Relatório II - Resistividade Elétrica

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Turma: PU5 Data: 12/05/2022

Nome: Leonardo Alves


Nome: Luiza Aburachid

RESISTIVIDADE ELÉTRICA

1. OBJETIVOS:

Determinar a resistividade elétrica de um fio de metal.

2. MÉTODO:

A resistência elétrica (𝑅), medida em ohms (Ω), entre dois pontos de um condutor é
dada pela razão entre a diferença de potencial (𝑉) entre os pontos e a corrente
elétrica (𝐼). Já a resistividade (ρ), medida em Ω × 𝑚, que depende das
características microscópicas intrínsecas do material, é dada pela razão entre o
campo elétrico (𝐸) ao qual o meio está sujeito e a densidade de corrente (𝐽).
𝑉 𝐸
𝑅= 𝐼
(𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1); ρ = 𝐽
(𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2)

Combinando as equações acima - processo detalhado no Apêndice 1 - é possível


relacionar a resistência e a resistividade de um fio de comprimento 𝑙 e área de
seção transversal 𝑎 por meio da seguinte relação:
𝑙
𝑅= ρ 𝑎
(𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3)

Sendo assim, para cumprir o objetivo citado, foi realizada uma montagem como a
apresentada na Figura 1 abaixo, em que P1 é um ponto fixo e P2 um móvel:

Figura 1. Montagem do experimento

Em seguida, foram obtidos 12 pares de valores para 𝑅 e 𝑙, de modo que


pudéssemos definir experimentalmente a relação entre essas duas grandezas por
meio de um gráfico 𝑅 𝑣𝑒𝑟𝑠𝑢𝑠 𝑙. Determinar o comprimento entre os pontos foi a
medida que exigiu mais atenção e é também a principal fonte de erro do
experimento. Isso pois o contato entre o cabo que ligava o Multímetro na função de
Ohmímetro a P2 era efetuado com auxílio de uma boca de jacaré e a medição do
comprimento estava sujeita a erro de paralaxe, além de haver uma separação
vertical de cerca de 5 cm entre o fio de metal e a régua presa ao suporte.
3. RESULTADOS:

Após as 12 medições, os dados obtidos foram registrados na seguinte tabela:

Figura 2. Tabela de dados

A incerteza de 2% para as medidas de


resistência se deve em razão da incerteza
do multímetro. Já a incerteza de 0,5 cm
para o comprimento vem da resolução da
régua, que era 0,5 cm, e dos fatores
mencionados na seção referente à
metodologia.

Os dados da tabela foram utilizados para plotar o gráfico abaixo:

Figura 03. Gráfico Resistência


versus Comprimento

𝑙 ρ
O gráfico obedece à função 𝑅 = 𝐴𝑙 + 𝐵, análoga a 𝑅 = ρ 𝑎 , sendo 𝑎
o coeficiente
angular 𝐴. Para o coeficiente linear 𝐵 será considerado seu valor teórico, zero.
(Aprofundamento dessa questão na seção de discussões).

Para encontrar a resistividade ρ precisamos, então, da área 𝑎 de seção transversal


do fio, que é calculada a partir se seu diâmetro conhecido de (0, 245 ± 0, 001)𝑚𝑚.
−8 2
A área, portanto, é 𝑎 = (4, 71 ± 0, 4) × 10 𝑚 . (Apêndice 2)

Uma vez que temos todos os dados, encontramos que a resistividade ρ do fio é
−8
ρ = (116, 8 ± 2, 6) × 10 Ω𝑚 . (Apêndice 3)
4. DISCUSSÃO:

Pela 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3, sabemos que um comprimento zero deve implicar numa resistência
zero, ou seja, a reta do gráfico Resistência versus Comprimento deve interceptar o
eixo Y em seu ponto zero. No entanto, experimentalmente, nos deparamos com um
coeficiente linear significativamente diferente de zero. Isso pode ser explicado pelos
erros associados à experimentação, como a resistência imposta pelos demais
materiais utilizados - como as bocas de jacaré, os fios conectores e o próprio
multímetro -, a incerteza da medição do multímetro (2%) e a dificuldade, já
abordada, para se determinar com exatidão a medida do comprimento.

