-19, sendo desafiador prospectar cenários futuros diante dessas
incertezas, uma vez que, a pandemia segue o seu curso, ou seja, mesmo com a vacinação, os
cuidados de prevenção, como evitar aglomerações, uso de máscaras e álcool em gel, bem como
dos protocolos de segurança devem ser permanecer.
REFERÊNCIAS
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RIO GRANDE DO NORTE. EMPROTUR. Dados e Pesquisa. 2021. Disponível em: http://
www.emprotur.setur.rn.gov.br/documentos/dados-pesquisa/boletim-inteligencia-04.pdf
Acesso em: 01 jul. 2021.
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REALIDADES Y PERSPECTIVAS DEL TURISMO Y EL
PATRIMONIO EN EL NOROESTE ARGENTINO: UNA
APROXIMACIÓN AL CASO DE LOS/AS ARTESANOS/AS
DE LA COMUNIDAD DE UQUÍA EN JUJUY
Vanesa Civila Orellana6
Álvaro Patricio Villarrubia Gómez7
1 INTRODUCCIÓN
6 Dra. en Ciencias Sociales (UBA) con Posdoctorado en Temas Estratégicos (CONICET/UBA/UVa Valladolid,
España). Posgrado Internacional en “Patrimonio y Turismo Sostenible” (Cátedra UNESCO/UNTREF/AAMBA).
Lic. en Comunicación Social (UNJu). Docente e Investigadora UNJu-Jujuy-Argentina.
7 Licenciado en Turismo (UCSE DASS). Profesor Universitario en Turismo (UCASAL) Profesor de Portugués
y de Geografía. Especialista en Educación Superior y TIC (Ministerio de Educación de Nación). Docente e
investigador UNJu, Jujuy, Argentina.
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También cabe destacar aquí que este proyecto investigativo se gestó de una manera
interdisciplinar en el contexto de prepandemia en un diálogo entre diferentes cátedras, entre
ellas, Gestión del Patrimonio, Informática Aplicada al Turismo y Lenguas Extranjeras como ser
inglés y portugués turístico. En dicho contexto prepandémico, el escenario turístico y patrimonial
de Argentina y el mundo era otro sin lugar a dudas. En ese primer momento, el proyecto se
articuló a través de una Acta Acuerdo entre la Facultad de Humanidades y Ciencias Sociales y
la Cooperativa Sasakuy de Artesanos/as de Uquia, ya que uno de nuestros estudiantes, ejerce
su labor de artesano en dicha Cooperativa. Ese primer momento ubica a este artículo en el
patrimonio artesanal en contexto de prepandemia. En un segundo momento, dicho patrimonio
artesanal se vio modificando o constantes cambios y transformaciones, especialmente en la
resignificación comercial que se le da al producto en la cual intervienen las TIC. Tal momento
de resignificación patrimonial viene de la mano de la pandemia y en la articulación estatal o en
una suerte de gobernanza participativa o más bien de participación en contexto comunitario, tal
como se observa en la foto colocada abajo (FIG.1). Este segundo momento ubica a este artículo
en la realidad del turismo y el patrimonio artesanal en el NOA. Finalmente, un tercer momento
posiciona a este proyecto en un contexto de “nueva normalidad” del Distanciamiento Social,
Preventivo y Obligatorio (DISPO) en el cual se encuentra el patrimonio artesanal y el turismo
en el Noroeste Argentino, y toda la Argentina. Este tercer y último momento ubica a este escrito
en las consideraciones finales: perspectivas del turismo y el patrimonio artesanal del NOA con
el caso específico de los/as artesanos/as y las artesanías de Uquia como espacio de análisis in
situ y desde una perspectiva émica que pone en valor el diálogo en contexto comunitario.
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Hacia los primeros años de este milenio, desde el Estado Nacional y Provincial,
comenzaron a efectuarse gestiones desde un proyecto que aparentemente ostentaba un modelo
participativo de gestión, que derivaron en la incorporación de una región de la provincia: “La
Quebrada de Humahuaca” a la lista de Patrimonio Mundial de la UNESCO, en el año 2003. Este
reconocimiento, asociado vertiginosamente a programas de desarrollo turístico, generó: una re-
conceptualización del patrimonio como fuente de ingresos económicos. (MONTENEGRO, et
al, p. 2011). En el caso de la localidad de Uquía, Paleari (1986) explica que es:
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pendiente, debido a que baja desde los 3400 msnm hasta los 1600. La Quebrada es un complejo
de varios valles fluviales, donde el eje principal es el Río Grande, y desde donde se accede a
gran cantidad de quebradas menores. Su relieve es resultado de complejos procesos geológicos
internos y de la acción de agentes externos, particularmente las lluvias (REBORATTI, 2006).
Este espacio representa, a su vez, un itinerario cultural de más de 10.000 años de antigüedad,
evidenciado en la gran diversidad de evidencias materiales pertenecientes a distintos períodos
cronológicos.
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Años más tarde, y a partir de la crisis del año 2001, el sector turístico en la Argentina,
y particularmente en la región del norte tuvo un crecimiento importante. La República
Argentina pasó a liderar uno de los destinos internacionales más rentables económicamente:
los grandes e importantes centros urbanos, la diversidad cultural y paisajística permitieron que
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el crecimiento sea paulatino. Ante esta situación, el Estado Nacional y Provincial impulsaron
un plan estratégico para posicionarse en el mercado turístico, y generar nuevas propuestas de
crecimiento económico y social para la región.
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Otro plano que se vio afectado fue el sociocultural, ya que en ocasiones durante
celebraciones y festividades la población local se sintió invadida por efecto de los turistas.
Esto resulta un llamado de atención desde el punto de vista del respeto hacia la cultura, y
la preservación de la misma. Se entiende que el turismo debe estar planificado para que
aspectos como la comodidad tanto del turista, como del poblador o miembro de la comunidad
sea satisfactoria. La inclusión de masas turísticas en eventos propios de comunidades puede
provocar un rechazo de los mismos pobladores, incidiendo esto en una mala percepción del
turismo.
Las comunidades locales, se apropian del patrimonio, construyendo una realidad que va
re-semantizándose con el transcurrir del tiempo, y en el presente se descubre como mecanismo
de memoria ligado a tradiciones ancestrales, como marcador de espacios territoriales, o como
factor de desarrollo económico asociado a proyectos de turismo sustentable (MONTENEGRO,
2010). Como recurso turístico, el patrimonio va cobrando otro valor al interior de las
comunidades locales. Montenegro (2010) explica que:
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elemento patrimonial (FIG. 8) para poder viabilizar y habilitar espacios físicos y virtuales, en
una zona donde internet se transforma en un derecho emergente como en tantas zonas rurales
de la Argentina, para poder articular la comercialización de productos artesanales tanto en
forma presencia como virtual pero mayormente de esta última dado el contexto sanitario actual
de DISPO.
