Definir Bioeletrogênese
Definir Bioeletrogênese
Definir Bioeletrogênese
1. Definir Bioeletrogênese.
O que é a bioeletrogênese?
É a área da fisiologia que estuda os potenciais elétricos gerados nas células (neurônios e células
musculares). todos os nossos impulsos são gerados a partir de uma diferença de potencial entre dois pontos
(DDP). No caso das células existe uma diferença no meio intra para o meio extracelular, nesse caso o meio
intracelular é mais negativo e o meio extracelular é mais positivo.
Quais as etapas da bioeletrogênese?
A bioeletrogênese tem 4 etapas: repouso, despolarização, repolarização e hiperpolarização.
Como pode ocorrer a regulação dos canais iônicos?
A regulação de canais iônicos, isto é, a abertura e fechamento de canais em resposta a estímulos pode ser:
➮Canais mecano-dependente → os canais se abrem por uma ação mecânica. Um exemplo são os
receptores táteis da pele e das células da orelha interna.
➮Canais voltagem-dependente → regulados pelo potencial da membrana.
➮Canais termo-dependete → regulados pela temperatura;
➮Canais ligante-dependente → regulados por mensageiros químicos/ neurotransmissores.
Quando a membrana se encontra no potencial de repouso?
A membrana celular encontra-se em seu potencial de repouso (P.R.), quando o meio intracelular é carregado
negativamente (K+dentro), enquanto o meio extracelular é carregado positivamente (Na+ fora). Esse estado é
conhecido como potencial de repouso (P.R.), onde a membrana encontra-se polarizada.
O que ocorre com os canais de vazamento quando a membrana está em seu potencial de repouso?
Em repouso, a membrana possui canais de vazamento abertos apenas para potássio, ou seja, a membrana
em repouso é permeável ao potássio, mas não ao sódio. Logo, o potencial de repouso da membrana é
basicamente determinado pelo potássio.
O que ocorre quando um estímulo é gerado?
Quando um estímulo é gerado, ele pode ser fraco, ocasionando um disparo frustrado, ou pode ser forte,
alcançando um limiar. É a “lei do tudo ou nada”, isto é, a aplicação de uma despolarização crescente a um
neurônio não tem qualquer efeito se não atingir um limiar. Uma vez iniciado um potencial de ação, este se
propaga sempre num único sentido, não retornando pelo caminho já percorrido.
O que ocorre quando o estímulo alcança o limiar?
No limiar, abrem-se os canais para a entrada de Na+ (sódio), causando uma despolarização (fica mais
positivo). O potencial de ação (PA) ocorre quando o limiar atinge um nível crítico de despolarização.
O que ocorre na repolarização?
Na repolarização (fica mais negativo), ocorre o fechamento dos canais de sódio e a abertura dos canais de
potássio, aumentando a permeabilidade e a saída de potássio da célula.
O que ocorre no período refratário?
Período refratário: um segundo potencial de ação não pode ocorrer enquanto a membrana estiver
despolarizada pelo potencial de ação precedente.
OBS:
➮Despolarização: ocorre através de canais químicos dependentes e voltagens dependentes.
➮Despolarização: Por meio do influxo de sódio Na+.
➮Repolarização: Efluxo de potássio (K+).
➮Hiperpolarização: Membrana mais negativa
➮Hiperpolarização: fechamento tardio dos canais de potássio (K+)
➮Período refratário absoluto: potencial de ação não pode ser gerado.
➮Período refratário relativo: potencial de ação pode ser gerado, mas é muito difícil que uma corrente alcance
o limiar de disparo.
GUSTAÇÃO (QUIMIORRECEPÇÃO)
Sensibilidade gustativa
Onde estão localizados os receptores gustatórios?
Os receptores gustatórios estão localizados primariamente nos botões gustatórios, que por sua vez
agrupam-se em papilas gustativas na superfície da língua. Os receptores gustatórios também estão
espalhados em outras regiões da cavidade oral, como faringe, epiglote, porção superior do esôfago e palato.
De que é composto os botões gustatórios?
Um botão gustatório é composto de 50 a 150 células receptoras gustatórias (CRGs), juntamente com células
de sustentação e células basais regenerativas.
Quais os tipos de papilas?
As papilas podem ter forma de cristas (papilas foliadas), espinhas (papilas valadas) ou cogumelos (papilas
fungiformes)( tem imagem).
O que deve ocorrer para que uma substância gustante seja detectada?
Para que uma substância (gustante) seja detectada, ela deve primeiro se dissolver na saliva e no muco da
boca.
O que ocorre quando as substâncias gustativas são dissolvidas?
