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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
II Nível, II SEMESTRE, TURMA 1

Relatório da Reserva Especial de Maputo

Discentes: Codigo:
Thoide Armando Joao 20200447

DOCENTE:

Dr. Mario Tuzine

Lionde, Janeiro de 2022


Índice
Não foi encontrada nenhuma entrada de índice.
Introdução

As florestas cobrem cerca de 31% da área terrestre, armazenam mais de um trilhão de


toneladas de carbono e fornecem meios de subsistência para mais de 1,6 milhões de
pessoas, segundo o Conselho Económico e Social da Organização das Nações Unidas
(ONU), o ECOSOC. Ainda segundo a ONU, servem de abrigo para aproximadamente
750 milhões de pessoas.

Todos nós temos noção da importância das florestas. Além da sua importância natural,
pelo seu valor intrínseco, abrigam grande parte da biodiversidade do planeta, tanto da
fauna quanto da flora. Elas concentram, de acordo com a ONU, 75% da água doce do
planeta. Contribuem para a integridade dos rios, por fornecerem protecção através das
matas ciliares, protegem os solos de erosões, reduzem a saída de nutrientes dos
ecossistemas, quando em equilíbrio; entre outros inúmeros aspectos de importância
biológica.

As florestas também são de grande importância para o ser humano, não só por garantir
os processos biológicos, mas também por trazerem diversos benefícios à sociedade.
Dentre esses benefícios podemos citar a melhoria na qualidade de vida, o fornecimento
de recursos naturais, tais como recursos madeireiros, plantas medicinais e produtos
destinados a nossa alimentação; são fonte de recursos genéticos e locais de pesquisa,
turismo e recreação.

O planeta já perdeu muito de sua cobertura vegetal devido à urbanização e à expansão


das culturas agrícolas e agro-pecuárias. As florestas têm sido destruídas através dos
desmatamentos e das queimadas, o que já levou muitas espécies da fauna e da flora à
extinção e tem ameaçado muitas outras.
Objectivos

Geral

 Conhecer a quantidade de madeira existente na Reserva Especial de Maputo e


avaliar o seu estado de conservação.

Específicos

 Conhecer os principais de dendrométrica, nomeadamente, DAP, altura total e


comercial, densidade do povoamento, área basal e volume assim como a sua
distribuição diamétrica;
 Conhecer o volume total e comercial de madeira existente na floresta;
 Conhecer o volume das principais espécies comerciais;
 Conhecer as medidas de precisão do inventário;
 Conhecer a intensidade de amostragem par m limite de erro de 10%.
Metodologia

Descrição da área em estudo

A reserva especial de Maputo localiza-se no distrito de Matituíne, situado entre os


paralelos 26º e 27º de latitude Sul e entre 32º e 33º de longitude a norte. Faz limite com
baía de Maputo ao norte, a Sul pela República da África do Sul, através da Província de
Kuazulo-Natal, a este é banhado pelo Oceano Índico, e a Oeste limita-se com os
Distritos de Namaacha e Boane e ainda com o Reino da Suazilândia. (MARULO, 2012).
O Distrito possui uma superfície de 5,403 km2 com uma população de 37,166
habitantes. A reserva especial de Maputo faz limite com baía de Maputo a Norte, a Este
o oceano Índico, a Oeste a extremidade Sul do Lago Xingute, e o limite Sul do Lago Piti
no Sul (DNAC, 2009).

Clima
O clima da Reserva Especial de Maputo é caracterizado por um verão quente húmido
(Outubro a Março com temperaturas que variam entre os 26º C e os 30º C) e por um
inverno frio seco (Abril a Setembro com temperaturas que variam entre os 14º C e os
26º C). A precipitação pluviométrica anual média varia entre 690-1000 mm. O clima de
Maputo é caracterizado pela variação da precipitação pluviométrica na área numa
direcção Este a Oeste ou em direcção ao interior. (MARULO, 2012).

Hidrologia
A Reserva Especial de Maputo tem três principais rios, nomeadamente o rio Futi, o rio
Maputo e o rio Tembe, apresenta ainda vários lagos com realce para os lagos Piti,
Xingute e Mundi. (DNAC, 2014).

Topografia
Dentro da área de estudo, a variação altitudinal varia desde o nível do mar até 194m
acima do mar, com as áreas mais elevadas caracterizadas pelas dunas a Este. Em
direcção a zona costeira as áreas mais baixas na planície aluvial do rio Maputo situam-
se a Oeste da Reserva. (MARULO, 2012).
A Reserva Especial de Maputo está rodeada de paisagens e vistas marinhas de beleza
excepcional. As paisagens incluem extensas vistas de uma paisagem ondulante de
pântanos, pastos, florestas e sulcos cobertos de floresta, enquanto as vistas marinhas
incluem mares turquesa e praias de areia branca delimitadas por dunas costeiras
arborizadas. (MARULO, 2012).