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se encuentra, como se vio, a 115 kilómetros de San Salvador de Jujuy por Ruta 9, y a 2.900
m s.n.m., a 19 Km. de Huacalera y a 11 Km. de Humahuaca, ubicada hacia la izquierda de
la ruta 9. Originalmente estuvo habitada por las comunidades originarias uquías, de quien
tomó su denominación. En este sentido, cabe destacar que en los últimos años como resultado
de la globalización, el crecimiento demográfico y las presiones en pro del desarrollo, se ha
abierto una reflexión en el sector del patrimonio cultural sobre la relación entre conservación
y desarrollo sostenible. Y aquí cabe ubicar este tercer momento en tanto perspectivas del
turismo y el patrimonio artesanal de esta comunidad especifica. Es decir, sí se atiende que hay
participación en contexto comunitario, sí además intervienen actores sociales importantes para
llevar adelante el proceso de cambio de la artesanía comercializada presencialmente y ahora, y
paulatinamente, hacia lo virtual a pesar de una escasa conectividad, ¿Cómo se puede continuar
en este camino de mejora continua, de reforzamiento del lazo social comunitario sin degradar
aspectos sensibles para Uquia como lo artesanal y el ambiente rural? En este sentido, el artículo
4 de la 16 Convención del Patrimonio Mundial reconoce la obligación de cada Estado Parte de
identificar, proteger, conservar, rehabilitar y transmitir a las generaciones futuras el patrimonio
cultural y natural pero no “limitándose al papel de conservación pasiva que desempeñó en el
pasado”, sino “proporcionando las herramientas y el marco para contribuir a configurar, delinear
y dirigir el desarrollo de las sociedades del mañana” (CONTI, 2009) y más cuando se piensa y
se vive aquí y ahora en una “nueva normalidad”. El desarrollo sostenible, de este modo, es “la
pata” a seguir presentando atención, dado que refiere al patrón de usos de recursos que busca
un equilibrio entre la satisfacción de las necesidades humanas básicas y la utilización prudente
de los recursos finitos para que estos puedan ser transferidos a las generaciones futuras para
su uso y desarrollo. De este modo, Uquia, actualmente, también lleva adelante con una gran
perspectiva de futuro el turismo sostenible como modalidad privilegiada de “cuidar” el espacio
y “lugar” del patrimonio, en tanto es casi imposible pensar en un turismo masivo, dado la carga
perceptual psicológica que significaría para una comunidad que no podría sostener un turismo
de estas características y que tampoco lo desea. En este sentido, escuchar, trabajar y poner en
valor las voces de los/as artesanos/as permite entender qué clase de desarrollo patrimonial,
turísticos y por sobre todo económico es más conveniente para el crecimiento de la economía
local no sólo de esta comunidad sino de todo el NOA principalmente en zonas rurales.
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REFERENCIAS
BAUMAN, Richard. Identidad diferencial y base social del folklore. Serie de Folklore.
Departamento de Ciencias Antropológicas, Facultad de Filosofía y Letras. Universidad de
Buenos Aires, nº 7, p. 27-46, 1989.
CIVILA ORELLANA, Vanesa; VILLARRUBIA GÓMEZ, Álvaro Patricio et. al. Patrimonio
artesanal, actual y nuevo (posible) escenario post Covid-19: transición de artesanía virtual,
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Pensando la pandemia en/desde Jujuy. Reflexiones situadas. San Salvador de Jujuy: Tiraxi,
2020b, pp. 110 - 116. Disponible en: http://www.fhycs.unju.edu.ar/documents/publicaciones/
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situadas.%20.pdf. Recuperado el 26 abr. 2021.
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MONTENEGRO, Monica Elisabet; APARICIO, María Elisa. Los niños y el patrimonio ¿Una
deuda de la Educación?. Cuadernos de la Facultad de Humanidades y Ciencias Sociales.
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unju.edu.ar/revistacuadernos/index.php/cuadernos/article/view/515. Recuperado el 26 abr.
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MONTENEGRO, Monica Elisabet; APARICIO, María Elisa. Reflexiones acerca del patrimonio
en áreas de frontera. El caso de la provincia de Jujuy, Argentina. In: BEJARANO, Ignacio;
PEÑARANDA, Noelia Vanesa. Procesos migratorios bolivianos a la provincia de Jujuy:
construcción de identidades y uso de espacios urbanos. Jujuy: Ediciones DASS-UCSE,
2010.
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desde la escuela. El caso del Pucara de Tilcara, Jujuy, Argentina. Revista del Museo de
Antropología, Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad Nacional de Córdoba, N°4,
pp. 81-88, 2011.
REBORATTI, Carlos et al. La Quebrada. Una visión general de la Quebrada. Buenos Aires:
La Colmena, 2003.
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COVID-19 Y SUS POSIBLES EFECTOS EN EL TURISMO DE
LA PROVINCIA DE EL ORO-ECUADOR
1 INTRODUCCIÓN
Una vez que la Organización Mundial de la salud decretó este coronavirus como una
pandemia, se ha visto alterada de manera notable la dinámica económica mundial. Se paralizó
radicalmente, por un lado, el ingreso y salida de población de los diferentes países del mundo
como consecuencia del cierre progresivo de las fronteras y, por otro, la economía mundial ha
sufrido uno de los colapsos más fuertes de todos los tiempos. El cierre de fronteras tenía como
finalidad frenar los contagios. El cierre de fronteras unido a las medidas internas de “control
de movilidad” y la declaración de diversos niveles de alarma que ha tenido notables efectos
desde el punto de vista de las actividades económicas ha supuesto una recesión económica. De
acuerdo con la edición de junio de 2020 del informe Perspectivas económicas mundiales del
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Banco Mundial (2020), ha sido la peor recesión desde la Segunda Guerra Mundial, con una
contracción de la economía mundial, que, según las previsiones del Banco Mundial, se reducirá
un 5,2 % este año.
Desde luego Ecuador no ha sido la excepción, una vez identificado el caso cero, y con
un aumento bastante significativo de personas llegando a los hospitales con los síntomas del
COVID-19, desde el día 15 de marzo se decretó el cierre de los aeropuertos y se decretó un
estado de excepción en el país con alerta roja, en donde se ordenó el cierre inmediato de todas
las actividades económicas a nivel nacional, se restringió la movilidad en su totalidad y se
puso a todos los ecuatorianos en cuarentena en sus domicilios con toque de queda en horarios
particulares, como una manera de precautelar la seguridad y la salud de la población en general.
Como se mencionó anteriormente, todos los sectores de la economía han tenido que
soportar un gran impacto con el cierre de sus actividades, y uno de los más afectados ha sido
el turismo, no solamente en Ecuador sino a nivel mundial, básicamente por dos razones.
