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UFMS- UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
Engenharia Física
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA LABORATORIAL
Colisões Inelásticas
Prof. Heberton Wender Luiz dos Santos
Discente: Vinicius Souza Franco
Discente: Olivia Centurião Chaves
Discente: Allana Olartechea Bucalon
Campo Grande MS
2023
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1- OBJETIVOS
Tem-se como objetivo realizar medições a respeito da colisão entre uma bola de
borracha e o piso. A fim de analisar a conservação do momento linear, o coeficiente
de restituição e a variação percentual de energia cinética da colisão.
2- INTRODUÇÃO TEÓRICA
Colisão consiste no choque entre partículas elementares. É indispensável citar
as características de uma colisão: é uma interação entre corpos, sendo possível
distinguir os instantes correspondentes ao antes e ao depois da interação; durante
uma colisão não atuam forças exteriores (que se desprezam) no sistema.
As colisões podem ser classificadas em elásticas e inelásticas. Refere-se a um
sistema no qual ocorre a Lei da conservação do momento linear. O momento linear
de um sistema pode ser descrito como o produto da massa total do sistema pela
velocidade do centro de massa. O momento linear de um elemento é definido por
meio da equação 1.
𝑃 = 𝑚 v (1)
Na colisão Inelástica ocorre uma variação de energia cinética, tal qual é mostrada
na equação 2.
(2)
Na colisão inelástica, o coeficiente de restituição da colisão, r, da bola de
borracha corresponde a razão das velocidades dos corpos antes e após a colisão,
esta razão é sempre menor que 1, tal qual a equação 3.
(3)
Para a representação da colisão inelástica da equação 3, podemos vê-la na
figura 1, considerando que a bola de borracha seja solta de uma altura ℎt
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Figura 1 – Esquema da bolinha antes (esquerda) e depois (direita) da colisão com o chão.
(BOZANO,2022)
A partir da imagem, é possível observar que a energia potencial gravitacional
da bolinha na altura ℎi , é convertida em energia cinética antes da colisão Ki , é a
energia cinética após a colisão, Kf é convertida em energia potencial gravitacional na
altura ℎf , como pode ser visto nas equações 4 e 5.
(4)
(5)
Logo após a amostra das equações, juntamos as equações 4 e 5 na equação
3, temos então o coeficiente de restituição reescrito na equação 6 abaixo.
(6)
É possível reformular a variação de energia cinética ao substituir as equações
4 e 5 na equação 2.
(7)
Sendo assim, a variação percentual de energia cinética também pode ser
descrita pela equação 8.
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(8)
Este experimento é feito para ser o mais preciso possível, portanto
calculamos a média aritmética usando a equação 9.
(9)
Logo após achar o valor médio como base, calculamos o desvio padrão
utilizando a equação 10.
(10)
Usaremos as seguintes equações para descrever corretamente a propagação
da incerteza das medidas; para a subtração de duas medidas com incertezas
usamos a equação 11; já para descrever o quociente entre duas medidas utilizamos
a equação 12; e para encontrar o desvio do produto entre duas medidas usa-se a
equação 13.
(11)
(12)
(13)
MATERIAS E MÉTODOS
● Balança digital
● SciDavis
● Bolinha de borracha
● Celular para as filmagens
● Fita de 2 metros com precisão de 0,5 cm
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Primeiramente soltamos a bolinha de uma altura de exatos 2 metros,
gravamos com um celular todo o processo, logo depois vemos as filmagens e
encontramos a altura na qual a bolinha retornou. Realizamos o experimento 5 vezes,
logo depois achamos altura média em que a bolinha retornou e realizamos o mesmo
processo a partir dessa altura tal qual é mostrado na tabela 1 abaixo.
tabela 1- dados das alturas em metros
Medidas ℎ 𝑛1 ℎ 𝑛2 ℎ 𝑛3 ℎ 𝑛4 ℎ 𝑛5 ℎ 𝑛m
h1 1,83 1,84 1,83 1,85 1,82 1,834
h2 1,67 1,67 1,66 1,67 1,68 1,67
h3 1,56 1,54 1,54 1,54 1,53 1,542
h4 1,42 1,41 1,43 1,43 1,42 1,422
h5 1,32 1,32 1,33 1,32 1,32 1,322
h6 1,23 1,22 1,24 1,23 1,24 1,232
Logo após coletar estes dados, achamos a altura média do retorno de cada
altura e seu desvio padrão usando as equações 9 e 10, tal qual é mostrado na
tabela 2 abaixo.
