Reginaldo Barbosa Nunes
Reginaldo Barbosa Nunes
Reginaldo Barbosa Nunes
CENTRO TECNOLÓGICO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
VITÓRIA
2016
REGINALDO BARBOSA NUNES TESE DE DOUTORADO 2016
REGINALDO BARBOSA NUNES
VITÓRIA
2016
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Setorial Tecnolóica,
Universidade Federal do Espı́rito Santo, ES, Brasil)
CDU: 621.3
REGINALDO BARBOSA NUNES
COMISSÃO EXAMINADORA
À minha querida esposa e filhos, por entenderem a minha ausência e pelo apoio recebido
durante a realização deste feito.
Aos Professores Marcelo Segatto, Jair Silva, Helder Rocha, Paulo André e Mário Lima,
por estarem sempre disponı́veis e solı́citos.
Aos caros colegas Daniel Coura, Thiago Almeida, Diogo Vieira, Esequiel Pereira, Carlos
Dalarmelina e Sergio Julião, por sua indispensável colaboração.
Às instituições: IFES, UFES, IT, CAPES, FAPES e CNPq, pelo suporte e confiança neste
projeto. Em especial pelos recursos providos para os projetos de pesquisa:
FCT/CAPES/5885-14-0
UID/EEA/50008/2013
PRONEX/FAPES/48508560/2009.
Sumário
1 Introdução 14
vi
3 Sistemas Ópticos Baseados em OFDM 39
ix
Lista de Figuras
1.1 Capacidade das redes de acesso por aplicação e tecnologia. Fonte Ref.[1]. . 15
1.2 Sistema FTTx (C - curb , B - Building, H - Home, O - Office). Fonte Ref. [4]. 16
2.5 Estrutura interna dos quadros 10G EPON no upstream. Fonte Ref. [7]. . . . 28
2.8 Multiplexação XGPON: (a) Downstream; (b) Upstream. Fonte Ref. [10]. . 32
2.10 Estrutura interna dos quadros 10G EPON no upstream - EoB. Fonte Ref. [10]. 33
x
3.1 Evolução das Redes Ópticas Passivas - Comparação entre os padrões conso-
lidados e os estudos das OFDM - PONs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2 Espectros no domı́nio da frequência para: (a) Single Carrier (SC) - Porta-
dora única; (b) Multiplexação no domı́nio da frequência (FDM) e (c) FDM
ortogonal (OFDM). Fonte Ref. [30]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.9 Diagrama de blocos do sistema OFDM para enlaces ópticos de longo al-
cance. [49]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.2 (a) EVM x número de ONUs; (b) BER x SNR para 16 e 64 QAM. Fonte Ref.
[21]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.13 Diagrama de tempo comparando: (a) BWmap original da XGPON e (b) BW-
map adaptado para BS OFDMA PON. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.20 Diagrama temporal. (a) Chegada sem WaitTime; (b) Sincronismo dos qua-
dros com o uso do WaitTime. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.26 Variação do atraso por tipo de serviço - (a) Voz e (b) Vı́deo. . . . . . . . . . 96
5.2 EVM em função da banda de guarda Bg para três ONUs usando 4-QAM: (a)
25 km; (b) 45 km; and (c) 65 km de SSMF. . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5.3 EVM em função da banda de guarda Bg para três ONUs usando 16-QAM:
(a) 25 km; (b) 45 km; and (c) 65 km de SSMF. . . . . . . . . . . . . . . . . 105
5.4 Constelações para 4 e 16-QAM com banda de guarda Bg = 450 MHz. . . . 106
5.8 (a) Espectros dos sinais transmitido e recebido para 8.6 GHz (33.5 Gb/s) e
Bg = 78 MHz (0.78% de Bu ). (b) EV MRMS medido para todas as subporta-
doras de dados após 20 km de SSMF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
5.9 (a) Espectros dos sinais transmitido e recebido para 8.6 GHz (33.5 Gb/s) e
Bg = 78 MHz (0.78% de Bu ), usando pre-ênfase. (b) EV MRMS medido para
todas as subportadoras de dados após 20 km de SSMF. . . . . . . . . . . . 112
5.10 EVM por ONU com e sem pré-ênfase. Limite da FEC (EV M = −16.4 dB)
Corresponde à BER = 3.8 × 10−3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
5.11 Sı́mbolos OFDM no upstream. (a) ONU#1; (b) ONU#2; (c) ONU#3; (d)
ONU#4; (e) os quatro sı́mbolos combinados após o PSC. . . . . . . . . . . 115
5.15 Atenuação devido às diferentes variações dos estados de polarização. . . . . 119
5.16 Setup experimental para uplink BS OFDM PON. EA: Amplificador elétrico;
PC: Controlador de polarização; MZM: Modulador de Mach-Zhender; PSC:
Divisor/combinador passivo; PBC: Combinador de feixe de polarização; PD:
Foto-detector. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
5.17 EVM em função do atraso elétrico entre as ONUs em % da duração do CP. 123
5.18 EVM em função de ∆ fG (frequency gap) para a) ONU#1 e b) ONU#2, con-
siderando B2B e 25 km de SSMF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
CDMA Code Division Multiple Access - Acesso múltiplo por divisão de código
FDMA Frequency Division Multiple Access - Acesso múltiplo por divisão de frequência
FTTx Fiber to the x (B, C, H...) - Fibra até prédio, calçada, casa, etc.
IMDD Intensity Modulation and Direct Detection - Modulação por intensidade e detecção
direta
OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiple Access - Acesso múltiplo por divisão de
frequências ortogonais
PLOT Physical Layer Overhead Time - Tempo de tratamento de cabeçalho no nı́vel fı́sico
TDMA Time Division Multiple Access - Acesso múltiplo por divisão de tempo
TM Traffic Monitoring - Monitoramento de tráfego
TWDM Time and wavelength division multiplexing - Multiplexação por divisão de Tempo
e Comprimento de Onda
WDMA Wavelength Division Multiple Access - Acesso múltiplo por divisão de compri-
mento de onda
The need for high bandwidth networks driven by new digital services and technolo-
gies has culminated in the emergence of teh new standards for passive optical networks
(PONs) such as 10 Gigabit Capable PON (XGPON) recommended by the ITU-T (Inter-
national Telecommunications Union - Telecommunications) and 10 Gigabit Ethernet PON
(10G EPON) standardized by the IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers),
both provide rates up to 10 Gb/s per wavelength to the end user. More recently, the ITU-
T standard NGPON2 started using TWDM technology that provides rates up to 40 Gb / s,
but for that, it needs to use four wavelengths. In this context, this thesis proposes a PON
architecture based on Orthogonal Frequency Division Multiple Access (OFDMA), capable
to offer an efficient bandwidth control with greater flexibility and granularity in bandwidth
allocation to the end users according their demand or required Quality of Service (QoS). The
proposed architecture exploits the Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM) to
provide transmission rates above 33 Gb/s per wavelength. The proposal considers a tree
topology where each optical line terminal (OLT) is connected to at least one passive device
splitter/combiner, provides multiple services for up to 32 optical network units (ONUs). This
work presents experimental results that demonstrate the feasibility of this physical infrastruc-
ture for passive optical network based on OFDM/OFDMA, suggests adaptations in the ar-
chitecture and presents techniques for improving the system spectral efficiency. In addition,
it also describes the main recommendations to build a medium access layer in accordance
with this proposal, named BS OFDMA PON (Bandwidth Scalable OFDMA PON).
Capı́tulo 1
Introdução
Toda esta avalanche fez com que grandes operadoras no mundo, Nippon Telegraph and
Telephone Corporation, British Telecom, France Telecom e outras, bem como seus forne-
cedores de equipamentos iniciassem discussões com o intuito de desenvolver soluções de
acesso completas, que atendessem à grande gama de serviços multimı́dia [2]. Umas das
soluções que atendem tais exigências, tanto no que diz respeito ao controle de acesso como à
planta fı́sica, é a rede óptica passiva (PON - Passive Optical Network), especialmente por ser
uma opção para banda larga óptica de larga escala com custo relativamente reduzido, uma
vez que não emprega amplificadores ópticos ao longo do enlace.
14
15
Figura 1.1: Capacidade das redes de acesso por aplicação e tecnologia. Fonte Ref.[1].
Com a criação do comitê FSAN (Full Service Access Network), as PONs passaram a ser
padronizadas sob a forma de recomendações da ITU-T (International Telecommunication
Union) [3] ou de procedimentos do IEEE (Institute of Electric and Electronic Engineers).
Outros paı́ses, especialmente os asiáticos, têm investido muito em redes ópticas passivas para
atender demandas residenciais, já que este tem sido o grande desafio - estender a transmissão
óptica até o usuário final mantendo a viabilidade econômica. Este tipo de rede óptica pode
ser capaz de suprir os principais requisitos exigidos pelas aplicações, quais sejam: taxa de
transferência de dados (throughput), atraso, variação de atraso (jitter) e taxa de erro. Assim,
a PON tem se tornado alvo de testes e estudos sob diferentes enfoques, especialmente no que
diz respeito a esquemas de compartilhamentos de banda de transmissão [4]. Utilizada para
prover o acesso de última milha, com capacidade de suprir demandas dos diversos tipos de
16
serviços como voz, vı́deo e dados, a PON é composta por um link de fibra óptica interligando
um equipamento terminal de linha óptica (OLT - Optical Line Terminal), com maior comple-
xidade e responsável pela conexão com redes de backbone, como as redes de transporte SDH
(Synchronous Digital Hierarchy), a um elemento óptico passivo divisor/combinador (split-
ter/combiner), que, por sua vez, se conecta a vários outros equipamentos chamados unidades
de rede óptica ou terminal de rede óptica (ONU - Optical Network Units ou ONT - Optical
Network Terminal) localizados em condomı́nios, gabinetes nas calçadas, sites e residências.
A Figura 1.2 apresenta o sistema FTTx (Fiber-To-The-x) que ilustra as várias possibilidades
de interconexões usadas nas PONs:
Figura 1.2: Sistema FTTx (C - curb , B - Building, H - Home, O - Office). Fonte Ref. [4].
Os padrões atuais para arquitetura de rede óptica passiva, 10G EPON (10 Gigabit Ether-
net PON) [5, 6, 7, 8] e XGPON (10 Gigabit-capable PON) [9, 10], especificam protoco-
los para controle de acesso ao meio (MAC - Medium Access Control) com base no acesso
múltiplo por divisão de tempo (TDMA - Time Division Multiple Access). Mais recentemente,
a ITU padronizou a NG-PON2 [11, 12] que faz uso da multiplexação por divisão de tempo
17
e comprimento de onda (TWDM - Time and wavelength division multiplexing). Com esta
tecnologia as taxas de transmissão chegam a alcançar até 40 Gb/s, utilizando quatro com-
primento de ondas. Contudo, estes padrões não exploram a flexibilidade e a granularidade
proporcionadas pela combinação das técnicas de multiplexação por divisão de frequencias
ortogonais (OFDM - Orthogonal Frequency Division Multiplexing) e, consequentemente o
acesso múltiplo por divisão de frequências ortogonais (OFDMA - Orthogonal Frequency
Division Multiple Access), e TDMA. Embora as tecnologias de acesso baseadas em fibras
ópticas utilizem canais com capacidade para oferecer altı́ssimas taxas de transmissão de da-
dos, os gargalos atuais encontram-se nos nós transmissores, receptores, especialmente no
que diz respeito ao controle de acesso e distribuição dinâmica de banda. Portanto, o uso
de uma tecnologia que permita alocar dinamicamente largura de banda tanto no domı́nio
do tempo como no domı́nio da frenquência, tende a aumentar a granularidade do sistema e,
consequentemente, responder mais rapidamente às variações de demandas.
Cabe resaltar que parte desta pesquisa foi realizada durante o estágio de Doutorado
Sanduı́che no Instituto de Telecomunicações de Aveiro, Portugal. Este desenvolvimento
parcial, tanto no aspecto teórico quanto na coleta e tratamento de dados, foi de grande im-
portância para verificação experimental proposta nesta tese.
1. NUNES, Reginaldo B.; SHAHPARI, Ali; SILVA, Jair A. L.; LIMA, Mário; ANDRÉ,
Paulo B. S.; SEGATTO, Marcelo E. V.: Experimental Demonstration of a 33.5 Gb/s
OFDM based PON with Subcarrier Pre-emphasis. IEEE Photonics Technology Letters,
v. 00, Ed 00, pp. 1-4, 2016. DOI:10.1109/LPT.2016.2515060
2. PEREIRA, Esequiel da V.; ROCHA, Helder R. de O.; NUNES, Reginaldo B.; SE-
GATTO, Marcelo E. V.; SILVA, Jair A. L.: Impact of Optical Power in the Guard-
band Reduction of an Optimized DDO-OFDM System. IEEE Journal of Lightwave
Technology, 33(23), pp.4717 - 4725, 2015. DOI: 10.1109/JLT.2015.2481085.
20
3. NUNES, Reginaldo B.; ROCHA, Helder R. de O.; MELO, Darli A. A.; SIMÕES,
Fabio D.; SEGATTO, Marcelo E. V.; SILVA, Jair A. L.: Transmission of CE-OFDM
signals over MMF Links using Directly-Modulated 850 nm VCSELs. IEEE Photonics
Technology Letters, v. 27, Ed. 3, p 315-318, 2014. DOI: 10.1109/LPT.2014.2370643.
4. NUNES, Reginaldo B.; ROCHA, Helder R. de O.; SEGATTO, Marcelo E. V.; SILVA,
Jair A. L.: Experimental validation of a constant-envelope OFDM system for optical
direct-detection. Optical Fiber Technology (Print), v. 20, p. 303-307, 2014, DOI:
10.1016/j.yofte.2014.03.003.
1. NUNES, Reginaldo B.; BACALHAU, João Marcos R.; SILVA, Jair A. L.; SEGATTO,
Marcelo E. V.: A MAC Layer Protocol for Bandwidth Scalable OFDMA PON Archi-
tecture. Computer Communications, (2016) p.1-15, 2016.