La primera, el cierre de fronteras y suspensión de vuelos le quita la posibilidad al turista de
poder desplazarse y tener la certeza de regresar sin ningún tipo de novedad. Esta actuación
se une a la aprobación de medidas cautelares como el establecimiento de cuarentenas a
personas que procedan de áreas de riesgo, que, en el caso de turistas, los disuade en elegir
esos destinos. Y, en segundo lugar, el temor que tienen las personas frente al contagio de
COVID-19 y que determina que sean reacias a realizar actividades de ocio como son los
propios desplazamientos o la restauración. A ello se une, en algunos casos, a la falta de
respeto en medidas de bioseguridad que puedan tomar los establecimientos comerciales,
alojamientos, restaurantes y demás a los que se vean expuestos.
2 DESARROLLO
De acuerdo a datos del INEC (2020), las actividades turísticas representan el 2.8%
del PIB en el Ecuador, y el 10% del PIB a nivel mundial en 2019, por lo que es considerada
como una parte íntegra y fundamental para el cumplimiento de los objetivos de desarrollo
sostenible, así como una actividad con un nivel de transversalidad elevado por su nivel de
alcance en las actividades económicas vinculadas al turismo como la hotelería, la restauración,
la alimentación, el comercio o el transporte, entre otros (OMT, 2020).
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La aparición del COVID-19 ha hecho que el escenario del turismo sea uno de los
más inciertos que se pueda vivir en la actualidad, por ende, trae consigo muchos desafíos al
momento de ordenar y gestionar esta actividad de manera general y de forma más concreta
en la promoción de iniciativas y actuaciones enfocadas a las necesidades y a las condiciones
actuales del turismo. Una adecuación que teniendo en cuenta la prolongación de la situación de
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alarma generada por el COVID-19 desde mediados de marzo determina que se hayan llevado
a cabo informes acerca de las actuaciones necesarias para, por un lado, minimizar los impactos
y por otro adecuar las actividades turísticas a la denominada “nueva normalidad”. A modo de
ejemplo, pueden citarse los informes llevados a cabo por investigadores españoles del Instituto
de Investigaciones Turísticas como Vera Rebollo e Ivars Baidal (abril 2020) donde analizan el
impacto de la Covid-19 en la actividad turística de la Comunitat Valenciana o el que lleva por
título La Agenda de investigación para el turismo en la etapa post-Covid. Respuesta a una crisis
sin precedentes (junio 2020), en el que se analizan actuaciones para minimizar los impactos de
esta crisis.
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3 RESULTADOS
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reactivación, si bien tiene fines de atraer nuevos turistas, también incrementa la vulnerabilidad
en las poblaciones en que se desarrollan estas actividades turísticas ante el incremento de
posibles contagios o que, al no estar preparadas de manera adecuada para estas prácticas, se
pueda causar algún tipo de daño o perjuicio a la naturaleza, la vida silvestre o cualquier otro
recurso valioso presente.
Una de las campañas en las que está trabajando el Ministerio de Turismo se llama “Me
quedo en Ecuador”, la cual, a través de la promoción de videos, tiene como objetivo motivar a
los viajeros nacionales a recorrer el país “de los cuatro mundos”. En esta campaña se muestran
escenarios únicos, inspiradores, atractivos, al aire libre y, sobre todo, que cumplen con las medidas
de seguridad requeridas para la nueva normalidad. En el marco de esta línea de actuación, y en
lo que respecta a la provincia de El Oro, de las 6 rutas reconocidas por el gobierno se quiere
reactivar la Ruta del Manglar (figura 2. y 3) a través de esta campaña promocional y tanto
en las cuentas oficiales del Ministerio de Turismo (https://www.turismo.gob.ec/ministerio-de-
turismo-presentara-nueva-campana-depromocion-me-quedo-en-ecuador/) como en twitter y
Facebook (figura 4). Esta fue una de las rutas analizadas en esta investigación y en la que la
implantación turística presentaba un índice de desarrollo más bajo, pero donde el componente
natural era el más elevado. Esta ruta ha sido elegida por el Ministerio de Turismo porque se
inserta plenamente en el plan de actuación orientado al fortalecimiento de la oferta turística de
naturaleza.
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Figura 2 - Campaña promocional del Ministerio de Turismo sobre la Ruta del Manglar.
Figura 3 - Campaña promocional del Ministerio de Turismo sobre la Ruta del Manglar
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Figura 4 - Campaña promocional del Ministerio de Turismo sobre la Ruta del Manglar
Básicamente, se está promocionando está ruta como “una joya natural”, es decir, un área
de gran valor ambiental y donde las actuaciones se orientan a poner en valor esas externalidades
positivas, con su principal actor, el manglar, en donde se puede llevar a cabo diversas alternativas
de turismo al aire libre y de naturaleza combinado con iniciativas de aventura (figura 5). Esto
le permite al turista tener una mayor seguridad al momento de la visita, ya que se visitan
lugares abiertos, no masificados dada el carácter incipiente de las actividades turísticas. Este
nuevo elemento se relaciona con las actuaciones ya iniciadas (aunque de manera incipiente)
de poner en valor todos los recursos derivados de este ecosistema (rutas, avistamiento de aves,
gastronomía, etc.).
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Figura 5 - Campaña promocional del Ministerio de Turismo sobre la Ruta del Manglar.
En la Isla Santa Clara (incluida en la ruta del Manglar), también se están realizando
acciones para incentivar al turismo en la isla. En la misma se pueden llevar a cabo actividades
como el avistamiento de ballenas jorobadas, piqueros de patas azules, pelicanos pardos, entre
otros. El avistamiento de aves y fauna era el principal atractivo turístico de este espacio y,
dadas sus características, se ha apostado por una mayor promoción al adecuarse a elementos
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4 CONLUSIONES
Debido a que este suceso se dio de manera reciente, son pocos los recursos académicos
y científicos que se pueden encontrar elaborados de manera específica en Ecuador y para
Ecuador a diferencia de otros países (por ejemplo, España). Igualmente, el grado de aplicación
del plan nacional para minimizar el impacto de la COVID-19 en el turismo es bajo ya que solo
se han comenzado con campañas de promoción, ya comentadas, y de participación pública,
auspiciada desde el mundo académico en colaboración con las administraciones provinciales
para conocer cómo afectará la pandemia a las preferencias de viaje en la nueva normalidad.
De ahí que a través de una encuesta se quiera conocer los factores determinantes en la elección
de los destinos, tipos de servicios, actividades, etc. a nivel interno. Cuestionario elaborado por
docentes del grado de Turismo de la Universidad Central de Ecuador con el aval del ministerio
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Sin embargo, resulta importante destacar las diferentes campañas y estrategias que se
están aplicando para poder reactivar el turismo en el Ecuador, y particularmente en la provincia
de El Oro y las diferentes rutas que la conforman.