tabela 2- Alturas em metros
Medidas Imprecisão
Metros
h0 2,00 0,005 2,000±0,005
h1 1,834 0,00509 1,834±0,005
h2 1,670 0,00316 1,670±0,003
h3 1,542 0,00489 1,542±0,005
h4 1,422 0,00374 1,422±0,004
1,322 0,00200 1,322±0,002
h5
h6 1,232 0,00374 1,232±0,004
Depois de acharmos estes resultados, medimos a massa da bolinha de
borracha 5 vezes (tabela 3) e utilizando a equação 9 e 10 achamos o resultado da
massa em gramas da bolinha de borracha que é m = 39, 898 ± 0, 002 g.
tabela 3- medidas da massa da bolinha em g
Medida Massa (g) Imprecisão (g)
m1 39,90 ±0,01
m2 39,89 ±0,01
m3 39,90 ±0,01
m4 39,90 ±0,01
m5 39,90 ±0,01
Com os valores já prontos nós substituímos nas equações e colocamos todos
na tabela 4 abaixo.
tabela 4- Comportamento do coeficiente de restituição, r, da variação da energia cinética, ΔK, e da
fração percentual da energia cinética dissipada, (ΔK/Ki).100% em função do número de colisões, n,
para a colisão inelástica de uma bolinha de borracha de massa m =0,039890± 0,000002 (kg) com o
piso de concreto.
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Logo construímos gráfico em escala linear do coeficiente de restituição, r, em
função do número de colisões, n.
Imagem 1- gráfico Coeficiente de restituição X Número de colisões
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Podemos verificar que houve um aumento do coeficiente de restituição conforme
aumenta o número de colisões.
Foi realizado outro gráfico para analisar a variação da energia cinética em função
do número de colisões, tal qual a imagem 2 abaixo.
Imagem 2- gráfico Variação da energia cinética X Número de colisões
Podemos notar que a perda de energia cinética vai diminuindo de acordo com o
aumento do número de colisões, pois a variação da energia cinética vai aumentando.
Para se medir a quantidade de energia dissipada a cada impacto, foi utilizada
a equação:
𝐸 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = |∆𝐸𝑓 − ∆𝐸𝑖 |
∆𝐸𝑖
A energia dissipada em cada impacto foi:
tabela 5 - Energia dissipada a cada colisão
N Energia Dissipada (%)
1 22,5
2 23,2
3 23,5
4 19,7
5 28,7
6 19,2
Por fim, fez-se um gráfico da fração percentual da energia cinética dissipada
((ΔK/Ki).100%) em função do número de colisões:
Imagem 3- gráfico Fração percentual da energia cinética dissipada X Número de colisões
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Neste último gráfico podemos observar que ocorre o aumento da fração
percentual da energia cinética dissipada à medida que aumenta o número de
colisões, tal qual a imagem 2.
CONCLUSÃO
O valor encontrado em H0 através do valor de A gerado através do gráfico,
é bem próximo do valor da altura utilizado, algo que comprova que as contas e
lógicas utilizadas estão corretas.
Portanto, concluímos que foi possível analisar a conservação do momento
linear, o coeficiente de restituição e a variação percentual de energia cinética da
colisão. Sendo assim, montamos tabelas para a análise dos dados e assim
nota-se que o coeficiente de restituição aumentou e a perda de energia cinética
diminui conforme aumentava o número de colisões, sendo capaz de concluir que
o experimento foi realizado com sucesso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SERWAY, R. A.; JEWETT Jr., J. W . Princípios de Física, Volume 1; Editora
Thompson, 3.ª Edição. São Paulo, 2002.
NETO, Luiz Ferraz. Choque
mecânico.http://www.feiradeciencias.com.br/sala05/05_RE_09.asp, acesso
em 27/01/2015
http://figaro.fis.uc.pt/FEXP/Parte3/P3_intro1.html#analise, acesso em
27/01/2015