1. PEREIRA, Esequiel da V.; ROCHA, Helder R. de O.; NUNES, Reginaldo B.; SE-
GATTO, Marcelo E. V.; SILVA, Jair A. L.: Reducing the Guard-band of a DDO-
OFDM System by Multi-Objective Optimization. Microwave Optoelectronics Confe-
rence (IMOC), 2015 SBMO/IEEE MTT-S International, pp.1 - 5, 2015.
2. JULIÃO, Sérgio; NUNES, Reginaldo B.; VIANA, Diogo; JESUS, Paulo; SILVA,
Nelson; OLIVEIRA, Arnaldo S.R. and MONTEIRO, Paulo.: High Spectral Efficient
and Flexible Multicarrier D-RoF Modem using up to 1024-QAM Modulation Format.
Optical Communication (ECOC), 41st European Conference on. v. 41, pp. 1-3, 2015
7. NUNES, R. B.; SILVA, Jair. A. L.; COURA, Daniel. J. C.; SEGATTO, Marcelo. E.
V.. Bandwidth Scalable OFDM PON Architeture – MAC Layer. In: WorkInnova -
Denmark - South America Workshop, 2012, Vitória - ES Brasil. WorkInnova, 2012.
Disponı́vel em: http://www.servicesom.com/sites/workinnova/index.php?option=com
content&view=article&id=87&Itemid=190
Capı́tulo 2
A rápida queda no custo das fibras ópticas e dos equipamentos baseados na tecnologia
Ethernet proporcionou o surgimento de uma geração de redes de acesso passiva, da qual
se destacam os padrões EPON e sua sucessora 10G EPON. Além destes, surgiram também
padrões com caracterı́sticas bem diferentes do padrão Ethernet, cuja finalidade era assegu-
rar a compatibilidade com a diversidade de protocolos de camada superior. São eles os
padrões GPON e sua sucessora XGPON. Em ambas as tecnologias a rede de distribuição
óptica (ODN - Optical Distribution Network) é compatı́vel com todas as arquiteturas do sis-
tema FTTx, e a tecnologia de controle de acesso ao meio (MAC - Medium Access Control)
adotada é o acesso múltiplo por divisão de tempo (TDMA - Time Division Mutiple Access).
Em 2013 a ITU padronizou a NG-PON2 (Next Generation - PON stage 2) [11], esforço
iniciado pela FSAN em 2011, com finalidade de investigar tecnologias que permitissem um
aumento de largura de banda para além de 10 Gb/s nas redes ópticas de acesso. Uma solução
primária para NG-PON2 surgiu com o projeto de uma rede óptica passiva nos moldes da
XGPON, porém multiplexada por divisão de tempo e comprimento de onda (TWDM-PON -
Time and Wavelength Division Multiplexed). Este primeiro protótipo oferece capacidade de
transmissão de 40 Gb/s usando, para isto, quatro comprimentos de onda. Em paralelo a estes
desenvolvimentos, diversos estudiosos vêm propondo arquiteturas para redes de acesso que
utilizam a multiplexação por divisão de frequências ortogonais [14, 21, 22, 23], este caminho
tem sido escolhido, não só pelo aumento da eficiência espectral do sistema, mas também por
permitir modelos de acesso ao meio com alta flexibilidade, granularidade e escalabilidade.
22
23
Os modelos de camada de controle de acesso ao meio encontrados na literatura, utilizam
diferentes técnicas para divisão do canal de comunicação e compartilhamento dos recursos
da rede. As principais técnicas de acesso múltiplo são:
• acesso múltiplo por divisão de frequência (FDMA) – nesta técnica, cada usuário utiliza
uma parte da largura de banda do canal correspondente a uma fatia do espectro total;
• acesso múltiplo por divisão de tempo (TDMA) – cada usuário utiliza toda a largura de
banda do canal durante um intervalo de tempo, tal intervalo pode ser fixo ou variável
de acordo com a demanda. Além disto, o tempo de retorno ao primeiro usuário pode
ser fixo, a fim de garantir requisitos de aplicações sı́ncronas, ou variável de modo a
atender melhor o tráfego em rajadas;
• acesso múltiplo por divisão de código (CDMA) – nesta técnica, cada usuário utiliza
um código ortogonal, de modo que cada bit é representado por uma sequência de
chips, bits em uma frequência maior que o bit original, gerando um espalhamento
espectral do sinal. Assim, vários usuários podem transmitir simultaneamente no canal
e recuperar a informação recombinando o sinal recebido com o seu código;
• acesso múltiplo por divisão de comprimento de onda (WDMA) – cada usuário faz uso
de um comprimento de onda especı́fico para transmitir e receber suas informações.
Apesar do princı́pio ser o mesmo empregado no FDMA, a nomenclatura difere por
tratar-se de canais de espectro largo utilizados em fibras ópticas, de modo que sua
separação se dá em medida de comprimentos de onda;
• acesso múltiplo por divisão de frequências ortogonais (OFDMA) – esta técnica também
divide o canal na frequência, entretanto, difere do FDMA, pois utiliza portadoras em
frequências ortogonais, cujo produto escalar é nulo. Deste modo, não são necessárias
bandas de guarda e as portadoras são estabelecidas bem próximas umas das outras e
um único comprimento de onda pode ser dividido em muitas subportadoras. Porém,
são necessárias técnicas especı́ficas, como a transformada e a transformada inversa de
Fourier, para combinar e recuperar os sinais de cada subportadora.
Além destes, existem outros modelos que combinam uma ou mais destas técnicas.
24
Neste Capı́tulo, as seções que seguem apresentam as caracterı́sticas dos padrões Ethernet
PON, Gigabit Capable PON e NG-PON2, além de tecer uma comparação considerando suas
principais caracterı́sticas.
O padrão 10G EPON tem como caracterı́stica o emprego da tecnologia Ethernet com
adaptações para transmissão em meio óptico. A Figura 2.1 mostra sua estrutura de quadro,
onde o preâmbulo Ethernet é substituı́do por campos de controle.
Ethernet 802.3
IFG Preamble SA DA T/L Payload FCS
Bytes 2 1 2 2 1 6 6 2 46 – 1500 4
IFG unused SLD unused LLID CRC SA DA T/L Payload FCS
10G EPON
Figura 2.1: Comparação entre os quadros Ethernet IEEE 802.3 e 10G EPON.
Esta arquitetura tem o controle de acesso ao meio baseado no protocolo de controle multi-
ponto (MPCP - Multi-Point Control Protocol), onde cada uma das várias instâncias MPCP
na OLT comunica-se com sua respectiva instância em uma das ONUs. Isto é conseguido
pela adição de um campo identificador de enlace lógico (LLID - Logical Link Identifier) no
preâmbulo de cada quadro IEEE 802.3, e de mecanismos para diferenciar os quadros de
dados dos de controle [5].
ONU 1
1 1 Usuário 1
Quadro 802.3 modificado
P H Payload F
1 2 3 1 3 1 2 3 1 3 2
OLT PSC ONU 2 Usuário 2
P – Preâmbulo
H – Cabeçalho (Header)
Payload – Dados
F – FCS (sequência de checagem do quadro)
ONU 3
3 3 Usuário 3
ONU 1
1 1 Usuário 1
Timeslot
Quadro 802.3
2 2 2
OLT PSC ONU 2 Usuário 2
ONU 3
3 3 Usuário 3
No sentido de downstream a OLT transmite os dados para todas as ONUs, via broadcast,
e cabe às ONUs extrair os pacotes identificados com seu LLID, como ilustra a Figura 2.2 a.
A Figura 2.2 b. apresenta a transmissão na direção de upstream. Neste sentido as ONUs
compartilham o canal por TDMA. A alocação de janelas de tempo (timeslots) no compar-
tilhamento de upstream é estatı́stica e determinada por um algoritmo de alocação dinâmica
de banda (DBA - Dynamic Bandwidth Allocation algorithm), que se baseia nas mensagens
26
contidas nos quadros de controle. Entretanto, o padrão 10G EPON deixa a cargo de cada
fornecedor a especificação de algoritmos de DBA, por entender que existe uma dependência
entre os contratos de nı́vel de serviço (SLAs - Service Level Agreement) e o tipo adequado de
algoritmo [8].
O mecanismo de controle utilizado nas redes com tecnologia PON é conhecido como
esquema centralizado dinâmico, porque este tipo de rede não permite a comunicação di-
reta entre as ONUs, devido às propriedades de direcionamento dos divisores/combinadores
(splitters/combiners). As mensagens de controle permitem à OLT conhecer o tamanho das
filas de todas as ONUs (mensagem REPORT), e, por conseguinte, alocar janelas de tempo
(mensagem GATE) de acordo com suas demandas [7, 8]. Além disso, o campo Time Stamp,
que carrega a marca temporal de inı́cio da transmissão da ONU, e o tempo de ida e volta
(RTT - Round Trip Time) dos pacotes permitem à OLT calcular o tempo máximo de pro-
cessamento de cada ONU. Deste modo, ela pode estabelecer uma sequência adequada de
mensagens GAT E, de modo a não permitir sobreposição das transmissões das ONUs. Como
as ONUs estão a diferentes distâncias da OLT, a coordenação das transmissões deve proceder
de forma a evitar sobreposições, ainda que parciais, mas de maneira a reduzir o intervalo en-
tre transmissões sucessivas das várias ONUs. Isto requer um mecanismo de compensação do
ranging, isto é, compensação das diferenças entre os RT T s de uma mesma ONU. A Figura
2.3 mostra a relação entre os tempos utilizados no cálculo dos RT T 0 s:
T3 – T2
REPORT
Tx T4 ...
ONU
Rx T1 ...
GATE
T2 T3
Figura 2.3: Tempos de atraso envolvidos no cálculo dos RT T 0 s. Fonte Ref. [7].
RT T = T 5 − T 1 (2.1)
Tproces. = T 3 − T 2 = T 4 − T 1 (2.2)
Tpropag. = (T 5 − T 1) − (T 3 − T 2) = (T 5 − T 1) − (T 4 − T 1) = T 5 − T 4 (2.3)
Figura 2.4: Alocação de timeslots - Diagrama de tempo (GAT E e REPORT ). Fonte Ref. [7].
A OLT permite que cada ONU transmita seus dados usando alocação de timeslot de
forma canalizada (pipelined timeslot assignment), deste modo, manda para a ONU#n a men-
sagem GAT E antes de receber dados da ONU#n-1, conforme a ilustra Figura 2.4 [7]. O
processo de alocação deve permitir que todas as ONUs tenham timeslots durante um inter-
28
valo de tempo máximo configurável usualmente para 1, 2, 4 ou 8 milissegundos (Perı́odo
Cı́clico Máximo) [24].
A taxa de transmissão pode ser simétrica com 10 Gbps para ambos os sentidos, ou as-
simétrica, cuja taxa no upstream é reduzida para 1.25 Gbps. Utiliza transceptores ópticos
de modo contı́nuo para a ligação de downstream (downlink) e de modo intermitente para a
ligação de upstream (uplink). No modo intermitente, cada ONU deve habilitar seus lasers
para transmitir a rajada de dados e desabilitá-los em seguida. Neste caso, o consumo de
banda exigido pelo uso de intervalo de guarda pode chegar a 18% da banda total [7]. Pos-
sui diferentes classes de potência requerida, que são dependentes da distância máxima entre
OLT e ONU, e do número de ONUs agregadas [5, 25].
Intervalo de Guarda
Figura 2.5: Estrutura interna dos quadros 10G EPON no upstream. Fonte Ref. [7].
29
2.1.2 Processo de Registro de ONUs
Todas as ONUs registradas como ativas na OLT possuem um LLID unicast e, portanto,
estão aptas a participar do processo de distribuição de timeslots. Para que uma nova ONU
possa se registrar, a OLT envia periodicamente um quadro de GAT E contendo um LLID
especifico (LLID de broadcast), garantindo um intervalo de tempo para as ONUs solicitarem
seu registro. Neste intervalo, o canal funciona como um domı́nio de colisão, e é disputado
por quadros de controle do tipo REGIST ER REQ. Este tipo de quadro contém o Serial −ID,
Inter f ace − ID ou MAC Address da ONU solicitante, e é enviado para solicitar que a OLT
inclua a ONU no processo de transmissão gerenciado pelo protocolo MPCP. A OLT, por
sua vez, responde com um quadro do tipo REGIST ER associando o MAC Address a um
LLID unicast. Então, a ONU envia um quadro do tipo REGIST ER ACK confirmando sua
participação.
A XGPON também utiliza topologia em árvore, porém, para dar suporte a vários serviços
30
de camada superior, inclusive aos serviços TDM, sua arquitetura de protocolos é mais com-
plexa e a transmissão de dados é realizada no modo sı́ncrono com quadros de 125 µs [9].
O controle, operação e gerenciamento das informações são realizados por três canais:
OAM incorporado, PLOAM e OMCI (ONU Management and Control Interface) [26]. Os
dois primeiros canais gerenciam as funções dependentes do meio fı́sico (PMD - Physical
Medium Dependent) e as funcionalidades das subcamadas do XGTC. O OMCI provê um
sistema uniforme de gerenciamento para os serviços das camadas superiores.
tráfegos gerados a partir das ONUs utilizando identificadores de alocação (Alloc-IDs - Al-
location Identifiers) e um mapa de distribuição de banda denominado BW map (Bandwidth
Distribution Map) [10].
Figura 2.8: Multiplexação XGPON: (a) Downstream; (b) Upstream. Fonte Ref. [10].
O BW map indica, para cada ONU, o inı́cio (start time) e o intervalo de tempo de trans-
missão (grant), oferecendo oportunidade para todas as ONUs enviarem suas rajadas a cada
125 µs, sem que haja sobreposição entre elas (Figura 2.9). A XGPON especifica um algo-
ritmo de alocação de banda para montar o BW map que faz a avaliação de demanda com
33
base no monitoramento do tráfego (TM – Traffic Monitoring) ou nas informações sobre filas
fornecidas pelas ONUs (SR – Status Report) [10].