Actualmente, y como se mencionó en párrafos anteriores, son muy vagas y poco precisas
las acciones concretas que quiere tomar el gobierno central para la reactivación económica
del país y, más concretamente, del turismo. En lo que respecta a la provincia de El Oro (a
fecha de 7 de agosto de 2020), esta se encuentra en semáforo amarillo, lo que trae consigo
restricciones de diversa índole como cierre de universidades, escuelas, lugares públicos como
cines, teatros, iglesias, etc. En esta situación, en el caso de que el Comité de Operaciones de
Emergencia Nacional (COE) tome algunas medidas orientadas al incremento de la flexibilidad
y autorizase una mayor libertad la movilidad y la reunión u organización de viajes a otros
cantones de la provincia, los COE cantonales podrían no aceptarlas, ni aplicarlas en sus
cantones, argumentando razones de preservar la salud y seguridad de sus ciudadanos, evitar
posibles rebrotes del virus y el colapso de los sistemas de salud.
5 RECOMENDACIONES
¿Se debe hacer algo con mayor proactividad?, La respuesta es, evidentemente, afirmativa,
tal y como se está haciendo en numerosos países. Sin embargo, Ecuador se encuentra sumergido
en una oleada de problemas políticos, económicos y de salud, que dificulta notablemente
aprobar y adoptar iniciativas por parte del ministerio con competencias en materia turística,
pero también para dar las directrices a todas las provincias para que inicien lo más pronto
posible, por lo que es necesario que, una vez evaluadas todas las condiciones del entorno y
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REFERÊNCIAS
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VERA REBOLLO, J.F.; IVARS BAIDAL, J.A. El impacto del Covid-19 en la actividad
turística de la Comunitat Valenciana. Institut Universitari d´Investigacions Turístiques
Universitat d´Alacant. (abril de 2020). Disponible en: fhttps://prospectcv2030.com/wp-
content/uploads/2020/04/INFORME-TURISMO-Y-COVID19-CV.pdf. Recuperado el 29 de
Julio de 2020.
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LA COVID-19 Y LA RUINA DE HOTELES Y RESTAURANTE:
EL CASO DE ESPAÑA
Tomás Mazón 9
1 INTRODUCCIÓN
2 SECTOR HOTELERO
En esta primera pregunta registramos que el 20,6% de las respuestas son negativas.
Catorce entrevistados comunican que la clientela con la que normalmente trabajan es la misma
que antes de la llegada de la pandemia. No se percibe que el no tener cambios en la clientela
se pueda relacionar con alguna zona o comunidad. Todo lo contrario, las respuestas negativas
proceden de localidades repartidas por toda la geografía española.
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El cierre de las fronteras, tanto para poder acceder a España como para que los españoles
puedan salir al extranjero, es una de las circunstancias que más se esgrimen a la hora de que
los entrevistados valoren que han sufrido cambios importantes en la recepción de clientes.
Efectivamente, el retroceso en la llegada de turismo extranjero (EXCELTUR, 2021; CINCO
DÍAS; EL PAÍS ECONOMÍA, 2021) y que, en muchas ocasiones ha podido ser sustituido por
otros nacionales, es quizá el escenario más frecuente entre los entrevistados (HOSTELTUR,
2020).
Desde la alicantina localidad de Calpe, dicen que tipología del cliente sigue siendo la
misma “con el matiz de su origen siendo el 95% mercado nacional cuando para nosotros no
representaba más del 50% en los meses estivales, algo normal dada las restricciones de todos
los países emisores hacia nosotros”. Poco más o mismo sucede en Tossa de Mar y Benidorm ya
que se quejan de haber perdido buena parte del turismo extranjero con el que venían trabajando
hasta ahora. También en Motril la pérdida del turismo extranjero es una realidad, recibiendo
en su lugar a un turista nacional y regional. “Sí, ha sido en su gran mayoría clientela nacional,
cuando en nuestro establecimiento la mayoría habitualmente son los clientes extranjeros”,
comunican desde Santiago de Compostela. En la alicantina Biar, la presencia de turistas
extranjeros era normal y ahora ha pasado a ser anecdótica. En Limpias (Cantabria), la clientela
nacional ha aumentado por las restricciones para viajar al extranjero, aunque la contrapartida
ha sido que este año el turismo extranjero ha sido casi testimonial. El entrevistado en Vigo dice
que ahora la clientela es local, no tienen turismo exterior y, además, la gente de tercera edad no
viaja por miedo.
Más grave es la situación en Toledo ya que si “durante los meses de verano, la clientela
ha sido 100% turismo nacional, en estos momentos –temporada de invierno– estamos con una
ocupación mínima ya que es temporada de alemanes e ingleses y por la Covid-19 están cancelados
todos los grupos turísticos”. Desde Cáceres los cambios han sido drásticos ya recibían muchos
grupos turísticos y congresos a lo largo del año y este tipo de cliente ya no lo están teniendo. En
Castellón afirman que gran parte del turismo que reciben es, especialmente, británico, debido a
los festivales de música (FIB, Rototom, etc.), que, al no poder celebrarse, ha cobrando mucha
más importancia el turista nacional y los huéspedes por motivos laborales. Un entrevistado en
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Santa Cruz de Tenerife también afirma que no hay turistas extranjero, lo que conlleva a que por
la calle solamente se ve a gente de la península o de las islas cercanas. Para el entrevistado en
Córdoba, el problema es que no hay clientes.
Finalmente, desde Toledo entiende una entrevistada que el turismo con mayor poder
adquisitivo, el extranjero, ha desaparecido y los españoles viajan a lugares no muy alejados de
sus domicilios y con menor capacidad de gasto, por lo que han perdido un 66% de clientes y
un 75% de volumen de negocio. En definitiva hay que resaltar que el turismo nacional ha sido
protagonista, en buen número de destinos, de esta campaña turística tan fuertemente lastrada
por la Covid-19.
El cliente que viaja es un cliente que entiende que los protocolos implantados en los
establecimientos son efectivos para minimizar la transmisión y contagio por la Covid, afirman
en Toledo. No son pues muchas las preocupaciones que tienen los clientes en los hoteles que
se alojan. Viene a ser lo mismo en un hotel de Cádiz o Barcelona que en Bilbao o A Coruña.
Desde Santiago de Compostela, desde la cántabra localidad de Limpias y desde Peñíscola
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informan que sus clientes quieren tranquilidad, espacio y que no hayan aglomeraciones. En
definitiva los clientes se sienten seguros cuando comprueban que un establecimiento a tomado
las medidas oportunas como pantallas, medidas de distanciamiento, dispensadores de geles
hidroalcohólicos, sustitución del desayuno buffet por desayuno a la carta, etc. comunican
desde Ávila. En definitiva, el que se desplaza es porque esta tranquilo de que puede hacerlo y
donde se aloje es porque le dan la suficiente confianza de haber tomado las medidas oportunas
(Córdoba).