Os ligantes gustatórios dissolvidos interagem com uma proteína localizada na membrana apical (receptora ou
canal) da célula receptora gustatória. A interação do ligante gustatório com a proteína de membrana inicia
uma cascata de transdução de sinal para 5 sabores/sensações gustatórias (doce, amargo, umami, azedo e
salgado).
O que faz os sinais químicos liberados das células gustatórias?
Os sinais químicos liberados das células receptoras gustatórias ativam neurônios sensoriais primários
(neurônios gustatórios), cujos axônios seguem nos nervos cranianos VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X
(vago) para o bulbo, onde fazem sinapse. Do bulbo, a informação sensorial passa pelo tálamo e chega ao
córtex gustatório.
Transdução→ Os botões gustatórios possuem quatro tipos celulares morfologicamente distintos,
denominados I, II e III, mais as células basais. As células tipo I são células de sustentação do tipo glial. As
células do tipo II, ou células receptoras, e células do tipo III, ou células pré-sinápticas, são células receptoras
gustatórias.
Quais os mecanismos da transdução gustatória?
A transdução gustatória envolve diversos processos diferentes, e cada sabor básico pode usar um ou mais
desses mecanismos. Os estímulos gustatórios podem:
(1) passar diretamente através de canais iônicos (salgado e ácido;
(2) ligar-se a e bloquear canais iônicos (ácido);
(3) ligar-se a receptores de membrana acoplados a proteínas G, que ativam sistemas de segundos
mensageiros, que, por sua vez, abrem canais iônicos (doce, amargo e umami).
Qual a razão para a existências dos 5 sabores primários?
A razão para a existência desses gostos primários está relacionada com os seus significados adaptativos:
enquanto muitos alimentos são doces (p. ex., a maioria das frutas), a ingestão de sal é essencial para o
balanço hidreletrolítico; já os gostos azedo e amargo estão associados a substâncias que podem ser nocivas
quando ingeridas em excesso ou mesmo em pequenas quantidades, como venenos contidos em muitas
plantas. A quinta qualidade gustativa, umami (que significa “delicioso” em japonês), está associada à
detecção de certos aminoácidos, sobretudo o glutamato monossódico.
Como as substâncias agem nas membranas para estimular os receptores do sabor ?
Substâncias agindo sobre a membrana da célula receptora podem alterar seu potencial transmembrana pela
ação direta sobre canais iônicos ou, então, pela mediação de segundos mensageiros. T1R1, T1R2, T1R3 e
T2R, famílias de receptores metabotrópicos que pertencem à superfamília dos receptores acoplados à
proteína G. TRPM5, canal pertencente à família de proteínas TRP que exibem diferentes características
estruturais típicas de canais iônicos; desempenha um papel importante nos receptores de sabor.
➤ SALGADO
O que ocorre com a ingestão de substâncias salgadas?
Íons Na+ entram na célula gustativa a favor de seu gradiente eletroquímico, através de canais iônicos
específicos (um tipo de canal de sódio que permanece sempre aberto). O influxo de sódio hipopolariza a
célula receptora, originando o potencial receptor.
OBS: concentrações relativamente baixas de sal têm sabor agradável, ao passo que as concentrações mais
elevadas tendem a ser desagradáveis e repulsivas.
Quais os mecanismos dos receptores gustatórios para detectar as concentrações de Na+?
-Para detectar baixas concentrações, as células gustatórias sensíveis ao sal utilizam um canal especial
seletivo ao Na+ que é comum em outras células epiteliais e que é bloqueado pelo composto amilorida
- Parece que níveis elevados de sal ativam células gustatórias para o sabor amargo e azedo, que
normalmente desencadeiam comportamento de evitação.
Como age a amilorida?
A amilorida, um bloqueador desse tipo de canal de Na+, diurético, que abole a resposta de fibras gustativas à
estimulação por cloreto de sódio, bloqueando também, ao menos parcialmente, a sensação de salgado. A
participação, nesse processo de transdução, de outro tipo de canal de sódio não sensível à amilorida também
tem sido relatada recentemente. Canais de sódio não sensíveis à amilorida podem ser também ativados por
outros sais, que não o cloreto de sódio, tais como o cloreto de potássio. No entanto, o significado funcional
desses diferentes mecanismos para a sensibilidade ao salgado ainda permanece obscuro.
OBS: Os ânions dos sais afetam o sabor dos cátions. Por exemplo, o NaCl aparenta ser mais salgado do que
o acetato de Na+, aparentemente porque o maior ânion, o acetato, inibe o sabor salgado do cátion.
➤ AZEDO
Quais substâncias químicas atuam no gosto azedo?