Assim como nas EPONs, as transmissões no upstream são separadas por um intervalo de
tempo denominado Tplo = Tg + Tp + Td (PLOT - Physical Layer Overhead Time), conside-
rando o intervalo de guarda Tg > Tu + Ton e Tg > To f f + Tu , onde Tu é denominado intervalo
de incerteza, Ton e To f f são os tempos gastos para ligar e desligar o laser, respectivamente,
Tp é o tempo do preâmbulo usado para recuperação de relógio e Td é o intervalo de tempo
delimitador usado para sincronismo do quadro de upstream. A Figura 2.10 apresenta estes
intervalos dentro da estrutura interna dos quadro fı́sicos [10].
Figura 2.10: Estrutura interna dos quadros 10G EPON no upstream - EoB. Fonte Ref. [10].
A XGPON define seis estados e dois temporizadores para dar suporte ao procedimento de
ativação das ONUs [10]. A Figura 2.11 mostra um diagrama de estados das ONUs contendo
os principais eventos e transições associadas.
a ONU aguarda, por um intervalo T O1, a atribuição do atraso de equalização. Este meca-
nismo permitir que a OLT determine seu atraso de equalização usado no cálculo dos start
times das ONUs. Se durante o intervalo T O1 o atraso foi lhe atribuı́do, a ONU entra no
35
estado O5, pronto para receber e transmitir dados, caso contrário ela volta ao estado ini-
cial. A ocorrência de uma perda de sincronismo enquanto a ONU se encontra no estado
O5, vai levá-la ao estado de perda intermitente de sincronismo de downstream (LODS - Loss
of Downstream Synchronization)(O6), que permite à ONU tentar restabelecer este sincro-
nismo durante o intervalo de tempo T O2. Ainda existe um estado denominado parada de
emergência O7, no qual a ONU mantém o sincronismo de downstream, mas fica proibida
de encaminhar os dados recebidos no downlink e de enviar dados pelo uplink, até receber a
solicitação de habilitação do número serial [10].
A NG-PON2 tornou-se o primeiro padrão em que a WDM foi intrduzida para aumentar a
capacidade das PONs. Em uma TWDM-PON a taxa agregada é ampliada pelo empilhamento
XG-PONs utilizando múltiplos pares de comprimentos de onda. Um sistema XG-PON,
como visto anteriormente, oferece as taxas de acesso de 10 Gb/s no downstream e 2,5 Gb/s
no upstream. Um sistema TWDM-PON com quatro pares de comprimentos de onda é capaz
de fornecer 40 Gb/s para downstream e 10 Gb/s para upstream. Os quatro comprimentos de
onda são multiplexado e desmultiplexados por uma matriz de tansceptores WDM de 4 x 10
Gb/s na OLT, assim, é feito um broadcast de todos os comprimentos de onda para todas as
ONUs, e cada ONU é equipada com um único canal transceptor de 10 Gb/s [12].
na OLT e não na ODN [12]. Opcionalmente esta arquitetura básica pode incluir mais pares
de comprimentos de onda e, consequentemente, empilhamentos com taxas diferentes. Este
tipo de sistema é interessante para o mercado, uma vez que vários operadores podem com-
partilhar a mesma infra-estrutura de rede fı́sica. Outro ponto importante, é a possibilidade
de proporcionar tarifas como as da Gigabit PON (XG-PON) em cada par de comprimentos
de onda.
Tendo em vista que esta arquitetura utiliza mais de um compimento de onda e que este
trabalho tem como foco o aumento da eficiência espectral e da flexibilidade/granularidade
de sistemas que usam um comprimento de onda, aliado ao fato de que em cada comprimento
de onda, as caracterı́sticas da NG-PON2 são iguais as da XG-PON, a Seção 2.4 tece uma
breve comparação entre os padrões 10G EPON e XGPON, a fim de permitir que o leitor
compreenda os limites por comprimento de onda alcançados pelas tecnologias atualmente
padronizadas.
37
2.4 Comparação entre EPONs e GPONs
Em [27] foi realizada uma comparação entre os padrões 10G EPON e XGPON, na qual
se discute, sobretudo, a eficiência oferecida, relacionando a taxa nominal de 10 Gbps com
a taxa real conseguida, descontando os overheads gerados nas camadas fı́sica e de quadros.
Como conclusão, estes estudos indicam que inicialmente a XGPON tem melhor eficiência,
mas à medida que o número de ONUs cresce a 10G EPON tende a superá-la. Isto ocorre
devido ao acréscimo de overhead imposto pelo limite de 125 µs exigido para atender todas as
ONUs da rede XGPON. Em [28], a comparação é feita em termos de consumo de potência,
e os autores sugerem alguns métodos para melhorar sua eficiência.
As redes de acesso ópticas passivas, têm evoluı́do rapidamente nas últimas décadas, com
tecnologias já padronizadas que chegam a oferecer dezenas de gigabits ao usuário final. Tais
velocidade tem sido alcançadas multiplicando a capacidade total do canal a partir do uso de
múltiplos comprimentos de onda. Entretanto, os progresso recentes no desenvolvimento de
DSP para o emprego de técnicas de modulação avançadas vem impulsionando os estudos
das redes de acesso óptica baseadas em OFDM. As motivações para o uso de OFDM e
consequentemente, o uso de compartilhamento de canal via OFDMA podem ser resumidas
em três principais razões:
• O uso de subportadoras OFDM permite que a largura de banda do canal possa ser dis-
tribuı́da entre os usuários com alta granularidade, aumentando a eficiência na agregação
dinâmica de tráfego multi-usuário em redes ópticas de acesso ponto-a-multiponto;
39
40
um perfil favorável de custos que é o alvo para qualquer tecnologia candidata a área de
acesso óptico.
A multiplexação por divisão de frequências ortogonais em sistemas ópticos tem sido alvo
de diversos estudos, especialmente por sua robustez às dispersões ao longo de enlaces de fibra
[29]. A crescente demanda das redes ópticas, aliada ao desenvolvimento das tecnologias de
processamento digital de sinais em altas taxas de transferências, viabilizou o uso de OFDM
em diversos tipos de redes [14, 15, 21, 30]. A Fig. 3.1 apresenta um gráfico da evolução das
redes ópticas de acesso passivas e situando o desenvolvimento de tecnologias com base em
OFDM juntamente com os padrões já consolidados.
100 G OFDMA/WDM
1G G-PON/ EPON
B-PON
100 M
Tecnologias Padronizadas
Tecnologias em Desenvolvimento
STM PON
10 M
Figura 3.1: Evolução das Redes Ópticas Passivas - Comparação entre os padrões consolida-
dos e os estudos das OFDM - PONs.
41
3.1 A Modulação OFDM
A abordagem SC quando usada para taxas de sı́mbolos muito elevadas, requer que o in-
tervalo de duração dos sı́mbolos (T ) seja bastante curto. Em canais não ideais os sı́mbolos
são alongados pela convolução com a resposta ao impulso do canal, este alongamento, co-
nhecido como dispersão cromática (CD - Chromatic Dispersion), estende o sı́mbolo para
além de seu intervalo designado, causando sobreposição parcial entre os sı́mbolos adjacen-
tes e produzindo interferência intersimbólica (ISI - Inter-Symbolic Interference). De fato,
quanto mais curto for o perı́odo de sı́mbolo maior será o percentual de sobreposição em
relação ao tempo de sı́mbolo, e, consequentemente, maior a degradação do sinal causada
pela ISI. Assim, recuperar o sinal transmitido exige receptores com sistemas de equalização
mais sofisticados e bem mais caros.
(a)
(b)
(c)
Figura 3.2: Espectros no domı́nio da frequência para: (a) Single Carrier (SC) - Portadora
única; (b) Multiplexação no domı́nio da frequência (FDM) e (c) FDM ortogonal (OFDM).
Fonte Ref. [30].
sı́mbolos é maior em virtude da estreita largura de banda que cada portadora utiliza. Como a
sobreposição ocorre em uma pequena fração do perı́odo de sı́mbolo, estes sistemas são mais
robustos à ISI, possibilitando aproximar a resposta do canal sobre cada portadora para a
condição de amplitude e fase constantes. Isto permite o emprego de equalizadores mais sim-
ples na recepção do sinal. Entretanto, neste caso, ocorre uma perda significante de eficiência
espectral devido ao uso da guarda ∆ f , entre as portadoras, necessárias para prevenir a inter-
ferência por sobreposição de frequências.
Z T
Sn (t) · Sm (t)dt = 0. (3.2)
0
n
fn = + fRF , n = 0, 1, 2, ..., N − 1, (3.3)
T
onde fRF indica que a banda do sinal OFDM pode ser transladado para uma frequência
central diferente de zero (RF - Rádio Frequência), caso contrário, o sinal é considerado
como em banda base. Assim, como apresentado em [30], combinando as Equações 3.1 e
3.3, o sinal OFDM elétrico completo pode ser expresso por:
N−1
SOFDM (t) = ∑ An · h(t) · cos(2π fnt) − Bn · h(t) · sin(2π fnt), (3.4)
n=0
onde h(t) é a resposta ao impulso de algum filtro ao qual o sinal em banda base eventualmente
tenha sido submetido. A simples escolha de um pulso retangular cujo h(t) = 1, 0 ≥ t ≤ T e
zero caso contrário, produz o espectro da Fig. 3.2 c. Re-escrevendo a equação 3.4 temos:
n o
SOFDM (t) = ℜ S̃OFDM (t)e j2π fRF t , (3.5)
onde:
N−1
S̃OFDM (t) = ∑ (An − jBn)e j2πnt/T , (3.6)
n=0
44
onde S̃OFDM (t) é o sinal OFDM complexo em banda base que pode ser convertido para
domı́nio digital (S̃[k]) a partir de amostras a cada instante t = kT /N, de modo que o ı́ndice
das amostra seja definido por k = 1, 2, 3, .... Assim, obtemos:
N−1
s̃[k] = ∑ (An,k − jBn,k )e j2πnk/N . (3.7)
n=0
Note que cada amostra k é a Tansfomada Inversa Discreta de Fourrier (IDFT - Inverse
Discrete Fourrier Transform) do sı́mbolo QAM complexo, An,k − jBn,k , sobre as N subporta-
doras OFDM. Este sinal pode ser obtido utilizando-se o algoritmo da Transformada Inversa
Rápida de Fourrier (IFFT - Inverse Fast Fourrier Transform) no modulador e o algoritmo
da FFT no demodulador [30]. Deste modo, a conversão digital-analógica e o translado em
frequência para banda passante centrada em fRF pode ser feita usando um único oscilador.
Entretanto, quando se usa detecção direta de sinais ópticos oriundos de diversas fontes
45
Figura 3.3: Transmissão multiportadora OFDM em sistemas ópticos. Fonte Ref. [33].
ópticas, como o processo de foto detecção obedece uma lei de natureza quadrática, isto
é, a foto-corrente gerada é proporcional ao quadrado da intensidade do campo óptico, os
termos gerados na foto-corrente contém batimentos devido ao cruzamento entre sinais de
frequências diferentes (beat signal-cross-mixing), e estes termos aparecem para cada par
de campo óptico recebido. A este fenômeno dá-se o nome de interferência por batimento
óptico (OBI - Optical Beating Interference) [34]. Outro problema encontrado neste tipo de
receptor óptico, são as distorções por intermodulação (IMD - Inter-modulation Distortion).
Os efeitos da IMD correspondentes aos produtos de intermodulação|s(t) ⊗ h(t)|2 são gerados
na detecção direta e obtidos na expansão da equação do sinal detectado no fotodiodo [32, 33]:
Ydet (t) = |A|2 + A · s(t)e j2π fbt ⊗ h(t) + A · s∗ (t)e− j2π fbt ⊗ h∗ (t) + |s(t) ⊗ h(t)|2 , (3.9)
onde E(t) representa o campo elétrico do sinal óptico na entrada do fotodetector, composto
pela resposta impulsiva de todo o canal óptico h(t) e pelo sinal OOFDM SSB centrado em
fb , que caracteriza a portadora óptica - matematicamente representado por s(t)e j2π fbt e pela
componente DC A. A partir desta expansão conclui-se que os produtos de intermodulação
|s(t) ⊗ h(t)| são eliminados quando adotada uma banda de guarda com largura mı́nima igual
à largura de banda do sinal OFDM óptico SSB [32] conforme ilustrado na Figura 3.4.
Assim, algumas desvantagens dos sistemas de detecção direta, tais como a banda de
guarda em relação à portadora óptica, usada para evitar os efeitos da intermodulação (IMD)
e do batimento óptico (OBI), e a ineficiência no uso da potência da portadora óptica [32, 33,
46
35], levam os investigadores a buscar uma boa relação entre potência do sinal transmitido
e sensibilidade dos receptores ou entre robustez à dispersão cromática (CD) e eficiência
espectral do sistema.
De acordo com [33, 38, 39, 40, 41], o desenvolvimento de projetos de sistemas de trans-
missão de sinais OFDM envolve um grande número de parâmetros. Tais parâmeros estão
relacionados às caracterı́sticas fı́sicas dos componentes, à concepção do sinal elétrico e
também ao modo de conversão para o meio óptico. Um importante parâmetro ligado à
concepção do sinal é o prefixo cı́clico (CP - Cyclic Prefix), cuja inserção pode eliminar a
interferência intersimbólica ISI, além de auxiliar no sincronismo dos sı́mbolos OFDM no
receptor. A Figura 3.6 mostra a ISI causada pela sobreposição dos sı́mbolos sem o CP e sua
eliminação quando é utilizado um adequado prefixo cı́clico.
Foi demonstrado em [38], que a eficiência espectral global dos sistemas DDO-OFDM
é afetada pelo espaçamento entre frequências, necessário para evitar a interferência entre
subportadoras (ICI - Inter-subcarrier interference) [41] e pelo tamanho do CP. Assim, torna-
se necessário manter o compromisso de adotar um CP menor possı́vel que possa assegurar
que os efeitos da ISI, provocada pela dispersão cromática, estejam dentro de nı́veis toleráveis.