Hay clientes que a la hora de hacer una reserva también se preocupan por otras cosas. Una
de ellas es la política de cancelación. Al hacer una reserva se interesan por saber si en caso de
tener que anularla tendrían gastos o no. La política de cancelación es una de las preocupaciones
de la clientela de los hoteles. Afirman desde Zamora que es muy importante para los clientes
qué es lo que puede pasar ante la cancelación de una reserva. Si la anulación va a ser gratis
nos dicen en Benidorm. Desde Sevilla comunican que una de las principales preocupaciones
de su clientela es la cancelación de las reservas, por lo que ofrecen condiciones óptimas para
que no sea un problema y puedan reservar con las mejores condiciones, siendo flexibles ante
cancelaciones con motivos justificados.
Los destinos turísticos y su situación ante la Covid-19 también hay que incluirlos en las
preocupaciones de los turistas. Desde Calpe, también desde Murcia, indican que lo primero que
suelen preguntar a la hora de hacer una reserva es la situación en la que se encuentra la zona
en el grado de contagios. Hay que entender que los turistas no perciben los problemas dentro
de los establecimientos hoteleros, dan por supuesto que estos establecimientos cumplen los
protocolos establecidos para esta pandemia, el problema lo ven en la ciudad, fuera del hotel,
afirman desde Monforte de Lemos.
Hay otro tipo de clientela. Los que tratan de optar por un mejor precio en sus días de
hospedaje sabedores de la situación actual con mucha oferta y poca demanda. Desde Sagunto
comentan que el problema de los clientes es el precio, no la Covid-19. Al igual que en Castellón
que los clientes buscan precios más competitivos. Es tan obvio que todo apunta a que no se
palpa dinero, posición y mundo con determinados segmentos de la clientela actual.
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Casi todas las respuestas recibidas son muy criticas con las actuaciones que, desde el
ámbito público, se han sucedido en este tiempo. Entienden que es una situación totalmente
novedosa y desconocida, de muy difícil control, pero aún así las críticas son aplastantes. Así lo
justifica la jefa de recepción de un hotel de Alicante, reconoce que es casi imposible gestionar
debidamente una crisis como esta pandemia y, al igual que en otros países lo han hecho como
medianamente han podido; no obstante, es muy crítica por las pocas ayudas destinadas al
sector turístico, a pesar de ser España un país en el que buena parte de su PIB proviene del
sector turístico. Desde Madrid afirman que la gestión no está siendo la más adecuada, aunque,
obviamente nadie imaginaba que íbamos a sufrir algo así y es muy complicada su gestión al no
haber un precedente, pero la realidad es que estamos a la cola de Europa en cuanto a gestión
de esta pandemia.
La ineptitud por bandera, todo un puro engaño, así de rotundo se expresa un director
de hotel de Córdoba. Opinan desde Tossa de Mar, que la gestión ha sido y es un desastre, una
catástrofe a nivel turístico. Lamentable y sin criterio dicen desde Segovia y desde Valencia,
mala gestión en todos los aspectos. Breve y preciso es el director de un hotel de Logroño
para el que la gestión está siendo una catástrofe. Una directora desde Tossa de Mar, opina
que al gobierno le ha venido grande lo sucedido, exigiendo a todos y ellos no cumplen con
sus obligaciones. Poco más o menos afirma desde Sevilla un entrevistado, que considera que
hay muchas restricciones y requisitos pero sin ayudas para llevarlas a cabo. Desde Ávila, la
directora de un hotel entiende que desde el ámbito público la defensa de la industria turística ha
sido prácticamente inexistente. Desde Toledo un directivo de hotel afirma que se están dando
palos de ciego, sin pensar que cada una de sus decisiones tienen consecuencias. Desde Bilbao
para un entrevistado la triste realidad es que lo hecho por el Gobierno confirma que seamos
los últimos en Europa. Esto mismo afirma la directora de un hotel de Alicante: siempre vamos
detrás de otros países europeos.
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3 EL SECTOR DE LA RESTAURACIÓN
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Desde Torrevieja achacan esta situación a la falta de turistas extranjeros que, según
dicen, es el que más gasta, mientras que el público nacional tiene un gasto menor, seleccionando
productos más baratos. El descenso de la clientela extranjera es también lo que manifiestan desde
Santander. Un entrevistado de Tarragona también reconoce que han mermado sus ingresos a
causa del descenso o desaparición del turismo extranjero que, por lo general, gasta más que
los españoles. El mismo discurso llega desde Toledo puesto que un entrevistado percibe que
la pérdida de los extranjeros les ha ocasionado un 45% menos de ingresos. El entrevistado en
Denia confiesa que el nivel de gasto ha bajado, se sirve menos vino, llamando la atención que
en lugar de botellas los clientes piden copas de vino y venden mucha más cerveza que antes.
Desde la ciudad de Alicante informan se ha notado una bajada de gasto en la clientela y que la
gente ya no consume ciertos productos de un coste más elevado, como puede ser mariscos y
carnes selectas, en definitiva, se mira más el gasto.
Vamos ahora con aquellos entrevistados que manifiestan que en sus restaurantes no ha
bajado el nivel de gasto de su clientela. “No, nuestra media por cubierto ha subido un 10%” (El
Campello y Sevilla). “No, y la verdad es que nos ha ido muy bien, ha sido significativo que el
gasto ha sido prácticamente el mismo” (La Manga del Mar Menor). “No, se gastan lo mismo”
(Zaragoza). “El nivel de gasto por persona se está manteniendo” (Santiago de Compostela).
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“Ha subido el nivel de gasto ya que el cliente nacional consume más extras” (Chiclana de la
Frontera). “El cliente de siempre sigue viniendo, ahora además tenemos mucha gente joven que
ocupa una amplia terraza que tenemos y está funcionando muy bien” (Granada).
A pesar de estos discursos anteriores, hay entrevistados que a pesar de que el gasto
por persona en sus establecimientos se ha mantenido, los ingresos del restaurante se han
visto mermados. Es muy fácil de entender. Veamos. Los comensales gastan lo mismo, pero
hay muchos menos comensales al día, “el gasto por comensal no ha cambiado, lo que sí ha
disminuido ha sido el número de comensales semanales que visitan nuestros restaurantes”
(Valencia). “Se gastan lo mismo nuestros clientes, pero vienen menos y hemos reducido los
ingresos en un 50%” (Alicante). “No, el nivel de gasto no ha bajado, ha bajado el volumen de
facturación por la bajada de clientela” (A Coruña). “El cubierto medio sigue siendo el mismo,
pero la clientela se ha reducido un 25%” (Málaga).