-Prótons parecem ser o estímulo primário na sensação de gostos azedos, já que a concentração ácida de um
estímulo gustativo e a intensidade do gosto azedo produzido são, aproximadamente, proporcionais entre si.
-Ìons H+ presentes em uma substância ácida podem, na membrana de um receptor gustativo, bloquear
seletivamente canais de K+ ou, alternativamente, abrir canais de Na+, permitindo que a corrente elétrica
resultante hipopolarize a célula, dando início ao potencial receptor. A entrada direta de H+ na célula também
pode contribuir para uma hipopolarização que estará associada ao gosto azedo.
- O H+ pode também ativar ou abrir um tipo especial de canal iônico da superfamília dos canais de potenciais
de receptores transitórios (TRP), que são comuns em muitos tipos de células receptoras sensoriais.
➤ DOCE, AMARGO e UMAMI
O que têm em comum ?
OBS: Mecanismos celulares mais elaborados estão envolvidos na transdução de substâncias doces, amargas
e também aminoácidos, já que suas estruturas moleculares são mais complexas que as associadas a íons H+
e Na+.
OBS: Os receptores para o estímulo amargo usam uma via de segundos mensageiros para transferir o sinal
ao axônio aferente gustatório. Na verdade, os receptores para os estímulos doce, umami e amargo parecem
usar a mesma via de segundos mensageiros para enviar seus sinais para os axônios aferentes.
Quais os receptores estão envolvidos no processo de transdução e como eles agem?
Duas famílias de receptores metabotrópicos(não são canais iônicos), T1R e T2R, que pertencem à
superfamília dos receptores acoplados à proteína G, estão envolvidas no processo de transdução do doce, do
amargo e do umami. A ativação de um receptor metabotrópico pertencente às famílias T1R ou T2R leva à
geração de uma cascata metabólica que envolve a ativação da fosfolipase C (PLC), que induz a produção
intracelular de diacilglicerol (DAG) e trifosfato de inositol (IP3). Esses segundos mensageiros são
responsáveis pela liberação citoplasmática de íons Ca2+, que deflagra a abertura de canais iônicos seletivos
a Na+, conduzindo à hipopolarização da célula gustativa (potencial gerador).
Como atuam os estímulos pelas vias IP3?
As vias estimuladas por IP3 são sistemas de sinalização ubíquos pelas células do corpo. Em células
gustatórias, o IP3 ativa um tipo especial de canal iônico que é único das células gustatórias, promovendo a
abertura do canal, permitindo a entrada de Na+ com subsequente despolarização celular. O IP3 também
provoca a liberação de Ca2+ dos locais de armazenamento intracelulares. Esse aumento de Ca2+, por sua
vez, desencadeia a liberação de neurotransmissores de uma maneira incomum. As células gustatórias para
amargo, doce e umami não apresentam vesículas pré-sinápticas contendo transmissores convencionais. Em
vez disso, o aumento de Ca2+ intracelular ativa um canal de membrana especial que permite que o ATP saia
da célula. O ATP atua como um transmissor sináptico e ativa receptores purinérgicos em axônios gustatórios
pós-sinápticos.
Quais receptores atuam na detecção gustativa dos doces? Como atuam os estímulos pelas viasIP3?
A detecção gustativa de doces depende de receptores heterodiméricos (formados por duas diferentes
subunidades) pertencentes à família T1R (T1R2 e T1R3).
Quais receptores atuam na detecção gustativa das substâncias amargas?
compostos amargos ativam receptores homodiméricos da família T2R.
OBS: Um mesmo grupo de células gustativas pode coexpressar diversos receptores da família T2R,
significando que essas células podem iniciar o processo de detecção de uma ampla classe de substâncias
amargas sem, no entanto, poder discriminá-las finamente.
Por que não confundimos as substâncias químicas que estimulam o sabor amargo com as que
estimulam o sabor doce, se ambos ativam o mesmo sistema de segundo mensageiro?
A explicação é que as proteínas que formam o receptor estimulado pelo sabor amargo e aquelas que formam
o receptor para o estímulo doce são expressas em células gustatórias diferentes. As células gustatórias para
ambos os sabores, por sua vez, conectam-se a axônios gustatórios diferentes. A atividade de diferentes
axônios gustatórios reflete a sensibilidade química das células gustatórias que os estimulam, de modo que as
mensagens relacionadas aos estímulos doce e amargo são entregues ao sistema nervoso central (SNC) ao
longo de diferentes linhas de transmissão.
Quais receptores atuam na detecção gustativa dos aminoácidos? Como ocorre o fluxo de informações
gustatórias?