Uma boa estimativa para duração do CP (tempo de guarda Tg ) é dada por [31]:
c
Tg ≥ D · Bw · , (3.10)
f2
49
onde D é a dispersão cromática, Bw = RNominal /log2 (M), a largura de banda do sinal para a
taxa de transmissão nominal do sistema RNominal e nı́vel de modulação das subportadoras M,
c é a velocidade da luz e f = c/λ a frequência da portadora óptica para o comprimento de
onda do sinal óptico λ. Entende-se por RNominal a taxa de transmissão antes da codificação:
RNominal = Rb · (1 − εFEC ) · (1 − εT S ) · (1 − εg ), onde Rb é a taxa útil, εFEC , εT S , e εg são
as redundâncias inseridas na codificação, no uso de sı́mbolos de treinamento e do prefixo
cı́clico, respectivamente.
π
E0 (t) = Ei (t) · cos (s(t) +Vbias ) (3.11)
2Vπ
Onde E0 (t) é o campo elétrico do sinal óptico na saı́da do MZM, Ei (t) é o campo elétrico
do sinal óptico de entrada, Vπ é a tensão aplicada ao eletrodo necessária para induzir um
desvio de fase de π radianos no sinal de entrada, s(t) é o sinal OFDM modulante e Vbias
é a tensão de polarização do MZM. A Figura 3.8 apresenta a curva caracterı́stica referente
à função de transferência de potência de um modulador óptico de uma única porta para
diferentes pontos de polarização. Note que a região central de polarização encontra-se entre
Vπ /2 ≤ Vbias ≤ Vπ .
pelo modulador óptico, mas em contrapartida, maior será a potência do sinal na entrada dos
receptores. No entanto, valores menores do OMI tornam predominante o sinal da portadora
óptica, reduzindo a potência das componentes de frequência do sinal, levando-as a valores
abaixo da sensibilidade no fotodetector.
Figura 3.9: Diagrama de blocos do sistema OFDM para enlaces ópticos de longo alcance.
[49].
A demonstração da aplicação desta técnica em PONs tem sido mais comum para o
53
Figura 3.10: Diagrama de blocos: (a) Sistema DDO-OFDM, (b) Sistema DDO-SCFDE, e
(c) Sistema DDO-DFTS. Espectro após modulação preliminar em RF: (d) DDO-OFDM, (e)
DDO-SCFDE, e (f) DDO-DFTS. [47].
downstream. Apenas alguns poucos trabalhos tem demonstrado a factibilidade também para
o upstream. Nas Seções 3.5.1 e 3.5.2 são apresentadas algumas soluções para nı́vel fı́sico e
camada MAC utilizadas nas OFDM PONs.
Como alternativa para redução do custo das ONUs, foi demonstrada em [46] uma solução
onde as ONUs usam detecção direta, enquanto na OLT é feita detecção coerente. A Figura
54
Figura 3.11: Configuração experimental OFDMA-PON coerente para longa distância. Fonte
Ref. [45].
3.12 apresenta um esboço geral da configuração. Para realizar a detecção coerente a OLT usa
a mesma fonte de luz centralizada como oscilador local e as ONUs polarizam os moduladores
em Vπ para realizar a supressão da portadora óptica e evitar a OBI. Entretanto, neste esquema
os autores utilizam modulação preliminar de portadora de RF e filtro elétrico na recepção
para separar as sub-bandas das ONUs, o que reduz a flexibilidade e granularidade na alocação
de banda.
Outra solução para uplink também foi proposta em [44]. A Figura 3.13 ilustra esta
configuração que emprega a detecção direta tanto nas ONUs quanto na OLT, entretanto, cada
ONU utiliza um comprimento de onda e as sub-bandas também são separadas via modulação
em RF. Um importante detalhe é que o espaçamento entre as portadoras ópticas deve ser
maior que banda ocupada por todas as sub-bandas. Outra restrição é que este espaçamento
seja maior que a largura de banda elétrica do fotodetector (PD). Deste modo o PD funciona
como um filtro passa baixa detectando apenas as sub-bandas. Como visto, esta solução reduz
55
Figura 3.12: Configuração experimental com transmissão de quatro ONUs e recepção coe-
rente na OLT. Fonte Ref. [46].
Como visto até aqui, as arquiteturas para PON baseada em OFDM apresentam soluções
das mais variadas, algumas com custo e complexidade elevados, mas com alcance para lon-
gas distâncias, outros com complexidade reduzida, porém com uso de modulação adicio-
nal em RF, reduzindo a granularidade e flexibilidade do sistema. Além destas, há ainda
uma proposta, inicialmente apresentada por [4], cujos resultados foram obtidos através de
simulações, que se mostrou bastante promissora para uso em redes ópticas passivas de
56
acesso, pois possibilita a redução do custo por ONU e maximiza a granularidade na alocação
de largura de banda, uma vez que utiliza simetria Hermitiana em lugar da modulação adi-
cional em RF . Esta proposta, reformulada neste trabalho, é descrita no Capı́tulo ??, e sua
verificação experimental é apresentada e discutida no Capı́tulo 5.
Diversos estudiosos têm publicado propostas de arquitetura de acesso ao meio para redes
ópticas passivas, que procuram ressaltar a necessidade da utilização de técnicas de compar-
tilhamento de canal que aproveitem a eficiência espectral e a granularidade da tecnologia
OFDM [50, 51, 52].
Figura 3.14: Alocação dinâmica de slots de tempo e subportadoras. Fonte Ref. [50].
Em [50], uma arquitetura hı́brida de PON de longo alcance é suportada por um protocolo
de transmissão para tráfego de redes locais (LANs - Local Area Networks), que permite
distribuir a capacidade do canal tanto em slots de tempo quanto em número de frequências
ortogonais. A Figura 3.14 mostra como as diferentes subportadoras são alocadas a diferentes
ONUs durante os slots de tempo, e como a largura de banda do tráfego e rede local das ONUs
também podem ser flexivelmente ajustadas pela alocação de subportadoras. Note que há uma
faixa de largura de banda que é compartilhada por TDMA. Além disso, o autor não deixa
claro como é feito o controle de alocação de banda e o sincronismo.
O primeiro trata cada transmissão de dados como uma estrutura de quadro com duração
Figura 3.16: (a) Compartilhamento OFDMA com bloco de controle especı́fico; (b) alocação
de banda com handshake em três vias. Fonte Ref. [52].
Em [52], três esquemas de controle de acesso foram submetidos a uma avaliação de de-
sempenho. A simulação compara TDMA, como nas GPONs e EPONs, porém com modulação
OFDM para aumentar a eficiência espectral, FDMA, no qual subconjuntos disjuntos de sub-
portadoras são alocados a cada ONU, e uma proposta de OFDMA semelhante a discutida em
[51]. A Figura 3.16 ilustra o compartilhamento de canal por OFDMA.
Todos esses modelos de MAC, ou estão atrelados a configurações que usam as sub-
59
bandas de upstream com modulação preliminar de portadora de RF, ou não descrevem deta-
lhes com soluções para o sincronismo de quadros no uplink. Assim, não poderiam ser aplica-
dos à arquitetura proposta por [4]. No próximo Capı́tulo, nas Seções 4.3, 4.4 e 4.5, são apre-
sentadas três proposta de MAC que podem ser aplicadas também à arquitetura BS OFDMA
PON.
Capı́tulo 4
A proposta de arquitetura de rede BS OFDM PON [4, 21] considera uma topologia
em árvore que utiliza componentes ópticos passivos do tipo divisores/combinadores ópticos
(PSC - passive splitters/combiners). Segundo estudos realizados em [53] esta topologia ga-
rante melhor relação entre a quantidade de splitters utilizados e consumo de fibra, além de
apresentar boa margem de queda de potência para ODNs com até 64 ONUs. A proposta
sugere o uso de um comprimento de onda para downlink (λdown ) e outro comprimento de
onda (λup ) para uplink. Em ambas as direções de tráfego, o sistema BS OFDM PON divide a
largura de banda total em N sub-bandas, cada uma contendo a quantidade de subportadoras
necessárias para atender o respectivo assinante. No sentido de downstream, cada ONU, re-
cebe uma cópia dos sı́mbolos OFDM e extrai os dados somente das subportadoras destinadas
a ela. No sentido de upstream, cada ONU gera um sinal OFDM com um dado número de
subportadoras reservadas para sua transmissão. Os sinais de cada unidade de rede óptica são
combinados opticamente através do PSC para gerar um sinal óptico OFDM que é transmitido
de volta à OLT [4, 21, 23].
60
61
4.1.1 Estruturas da OLT, PSC e ONU
As estruturas da OLT, PSC e ONU, bem como, as fibras ópticas usadas na rede, são
mostradas na Figura 4.1 e descritas completamente em [4, 21].
S /P
FFT
P /S
λdown
I F FT
EO
W DM M ux
To QAM QAM
H ermitian Symmetry
H ermi ti an Symmetry
A DC
W DM Demux
Mapper DAC Mapper
ONU N
PD
λdown
Main
Controll er Controll er
& Sync. & Sync.
S /P
FFT
P /S
I F FT
Uma simulação Monte Carlo utilizando linguagem de computação técnica MAT LAB
R foi
realizada em [4], para avaliar os parâmetros de projeto e o desempenho em termos da relação
sinal-ruı́do (SNR - Signal to Noise Ratio), da taxa de erros de bit (BER - Bit Error Rate) e da
magnitude do vetor de erro (EVM - Error Vector Magnitude). A EVM pode ser definida como
o valor RMS (root-mean-square) da diferença entre o conjunto de sı́mbolos transmitidos e
recebidos, e sua relação com a BER será demonstrada no Capı́tulo 5. Nesta simulação foram
randomizadas, além da geração de bits, a distância e a largura de banda de cada ONU. Em
cada simulação foram transmitidos cerca de 3000 sı́mbolos OFDM, considerando uma lar-
gura de banda total Bw = 10 GHz, que é igual à largura de banda efetiva para um feixe óptico,
no comprimento de onda de 1550 nm, em uma fibra óptica monomodo padrão (SSMF) [13]
com 20 km de comprimento. Devido à operação em banda base elétrica, foi necessário
incluir uma operação Hermitiana na geração do sinal OFDM, a fim de torná-lo real. As
subportadoras posicionadas na frequência de Nyquist, a primeira subportadora (posição da
freqüência de corrente contı́nua) e as bandas de guarda entre os sinais OFDM são zeradas.
A Tabela 4.1 apresenta um resumo dos parâmetros OFDM utilizados nas simulações.
Para ambos, uplink e downlink, foi usado um sistema óptico OFDM com modulação
64
Como esperado, para a maioria das ONUs o desempenho não apresenta variação signi-
ficativa no EVM, com exceção das ONUs para as quais foram atribuı́das frequências mais
altas, onde o EVM sobe para −27 dB quando SNR = 28 dB. Isto ocorre devido à influência
da função de transferência da fibra. É importante notar que, para 20 km, a largura de banda de
65
0
10
-20
-1
SNR = 20 dB 10
-22
SNR = 24 dB -2
EVM (dB)
-24 10
BER
-3
-26 10
SNR = 28 dB
-28 -4
10 ONU 1 - 16QAM
ONU 32 - 16QAM
-30 -5 ONU 1 - 64QAM
SNR = 32 dB 10
ONU 32 - 64QAM
-32 -6
10
0 5 10 15 20 25 30 10 15 20 25
a) ONU Number b) SNR (dB)
Figura 4.2: (a) EVM x número de ONUs; (b) BER x SNR para 16 e 64 QAM. Fonte Ref.
[21].
3 dB da SSMF é de 9,5 GHz [15] e foi alocada uma largura de banda total de 10 GHz. Além
disto, foi também calculada a BER versus SNR para 16 e 64-QAM considerando L = 20
km e LONU = 2 km (distância do PSC às ONUs). Pode-se observar na Figura 4.2 b. que o
desempenho em termos de BER para as ONU#1 e #32 são quase os mesmos em ambas as
modulações. Entretanto, é possı́vel notar que 64-QAM requer uma melhoria de 6 dB na SNR
se comparado com 16-QAM quando BER = 10−5 .
-18 -18
EVM (dB)
EVM (dB)
-19 -19
-20 -20
-21 -21
5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30
a) ONU Number b) ONU Number
e acessórios que a camada deve prover e o uso de ferramentas adequadas para testes e
simulações [54]. Aspectos, como atraso de propagação e capacidade máxima de trans-
ferência de dados, estão relacionados às caracterı́sticas do meio, enquanto taxas de dados
necessárias e qualidade de serviço estão ligados à área de ação do protocolo. Normalmente
o tipo de acesso que exige protocolos mais complexos é o requerido por canais de broad-
cast de alta velocidade, onde a sincronização e o tempo de permissão de acesso ou o tempo
de contenção do meio tornam-se crı́ticos e determinantes na escolha do modelo de MAC
apropriada. Além disto, delimitar e definir as principais funcionalidades oferecidas pela ca-
mada, distinguindo os serviços principais e os serviços adicionais, são regras básicas para
elaboração de um protocolo enxuto, prático e eficiente. Finalmente, diante das possibili-
dades levantadas na análise dos fatores mencionados anteriormente, o uso de ferramentas
adequadas de simulação vem fornecer dados indispensáveis para escolha do melhor modelo.
Figura 4.4: Comprimentos de onda utilizados pelos padrões de PON do IEEE e do ITU.
A Figura 4.4 ilustra a faixa de comprimentos de onda adotados pelas PONs em uso
atualmente. É possı́vel que a escolha adequada de um comprimento de onda oriundo da
fonte de luz centralizada [23], também permita a coexistência deste tipo de tecnologia com
outras PONs em uma mesma ODN.
A BS OFDMA PON, conforme concebida em [21], permite utilizar duas dimensões para
realizar a distribuição de largura de banda. Pois, além de alocar intervalos de tempo, também
é capaz de distribuir blocos com quantidades variadas de subportadoras. Assim, ONUs com
maior prioridade ou com maior quantidade de tráfego podem ser atendidas com um número
superior de subportadoras. A operação de aumentar ou diminuir a banda de transmissão de
uma ONU é bastante simples. Basta modificar o tamanho dos conversores série/paralelos
e paralelos/série da OLT e das ONUs, de modo a incluir ou excluir subportadoras que já
se encontram digitalizadas e demoduladas. Isto pode ser feito através de programação no
A atribuição de recursos da rede às ONUs é sempre crı́tica, uma vez que é necessário não
só garantir uma utilização eficiente de recursos, como também estabelecer uma gestão de
largura de banda e escalonamento equitativo (fair scheduling) de diferentes fluxos de tráfego
gerados pelas ONUs. Assim, a alocação dinâmica a ser adotada na arquitetura BS OFDMA
PON deve considerar alguns fatores importantes como:
• Distância entre a OLT e a ONU, pois quanto maior a distância menor é a taxa de
transmissão de bits que a ONU pode utilizar para enviar seus tráfegos. Além disto,
distâncias maiores significam aumento do tempo de ida e volta RTT - Round Trip Time
ou atraso de ida e volta RTD - Round Trip Delay dos pacotes, consequentemente a
informação da ONU sobre demanda retrata a situação em instantes num passado cada
vez mais distante.