Mención especial merece lo que en este punto ha sucedido en los restaurantes de mayor
categoría, los restaurantes galardonados con alguna estrella Michelin. En primer lugar hay
que decir que el 24,7% de los restaurantes que voluntariamente participan en este estudio
están galardonados con estrella Michelin. Con más precisión decir que en total lo han hecho
19 restaurantes, de los que 11 son de una estrella, 4 de dos estrellas y 4 de tres estrellas de
a lo largo y ancho de la geografía española. Indudablemente, también se ven afectados por
todos los serios problemas que acosan a la industria turística española, pero este verano han
podido resistir, con esfuerzo, a los embates que acosan a este sector tan importante como es
la restauración. Un par de restaurantes con una estrella Michelin han mantenido el precio del
ticket medio o que, cuanto menos, no ha bajado. Desde La Rioja afirman que su clientela
ha subido, incrementado el gasto entre un 5 y un 10%. Desde el norte de la provincia de
Alicante un entrevistado me dice que la mayor parte de su clientela es de clase media alta, por
lo que con el confinamiento han seguido teletrabajando pero gastando a diario menos por lo
que la crisis les ha permitido ahorrar por lo que han notado un consumo mayor. Del sur de esta
misma provincia manifiestan que no han notado que sus clientes hayan recortado sus gastos, al
contrario, en general, dicen, la gente ha gastado más y el llamado público “de menú” apenas ha
rondado por su establecimiento. Finalmente, un restaurante de la cornisa cantábrica afirma que
al tratarse de un restaurante de tres estrellas el nivel adquisitivo de la clientela se ha mantenido.
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Desde Córdoba aseguran que la imagen dada por los políticos es de incompetencia, ya
que han estado pendientes de su imagen y de la de sus partidos, sin importarles ni los ciudadanos
ni el país. La imagen que dan nuestros gobernantes es de crispación política, afirman desde
Huelva. También desde Alicante y Santander acusan de la mala imagen a la pésima gestión
política, al igual que en Valencia desde donde afirman que los mensajes que transmite el gobierno
no dan confianza alguna, a lo que el entrevistado en Villagarcía de Aurosa entiende que se ha
deteriorado a causa del bajo nivel de clase política española. Desde Santander entienden que
ha sido totalmente dañada ya que el turismo es confianza y se ha visto una gestión pésima de la
sociedad y un servicio sanitario colapsado a consecuencia de una gestión nula en algunos casos
o inadecuada de plano en otros.
Seguimos a continuación con otros discursos que plantean que, a pesar de todo lo que
está aconteciendo, la imagen turística española no se está viendo dañada o, cuanto menos, no
del todo. Veamos. Nuestro entrevistado en Toledo confiesa que vamos a tardar mucho tiempo
en recuperarnos, sin embargo aunque la reputación está muy dañada su discurso es que enfrente
tienen a muchos profesionales que les van a plantar cara. Realmente no lo creo –afirman desde
Torrevieja–, una vez que pase todo, el turista extranjero volverá, esto es una situación aislada
que nos puede haber creado una mala reputación pero es una situación aislada, tendremos
turismo de sol y playa igual que antes, tendremos turismo cultural igual que antes, tendremos
turismo deportivo al igual que antes y eso no lo destruye el virus.
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profesionalidad y así nos lo han hecho saber. La pandemia no la ha generado el turismo, por lo
que opino que los turistas volverán a sus lugares de siempre. Pueden haber cargado contra la
reputación política no contra el turismo”.
Comenzamos con la opinión de los entrevistados que piensan que las cosas volverán a
ser como antes. Desde Berga-Cercs (Barcelona) esperan que vayan a mejor, “que la experiencia
nos permita comprender nuestros errores, ganar paciencia y sobretodo lógica, quizás nuestra
ventaja sea tener muchos años de experiencia y haber vivido bastantes baches, no como éste,
pero en nuestro establecimiento se viene a disfrutar, a pasar buenos momentos, para nada a
sufrir, nuestros clientes comprenden que ofrecemos el máximo, que vendemos atención, cocina,
ambiente” y ese seguirá siendo nuestro éxito. Uno de los entrevistados en Sevilla cree que, en
gran medida, las cosas volverán a sus cauces anteriores, ya que el atractivo de España no está
cuestionado y nuestra oferta turística es solvente.
Frente a estos discursos se recogen otros que entienden que la situación turística ya
no volverá a ser como antes de esta pandemia. Veamos. Un entrevistado, galardonado con
tres estrellas Michelin, entiende que los tiempos pasados no volverán a ser iguales, ya que
se habrán cerrado muchos locales y mucha gente habrá perdido su empleo, al tiempo que la
pérdida en capital social va a ser incalculable. Desde Granada expresan su desconfianza a que
se vuelva a la normalidad entendiendo que “si no se van los políticos actuales o será difícil
que todo vuelva a la normalidad tal y como la conocíamos, están empobreciendo España a
marchas forzadas”. Uno de los entrevistados en la alicantina Denia estima que ya no será como
antes, “se ha perdido empleo, me imagino que todo el dinero gastado tendrá que salir del algún
lado, me imagino que subirá el IVA, habrá paro […] muchos perderán su puesto de trabajo
ya que creo que el consumo bajará, y lo primero que se reduce en las economías familiares
es en restaurantes. Nuestro entrevistado en Santa Coloma de Gramenet opina que esta crisis
ha implicado un cambio de escenario irreversible cuestionando modelos sanitarios, sociales,
económicos y organizativos del trabajo. Para la directora de un establecimiento de Cáceres
nada vuelve a ser igual, cada cambio genera otros cambios, unos para bien y otros para mal.
Una gerente sevillana manifiesta que múltiples empresas han cerrado y no podrán volver a
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abrir y otras muchas están seriamente dañadas y ya no podrán volver a una normalidad. Un
entrevistado en Guardamar del Segura admite que no será ya igual que antes puesto que van a
quedar muchas secuelas en la sociedad y en todo nuestro tejido empresarial. Desde Córdoba
confiesan que no se cuenta con un colchón financiero y la gente ha tenido que recortar de su día
a día además de tener que comerse los pocos ahorros.
Finalmente hay entrevistados que estiman que, en general, el turismo español y el sector
de la restauración en particular, gozan de un prestigio ganado a través de décadas de un buen
trabajo, con buenos profesionales y que, aunque no sea de inmediato, la normalización turística
llegará, aunque para ello se tenga que esperar algún tiempo. En algunos años no –opina un
entrevistado en Córdoba–, “va a costar adaptarnos, sobre todo en lo económico ya que no
tenemos un colchón financiero, no hay capacidad de ahorro y […] la gente ha tenido que
recortar de su día a día además de comerse los pocos ahorros”. Desde Berga–Cercs (Barcelona)
afirman que “con ganas siempre se aprende de los malos tragos, si, estoy en las nubes, aun así
prefiero seguir en ellas que bajar a la tierra, de momento podemos ir aguantando muy justito,
pero aguantando, con ayudas de aquí y de allí, quizás nuestra ventaja sea tener muchos años
de experiencia y haber vivido bastantes baches, no como éste, por supuesto […] lo último
que podemos perder es la lógica. Ganas de trabajar no nos faltan”. Volveremos pero hará
falta mucho tiempo y no será de golpe es lo que opinan desde la Manga del Mar Menor. Un
entrevistado en Toledo entiende que se podrá volver a la normalidad, aunque pasarán algunos
años para llegar a la cima como anteriormente estábamos. Por último, desde Santa Cruz de
Tenerife esperan que llegue la normalidad y todo vuelva a poder ser como antes de la pandemia,
aunque no saben cuánto tiempo tendrá que pasar.
