História e Epistemologia da Psicologia
PSYQUÉ: Alma e espírito
LOGOS: Razão e estudos
- O objeto da Psicologia é o estudo do comportamento humano e processos mentais.
(comportamento humano- reações observáveis; processos mentais- experiências
psicológicas)
A psicologia procura não só descrever, explicar e compreender os comportamentos,
mas prever e modificar.
O animismo-> a alma nasce das experiências fundamentais (delírios, sonhos,
nascimento, morte- o último suspiro) -> surge a ideia de ligar á morte aos fantasmas
(vida após a morte)
1. Alma reflexo- aparece na água e objetos brilhantes
2. Alma sombra- segue o corpo e estados se vigília
3. Alma viva- abandona o corpo/ procura outros corpos
-Mundo homérico (poeta grego)
Mundo dos "deuses"- relacionado
Mundo em que o homem tem a experiência da alma e corpo (procura perfeição)
Exprimi gosto pela vida
-Grécia primitiva (tendência religiosa e alma diferente de corpo, sendo que a
alma vem do além)
Prisão da alma mística
Só tem sentido com alma
Só serve para conter a alma
-Nascimento da exigência racional
Começa a questionar sobre o mundo (natural)
1ª vez realidade e objetiva, para a ideia do místico e dos deuses
Qualidade do mundo real
Independente do homem
Abre portas para a primeira investigação científica
Após as primeiras cidades, mais território, mais riqueza e mais crescimento-
precisaram de soluções práticas, tais avanços permitiram com que as pessoas se
ocupassem com coisas espirituais
História da Psicologia- começa na Grécia antiga
Com a construção das primeiras cidades/estados e a conquista de novos territórios
que levaram a riquezas, permitiram que as pessoas se interessassem pelas coisas
dos espíritos.
Sócrates: dizia que a principal característica humana é a razão;
E a razão faz com que o ser humano consiga sobrepor aos instintos.
Platão: definiu a cabeça como lugar para a razão e a alma como nosso corpo,
sendo que a ligação entre os dois era dada pela medula
Após a morte, a alma ficava livre para procura outros corpos (alma imortal).
Aristóteles: alma e corpo não podem ser separados (alma mortal)
Como a alma (PSIQUÉ) é o princípio da vida então todo ser vivo tem alma
As duas correntes (antes da psicologia científica):
- Platónica: alma imortal que é separado do corpo após a morte
-Aristotélica: alma mortal que nunca se separa do corpo
Hipócrates (médico grego): o conhecimento é possível através da observação;
Pai da medicina, com ele é que começa a observação clínica;
As relações adequadas entre clínico e paciente;
Não achava que as doenças eram as raivas dos deuses;
1º a fazer processo clínico
Teoria humoral- Temperamento
L. Para ele a personalidade é constituída por 4 tipos de temperamento
Sanguíneo (alegre)
Melancólico (triste)
Colérico (raivoso/ agressivo)
Fleumático (passivo)
L. São influenciados pelo humor- fluídos do corpo- sangue- as
pessoas são sangradas para equilíbrio
Durante o Império Romano e a Idade Média (século V-XV)
- Aparecimento e desenvolvimento do cristianismo
- Psicologia relacionada com conhecimento religioso
- Igreja comandava o poder
Santo Agostinho: alma e corpo separados- alma imortal;
A alma era uma manifestação e é imortal pois liga o homem com Deus.
São Tomás de Aquino: distinção entre essência (alma) e existência (corpo)-
alma mortal;
Deus é quem une os dois;
Renascimento (século XIII e XVII)
Descobertas de terras gerou mais riqueza e houve um grande desenvolvimento nas
áreas da arte e ciências.
René Descartes: separação da mente e corpo (dualismo);
O homem possui uma substância pensante e outro material, sendo que o corpo
desprovido da alma será apenas uma máquina.
Origem da Psicologia científica (século XIX)
Com o avanço do capitalismo, a ciência foi sendo usada mais para resposta e
soluções práticas sobre a técnica industrial.
O conhecimento desprendeu-se da fé e da religião.
Para compreender o cérebro, a Psicologia começa a ser estudada pela fisiologia e
neurofisiologia; assim a Psicologia começa a ter objetos de estudo mais específicos,
delimitar o seu campo de estudo e formular métodos e teorias.
Foi a partir da anatomia que houve o estudo dos órgãos dos sentidos
L. preciso estudar a natureza do organismo que reage, pois este está ligado
com a perceção e seu externo
-> a mente e o corpo dependem um do outro, mas são separados.
A quantificação (mais ou menos atenção, mais ou menos barulho) junto com a
estatística que mostra estes resultados- este é um dos motivos colaborou para a
psicologia ser considerada ciência- e pode ser verificada.
Empirismo crítico (ideia aristotélica) - baseia-se na experiência, não tem ideias inatas
(contrasta com o racionalismo). Investigam a natureza dos fenómenos psíquicos e
como esses se relacionam com o mundo dos objetos.
René Descartes:
- Rompeu o dogmatismo (leis irrefutáveis) católico;
- Antes de aceitar uma verdade é preciso que haja dúvida, assim ela é usada como um
método de estudo- DÚVIDA METÓDICA;
- Corpo máquina e Alma pensante;
- Achava que o conhecimento vinha da experiência (adquiridas e aprendidas), exceto
as ideias matemáticas e religiosas, que nestes casos são inatas (nascem connosco).