As seções que seguem apresentam três propostas para construção de protocolo MAC para
ser utilizado em conjunto com a arquitetura fı́sica da BS OFDMA PON. A primeira trata-
se de uma adaptação das especificações IEEE adotadas na 10G EPON. A segunda utiliza
como base as especificações ITU-T usadas na XGPON. A Terceira proposta apresenta uma
70
estrutura de camada MAC especı́fica, na tentativa de explorar ao máximo as potencialidades
da proposta de camada fı́sica descrita em [21].
Esta proposta MAC utiliza, além do acesso ao meio por TDMA, semelhante ao usado
nas redes 10G EPON [5], ainda emprega a técnica OFDM. Assim, relaxa algumas restrições
próprias das EPONs TDMA/WDM e considera as novas restrições impostas pela arquitetura
BS OFDMA PON [21].
do wait time que cada ONU deve esperar para iniciar a transmissão, após a chegada do
Grant Time correspondente. Note que, na 10G EPON, a OLT envia um GAT E para dar
inı́cio a transmissão de cada ONU de maneira a não haver sobreposição das rajadas. Aqui,
os diferentes wait times tentam garantir a total sobreposição dos sı́mbolos transmitidos pelas
diferentes ONUs.
Assim como é feito na 10G EPON, a demanda das ONUs é informada por quadros do
tipo REPORT . Os quadros do tipo GAT E gerados na OLT informam inı́cio e fim do bloco
de subportadoras e o wait time de cada ONU, bem como o valor do Grant Time para esta
distribuição de subportadoras. A Figura 4.7 ilustra as alterações propostas (em lilás) para os
quadros de Controle (GAT E e REPORT ) utilizados nesta proposta.
Onde o campo Opcode indica o tipo de quadro de controle, por exemplo, Opcode = 00 −
02 para quadros do tipo GAT E. Neste quadro, o campo Message/PAD contém os seguintes
subcampos: Number o f Grants, indicando a quantidade de grants que a mensagem carrega
(um máximo de 8), Grant Bitmap, campo adicionado para indicar os Grants de quais as filas
estão presentes. Grant length #n, que informa o número de bytes que a ONU deve retirar da
fila ”n”(Queue #n) para transmitir, SC − INI e SC − FIN, campos adicionados para indicar o
inı́cio e o final do bloco de subportadoras que a ONU deve utilizar, Wait Time e Grant Time,
72
1 2 3 4 6 8 9 15 21 23 25 29 69 73
1 2 3 5 7 N N+2 41
também inseridos e já definidos anteriormente, e o PAD, que pode variar de de 10 a 39 bytes
como enchimento para manter o payload com 64 bytes. O quadro tipo REPORT não sofreu
alteração e o campo Message/PAD contém: Number o f Queue, indicando o número de filas
que possuem dados a enviar (um máximo de 8 filas), Report Bitmap, indica quais filas estão
presentes ou não no REPORT , Report Queue #n, informa a quantidade de bytes a fila ”n”, e
o PAD.
O Cálculo do wait time utiliza as mesmas marcas temporais definidas na Seção 2.1.1.
Como exemplo, suponha um cenário com 3 ONUs dispostas a distâncias diferentes e com
tempos de processamento diferentes. A Tabela 4.2 apresenta os dados relativos ao cenário
proposto.
G3 G2 G1
OLT
R1 Data 1 R1 Data 1 R1 Data 1
R2 Data 2 R2 Data 2
R2 Data 2
R3 Data 3 R3 Data 3 R3 Data 3
Tprocessamento
G1
ONU 1 R1 Data 1 Tequalização
G2 Wait Time
ONU 2
R2 Data 2
G3
ONU 3
R3 Data 3
O processo de registro das ONUs também é feito como na MAC da 10G EPON [5] e é
usado de maneira similar. Neste esquema, a ONU só poderá enviar um quadro REGIST ER-
REQ durante o tempo garantido pelo GAT E, com LLID de broadcast, enviado pela OLT,
uma vez que a ONU não registrada ainda não possui um LLID próprio. Considerando que
74
este modelo difere do adotado na 10G EPON apenas no cálculo do Wait Time e no uso de
subportdoras OFDM, outras informações sobre este processo podem ser vistas na seção 2.1.1
ou obtidas em [5, 25].
Subcarriers
...
...
...
...
...
ONU 1
ONU 2
... ... ... ... ...
ONU 3
...
...
...
...
...
...
...
Subcarriers
...
...
...
...
...
ONU 1
ONU 2
... ... ... ... ...
ONU 3
...
...
...
...
...
...
...
125 μs 125 μs
b) Upstream
A - Subcamada de Adaptação - Esta subcamada não sofreu alterações, isto é, os pro-
cedimentos de multiplexação e encapsulamento das SDUs são feitos exatamente como no
método XGEM do padrão XGPON [9].
A Figura 4.11 b. mostra os dois campos adicionais que indicam o inı́cio (SC inicial) e
o término (SC f inal) do bloco de subportadoras a ser usado pela ONU. O campo de perfil
77
BWmap
N * 8 bytes
Alloc-ID Flags Start Time Grant Size FWI Brust Profile HEC
14 bits 2 bits 16 bits 16 bits 1 bits 2 bits 13 bits
DBRu PLOAMu
1 bits 1 bits
(a) Bwmap original – G.987.3(10).F8-213
BWmap
N * 12 bytes
Alloc-ID Flags Wait Time Initial SC Final SC Grant Size FWI HEC
14 bits 2 bits 16 bits 14 bits 14 bits 16 bits 1 bits 19 bits
DBRu PLOAMu
1 bits 1 bits
(b) BWmap alterado
de rajada original foi removido, uma vez que as ONUs, agora, têm tempo de transmissão
fixo correspondente a 300 sı́mbolos OFDM. Assim, para upstream, o tamanho em bytes
do payload de uma ONU depende do formato de modulação e do tamanho do bloco de
subportadoras a ela alocado. No upstream, a construção do superframe se dá similarmente
como na XGPON, a diferença é que a duração do superframe é também de 300 sı́mbolos
OFDM.
78
C - Subcamada de Adaptação ao Nı́vel Fı́sico - Esta subcamada é responsável pelos
procedimentos de adaptação para o nı́vel fı́sico. A estrutura fı́sica do superframe está re-
tratada na Figura 4.12 - Estrutura fı́sica do superframe. O preâmbulo é modulado em
BPSK e é composto de seis repetições de uma sequência de treinamento curta, utilizada para
sincronização do superframe e do tempo de sı́mbolo, e de duas repetições de uma sequência
de treinamento longa, para que o receptor faça o refinamento do tempo de sı́mbolo. Nova-
mente aqui, foram utilizadas, inicialmente, as recomendações do padrão 802.11a [57]. O
campo RAT E, modulado em BPSK indica qual a modulação utilizada no Payload. O campo
Tail é apenas um indicador do tempo de guarda de 260 ns entre os superframes.
As ONUs que ainda não participam do processo de alocação de banda, seja por que
estavam desligadas ou por terem sido excluı́das por falha ou falta de sincronismo, devem
ter oportunidade de solicitar o registro e ter direito a participar do processo de alocação de
banda da rede. Para isto, a cada N superframes a OLT envia no BW map com um Alloc − ID
de Discovery (65535 – xFFFF) para ser utilizado pelas ONUs que ainda não possuem um
ONU − ID especifico. O BW map disponibilizará para este Alloc − ID um Grant Size com
um valor suficiente apenas para a ONU ingressante possa enviar o seu cabeçalho hBSTC.
O processo de ativação das ONUs ocorre exatamente como o descrito no padrão XGPON
[9]. O Wait Time do Alloc − ID de Discovery será grande o suficiente para que não se haja
sobreposição dos quadros no upstream. Neste grant as ONUs não registradas utilizam a
totalidade de subportadoras, o que poderá causar colisões entre duas ou mais ONUs tentando
obter registro. Entretanto, há a possibilidade de várias ONUs conseguirem solicitar registro
79
em um mesmo perı́odo, já que existe diferença entre os RT T s. Assim como na XGPON, no
caso de insucesso na obtenção de registro, devido a possı́veis colisões, as ONUs possuem
um contador aleatório que evita nova colisão com a mesma ONU da colisão anterior.
(a)
(b)
Figura 4.13: Diagrama de tempo comparando: (a) BWmap original da XGPON e (b) BW-
map adaptado para BS OFDMA PON.
80
O processo de alocação de largura de banda entre as ONUs requer a compensação do
ranging, Sendo possı́vel tolerar um atraso mı́nimo (menor que o CP) na transmissão do
superframe no upstream. Portanto, OLT necessita manter atualizados os valores dos tempos
de equalização das ONUs. A Figura 4.13 apresenta os diagramas de tempo para upstream da
XGPON em comparação com a BS OFDMA PON.
Esta proposta, descreve uma camada MAC para a arquitetura BSOFDM PON que tam-
bém emprega uma combinação de TDMA e OFDMA. Entretanto, difere da proposta ante-
rior, visto que, são atribuı́dos blocos de subportadoras para o tráfego das ONUs também no
downstream. Além disso, outra diferença é que o controle no downstream é realizado fora
da banda de dados.
Subcarriers
Control
... ... ... ... ...
Preamble
...
...
...
...
...
...
ONU 1
ONU 2
... ... ... ... ...
ONU 3
...
...
...
...
...
...
...
125 μs 125 μs
Esta MAC proposta especificamente para a BS OFDMA PON também requer uma arqui-
tetura em três subcamadas. Assim um superframe contém cabeçalhos que são tratados em
cada uma das subcamadas. A estrutura do superframe é a mesma apresentada na Figura 4.10
da Seção 4.4.1.
Cabeçalho H
SDU-ID ToS Flags Length HEC Payload
Control Payload
O T
TimeStamp HEC OAM Traffic Map
F F
4 2 14
40 bytes Max 72 bytes
byte bits bits
OAM
Pw Wait Initial Final Initial Final Msg
RT res Msg Content HEC
lvl Time uSC uSC dSC dSC ID
1 1 1 2 2 2 2 1 16 bytes 8 bytes
byte byte byte 4 bytes bytes bytes bytes bytes byte
Traffic Map
ToS Size ToS Size ... ToS Size ToS Size HEC
4 4 4 4
28 bits 28 bits 28 bits 28 bits 8 bytes
bits bits bits bits
O mapa de tráfego pode ter até 72 bytes, estruturados em blocos de 4 Bytes, onde os 4
primeiros bits representam o campo ToS (Tipe of Service) e os demais 28 bits para o campo
Size, contendo a quantidade em bytes que a ONU deve retirar da fila correspondente ao ToS
e transmitir; finalmente o campo HEC para corrigir erros ocorridos no Tra f f ic Map. Note
que com 4 bits é possı́vel atender a até 15 tipos de serviço, uma vez que o ToS = 15 indica o
fim do mapa de tráfego.
OAM
Pw Time Rtime Msg
RT res Msg Content HEC
lvl Stamp Stamp ID
1 1 1 1
4 bytes 4 bytes 20 bytes 8 bytes
byte byte byte byte
Traffic Map
ToS Size ToS Size ... ToS Size ToS Size HEC
4 4 4 4
28 bits 28 bits 28 bits 28 bits 8 bytes
bits bits bits bits
Note que, para downstream, o payload é formado por 287 sı́mbolos OFDM, enquanto
que no upstream são 286, esta diferença ocorre devido ao campo Delimiter presente no
85
Nulls subcarriers
hBSTC Payload ONU 1
superframe de upstream.
A Figura 4.20 b. mostra que as quatro ONUs podem ter o mesmo RT T se forem adotados
diferentes e especı́ficos Wait Times (W Ti ) para cada ONU de acordo com seu RT T original.
Para isto, durante o processo de registro das ONUs, a OLT usa um superframe especı́fico,
denominado Discovery frame para calcular o RT T original das ONUs a partir da expressão
RT Ti = RTi − T sg. Determinado, então, o maior RT Ti entre os RT T s de todas as ONUs
registradas, este será usado no cálculo do instante mı́nimo para a possı́vel chegada simultânea
dos superframes de upstream, ou seja, Rtgmin = max[RT Ti ] + T sg. A partir deste Rtgmin , a
OLT obtém o tempo que cada ONUi deve aguardar para iniciar sua transmissão (Wait Time),
calculando W Ti = Rtg − RT Ti + Tr . Onde Tr > max[T pi ] − T pn é um ranging extimado que
considera as variações dos tempos de processamento T pi s obtidas através do campo de OAM
Rtime Stamp, e T pn corresponde ao tempo de processamento da ONU mais distante da OLT.
87
RTTn
RTT3
RTT2
RTT1
OLT Rt1 Rt2 Rt3 Rtn
Tsg
Tp1
ONU1
Tp2
ONU2
Tp3
ONU3
Tpn
ONUn
(a)
Figura 4.20: Diagrama temporal. (a) Chegada sem WaitTime; (b) Sincronismo dos quadros
com o uso do WaitTime.