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Figura 1 - Croquis de las localidades españolas en las que se encuentran los hoteles y
restaurantes que participan en este estudio
REFERENCIAS
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MAZÓN, Tomás. El Turismo. Lo bueno, lo feo y lo malo. Alicante: Editorial Compás, 2014.
MAZÓN, Tomás. Sociología del Turismo. Madrid. Editorial Centro de Estudios Ramón
Areces, 2001.
TORRES BERNIER, Enrique. Del turista que se alimenta al turista que busca comida. IN:
LACANAU, Glória; NORRILD, Juana. Gastronomía y Turismo. Cultura en Plato. Buenos
Aires: CIET, 2003.
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EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
NA GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS NO
CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
1 INTRODUÇÃO
O mundo, hoje, se vê dentro de uma nova realidade que é desafiadora e incerta em vários
sentidos e que atinge todos os setores econômicos, sociais, culturais, ambientais, políticos e
psicológicos. A pandemia causada pelo COVID-19 afetou o mundo repentinamente e vem
mudando o comportamento de todas as pessoas, seja no âmbito pessoal, seja em sociedade.
Pandemias não são uma novidade. Na história, registra-se que já houve doenças e vírus
que causaram mudanças estruturais no mundo, como a Gripe Espanhola e a Peste Negra.
Mais recentemente, no século XXI, também existiram contaminações perto desse patamar
pandêmico, exemplo: Sars e Mers (GÖSSLING; SCOTT; HALL, 2020).
O vírus do COVID-19 avançou pelo mundo, do oriente para o ocidente, desde o segundo
semestre de 2019. Porém, mesmo com as notícias mais graves surgindo no oriente, os países
mais ocidentais não se prepararam com a devida gravidade e, nos primeiros meses de 2020, o
vírus se espalhou e causou pânico também no ocidente. Primeiro, o vírus se alastrou fortemente
na Europa, principalmente na Itália, depois nas Américas, atingindo os Estados Unidos e o
Brasil.
No Brasil, a primeira medida para tentar conter o contágio do vírus em grande escala,
segundo a OMS, foi o isolamento/distanciamento social. Dessa forma podia-se evitar um
colapso nos hospitais públicos e privados devido à possível demanda elevada ocasionado pela
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Por causa do isolamento social, foi necessário o fechamento, por medidas governamentais,
de vários setores econômicos, entre eles os de serviços turísticos (campo fortemente impactado
desde o início da pandemia). Empresas de cruzeiros marítimos, companhias aéreas, aeroportos
e rodoviárias, meios de hospedagem, restaurantes e bares, espaços de eventos de todos os tipos,
e atrativos turísticos naturais ou não tiveram que suspender suas atividades para evitar que o
contágio aumentasse de forma exponencial. Apenas algumas empresas de serviços essenciais
se mantiveram funcionando seguindo as recomendações de saúde, exemplo: supermercados,
farmácias, postos de combustível, etc.
Mesmo com uma tímida retomada das atividades turísticas no final do segundo semestre
de 2020, o turismo brasileiro se encontra ainda cercado de incertezas e buscando se adequar
às medidas de biossegurança, que devem ser tomadas para conquistar a confiança dos turistas
nacionais e internacionais quando houver possibilidade para tanto. Esse cenário atual é muito
preocupante e passível de grande atenção por parte da cadeia turística, exigindo do governo e
empresários uma resposta estratégica diante da crise instalada. Foi preciso - e ainda é - uma
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Diante desse contexto apresentado, o presente artigo surge com o objetivo de proporcionar
aos leitores o entendimento das relações existentes entre empreendedorismo, criatividade e
inovação e de como essas tendências influenciam na gestão de empreendimentos turísticos em
tempos de pandemia. Para tanto, utilizou-se da metodologia qualitativa, descritiva e intencional
na busca de artigos produzidos e publicados sobre a pandemia até o mês de novembro de 2020
e que trouxessem alguma abordagem sobre gestão de empreendimentos turísticos e a pandemia
do COVID-19.
É preciso entender que, estando todos inseridos nessa nova realidade pandêmica, novos
comportamentos passaram a surgir na sociedade. Comportamentos dentro de casa com a família,
fora de casa com os amigos, nas relações de trabalho, no cuidado com a saúde e higiene, enfim
no simples ato de sair de casa para comprar uma fruta no mercado, por exemplo.
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No Turismo, essa realidade também aconteceu. Mesmo as pessoas não podendo viajar, os
empreendimentos turísticos tiveram que se reinventar para continuarem no imaginário dos seus
clientes ou futuros clientes. Ou seja, um novo plano de comunicação com o público surgiu
no formato virtual trazendo à tona o melhor do perfil empreendedor, inovador e criativo dos
líderes dessas empresas.
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Já a criatividade, conforme Liberato et al. (2020), é a capacidade que o ser humano tem
de criar algo ou retrabalhar algo já existente, ou seja, de exprimir-se com originalidade. É um
processo pelo qual as ideias são geradas, conectadas e transformadas em coisas valorizadas.
É, também, a busca por métodos para executar tarefas de uma maneira nova ou diferente do
habitual, com a intenção de satisfazer um propósito, permitindo com que se cumpra os desejos
de forma mais rápida, fácil, eficiente ou econômica. A criatividade se dá pelo desenvolvimento
de competências: conhecimento (saber), habilidades (saber fazer) e atitude (querer fazer).
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É possível também que nações ou regiões que foram mais bem-sucedidas no controle
da pandemia convertam esse fato em uma espécie de “selo de distinção de qualidade”, como
já vem fazendo Portugal, fator de exemplo em inovação e criatividade. Nesse caso, um
desdobramento inverso poderá ocorrer com o Brasil, considerando, principalmente, a forma
como o chefe do Executivo tem se posicionado frente ao tema, comprometendo a imagem do
País no exterior, simultaneamente a alta taxa de transmissão da doença, os baixos índices de
testagem da população e o crescente número de mortes (ANPTUR, 2020).
Sendo assim, os primeiros a saírem de suas casas, sairão com seus carros próprios
para viagens curtas, isso porque as companhias aéreas e outras empresas de transporte ainda
serão evitadas (mesmo com todos os cuidados tomados por essas empresas, as pessoas ainda
resistirão a viagens assim). Essas pessoas vão querer ter total autonomia para ir e vir quando
quiser e estarão muito bem dispostas a isso depois de longos meses dentro de casa. O turismo
no Brasil voltará, de fato, quando o setor hoteleiro voltar a ter a liberdade que tinha antes da
pandemia, ou seja, quando o setor for reativado. Pousadas e pequenos hotéis serão os que mais
irão atrair os turistas de todos os lugares.