A detecção gustativa de aminoácidos depende da presença de receptores GPCR também formados por duas
subunidades proteicas distintas da família de proteínas T1R(T1R1 e T1R3).
OBS: Embora um mesmo botão gustativo tenha células que expressam receptores de ambas as famílias T1R
e T2R, a mesma célula gustativa não produz, simultaneamente, proteínas pertencentes a essas duas
diferentes famílias. Da mesma maneira, ainda não foi observada a coexpressão, por uma mesma célula, dos
genes que codificam a síntese dos receptores T1R1 e T1R2. Em conjunto, essas observações indicam que as
modalidades gustativas associadas ao doce, amargo e umami são codificadas separadamente por meio da
ativação de diferentes tipos celulares.
Vias gustativas
Como ocorre o fluxo de informações gustatórias?
-O principal fluxo da informação gustatória segue dos botões gustatórios para os axônios gustatórios
primários, e daí para o tronco encefálico, depois subindo ao tálamo e, finalmente, chegando ao córtex
cerebral.
-As informações gustativas, assim codificadas, projetam-se ao núcleo do trato solitário (NTS), localizado no
bulbo, o qual preserva, similarmente ao que ocorre nas projeções talâmicas e corticais, uma segregação
espacial das submodalidades gustativas observadas na língua.
Como as informações gustatórias são transmitidas através dos nervos?
Três nervos cranianos contêm os axônios gustatórios primários e levam a informação gustatória ao encéfalo.
Os dois terços anteriores da língua e do palato enviam axônios para um ramo do nervo craniano VII, o nervo
facial. O terço posterior da língua é inervado por um ramo do nervo craniano IX ou nervo glossofaríngeo. As
regiões ao redor do pescoço, incluindo a glote, a epiglote e a faringe, enviam axônios gustatórios para um
ramo do nervo craniano X, o nervo vago. Esses nervos estão envolvidos em uma variedade de outras funções
motoras e sensoriais, porém todos os seus axônios gustatórios entram no tronco encefálico, reunem-se em
um feixe, e estabelecem sinapses dentro do núcleo gustatório delgado, que é parte do núcleo do tracto
solitário no bulbo.
Como age uma fibra gustativa?
Uma única fibra gustativa, embora possa responder preferencialmente a um dos cinco estímulos básicos,
responde com diferentes graus de intensidade a outros estímulos gustativos. Uma fibra gustativa recebe,
portanto, a influência de células receptoras com diferentes especificidades.
A que se refere o “código de população”?
A qualidade sensorial de um estímulo gustativo não deve depender apenas da ativação de um grupo isolado
de fibras, mas de um elaborado padrão na atividade dos diferentes tipos de fibras sensoriais primárias e dos
neurônios aos quais se projetam. Em outras palavras, acredita-se que a informação gustativa seja codificada
por meio de interações das diferentes submodalidades gustativas. Sendo assim, o “código” depende não da
atividade de um neurônio específico ou de um pequeno e particular conjunto de neurônios, mas da atividade
combinada de um grupo neuronal, o que se denomina “código de população”. Essa “linguagem” neural
permite uma expansão combinatória da quantidade de padrões que podem ser identificados, quantidade essa
que vai muito além do número de tipos de neurônios envolvidos.
OBS: Há um conjunto de reflexos envolvidos no controle de ações motoras e vegetativas durante a ingestão
de alimentos, incluindo-se reflexos de proteção contra a ingestão de substâncias irritantes ou tóxicas e
também reflexos salivatórios. Esses reflexos são também essenciais para a adaptação adequada de um
organismo ao seu ambiente, e são organizados por circuitos neurais localizados principalmente no tronco
encefálico.
Ex: o aumento no fluxo de uma saliva mais fluida produzido por estímulos azedos, mediado por uma ação
parassimpática, enquanto estímulos doces produzem menor aumento no fluxo salivar, mas incrementam o
conteúdo salivar de amilase, o que reflete uma ação simpática.
OBS:
- As vias gustatórias divergem a partir do núcleo gustatório.
- A experiência consciente do gosto é presumivelmente mediada pelo córtex cerebral.
- O caminho para o neocórtex via tálamo é uma via comum para a informação sensorial.
- Os neurônios do núcleo gustatório fazem sinapses com um subgrupo de pequenos neurônios do núcleo
ventral posteromedial (núcleo VPM), uma porção do tálamo que lida com a informação sensorial proveniente
da cabeça.
- Os neurônios gustatórios do núcleo VPM enviam axônios ao córtex gustatório primário (localizado na área
36 de Brodmann e nas regiões insuloperculares do córtex).