As ONUs inativas ou que tenham, eventualmente, perdido o sincronismo devem ter opor-
tunidade de solicitar seu registro para ter direito a participar do processo de alocação de
banda da rede. Para isto, a cada N superframes a OLT envia um quadro de controle com
um ONU − ID de Discovery (65535 – xFFFF) para ser utilizado pelas ONUs que ainda não
possuem um ONU − ID especı́fico. O Tra f f ic Map disponibilizará para este ONU − ID um
ToS para registro (15 - xF) com um valor no campo Size suficiente apenas para que a ONU
ingressante possa enviar o seu cabeçalho hBSTC. Neste caso o superframe de upstream é
denominado Discovery frame e é formado de duas partes distintas. A primeira parte tem
88
exatamente o formato do superframe de upstream com exceção do tamanho do payload,
que será de apenas 36 sı́mbolos OFDM - este payload é necessário para as aplicações TDM
sı́ncronas. Nesta parte as ONUs registradas dividem o canal utilizando seus respectivos blo-
cos de subportadoras. O Wait Time do ONU − ID de Discovery será grande o suficiente para
que a segunda parte não se sobreponha à primeira. Como a segunda parte terá o tamanho
total de 250 sı́mbolos OFDM, haverá tempo suficiente para que a diferença entre os RT T s
das ONUs não interfiram com o próximo superframe. Nesta parte as ONUs não registradas
utilizam a totalidade de subportadoras para responder solicitando o registro, o que poderá
causar colisões entre duas ou mais ONUs, como mostra a Figura 4.21. Entretanto, há a pos-
sibilidade de varias ONUs conseguirem solicitar registro em um mesmo Discovery frame, já
que existe diferença entre os RT T s, e o número de sı́mbolos de cada ONU para enviar os
cabeçalhos Hphy e hBSTC não passa de 15 sı́mbolos OFDM, tamanho bem menor que os
250 disponı́veis. Como este processo considera o intervalo de 125 µs, existe um limite para
diferença das distâncias entre OLT e ONUs.
Disc.
Frame
ONU 1
Disc.
Frame
ONU 2
Disc. Collision
Frame
Unregistered
Disc.
Frame
ONU 3 Disc.
P
Frame
Disc. S OLT
Frame C
Unregistered
Disc.
Frame
ONU 4
Disc.
Frame
ONU 5
Disc.
Frame
Unregistered
A terceira técnica utiliza a proposta de MAC especı́fica para BS OFDMA PON com su-
perframes de 125 µs. Foram feitas duas simulações: BS/12 (BS OFDMA/12) - utilizando os
12 sı́mbolos de preâmbulo no cabeçalho da PHY Adaptation Sublayer, apresentado na Seção
4.5.1 C., e BS/4 (BS OFDMA/4) - utilizando apenas 4 sı́mbolos no preâmbulo do cabeçalho
fı́sico, visto que, por se tratar de um meio sensivelmente menos sujeito a interferências que o
meio não guiado, a utilização de 4 sı́mbolos tem sido a prática em vários trabalhos [22, 30].
Em todos os cenários de simulação a PON foi configurada com uma OLT e 32 ONUs, em
uma ODN com um Splitter/Combiner, cujas distâncias entre as ONUs e a OLT variam de 2
a 20 km. Foi adotado como tempo de resposta da ONU T processamento = 35 µs, de acordo
com [9], para cenário foram rodadas 10 instancias de simulação. A Tabela 4.4 apresenta os
parâmetros utilizados na simulação.
Segundo [59], a modelagem de tráfego deve considerar três parâmetros principais: dis-
tribuição espacial, tamanho e taxa de injeção dos pacotes. Assim, a distribuição espacial
considerou apenas demandas no sentido de upstream. Quanto aos outros dois parâmetros,
foram consideradas 3 classes de serviço: com restrição de banda fixa (voz), stream de vı́deo e
tráfego de rajada de dados, e a taxa de injeção foi traduzida como tempo entre rajadas. Para
o serviço de banda fixa o tráfego foi modelado com um gerador de taxa constante de bits
(CBR - Constant Bit Rate) com pacotes de 64 bytes. O stream de vı́deo utilizou um gerador
de taxa variável (VBR – Variable Bit Rate) com pacotes distribuı́dos uniformemente entre 64
91
Para E/OFDM são utilizados, no máximo, 2403 sı́mbolos OFDM a cada 1 ms, dis-
tribuı́dos em slots para utilização das 32 ONUs. Neste caso teremos 32 cabeçalhos fı́sicos
de 2 sı́mbolos, totalizando 64 sı́mbolos. Assim, dos restantes 2339 é preciso descontar o
cabeçalho da camada de Framing, que corresponde a 72 bytes iniciais do REPORT , pois
considera apenas três tipos de serviço para cada ONU, totalizando 2304 bytes. Além disto,
temos ainda o cabeçalho dos quadro Ethernet, onde são utilizados 8 bytes para cada SDU
transmitido. Assim, considerando a taxa de geração dos pacotes de voz, vı́deo e dados, bem
como o tamanho médio dos pacotes para cada tipo de serviço, chega-se a um overhead total
nesta subcamada de cerca de 120 kB. Portanto, a taxa útil passa a ser de 33.5 Gbps.
Para BS/12, a cada 1 ms 2400 sı́mbolos são transmitidos, dos quais reduzindo os 13×8 =
104 sı́mbolos de cabeçalho fı́sico, devido à transmissão dos 8 superframes, obtém-se 2296
sı́mbolos. Os totais de overhead das subcamadas de Framing e Adaptation são respecti-
vamente 2112 × 8 = 16896 bytes e cerca de120 kB. Logo, a taxa útil total passa a ser de
32.6 Gbps.
93
Finalmente, para BS/4, a cada 1 ms, os 2400 são reduzidos de 5 × 8 = 40 sı́mbolos res-
tando 2360. Como na BS/12 os totais de overhead das subcamadas de Framing e Adaptation
são 16896 bytes e cerca de 120 kB, respectivamente. Assim, a taxa útil total é de 33.6 Gbps.
A tabela 5 apresenta os valores calculados e simulados para taxa de geração de 100 % a
120 % da capacidade do canal. É possı́vel verificar que os erros entre os resultados calcula-
dos e simulados são sempre menores que 1.2 %, com exceção do G/OFDM com erro menor
que 5 %.
35.0
E/OFDM
30.0
G/OFDM
BS/12
25.0 BS/4
Throughput (Gbps)
20.0
15.0
10.0
5.0
0.0
0 20 40 60 80 100 120
Load (%)
Observe que as variações das taxas simuladas ocorrem por que existe uma variação es-
tatı́stica na geração dos tráfegos, e o cálculo foi realizado a partir de valores médios cujo
˜ ± 0.2 Gb/s. Além disto, como o percentual de overhead do serviço de
desvio padrão σ=
voz é maior comparado com os demais tipos de serviços, à medida que seu tráfego aumenta
é provável que a taxa útil total seja um pouco reduzida para as técnicas que priorizam este
94
serviço. O gráfico da Figura 4.22 mostra a evolução das taxas de upstream obtidas desde
cargas equivalentes a 10 % da capacidade do canal. Note que, em termos de throughput, a
BS/4 e a E/OFDM são superiores quando a carga da rede é maior ou igual a sua capacidade.
A G/OFDM perdeu para valores de carga acima de 70 % devido ao alto overhead provocado
pela repetição de cabeçalhos a cada 125 µs, o que não ocorre com as BS/12 e BS/4, mesmo
com superframe de mesma duração.
As Figuras 4.23, 4.24 e 4.25 mostram os atrasos médios de pacotes para os serviços de
˜ ± 0.5 ms.
voz, vı́deo e dados, respectivamente. Neste caso o desvio padrão foi σ=
Note que, no serviço de voz, a medida que a carga da rede aumenta, somente a E/OFDM
apresenta grande variação no atraso médio. Isto ocorre porque as demais técnicas, além
de atribuir banda fixa a este serviço, atendem as restrições de temporização exigidas pelos
tráfegos TDM sı́ncrono. Para o vı́deo, os atrasos das BS/12 e BS/4 foram bem menores que
das técnicas E/OFDM e G/OFDM. O atraso para dados manteve a mesma caracterı́stica em
todas as técnicas utilizadas, apesar das BS/12 e BS/4 apresentarem menores valores na maior
parte das cargas.
E/OFDM
G/OFDM
0.1 BS/12
BS/4
Voice Delay (seg)
0.01
1E-3
1E-4
0 20 40 60 80 100 120
Load (%)
E/OFDM
G/OFDM
0.01 BS/12
BS/4
Video Delay (seg)
1E-3
1E-4
1E-5
0 20 40 60 80 100 120
Load (%)
E/OFDM
G/OFDM
0.1
BS/12
BS/4
Data Delay (seg)
0.01
1E-3
1E-4
1E-5
0 20 40 60 80 100 120
Load (%)
E/OFDM
G/OFDM
BS/12 1E-4
BS/4
1E-3
Voice Jitter (seg)
1E-4
1E-6 E/OFDM
G/OFDM
BS/12
BS/4
1E-5 1E-7
0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120
Load (%) Load (%)
Figura 4.26: Variação do atraso por tipo de serviço - (a) Voz e (b) Vı́deo.
Em [36] e [40], foram realizados experimentos que mostram a influência dos diversos
parâmetros de projeto no desempenho dos sistemas DDO-OFDM. Parâmetros como: largura
de banda de guarda, ponto de polarização do MZM, OMI, comprimento da extensão cı́clica
(CP) e taxa de amostragem dos conversores AD e DA, foram investigados experimental-
mente, considerando resultados obtidos em processos simulados e otimizados através de al-
goritmos genéticos (GA - Genetic Algorithms). A partir destes primeiros testes, foi possı́vel
propor uma série de configurações experimentais a fim de verificar as reais contribuições da
proposta BS OFDMA PON.
• Polarização da fonte de luz centralizada - a BS OFDMA PON utiliza fonte de luz cen-
tralizada na OLT e usada para ser modulada nas ONUs para transmissão no upstream.
Este esquema foi proposto para evitar o batimento óptico causado na combinação de
portadoras ópticas geradas por lasers diferentes, mesmo quando aparentemente sinto-
nizados no mesmo comprimento de onda. Entretanto, nas simulações não foram consi-
deradas as variações da polarização da portadora centralizada após percorrer distâncias
e enlaces de fibras diferentes. Qual a influência da variabilidade da polarização? como
resolver este problema?
" #1
2
1
∑N−1
2
N k=0 |Yk − Xk |
EV M = 1 N−1 2
(5.1)
N ∑k=0 |Xk |
R ∞ −t 2
onde er f c(x) = √2 e dt é a função erro complementar e M representa o mapeamento
π x
QAM das subportadoras [63].
A fim de facilitar a análise das figuras, a tabela 5.1 apresenta valores de BER e EVM,
correspondentes ao limite de recuperação por FEC (3.8 × 10−3 ) e a transmissão considerada
livre de erros(1 × 10−12 ), para cada formato de modulação utilizada.
O esboço geral da configuração experimental de uma rede óptica passiva com taxa de
transmissão de até 6 Gbps está apresentado na Figura 5.1. Esta rede é composta por um
terminal de linha óptica (OLT) e três unidades de rede óptica (ONUs) localizadas a distâncias
entre 25 e 65 quilômetros interligadas por fibras monomodo padrão (SSMF). Os resultados
mostram que esta banda de guarda depende fortemente da potência óptica recebida, que
varia de acordo com o comprimento da fibra, e do formato de modulação das subportadoras.
Obteve-se uma transmissão livre de erros (BER < 10−12 ) em 65 quilômetros de SSMF para
uma largura de banda escalável de 3 GHz ocupando 4096 subportadoras mapeados em 4
QAM, sem uso da banda de guarda de frequência. O desempenho da arquitetura foi avaliado
em termos de magnitude do vetor de erro (EVM).
O sinal OFDM com informação para as três ONUs é composto de três blocos de sub-
portadoras. Este sinal é gerado no modo off-line no ambiente MAT LAB
R e superamostrado
a uma taxa de 24 GS/s, máxima taxa de amostragem do gerador de forma de onda arbitrária
(AWG - Arbitrary Waveform Generator), com resolução de 10 bits por amostra. Na OLT,
uma portadora óptica CW sintonizada em λdown = 1565 nm é modulada por um modula-
dor Mach-Zehnder (MZM) de porta única, polarizado no ponto de mais alta linearidade
(V bias = 0.5xVπ = 4.25 V). O sinal óptico modulado é dividido em um divisor/combinador
(PSC), transmitido através de três diferentes caminhos ópticos e detectado diretamente nos
receptores das ONUs. Cada sinal recebido é capturado e digitalizado por um osciloscópio
digital (DPO - Digital Phosphor Oscilloscope) a 50 GS/s com resolução de 8 bits e, então, é
também processado off-line no MAT LAB
R .
A OLT gera um sinal OFDM com N = 4096 subportadoras em uma largura de banda de
3 GHz, como também pode ser visto na Figura 5.1. A largura de banda alocada a cada ONU
é de 500 MHz, o equivalente a 680 das 4096 subportadoras. Os três blocos de subportadoras
das ONUs são preenchidos com dados no formato de modulação QAM, correspondendo a
um total de 1.5 GHz de largura de banda útil. As N subportadoras são formadas por uma
quantidade Ng de subportadoras como banda de guarda, Ns subportadoras nulas como banda
de espaçamento entre os blocos de subportadoras de dados das ONUs, Nd = 680 subportado-
102
Nd (ONU 1 Data)
Nd (ONU 3 Data)
Nd (ONU 2 Data)
Ng (guard band)
Ns (space band)
Ns (space band)
Ns (space band)
from OLT
Nz (zero band)
to ONUs
Mapper
Demapper
4, 16 QAM Equalization
Hermitian Removal
Hermitian
IFFT
FFT
Cyclic Removal
Prefix (CP) (CP)
AWG 7122 DPO
24 GSps 4096 subcarriers – 3 GHz 50 GSps
EA EA
bias (a) 65 km of SSMF
PC V P
MZM O S (b) 45 km of SSMF
A C
Figura 5.1: Configuração experimental considerando diferentes enlaces de SSMF (a), (b) e
(c); Alocação das sub-bandas das três ONUs.
ras de dados por ONU, e Nz subportadoras nulas complementares. A posição das sub-bandas
das ONUs depende dos valores de Ng , Ns e Nz . Como o sinal de saı́da do transmissor OFDM
deve ser real, então, o vetor de entrada da IFFT deve ser submetido à simetria Hermitiana. O
prefixo cı́clico (CP) é usado para eliminar a ISI e manter o sincronismo dos sı́mbolos OFDM.