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Com programas para a família: imagine que milhões de pessoas, daqui a alguns meses, terão
passado um bom tempo distante de muitos familiares. É muito provável que os locais de
turismo mais procurados sejam aqueles com ótimos programas em família.
Com programas ao ar livre: Estar dentro de casa, seja em isolamento social ou quarentena,
pode ser estressante e entediante. A tendência, para o cenário pós pandemia, é de que as
pessoas procurem por programas ao ar livre, que envolvam atividades na natureza e que possa
ser feito em família.
Com experiência exclusiva: esse é talvez o item mais importante. As pessoas estão, cada vez
mais, buscando por experiências exclusivas para fugir do “mais do mesmo”. Deve-se atentar
ao fato de que, para entregar uma experiência única para o turista, não necessariamente irá
precisar gastar muito e ser extremamente sofisticado. Para isso, a criatividade e a inovação em
criar bons programas são muito mais valiosas.
Com pouca (ou nenhuma) ocorrência do COVID-19: o medo e o receio serão os instintos
que irão guiar as decisões das pessoas durante e após a pandemia. Intuitivamente, elas irão
escolher as localidades que menos sofreram com o COVID-19. Cuide da sua empresa agora e
use isso para divulgar a qualidade da sua empresa para obter os resultados quando o turismo
reaquecer.
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viagens e férias dentro do mesmo estado ou região de origem (staycation); o foco no produzir
localmente e consumir localmente, ou seja, nos pequeno e micro negócios; a procura por meios
de hospedagem de menor capacidade de hóspedes, ou até mesmo por meios de hospedagem não
tradicional, como o airbnb (que oferece um espaço único para o turista, sem ter que conviver
com muitas pessoas num só local); a preferência por destinos naturais que recebam poucos
turistas, evitando destinos massivos; a utilização maior de viagens com carro próprio ou alugado,
evitando aglomeração em aeroportos; eventos virtuais, com o apoio de tecnologia avançada;
a preferência por comprar pacotes em agências e operadoras, devido à segurança, confiança
e suporte em casos de cancelamento ou reagendamentos, além da comodidade e praticidade;
maior foco na consolidação da marca da empresa ou destino em canais virtuais, através do
marketing, devido ao aumento do acesso da população nesses meios de comunicação online; e
foco na inovação, tecnologia e empreendedorismo em todos os setores do turismo, para atender
às novas necessidades dos turistas diante da novas medidas pós-pandemia (GULLO, 2020).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo com a consciência de que possivelmente o turismo não retorne como era
conhecido e mesmo passando por profundas mudanças, acredita-se que o turismo é antes de
tudo um campo que consegue se adaptar aos mais diversos contextos. E, por isso, é o momento
de conquistar a confiança dos turistas tomando as medidas certas, de acordo com os principais
órgãos de saúde do mundo, tornando-o seguro. É o momento também de investir em tecnologia,
em informação e em integração de base de dados (Big Data). A pandemia serviu também para
ratificar o avanço tecnológico, então, quanto mais inteligente e ágil for a empresa turística,
mais eficiente será a retomada das atividades turísticas.
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Por fim, é preciso estar cada vez mais de olho no cliente, na experiência desejada, na
vivência memorável, nos novos comportamentos e nas novas necessidades ocasionadas pela
pandemia. A retomada não será fácil, não será a curto prazo e ainda é passível de mudança
nesse contexto instável, mas com estratégia e planejamento o turismo voltará, mesmo que
diferente do que conhecíamos e espera-se que volte melhor para todas e todos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Turismo. Manual sobre o coronavírus – Selo Turismo Responsável. Ed.4.
2020. Acesso em: 13 de outubro de 2020. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/seloresponsavel/
CONTO, S. M.; AMORIM, F. A.; EME, J. B.; FINKLER, R.; RECH, T. Turismo e
sustentabilidade: reflexões em momentos da pandemia COVID-19. Rosa dos Ventos: turismo
e hospitalidade. Vol. 12, nº 3 (Especial Covid 19), pp. 1-15, 2020.
GÖSSLING, S.; SCOTT, D.; HALL, C. M. Pandemics, tourism and global change: a rapid
assessment of COVID-19. Journal of Sustainable Tourism. pp.1-20, 2020.
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Brasil, Argentina, Equador e Espanha
WTTC. World Travel & Tourism Council. Economic impact. 2019. Acesso em: 13 de outubro
de 2020. Disponível em: http://www.wttc.org/economic-impact/
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SOBRE OS AUTORES
Licenciado em Turismo pela Universidad Católica de
Santiago del Esteros (UCSE-DASS). Professor Universitário de
Turismo da Universidade Católica de Salta (UCASAL). Também
é professor de Geografia e Português. Especialista em Educação e
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) pelo Ministério
da Educação da Nação (2013). Mestrando em Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Nacional
de Quilmes (UNQ) e Doutorando em Ciências Sociais pela
E-mail: [email protected].
Professora Adjunta da Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP) atuando nas graduações de Educação Física
e Turismo. Doutora em Estudos do Lazer (UFMG) com
doutorado sanduiche no Departamento de Antropologia
Social da Universidade de Barcelona. Graduada em
Licenciatura em Educação Física / UFRRJ. Pesquisadora do
grupo LUCE - Ludicidade, Cultura e Educação (UFMG).
Pesquisadora GRECS - Grup de Recerca sobre Exclusió i
Control Social (Universitat de Barcelona). Pesquisadora do
Oricolé - Laboratório de Pesquisa sobre Formação e Atuação
Denise Falcão
Profissional em Lazer/ UFMG. Pesquisadora interessada em
temas contemporâneos, suas temáticas galgam a intenção
de desvelar processos de pequenas resistências, ou táticas
cotidianas, colocadas em marcha pelos sujeitos que se
expressam a partir de suas práticas e ocupam os espaços
sociais em diferentes territorialidades.
Email: [email protected].
Email: [email protected].
Email: [email protected].
Após 30 anos trabalhando na Hotelaria, em 1992
ingressou na Universidade de Alicante (UA) como Professor.
Publicou uma centena de artigos, livros e capítulos de livros
sobre turismo e planejamento urbano turístico. Dirigiu
mais de 30 projetos de investigação, desenvolvimento e
inovação e 9 teses de doutorado. Após a sua aposentadoria
em setembro de 2020, foi nomeado Professor Colaborador
Honorário no Departamento de Sociologia I e no Instituto
Tomás Mazón
Universitário de Pesquisa em Turismo da Universidade
de Alicante. Atualmente estuda os efeitos da Covid-19 no
turismo espanhol.
Email: [email protected].