Flora
A vegetação da Reserva Especial de Maputo apresenta um mosaico único de variados
ecossistemas com espécies florestais endémicas que incluem: savanas, florestas de
dunas costeiras, floresta de zonas pantanosas, floresta de terras arenosas, floresta de
zonas húmidas e planícies inundáveis dos rios Maputo e Futi, floresta de Mangais na
garganta do rio Maputo e ainda florestas de eucalipto artificial, intrusos na vegetação
natural da Reserva Especial de Maputo. (MARULO, 2012).

Fauna
Dentro das formações vegetais a Reserva possui uma área com cerca de 70.000 hectares
que se encontra uma variedade de espécies de animais, tais como: elefantes,
hipopótamos, facoceros, cudos, pivas, inhalas, Imbambalas, macacos, cães do mato,
esquilos, coelhos, antílopes (changos, cabritos, vermelhos, cinzentos, xipenes),
ratazanas, artrópodes, aracnídeos, batráquios, coleópteros, répteis (crocodilos, cobras
diversas tais como jibóias e mambas), pássaros diversos, moluscos, tartaruga marinha,
cágados, platemintas, insectos, sapos, rãs, entre outros. (MARULO, 2012).

Solos

Os solos existentes na REM são os seguintes:

Arenossolos Álbicos: arenosos Arenossolos

Próticos: muito arenosos

Fluvissolos Molli-Gleicos: argilosos.

Os arenossolos são caracterizados por solos com superfície profundamente branqueada


estendendo-se abaixo dos 100cm da superfície e são permeáveis à água. Os principais
minerais dentro dos arenossolos, tanto as fracções de areia e lodos são o quartzo e o
feldspato. Estes solos são associados com antidas dunas de areia e apresentam uma
formação de solo mínima. Os solos de Molli-Gleiocos são de textura argilosa e
apresentam um conteúdo de lodo mais elevado principalmente como resultado de
depósitos fluviais dos Rios de Maputo e Futi.

Métodos

Materiais

 GPS – Usado para a localização dos pontos da parcela, assim como guia na
floresta.
 Corda – Usada para a medição das parcelas.
 Suta – Usada para a medição das árvores.
 Mapa – Usada para a localização do local (distrito).
 Caderno de campo – Usado para fazer as anotações dos dados colhidos.
 Lápis – Usado para fazer as anotações dos dados colhidos.

Método de amostragem
Para realização desse inventário foi usado amostragem em estraficada, este tipo de
amostragem apresenta uma vantagem que é melhorar a precisão do inventário. A
estratificação foi feita com vista a colmatar os problemas de heterogeneidade da
floresta. Neste caso, só é justificável se a variação entre as unidades amostrais dentro de
cada estrato for mínima, e entre os estratos for máxima Correia (2003).

As parcelas

As parcelas foram alocadas sistematicamente onde a distância entre era de 100 metros, o
primeiro ponto foi alocado aleatoriamente e o resto dos pontos foram sistemática.
Foram alocadas 31 parcelas reculares de 0,1 há (50X20m).

Dados colectados

A cada parcela inventariada foram colhidos dados como Diâmetro a altura do peito
(DAP), altura total (HT), altura comercial (HC) e a qualidade do fuste, de todas as
árvores adultas com DAP superior a 10 cm inclusas na parcela e foram registados os
nomes científicos e locais de todas as árvores medidas e na regeneração estabelecida
foram colhidos dados como Diâmetro a altura do peito (DAP), altura total (HT), altura
comercial (HC) e o estado sanitário e na regeneração não estabelecida não foi
mensurada.

Processamento dos dados

Os dados foram analisados na planilha eletrónica, onde foram calculados o número de


árvores por hectare (N/ha); a área basal (G/ha); volume (V/ha) para a área inventariada,
assim como o índice de valor de importância (IVI) e outros parâmetros apresentados.

Determinação da densidade da floresta

A densidade do povoamento foi dada em termos de número de árvores por hectare,


calculado a partir da relação do número de árvores observadas em cada parcela e a área
da parcela, usando a expressão abaixo:

N /ha=
∑¿
a

Onde: N/ha – número de árvores por hectare

ni – número de árvores encontradas na parcela i


n – numero de parcelas

a – área da parcela (a=0,1ha).

Frequência

A frequência é dada pela relação do número de parcelas em que uma determinada


espécie foi observada e o número total de parcelas estabelecidos no inventário, segundo
a expressão abaixo.

Fi
Fi= ¿ e Fr=
¿ ∑ Fi
Onde:

Fi – frequência de espécie i;

Fr – frequência relativa da espécie i;

ni – numero de parcelas em que a espécie i foi observada;

Ni – número total de parcelas estabelecidas no inventário;

Abundância

A abundância é dada pelo número total de indivíduos de uma determinada espécie


encontrados em cada parcela e a área da mesma, isto é, em número de árvores por
hectare dessa espécie, conforme mostra a formula abaixo.

Ab= ¿
a

Onde:

Abu – Abundância

ni – número de total de árvores da espécie i observadas;

a – área da parcela (a=0,1ha).