Uma vez que a fonte de informações é centralizada na OLT, as sub-bandas das ONUs foram
alocadas adotando a banda de espaçamento Ns = 0 para todas as ONUs e em todos os expe-
rimentos.
A fim de investigar os efeitos da IMD e da OBI [32, 38, 64], a largura de banda de guarda
(Bg ) variou de aproximadamente 0 a 1.5 GHz com passo de 50 MHz, o que corresponde a
uma variação de Ng de 1 a 2048 subportadoras. Este arranjo foi aplicado a 25, 45 e 65 km de
SSMF. A potência óptica média recebida após 25, 45 e 65 km foram -4.5, -9.0 e -12.5 dBm,
103
respectivamente. O desempenho das ONUs foi avaliado em termos de EVM em função de
Bg (Ng ), considerando os três diferentes caminhos ópticos, e com formato de modulação de
4 e 16-QAM para as subportadoras de dados.
A Figura 5.2 apresenta a relação EVM em função da banda de guarda (Bg ) para todas as
ONUs situadas em diferentes distâncias e usando 4-QAM como formato de modulação das
subportadoras. As Figuras 5.2 a., b. e c. representam os resultados obtidos para 25, 45 e 65
km, respectivamente. Em todos os casos, para qualquer valor atribuı́do a Bg (Ng ) foi possı́vel
realizar a transmissão dos dados livres de erro. Uma vez que, para os nı́veis de potência
óptica recebidos após os diferentes caminhos ópticos, os efeitos da IMD e da OBI e não são
crı́ticos para o desempenho do sistema. Estas condições permitem adotar Bg igual a zero, a
fim de melhorar a eficiência espectral global.
As curvas obtidas usando 16-QAM para as mesmas condições anteriores, são mostradas
na Figura 5.3. Neste caso, não foi possı́vel alcançar resultados livres de erros para todos os
caminhos ópticos. Como esperado, este formato de modulação exige uma relação sinal-ruı́do
(SNR) mais elevada para atingir o mesmo desempenho do formato 4-QAM. Assim, quando
os formatos de modulação de alta ordem são utilizados, a degradação imposta pela IMD e
OBI torna-se mais relevante.
Note que a influência da IMD e da OBI torna-se mais significante à medida que a
distância entre OLT e ONUs diminuem e a potência óptica na entrada do foto-detector au-
menta. Este incremento de potência passa a degradar o desempenho do sistema à proporção
que Bg se aproxima de zero. Assim, conclui-se que a melhoria do desempenho para todas
as sub-bandas exige um aumento no valor de Bg . Enretanto, aumentar o valor de Bg , além
de reduzir a largura de banda útil, também de posiciona esta faixa de banda em valores de
altos de frequência, o que é refletido em aumento da EVM causado pela limitação correspon-
dente à sensibilidade do foto-detector e à resposta em frequência dos demais componentes
do sistema especialmente quando as distâncias são maiores. Como exemplo, pode-se obser-
var que para as curvas considerando 25 km, a potência recebida no foto-detector é alta, não
104
Figura 5.2: EVM em função da banda de guarda Bg para três ONUs usando 4-QAM: (a) 25
km; (b) 45 km; and (c) 65 km de SSMF.
Figura 5.3: EVM em função da banda de guarda Bg para três ONUs usando 16-QAM: (a) 25
km; (b) 45 km; and (c) 65 km de SSMF.
Alguns autores argumentam que a banda de guarda entre a portadora óptica e a banda de
sinal necessária para eliminar os efeitos da IMD e da OBI deve ser igual a largura de banda
do sinal [32, 64]. Entretanto, os nossos resultados experimentais mostram que na arquitetura
BS OFDMA PON, a banda de guarda depende diretamente do nı́vel de potência óptica na
entrada do foto-detector e das exigências do formato de modulação escolhido. Para um bom
desempenho do sistema a banda de guarda a ser adotada precisa considerar estes fatores.
106
Embora a transmissão usando 16-QAM não tenha sido livre de erros para todas as situações,
é possı́vel escolher um valor de Bg que ofereça uma boa relação entre o uso eficiente da banda
e o desempenho em termos de EVM (BER). Observe que um bom compromisso pode ser
alcançado tomando Bg ≈ 450 MHz, isto é, pode ser vantajoso assumir alguma penalidade
em termos de EVM para reduzir a banda de guarda aumentando a eficiência espectral do
sistema.
Measured constellations
2 2 2
1 1 1
−1 −1 −1
−2 −2 −2
−2 −1 0 1 2 −2 −1 0 1 2 −2 −1 0 1 2
5 5 5
ONU #1, 65 km of SSMF ONU #2, 65 km of SSMF ONU #3, 65 km of SSMF
0 0 0
−5 −5 −5
−5 0 5 −5 0 5 −5 0 5
Figura 5.4: Constelações para 4 e 16-QAM com banda de guarda Bg = 450 MHz.
A eficiência espectral (SE - Spectral Efficiency) é um dos pontos crı́ticos relacionados às
redes ópticas passivas. As propostas para as próximas gerações de PONs tem feito uso de
técnicas de compensação de canal a fim de maximizar a SE. Nas Seções 4.1 e 4.6, foi de-
monstrado, através de simulações numéricas, que a BS OFDMA PON é capaz de acomodar
32 ONUs com capacidade total de transmissão de 35.5 Gb/s, em uma ODN com caminho
médio de 20 km de SSMF. Esta Seção tem por objetivo demonstrar experimentalmente a
capacidade desta arquitetura em termos de SE, considerando os parâmetros utilizados nas
simulações (Tabela 4.1 da Seção 4.1), seja minimizando a banda de guarda da portadora
óptica, seja empregando técnicas de pré-distorção do canal.
A fim de avaliar os resultados simulados, foi construı́do um novo cenário, cujos parâme-
tros são mostrados na Tabela 5.2. Neste cenário, a OLT gera sinais OFDM em banda base
com largura de banda útil máxima Bu = 10 GHz, correspondente a Nt = 4096 subportadoras
para serem alocadas às ONUs, como apresentado na Figura 5.5. A alocação de largura de
banda é igualmente distribuı́da entre as 32 ONUs. Inicialmente, foram alocados blocos com
Nd = 2048/32 = 64 subportadoras para cada sub-banda, o que equivale a taxa de bits de 610
Mb/s por ONU. Esta taxa foi gradativamente aumentada, via incremento de subportadoras
às sub-bandas, até atingir aproximadamente 1.1 Gb/s (Nd = 3686/32 ≈ 115 subportadoras)
por ONU. Cada subportadora transporta dados, mapeados em 16-QAM, oriundos de uma
sequência pseudo-aleatória (PRBS - pseudo random bit sequence) de 215 − 1 bits. A banda
de guarda é inicialmente formada por um total de Ng subportadoras, com Ng variando de 1
a 205 subportadoras, o que corresponde a uma variação na largura da banda de guarda de
0.025% a 5% de Bu . Complementando as 4096 subportadoras, Nz subportadoras nulas são
108
acrescentadas para prevenção de aliasing. Em virtude do uso da simetria Hemitiana para
obter coeficientes reais na saı́da da IFFT, a largura de banda máxima ocupada foi de 20 GHz.
Uma vez que as informações tem origem centralizada na OLT (downstream), é desnecessário
utilizar banda de guarda Ns entre as sub-bandas das ONUs (Ns = 0).
Nz (zero band)
Mapper Demapper
16 QAM
Equalization
Pre-emphasis
Removal
Hermitian Hermitian
IFFT FFT
Cyclic Prefix Removal
(CP) (CP)
AWG DPO
60 GSps Nt = 4096 subcarriers – 10 GHz 50 GSps
(a) B2B
EA
(b) 20 km of SSMF EA
bias
V
MZM O (a) or (b)
A
1550 nm CW PD
Figura 5.5: Configuração experimental considerando diferentes enlaces de SSMF (a), (b);
Alocação das sub-bandas para 32 ONUs.
De acordo com [9], as perdas na ODN podem ser divididas em: atenuação devido ao
comprimento da fibra, perdas nos divisores ópticos, perdas totais dos conectores, perdas
totais em fusões, perdas devido aos filtros WDM no nó remoto e perdas por efeito Raman.
Neste cenário experimental, foram consideradas todas as perdas tı́picas de uma ODN simples
(ODN classe A - perdas de 0-20 dB), com exceção do filtro WDM. Portanto, foi utilizado
um atenuador óptico variável (VOA - variable optical attenuator) para emular uma perda de
15 dB, correspondente a inserção do divisor óptico 1:32. Foram realizados testes para dois
casos, para back-to-back (B2B) óptico e para uma ODN com distância entre OLT e ONUs
fixada em 20 km de SSMF. Deste modo, a perda total máxima medida foi de aproximada-
mente 20 dB. Após a transmissão sobre esta ODN, o sinal modulado é detectado diretamente
por um foto-detector com largura de banda de 20 GHz. O sinal recebido é capturado e
digitalizado por um DPO de 50 GS/s e também processado off-line no MAT LAB
R .
A Figura 5.6 mostra a EVM em função da taxa de bit global e da quantidade total de
subportadoras de dados, usando uma banda de guarda de 205 subportadoras, o que corres-
ponde a 500 MHz (5% de Bu ). A quantidade de subportadoras por ONU (Ndi ) varia de 64 a
115, o que corresponde à taxa de bits entre 610 Mb/s e 1.1 Gb/s por ONU. Isto representa
um incremento na taxa de bits total de 19.5 para 35.5 Gb/s. Neste cenário, cada ONU recebe
todos os sı́mbolos OFDM, entretanto, extrai somente os dados transportados por seu bloco
de subportadoras.
Figura 5.6: EVM em função do total de subportadoras de dados e da taxa total de bits (de 19.5
a 35.5 Gb/s), isto é, Nd variando de 64 a 115 subportadoras de dados por ONU. O limite de
recuperação por FEC (EV M = −16.4 dB) corresponde a uma BER = 3.8 × 10−3 .
A fim de explorar a BS OFDM PON na taxa de bits fornecida em [4], avaliou-se o efeito
da banda de guarda entre a portadora óptica e a primeira subportadora de dados OFDM,
reduzindo Ng de 205 até o mı́nimo de uma subportadora na tentativa de aumentar SE. A
Figura 5.7 representa a EVM como função da banda de guarda para as duas taxas de bits
mais elevadas mostradas na Figura 5.6, e que correspondem a 8,6 GHz (33,5 Gb/s) e 9,0
GHz (35,5 Gb/s) de largura de banda útil.
Hz
B2B
Figura 5.7: EVM em função da banda de guarda Bg variando de 500 a 2.5 MHz (5% a
0.025% de Bu ) para as larguras de banda de 8.6 e 9.0 GHz (3520 e 3686 subportadoras de
dados no total).
111
A Figura 5.7 mostra que para B2B, o desempenho do sistema é superior ao exigido
para recuperação por FEC para Bg ≥ 35 MHz (≥ 0.35% of Bu ) para ambas larguras de
banda, ou seja os efeitos de IMD e OBI passam a degradar o sistema quando Bg < 35 MHz.
Para a propagação ao longo de 20 km de SSMF, os resultados experimentais mostram que
o desempenho com 9 GHz de largura de banda útil não foi satisfatório, considerando que
os valores medidos de EVM foram superiores a -11 dB para qualquer das bandas de guarda
avaliadas.
Ainda da Figura 5.7, observa-se na curva de 8.6 GHz (33.5 Gb/s) que o melhor desem-
penho é obtido para uma banda de guarda Bg = 78 MHz (0.78% de Bu ), ponto indicado por
um cı́rculo tracejado (best choice). Note que o pior desempenho para Bg > 78 MHz ocorre
devido à atenuação do sistema para as altas frequências, enquanto para valores menores, o
que prevalece são as distorções por IMD e OBI. Estes resultados estão em conformidade
com os resultados obtidos em [40], que mostram que é possı́vel fazer reduções significativas
na banda de guarda e ainda manter um bom desempenho, se os parâmetro de projeto dos
sistemas DD-OFDM forem adequadamente otimizados.
Figura 5.8: (a) Espectros dos sinais transmitido e recebido para 8.6 GHz (33.5 Gb/s) e Bg =
78 MHz (0.78% de Bu ). (b) EV MRMS medido para todas as subportadoras de dados após 20
km de SSMF.
112
A Figura 5.8 a. mostra os espectros dos sinais transmitido e recebido para o ponto
de melhor desempenho mostrado na Figura 5.7, com destaque para os efeitos de OBI e
IMD em zoom. O valor da EVM RMS por subportadora está representado na Figura 5.8
b., mostrando claramente a necessidade de técnicas de pré-distorção para equalizar o erro,
já que a resposta em frequência do sistema favorece as subportadoras das primeiras sub-
bandas. Isto é reforçado pelos diagramas de constelação para a primeira sub-banda (ONU#1
- EV MRMS = −22.8 dB) e para a última sub-banda (ONU#32 - EV MRMS = −7.97 dB), cuja
diferença de performance chega a ≈ 15 dB.
As taxas de transmissão mais elevadas impõem enormes desafios tanto para o canal como
para os dispositivos eletrônicos, resultando em perdas por atenuação ou devido a reflexões
[65]. As subportadoras de dados gerados pelo transmissor devem ser adequadamente pré-
enfatizadas para superar as perdas no canal dependentes da frequência [65]. Assim, com o
objetivo de equalizar o EVM de todas as subportadoras e melhorar o desempenho do sistema,
foi desenvolvido, através de processamento digital do sinal, um filtro pré-ênfase polinomial
calculado a partir da curva de EV MRMS por subportadora da Figura 5.8 b..
Figura 5.9: (a) Espectros dos sinais transmitido e recebido para 8.6 GHz (33.5 Gb/s) e Bg =
78 MHz (0.78% de Bu ), usando pre-ênfase. (b) EV MRMS medido para todas as subportadoras
de dados após 20 km de SSMF.
113
A Figura 5.9 a. mostra os espectros dos sinais transmitido pré-enfatizado e recebido. O
EV MRMS equalizado representado na Figura 5.9 b. garante que todas as sub-bandas alcancem
uma BER < 3 × 10−3 , devido à aplicação do filtro digital de pre-ênfase polinomial.