Thomas Hobbes: defende a teoria aristotélica, onde adquire conhecimento
através dos sentidos;
É condicionado por um determinismo absolutista (todas as ações estão
determinadas);
Tem uma visão materialista e pessimista do homem;
Egoísmo por natureza e procura satisfazer seus interesses;
Devemos satisfazer nossas necessidades para ser feliz.
John Locke: nascemos uma tábua rasa e todo conhecimento é adquirido
através da experiência;
As sensações, imagens e ideias formam o conteúdo da mente;
As sensações são bases do conhecimento e está influenciada por estímulos
externos;
Empirista e defendia as ideias de Platão (alma imortal).
Immanuel Kant: homem não é só razão pura, mas também é prática;
O conhecimento para ser científico tem de ser empírico.
-Era Capitalista-
O homem passou a ser o centro de tudo;
O capitalismo tornou a população em potencial consumidor.
O racionalismo aumentou o seu valor quando as matérias-primas e a
necessidade de produção aumentaram.
L. Esta evolução permitiu determinar os fenómenos, o que era impossível, e estes
começaram então a adquirir status de ciência.
Karl Marx: foi buscar o materialismo na Grécia Clássica;
Marca um pensamento moderno, onde vai procurar um modelo mais igualitário-
socialismo;
Defende que a base suficiente para a vida humana está na matéria, pondo de
parte aspetos subjetivos que são componentes da prática social.
Psicologia Científica
Liberta-se da filosofia
Define o seu objeto de estudo (estudo do comportamento humano processos
mentais)
Formula métodos e teorias
L. As teorias obedecem os critérios científicos: Neutralidade, Dados passíveis a
comprovação e conhecimento cumulativo.
Epistemologia – Ciência da validação do conhecimento
Tipos de conhecimento:
- Senso Comum: conhecimento que adquirimos durante a vida;
Características: Imediatismo (soluções rápidas), Falta de Método (fruto de dados
aleatórios) e Falta de Senso Crítico (não perguntamos se é verdade, apenas
queremos a solução para o problema).
- Conhecimento Filosófico: não admite verdades prontas, é crítico, tenta provar aquilo
que afirma e busca uma universalidade em um conhecimento (isto é, certo em todo
lugar).
- Conhecimento Científico: é objetivo e explicativo.
Surgiu na época do Renascimento e teve uma revolução científica com Galileu Galilei.
-As bases do conhecimento científico- informações que resultam de uma
investigação (e.g. observação, métodos, pesquisas, testes, etc.).
Este tipo de conhecimento pode ser refutado, porém é mais fiel que o senso comum
Características:
Objetividade- conhecimento de acordo com a realidade, e vai explicar este
fenómeno como ele é (não como gostaríamos que fosse)
Verificabilidade- provar que tal objeto está certo, e isto pode ser verificado
quantas vezes forem necessárias
Racionalidade- organizar conceitos, juízos, raciocínios com a razão (assim se
diferencia da religião e outros elementos não racionais)
Sistematicidade- organiza objetos
Falibilidade- como a ciência está em constante mudança, é preciso trabalhar
com a hipótese do erro.
Epistemologia
EPISTEME- ciência, conhecimento
LOGOS- discurso
É dividido em duas posições:
Empiristas- conhecimento vem da experiência
Racionalistas- conhecimento vem da razão
Como estudar a Psicologia? Temos quatro perguntas sobre o campo do
conhecimento:
O QUÊ É? Objeto {Ontologia}
COMO É? Sujeito (que conhece o objeto) {Epistemologia}
PORQUÊ É? Justificativa (lógica que justifica o conhecimento) {Lógica}
PARA QUE É? Implicação (decorrentes ao conhecimento- cuidado) {Axiologia- Ética}
L. {E cada uma das perguntas referem-se a uma área da Filosofia}
Filosofia da Ciência- são crenças fundamentais sobre cada uma das questões da
filosofia
- Ontologia: questões sobre realidade do ser
- Epistemologia: investigação da natureza do conhecimento
- Axiologia: valores no processo da pesquisa científica
- Metodologia: o método científico
-Paradigmas- conjunto de crenças que geram uma perspetiva:
1. Paradigma Realista- crenças na realidade externa, sendo que os eventos resultam
de mecanismos ou estrutura
-Positivismo (Comte): o conhecimento deve ser verificado pela experiência através
de fórmulas
-Pós-Positivistas (Popper): a capacidade humana que reter conhecimentos é
ilimitada;
A Falseabilidade é um critério de verificação muito importante.
2. Paradigma Social-Construtivista- acredita em múltiplas realidades. O objetivo é
entender a experiência vivida.
3. Paradigma Crítico- a realidade é mediada pelos contextos sociais e históricos.
Epistemologias da Psicologia- estuda a forma de como o Saber Psicológico é
construído.
NÃO EXISTE UMA EPISTEMOLOGIA FIXA PARA A PSICOLOGIA
As diversas correntes psicológicas divergem principalmente em 4 conceitos básicos:
+ O que é a realidade conhecida?
+ Como tais estudos podem e precisam de ser realidades?
+ Quais os critérios de verdade e de validação
+ O que é a condição humana a ser estudada?
As correntes da Psicologia podem ser classificadas em matrizes
1. Matrizes Científicas- se apegam a modelos das ciências naturais
2. Matrizes Românticas- que valorizam a subjetividade e a experiência individual.