Dominância

A dominância é dada pela área basal, ou seja pela área em m 2/ha ocupada pelos troncos
das árvores da espécie i, dada pelo somatório das secções transversais de todos os
indivíduos da espécie i dividida pela área da parcela e pelo número total de parcelas.

gi gi
Dom= e Domr =
a ∑ gi
a – área da parcela (a = 0.1ha); Dom – dominância, Domr - dominância relativa;

gi – secção transversal de cada árvore na parcela em m2, calculada a partir de da


π 2
relação. Sendo: gi= × DAP , onde π -3,1416 e DAP- diametro a altura do peito de
4
cada arvore em metros.

Índice de valor de importância

Para o cálculo do índice de valor de cobertura fez se a combinação dos valores relativos
de abundancia, frequência e dominância de cada espécie expressa pela seguinte formula:

IVC=Abr + Do rel + Fr rel

1.1.1. Indice de Diversidade de especie

Para o calculo deste índice de respecies usou se o índice de Shannon-weaner com


logaritimo na base neperiana, e um índice relativo, portanto necessita de ser comparado
ao de outras áreas e tipos de florestas.

S
[ N ln ( N )−∑ ¿∈(¿)]
I=1
H ´=
N

Onde:

H´-indice de Shannon weaner


ni -numero de individuo amostral da especie

N -numero total de individuo encontrado

S -numero total de espécies amostradas

Ln -logaritimo na base neperiana

Determinação da área basal e do volume

O volume foi calculado total e comercial de cada árvore individual foi calculado pela
relação entre o DAP e altura (total e comercial, respectivamente), aplicando um factor
de forma de 0.7 e 0.8 para o volume total e comercial, respectivamente.

π
V= DAP 2 × h× ff
4

Onde: V – volume total ou comercial de cada árvore individual;

DAP – diâmetro a altura do peito medido a 1.3m da superfície do solo;

h – altura total ou comercial;

ff – factor de forma;

A área basal do povoamento foi dado pela área basal média por hectare, dada pela
expressão abaixo.

gi
G/ ha=∑
n× a

Onde:

G/ha – área basal média por hectare

gi – área basal observada em cada parcela, dado pelo somatório dos das secções
transversais de todas árvores encontradas na parcela;

n – número de parcelas inventariadas; a – área da parcela (0.1ha);

A quantidade de madeira existente em cada estrato foi dada pelo volume médio por
unidade de área, calculado a partir do somatório dos volumes observados em cada
parcela dividido pela número e pela área da parcela.
vi
V / ha=∑
n ×a

Onde: V/ha – volume médio por hectare; Vi – volume observado em cada parcela, dado
pelo somatório dos volumes de todas árvores encontradas na parcela; n – número de
parcelas alocadas no estrato; a – área da parcela;

Determinação das medidas de precisão do inventário em cada estrato

Media estratificada

Em que a media é igual ao somatório do peso de cada estrato multiplicado pela media
do estrato.

x st=∑ Pi × x i

Variância estratificada

É dada pelo somatório do peso de cada estrato multiplicado pela variância em cada
estrato.

S st =∑ Pi × S
2 2 2
i

Variância da média

É dada pelo somatório do peso de cada estrato multiplicado pela variância da média em
cada estrato.

=S st =∑ Pi × S x i
2 2 2 2
S xst

Desvio padrão

É uma das mais utilizadas medidas de variação de um grupo de dados. E é dado pela
raiz quadrada da variância.

S= √ s
2
Onde: S- Desvio padrão;

S2-variança da media

Erro de amostragem

O erro de amostragem é a principal medida de precisão do inventário e dita a confiança


dos resultados do inventário. O valor obtido pela seguinte expressão.

Ea=t (n−1) × S

Onde:

Ea – erro de amostragem absoluto;

t – valor de t de Student consultado na tabela de t a graus de liberdade n-1, onde n é o


numero total de parcelas estabelecidas no inventário;

S - erro padrão, dado pela raiz quadrada da variância da média.

Intesidade de amostragem

Para o cálculo da intensidade de amostragem usou se a formula de relação entre valor de


t de student com a varianca dividido por erro padrão.

2 2
s ∗t
n=
E2

Onde

n- numero de parcelas a ser alocadas no segundo inventario

S2- Variância da população

t2- t student achado a t(0,05;30)


E2- Erro admissível E=Y*LE

O inventário foi realizado na Reserva Especial de Maputo. Nesta actividade, usou-se o


método de observação directa dos indivíduos. Este método consiste na observação e
medição dos parâmetros dendrométrica em contacto directo com as árvores.

Os parâmetros dendrométrica foram colhidos em três habitats (Mata xerófila, Savana,


Mata densa) dentro da Reserva Especial de Maputo, escolhidos aleatoriamente. Em cada
habitat estabeleceu-se parcelas de 50x20 m separadas uma das outras por 100 metros e
em cada parcela foram marcadas as coordenadas com Gps. Dentro de cada parcela
foram medidos o DAP (cm) com recurso a suta, HC (cm) e HT (cm) foram efectuados
com base em estimativas de todas as árvores.

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