Figura 5.10: EVM por ONU com e sem pré-ênfase. Limite da FEC (EV M = −16.4 dB)
Corresponde à BER = 3.8 × 10−3 .
Esta melhoria no desempenho é confimada pela curva de EVM medida por ONU e re-
presentada na Figura 5.10, onde todas as ONUs atingem um desempenho superior ao limite
de FEC após o pré-ênfase. Note que, diferente da análise realizada em [4] e [40], a proposta
deste experimento foi maximizar a largura de banda para transportar dados úteis através da
redução da banda de guarda da portadora óptica e da aplicação de técnicas de pré-distorção.
114
5.2 Configurações Experimentais para Upstream
A configuração de upstream I foi construı́da para atender 4 ONUs. Cada ONU gera
um sinal OFDM com 4096 subportadoras, das quais somente Nd = 512 transportam dados
mapeados em 16-QAM, o que corresponde a 750 MHz de largura de banda útil por ONU do
total de 6 GHz. A Figura 5.11 mostra o formato do sı́mbolo OFDM gerado em cada ONU, e
o resultado de sua combinação após o PSC. O valor de Ng = 512 subportadoras foi definido
para todas as ONUs e corresponde a quantidade de subportadoras nulas necessárias para
acomodar a banda de guarda para a portadora óptica. O valor de Ns , porém, varia conforme
a posição de cada sub-banda, e representa a quantidade de subportadoras nulas suficiente
para acomodar todas as sub-bandas anteriores no espectro, bem como os espaçamentos entre
essas sub-bandas (frequency gap ∆ fg ou espaçamento entre ONUs em subportadoras ∆s).
Assim, Ns1 = 0 para a ONU#1, enquanto que para a ONU#2 Ns2 = Ns1 + Nd1 + ∆s, onde
Ndi corresponde a quantidade de subportadoras de dados da ONU#i. Deste modo, sendo
Ns2 = 576 subportadoras, correspondendo a 844 MHz, e Nd1 = 512 subportadoras, ocupando
750 MHz, então o espaçamento entre sub-bandas é ∆s = 64 subportadoras o que indica uma
frequency gap ∆ fg = 94 MHz.
Os sinais OFDM das ONUs são gerados em MAT LAB
R amostrados a 12 GS/s e carre-
gados para dois AWGs com dois canais cada. A saı́da de cada canal modula a portadora
115
Ng Ns Nd
(guard band) (space band) ONU 1 Nz (zero band)
Figura 5.11: Sı́mbolos OFDM no upstream. (a) ONU#1; (b) ONU#2; (c) ONU#3; (d)
ONU#4; (e) os quatro sı́mbolos combinados após o PSC.
Figura 5.12: Setup experimental para upstream BS OFDMA PON. EA: Amplificador
elétrico; PC: Controlador de polarização; MOD: Moulador de Mach-Zhender; PSC: Divi-
sor/combinador passivo; LP: Polarizador linear; PD: Foto-detector.
Embora o uso da fonte de luz centralizada na OLT garanta que o comprimento de onda
das portadoras seja o mesmo, o desempenho desta configuração foi comprometido devido a
distorções causadas pela variação dos estados de polarização das portadoras. Mesmo com a
utilização de controladores de polarização e do polarizador linear após o combinador, ainda
ocorre variação nas potências das sub-bandas das ONUs ao longo do tempo. As Figura 5.13
e 5.14 mostram os resultados obtidos para duas capturas em instantes diferentes.
117
Sinal Transmitido Sinal Recebido
0.1
1
0.5 0.05
0 0
-0.5
-0.05
-1
0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
4 4
x 10 x 10
40
20
PSD [dB]
-20
-6 -4 -2 0 2 4 6
Frequency [Hz] 9
x 10
Figura 5.13: Atenuação devido aos diferentes estados de polarização. Terceira sub-banda é
mais afetada.
0.5 0.1
0.05
0
0
-0.5
-0.05
-1
-0.1
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
4 4
x 10 x 10
60
40
20
PSD [dB]
-20
-6 -4 -2 0 2 4 6
9
Frequency [Hz] x 10
Figura 5.14: Atenuação devido aos diferentes estados de polarização. Segunda sub-banda é
mais afetada.
118
com
√
Ei x(z,t) = ebi x · Pi x · cos(ω · t − β · zi ) · cos(δi ), (5.4)
e
p
Ei y(z,t) = ebi y · Pi y · cos(ω · t − β · zi ) · sin(δi ), (5.5)
e
β · zi = θ, ∀i (5.7)
√ N
Ex(z,t) = ebx · Px · cos(ω · t − θ) ∑ cos(δi ), (5.8)
i=1
e
p N
Ey(z,t) = eby · Py · cos(ω · t − θ) ∑ cos(δi ). (5.9)
i=1
Como a polarização varia de forma diferente, já que os campos elétricos trafegam sob
condições diferentes até o combinador, os estados de polarização dos sinais referentes a cada
ONU são diferentes e representados por δi . Além disso, estas variações ocorrem lentamente,
119
causando desvanecimento do sinal por um intervalo maior que o perı́odo de sı́mbolo do sinal
OFDM a ser transmitido.
Com o objetivo de facilitar o entendimento, a Figura 5.15 mostra três sinais sujeitos a uma
variação rápida dos estados de polarização, bem como o resultado da adição destes sinais ao
longo do tempo. A variação rápida foi adotada para possibilitar a representação, entretanto,
Figura 5.15: Atenuação devido às diferentes variações dos estados de polarização.
120
na prática esta variação é consideravelmente lenta e o desvanecimento do sinal se mantém
por um intervalo sensivelmente longo comparado com o tempo de sı́mbolo. Assim, embora
o OFDM seja robusto ao desvanecimento rápido (fading) seletivo em frequência, devido a
longa duração dos sı́mbolos, mesmo em taxas de transmissão altas, o fading de polarização
não pode ser recuperado justamente porque seu desvanecimento é lento, com duração maior
que o tempo de um ou mais sı́mbolos.
Uma alternativa viável foi apresentada em [46] e usada em uma OFDM PON com mo-
dulação preliminar de portadora de RF. Nesta implementação os autores conseguem bons
resultados usando supressão da portadora óptica e detecção coerente. Sem dúvida, o uso
de detecção coerente aumenta a complexidade e custo da implementação, entretanto esta
alteração na proposta sugere o uso desta técnica apenas para uplink, isto é, somente na OLT
seria empregada a detecção coerente. Neste caso, como a fonte de luz é centralizada, esta
também pode ser usada como oscilador local. Outra idéia, seria aplicar alguma perturbação
na fibra de maneira a tornar o fading de polarização mais rápido que o tempo de sı́mbolo.
Na Seção 5.2.1 foi demonstrado que os diferentes estados de polarização dos sinais das
ONUs quando combinados produzem nulos, causando desvanecimento do sinal por interva-
los de tempo superiores ao tempo de sı́mbolo. Este fato impede a recuperação do sı́mbolo e
consequentemente aumenta a EVM medida. Uma das formas de evitar a combinação das por-
tadoras, seria suprimi-las, enviando somente as bandas laterais, e, após a combinação destas,
adicionar nova portadora via oscilador local para realizar detecção coerente na OLT. Entre-
tanto, como detecção coerente não é foco deste trabalho, a configuração anterior foi alterada,
com objetivo de comprovar conceitos, especialmente aqueles relacionados ao mecanismo de
sincronismo proposto para upstream. Deste modo, a fim de evitar o batimento óptico entre
as portadoras ópticas utilizamos apenas duas ONUs, cujos sinais são combinados em um
combinador de feixe de polarização (PBC - polarization beam combiner), garantindo que os
sinais das sub-bandas sigam com polarizações ortogonais entre si.
Nesta Configuração, a largura de banda total foi de 3 GHz distribuı́da em 4096 subpor-
121
Figura 5.16: Setup experimental para uplink BS OFDM PON. EA: Amplificador elétrico;
PC: Controlador de polarização; MZM: Modulador de Mach-Zhender; PSC: Divi-
sor/combinador passivo; PBC: Combinador de feixe de polarização; PD: Foto-detector.
122
tadoras, cada ONU preenche Nd = 680 subportadoras (500 MHz) com dados QAM, e os
valores de Ng e Nsi têm o mesmo significado apresentado para configuração anterior. Os
sinais OFDM das ONUs são gerados em MAT LAB
R e carregados para um AWG de 12 GS/s.
Após a conversão digital-analógica (DAC), os sinais elétricos dos dois canais do AWG mo-
dulam uma portadora de onda contı́nua (CW), obtida da fonte de luz centralizada na OLT,
através de dois moduladores de Mach-Zhender de porta única, ambos polarizados em seu
ponto de quadratura. Após a transmissão pelos diferentes enlaces de fibra, os sinais são
combinados ópticamente pelo PBC e detectados diretamente por um único fotodetector. O
sinal elétrico detectado é amostrado por um DPO de 50 GS/s e, então processado off-line. A
Figura 5.16 apresenta o diagrama de blocos correspondente à montagem experimental utili-
zada, os espectros dos sinais das duas ONUs em separado e também o do sinal combinado.
Note que, para a parte comum do enlace, foram adotados dois casos: B2B e 20 km de SSMF,
e os enlaces especı́ficos das ONUs foram de 25.049 e 24.984 km de SSMF. Os experimentos
consideram mapeamento das subportadoras em 4 e 16-QAM.
Para os experimentos desta seção, foi necessário sincronizar os sinais das ONUs a fim de
que os sı́mbolos OFDM chegassem simultaneamente no PBC e pudessem compor um único
sinal de saı́da. Note que a diferença de comprimento entre os caminhos é D f = 25049 −
24984 = 65 metros. A fim de investigar experimentalmente a solução para sincronismo
de quadros apresentada na Seção 4.5.2, foi adicionado digitalmente ao sinal da ONU mais
próxima um atraso elétrico Ta = 325 ns (wait time), calculado como segue:
ns · D f
Ta = , (5.10)
n0 · c0
FEC Limit
Figura 5.17: EVM em função do atraso elétrico entre as ONUs em % da duração do CP.
−16
−18
FEC Limit
back−to−back
EVM [dB]
−22
−24
−26
0 100 200 300 400 500 600
Frequency guard spacing [MHz]
−16
FEC Limit
−18
back−to−back
EVM [dB]
−20 25 km of SSMF
−22
−24
b) ONU # 2
−26
0 100 200 300 400 500 600
Frequency guard spacing [MHz]
Figura 5.18: EVM em função de ∆ fG (frequency gap) para a) ONU#1 e b) ONU#2, conside-
rando B2B e 25 km de SSMF.
Inicialmente, há uma pequena melhoria no desempenho da ONU#1, como mostra a Fi-
gura 5.18 a., devido à redução da interferência entre sub-bandas. A partir de ∆ fG = 400 MHz
esta interferência torna-se insignificante. Entretanto, o incremento em ∆ fG aumenta a largura
de banda total necessária, reduzindo o desempenho das sub-bandas de mais altas frequências.
Isto ocorre devido a limitações de largura de banda impostas pela resposta em frequência do
canal. Este efeito pode ser observado na Figura 5.18 b. cujo a EVM medida para ONU#2,
especialmente para 25 km de SSMF, aumenta cerca de 3 dB. Com base nestes resultados,
concluı́-se que ∆ fG = 0 Hz representa a melhor escolha para melhorar a eficiencia espectral,
embora o desempenho do sistema sofra uma pequena penalidade (≈ 1 dB).
125
−10
a) without frequency guard spacing ONU #1
ONU #2
EVM [dB]
−15
FEC Limit
−20
−25
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Guard band [MHz]
−10
b) 450 MHz of frequency guard spacing
ONU #1
EVM [dB]
−15 ONU #2
FEC Limit
−20
−25
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Guard band [MHz]
a) 4−QAM ONU #2
−15
2
−20 0
−2
−25 −2 0 2
−16 −15 −14 −13 −12 −11 −10
Received optical power [dBm]
−10
ONU #1
b) 16−QAM ONU #2
−15
EVM [dB]
5
FEC limit
−20 0
−5
−25 −5 0 5
−16 −15 −14 −13 −12 −11 −10
Received optical power [dBm]
Figura 5.20: EVM em função da potência óptica recebida no B2B óptico e após 45 km de
SSMF, para a) 4-QAM e b) 16-QAM.
Os resultados revelaram que as variações de atraso entre os sı́mbolos são permitidas até
o valor de 50 % do CP sem qualquer prejuı́zo para o desempenho do sistema, demonstrando
que é possı́vel o compartilhamento de sı́mbolos OFDM entre fontes de sinais distintas. Além
disso, a influência da banda de espaçamento entre as sub-bandas (BWS - Bandwidth Spacing)
das ONUs foi analisada, o que revelou uma degradação do sinal de menos de 2 dB na EVM
medida para BWS = 0 em relação ao melhor valor obtido (BWS em torno de 600 MHz).
Assim como no downstraem, a banda de guarda da portadora óptica pode ser reduzida se
for mantido o compromisso entre aproveitamento da largura de banda e desempenho total do
sistema.
Capı́tulo 6
Considerações Finais
Este trabalho apresentou uma arquitetura capaz de fornecer transporte de dados a taxas
superiores a 33 Gbps e oferecer uma gama de perfis de QoS em uma rede de acesso óptica
passiva. A BS OFDMA PON apresenta caracterı́sticas fı́sicas que indicam reduzido custo
por bit, grande eficiência espectral e robustez, além de permitir a construção de uma MAC
com alta flexibilidade na alocação de largura de banda, a partir dos recursos oferecidos pelo
acesso OFDMA.
3. utilizar comprimentos de ondas distintos para cada ONU, com espaçamentos maiores
que a largura de banda elétrica do fotodetector, e verificar a eficiência da recepção
direta a partir deste arranjo;
6. Avaliar a arquitetura considerando custo e consumo de energia, visto que este sistema
prevê fonte centralizada, em relação aos sistemas que utilizam fontes independentes
em cada ONU trabalhando com transmissão intermitente.
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