Com relação ao valor encontrado para a área do fio, sua exatidão é dependente
principalmente do valor do diâmetro. Por ser uma medida muito pequena, em torno
de um quarto de milímetro, sabe-se que foi necessário um instrumento de alta
resolução para aferi-la. No entanto, a incerteza foi dada como 1µ𝑚, o que equivale a
cerca de 0,4% da grandeza, não sendo, então, muito significativa. Já no que diz
respeito ao valor da resistividade, que depende do coeficiente angular 𝐴 e da área,
acredita-se que, como a área foi calculada com exatidão satisfatória, seu erro
deve-se principalmente a 𝐴. O erro de 𝐴 é consequente da inexatidão das medidas
de resistência e de comprimento, fatores esses que já foram discutidos previamente.

Percebe-se, então, que, para melhorar os resultados do experimento, seria


fundamental que as medidas do comprimento e da resistência fossem tomadas com
mais exatidão. Isso poderia ser feito caso a régua do suporte estivesse mais
próxima ao fio e tivesse maior resolução, a resistência imposta pelos demais
materiais fosse conhecida e o multímetro apresentasse menor incerteza.

Ademais, nota-se que o valor de


resistividade obtido se aproxima ao de
uma Liga de Níquel-Cromo. A discrepância
entre o valor encontrado e o tabelado pode
ser justificada por fontes de erro que, além
das já discutidas, incluem: acuidade visual
do operador na medida das distâncias da
régua, Impurezas no Fio, Defeitos
Geométricos no Fio.

Figura 4. Tabela de Resistividades de Materiais

Por fim, vale ressaltar a importância de se conhecer a resistividade dos materiais,


uma vez que ela é um fator determinante para o funcionamento do sistema em que
está presente. Por exemplo, uma resistividade muito elevada gera grande oposição
à passagem da corrente elétrica, o que provoca diminuição da potência.
5. CONCLUSÃO:

Pode-se perceber que o objetivo do experimento foi concluído, sendo possível


determinar a resistividade do fio, com a sua devida incerteza, que foi de cerca de
−8
2,2% (ρ = (116, 8 ± 2, 6) × 10 Ω𝑚). Esse resultado permitiu concluir que a
composição mais provável para o fio metálico utilizado é uma liga níquel-cromo.
Apêndice 1:

Como 𝐸 é dado em Volt por metro e 𝐽 em Ampère por metro quadrado, tem-se:
𝑉 𝐼
𝐸= 𝑙
e𝐽 = 𝐴

Então:
𝑉 𝐸𝑙 𝑙
𝑅= 𝐼
= 𝐽𝐴
= ρ 𝐴

Apêndice 2:

−4
𝑑 = (2, 45 ± 0, 01) × 10 𝑚

Cálculo da área de seção transversal do fio:


−4 2
𝑑 2 (2,45×10 ) −8 2
𝑎 = π( 2 ) = π 4
= 4, 71 × 10 𝑚

Cálculo da incerteza da área:


−4
∂𝑎 2 π.2,45.10 2 −4 2
Δ𝑎 = (Δ𝑑 ∂𝑑
) = ( 2
) × (0, 01 × 10 )
−8 2 −8 2
Δ𝑎 = 0, 038 × 10 𝑚 ≃ 0, 04 × 10 𝑚

−8 2
Chegamos, portanto, em um valor de área de 𝑎 = (4, 71 ± 0, 4) × 10 𝑚

Apêndice 3:

ρ
𝐴= 𝑎
→ ρ = 𝐴𝑎

−8 −8 −8
ρ = 4, 71 . 10 × 24, 80 = 116, 81 × 10 Ω𝑚 ≃ 116, 8 × 10 Ω𝑚

Cálculo da incerteza:

∂ρ 2 ∂ρ 2
Δρ = (Δ𝑎 ∂𝑎
) + (Δ𝐴 ∂𝐴
)

−8 2 −8 2
Δρ = (0, 04. 10 × 24, 80) + (0, 50 × 4, 71. 10 )

−8 −8
Δρ = 2, 56 × 10 Ω𝑚 ≃ 2, 6 × 10 Ω𝑚

Chegamos, portanto, em um valor de resistividade de


−8
ρ = (116, 8 ± 2, 6) × 10 Ω𝑚

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