- As vias gustatórias direcionadas para o tálamo e o córtex são primariamente ipsilaterais aos nervos
cranianos que as suprem.
OBS: Lesões no núcleo VPM do tálamo ou no córtex gustatório, como resultado de um acidente vascular
encefálico, por exemplo, podem causar ageusia, a perda da percepção gustatória.
OBS: As células do núcleo gustatório projetam-se para uma variedade de regiões do tronco encefálico,
principalmente no bulbo, envolvidas na deglutição, na salivação, no refluxo, no vômito e nas funções
fisiológicas básicas, como a digestão e a respiração. Além disso, a informação gustatória é distribuída para o
hipotálamo e regiões relacionadas do telencéfalo basal (estruturas do sistema límbico. Essas estruturas
parecem estar envolvidas na palatabilidade dos alimentos e na motivação para comer
OBS:
- As células no sistema gustatório são pouco específicas por várias razões. Se uma célula receptora
gustatória tem dois mecanismos de transdução diferentes, ela responderá a dois tipos de estímulos
gustatórios, ainda que possa responder mais fortemente a um deles.
- Axônios gustatórios primários são ainda menos específicos do que as células receptoras gustatórias.
OLFAÇÃO (QUIMIORRECEPÇÃO)
A olfação permite discriminar bilhões de diferentes odores.
Onde estão localizados os neurônios sensoriais olfatórios?
Os neurônios sensoriais primários estão inseridos no epitélio da cavidade nasal.
Como age os neurônios sensoriais olfatórios?
• Os axônios dos neurônios sensoriais olfatórios formam o nervo olfatório (nervo craniano I).
• O nervo olfatório faz sinapse com neurônios sensoriais secundários no bulbo olfatório, localizado na parte
inferior do lobo frontal. Do bulbo, os neurônios secundários vão, através do trato olfatório, para o córtex
olfatório.
• O trato olfatório não passa pelo tálamo, ao contrário da maioria das outras vias.
• Vias ascendentes do bulbo olfatório também levam à amigdala e ao hipocampo, partes do sistema límbico.
Olfato
O que pode causar distúrbios olfatórios ?
Podem ser determinadas por distúrbios psiquiátricos, tumores cerebrais, infecções das vias aéreas superiores
(IVAS), TCE, envelhecimento, doença nasal, podem ser desencadeados por estímulos específicos como
stress, sons altos, cheiros fortes ou problemas dietéticos (má nutrição, obesidade e anorexia). Fármacos
podem contribuir para a anosmia em pacientes suscetíveis.
Quais os tipos de distúrbios olfatórios?
b) Hiperosmia: aumento da olfação, pode ocorrer em gestação, hipertireoidismo, psicoses, lesão de ponta do
lobo temporal, como na aura epilética, em insuficiência córtico-adrenal, na mucoviscidose (antes de
desenvolver polipose nasal), na hiperplasia adrenal congênita virilizante não hipertensiva.
c) Cacosmia: sensação de odores desagradáveis que pode ser subjetiva quando só o indivíduo sente
(sinusite purulenta) ou objetiva quando o indivíduo e outras pessoas sentem, como em tumores ou corpo
estranho). Na rinite ozenosa somente as outras pessoas sentem, pois há lesão de terminações nervosas do
paciente e/ou fadiga do nervo em conseqüencia da percepção contínua dos odores fétidos.
d) Parosmia\Disosmia: distorção de o
dores, interpretação errônea de uma sensação olfatória, perverção do olfato, ocorre em neuropatas, neurite
gripal, aura epilética. O indivíduo refere que "nada cheira certo" ou que "tudo tem o mesmo cheiro".
e) Fantosmia: sensação de odores que não existem, intermitente ou constante, os odores são geralmente
descritos como pútridos (ovos podres ou fezes). Pode surgir como aura de epilepsia ou em portadores de
neurite gripal.
f) Agnosia: inabilidade para classificar, identificar ou constatar uma sensação odorífera verbalmente.
OBS: A maioria das disfunções olfativas é bilateral. Quando é unilateral, frequentemente é reconhecida.
A redução ou a perda da olfação resulta na alteração da percepção dos sabores.
Paladar
a) Disgeusia – Percepção alterada (doce, azedo, salgado, amargo ou metálico) do paladar em resposta a um
estímulo gustativo
b) Hipogeusia – Função gustativa diminuída para um ou mais provadores específicos.
c) Ageusia – Função gustativa ausente.
d) Aliageusia – Distúrbio do paladar em que um alimento ou bebida tipicamente de sabor agradável tem um
sabor desagradável.
e) Fantogeusia – Gosto desagradável devido a uma alucinação gustativa (na ausência de qualquer estímulo)